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suplantar a identidade egpcia relacionada com o perodo anterior, de liberalismo

influenciado pela Europa. A busca pela arabizao era deliberada por parte de Nasser e
mirava no somente o Egito, mas todo o entorno. Como afirma Osman, havia uma clara
preocupao em no alienar comunidades crists importantes, como a existente no Lbano,
e assim a sociedade no era retratada pelo Estado como sendo religiosa, mas sim secular,
uma prtica escancarada pelo aparato de comunicao estatal, cuja retrica glorificava as
pessoas, a nao, nossa histria rabe e se distanciava de qualquer linguagem ou
simbolismo religioso (OSMAN, 2011, p. 166). O mais claro exemplo de sucesso do panarabismo de Nasser foi a Repblica rabe Unida, fundada quando a Sria e o Egito
assinaram um acordo de unio poltica, que existiu entre 1958 e 1961.
A derrocada de Nasser e do nacionalismo rabe comeou a se dar por
conta da projeo de poder realizada por ele a partir do Egito. A
expanso da influncia egpcia criava perigos para trs importantes
atores estratgicos do Oriente Mdio a Arbia Saudita, os Estados
Unidos e Israel. Os sauditas representavam um regime monrquico e
teocrtico, projeto amplamente antagonista ao de Nasser, e que o via
como inimigo, especialmente aps tropas egpcias ajudarem os
republicanos iemenitas a destronarem a monarquia na guerra civil do
Imen (1962-1970). Os norte-americanos tambm viam em Nasser um
grande perigo, pois este, alm da proximidade com a Unio Sovitica,
era capaz de unificar os povos do Oriente Mdio, e controlar essa regio
estratgica, assim como as fontes de petrleo e rotas comerciais to
caras a Washington. Israel, por sua vez, via a ameaa de Nasser como
fatal, pois ele retratava o conflito contra o Estado judeu como um a ser
travado por todos os rabes e no apenas pelos palestinos, pois via
Israel como uma base militar ocidental no corao do mundo rabe,
cuja funo era dividi-lo (OSMAN, 2011, p. 71). Tal viso de mundo se
contrapunha ao interesse de Israel de ser

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