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NEWSLETTER_ARH_FEV_WEB:ARH 2/17/10 12:01 PM Page 1

N E W| SBOLETIM
N¼01 L E T T EINFORMATIVO
R A R H D O DA
T EARH
J O ,DO
I.P . -I.P.F|EFEVEREIRO
TEJO, V E R E I R O2010
2010 w w w. a rh te jo. p t

EDITORIAL
UM TEJO VIVO E VIVIDO
UM LITORAL DE EXCELæNCIA
Com a publica‹o do primeiro nœmero do
INFOTEJO, a ARH do Tejo, I.P. cria mais uma
importante via de comunica‹o com a enorme
comunidade da maior Regi‹o Hidrogr‡fica do
pa’s. A par das reuni›es do Conselho de Regi‹o
Hidrogr‡fica, das sess›es de debate sobre v‡rias
tem‡ticas, das publica›es editadas, nomea-
damente a colec‹o T‡gides, da p‡gina da inter-
net, recentemente renovada, das plataformas
comunicacionais e de participa‹o pœblica no
‰mbito dos planos, e de um boletim hidrol—gico
em fase de prepara‹o, com a edi‹o mensal
do INFOTEJO queremos reafirmar a ARH do
Tejo, I.P. como uma institui‹o aberta ˆ partici-

LICENCIAMENTO
pa‹o de todos. Uma institui‹o que, desde a
primeira hora, privilegia o estabelecimento de
parcerias, baseadas em princ’pios de actua‹o
e objectivos muito claros e, naturalmente, parti-
lhados, como s‹o exemplos inequ’vocos, entre
outros, os acordos e estratŽgias estabelecidas
AO ALCANCE DE UM CLIQUE
com C‰maras Municipais, incluindo delega›es
de competncias em matŽria de gest‹o do litoral,
O licenciamento das utiliza›es da ‡gua n‹o cativo no estado das ‡guas s— podem ser
protocolos para a valoriza‹o de linhas de ‡gua
Ž uma actividade recente, muito pelo contr‡rio. desenvolvidas desde que ao abrigo de um t’tulo
e para apoio na regulariza‹o de t’tulos de utili-
Desde o sŽculo XIX que o Regulamento dos de utiliza‹o emitido nos termos e condi›es
za‹o dos recursos h’dricos. S‹o ainda de referir
Servios Hidr‡ulicos contemplava essa obri- nela previstos.
os protocolos estabelecidos com a Confedera‹o
ga‹o. A ARH do Tejo, I.P. Ž a mais recente Tradicionalmente, esta tem tambŽm uma das
de Agricultores de Portugal (CAP) e com a Confe-
herdeira dessa responsabilidade, agora regu- ‡reas mais geradoras de reclama›es por parte
dera‹o Nacional de Cooperativas Agr’colas
lamentada pela Lei da çgua (Lei n.¼ 58/2005, dos utilizadores contra a entidade gestora,
(Confagri), tambŽm com vista ao apoio na regu-
de 29 de Dezembro) e legisla‹o comple- sobretudo devido a atrasos no andamento dos
lariza‹o de t’tulos de utiliza‹o, bem como os
mentar. De acordo com esta Lei, ao abrigo do processos e, por vezes, na dificuldade em obter
trabalhos conducentes ˆ cria‹o da Associa‹o
princ’pio da precau‹o e da preven‹o, as informa‹o sobre o estado dos mesmos.
de Utilizadores do MŽdio Tejo e Sorraia englo-
actividades que tenham um impacte signifi- >>> PAG.3
bando v‡rias Associa›es de Agricultores e de
Benefici‡rios e Regantes. Trata-se de mais uma
aposta clara na valoriza‹o e protec‹o dos
recursos h’dricos das bacias hidrogr‡ficas do rio Ministra do Ambiente Entrevista de Abrantes:
Tejo e das ribeiras do Oeste, com vista ˆ concre- Gest‹o dos Recursos Pedro Serra Muito mais do que
tiza‹o de UM TEJO VIVO E VIVIDO e de UM H’dricos: Um sinal CADC: Um clima dois rios
LITORAL DE EXCELæNCIA, pela via da partici- de mudana de confiana
pa‹o que queremos cada vez mais alargada. >>> PAG.2 >>> PAG.4-5 >>> PAG.7

Manuel Lacerda
Presidente da ARH do Tejo, I.P.
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OPINIÌO

