Você está na página 1de 432

Apresentação

V ocê tem em mãos o primeiro volume do


curso de Ciências, que é composto de setenta aulas, divididas em três volumes.
Eu gostaria de apresentar os princípios que orientaram a escolha dos conteúdos
das aulas, sua seqüência e a forma que escolhemos para tratar os assuntos que
você encontrará ao longo do curso.
O grupo de professores que trabalhou para confeccionar este curso tem a
certeza de que aprender ciências não pode ser uma tarefa chata, ligada apenas à
memorização de nomes difíceis e sem maior significado. Neste curso de ciências
evitamos ao máximo valorizar a terminologia técnica, sem deixar de lado a
preocupação com a precisão da fala. Na verdade, este curso deveria se chamar
“Ciências e Tecnologia”, porque nós tratamos dos conceitos científicos, mas
tratamos também de suas aplicações práticas no dia-a-dia. Isso ficará claro já na
primeira aula.
Nós aproveitamos as aulas de ciência e tecnologia para que você possa
exercitar melhor sua habilidade de compreender textos escritos e se comunicar.
Preste muitaatenção às histórias que abrem as aulas. Muitas vezes são as mesmas
histórias que você verá na aula da televisão.
Faça os exercícios, mesmo que pareçam ser de outra matéria. Para nós, tudo
faz parte do conhecimento humano. Um cientista que não consegue se comunicar
não consegue fazer ciência.
Você encontrará experiências ao longo do curso que foram selecionadas ou
mesmo desenvolvidas especificamente para este curso. Queríamos que todo o
trabalho prático pudesse ser realizado dentro de uma cozinha, como na lanchonete
na qual o programa de televisão está baseado. Nós queríamos que as pessoas não
pensassem que um laboratório é o único lugar em que se podem realizar
experiências. Você verá que até mesmo as sobremesas, como gelatina e iogurte,
podem servir para estudar fenômenos muito complicados, como a ação do ar
sobre substâncias químicas, formas de conservação de alimentos e ação de
vitaminas.
Procuramos selecionar assuntos que fossem do seu interesse e que pudessem,
de alguma forma, tornar-se úteis para você, não apenas na sua vida escolar, mas
sobretudo na sua vida diária. Vamos dicutir com você reprodução, gravidez,
automóveis, freios, vazamento de gás de cozinha, funcionamento de geladeiras,
o espaço, eclipses e terremotos, as diferetntes formas de vida em nosso planeta,
as principais doenças presentes em nosso país. Enfim, são muitos assuntos
diferentes que foram agrupados para ajudar você a estudá-los.
As primeiras oito aulas vão procurar mostrar o planeta vivo
vivo, para que você
compreenda que, dentro do universo conhecido, o nosso planeta é singular
devido à existência de vida. A partir da Aula 9 você começará a estudar o
universo
universo, e vai perceber que o nosso planeta, apesar de sua singularidade,
possui similaridades com o universo como um todo, o que é uma conseqüência
de sua origem e evolução.
Na Aula 16 você começará a estudar a vida na TerraTerra, para ter noção da
biodiversidade atual e saber explicar a sua origem através das teorias evolutivas.
Na Aula 39 você começará a estudar energia e matéria
matéria, para reconhecer que
energia e matéria são continuamente transformadas e, dessa maneira, podem ser
utilizadas de diferentes formas.
A partir da Aula 42 você vai estudar tecnologia
tecnologia, e poderá ver de perto como
o homem aplica os conhecimentos que desenvolve nas diferentes áreas da
ciência.
Na Aula 53 você começará a estudar o corpo humano
humano, para poder entender
e aplicar o conhecimento científico na sua prórpia vida. Finalmente, a partir da
Aula 62 você estudará saúde e ambiente
ambiente, começando pelos fenômenos químicos
e estudando as conseqüência da interferência do ser humano no ambiente para
a saúde das populações.
Na última aula você irá recapitular o que aprendeu sobre a ciência, e
perceberá que ela não é um conjunto de nomes, mas muito mais uma forma de
organizar o pensamento para produzir conhecimento.
Trabalhamos muito duro para que você pudesse se beneficiar com as aulas,
entender ciências e tecnologia e seguir adiante nos estudos.
Estamos torcendo pelo seu sucesso. A sua vitória será a nossa vitória.
Boa sorte!

Nelio Bizzo
Coordenador

A responsabilidade pelas aulas é de cada um de seus autores.

Carlos Toscano - Aulas 7, 11, 13, 14, 39, 47, 48, 49 e 51.

Elisabeth Barolli - Aulas 2, 12, 15, 40, 41, 45, 46, 50 e 52.

Maria Cristina da Cunha Campos - Aulas 5, 9, 17, 18, 24, 28, 29, 42 e 56.

Maria Teresinha Figueiredo - Aulas 3, 19, 20, 23, 34, 35, 37, 53 e 59.

Monica Jakievicius - Aulas 6, 21, 32, 33, 36, 38, 58, 60 e 61.

Marcelo Giordan - Aulas 62, 63, 64, 65 e 67.

Rogério Gonçalves Nigro - Aulas 4, 8, 16, 22, 25, 30, 43 e 57.

Nelio Bizzo - Aulas 1, 10, 26, 27, 31, 44, 54, 55, 65, 66, 67, 68, 69 e 70.
A UA UL L AA

1
1
Por dentro da ciência

Atenção A
cidentes acontecem com todo mundo, mas
Maria não podia imaginar que corria perigo tão grande dentro da lanchonete em que
trabalhava. Ela tinha acabado de trocar o botijão de gás do fogão e percebeu um cheiro
estranho, muito forte. Por isso, desconfiou que havia algum vazamento e resolveu
chamar Clóvis, o dono da banca de jornais que ficava em frente.
- Você podia dar uma olhada no fogão, Clóvis? Tem um cheiro forte de gás e eu
achei melhor fechar o registro.
- Tá bom, já vou. Mas eu queria um café antes,pode ser?
- Eu estava esquentando a água quando acabou o gás. Se você não me ajudar,
não vai ter café!
Foi aí que Clóvis resolveu pegar algumas ferramentas na banca, que estavam
numa caixa meio suja de graxa, e voltou para a lanchonete.
Com uma chave de fenda, foi logo cutucando a válvula do próprio botijão. De
repente, um forte jato de gás começou a sair. Ele ficou assustado e saiu correndo atrás
de ajuda. Maria abriu todas as portas e janelas da lanchonete e ficou esperando. Dali
a pouco Clóvis voltou com Alberto, o dono da lanchonete. Os dois mal podiam
acreditar no que viam.
- Você falou que ia pegar fogo, mas tá cheio de gelo! O botijão congelou, Clóvis!
- Maria, o que aconteceu aqui? Você mexeu no botijão? Usou o extintor de
incêndio ou coisa parecida?
- Eu não, rapaz! respondeu Maria, ainda escondida atrás da porta da cozinha.

Mãos à obra Releia o texto com atenção. Agora, leia atentamente cada afirmação abaixo
e procure responder às perguntas, se possível escrevendo as respostas.
Se você não entender uma afirmação, leia o texto outra vez.
Afirmação
Afirmação: Maria desconfiou que o botijão de gás estava vazando.
Por que Maria desconfiou de um vazamento?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Afirmação
Afirmação: Clóvis, dono da banca de jornais, achou que podia resolver o
problema do vazamento.
O que Clóvis fez para tentar resolver o problema?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Afirmação
Afirmação: Clóvis foi buscar ajuda na casa do vizinho. A U L A

Por que todos ficaram espantados quando chegaram à cozinha?


.................................................................................................................................. 1
..................................................................................................................................

O gelo do botijão de gás A voz do


professor
Embora seja muito perigoso mexer na válvula de um botijão de gás, pois
sempre existe o risco de explosão, muita gente se arrisca a fazê-lo. Por isso, você
talvez já tenha ouvido falar de casos como o de Maria. De fato, quando o gás
escapa rapidamente de um botijão, forma-se gelo do lado de fora da válvula. Isso
mostra que, quando o gás sai muito depressa, a temperatura do lado de fora da
válvula se modifica. Se a temperatura tivesse aumentado, a válvula teria ficado
quente. Mas, como a válvula ficou gelada, sabemos que a temperatura diminuiu.
Por que isso aconteceu?

Quando a válvula do botijão está A ilustração mostra a região onde se


com defeito, o gás pode escapar forma uma camada de gelo, quando há
rapidamente pela válvula. saída de um forte jato de gás.

Para entender o que aconteceu, vejamos um exemplo menos perigoso. Você


já deve ter notado que, quando abre uma garrafa de cerveja, surge uma
“fumacinha” na região do gargalo.
Se você observar atentamente uma garrafa fechada, verá que não existe
nenhuma nuvem no gargalo dela. Então, como é que a “fumacinha”se forma?

Pelo barulhinho que ouvimos ao abrir a garrafa podemos imaginar que os Informação
gases comprimidos entre o líquido e a tampa da garrafa estavam sob grande nova
pressão.
Naquele espaço entre a superfície da cerveja e a tampa existem gases que não
conseguimos ver. Notamos sua presença quando abrimos a garrafa e percebe-
mos que estão escapando. Esses gases invisíveis estão no ar que respiramos, por
exemplo. O ar é uma mistura de gases, como veremos adiante, no nosso curso,
Mas o ar que respiramos não tem uma pressão tão grande como a que há no
gargalo da garrafa fechada.
Abrir a garrafa possibilitou a rápida expansão desses gases, isto é, permitiu
que eles saíssem depressa. Quando um gás se expande rapidamente, a tempe-
ratura diminui muito.
A temperatura de uma cerveja bem gelada chega a mais ou menos 5 graus
centígrados (que passaremos a chamar de Celsius, representando-os com o
símbolo ºC
ºC). Quando abrimos a garrafa, a temperatura da região do gargalo cai
para cerca de 36Cºº negativos, ou abaixo de zero! A queda da temperatura
A U L A provoca a formação da pequena nuvem, composta principalmente de pequenas
partículas de água que ficam flutuando no ar.

Portanto, a formação de gelo na válvula do botijão de gás e a formação de


uma pequena nuvem de gotículas de água no gargalo de garrafas sob pressão
acontecem pela mesma razão: quando um gás se expande rapidamente, sua
temperatura diminui muito.

Resumo l A rápida expansão de um gás provoca a queda da temperatura.

l Essa queda de temperatura pode ser vista quando escapa gás rapidamente
de um botijão de gás. A válvula do botijão fica coberta de gelo.

l A “fumacinha” que vemos ao abrir uma garrafa de cerveja se forma ali pela
mesma razão.

l A “nuvem” que se forma na região do gargalo da garrafa de cerveja é


formada por pequenas gotículas de água.

Você acaba de ver um exemplo de como serão as aulas de ciências. Vamos


estudar situações que ocorrem em nosso dia-a-dia, procurando entendê-las do
ponto de vista da ciência.
Isso significa que vamos chamar sua atenção para uma situação, observá-la
de diferentes formas para tentar explicá-la.
Vamos fazer comparações e tentar mostrar o que uma situação pode ter a ver
com outras.
Veja o caso do gelo no botijão de gás, que examinamos nesta aula. Muitas
pessoas conheciam esse fenômeno mas não sabiam explicá-lo. Nós chamamos
sua atenção para ele, você pôde fazer algumas observações, pensar sobre
algumas questões e respondê-las.
Em seguida, viu que a formação de uma “fumacinha” no gargalo de garrafas
de cerveja, por exemplo, é resultado do mesmo fenômeno.

