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O INÍCIO
Djavan Caetano Viana nasceu em Maceió (AL). Aos 16 anos, durante uma
aula prática de Química, descobriu um violão e começou a dedilhá-lo. Foi então que
percebeu a fórmula que lhe interessava mais: aquela cuja soma dos elementos
resultavam em música. Dois anos depois já estava largando escola e trabalho para se
dedicar ao LSD. Calma, nada a ver com drogas: LSD (Luz, Som e Dimensão) era o
nome de seu conjunto, que tocava Beatles e outros sucessos em clubes, praças e
igrejas de Maceió.
Num dia de chuva, Djavan resolveu ficar em casa brincando com o violão
para espantar o tédio. De nota em nota, descobriu que estava compondo uma música,
que ele mesmo faz questão de dizer que ficou horrível. Mas foi o suficiente para que
tomasse a resolução de sua vida: ir para o Rio tentar o sucesso. Tal e qual um retirante
nordestino, Djavan chegou na cidade sem conhecer nada nem ninguém. Violão
debaixo do braço, ficou zanzando até esbarrar no radialista e conterrâneo Edson
Mauro, locutor esportivo da Rádio Globo. Edson o apresentou a Adelzon Alves, que o
apresentou ao produtor da Som Livre João Mello, e logo Djavan estava gravando
músicas de outros artistas para as novelas da Globo. Enquanto isso, cantava como
crooner nas boates Number One e 706.
Pouco depois sairia da Som Livre para a EMI-Odeon, onde gravaria três
discos. O último deles, Seduzir, cheio de hits como "Açaí" e "Faltando um pedaço",
alçou o artista ao patamar de ídolo nacional.
Dois anos separaram os álbuns Lilás de Meu Lado, tempo em que Djavan
aproveitou para correr o Brasil e o mundo com seu show. Na volta resolveu que, ao
contrário dos discos anteriores, este seria gravado no Brasil, o que permitiu mais
tempo, mais contato com os músicos e uma divisão maior na autoria dos arranjos. O
resultado foi um disco que reflete o descompromisso de Djavan com os gêneros
musicais: da balada ao xote, do samba à salsa, estão lá impressos em cores vivas, seu
inconfundível suingue, sua característica riqueza harmônica e sua voz.
Depois de Não É Azul Mas É Mar, que foi lançado no mercado americano
com o título de Bird of Paradise, em 1989 Djavan faria sua volta triunfal às paradas de
sucesso do país. O disco que levava apenas seu nome no título, foi puxado pela balada
"Oceano". Encorpada pelo irresistível violão flamenco de Paco de Lucia, a música foi
incluída na trilha sonora da novela "Top Model" e acabou sendo o grande estouro
radiofônico do ano.
A década de 90 não poderia estar sendo mais generosa com este grande
artista. Coisa de Acender, lançado em 1992, colheu rasgados elogios de público e
crítica, assim como Novena, de 1994. Neste, observou-se uma simplicidade rara em
seus últimos trabalhos, com uma redução no número de instrumentos. "Novena" é uma
tradição nordestina que marcou a infância de Djavan, em que a imagem da santa da
paróquia percorre as casas das principais beatas do lugarejo durante nove dias. E o
disco possui muito deste espírito rural, já que a maioria das canções foi escrita por
Djavan no sítio onde ele costuma descansar.
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