GESTÌO DOS RECURSOS HêDRICOS


UM SINAL DE MUDAN‚A
No ‰mbito da tem‡tica dos recursos h’dricos impacto nos ecossistemas aqu‡ticos e para (PEAASAR), atravŽs da implanta‹o de
tm-se vindo a verificar desenvolvimentos uma utiliza‹o mais eficiente da ‡gua. infra-estruturas de abastecimento e sanea-
significativos nos œltimos anos, em que a mento de ‡guas residuais urbanas, e da
aprova‹o da Lei da çgua, em Dezembro Os Planos de Gest‹o de Regi‹o Hidrogr‡fica, EstratŽgia Nacional para os Efluentes Agro-
de 2005, constitui o marco de mudana actualmente em elabora‹o, e j‡ lanados -Pecu‡rios e Agro-Industriais.
na abordagem de gest‹o da ‡gua em pelas ARH, pretendem-se que sejam
Portugal, quer do ponto de vista tŽcnico, instrumentos de natureza din‰mica, supor- Em termos gerais, a actual legislatura
quer do ponto de vista institucional. tados por sistemas de informa‹o que pautar-se-‡ pela consolida‹o do regime
permitam que o processo de tomada de institucional estabelecido, quer no contexto
A adop‹o de uma abordagem integrada decis‹o seja cada vez menos administrativo da regula‹o ambiental, quer no contexto
de gest‹o dos recursos h’dricos ˆ escala e mais tŽcnico, integrando todas as ver- da regula‹o dos servios da ‡gua e dos
da bacia hidrogr‡fica, com uma vis‹o mais tentes essenciais para p™r em pr‡tica a res’duos, pela elabora‹o e in’cio de
ecol—gica dos sistemas e com a integra‹o abordagem ao n’vel dos ecossistemas. Este execu‹o do conjunto de instrumentos de
das v‡rias vertentes sectoriais, vem esta- princ’pio deve estar tambŽm subjacente planeamento e ordenamento dos recursos
belecer as condi›es de base para uma aos Planos de Ordenamento dos Estu‡rios h’dricos previsto na Lei da çgua, nomea-
protec‹o e valoriza‹o dos recursos que e ˆ nova gera‹o de Planos de Ordena- damente os Planos de Gest‹o de Regi‹o
se pretende eficaz e sustentada. Acresce mento da Orla Costeira. Espera-se que a Hidrogr‡fica, pelo reforo da coopera‹o
a este facto, a cria‹o de novas autoridades, experincia de planeamento, bem como Luso-Espanhola no contexto das bacias
as Administra›es de Regi‹o Hidrogr‡- dos respectivos processos de imple- hidrogr‡ficas partilhadas, bem como pelo
fica (ARH), com um conjunto alargado de menta‹o, adquiridos na œltima dŽcada, lanamento de uma Parceria Portuguesa
competncias que permite uma maior permita que os novos instrumentos sejam para a çgua que conjugue esforos na
racionaliza‹o de meios e efic‡cia na mais eficazes, tendo tambŽm em conta projec‹o das tecnologias e abordagens
aplica‹o das orienta›es preconizadas na que o grau de exigncia, quer do ponto de desenvolvidas em Portugal.
Pol’tica da çgua e instrumentalizadas vista ambiental, quer das expectativas das
atravŽs das ferramentas de planeamento. popula›es, Ž mais elevado. Por outro lado, aproveitando as apostas
bem sucedidas dos Polis para as cidades
A regulamenta‹o da Lei da çgua veio ainda Importa igualmente destacar, no contexto e para o litoral, gostaria de salientar o
estabelecer o novo regime de emiss‹o de da protec‹o ambiental e da qualidade de compromisso do Governo de lanar um
t’tulos de utiliza‹o e o regime econ—mico e vida, a import‰ncia da concretiza‹o do programa de requalifica‹o dos principais
financeiro, medidas essenciais para o controlo Plano EstratŽgico de Abastecimento de rios portugueses, nas vertentes qualidade
das actividades econ—micas e o respectivo çgua e Saneamento de çguas Residuais da ‡gua, repovoamento de espŽcies aut—c-
tones e valoriza‹o paisag’stica, que
evidencie as potencialidades ambientais
conjugadamente com as especificidades
s—cio-culturais das regi›es abrangidas e
que constitua um catalisador do desen-
volvimento sustentado dessas ‡reas.

Por fim, gostaria de saudar a ARH do Tejo,


I.P. pela iniciativa de lanar este boletim
informativo - INFOTEJO - que se insere
perfeitamente numa pol’tica de gest‹o de
recursos h’dricos moderna e adequada ˆs
necessidades do presente. Trata-se de mais
uma via de fornecer informa‹o ˆ sociedade,
condi‹o primeira para que a participa‹o
pœblica seja uma realidade.

