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Síndrome de Burnout e a Saúde do Professor

Uma das síndromes que acometem a classe é a Síndrome de Burnout. É uma


doença que acomete médicos e professores, categorias ligadas diretamente a situações de
estresse. O termo significa ‘burn’, queimar, ‘out’, por fora. Surgiu na década de 70, nos
Estados Unidos, como justificativa para a falta de atenção e desinteresse de trabalhadores
de uma organização. Foi definida como esgotamento profissional, uma síndrome
psicológica decorrente da tensão emocional decorrente de situações desgastantes
vivenciadas no ambiente de trabalho.

Segundo Chafic Jbeili (2008), a síndrome se efetiva e se estabelece no estágio mais


avançado do estresse, sendo notada primeiramente pelos colegas de trabalho, depois pelas
pessoas atendidas pelo profissional e, em seu estágio mais avançado, pela própria pessoa
quando então decide buscar ajuda profissional especializada. Inicia-se com o desânimo e a
desmotivação com o trabalho e pode culminar em doenças psicossomáticas, levando o
profissional a faltas frequentes, afastamento temporário das funções e até à aposentadoria,
por invalidez.

Diversas situações somam-se para chegar a esses sintomas: excesso de trabalho,


falta de reconhecimento, salários baixos, falta de respeito, violência, assédio moral. Aliados
a esses aspectos, apresentam-se outros, como a falta de disciplina com a vida pessoal, de
objetivos, lazer e tempo para si mesmo.

O esgotamento mental é o ponto final deste caminho.

Mas como reconhecer os sintomas?

Eles se apresentam em diferentes momentos. No primeiro, observa-se que a vontade


em ir ao trabalho fica comprometida. Há ausência de estímulos positivos em relação às
atividades docentes. Surgem dores psicossomáticas.

No segundo momento as relações com colegas de trabalho começam a ficar difíceis


e há uma tendência ao isolamento. Surgem pensamentos neuróticos de perseguição e
boicote por parte do chefe ou colegas de trabalho, fazendo com que a pessoa pense em
mudar de setor e até de emprego. As faltas começam a ficar frequentes e as licenças
médicas também.

Finalmente, as habilidades e capacidades ficam comprometidas, os lapsos de


memória ficam mais frequentes e a atenção fica dispersa ou difusa. Doenças
psicossomáticas como alergia e picos de pressão arterial começam a surgir. Inicia-se ou
eleva-se a ingestão de bebidas alcóolicas como paliativo para amenizar a angústia e o
desprazer vivencial. Despersonalização, ou seja, a pessoa fica indiferente em suas relações
de trabalho culminando em cinismo e sarcasmo.
Os professores estão à procura do equilíbrio entre a dedicação à profissão e à
própria vida. A luta da categoria pelo respeito social, por uma colocação decente dentro do
mercado de trabalho e com condições adequadas, futuramente, proporcionarão bem-estar
aos profissionais.

Profª Andrea Oliveira da Fraga Goulart – Bióloga. Docente da Rede Estadual e


Privada. Pós-graduanda em Biotecnologia pela Universidade Federal de Lavras/MG.
Palestrante da área de saúde e comportamento.

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