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DJAVAN

O INÍCIO

Djavan Caetano Viana nasceu em Maceió (AL). Aos 16 anos, durante uma
aula prática de Química, descobriu um violão e começou a dedilhá-lo. Foi então que
percebeu a fórmula que lhe interessava mais: aquela cuja soma dos elementos
resultavam em música. Dois anos depois já estava largando escola e trabalho para se
dedicar ao LSD. Calma, nada a ver com drogas: LSD (Luz, Som e Dimensão) era o
nome de seu conjunto, que tocava Beatles e outros sucessos em clubes, praças e
igrejas de Maceió.

Num dia de chuva, Djavan resolveu ficar em casa brincando com o violão
para espantar o tédio. De nota em nota, descobriu que estava compondo uma música,
que ele mesmo faz questão de dizer que ficou horrível. Mas foi o suficiente para que
tomasse a resolução de sua vida: ir para o Rio tentar o sucesso. Tal e qual um retirante
nordestino, Djavan chegou na cidade sem conhecer nada nem ninguém. Violão
debaixo do braço, ficou zanzando até esbarrar no radialista e conterrâneo Edson
Mauro, locutor esportivo da Rádio Globo. Edson o apresentou a Adelzon Alves, que o
apresentou ao produtor da Som Livre João Mello, e logo Djavan estava gravando
músicas de outros artistas para as novelas da Globo. Enquanto isso, cantava como
crooner nas boates Number One e 706.

A chance de mostrar suas composições só surgiu com o Festival Abertura,


onde foi premiado com o segundo lugar pela canção "Fato Consumado". Depois de
gravar um compacto impulsionado pela música, que tocou razoavelmente bem nas
rádios, chegava a hora do primeiro LP, A Voz, o Violão e a Arte de Djavan. Desse disco
sairia uma pérola que é para muitos a melhor música de Djavan até hoje: "Flor de Lis".

Pouco depois sairia da Som Livre para a EMI-Odeon, onde gravaria três
discos. O último deles, Seduzir, cheio de hits como "Açaí" e "Faltando um pedaço",
alçou o artista ao patamar de ídolo nacional.

O Brasil inteiro já estava "djavaneando", quando o artista assinou contrato


com a CBS (atual Sony Music) e se mandou para os EUA para gravar, com toda a
infra-estrutura necessária, o disco "Luz". Por "toda a infra-estrutura necessária"
entende-se a presença de músicos americanos do primeiro time e a participação de
ninguém menos do que Stevie Wonder na faixa "Samurai". Empolgado, Wonder pediu
para ouvir as demais músicas do disco e disse que queria ser o primeiro a receber uma
fita do álbum.

Àquela altura, Djavan já era um astro. A expressão "caetanear", incluída na


letra de "Sina", foi retribuída por Caetano, que ao gravar a música no LP Cores e
Nomes, alterou o verbo para "djavanear". A vendagem de seus discos havia passado
de 40 para 350 mil cópias. E Lilás, novamente gravado no exterior com participações
especiais de músicos estrangeiros, atendeu a estas expectativas. A música-título foi
executada mais de 1.300 vezes nas rádios do país no dia do lançamento.
Paralelamente, o cantor estreava também como ator, vivendo um poeta-mendigo que
se apaixonava pela moça rica em "Para viver um grande amor", filme de Miguel Faria
Jr. Apesar da timidez, revelou que foi se habituando com a câmera ao enxergar
semelhanças entre ele e o personagem.

Dois anos separaram os álbuns Lilás de Meu Lado, tempo em que Djavan
aproveitou para correr o Brasil e o mundo com seu show. Na volta resolveu que, ao
contrário dos discos anteriores, este seria gravado no Brasil, o que permitiu mais
tempo, mais contato com os músicos e uma divisão maior na autoria dos arranjos. O
resultado foi um disco que reflete o descompromisso de Djavan com os gêneros
musicais: da balada ao xote, do samba à salsa, estão lá impressos em cores vivas, seu
inconfundível suingue, sua característica riqueza harmônica e sua voz.

Depois de Não É Azul Mas É Mar, que foi lançado no mercado americano
com o título de Bird of Paradise, em 1989 Djavan faria sua volta triunfal às paradas de
sucesso do país. O disco que levava apenas seu nome no título, foi puxado pela balada
"Oceano". Encorpada pelo irresistível violão flamenco de Paco de Lucia, a música foi
incluída na trilha sonora da novela "Top Model" e acabou sendo o grande estouro
radiofônico do ano.

A década de 90 não poderia estar sendo mais generosa com este grande
artista. Coisa de Acender, lançado em 1992, colheu rasgados elogios de público e
crítica, assim como Novena, de 1994. Neste, observou-se uma simplicidade rara em
seus últimos trabalhos, com uma redução no número de instrumentos. "Novena" é uma
tradição nordestina que marcou a infância de Djavan, em que a imagem da santa da
paróquia percorre as casas das principais beatas do lugarejo durante nove dias. E o
disco possui muito deste espírito rural, já que a maioria das canções foi escrita por
Djavan no sítio onde ele costuma descansar.

Finalmente, em 1996, Djavan voltou a abraçar o mundo, com Malásia, que,


como o título entrega, remete a inspirações distintas. Fazem parte do mosaico de suas
composições um bolero mexicano, salsa cubana, samba carioca e baladas
sofisticadas. Duas músicas que ele regravou são sucesso absoluto: "Correnteza", de
Tom Jobim e Luís Bonfá, tema de Luana na novela "O Rei do Gado", e "Sorri", versão
feita por Braguinha para "Smile", a belíssima composição de Charles Chaplin. Djavan
já a tinha gravado para a trilha sonora da novela "Pacto de Sangue", mas os fãs até
hoje a pediam nos shows e queriam porque queriam que o cantor a incluísse em algum
disco seu. O pedido está atendido. E todos estão sorrindo como nunca...
Biografia retirada da página dedicada a Djavan
URL: http://listen.to/djavan

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