Dulce çlvaro P‡ssaro


(Ministra do Ambiente
e do Ordenamento do Territ—rio)

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ACTUALIDADE

LICENCIAMENTO
AO ALCANCE DE UM CLIQUE
A ARH do Tejo, I.P. est‡ a trabalhar para, com a maior brevidade O m—dulo de gest‹o do licenciamento encontra-se integrado com
poss’vel, disponibilizar um modelo de gest‹o do licenciamento on um m—dulo de gest‹o de dados de autocontrolo que visa:
line, visando:
a) Disponibilizar uma interface para carregamento de informa‹o
a) Permitir a gest‹o dos processos de licenciamento, cumprindo de autocontrolo aos utilizadores, atravŽs do Portal da ARH do
os requisitos decorrentes do Decreto-Lei n.¼ 226-A/2007, de 31 Tejo, I.P.;
de Maio, que estabeleceu o novo regime sobre as utiliza›es dos
recursos h’dricos e os respectivos t’tulos (autoriza›es, licenas b) Permitir a gest‹o dos dados de autocontrolo bem como a utiliza‹o
e concess›es), devendo os pedidos de emiss‹o de t’tulos de da informa‹o no contexto do m—dulo de licenciamento, da aplica‹o
utiliza‹o dos recursos h’dricos ser instru’dos de acordo com o da taxa de recursos h’dricos e dos processos de monitoriza‹o e
regulamentado na Portaria n.¼ 1450/2007, de 12 de Novembro; fiscaliza‹o levados a cabo pela ARH do Tejo, I.P.;
b) Permitir que os processos de licenciamento sejam iniciados e c) Permitir a defini‹o de alertas de activa‹o de mecanismos de
geridos de forma electr—nica entre a ARH do Tejo e os utilizadores, fiscaliza‹o e auditoria mediante a compara‹o dos dados de auto-
atravŽs do Portal da ARH do Tejo, I.P., definindo ‡reas reservadas controlo com os termos do t’tulo de utiliza‹o de recursos h’dricos.
de inser‹o, edi‹o e consulta de dados;
Prev-se que o m—dulo de licenciamento entre em funcionamento
c) Permitir a defini‹o das condi›es a que est‹o sujeitos os T’tulos
de forma faseada, devendo estar dispon’vel a partir de Maro e estar
de Utiliza‹o, ao abrigo do Regime Econ—mico e Financeiro e a
conclu’do atŽ Setembro de 2010.
gest‹o da cobrana da taxa de recursos h’dricos por utilizador;
Esta plataforma de licenciamento possibilitar‡ aos requerentes enormes
d) Permitir que os dados necess‡rios ao c‡lculo da taxa de recursos
benef’cios, desde logo a facilidade de acesso sem necessidade de
h’dricos sejam introduzidos pelos utilizadores directamente no
desloca‹o aos servios da ARH do Tejo, I.P.. Maior grau de simplicidade
Portal da ARH do Tejo, I.P.;
e rapidez na an‡lise, com a possibilidade de seguimento por parte
e) Permitir a exporta‹o de informa‹o necess‡ria para entidades do utilizador dos avanos do processo, s‹o outros atributos que
terceiras, designadamente para o Instituto da çgua, bem como desejamos garantir, em oposi‹o a procedimentos assentes em pesados
implementar servios que permitam um acesso estruturado suportes administrativos, com uma excessiva carga documental em
ˆquela informa‹o. papel. Com o suporte digital vamos ganhar tempo e efic‡cia.

Rio Tejo - Castelo de Almourol

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ENTREVISTA

Pedro Serra*
COM A CONVEN‚ÌO
DE ALBUFEIRA FOI CRIADO
UM CLIMA DE CONFIAN‚A
PARA A DISCUSSÌO DE
TODOS OS ASSUNTOS
DE INTERESSE COMUM

