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{questio no bojo da diseussio que atravessou 0 século: individuo ‘ou sociedad, quem determina quem? i srioso observar que Freud muitas vezes como algo que mudaria © Funcionamento psiquico; o segundo quando esse busca cia nas massa a condicdes de exisénca do individvo, Freud, nese sentido, esta refutando as expicades reducionistas do modo de funcionamento da massa pelo do individuo. No entanto, algumas de suas explicagies, mesmo tentando associar procesios de identfcagio com ides de ego projetados, nto acabaram por reair no modo de funcionamento psiquico individual para explicar os Fenémenos de massa? No entanto, talveza questi principal de Fred, em tal text, estivesse respond, pos, no arcabougo de sua consteusio tere ele buscava compreender como a expansio narcsica poderia ser Timitada, como o ideal de ego se atculava com essa limita, partndo da idea de que a sociedad sera melhor se formada por Jhomens de raio. ‘A polémica individu versus sociedad (masss) hava ganado novos ¢ importantes ingredienes e isso seria apenas o comeso, pois outras inluéncas, outeos fatores, outzos pontos de ruptura ¥iriam impulsionaras pesquisas com/sobee grupos Recapitulemos as prineipais linhas tragadas até agort a conformaso da insttigso grupo: Linha 18: que vem do modo-individuo, delineada especialmente no séeulo XVIL Linha 19: que vem dos movimentos de massa, expressivos no século XIX. inka 17: que “esculpe” o vocibulo gruppo e suas dus nas de signifcagao (ag eeeculo). Linha N: implementada pelos nomsinalistas. inka R:implementada pelos relists. inka U: exprimentada pelos wtopist. su Le Bone ‘Me Dougall: © primeiro, quando enfitiza o niimero de pestoss inka F:erada por Freud, com seus coneeitos de libido, identiasio ideal de ego. dav que esas nas se ates o tempo todo, algunas em certos momentos tilham os mesmos caminhos, algumas 0 tnais fortes outas mais nuts, Poderiamos também nomed-as de tiverss manciras ou destacar ours. As nas aqui registradas correspondema alguns dos possiveis movimentos que nos peritem pensar o modo de constiisio da nwinio grup. O que vi fcando Nisivel 6 a multipiidade de pontos de bifueagi. Sem divida, “oncordams com Foucault, em sta Tetra de Nietsche, quando nos diz: “Segui ofiko comypexo da provincia ¢, a contri, tnanteroquese pass na dispeno que the pp: €demarear os scidenten, sino desis.” (1979, p.21), Pxemos,entio, outs Tinhas Linhas e composigdes da instituigio grupo: a montagem das cartografias grupais UNH M Esta linha ve das experiéncias de Moreno, psiquiatra romeno ‘que, por volta do fim da Primeira Guerra, observa efeitos terapeiticas em seus trabalhos com o teatro da espontancidade. Tnicia, assim, ama passagem da arte dramtica & psicoterapia, criando o psicodrama. Esse nfo apenas se constituiu em uma das alternativas psicoterapéuticas atuais, com seus aportes tedricos & suas téenieas préprias, como também infTuenciou outras correntes rupalistas. Mas Moreno, ao emigrar para os Estados Unidos, viria a desenvolves, em 1930, 0 trabalho com grupos em outro plano, Criow a sociometria, ocupando-se, desta vez, com as relagdes de simpatia, antipatia e indiferenca estabelecidas entre os seres humanos. © sociograma seria a representagiio grifica dlessas redes de preferéncia ¢ rejeigio, revelando hierarquias, sistemas de poder. Era uma técnica de mudansa sociale set objetivo era pensafinterve no sistema de grupos, na communi como um todo. Segundo Lapassade (1977, p. 81-52) A intervengio sociométrica nos grupos & nas instituigdes , portanto, andloga A do psica= drama: trata-se sempre de liberar a esponta= neidade ea criatvidade, a capacidade de inventar ‘uma histéria pessoal ou um histéria coletiva, ‘Trata-se, portanto, de conhecer os geupos, nfo inalidade exclusiva de pesquisa, mas, ao contririo, para facilitar as mudangas. Accatarse ea dramatizagio de confltos psicolégicos ram os principasfatores terapéuticnsacionados por Moreno, naquilo que veo ser demominado psicecrama. No campo da investgasao social, ‘0 instrumentoprivileiado foi osociograma, questiondrio de poucas Perguntas que trgava as redes de relagSes entre as pessoas de wm supo efou onganizagto. Sidon (1983) destaca és perfodos no trabalho de Moreno: o deestruturag (em Viena), o de realizagio (na América) e 0 de apropriagio do mundo (0 grande projeto ‘moteniano). O que marca o primero periodo, alm de seus primis escritos poétien ede suas exploragbes no campo teatal x passagem do’ Teatro de Improvisagio parao Psicotrama’Teapéuticoutizando~ se principalmente, como jé apontamos, da catarse. = © segundo periodo caracteriza-se pela implantasio do ‘sicodrama nos Estados Unidos e pela crag da sociometi,a partie dle uma pesquisa sobre relagbesinterpesoais em uma comunidade de delinguentes. Isso acontece em 1932 e, a partir dai, vai ser observado o inteesse de outras reas, como ada incistra.O terceio momento & 0 da afrmagao do psicadrama no cenéio das piticas Psicoterapéuticas, nfo apenas através da criaglo de associagies © sociedades de psicodrama, que se espalharam por diversos paises, como também pela influéncia que exerceu em outras correntes yrupaistas, (© propesito de se puxar a linha M é0 de tomar visivel um dos jpontos de bifurcagio da composigio da instituigdo grupo. Esti claro {ive mio se trata, no momento, de