Para aproveitar a aula, você tem à sua disposição algumas indicações no


texto. São símbolos que foram planejados para orientar seu estudo.
De início você encontrará este símbolo:

Ele significa Atenção


Atenção. Pode ser uma história ou uma ilustração, para você
ler ou observar atentamente. Você poderá fazer isso em qualquer lugar; na fila
do ônibus, na hora do almoço, ou em qualquer sobra de tempo que você tiver.
Se possível, repita várias vezes a leitura ou a observação das figuras.
Depois você encontrará um símbolo como este: A U L A

1
Ele significa Mãos à obra
obra, ou seja, é hora de arregaçar as mangas e trabalhar
com o assunto da aula. Você deverá ter pelo menos vinte minutos de folga para
trabalhar nesta seção, e deve dispor de uma mesa e de boa iluminação, se estiver
estudando à noite. Se possível, evite locais com muito barulho, que possam
atrapalhar sua concentração.
É muito importante que você tenha passado pela seção anterior antes de
iniciar esta. Caso você encontre dificuldades aqui, volte para a anterior e retome
o estudo com atenção. Seria muito bom que você trocasse idéias com seus colegas
sobre o trabalho desenvolvido nesta seção.
Adiante você encontrará este símbolo:

A voz do
professor

A voz do professor contém explicações sobre as situações e os problemas


trazidos pelas seções anteriores. Para fazer esta leitura, procure sempre um
lugar em que não seja atrapalhado por interrupções, barulho, pouca luz etc. Isso
facilitará sua compreensão.
Ao longo da aula, preste muita atenção toda vez que aparecer um símbolo
como este:

Ele significa Informação nova


nova, ou seja, algo que você ainda não estudou
no telecurso de ciências. Em outras palavras, atenção redobrada!
Ao final, você encontrará um símbolo como esse:

Ele significa Resumo


Resumo,, onde aparecerão informações importantes, que você
viu na aula e que não são novidade para você. Toda vez que você quiser voltar
a estudar uma aula, dê uma olhada nesta seção para refrescar a memória.
Para terminar, aparecerá o símbolo dos Exercícios
Exercícios. Depois de fazer os
exercícios de cada aula, poderá verificar as respostas nos Gabaritos, no final
do livro.

Exercícios

Agora que você sabe como o seu Telecurso de Ciências vai funcionar, volte
para o início da aula e veja se essa forma de apresentação ajuda você a estudar.
Toda a equipe de professores que preparou este Telecurso espera que sim.
Mãos à obra!
A UA UL L AA

2
2
O céu

Atenção A quela semana tinha sido uma trabalheira!


Na gráfica em que Júlio ganhava a vida como encadernador, as coisas iam bem
e nunca faltava serviço. Ele gostava do trabalho, mas ficava mais animado
quando o fim de semana se aproximava. E aquele sábado prometia ser ainda mais
interessante que os outros. Sueli, a secretaria da gráfica, aceitara o convite de
Júlio para sair.
Mas havia um problema: o mês já estava para acabar e, com ele, quase todo
o salário do rapaz. Onde poderia levar Sueli, no sábado à noite? O ideal seria um
lugar bonito e tranqüilo, onde os dois pudessem conversar.
Felizmente, as condições do tempo ajudaram nosso herói. Chovera pratica-
mente a semana toda, mas aquele fim de tarde estava prometendo uma bela noite,
com Lua, céu estrelado e tudo mais. Júlio teve então uma brilhante idéia.
Convidaria Sueli para assistir a um espetáculo apresentado por um “astro”
conhecido mundialmente, que faz sucesso há muito tempo.
Perto da casa de Júlio existe um lugar perfeito para quem quer assistir a esse
espetáculo, chupando sorvete ou comendo pipoca: é a Praça do Pôr-do-Sol. A
praça tem esse nome porque muita gente vai até lá para apreciar o entardecer.
Tudo resolvido! Assim, no final daquela tarde de sábado, Júlio e Sueli
conversavam animadamente num dos bancos da praça, assistindo ao pôr do sol.
Quando a noite chegou, Sueli, muito romântica, olhou para o alto e comentou:
- Que céu estrelado! Que Lua maravilhosa!
- Realmente. Pena que as estrelas desapareçam durante o dia, né? disse Júlio.
- É mesmo uma pena, falou Sueli. Mas o Sol também precisa ter sua vez.
- Por que será que o Sol não pode aparecer junto com as estrelas?
- Bom, eu acho que não tem jeito. Só quando o Sol vai embora é que as
estrelas podem aparecer. concluiu Sueli.
Nesse momento, quando a praça estava quase deserta e a Lua já ia alta no
céu, Júlio e Sueli foram surpreendidos por uma luz forte lançada diretamente em
seus olhos, ofuscando a visão dos dois. Assustados, eles não conseguiam ver
direito o que estava acontecendo. Até que uma voz atrás da luz disse:
- Documentos!
Quando a luz desviou de seus olhos, Júlio e Sueli puderam ver dois guardas,
um deles segurando uma lanterna.
Sobre o que Sueli e Júlio conversavam no banco da praça? Mãos
A U L àA obra
..................................................................................................................................
Júlio e Sueli assistiram ao pôr-do-sol. Em que direção eles estavam olhando?
.................................................................................................................................. 2
Se quisessem ver o Sol nascendo, para que direção eles teriam de olhar?
..................................................................................................................................
Observe a ilustração abaixo. Desenhe nela o caminho que o Sol percorre
desde o início até o final de um dia.
..................................................................................................................................

Sabemos que o dia começa quando o Sol aparece a leste. Durante toda a Informação
manhã, ele vai subindo no céu e chega ao seu ponto mais alto ao meio-dia. No nova
decorrer da tarde o Sol vai descendo e, no começo da noite, se põe a oeste. Assim,
Júlio e Sueli deveriam estar olhando na direção oeste para ver o Sol se pôr. Se
quisessem ver o Sol nascer, teriam de olhar para leste. Isso significa que, para
quem olha da Terra, o Sol se move de leste para oeste
oeste. Esse movimento do Sol
Sol,
visto da Terra, está ilustrado na figura a seguir.

Por que Júlio e Sueli não conseguiram enxergar os guardas? Mãos à obra
..................................................................................................................................
Por que se recomenda evitar o uso de farol alto tanto nas estradas como
nas cidades? Compare o problema do farol alto nas estradas com o que
aconteceu a Júlio e Sueli, no instante em que a luz da lanterna atingiu
diretamente seus olhos.
..................................................................................................................................

Quando a luz atinge diretamente os nossos olhos, não conseguimos enxer- Informação
gar praticamente nada do que está atrás da luz
luz. Por isso recomenda-se evitar o nova
uso de farol alto tanto nas estradas como nas cidades. O fato de a luminosidade
excessiva dificultar a visão pode provocar muitos acidentes, já que, durante
alguns instantes, não somos capazes de perceber uma curva ou um obstáculo
qualquer.
MãosA àU obra
L A E quanto ao fato de não enxergarmos as estrelas durante o dia? Compare essa
situação com os exemplos do farol alto nas estradas e da luz da lanterna nos olhos

2 de Júlio e Sueli.
..................................................................................................................................

Informação De modo semelhante ao que acontece com a lanterna e com o farol do carro,
nova a luminosidade do Sol, durante o dia, é tão intensa que impede que vejamos as
estrelas, a Lua, os planetas e outros astros. Ou seja: durante o dia, os astros
continuam lá em cima, cruzando o céu. Só não conseguimos vê-los porque estão
ofuscados pela luz brilhante do Sol. Assim, a luminosidade do dia não permite
que vejamos o céu da mesma forma que à noite.
Agora podemos afirmar que as estrelas estão no céu durante o dia, junto com
o Sol. Ao contrário do que pensavam Júlio e Sueli, elas não desaparecem: estão
apenas ofuscadas pela luminosidade do Sol Sol.

Mãos à obra Quando os guardas chegaram, a Lua ia alta no céu. Com esta informação,
você saberia dizer se Júlio e Sueli já estavam conversando há bastante tempo?
Por quê?
..................................................................................................................................

Informação Da mesma forma que o Sol, a Lua também aparece a leste. À medida que a
nova noite avança, a Lua “anda” na direção oposta e desaparece depois de ficar visível
por aproximadamente 12 horas. Assim, se a Lua estava alta no céu no momento
em que os guardas chegaram, podemos afirmar que o casal já conversava na
praça há muito tempo.

A voz do Desde a Antigüidade o homem já observava a existência de fenômenos


professor celestes que se repetiam regularmente, como o nascer e o pôr-do-sol, o movimen-
to da Lua e o deslocamento das estrelas a cada noite. Essa observação do céu,
visto aqui da Terra, contribuiu para que o homem imaginasse que todos os astros
giravam à sua volta, de leste para oeste, num período de 24 horas. Desse modo,
parecia uma conclusão muito lógica supor que a Terra está parada e os astros
giram à sua volta.
Se você observar o Sol, a Lua e as estrelas, também poderá perceber o
movimento dos astros no céu e verificar que essa conclusão é perfeitamente
possível e nada tem de absurda. Além disso, também não “sentimos” que a Terra
está em movimento.
Essa maneira de “entender” os movimentos dos astros ficou valendo por
cerca de 2.000 anos e permitiu ao homem explicar muitas coisas. Por exemplo: a
repetição dos dias e das noites, como ilustra a figura a seguir.

Sol

Terra
Observe a figura: à medida que o Sol vai girando em torno da Terra, uma face A U L A
de nosso planeta fica iluminada e a outra, não. É dessa forma que os antigos
explicavam por que os dias e as noites se repetem sempre da mesma forma.
Essa explicação, porém, nem sempre “batia” com a realidade. Se todos os 2
astros girassem exatamente com a mesma velocidade, todos retornariam ao
mesmo tempo às mesmas posições, e a aparência do céu seria igualzinha todos
os dias. Mas sabemos que isso não acontece. Observações acumuladas durante
séculos mostraram que algumas estrelas (que, como veremos mais tarde, se
chamam planetas) não se comportavam exatamente como o homem esperava.
Foi então que a idéia de que a Terra ficava parada e que os astros giravam à sua
volta começou a apresentar problemas, pois não era capaz de explicar outros
fenômenos também observados no céu.
Durante muito tempo, tentou-se conciliar aquilo que era observado no céu,
com aquilo que se acreditava que deveria ocorrer. Muitas modificações foram
propostas com essa intenção, mas quase todas não abandonavam a idéia da
Terra parada.
Somente por volta do ano de 1543 é que a idéia de que a Terra estava em
movimento começou a ser aceita. Na verdade, a idéia não era tão nova assim:
trazia de volta uma hipótese muito antiga, do século III antes de Cristo, mas que
sempre fora considerada absurda, já que parecia evidente aos sentidos que a
Terra não se movia.
De acordo com essa nova idéia, o movimento dos astros passou a ser
explicado de uma forma diferente. Se admitimos que a Terra gira de oeste para
leste, completando uma volta em torno de si mesma em um dia, isto é, a cada 24
horas, o efeito será o mesmo. Em outras palavras, podemos pensar que a Terra
gira em torno de um eixo imaginário e que leva um dia para dar uma volta
completa. A esse movimento denominamos “movimento de rotação”. Observe,
na figura a seguir, a representação da Terra e de seu eixo imaginário.

Se a Terra tem um movimento de


rotação de oeste para leste, em torno de
si mesma, como um pião, também po-
deremos observar todos os astros (Sol,
Lua e estrelas), girando em sentido
contrário, isto é, de leste para oeste,
que é como vemos daqui da Terra.

O movimento de rotação da Terra


também explica, por exemplo, a repeti-
ção dos dias e das noites, como ilustra
a figura ao lado.
A U L A De acordo com a figura, podemos imaginar que o movimento de rotação da
Terra em torno de si mesma faz com que ela receba a luz solar em uma de suas

2 metades, enquanto a outra fica no escuro. Assim, quando é dia numa metade da
Terra, na outra metade é noite. Hoje em dia, é assim que explicamos o fenômeno
da repetição alternada dos dias e das noites.
A idéia de uma Terra em movimento conseguiu também explicar não só as
obsesrvações que já eram explicadas pelo antigo modelo, como por exemplo o
movimento aparente dos astros, mas também aquelas que este modelo não era
capaz de resolver na época.
Mais tarde com a invenção das lunetas e dos telescópios - aparelhos que
permitem ver os astros e estudar melhor seus movimentos - a idéia da Terra
girando em torno de si mesma foi comprovada.