Que balano faz da aplica‹o da Conven‹o Portugal e em Espanha foi acompanhado


Luso-Espanhola passados mais de dez anos por um melhor conhecimento pessoal e
da sua assinatura por Portugal e Espanha? pela cria‹o de um clima de confiana
Fao um balano positivo. A Conven‹o que tornou poss’vel a discuss‹o de todos
contribuiu para criar uma disciplina de os assuntos de interesse comum, sem
gest‹o sustent‡vel dos recursos h’dricos crispa›es e sem reserva mental. N‹o Ž
compartilhados e conten‹o no aumento por acaso que muitas conven›es inter-
da procura em ambos os lados da fronteira, nacionais de rios mais n‹o fazem do que
melhorou a qualidade da monitoriza‹o e criar comiss›es destinadas ˆ discuss‹o
a oportunidade da divulga‹o dos seus dos assuntos relevantes da gest‹o dos
resultados e, com isso, conferiu transpa- recursos compartilhados.
rncia ˆ gest‹o das bacias hidrogr‡ficas.
As autoridades portuguesas e espanholas Qual o papel da Conven‹o Luso-Espanhola
passaram a reunir regularmente e a deba- na implementa‹o da Directiva-Quadro da
ter os assuntos de interesse comum e foi çgua adoptada em 2000?
criado um f—rum para a coordena‹o de As disposi›es da Conven‹o articulam-se
todas as quest›es relacionadas com a harmoniosamente com as da DQA e a Comis-
gest‹o das massas de ‡gua, tal como se s‹o para a Aplica‹o e o Desenvolvimento
pretende na Directiva-Quadro da çgua. da Conven‹o (CADC), com os seus grupos
de trabalho, tem sido a sede para a co-
Tendo em conta a sua vasta experincia, ordena‹o do trabalho desenvolvido pelas
nomeadamente na gest‹o dos recursos autoridades nacionais portuguesas e
h’dricos no contexto luso-espanhol, espanholas com vista ˆ implementa‹o da
considera que existe realmente uma directiva. Recordo que tanto a Conven‹o
mudana de mentalidades? como a directiva tm como objecto primeiro
O melhor conhecimento das realidades a protec‹o e o aproveitamento sustent‡vel
* Presidente do INAG ˆ data da assinatura da
da gest‹o dos recursos h’dricos em das ‡guas das bacias hidrogr‡ficas e ambas Conven‹o de Albufeira. Vogal da CADC.

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Rio Tejo - Portas de Rod‹o

incumbem os Estados de coordenarem as Pode estar em causa a intensifica‹o da critŽrios foram os da verifica‹o dos registos
ac›es de promo‹o e protec‹o do bom explora‹o dos recursos do Tejo para alŽm do passado, anteriores ˆ constru‹o das
estado das ‡guas superficiais e subterr‰neas, do razo‡vel. E digo Òpode estarÓ, porque grandes barragens na bacia do Tejo, de
as ac›es de aproveitamento sustent‡vel dessas n‹o s‹o ainda conhecidos os contornos modo a acautelar condi›es de caudal
‡guas e as ac›es que contribuam para mitigar destes projectos de que fala regularmente ecol—gico pr—ximas das naturais em per’odos
os efeitos das cheias e das situa›es de seca a imprensa espanhola. Regista-se neste de seca, contrariando a tendncia para a
e escassez. momento em Espanha uma disputa muito artificializa‹o do regime fluvial.
intensa pela ‡gua, de fortes contornos
pol’ticos, que tem a ver com a afirma‹o
Por compara‹o com outras regi›es
ÒTANTO A CONVEN‚ÌO das Autonomias face ao governo central e
hidrogr‡ficas, que quest‹o considera mais
que transcende o quadro da gest‹o da ‡gua,
COMO A DIRECTIVA na qual n‹o queremos nem devemos intervir.
cr’tica do ponto de vista da protec‹o e
TæM COMO OBJECTO Aguardamos serenamente que Espanha
valoriza‹o dos recursos h’dricos na regi‹o
hidrogr‡fica do Tejo?
PRIMEIRO A PROTEC‚ÌO enuncie as suas pretens›es para, ent‹o, as
H‡ objectivos comuns a todas as bacias
E O APROVEITAMENTO analisarmos.
(redu‹o da polui‹o e da sobre-explora‹o
SUSTENTçVEL DAS Na œltima Conferncia das Partes foram
e tendncia ˆ artificializa‹o do regime

