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O outro lado!

Maria era uma jovem de 10 anos que morreu num lindo dia de Verão.
Ninguém sabe como morreu, visto que era muito saudável. No seu funeral,
pouca gente apareceu, pois esta era uma morte triste. Mesmo assim, não
impediu que a alma subisse aos céus.
Quando Maria acordou, reparou que não estava no cemitério, mas sim
fora da Terra. Terra... um planeta feito de água salgada e continentes. «Uau,
então o meu planeta era assim? A professora tinha razão ao dizer que também
se chamava planeta azul» – pensou Maria.
De repente, parou. Maria observou com atenção a constelação que
estava ao lado.
- É a Ursa Menor! Aquela onde se situa a estrela polar – disse Maria, como se
fosse uma professora a falar.
Continuou a vaguear, quando encontrou dois cometas com chapéus.
Pareciam mesmo polícias. Maria, curiosa, perguntou:
- Desculpem? Que se passa?
- És uma alma? – perguntou um dos polícias.
- Sou. Eu vou ter de ir para onde? Quer dizer, eu não vou ficar a vaguear pelo
espaço, ou vou?
- Não, não. Tu vais para um planeta, conhecido como planeta das almas. Para
lá chegar, apanha o cometa B13.
- Cometa? Que é isso?
- Não sabes? Os cometas são astros naturais, compostos por poeira, gelo e
pequenos fragmentos rochosos.
- Ok. Obrigado pela ajuda! Adeus! – disse Maria, cheia de pressa para ver o tal
planeta.
Maria vagueou muito até encontrar o tal «autocarro». Estava lá pouca
gente, o que Maria pensou ser bom. Mal entrou, viu que o seu avô, há pouco
falecido, era o condutor.
- Avô! Estou tão contente por vê-lo de novo! – disse Maria, a transbordar de
alegria.
- Eu também estou contente, mas como chegaste aqui? – estranhou o avô.
-Morri, pelos vistos. Estava a dormir e... CATAPLUF! – respondeu Maria, com
o ar mais natural do mundo.
- Ahh... Olha, daqui a pouco vamos passar por Betelguese, uma estrela muito
quente e brilhante. Vai formar uma cauda muito bonita neste autocarro, vais
ver.
Maria sentou-se lá no fundo e reparou que, no lugar de um cometa,
estava uma cauda brilhante, que era o resultado do reflexo no gelo da grande
parte da luz solar que recebem. Foi um espectáculo memorável.
Passou bastante tempo, até Maria descobrir que o avô não estava
necessariamente a conduzir o cometa B13. Perguntou-lhe:
- Avô, tu não estás a conduzir o autocarro?
- Isso, minha neta, é porque estamos a ser atraídos pela força gravítica do
planeta das almas – respondeu-lhe.
- Força gravítica? – perguntou Maria para si mesma.
- Sim. Alguns planetas têm uma massa tão grande, que atraem tudo o que
está à volta. Nós, por exemplo, estamos a ser atraídos.
- Ok. Já agora... Quando chegámos?
- Olha para o teu lado esquerdo. – pediu o avô.
Maria nem queria acreditar. Ela pensava que o planeta das almas era
sombrio e frio, mas não. Era um planeta com luz - própria, gasoso e cheio de
vida e alegria.
- Uau! Este sítio, embora seja para onde vão os mortos, é bem vivo, e todas as
almas são felizes! – disse Maria, cheia de espanto.
E tinha razão!

Duarte, 7.º A

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