Nos anos derradeiros da vida parlamentar do Egito, a Irmandade Muulmana estava

engajada, como visto acima, em sua luta contra a influncia britnica e ocidental no pas e,
nesta empreitada, tinha interesses comuns com os militares, em especial um grupo que viria
a ser conhecido como Oficiais Livres, para o qual o nacionalismo era um valor muito caro.
medida em que foi ficando bvio que a monarquia, ento sob o rei Farouk, e os governos
designados por ela no romperiam de uma vez com o Reino Unido, os militares
nacionalistas e a Irmandade Muulmana no s tinham um interesse em comum como se
tornaram aliados muito prximos.
Mitchell mostra que militares treinavam irmos muulmanos em campos pblicos montados
em universidades e escolas secundrias e tambm em locais privados (1993, p. 89) e afirma
que os contatos entre a Irmandade e os oficiais (que incluam Anwar al-Sadat e Gamal
Abdel Nasser) tiveram importncia histrica pois serviram, entre outras coisas, para a
encorajar Al-Banna a prosseguir com seus prprios planos para [realizar] atividades
secretas revolucionrias (1993, p. 96). Mitchell tambm deixa claro como era prxima a
ligao de Nasser com os irmos muulmanos: em 1950 ele afirmou ao ento premi, em
audincia, que era simpatizante da Irmandade e, aps o compl dos Oficiais Livre quase ser
descoberto, transferiu secretamente um estoque de armas para a propriedade do pai de um
importante irmo muulmano (1993, p. 100).
As presses contra a monarquia, que se arrastavam por dcadas,
chegaram ao pice em 23 de julho de 1952, quando uma disputa a
respeito do futuro do clube de oficiais 8