Resumo Nesta aula você aprendeu muitas coisas sobre o céu. Vamos recordar, a
seguir, os pontos principais.

· O Sol, as estrelas e os planetas, inclusive a Terra, são considerados astros


celestes.
· Quando olhamos o céu a partir da Terra, todos os astros (como o Sol, a Lua
e as estrelas) parecem se mover de leste para oeste.
· As estrelas não podem ser vistas durante o dia porque estão ofuscadas pela
luz do Sol.
· O homem consegue medir o tempo pelo movimento da Lua, ou mesmo do Sol.
· Durante muito tempo acreditou-se que a Terra estava parada no céu. Mas
muitas vezes precisamos desconfiar das coisas que parecem muito eviden-
tes, não é verdade? Embora não possamos sentir ou perceber facilmente que
a Terra se move, não podemos concluir que ela está parada.
· A Terra realiza um movimento de rotação em torno de seu eixo, de oeste para
leste. Por causa desse movimento, vemos os outros astros se movimentarem
no sentido contrário.
· A repetição alternada dos dias e das noites se deve ao movimento de rotação
da Terra.

Exercício 1
Cite alguns astros celestes que você conhece ou dos quais já ouviu falar.
Exercícios
Exercício 2
Por que não enxergamos as estrelas no céu durante o dia?
Exercício 3
Nesta aula apresentamos duas maneiras diferentes de explicar a repetição
dos dias e das noites. Quais são elas?
Exercício 4
Qual dessas maneiras é utilizada atualmente para explicar a repetição dos
dias e das noites?
Exercício 5
Como podemos explicar o movimento dos astros de leste para oeste, partin-
do da idéia de que a Terra tem um movimento de rotação?
AUU
A L AL A

3
3
A Terra inquieta

Vesúvio Atenção
Durante a famosa erupção do vulcão italiano Vesúvio, no ano 79 d.C.,
a cidade de Pompéia foi coberta por cinzas vulcânicas e a cidade de Herculano
foi sepultada por uma torrente de lava quente. O vulcão está inativo desde
1944. Um estudo feito
por computador mos-
trou que uma erupção
do Vesúvio poderia
matar um milhão de
pessoas em menos de
15 minutos. A erupção
poderia causar a des-
truição total de uma re-
gião de 7 quilômetros
em torno do vulcão, que
fica perto da cidade de
Nápoles, na Itália.

Pinatubo

Em junho de 1991, o vulcão do monte


Pinatubo, nas Filipinas, começou a lançar
grossas nuvens no ar, como se fosse um
gigantesco tubo de aerosol voltado para o
espaço. O monte tem mais de um quilôme-
tro e meio de altura e “dormia” tranqüilo
havia mais de 600 anos. As nuvens lançadas
no ar, a mais de 40 quilômetros de altura,
continham gás de enxofre, fragmentos de
rochas e cinzas. Todo o planeta foi envolvi-
do por uma cinta de névoa amarelada pro-
veniente de seus gases, fotografada por sa-
télites mais de dois anos após o fenômeno.
A U L A Kilauea

3 Um dos principais vulcões do Havaí, o Kilauea, é um dos mais ativos do


mundo. Ele se ergue desde o fundo do oceano e atinge a altura de 1.363 metros
acima do nível do mar. Nos últimos seis anos, as lavas derramadas pelo vulcão,
depois de resfriadas, acrescentaram mais de um milhão de metros quadrados de
novas terras às ilhas do Havaí.
As lavas dos vulcões havaianos
fluem continuamente, graças à sua
grande quantidade de água e a
seus poucos gases, derraman-
do-se muito quentes, mas sem
explosões, como uma espé-
cie de fonte natural.

Mãos à obra Observando o mapa abaixo, assinale os pontos de localização dos vulcões
men-cionados nesta aula.

Ásia

Europa
Itália
Estados Unidos
Japão

Havaí
Índia
África

Brasil Filipinas

Austrália

Leia novamente os textos sobre os vulcões e sublinhe todos os materiais


expelidos por eles. Sublinhe também de que forma esses materiais são expelidos.

Por que as lavas dos vulcões podem matar as pessoas, as plantas e os


animais?
.................................................................................................................................
Quando crianças, muitos de nós cavamos buracos para tentar saber o que A U L A
existe no interior da Terra. Que tipo de material encontramos ali? Terra, pedra,
água ou outro material líquido? É muito quente lá no fundo?
Uma das maiores realizações do ser humano são os conhecimentos que 3
adquiriu sobre várias partes do universo às quais não consegue chegar fisica-
mente. Por meio de várias experiências e observações, o homem consegue
imaginar, de forma indireta, como são esses lugares. Um deles é o centro da
Terra.
Até hoje ninguém chegou lá. Mas sabemos que o calor aumenta conforme se
aprofundam as escavações de poços e minas. Isso acontece no mundo todo. Por
exemplo: no fundo de um poço de 6 mil metros cavado no Texas, Estados Unidos,
a temperatura chega a 120ºC. Para que se possa trabalhar nas profundas minas
de ouro da África, é preciso refrigerá-las, pois lá o calor é bem grande.
A atividade dos vulcões é outra prova de que o interior do nosso planeta é
muito quente: assim que é expelido, o material que sai dos vulcões pode chegar
a 1.100ºC! Além disso, os vulcões também nos dão pistas sobre o material que
existe no “miolo” da Terra.

Como você imagina o interior da Terra? Desenhe. Mãos à obra


Escreva os materiais que lá podem existir, em que forma eles são encontra-
dos e como é a sua temperatura.
..................................................................................................................................

Movimentos internos da Terra empurram de baixo para cima, até a super- Informação
fície, rochas derretidas que vêm do fundo do nosso planeta. Essas rochas nova
derretidas no interior da Terra recebem o nome de magma
magma.
Os vulcões espirram ou derramam rochas líquidas. Muitas vezes, as chama-
das erupções vulcânicas também lançam gases no ar.
A erupção ocorre quando o vulcão entra em atividade e espirra ou derrama
as lavas
lavas, que são as rochas derretidas quando saem da Terra.
Quando um movimento interno da Terra é muito grande ou violento, pode
abrir um buraco no solo. Assim, a lava quente que estava acumulada naquele
ponto é espirrada.

De onde vêm as lavas dos vulcões? A voz do


Já sabemos que as rochas do interior da Terra estão derretidas, pois lá dentro professor
o calor é muito intenso.
Esse material está sempre em movimento, como um mingau cozinhando em
um caldeirão. Você já deve ter observado que, ao preparar um mingau, ele forma
bolhas que vão arrebentando na superfície. O vulcão surge de um processo
bastante parecido: algumas bolhas formadas nas camadas mais profundas
sobem e arrebentam na superfície da Terra. Para que os gases quentes possam
escapar, o solo se rompe e a “bolha” espirra parte das rochas, ou lavas, que
estavam dentro dela.
O magma, na maioria das erupções, mostra dois tipos de materiais encontra-
dos no interior da Terra: rochas derretidas e gases. Ao contrário do que muita
gente supõe, a lava não é expelida pela cratera, aquele buraco central que existe
nos vulcões.
A U L A

Como mostra a figura, durante as erupções o mais freqüente é a lava sair


pelas fendas laterais ou pela base da montanha, acompanhada de gases.
Os gases é que saem pela cratera, rapidamente e em grande quantidade.
Algumas vezes não fazem ruídos, e outras vezes são acompanhados por violen-
tas explosões.
Quando os gases são liberados e as rochas líquidas que provocaram a
erupção se acomodam, o vulcão pára de lançar lavas. Com isso, a lava pode
esfriar dentro da cratera, formando um “tampão”. Também pode permanecer
espessa e quente por muito tempo. Como os movimentos internos da Terra são
contínuos, o vulcão pode entrar novamente em erupção ou romper em outro
lugar da superfície terrestre.

Quando os vulcões “sossegam”? Eles podem desabar?


Alguns vulcões desabam durante as próprias erupções, mas não é fácil saber
quando um vulcão finalmente se aquieta. Muitas vezes ele afunda, formando
um lago, ou fica plano, propiciando o aparecimento de cidades. Poços de Caldas,
no sul de Minas Gerais, é um exemplo de cidade localizada no interior de um
vulcão extinto há milhões de anos.
Em muitos lugares do mundo encontram-se “restos” de vulcões que foram
desgastados pelos ventos e pelas chuvas após milhares de anos. A partir da
existência desses restos, podemos concluir que alguns vulcões de fato “acabam”,
isto é, se extingüem, se aquietam.
As erupções dos vulcões muitas vezes são acompanhadas de terremotos.
Os mesmos movimentos internos que propiciam a formação dos vulcões
(você se lembra do exemplo do mingau no caldeirão?) podem também provocar
tremores de terra. Alguns são tão fracos que não conseguimos percebê-los.
Outros provocam terremotos, como veremos na aula 4.
Ou seja: nosso planeta, que nos oferece paisagens tão tranquilas, muitas
vezes nos surpreende, pois seu interior é muito quente e inquieto!

Resumo · É possível conhecer e extrair conclusões até mesmo de coisas que não
conseguimos ver.

· O material que sai dos vulcões é uma evidência de como é a composição do


interior da Terra.

· As lavas dos vulcões tornam-se rochas sólidas quando esfriam.


· Vulcões (e também terremotos) ocorrem em conseqüência dos movimentos A U L A
e das acomodações do material líquido, pastoso e quente que existe no
interior da Terra.
3
Execício 1
A figura abaixo representa, esquematicamente, a ilha do Havaí, onde se
encontra o vulcão Kilauea. Exercícios

a) Desenhe um caminho possível para a saída do magma deste vulcão.

b) Desenhe por onde as lavas podem escorrer.

c) De onde vem todo esse material ?

d) O que faz esse material sair do interior da Terra ?

Execício 2
O termômetro, em uma pessoa sadia, marca a temperatura de 36,5ºC ou
37ºC. Esse termômetro serve para medir a temperatura das lavas do vulcão?
Encontre no texto a razão da sua resposta e explique.

Execício 3
Pode-se dizer que algumas pedras se originaram dos vulcões ? Por quê?

Execício 4
O Brasil não tem hoje nenhum vulcão ativo. Mas nem sempre foi assim.
Como é possível afirmar que a região da cidade de Poços de Caldas já foi um
vulcão?
A UA UL L AA

4
4
Continentes
em movimento

Atenção D eu nos jornais:

Brasileira perde marido e filhos


A família Stafussi saiu do Brasil no dia 6 de
junho de 1992 para tentar a sorte em
Minami, no Japão.
Adilson decidiu sair de Minami pouco
tempo depois, temendo pela segurança da mu-
lher e dos filhos. Segundo a família, ele costu-
mava dizer: “Em Minami, o perigo mora ao
lado”. Ele se referia-a um vulcão existente no
local.
“O Adilson dizia que o vulcão soltava
fumaça e parecia que ia explodir a qualquer
momento”, lembra seu irmão, Raul Stafussi Jr.
O casal de brasileiros então arrumou em-
prego em Kobe, cidade portuária em que não
existem vulcões. Em cartas e telefonemas,
Adilson dizia estar “muito feliz” em Kobe,
onde fez muitos amigos.
Teresinha Stafussi, mãe de Adilson, conta
que o dono do restaurante onde o filho trabalha-
va pagava-lhe um bom salário. Adilson, a mu- “Começou com um tremor mais ou menos
lher e os filhos levavam uma vida “tranqüila e leve, por volta das 5h46, e aumentou rapidamen-
de fartura” no Japão.” te, sacudindo o edifício inteiro. Durou cerca de
Infelizmente, a sorte não favoreceu a famí- 30 segundos. Foi ficando cada vez mais forte, e
lia Stafussi. O Japão, país que oferece excelen- os objetos começaram a cair das prateleiras.
tes oportunidades de trabalho, está sujeito a Ouviam-se muitos estrondos e coisas caindo.
terríveis catástrofes naturais. Adilson temia os Tudo no apartamento se mexia. Objetos se
derramamentos de lava do vulcão de Minami. estatelavam no chão, vidros rachavam. Os pra-
Mas a força do magma pode provocar destrui- tos dentro dos armários da cozinha se quebra-
ção de outras formas. Em janeiro de 1995, um ram. Um dos armários da cozinha se despren-
grande terremoto atingiu a cidade de Kobe e fez deu da parede e tombou na mesa. A porta da
5.000 mortos, entre eles Adilson Stafussi e seus geladeira se abriu e os alimentos caíram.
filhos. ...Uma golfada de água saiu do vaso sanitá-
Para compreender os efeitos desse terre- rio, e o banheiro e a cozinha ficaram alagados. A
moto, vejamos o depoimento de um repórter casa virou uma grande confusão. Quando olhei
que vivia em Kobe e estava em seu apartamento da janela, depois do primeiro tremor, vi muitos
durante os abalos. prédios danificados e parcialmente desabados.”
No Brasil, felizmente, não há registros de terremotos violentos. Por que os Mãos
A U L àAobra
grandes terremotos acontecem em determinadas regiões do mundo, como o
Japão e a costa oeste dos Estados Unidos, e não em outras? E o que a força do
magma tem haver com tudo isso? 4
Para responder a essas perguntas, vamos realizar duas atividades.

