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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS

INSTITUTO DE CIENCIAS EXATAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

Vida e Obra de Leonhard Euler

Rondonópolis, 08 de Julho de 2010.


Universidade Federal de Mato Grosso

Campus Universitário de Rondonópolis

Instituto de Ciência Exatas e Naturais

Departamento de Matemática

Disciplina: História da Matemática

Docente: Marcos André

Tema: Vida e Obra de Leonhard Euler

Discentes: Fabrício Barbosa Amorim


Saulo José da Silva
Vida e Obra de Leonhard Euler
Euler é um dos maiores matemáticos de todos os tempos. Ele nasceu na
Basiléia, no norte da Suiça quase na fronteira com França, no dia 15 de Abril
de 1707. Filho primogénito de Paul Euler, um pastor protestante calvinista de
poucos recursos e da sua mulher Margarete Brucker. Euler foi inicialmente
educado pelo próprio pai, ex-estudante de Jacob Bernoulli. Iniciou os estudos
em Teologia em 1720 na Universidade da Basiléia. Posteriormente passou a
estudar Matemática tendo como tutor Johann Bernoulli, o que também foi
importante para que Euler seguisse a carreira de matemático. Quando tinha 19
anos, ainda estudante de Johann apresentou como tese para a cátedra de física
uma memória denominada dissertação Física sobre o Som. Embora não
obtivesse a cátedra, esse curto e claro panfleto tornou-se imediatamente um
clássico e serviu de guia à pesquisa em acústica pelo restante do século. Os
seus estudos contribuíram mais para o desenvolvimento da acústica teórica do
que qualquer outro homem.

Em 1727, Euler mudou-se para São Petersburgo, Rússia, onde


conseguiu uma posição na recém-criada Academia de Ciências de São
Petersburgo. Casou-se em 1734 e teve 13 filhos, dos quais apenas 5
sobreviveram. Consta que o próprio Euler declarou uma vez que suas
principais criações matemáticas ocorreram quando tinha um bebé no colo e
crianças brincando ao seu redor.

Os primeiros problemas de saúde de Euler surgiram em 1735. Em


1738, ele perdeu a visão do olho direito. Em 1766, uma catarata privou-o da
visão no olho esquerdo.

A sua deficiência visual não o impediu de vir a ser o mais produtivo de todos
os matemáticos, pois era compensado com sua magnífica capacidade de
realizar cálculos mentalmente aliada a sua memória aparentemente
inesgotável e à ajuda de um redactor.

Em 1741, mudou-se para a Alemanha para assumir uma posição


na Academia de Ciências de Berlim. Retornou para São Peterburgo em 1766,
pouco antes de perder sua visão, com 59 anos, onde permaneceu até seu
falecimento com 76 anos em 7 de Setembro de 1783. Nesse período de 17
anos Euler escreveu quase metade de suas 1866 obras, apesar da cegueira.

Euler exibiu cada uma das qualidades exaltadas por um


matemático. Absorveu e expandiu todos os ramos que eram estudados no seu
tempo; trouxe de volta à vida assuntos antigos e negligenciados e traçou
novos cursos de pensamento que vieram a florescer em séculos posteriores.
Não é surpresa, portanto, que na literatura matemática o nome de Euler
apareça associado a várias invenções, teoremas e fórmulas. Podem-se citar
como exemplos:

1. Fórmula de Euler do poliedro;

2. Problema das 7 Pontes de Konigsberg;

3. A ”outra” fórmula de Euler;

4. Equação de Euler-Lagrange;

5. Equações de Euler da dinâmica dos fluídos;

6. Densidade dos números primos;

7. Função totiente de Euler;

8. Integrais de Euler: Funções gama e beta;

9. Equações de Euler da dinâmica dos corpos rígidos;

10. Problema da Basiléia;

11. Funções geratrizes e números de partição;

12. Problema de 3 corpos de Euler;

13. Ângulos de Euler;

14. Constante de Euler-Mascheroni;

15. Quadrados de Euler;

16. A Fórmula de Euler;

Euler foi também um grande criador de notações. Dentre os


símbolos mais importantes estão: e para base do sistema para logaritmos
naturais (talvez extraído da inicial da palavra ”exponencial”); i para a unidade
imaginária (i = p−1); f(x) para uma função de x e ∑ para somatórios.