çGUAS DAS BACIAS aprovadas altera›es ao regime de caudais


fluvial) e um que Ž espec’fico: a protec‹o
dos ecossistemas estuarinos, que s‹o muito
HIDROGRçFICASÓ previsto na Conven‹o. No caso do rio Tejo, mais importantes no caso do Tejo do que
em que se traduzem estas altera›es e quais nos outros rios luso-espanh—is.
os critŽrios considerados?
Como v o papel das ARH na implemen- Foram de dois tipos as altera›es introduzidas
ta‹o da Conven‹o Luso-Espanhola? ao regime de caudais pelo recente protocolo
ƒ desej‡vel que as ARH se envolvam na adicional: (1) foi definido um regime de
gest‹o da Conven‹o e aproveitem a CADC excep‹o para a parte portuguesa da bacia ÒOS ECOSSISTEMAS
e seus —rg‹os para o di‡logo com as Con- do Tejo que se baseia na pluviometria
observada em territ—rio nacional, quando
ESTUARINOS SÌO
federa›es Hidrogr‡ficas sobre todas as
quest›es que relevam da gest‹o das ‡guas antes eram utilizados postos espanh—is para MUITO MAIS
das bacias hidrogr‡ficas transfronteirias. o efeito, e (2) foi definido um regime de IMPORTANTE NO
caudais m’nimos trimestrais e semanais nas
sec›es de referncia (Cedilho e Ponte de
CASO DO TEJO
A quest‹o dos transvases na bacia hidrogr‡fica
do Tejo volta a estar na ordem do dia. O que Muge), cumprindo um objectivo antigo de DO QUE NOS OUTROS
Ž que est‡ realmente em causa? densifica‹o do regime de caudais. Os RIOS LUSO-ESPANHîISÓ

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NOTêCIAS

Recupera‹o Plano de Gest‹o da Regi‹o Hidrogr‡fica


ambiental da Bacia (PGRH) do Tejo e Plano de Bacia
do rio Alviela Hidrogr‡fica (PBH) das ribeiras
Mais de 40 anos de problemas ambientais do Oeste em elabora‹o
graves e complexos do rio Alviela est‹o a
ser resolvidos. A ARH do Tejo, I.P. lanou o processo de elabora‹o do PGRH do Tejo e o PBH das ribeiras
do Oeste em finais de Outubro, atravŽs de um concurso pœblico internacional por lotes,
Foi assinado um protocolo entre a C‰mara processo que veio a terminar recentemente e se encontra em fase de adjudica‹o.
Municipal de Alcanena, a AUSTRA, o Instituto Pretende-se que estes planos, que d‹o cumprimento ao previsto na Lei da çgua e na Directiva-
da çgua, I.P. e a ARH do Tejo, I.P., que prev -Quadro da çgua, integrem um conjunto de medidas concretas e orientadas para uma gest‹o
um investimento de mais de vinte milh›es de dos recursos h’dricos eficaz, identificando as interven›es e os procedimentos necess‡rios
Euros. Concretamente, o protocolo estabelece para garantir os objectivos de planeamento e estabelecendo as prioridades e regras de
interven›es ao n’vel da reabilita‹o das redes actua‹o pœblica e privada nas ‡reas em causa.
de colectores de ‡guas residuais domŽsticas Atendendo ˆ necessidade crescente de integra‹o de tem‡ticas como suporte ˆ actividade
e industriais, da reabilita‹o da Esta‹o de de gest‹o dos recursos h’dricos, aposta-se na elabora‹o de instrumentos de gest‹o suportados
Tratamento de çguas Residuais (ETAR), da por tecnologias e ferramentas de gest‹o da informa‹o.
constru‹o da unidade de tratamento de
res’duos industriais (Òraspas verdesÓ), da
reabilita‹o da cŽlula de lamas n‹o estabiliza- Acordos de Plano de
das, da protec‹o de cheias da ETAR e da
colabora‹o com os
reabilita‹o do Mouch‹o de Pernes.
munic’pios para o Ordenamento
Encontram-se j‡ em execu‹o as empreitadas reforo dos diques do Estu‡rio do Tejo
de defesa contra cheias da ETAR de Alcanena
e a reabilita‹o da cascata do Mouch‹o de
do Tejo em elabora‹o