Atividade n 1 : Você vai precisar de tesoura, cola e de uma folha de papel.


nº1
Observe o mapa e coloque sobre ele uma folha de papel fino. Com um lápis,
reproduza no papel os contornos da América do Sul e da África. Em seguida
recorte os desenhos dos dois continentes.

Agora, coloque os dois recortes lado a lado: à direita, o recorte da América


do Sul e, à esquerda, o da África. Ao fazer isso, você vai ver que os contornos dos
dois continentes praticamente se encaixam, como se fossem peças soltas de um
quebra-cabeça!
espaço para sua colagem

Os contornos da América do Sul e da África, como você notou, encaixam-se


perfeitamente. Alguns cientistas também perceberam isso, e perceberam tam-
bém que essas coincidências acontecem em outras partes do planeta. Daí nasceu
uma teoria: a teoria de que, no passado, os continentes do nosso planeta já
estiveram todos unidos, formando um único bloco de terra. Com o passar do
tempo, esse bloco único de terra teria se quebrado em pedaços que se separaram,
formando os continentes hoje representados no mapa mundi.
A U L A A prova de que essa teoria é verdadeira é o fato de os continentes do nosso
planeta continuarem se deslocando. Com medições feitas por satélites, que

4 observam a Terra a partir do espaço, já sabemos que os blocos de terra que


formam a América do Sul e a África se afastam 2 centímetros por ano,
aproximadamente.

Atividade n nº 22: Vá até a cozinha e coloque um pouco de água para ferver.


Observe o caminho das bolhas que se formam.
Você vai perceber que as bolhas partem do fundo da panela (a região mais
próxima do fogo) e vão em direção à superfície. Quando chegam à superfície, elas
se deslocam para as laterais da panela.
Se você colocar na panela algo que flutue sem
derreter, como pequenos pedaços de madeira ou de
isopor, verá que eles são levados pela água e, con-
forme se movimentam, vão indicando qual é o
movimento das “correntes” de água dentro da pa-
nela. Por exemplo: se você colocar os pedaços de
madeira bem juntinhos, no centro da panela, verá
que eles vão se afastar uns dos outros.
A figura à direita pode ajudá-lo a entender melhor esse fenômeno.

Informação Você talvez não saiba, mas as rochas do manto terrestre fazem algo seme-
nova lhante ao que você acabou de observar nessa atividade. Para entender isso,
vejamos juntos a figura abaixo.

As setas indicam o
movimento da rocha
derretida dentro do
manto terrestre.

Como o manto terrestre é muito quente, as rochas que nele se encontram


estão todas derretidas. Essas rochas derretidas se comportam como a água que
está fervendo na sua panela. Isto é: as rochas próximas ao núcleo terrestre são
aquecidas e sobem até os limites do manto com a crosta terrestre (assim como as
correntes de água fervente subiram do fundo da panela para a superfície).
Neste caminho, as rochas derretidas vão esfriando. Por isso, quando estão A U L A
mais próximas da crosta, são naturalmente mais frias do que quando estavam
próximas do núcleo terrestre.
Apesar de estarem mais frias, as rochas ainda estão derretidas e podem se 4
movimentar. Neste caso, elas começam a se deslocar para os lados e, ao mesmo
tempo, descem em direção ao núcleo. Lá são reaquecidas e todo o seu caminho
se inicia novamente. A esse movimento damos o nome de convecção. Repare,
portanto, que o movimento das rochas derretidas no manto e o das correntes de
água na panela são muito semelhantes.

Vamos pensar: será que você consegue relacionar tudo o que aprendeu até Mãos à obra
agora? Qual a relação entre o movimento dos continentes e a convecção do
magma? O que teria força suficiente para fazer um continente andar? Por que os
contornos da América do Sul e da África se encaixam perfeitamente?

Vamos comparar os continentes do mundo com os pedacinhos de madeira A voz do


ou isopor que flutuavam na água fervente? professor
Podemos dizer que os continentes são como “jangadas” que são levadas
por “correntezas” do mar de rocha derretida que fica no manto terrestre.
Usando a idéia apresentada acima, vamos explicar por que os contornos da
América do Sul e da África se encaixam. No passado, a América do Sul e a
África estavam unidas. Em uma determinada época da história, o magma do
interior terrestre perfurou a crosta e jorrou para fora, quebrando o que era um
bloco de terra único em duas partes. Essas partes se transformaram nos atuais
continentes da América do Sul e da África. Ou seja: em alguns locais, a crosta
terrestre foi “rasgada” pelo jorro de magma, e algumas partes se separaram do
que era o antigo “supercontinente”. Como a linha de quebra foi uma só, como
se um supertesoura tivesse cortando o supercontinente, os pedaços que se
separaram possuem contornos que se encaixam perfeitamente.

®
®
Há milhares de anos, a crosta terrestre
se rompeu entre as atuais América do
Sul e África e esses pedaços de terra
começaram a se afastar. O espaço
entre os continentes foi invadido pelas
águas do mar e formou-se o Oceano
Atlântico, que continua a se ampliar.
A U L A Isso explica a semelhança entre os contornos da América do Sul e da
África. Mas por que esses continentes continuam a se afastar alguns centíme-

4 tros por ano?


Para responder a essa pergunta, precisamos lembrar do movimento de
convecção da água que ferve na panela. Podemos dizer que o movimento de
convecção do magma (representado na ilustração da página 24, embaixo) tem
força suficiente para afastar esses continentes, assim como a convecção da água
na panela afastou os pedacinhos de madeira ou isopor.
Afinal, comparados à imensa quantidade de magma que está em movi-
mento de convecção dentro do manto terrestre, os continentes são como os
pedacinhos de madeira que flutuavam na sua panela e eram levados pela
correnteza, afastando-se uns dos outros.
Ainda temos um enigma a desvendar: por que os grandes terremotos
acontecem em algumas regiões do mundo e não em outras?
Para responder a essa pergunta, temos de observar o que existe de tão
característico nas áreas onde freqüentemente ocorrem terremotos, como a
costa oeste dos Estados Unidos, por exemplo.
Naquela região, especificamente, a crosta terrestre apresenta uma quebra,
conhecida como Falha de Santo André.

Falha de Santo André


Ãs vezes, as áreas separadas pela falha CANADÁ
se deslocam.
Quando
esses
pedações
da crosta
terrestre
ESTADOS UNIDOS
se “raspam”, a terra treme.

MÉXICO

Para imaginar como é essa quebra, observe a ilustração acima. As terras à


direita e à esquerda da linha de quebra da crosta, apontada na figura, às vezes
se deslocam lateralmente, conforme mostra o destaque. Quando esses pedações
da crosta terrestre se “raspam”, dá para imaginar o que acontece: a terra treme.
O terremoto japonês que vitimou a família Stafussi foi provocado por um
fenômeno semelhante.
Portanto, como o tremor de terra espalha-se pelas regiões mais próximas A U L A
do local onde inicialmente a terra tremeu, no mundo todo somente as cidades
mais próximas aos locais favoráveis à ocorrência de terremotos correrão o risco
de sofrerem as tragédias como aquelas de Kobe em 1995. 4

l Os continentes da Terra não estão imóveis; eles se deslocam uns em relação


aos outros. Resumo

l O movimento de convecção do magma do manto terrestre é responsável pela


movimentação dos continentes.

l No passado, todos os continentes estavam unidos, formando um único


“supercontinente”.

Exercício 1
O que causa a movimentação dos continentes?
Exercícios

Exercício 2
Por que não ocorrem grandes terremotos no Brasil?

Exercício 3
Explique como se formou o Oceano Atlântico.
A UA UL L AA

5
5
A diversidade
da vida na Terra

Atenção O
primeiro livro da Bíblia, o Gênesis,
conta que todos os seres vivos da Terra foram aniquilados por uma enchente
monstruosa, no início dos tempos. Escaparam da morte apenas Noé e sua
família, que construíram uma arca e nela abrigaram um par ou casal de cada
espécie viva existente no planeta.
Muito tempo depois, por volta de 1660, alguns padres jesuítas fizeram
cálculos para tentar descobrir o tamanho da arca de Noé, que tinha sido capaz de
acomodar dois exemplares de cada ser vivo. Os jesuítas concluíram que as 1.600
espécies que conheciam naquela época caberiam perfeitamente nos moldes da
arca descrita pela Bïblia.
Há 300 anos, a idéia de que todos os organismos vivos tinham sido
eliminados da face da Terra, sobrando apenas um casal de cada espécie, era
aceita por vários cientistas. Com o passar do tempo, novas técnicas e instru-
mentos possibilitaram a descoberta de muitas outras espécies. Atualmente, os
cientistas já descreveram cerca de um milhão e meio de espécies diferentes de
animais e plantas. Esse número é quase mil vezes maior que o número
calculado pelos jesuítas.
Agora, vamos tentar explicar por que o número de espécies vivas citadas na
Bíblia é muito menor do que o número que conhecemos hoje em dia. Preste
atenção no texto e nas figuras e as fotos que você vai ver nesta aula.

Mãos à obra Vamos começar verificando se você compreendeu o texto. Para isso, respon-
da a questão abaixo. Se precisar, releia o texto para localizar a resposta correta.

Quantas espécies de seres vivos eram conhecidas há 300 anos? E nos dias
de hoje? Você sabe explicar por que existe uma diferença tão grande entre os
dois números?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Para descobrir por que os sábios que escreveram o Velho Testamento Informação
A U L A
imaginavam que o número de espécies vivas era tão reduzido, vamos fazer uma nova
viagem pelos continentes da Terra e realizar algumas atividades. Acompanhe o
passeio com bastante atenção. 5
Atualmente os cientistas acreditam que a inundação descrita no Gênesis
aconteceu de verdade, mas não cobriu todo o planeta. Ela teria acontecido numa
região do Oriente Médio que é banhada por dois rios, o Tigre e o Eufrates. Os dois
rios estão localizados num país hoje conhecido pelo nome de Iraque.
Agora, vejamos em que parte do planeta aquela região se localiza. Vamos
localizar também uma região do nosso próprio país, a floresta amazônica.

Observe o mapa com atenção. Ele representa toda a superfície de terra que Mãos à obra
conhecemos hoje. Nele estão destacadas a área onde se acredita tenha ocorrido
o dilúvio bíblico, no atual Iraque e também na floresta amazônica.

Floresta Amazônica Iraque

Compare o tamanho das áreas do Iraque e da floresta amazônica, que


aparecem no mapa, e complete a frase abaixo:

A área terrestre que os sábios na época de Noé conheciam é muito ..............


(maior ou menor) que a conhecida atualmente.

Agora que já sabemos exatamente onde fica o Iraque, vamos conhecer um


pouco melhor essa região.