Em 1907, ano de bicentenário do nascimento, foi decidido


publicar uma colecção com os trabalhos de Euler. Em 1964, 59 volumes já
tinham sido publicados e a série completa teria 75 volumes de 600 páginas
cada.

Curiosidades
1. Por ter sido um dos melhores e mais produtivos matemáticos de sempre, foi
representado na sexta série das notas do Banco Suíço e em numerosos selos
da Suíça, Alemanha e da Rússia.

2. O asteróide 2002 - foi chamado Euler em sua honra.

3. É também comemorado pela Igreja Luterana no dia 24 de


Maio, no Calendário dos Santos.

4. Euler foi também uma das inspirações na criação do jogo


Sudoku. Um puzzle inspirado (provavelmente) no quadrado latino, invenção
do século XVIII de Euler.

5. LaPlace, quando ministrava aulas, dizia a seus alunos: ”Leiam,


leiam Euler, ele é o nosso mestre em tudo”.

O problema das Sete Pontes de Konigsberg

A cidade de Könisberg é banhada pelo rio Pregel que, ao atravessar a cidade


se ramifica formando uma ilha (Kneiphof) que está ligada à restante parte da
cidade por sete pontes. Dizia-se que os habitantes da cidade, nos dias
soalheiros de descanso, tentavam efectuar um percurso que os obrigasse a
passar por todas as pontes, mas apenas uma vez em cada uma ponte. Como as
suas tentativas foram sempre falhadas, muitos deles acreditavam que não era
possível encontrar tal percurso. Será que tinham razão?

Euler, em 1735, conseguiu provar com clareza, que não era


possível dar o tal passeio. Para demonstrar esta impossibilidade apresentou à
Academia de Ciências Russa de São Petersburgo um diagrama em que fazia a
seguinte analogia: à terra, representada pelas duas margens, e às duas ilhas,
associou quatro pontos; às sete pontes, associou sete linhas. O diagrama era
algo parecido com o da figura:
Feita tal associação, o problema das sete pontes ficou restrito a traçar o diagrama descrito,
com um movimento contínuo, sem levantar o lápis do papel e sem traçar uma linha mais de
uma vez.

A, B, C e D são os pontos associados à terra, que é representada pelas duas


margens e as duas ilhas.

1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 são linhas associadas às sete pontes.

Um diagrama desse tipo é simplesmente um esquema consistindo num


número finito de pontos, chamados vértices, e num determinado número de linhas.

Os vértices são as extremidades das linhas e nenhuma linha tem qualquer


ponto comum com uma outra, excepto o vértice comum.

Um vértice é par ou ímpar, conforme o número de linhas que o formam seja


par ou ímpar.

Um diagrama é atravessado passando-se por todas as linhas exactamente


uma vez.

Euler baseou-se nas seguintes descobertas que fez:

1.Se um diagrama contém somente vértices pares, ele pode ser


atravessado começando e acabando no mesmo ponto.

2.Se um diagrama contém, no máximo, dois vértices ímpares, ele


também pode ser atravessado, mas não é possível voltar ao ponto de partida.

3.Se o diagrama contém 2n vértices ímpares, onde n é um número


inteiro qualquer, para atravessá-lo será necessário n passagens distintas por uma
mesma linha.

No diagrama da figura, que representa o passeio pelas sete pontes de Königsberg, os quatro
vértices são todos ímpares, pois são extremidades de um número ímpar de linhas. Assim,
como 2n = 4, n = 2 e serão necessárias duas passagens do lápis por uma das linhas para
atravessar o diagrama.

Pelo que não é possível efetuar o referido passeio, de modo a passar por
todas as sete pontes, saindo de um ponto e retornando lá, sem cruzar mais de uma vez
a mesma ponte.
Referencias Bibliográficas

Boyer
• http://users.prof2000.pt/agnelo/grafos/pontesh.htm
• http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/euler/obra.htm
• http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm98/icm31/Euler.htm
• http://matematica-na-veia.blogspot.com/2007/10/biografia-de-leonhard-euller.html

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