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UM MOVER D’OLHOS,

BRANDO E PIEDOSO

Soneto de Camões
Um mover d’olhos, brando e piedoso
Um mover d’olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;

Um despejo quieto e vergonhoso;


Um repouso gravíssimo e modesto;
Uma pura bondade, manifesto
Indico de alma, limpo e gracioso;

Um encolhido ousar; uma brandura;


Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento; Circe1 era uma feiticeira da
mitologia grega que
transformou os companheiros
Esta foi a celeste formosura de Ulisses em animais para
Da minha Circe1, e o magico veneno impedir que aquele herói
prosseguisse viagem, ficando,
Que pôde transformar meu pensamento. assim, com ela.
Estrutura e características dominantes

 Nas primeiras três estrofes, está presente uma


enuneração de características. E a última estrofe é a
conclusão do soneto.
 Este soneto é um elogio à mulher, como os outros
poemas de Camões, mas este elogia não só as
características físicas, mas também as características
psicológicas da mulher. (Modelo Petrarca)
. Serenidade/brandura
. Doçura/humildade/ recato
 Neste soneto não existem elementos bucólicos.
 Alusão ao amor platónico. Um amor sem culpas
 O sofrimento amoroso.
Petrarca
Estrutura
Um mover d’olhos, brando e piedoso,
Sem ver de quê; um riso brando e honesto,
Quase forçado; um doce e humilde gesto,
De qualquer alegria duvidoso;

Um despejo quieto e vergonhoso;


Um repouso gravissimo e modesto; Enumeração de
Uma pura bondade, manifesto característicos
Indico de alma, limpo e gracioso;

Um encolhido ousar; uma brandura;


Um medo sem ter culpa; um ar sereno;
Um longo e obediente sofrimento;

Esta foi a celeste formosura


Da minha Circe, e o magico veneno Conclusão
Que pôde ransformar meu pensamento.
Paráfrase
 Na primeira estrofe, “Sem ver de quê”, “Quase forçado “, “De
qualquer alegria duvidoso” significa que esta mulher não tem
sentimentos intensos, é apresentada como se fosse uma figura quase
intocável e inacessível.
 Na segunda estrofe, o sujeito poético continua o retrato idealizado da
mulher amada, adicionando adjectivos que qualificam a sua
serenidade e doçura.
 Na terceira estrofe,a postura da mulher é apresentada como
sofredora, mas sem culpas, ou seja, ela vive e/ou inspira apenas um
amor distante e platónico.
 Na última estrofe :
 “Celeste” e “Circe” – são elementos que levam à divinização da
mulher e à atribuição de um poder superior a está figura.
 “e o mágico veneno que pôde transformar meu
pensamento”- Significa que a mulher prendeu o sujeito poético
aos seus encantos, como se fosse uma feiticeira, o sujeito poético
perdeu a capacidade de controlar os seus sentimententos. Além
disso o amor é aqui associado ao veneno, que mata, que destrói,
que causa sofrimento.
Recursos Estilísticos
Um Dupla As duplas
Um mover
mover d’olhos,
d’olhos, brando
brando ee piedoso,
piedoso,
Sem adjectivação adjectivações e as
Sem ver
ver de
de quê;
quê; um
um riso
riso brando
brando ee honesto,
honesto,
Quase e anteposições do
Quase forçado;
forçado; um
um doce
doce ee humilde
humilde gesto,
gesto,
De anteposição adjectivo têm como
De qualquer
qualquer alegria
alegria duvidoso;
duvidoso;
do adjectivo objectivo reforçar as
Um características da
Um despejo
despejo quieto
quieto ee vergonhoso;
vergonhoso;
Um mulher.
Um repouso
repouso gravissimo
gravissimo ee modesto;
modesto;
Uma
Uma pura
pura bondade,
bondade, manifesto
manifesto
Indico Dupla adjectivação
Indico de
de alma,
alma, limpo
limpo ee gracioso;
gracioso;

Um
Um encolhido
encolhido ousar;
ousar; uma
uma brandura;
brandura;
Um
Um medo
medo sem
sem ter
ter culpa;
culpa; um
um ar
ar sereno;
sereno;
Um
Um longo
longo ee obediente
obediente sofrimento;
sofrimento; Anteposição do adjectivo

Esta
Esta foi
foi aa celeste
celeste formosura
formosura Hipérbole
Da Metáfora
Da minha
minha Circe,
Circe, ee oo mágico
mágico veneno
veneno
Que
Que pôde
pôde ransformar
ransformar meumeu pensamento.
pensamento. Perífrase
Recursos Estilísticos

É uma hipérbole porque está a


elogiar a mulher como se fosse
Esta
Esta foi
foi aa celeste
celeste formosura
formosura Hipérbole
divina, exagerando portanto as
Da
Da minha
minha Circe,
Circe, ee oo mágico
mágico veneno
veneno características da figura
Que
Que pôde
pôde ransformar
ransformar meumeu pensamento.
pensamento. feminina.

Metáfora
É uma metáfora porque a
beleza da mulher transformou Perífrase É uma perífrase
o pensamento do sujeito para designar a
poético. sua amada
Questões

 Através da análise desde soneto e das observações do


sujeito poético presentes nele, indica:
• de que modo a caracterização da mulher
influencia o sujeito poético.

• a intencionalidade da hipérbole presente na


última estrofe.
Trabalho Realizado Por:
 Ana Sequeira nº1
 Tânia Marques nº20
 Telma Oliveira nº22
 Valério Teixeira nº23

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