apresentar as contribuigSes thorenianas e, muito menos, de analisara abrangéncia que ela possa fer tido no movimento dos grupos. O que se quer ressaltar € que se nha e toda seu consequente desenvolvimento foi importante fo desenho daquilo que passou a ser considerado grupo. Estamos, com isso, afirmando que o grupo, apesar de ter aparecide como vocibulo desde 0 século XVII ¢ apesar de ter passudo a signficar reunio de pessoas por volta do século XVIT, ipenas se constituird como instituigio no século XX. O que esta~ nnios chamando de instituigio? Uma composigio de linhas que 1o se atravessarem produzem campos de saber, redes de poder, especialismos, Linhas que matcam tersitrios, produzindo tan- to objetos, como sujeitos. Objetos que precisam ser inseridos Ulentre os cédigos existentes ou eriarem outros, de tal forma que nada escape, nada fique fora. Objetos que ao se tormarem instituigfo se naturalizam e seapresentam como deja 2. Obj tos que, ao se naturalizarem, se descolam dos processos hist rieos, sociais, econémicos e politicos que os produziram. Obj tos datados pelas forsas em luta que contam sua histéria, marcados pelos sulcos, tremores € mupturas que compdem sua geografia, mas que por sua prépria existéncia tentam apa~ gar esses rastros. Instituigdies que passam a exigir respostas tedrico-téenicas a serem dadas por especialistas, os quais hnovamente as instituem, cada vex mais afastadas do que pulsa, do que flui, ascetizando as disputas e vontades que as cons~ [As insttuigdes so como estituas de areia: mostram-se fixas « desistorizadas, mas 08 gelos que as compoem estio, ainda que Imperceptivelmente, se movimentando, os fos nao param de se os gitar; 0 mar est ali adiante, podendo, a qualquer momento, levar (0 grios de areia que compéem essasestituas, fend com que clas desaparesam, = uNiaK Puxemos, ainds, uma outra linha. Vamos chamé-la de linha K, em homenagem a Kurt Lewin, psicdlogo alemo que constr sua teoria de campo como tentativa de superaso do que conside= rava como coneeitos aristotélicos na pricologia, Criticava os conccitos de classe, as classificagses abstratas, o empirismo da ascumulagio de dados. Na construgio de sua teoria, Lewin se utilizar de parte da matemitica ~ a topologia, para representar a ‘estruturat do campo psicoligico, bem como a hodologia, para os problemas relativos as tensdes e aos campos induzidos. A nogio de campo psicoldgico implica tanto a pessoa, como 0 meio, Lapassade assinala quatro momentos na obra de Lewin. No primeizo, que vai até 1930, Lewin se interessa por assuntos lissicos da psicologia experimental. No segundo periodo, a partirde 190, jinos Estados Unidos, ele continua ase interessar pela psicologia individual, mas através de uma outra ética, Pela utilizagao da topologia, mas também influenciado pelo eletro- ‘magnetismo e pelo conceito de dintmica elaborado por Freud, criaa teoria de campo. No terceiro, periodo de pesquisa expe- imental, a parti de 1938, desenvolve a conhecida experiéncia sobre climas sociais, que obteve grande repercussiore que defla- gra seu interesse mais dirigido aos grupos. Um quarto periodo teria ve dado nos iltimos anos de vida de Lewin, quando ele comeya a desenvolver experigncias sobre © campo social mais amplo, No que se refere aos grupos, Lewin fo, sem diva, um dos sgrandes tesricos, lancando as bases de muito do que ainda hoje se fala, pensa € faz nos grupos. Algumas de suas hipdteses sio 96 baluartes do mundo gropalist: o gapo é mais do que a soma de sas partes; quando hi modificagio de una das partes, a estratura srupal se modifica; 0 geupo é uma realidade ieeedutivel 208 ‘ndviduos que o compdem. Ao afirmar«unidade do todo do grupo «as relagdes dindmicas estaelecidas entre os elementos que 0 compaem, Lewin cria a dinimica de grupo, termo que aparece pela primeira vex em 1944, em um artigo de sua autoria. As contribuigbes de Lewin se dirgem também paraa dreadosmétodos de investigagto, quando propoe a action research, pesquisa-agao, «que inclu © pesquisador em seu campo de pesquiss E bastante significativo que tanto Moreno quanto Lewin teoham desenvolvdo suas experizncias nos Estados Unidos, entre 1s décadas de 30-40 (em 1932, Moreno fsa experiéncia com o grupo de delinquentes e, em 1938, Lewin desenvolve sua experigncia sobre os climas soca). O que acontecia,entio? Por «que 08 grupos passam a sr objeto de tanto interesse? “Taylor comesa adivulgar suas experiéncias realizadas em uma indistria,em fins do século XIX, inicio do século XX (1895-1903- 1905), nos Estados Unidos. Seus objetivos ~ 0 aumento da produtividade e 0 controle do trabalho ~ tém como obsticulo a édlugio do ritmo do trabalho imposta pelo movimento operio. Ele critica a onganivagio ea diregfo da produgio, mostrando que o ponto principal a ser modificado diz respeito ao lugar que o saber fazer dos trabalhadores ocupa. O que isso queria dizer? Que havia um saber no sistematizado, nio padronizado, transmitido orale mente através dos anos pelos tabalhadores e que eles mantinbara ‘para si, Esta iniciativa opera, de manter secreto seu saber-podes, era instrumento fundamental para sua preservasao contra a completa exploragio, estabelecida na relagio eapital-trabatho de centio. Taylor, a captar esse nivel de rexisténcia, montow um:

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