Observe atentamente as duas ilustrações da página seguinte. A que está


identificada com a letra A mostra a floresta amazônica; a que tem a letra B
representa uma região de desertos, parecida com a que existe no Iraque. Preste
atenção nos detalhes das figuras e leia com atenção os textos ao lado de cada
uma delas. Eles fazem uma descrição de cada uma das áreas mostradas
nas fotos.
A U L A O ar é "parado" e úmido.
Na verdade, parece que esta-

5 mos num ambiente fechado.


Árvores altas estão por todos
os lados, e até por cima de nos-
sas cabeças. Se olhamos para
cima, dificilmente consegui-
mos enxergar o céu, as nuvens
ou o Sol. Os dias são quase
sempre ensolarados, mas os ga-
lhos e folhas das árvores altas
formam um “teto verde”, qua-
se impedindo a passagem da
luz. Algumas árvores ultra-
passam esse “teto verde” e po-
dem ter mais de 20 metros de
altura. Imagine só: uma árvo- A
re do tamanho de um prédio!

Ao caminhar por essa re-


gião, observamos uma paisa-
gem com longas áreas de solo
arenoso. A paisagem tem mon-
tanhas de areia que mudam
constantemente de forma e
posição devido à ação do ven-
to. Nesse ambiente, em que a
temperatura pode variar de
40ºC durante o dia para 10ºC
à noite, poucas espécies de
animais e plantas conseguem
sobreviver. Na verdade, é pos-
sível andar vários quilômetros
e não encontrar nenhuma es-
pécie viva. B

Agora, que tal você mesmo fazer uma descrição da região em que vive?
Utilize como modelo os textos descritivos que você leu acima. Se for possível,
cole ou desenhe uma gravura que mostre o aspecto da área em que você mora!

Pelas ilustrações acima podemos identificar dois ambientes diferentes que


fazem parte do nosso planeta: uma floresta tropical (a floresta amazônica) e um
deserto (na região do Iraque).

Depois de ler os textos acima, você é capaz de afirmar qual das duas regiões
possui mais espécies vivas?
..................................................................................................................................
Estude o gráfico abaixo: A U L A

todas as florestas e ·
regiões do planeta

floresta tropical

Observação: Os animais desenhados só representam uma parcela dos que existem na


realidade. Eles devem ser usados somente para comparar as quantidades.

No gráfico, quantos animais aparecem sobre a área correspondente à floresta


tropical? E sobre o resto do gráfico?
..................................................................................................................................

Em qual dos dois ambientes, floresta tropical ou deserto, deve existir maior
variedade de espécies?
..................................................................................................................................

Comparando essas duas regiões da Terra, as florestas tropicais e os desertos,


percebemos que existem áreas em que a riqueza de espécies vivas é muito maior
do que em outras.

Baseando-se nas informações de nossa aula, você conseguiria dizer por que
os sábios da época de Noé imaginaram a existência de uma quantidade muito
pequena de espécies vivas?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A Udo
L A O planeta Terra possui espécies vivas em quantidade muito maior do que
A voz qualquer um de nós é capaz de imaginar. Mesmo que tenhamos contato com

5
professor regiões distantes pela televisão ou pelo cinema (inovações que os sábios jesuítas
não conheciam), só conheceremos uma pequena parte do grande conjunto de
espécies vivas existentes.
Como vimos, essa grande diversidade de vida não está espalhada igualmen-
te pela superfície terrestre. Existem regiões com muito mais tipos de seres vivos
do que outras. Um exemplo de uma região em que poucos seres vivos conseguem
sobreviver é o deserto. Como os sábios jesuítas tinham contato com poucos seres
vivos, acreditaram que as espécies embarcadas na arca representavam todas as
espécies existentes no planeta. Hoje, conhecendo outras regiões do mundo,
sabemos que isto não é verdade. E podemos ter certeza de que Noé deixou muitos
seres vivos de fora de sua arca. Os pingüins, que só vivem em regiões muito frias,
seriam um exemplo de espécie viva que não entrou na arca, já que não eles
poderiam sobreviver ao calor do deserto.
A floresta tropical, um dos ambientes que estudamos nesta aula, possui a
maior quantidade de espécies vivas do planeta. Quem não mora numa região de
floresta tropical (Noé também não morava) deixa de conviver e de conhecer
grande número de espécies vivas.
A floresta amazônica é uma floresta tropical. Se ela acabar, muitos seres
vivos deixarão de existir. A sobrevivência de seres vivos de outros ambientes
também estará ameaçada. Inclusive a do próprio homem!

Resumo · Existe grande diversidade de vida espalhada pelo planeta Terra.

· Cada região do planeta apresenta um conjunto próprio de seres vivos.

· Existem regiões do globo terrestre que possuem uma variedade de seres


vivos muito maior do que outras regiões. Exemplo: as florestas tropicais
apresentam número de espécies de animais e vegetais muito maior do que
o observado nos desertos.

Exercício 1
Estudando com colegas ou consultando livros, descubra em qual das duas
Exercícios regiões estudadas nesta aula encontramos os seguintes seres vivos: macaco,
perereca, orquídea, cacto, camelo, corvo, formiga, leopardo, esquilo, tucano,
arara.

FLORESTA TROPICAL DESERTO

........................................... ...........................................
........................................... ...........................................
........................................... ...........................................
........................................... ...........................................
........................................... ...........................................
........................................... ...........................................

Exercício 2
Por que é muito difícil conhecer todos os tipos de seres vivos existentes no
planeta?
AUU
A L AL A

6
6
Os solos

Dois mestres da arte de reflorestar Atenção

H á 26 anos, faça sol ou faça chuva,


o mineiro Luiz Roberto de Castro
Carvalho, de 51 anos, não passa um só
ele utiliza cata-ventos que bombeiam
a água de poços artesianos cavados
próximos à praia.
dia sem plantar pelo menos uma árvo- O engenheiro cearense já conse-
re em sua fazenda, na cidade guiu bons resultados com coqueiros e
paranaense de Jaboti, a 360 quilôme- cajueiros. Animado, começou a plan-
tros ao norte de Curitiba. Esse brasi- tar espécies nobres - cedros, jatobás,
leiro, que já plantou mais de 100 mil jacarandás, perobas, ipês e pau-brasil.
árvores, tem agora no litoral nordesti- Enquanto as mudas não se transfor-
no um sério concorrente. Trata-se do mam em espécies majestosas, ele se
engenheiro João Bosco Aguiar Dias, diverte plantando abóboras sobre as
de 52 anos. Há três anos, Aguiar Dias dunas: “Gosto de contrariar os pessi-
dedica-se a repor a mata que um dia mistas e fazer o verde crescer”. Com
cobriu naturalmente vastas porções da sua dedicação, o engenheiro lembra
costa de Cumbuco, nas proximidades certo embaixador inglês que, ao che-
de Fortaleza. “Antes de morrer quero gar ao Marrocos, se espantou com a
ver minha floresta reproduzida nos ausência de árvores e obteve como
seis quilômetros de praia”, diz o enge- resposta à sua perplexidade a informa-
nheiro. Desafiando a descrença de to- ção de que, no deserto, as árvores
dos os agrônomos e técnicos que pro- demorariam pelo menos trinta anos
curou, Aguiar Dias está obtendo su- para dar sombra. “Ótimo”, disse o
cesso. Para contornar o problema da embaixador. “Podemos começar a
seca, que tanto prejudica suas mudas, plantá-las agora.”

Baseado em artigo publicado na revista Veja - 11/02/87

Luiz Roberto Carvalho e João Aguiar Dias estão tendo um grande trabalho
para replantar árvores que foram derrubadas no passado. Mas qual deles deve
ter maior dificuldade em fazer as árvores crescer? Qual deles tem de modificar
as condições do local para que as árvores vinguem?
MãosA àU obra
L A No texto estão indicadas as duas cidades citadas no texto. No passado, que
tipo de vegetação existia em cada um dos dois locais?

6
EQUADOR

FORTALEZA

Floresta Amazônica
Floresta Atlântica de Planalto
Floresta Atlântica de Encosta
Floresta de Araucárias TROP. DE CAPRICÓRNIO
Cerrados
Catingas
Vegetação pantaneira
Vegetação litorânea JABUTI
Campos

Em Cumbuco ........................................................................................................
Em Jabuti ...............................................................................................................

Tanto em Jabuti como em Cumbuco, Luiz e João querem repor a mata que
existia antes. Os dois enfrentam dificuldades. Vamos analisar as duas regiões.

Informação Há 200 milhões de anos, no territó-


nova rio que hoje é o Brasil, uma grande
quantidade de material do interior da
Terra veio para a superfície. Esse mate-
rial, chamado lava
lava, se espalhou por
toda região sul, onde estão localizados
hoje os Estados do Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná, além de parte
de São Paulo. O material endureceu e
formou o basalto
basalto, uma rocha escura que
é muito utilizada, em algumas cidades, Calçada de Copacabana formada por rochas
no calçamento de avenidas e ruas. claras e escuras (basalto).

Grande parte desse basalto se desgastou sob a ação do sol, chuva, e ventos,
ao longo de milhares de anos, e formou a terra roxa, que é uma terra muito fértil.
Apesar do nome, essa terra tem na verdade uma coloração avermelhada
avermelhada. O
principal produto cultivado nessa terra no início do século foi o café
café.
Luiz mora no norte do Paraná. Que tipo de terra você acha que é mais Mãos
A U L àA obra
provável encontrar lá? Qual a importância disso?
..................................................................................................................................
.................................................................................................................................. 6
Pergunte para algumas pessoas que conhecem o Paraná quais as plantas que
podemos encontrar no norte daquele Estado. Escreva o nome no espaço que
aparece logo abaixo.
..................................................................................................................................

O que acontece quando esquentamos um copo de vidro e imediatamente o


colocamos sob a água fria de uma torneira?
..................................................................................................................................

O que significa o seguinte ditado popular:


“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Dissemos anteriormente que as rochas basálticas se formaram quando o A voz do


magma endureceu. Essas rochas foram desgastadas pela ação do sol, da chuva, professor
dos ventos e o resultado foi o aparecimento de pequenas partículas que hoje
formam um tipo de solo: a terra roxa. Isso aconteceu com outras rochas, expostas
às mesmas condições, e que deram origem a outros tipos de solos.

Ao longo de milhares de anos, uma paisagem pode mudar. E não só pela ação
da água. Imagine um local com muitas rochas, sol forte e constantes chuvas de
verão. Essas rochas se trincam e quebram em pedaços. O vento pode carregar
pedaços menores e transportá-los para outros locais. Esse movimento ocorre
continuamente na natureza.

Quais as características do solo da região onde mora João? Mãos à obra


..................................................................................................................................

Mesmo se você não mora perto da praia, já deve ter visitado uma, ou pode
tê-la visto em fotografia ou pela televisão. Que tipos de plantas podemos
encontrar nessas regiões?
..................................................................................................................................

Quando passamos por uma estrada, podemos perceber que, em certos Informação
trechos, foi necessário cortar algumas montanhas para dar passagem às pistas da nova
estrada. Em determinados cortes,
podemos observar nitidamente três
camadas. Partindo da região mais
próxima da superfície, temos uma
camada com terra, que é o solo. Abai-
xo dessa camada encontramos terra
misturada a pedaços de rochas, e a
terceira e última camada é formada
de rochas inteiras (não quebradas).
MãosA àU obra
L A Em Cumbuco, a camada mais interna,
formada por rochas, é igual à camada de

6 rochas de Jabuti? Por quê?


....................................................................
....................................................................
....................................................................
....................................................................

Se puder, pegue uma lente de aumento e


examine um pouco de areia e um pouco de
terra de vaso ou de jardim. Como são os
grãos?
....................................................................
....................................................................
....................................................................
....................................................................