Pernes, obras essas adjudicadas pela ARH do A ARH do Tejo, I.P. assinou com as
Tejo, I.P.. No primeiro caso as obras consistem, C‰maras Municipais de Almeirim, Alpiara, A ARH do Tejo, I.P. lanou, em finais de
fundamentalmente, na substitui‹o da ponte Cartaxo, Chamusca, Goleg‹, Salvaterra de Outubro, o processo de elabora‹o do Plano
de acesso ˆ ETAR de Alcanena e zona adjacen- Magos e SantarŽm acordos de colabora‹o de Ordenamento do Estu‡rio do Tejo, atravŽs
te do aterro sanit‡rio e regulariza‹o da Ribeira com vista ˆ reabilita‹o, consolida‹o e de um concurso pœblico internacional, estando
dos Carvalhos, no troo que acompanha o manuten‹o dos cerca de 58 km de diques de momento a proceder ˆ avalia‹o das
recinto da ETAR. Relativamente ˆ cascata de de protec‹o do rio Tejo. propostas dos concorrentes, estimando-se o
Pernes, as interven›es consistem na recons- in’cio dos trabalhos de elabora‹o do Plano
tru‹o e reabilita‹o das margens do Mouch‹o. Compete ˆ ARH do Tejo, I.P. a elabora‹o para o in’cio do ms de Maro.
Ambas dever‹o estar conclu’das antes do final dos estudos e projectos e das candidaturas,
do ano. bem como a execu‹o e fiscaliza‹o das Este plano, projecto pioneiro a n’vel nacional,
respectivas obras. Os munic’pios ficam constitui uma oportunidade œnica para o
As restantes ac›es encontram-se em fase incumbidos da manuten‹o corrente dos planeamento, ordenamento e gest‹o do maior
de elabora‹o dos projectos, prevendo-se a diques e da instala‹o de equipamentos estu‡rio da europa ocidental, e da sua orla
conclus‹o das empreitadas atŽ 2013. A e sinalŽtica de frui‹o e lazer segundo os estuarina, ao qual se associa uma multipli-
ARH do Tejo, I.P. coordena as actividades projectos paisag’sticos por si elaborados. cidade de fun›es e usos o que faz com que
deste protocolo. seja reconhecida a necessidade de proteger e
gerir adequadamente a qualidade dos recursos
naturais que lhe est‹o associados, em especial
os recursos h’dricos.
Delega›es de competncias nos
munic’pios para a gest‹o do litoral
Pretende-se que este plano seja uma sede
privilegiada de articula‹o entre entidades pœbli-
cas e privadas para a promo‹o da concerta‹o
A ARH do Tejo, I.P. delegou nas C‰maras tec‹o e valoriza‹o do litoral que tem vindo de interesses e gera‹o de consensos com vista
Municipais de Alcobaa, Peniche, Torres a ser articulada com os munic’pios e tm a uma responsabilidade partilhada. Foram j‡
Vedras, Lourinh‹, Mafra e Cascais as com- por base o disposto na Lei da çgua (Lei promovidas duas sess›es debate sobre a
petncias do licenciamento e da fiscaliza‹o n¼ 58/2005, de 29 de Dezembro). problem‡tica do estu‡rio e desafios que se
referentes a apoios de praia e equipamentos. colocam ˆ elabora‹o do plano, das quais uma
Com respeito ao planeamento e ˆ gest‹o Com as presentes delega›es de com- com personalidades da comunidade tŽcnica e
de riscos costeiros preconiza-se um estrei- petncias inicia-se um processo que se cient’fica e uma outra com todos os mun’cipos
tamento da coopera‹o entre aqueles pretende ver alargado no seu ‰mbito, esten- da ‡rea de interven‹o do Plano. Na sequncia
munic’pios e a ARH do Tejo, I.P.. dendo a delega‹o a outras actividades de da primeira sess‹o foi publicado o 4¼ volume da
gest‹o do litoral, bem como aplicado aos colec‹o T‡gides, intitulado " O Plano de
Os protocolos assinados decorrem de um restantes munic’pios da orla costeira desta Ordenamento do Estu‡rio do Tejo. Saberes e
conceito e objectivos comuns para a pro- regi‹o hidrogr‡fica. Reflex›es".

