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As relações, e isso é perceptível, não são entes neutros ditados pela vontade ou
pela conveniência dos envolvidos. Na realidade, no campo social, as relações
e sua dinâmica são firmemente formulados e sancionados por instrumentos
como a religião (seja ela qual for) , pelo direito e , principalmente, pelos
costumes ou moral.
Algumas questões estão colocadas no caminho que nos fazem pensar se esses
arranjos são viáveis tanto no âmbito social como no individual, até porque
no aspecto legal ela não é sequer aceita, podendo ser classificado, facilmente
como poligamia.
O fato de algo ser libertário não significa apenas conformar a atual situação
à um novo patamar mas sim erodir definitivamente as bases da ditadura da
moral e dos costumes (geralmente bons costumes) em nome de uma nova
moral e um novo código de ética na qual tanto o poliamorismo como outras
correntes de pensamento transformador venham a se assentar.
O que temo, e não tenho nenhum pudor em dizer, é que sob o rótulo libertário
do poliamorismo se abriguem teses que conduzam, na verdade, à poligamia e
sobretudo, a egos feridos, sentimentos destroçados e manchas à um ideal que
pode guardar realidades belas e libertárias.
Na minha visão, devemos usar aquele velho ditado: "não está pronto, não
desce para o play" e é bom ter consciência que não estamos em uma época
onde a generosidade, compreensão, empatia e intenção de construção de uma
realidade que nos seja cara e de grande crescimento, seja sequer a tônica
majoritária.
Para o poliamorismo é necessário um novo ser humano. Cumpre-nos
constatar que ele exista.
Saudações!