A voz do A terra roxa é formada de grãos menores que os grãos da areia. Dizemos
professor que a terra roxa possui maior quantidade de argila. A argila possui grãos muito
pequenos, que ficam bem unidos entre si. Normalmente um solo é formado
por vários tipos de grãos, como a areia e a argila, além dos cascalhos. O que
define um tipo de solo é a quantidade maior de um determinado tipo de grão.
Assim, um solo é argiloso quando possui mais argila, e é arenoso quando
possui mais areia.
solo arenoso

solo argiloso

Os solos apropriados para o crescimento das plantas são os chamados solos


agrícolas. Eles possuem vários tipos de partículas e, além disso, o chamado
húmus
húmus, formado por restos de vegetais e animais e que tem cor preta.
X “ o solo encontrado nos locais indicados:
Marque com um “X Mãos
A U LàAobra

JABUTI
(norte do Paraná)
CUMBUCO
(Ceará) 6
solo argiloso

solo arenoso

Observe a figura: Informação


argila areia cascalho nova

Neste esquema estão representados os grãos da argila, da areia e do cascalho.


Os tamanhos são diferentes, e podemos observar como a água se infiltra entre
esses grãos.
No cascalho, a água escorre muito rapidamente; na areia, o processo é um
pouco menos rápido; na argila, a água é retida por mais tempo.

Se caísse a mesma quantidade de chuva em Cumbuco e em Jabuti, que solo Mãos à obra
secaria mais depressa? Explique.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O texto nos diz que João desafiou os agrônomos e técnicos que procurou, já
que está obtendo sucesso. Por que os técnicos achavam que ele ia fracassar?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Como João conseguiu resolver o problema da falta de água em seu solo?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Quem enfrentou maiores dificuldades para desenvolver suas plantas, Luiz


ou João? Se você ainda tiver dúvidas, releia os textos e responda novamente as
questões.
Discuta com alguns colegas o que você acha que Luiz e João podem ter feito
para obter sucesso.
Resumo
A U L A l Nas proximidades de Jaboti e de Cumbuco existiam matas naturais. Essas
áreas hoje estão sendo reflorestadas pela ação de duas pessoas.

6 l O basalto é um tipo de rocha que se originou da lava de vulcões que existiam


há milhões de anos.

l É dificil ter sucesso quando se planta em solos como os da praia. Para isso são
necessárias grandes modificações no solo.

l As rochas, que sofrem a ação do sol, das chuvas e dos ventos por milhões de
anos, se desgastam e dão origem aos solos.

l A terra roxa é formada principalmente por argila, que possui grãos pequenos.

l A areia é formada por grãos maiores do que os da argila.

l Solos com maior quantidade de argila são os solos argilosos, e os solos com
maior quantidade de areia são os solos arenosos.

Exercício 1
Duas regiões próximas têm solos diferentes. Abaixo do solo, uma delas tem
Exercícios muito basalto; a outra tem outro tipo de rocha. Explique as diferenças de solo
das duas regiões.

Exercício 2
Escreva na tabela algumas características dos solo de Jabuti (norte do
Paraná) e de Cumbuco (próximo a Fortaleza).

JABUTI CUMBUCO
.................................................. ..................................................
.................................................. ..................................................
.................................................. ..................................................
.................................................. ..................................................
.................................................. ..................................................
.................................................. ..................................................
.................................................. ..................................................
.................................................. ..................................................
.................................................. ..................................................
.................................................. ..................................................
.................................................. ..................................................

Exercício 3
Para que as plantas cresçam fortes e bonitas, é necessário que o solo tenha
certas características. Cite algumas delas.

Exercício 4
O texto do início de nossa aula fala de certo embaixador que, ao chegar ao
Marrocos, se espantou com a falta de árvores na região.
a) O que as pessoas disseram quando ele fez essa observação?
b) O que o embaixador respondeu?
AUU
A L AL A

7
7
Atmosfera e gravidade

N aquela tarde, a sala da casa do seu Alfredo


parecia mais quente que o de costume. Além de seus quatro filhos - Clara,
Atenção
André, Sônia e Márcia - e da esposa, Clotilde, estavam lá a cunhada Teresa, o
irmão Tonico e os sobrinhos Paulo e Rodrigo. Todos muito ansiosos para ver a
transmissão do jogo entre a seleção brasileira de futebol e a seleção da Bolívia,
pelas eliminatórias do Copa de 1994. O jogo era aguardado com grande expec-
tativa: o time não andava jogando bem e um resultado favorável tiraria a seleção
do sufoco.

A partida começa e o time do Brasil ensaia um mau futebol. A equipe da


Bolívia mostra que está disposta a conseguir um resultado positivo. Para
complicar as coisas, os bolivianos jogam em casa, na cidade de La Paz. As
crianças começam a ficar impacientes com tantos passes errados.

- Será que os brasileiros calçaram as chuteiras nos pés trocados? - pergun-


ta André, já bastante irritado.

- Acho que eles nem almoçaram hoje. Parecem tão cansados que nem
agüentam correr em campo! - comenta Teresa.

Os poucos chutes a gol da equipe brasileira parecem buscar o caminho das


nuvens, de tão altos; em outras jogadas, a bola faz curvas malucas e vai acabar
perto das bandeirinhas.

O nervosismo de todos foi aumentando. Gooool! Gol da Bolívia. Seu Alfredo,


desanimado, desistiu até da cerveja. As crianças foram brincar no quintal e nem
viram quando a Bolívia marcou de novo.

Resultado: Bolívia 2, Brasil 0.

O comentarista da televisão começou a explicar que o Brasil não tinha


jogado apenas contra o time da Bolívia, mas também contra a altitude da cidade
de La Paz. Dizia que o ar ali era diferente do ar do Rio de Janeiro. Aí, seu Alfredo
perdeu a paciência e desligou a televisão, esbravejando:

- Sempre tem uma desculpa!


MãosA àU obra
L A A princípio seu Alfredo não levou muito a sério aquela história de altitude.
Mas a coisa não saiu de sua cabeça: será que o comentarista tinha razão?

7 E você, o que acha? Este é o assunto da aula de hoje.


Para começar essa investigação, você vai procurar três cidades na ilustra-
ção abaixo: São Paulo, Rio de Janeiro e La Paz, na Bolívia.

La Paz

São Paulo

Rio de Janeiro

mar mar

O que você pode afirmar sobre a diferença de altitude entre as cidades do Rio
de Janeiro e de La Paz?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação A cidade do Rio de Janeiro está localizada à beira-mar. Tudo o que está no
nova nível do mar tem altitude zero em relação a ele. Já a cidade de La Paz, na Bolívia,
tem altitude de 3.660 metros acima do nível do mar. Por causa dessa altitude, o
ar da cidade de La Paz é mesmo “diferente” do ar do Rio de Janeiro. Veja a figura
a seguir.

Mãos à obra Nesta figura, a ar está representado por tons de cinza.

Em qual das três cidades desenhadas o tom de cinza é mais forte?


..................................................................................................................................
Qual das três cidades do desenho deve ter ar mais concentrado concentrado?
..................................................................................................................................
Se você considerar apenas São Paulo e Rio de Janeiro, qual delas tem ar
menos concentrado
concentrado?
..................................................................................................................................
Você já ouviu um comentarista de futebol dizer que um time carioca jogou A U L A
mal em São Paulo por causa do ar?
..................................................................................................................................
7
A cidade de São Paulo tem altitude de pouco mais de 700 metros em relação Informação
ao mar. Por isso, nela a concentração do ar é menor do que no Rio de Janeiro. Mas nova
a diferença não é muito grande.
O ar que fica sobre a superfície da Terra forma o que chamamos de
atmosfera
atmosfera. Na atmosfera encontramos vários tipos de materiais ou substâncias
em forma de gás.
Os gases em maior quantidade são o nitrogênio e o oxigênio oxigênio. Eles se
apresentam misturados em proporções diferentes, conforme indicamos a seguir:

COMPOSIÇÃO D O A R

Se tivermos 100 garrafas cheias de ar


e separarmos seus componentes, encontraremos:

78 garrafas cheias de um gás chamado nitrogênio


21 garrafas cheias de outro gás chamado oxigênio
01 garrafa cheia de outros gases

Qual é o nome da substância que está presente em maior quantidade no ar? Mãos à obra
..................................................................................................................................
Você conhece outras substâncias que estão presentes no ar? Escreva aqui o
nome delas.
..................................................................................................................................

Além do oxigênio e do nitrogênio, há outras substâncias presentes no ar, Informação


como o gás carbônico, o vapor de água e o ozônio. Nas regiões mais baixas, isto nova
é, mais próximas do mar, o ar está mais concentrado. Nas regiões mais altas,
como o topo das grandes montanhas, o ar é menos concentrado.

A imensa quantidade de ar que existe ao redor da Terra recebe o nome de A voz do


atmosfera. professor
Numa cidade como La Paz, que fica 3.660 metros acima do nível do mar, o
ar é menos concentrado.
Nessas circunstâncias, quando uma bola é chutada, principalmente a gran-
des distâncias, a menor concentração do ar faz com que a bola assuma uma
trajetória diferente daquela a que os jogadores brasileiros estão acostumados.
A razão disso está na resistência oferecida pelo ar ao movimento da bola.
Quanto maior a concentração de ar, maior a resistência oferecida por ele.
Essa menor concentração do ar, numa cidade como La Paz, faz com que a
respiração dos jogadores também sofra alterações. Por isso, uma maneira de
contornar o problema é aumentar o período de adaptação dos atletas ao local
da partida.
A U L A O nosso planeta apresenta a propriedade de atrair para a superfície qualquer
material, inclusive o próprio ar. Por esse motivo, o ar, que é uma mistura de

7 gases, fica “preso” ao planeta.


Tudo o que existe sobre a superfície da Terra - a água, os animais, as rochas,
as pessoas - também é atraído e fica “preso” ao planeta. Essa atração é chamada
de gravidade
gravidade.

Resumo · A imensa camada de ar que circunda a Terra, formada basicamente de


nitrogênio, oxigênio e gás carbônico, é chamada de atmosfera.

· A concentração desse ar varia de acordo com a altitude do local: perto do mar


o ar é mais concentrado; no topo das grandes montanhas, é menos concen-
trado.

· O ar, as rochas, a água dos rios, lagos e oceanos, nós mesmos, os automóveis
- tudo o que se encontra sobre o chão fica “preso” à Terra porque ela exerce
uma atração sobre todas as coisas. Essa atração é chamada de gravidade.

Exercício 1
Numa cidade situada a muitos metros de altitude, ficamos cansados mais
Exercícios facilmente do que numa cidade próxima do mar. Essa afirmação é verdadeira?

Exercício 2
Qual a diferença entre as atmosferas das cidades de La Paz e do Rio de
Janeiro?

Exercício 3
O que torna o ar “prisioneiro” da Terra?
AUU
A L AL A

8
8
Origem da vida

V
aldir estava doido para ir à praia e curtir
suas férias. Antes de viajar, porém, tomou todos os cuidados necessários:
Atenção
trancou bem as portas e as janelas, desligou todos os aparelhos elétricos e pediu
que aos vizinhos que ficassem de olho na casa e molhassem as plantas.
Depois de um rápido descanso de quinze dias, retornou. Cumprimentou os
vizinhos e não constatou nada de anormal. A casa estava como ele a havia
deixado, e as plantas estavam bonitas. Mas uma surpresa muito desagradável e
mal-cheirosa acabou com a sua alegria.
A “surpresa” estava na cozinha, onde ninguém conseguia entrar. Lá, as
moscas estavam por todos os cantos. E havia um cheiro... Ah! O cheiro! Era de
fazer qualquer um desmaiar. Foi então que Valdir lembrou de alguns alimentos
esquecidos dentro da geladeira. E como a geladeira tinha ficado desligada
durante os seus quinze dias de viagem, tudo o que estava nela se estragou.
Para piorar as coisas, o gelo que se transformou em água depois que Valdir
desligou a geladeira vazou, misturado ao sangue de um pedaço que carne
esquecido numa prateleira interna. E essa bela mistura, para as moscas, era uma
sopa deliciosa.