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MUNICêPIOS
CARACTERIZA‚ÌO ABRANTES: DOIS RIOS,
DO CONCELHO UM POTENCIAL
Situado na rota das grandes acessibilidades, TURêSTICO
Abrantes Ž um concelho que se estende por
cerca de 713,46 km2, com 42 436 habitantes, Abrantes Ž, cada vez mais, um concelho com
distribu’dos por 19 freguesias. Para alŽm de forte potencial tur’stico. ƒ procurado pelo
ser atravessado pelo rio Tejo, localiza-se ainda seu clima e pela enorme oferta de turismo
no concelho a albufeira de Castelo do Bode. activo e actividades n‡uticas.
Abrantes soube converter as ‡reas adjacentes
aos dois rios que aqui passam Ð Tejo e Zzere
Ð em recursos tur’sticos de qualidade com
çGUAS DE ABRANTES uma oferta diferenciadora nos desportos

RUMO AO SUL
n‡uticos e na canoagem.
O Aquapolis Ð Parque Urbano Ribeirinho veio
potenciar a utiliza‹o do Tejo para o lazer.
Devido ˆ sua vasta extens‹o e com cerca de O espelho de ‡gua criado no rio, em arti-
metade da popula‹o fixada na sede do cula‹o com o Parque N‡utico da Aldeia do
concelho, a dispers‹o de aglomerados Mato e com a Esta‹o de Canoagem de
populacionais, separados por grandes Alvega, colocam Abrantes numa posi‹o
dist‰ncias, condicionou o tipo de abaste- privilegiada para a pr‡tica de desportos
cimento pœblico de ‡gua. Actualmente exis- n‡uticos. O Tejo Ž hoje um rio com as margens
tem 27 sistemas, 10 deles com menos de organizadas e requalificadas, dispondo de A assump‹o de uma gest‹o sustent‡vel
500 habitantes. um conjunto de equipamentos que permi- dos recursos h’dricos, promovendo a sua
Este territ—rio Ž rico em sistemas h’dricos, tem desfrutar do rio. O Aquapolis tem como protec‹o e valoriza‹o, Ž estratŽgica para
desde logo porque Ž atravessado pelo Tejo e elemento fundamental o Aude Insufl‡vel, o desenvolvimento sustent‡vel.
pelo seu afluente Zzere. A norte, situa-se a estrutura inovadora respons‡vel pela cria- O desenvolvimento sustent‡vel Ž hoje o
albufeira de Castelo do Bode, que garante o ‹o da enorme albufeira artificial que veio paradigma das sociedades que se querem
abastecimento pœblico, em quantidade e reformular a paisagem urbana e transformar mais justas socialmente, economicamente
qualidade ˆ ‡rea metropolitana de Lisboa e Abrantes num centro de vida estival. vi‡veis, mas tambŽm ambientalmente
a Abrantes, servindo hoje cerca de 44 % da A norte do concelho, nas ‡reas da barragem respons‡veis.
popula‹o concelhia. de Castelo do Bode, a C‰mara viu um po- A Lei da çgua vem garantir que as pol’ticas
Mas a expans‹o deste sistema parou no Tejo. tencial tur’stico e, nos œltimos anos, investiu de gest‹o dos recursos h’dricos promovam
Considerando que na outra margem vivem particularmente na vertente do turismo ligado padr›es de qualidade e quantidade de ‡gua
mais de 18 000 habitantes, impunha-se a ex- ˆ ‡gua, ao lazer e ˆ aventura. A Praia Fluvial adequadas.
pans‹o do abastecimento para Sul, expans‹o de Aldeia do Mato, com Bandeiras Azul e A nossa responsabilidade enquanto autarcas
pensada desde a gŽnese da op‹o pelo Castelo ÒPraia Acess’vel Ð Praia para Todos, para alŽm ao aplicarmos esse normativo Ž valorizar
do Bode. O primeiro passo foi dado com a de estar reconhecida pela qualidade ÒOuroÓ este recurso, escasso, no seu valor social,
coloca‹o de uma conduta no Aude do Tejo, da ‡gua (reconhecimento da QUERCUS), tornando-o acess’vel e introduzindo medidas
permitindo vencer esta barreira natural. Em com a interven‹o ali operada transformou- que levem ˆ sua poupana e que previnam
Maro de 2009 foi apresentado um estudo -se no lugar ideal para quem gosta de espa- fontes de polui‹o.
prŽvio que definia os principais sistemas a os naturais aliados ao lazer e com elevado A requalifica‹o e valoriza‹o das margens
abranger e estimava o investimento na or- potencial para a pr‡tica de desportos n‡uti- ribeirinhas, criando infra-estruturas que pos-
dem dos 7,3 milh›es de euros. Entretanto, cos, para alŽm de garantir alojamento em sibilitem a devolu‹o dos rios ˆs popula›es
foi lanado concurso para a execu‹o do bungalows, um novo conceito que combina para uma frui‹o desse patrim—nio natural
projecto que dever‡ estar conclu’do em com o espao envolvente rodeado de vege- Ž des’gnio de novos investimentos.
meados de 2010. ta‹o e ‡gua. Em Abrantes Ž este o planeamento es-
tratŽgico que qualifica as interven›es
municipais e supra-municipais: o Centro de
Para mais informa›es consultar o portal Interpreta‹o do Tejo IbŽrico, o Aquapolis,
de turismo do munic’pio em: o Centro N‡utico, os percursos pedonais e
http://sic.cm-abrantes.pt/turismo/site/ cicl‡veis s‹o projectos em curso para a
promo‹o do Tejo. A grande rota do Zzere
e a praia fluvial de Aldeia do Mato ir‹o
contribuir decisivamente para a promo‹o
da albufeira de Castelo do Bode.

O Tejo e o Zzere:
Muito mais que dois rios.

Maria do CŽu Albuquerque


Presidente da C‰mara Municipal de Abrantes

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NEWSLETTER_ARH_FEV_WEB:ARH 2/17/10 12:01 PM Page 8

AGENDA CONTACTOS

ÒMARCAS DE çGUAÓ CONFERæNCIA SEDE


O LEMA DO 10¼ "A REGULA‚ÌO DOS Administra‹o da Regi‹o Hidrogr‡fica
do Tejo, I. P.
CONGRESSO DA çGUA SERVI‚OS DE çGUAS E Rua Braamcamp, 7

De 21 a 24 De Maro RESêDUOS EM 1250-048 LISBOA


Tel.: 211 554 800
ALVOR PORTUGAL" Fax: 211 554 809

25 De Fevereiro Gabinete Sub-Regional do Oeste


(GOE)
O 10.¼ Congresso da çgua, promovido pela CCB Av. Eng¼. Lu’s Paiva e Sousa, 6
APRH, tem in’cio este ano na data em que 2500-329 CALDAS DA RAINHA
Tel.: 262 100 630/1
se assinala o Dia Mundial da çgua, no Hotel Organizado pelo Centro de Estudos de Direito Fax: 262 100 645
Pestana Alvor Praia, no Algarve, com o lema Pœblico e Regula‹o da Faculdade de Direito
ÒMarcas de çguaÓ. da Universidade de Coimbra, realiza-se o Gabinete Sub-Regional do MŽdio e Alto Tejo
(GMAT)
col—quio ÒO novo regime jur’dico dos servios Praa Visconde Serra do Pilar, 4, 1¼
Durante os trs dias do Congresso v‹o ser municipais de abastecimento de ‡gua, de 2000-093 SANTARƒM
Tel.: 243 109 600/1
debatidos assuntos relacionados com a Òçgua saneamento e de gest‹o de res’duosÓ.
num mundo em mudanaÓ, o ÒConhecimento V‹o ser abordados assuntos como os poderes P—lo de Abrantes
para satisfa‹o de necessidadesÓ, a ÒGover- de regula‹o da ERSAR, os modelos de Rua D. Jo‹o IV, 33
2200-397 ABRANTES
nana da ‡gua na sociedade actualÓ, os gest‹o dos servios municipais, a gest‹o em Tel.: 241 100 050
novos conhecimentos e inova‹o no sector parceria pœblica e por empresas municipais
da ‡gua e aproveitamentos n‹o-convencionais P—lo de Portalegre
e concession‡rias.
Bairro da Fontedeira, Bloco 1 Cave
de recursos h’dricos num painel denominado A sess‹o de encerramento Ž presidida pela 7300-076 PORTALEGRE
ÒPara l‡ da Caixa d'çguaÓ e ÒForma‹o e Ministra do Ambiente e do Ordenamento do Tel.: 245 100 560
Fax 245 100 561
culturaÓ. Territ—rio, Dulce çlvaro P‡ssaro.
P—lo de Castelo Branco
Rua S‹o Jo‹o de Deus, 27, 2¼
6000-276 CASTELO BRANCO
Tel.: 272 100 510
ÒOS PLANOS DE ORDENAMENTO DA ORLA COSTEIRA: Fax 272 100 511

BALAN‚O E REFLEXÍESÓ P—lo da Guarda


DA COLEC‚ÌO TçGIDES Jç PUBLICADO Gaveto das Ruas Pedro çlvares Cabral
e Almirante Gago Coutinho
6300 - 517 GUARDA
A ARH do Tejo, I.P. acabou de publicar o Tel.: 271 100 584
quinto nœmero da colec‹o TçGIDES com
ÒOs Planos de Ordenamento da Orla Costeira,
Balano e Reflex›esÓ que reœne uma sŽrie
de contributos que podem constituir uma
mais-valia para a defini‹o de uma estratŽgia
coerente para a valoriza‹o e protec‹o do
litoral.

A colec‹o TçGIDES Ž uma edi‹o da ARH


do Tejo, I.P. de cariz tŽcnico-cient’fico e de
divulga‹o, aberta ˆ comunidade. Tem o Tejo
e as ribeiras do Oeste como denominador
comum, interessando-se pela sua hist—ria,

01
pelo seu patrim—nio, pelas suas utiliza›es e
pelas suas gentes.

FICHA TƒCNICA FEVEREIRO


Propriedade: ARH do Tejo, I.P. Edi‹o: Fontes Pr—ximas Comunica‹o
Director: Manuel Lacerda Textos: ARH do Tejo, I.P.
Design: Arte-Final, Design e Publicidade, Lda.

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