Qual foi o grande esquecimento de Valdir? Mãos à obra


..................................................................................................................................
O que acontece com os alimentos quando ficam fora da geladeira?
..................................................................................................................................
Por que os alimentos têm um determinado prazo de validade?
..................................................................................................................................

Saber o prazo de validade dos alimentos é um direito do consumidor. Para


respeitar esse direito, hoje em dia as embalagens dos produtos trazem uma
A voz do
indicação sobre a melhor data para o seu consumo. Após essa data, os alimentos professor
começam a estragar.
Quem come um alimento estragado pode desenvol-
ver sintomas de intoxicação, como ânsia de vômito, ton-
turas e azia. Pode também ter problemas intestinais
(como diarréias) e, em alguns casos, febre. As intoxica-
ções mais fortes podem provocar até a morte.
E você sabe por que tudo isso ocorre quando come-
mos alimentos estragados?
A U L A As intoxicações são causadas por substâncias tóxicas, isto é, substâncias que
não são naturalmente aceitas pelo nosso organismo. Essas substâncias se acumu-

8 lam no corpo e, por meio das diarréias e vômitos, por exemplo, vão sendo
eliminadas. Enquanto nosso organismo não elimina completamente essas subs-
tâncias estranhas, continuamos sofrendo os sintomas da intoxicação.
Em geral, sentimos uma repulsa natural por alimentos estragados e não os
comemos: logo que os colocamos na boca, já sentimos um gosto estranho. O
cheiro diferente também pode ser um aviso. Mas, se ignoramos esses “alarmes”
que nos indicam que não devemos comer determinado alimento, teremos uma
intoxicação.
Por que os alimentos, vencido o prazo de validade, se tornam impróprios
para o consumo?

Conhecendo os fungos e as bactérias


Não é somente pelo gosto que sabemos que um alimento se estragou.
Podemos aprender a reconhecer os alimentos estragados também pela visão.
Para aprender a reconhecer os alimentos estragados dessa maneira, faça o que é
proposto a seguir.
Faça uma dessas gelatinas em pó que estão à venda em supermercados e
mercearias (Figura 1). Deixe metade dessa gelatina dentro da geladeira
(Figura 2)e a outra metade, fora dela (Figura 3). Observe o aspecto da gelatina
após alguns dias (Figura 4).

ƒ
Como você pode ver nas ilus-
trações, a gelatina estraga mais rá- „
pido fora da geladeira. Além disso,
a gelatina estragada mostra uma
espécie de “novelo” de fios bran-
cos, ou manchas “felpudas” de cor
verde-amarronzada que são bastan-
te visíveis. Outros alimentos, como
o pão, por exemplo, ficam cheios de
manchas quando se tornam impró-
prios para o consumo.
Essas manchas são chamadas de bolor. A U L A
Quando comemos um pouco de bolor o nosso
corpo reage, e sofremos então uma pequena
intoxicação. 8
Além da presença do bolor, podemos
pão com
bolor
perceber que um alimento está estragado
quando nele observamos pequenas manchi-
nhas arredondadas que não têm aquela aparência felpuda. Se você observar um
pote com feijão ou com molho de tomate fora do prazo de validade, verá que, além
do bolor, eles também apresentam aquelas manchinhas. O mesmo acontece nas
latas de leite condensado estragado.
Quando esses sinais aparecem nos alimentos,
não devemos consumi-los. Qualquer alimento, caso
não seja comido até o seu prazo de validade, estraga.
Mas você sabe o que são os bolores e as manchinhas?
Por incrível que pareça, os “fios” e as manchas
que surgem nos alimentos que estão estragando
são seres vivos. Os bolores que aparecem no pão
são chamados de fungos. Cada uma das pequenas
manchas do caldo do feijão e do molho de tomate
são aglomerados com milhões de bactérias.
Assim como outros seres vivos, os fungos e as microscópicas bactérias
precisam de alimento para crescer e se reproduzir. Quando estão no pão, no arroz,
no feijão, no molho de tomate e em outros alimentos, esses seres vivos (mesmo
não tendo boca, dentes, estômago ou intestino) estão retirando deles as substân-
cias de que precisam para viver. Além disso, tais organismos podem liberar
algumas substâncias que são tóxicas para nós. Assim, quando comemos alimen-
tos com bactérias e bolores podemos passar mal, pois nosso corpo “estranha”
essas substâncias.

O aparecimento de fungos e bactérias

Como os fungos e as bactérias aparecem nos alimentos? Na sua opinião, de


onde eles surgem?
Com o contínuo aperfeiçoamento da ciência e, depois, dos microscópios, os
cientistas foram descobrindo que seres vivos muito pequenos e invisíveis a olho
nu, como as bactérias, estão em toda parte. Há mais de 300 anos, um cientista
europeu espantou todo mundo ao afirmar que até na saliva entre os nossos dentes
existem bactérias.

Da esquerda para a direita são mostrados microscópios cada vez mais modernos.
A Udo
L A Agora você já sabe que existem bactérias em todo lugar, inclusive nos
A voz alimentos frescos, que podemos comer normalmente. O que acontece com os

8
professor alimentos estragados é que neles há um número muito maior de bactérias.
A prova disso é que, nos alimentos frescos, as bactérias, que são minúsculas,
ficam invisíveis. Nos alimentos estragados elas aparecem em quantidade tão
grande que acabam ficando muito próximas umas das outras, como uma porção
de gente apertada num elevador. Por isso é que, quando os alimentos estão
estragados, muitas vezes podemos ver bolores e manchinhas a olho nu. Essas
manchas, são aglomerados de milhões de bactérias.
fungo
Os fungos, a exemplo das bactérias, também estão por
toda parte. Os fungos possuem “sementes” microscópicas
tão pequenas e leves que flutuam no ar e são levadas pelos
ventos a qualquer parte.
Caindo sobre um alimento, essas sementes originam
novos fios de fungos, que vão crescendo e se multiplicando
até formar as manchas de bolor que se espalham pelos
alimentos.

Portanto, os fungos e as bactérias não surgem do nada. Eles funcionam como


uma grande “família”: os primeiros fungos e bactérias que já estavam nos
alimentos frescos originaram “filhos”, e esses “filhos” tiveram “netos” que
geraram “bisnetos”, e assim por diante, de fungos e bactérias. O ritmo de
reprodução desses organismos é muito intenso e sua população, nos alimentos,
vai aumentando muito. Depois de algum tempo, o alimento se estraga.

bactéria-mãe
bactérias-filhas

Este esquema representa a quantidade de bactérias


aumentando com o tempo. No início havia apenas uma
bactéria-mãe. Após mais ou menos 30 minutos já, haviam 2
bactérias-filhas. Depois de uma hora, 4 bactérias, e estas
continuam a se reproduzir. Você já imaginou quantas
bactérias existirão depois de 24 horas?

A origem dos primeiros seres vivos

Mas o que é que os fungos e as bactérias têm a ver com a origem da vida na
Terra? As evidências indicam que os primeiros seres vivos do planeta eram
formas de vida microscópicas muito parecidas com as bactérias. Calcula-se que
esses primeiros seres vivos surgiram no planeta há aproximadamente 3,5 bilhões
de anos.
Atualmente, a ciência admite que todos os seres vivos (inclusive as micros-
cópicas bactérias) só podem ser originados a partir de um outro ser vivo já
existente (isto é, todos os seres vivos tiveram pais, que foram originados pelos
avós, que vieram dos bisavós etc.). Por isso, surge uma grande dúvida: se os
primeiros seres vivos microscópicos se originaram de seus pais, que vieram de
seus avós, que vieram de seus bisavós, como surgiu o primeiro de todos os seres
vivos do planeta Terra?
De modo geral, hoje em dia se acredita que os primeiros seres vivos surgiram A U L A
no mar, a partir de substâncias químicas não-vivas que existiam no planeta há
aproximadamente 3,5 bilhões de anos. Nessa época, ao que tudo indica, os
vulcões estavam em plena atividade; os continentes acabavam de ser formados, 8
havia muitas tempestades elétricas e a atmosfera não era igual à de hoje.

Representação de como se imagina que era o planeta na época


em que surgiram as primeiras formas de vida.

Nesse ambiente, com uma atmosfera cheia de gases tóxicos, quase sem
oxigênio e com muito gás carbônico, substâncias químicas não-vivas organiza-
ram-se nos oceanos primitivos oceanos e formaram os primeiros seres vivos. Essa
idéia é a mais aceita pelos cientistas. Mas ainda são muito discutidos os processos
que explicariam como as substâncias não-vivas conseguiram se organizar para
originaram os primeiros seres vivos.
Portanto, ainda não sabemos exatamente como surgiram os primeiros seres
vivos. Mas sabemos que há 2,5 bilhões de anos, ou seja, 1 bilhão de anos depois
do surgimento dos primeiros seres vivos microscópicos, uma grande mudança
aconteceu no planeta. A quantidade de oxigênio na atmosfera começou a
aumentar e, no mesmo ritmo, a quantidade de gás carbônico começou a diminuir.

4.500 bilh›es 3.500 bilh›es 2.500 bilh›es


de anos atr‡s de anos atr‡s de anos atr‡s

origem do origem atmosfera


planeta Terra da vida rica em
oxig•nio
Os cientistas imaginam que os primeiros seres vivos eram algas microscópi-
cas que viviam nos mares e que, além de se reproduzir, multiplicando sua
população, absorviam gás carbônico e liberavam oxigênio.
A coisa teria funcionado assim: como cada alga microscópica liberava um
pouco de oxigênio e se reproduzia, depois de algum tempo a população de algas
nos antigos oceanos aumentou muito. Conseqüentemente, mais oxigênio foi
liberado e mais gás carbônico foi consumido.
A U L A Em função disso, hoje o planeta Terra possui uma atmosfera rica em oxigênio
e com pouco gás carbônico, diferente de qualquer outro planeta. Aqui também

8 temos algo que não existe em nenhum outro planeta conhecido: a vida.
Dentro do universo conhecido, portanto, o planeta Terra é único não só
porque possui vida, mas também porque sua atmosfera foi determinada e
modificada, ao longo do tempo, em função dos seres vivos. Assim, por todos
esses méritos, nosso planeta merece ser chamado não só de planeta Terra, mas
também de “planeta vivo”.

Resumo · Seres vivos como fungos e bactérias são os responsáveis pela deterioração
dos alimentos.

· As primeiras formas de vida que surgiram no planeta eram microscópicas.

· As primeiras formas de vida apareceram nos oceanos e começaram a modi-


ficar o planeta, em especial a sua atmosfera.

· Como o fenômeno da vida, até onde se sabe, ocorre só no planeta Terra e lhe
confere características especiais, como uma atmosfera rica em oxigênio,
podemos definir nosso planeta, entre outras coisas, como um planeta vivo.

Exercício 1
O que são fungos e bactérias?
Exercícios

Exercício 2
Você concorda ou discorda da seguinte frase: “Os alimentos que estão dentro
do prazo de validade e são adequados para o consumo contêm bactérias em
número elevado. ” Explique a sua opinião.

Exercício 3
Explique a frase: “ O ritmo de reprodução desses organismos é muito intenso
e sua população, nos alimentos, vai aumentando muito. Depois de algum
tempo, o alimento se estraga .”
AUU
A L AL A

9
9
As substâncias que
formam o nosso planeta

O bserve com bastante


atenção esta ilustração de
Atenção
uma casa, com seus
diversos componentes
e as substâncias ŒŒ
utilizadas para
fabricá-los. Œ Ž
Œ Œ‹ “ 

”
Œ’ ’ 

Ž Œ“
‘
Œ‘
Œ
Œ 
Œ ‹

ŒŽ Œ”

ELEMENTO SUBSTÂNCIA MINERAL
01. TIJOLO ............................................ AREIA , CALCÁRIO ( CIMENTO ), ARGILA VERMELHA
02. FIAÇÃO ........................................... COBRE , PETRÓLEO ( PLÁSTICO )
03. L Â M P A D A ........................................ QUARTZO ( VIDRO ), TUNGSTÊNIO ( FILAMENTO )
04. F U N D A Ç Õ E S .................................... AREIA , BRITA , CIMENTO
05. T A N Q U E .......................................... PETRÓLEO ( PLÁSTICO ), CALCÁRIO ( CIMENTO ), AREIA , BRITA E / OU PEDREGULHO
06. V I D R O ............................................. QUARTZO , FELDSPATO
07. LOUÇA SANITÁRIA ........................... ARGILA , CAULIM
08. A Z U L E J O ......................................... ARGILA , CAULIM , FELDSPATO , DOLOMITA
09. PISO DE BANHEIRO ......................... GRANITO , MÁRMORE OU ARGILA ( LAJOTA OU LADRILHO )
10. PINTURA ( TINTA ) ............................. PIGMENTOS DE TITÂNIO ( ILMENITA )
11. CAIXA D ’ ÁGUA ................................. AMIANTO ( CRISOTILA ) E CIMENTO
12. I M P E R M E A B I L I Z A N T E ........................ BETUME ( XISTOS BETUMINOSOS )
13. C O N T R A P I S O ................................... AREIA , BRITA E CALCÁRIO ( CIMENTO )
14. P I A .................................................. MÁRMORE OU NÍQUEL , CROMO , FERRO ( AÇO INOXIDÁVEL )
15. BOTIJÃO DE GÁS ............................. GÁS NATURAL , PETRÓLEO , FERRO
16. E N C A N A M E N T O ................................ FERRO , CHUMBO , PETRÓLEO ( PVC )
17. L A J E ............................................... FERRO , BRITA , AREIA , CALCÁRIO ( CIMENTO )
18. F O R R O ............................................ GIPSITA ( GESSO )
19. A R M A Ç Ã O - F U N D A Ç Ã O ...................... FERRO ( HEMATITA )
20. ESQUADRIA DE JANELA ................... ALUMÍNIO ( BAUXITA )
21. P I S O ............................................... ARGILA , ARDÓSIA , VERMELHÃO ( ÓXIDO DE FERRO )
22. C A L H A ............................................. COBRE , ZINCO , PETRÓLEO ( PVC )
23. T E L H A D O ......................................... ARGILA ( TELHA ), BETUME , CALCÁRIO ( CIMENTO PARA ACABAMENTO )
24. ESTRUTURA ( PILASTRA ) .................. AREIA , CALCÁRIO ( CIMENTO )
MãosA àU obra
L A Com certeza, você nunca ouviu falar de muitas substâncias listadas na
ilustração da página anterior. Outras são muito mais conhecidas e, quem sabe,

9 já podem até ter sido utilizadas por você.


Leia novamente a lista de substâncias. Abaixo, relacione as que você já
conhece e as que lhe são desconhecidas:

SUBSTÂNCIAS CONHECIDAS SUBSTÂNCIAS DESCONHECIDAS


............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................
............................................................. ............................................................

Informação É fácil verificar que, à nossa volta, existem várias coisas com as quais
nova convivemos muito sem saber direito de que são formadas. Por exemplo: quando
seguramos uma lâmpada, percebemos que ela é basicamente um recipiente de
vidro com um fio fino de metal dentro. Mas, e se quisermos descobrir quais as
substâncias que constituem esses materiais, o vidro e o metal? Depois desta aula,
vai ser mais fácil responder a essa e a outras perguntas.
As substâncias que constituem a nossa casa são bons exemplos de “coisas
que estão bem debaixo do nosso nariz” e que não conhecemos muito bem.
Sabemos que a casa tem tijolos e telhas, mas nem todos sabem que esses
materiais são feitos de argila. O mesmo acontece com outros materiais.

Mãos à obra Para descobrir de que são formados alguns materiais, volte à figura inicial.
Que substâncias formam os componentes listados abaixo?

MATERIAIS SUBSTÂNCIAS

LÂMPADA
VIDRO
LAJE
ARMAÇÃO
ENCANAMENTO

Informação Agora você já sabe que o vidro é formado principalmente por quartzo e
nova sílica, e que o filamento da lâmpada é formado por ferrro e tungstênio.
Mas, e daí? O que são o quartzo, a sílica e o tungstênio?
Todas as substâncias listadas na ilustração da página anterior têm em
comum o fato de ser encontradas no subsolo de algumas regiões do planeta.
Quase todas são rochas, mas o petróleo é encontrado em estado líquido. Todas
essas substâncias são chamadas de minerais
minerais.
O subsolo do Brasil é muito rico em minerais. Para comprovar isso, observe A U L A
o mapa abaixo, que mostra onde se localizam as principais reservas de minerais
do nosso país.
9

No início da aula, você deve ter verificado que algumas substâncias minerais Mãos à obra
são utilizadas em algumas partes da casa e não em outras. Voltando à gravura
inicial, perceberemos isso mais claramente. Vamos tomar como exemplo as
substâncias ferro e quartzo.
Faça duas listas, chamadas A e B. Agrupe todos os componentes da casa que
possuem ferro na lista A, e todos os que possuem quartzo na lista B:

A B
CONJUNTO DOS MATERIAIS CONJUNTO DOS MATERIAIS
QUE POSSUEM FERRO QUE POSSUEM QUARTZO
............................................................ ............................................................
............................................................ ............................................................
............................................................ ............................................................
............................................................ ............................................................
............................................................ ............................................................

Analisando os dois conjuntos, é possível perceber que as estruturas coloca-


das no conjunto A têm algumas características diferentes das estruturas coloca-
das no conjunto B.
Você poderia citar algumas características das estruturas pertencentes ao
conjunto A que não existem nas estruturas agrupadas no conjunto B?
..................................................................................................................................
Informação
A U L A Uma das principais características dos materiais compostos por ferro, que
nova deve ter sido lembrada, é a sua resistência. Podemos dizer então que esta é uma

9 propriedade específica desta substância. O quartzo não possui essa proprieda-


de, mas possui outras que estão ausentes no ferro. Ou seja: são essas proprieda-
des específicas de cada substância que definem como cada uma delas pode ser
utilizada.

Mãos à obra Para unir blocos ou tijolos ao construir uma parede, que materiais descritos
abaixo você poderia utilizar? Assinale sim ou não.

CIMENTO SIM o NÃO o


COLA SIM o NÃO o
AREIA SIM o NÃO o
FERRO SIM o NÃO o
ÁGUA SIM o NÃO o
ISOPOR SIM o NÃO o

Informação Se você respondeu que basta utilizar qualquer um desses materiais isolada-
nova mente, com certeza a sua parede não ficará de pé por muito tempo. Nesse
exemplo, é fundamental realizar uma mistura de três materiais para conseguir
o que queremos, ou seja, a argamassa que vai manter os tijolos bem unidos.
Quando preparamos uma argamassa para construção, estamos, na verdade,
misturando alguns minerais (o calcário e a argila do cimento e quartzo da areia)
com outra substância, a água. Essa mistura possui uma propriedade que os
componentes isolados não tinham: ela endurece quando seca, mantendo unidos
os tijolos ou blocos de uma parede.

A voz do Todos os materiais que usamos no nosso dia-a-dia ou que existem na


professor natureza são formados por uma ou várias substâncias. O papel, a cola, o lápis e
a cadeira, por exemplo, são formados por várias substâncias.
Alguns materiais são constituídos de uma única substância, como a água
pura, o ferro puro, o ouro puro, o oxigênio. Mas existem outros materiais (e eles
são a maioria) constituídos por misturas de substâncias. Como exemplo pode-
mos citar a água do mar (composta pelas substâncias água e sal), o ar (composto
principalmente pelas substâncias oxigênio e nitrogênio, como você já viu na
Aula 7) e o cimento (composto pelas substânicas minerais calcário e argila).
Desde os tempos antigos, o homem aprendeu a usar em seu benefício várias
substâncias naturais. Algumas das substâncias mais utilizadas são os minerais
existentes nas rochas. Mas, quando vamos produzir alguma coisa, não podemos
simplesmente utilizar um material qualquer. O que determina a utilidade de
cada mineral são as suas propriedades específicas. Essas propriedades são as
características de cada substâncias. Por exemplo: a resistência do ferro ao fogo,
e a capacidade de queima da madeira. Essas propriedades permitem que o ferro
seja utilizado para a confecção de panelas, ao passo que a madeira, não.
Cada substância possui propriedades específicas. Mas, quando misturamos
duas ou mais substâncias, o produto resultante pode apresentar novas proprie-
dades e, dessa forma, adquirir outras utilidades práticas. Se prestarmos bastante
atenção à nossa volta, vamos perceber que a maioria dos materiais que utiliza-
mos são formados por misturas, e não por uma substância pura.
O metal utilizado para fabricar o filamento de uma lâmpada é constituído A U L A
principalmente por ferro, carbono e tungstênio. É, portanto, uma mistura.
O vidro da lâmpada é também uma mistura de materiais: o principal é a
sílica. Isso significa que uma lâmpada é formada por um conjunto de materiais: 9
o vidro e o “fiozinho”. E cada um desses materiais é formado pelas substâncias
correspondentes.
Misturando os diversos materiais existentes na natureza conseguimos
formar muitos outros materiais novos e diferentes. Estes, por sua vez, podem ser
agrupados de muitas maneiras, dando origem então aos milhares de instrumen-
tos desenvolvidos pelo ser humano para exercer as mais diferentes funções.

l Os materiais são formados por substâncias. Resumo

l Cada substâncias possui propriedades específicas.

l As propriedades específicas de cada substância é que determinam suas


utilidades.

l Novas propriedades podem aparecer quando misturamos duas ou mais


substâncias.

Exercício 1
Cite algumas propriedades dos seguintes materiais: vidro, alumínio (des
panelas por exemplo), madeira. Exercícios

Exercício 2
Complete a tabela abaixo:

MATERIAL PROPRIEDADES UTILIZAÇÃO

AREIA

CIMENTO

ÁGUA

ARGAMASSA
A UA UL L AA

10
10
A água e suas
transformações

Atenção O bserve esta notícia que saiu no jornal:

Perto do iceberg,
o navio parece
de brinquedo

S idnei - O supericeberg de 78
quilômetros de comprimento por
37 quilômetros de largura e 200 metros
Segundo pesquisadores ingleses, o
desprendimento do enorme bloco de
gelo é conseqüência da elevação das
de espessura que se soltou há alguns temperaturas da região antártica em
dias deverá ficar encalhado em áreas cerca de 2,5° C. Trata-se de um iceberg
de pouca profundidade da Antártica, gigante, mas não é o maior já encontra-
segundo especialistas da Divisão An- do. No final dos anos 60, cientistas
tártica Australiana. descobriram na mesma região um
Quando os especialistas localiza- iceberg com 300 km de extensão.
ram o imenso bloco de gelo, temia-se Os icebergs antárticos têm forma
que ele pudesse chegar até a altura das tabular: parecem imensos campos de
Ilhas Malvinas, no Atlântico Sul. futebol flutuantes e são fáceis de ver à
A montanha de gelo é formada por distância. Já no Ártico, ou Pólo Norte,
água doce, como qualquer iceberg, e os icebergs têm formas irregulares, re-
poderá resistir até uma década antes de sultantes da ação de fortes ventos e da
se partir em blocos menores pela ação ruptura de grandes blocos de gelo ainda
mecânica da água do mar. Esses fora d’água, formando montanhas à
icebergs menores poderão boiar como beira do mar.
grandes balsas em direção ao norte, Por serem menores e pouco visíveis,
criando riscos para a navegação antes os icebergs do Pólo Norte são mais
de se dissolver em águas mais quentes. perigosos para os navegadores.

Baseado em artigo do jornal O Estado de S. Paulo de 01/3/95, página A-12


O que é um iceberg iceberg? Mãos
A U L àAobra
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Qual o tamanho do supericeberg de que o jornal fala? 10
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Qual era o receio dos pesquisadores ao descobrir o bloco de gelo?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Por que o supericeberg não deverá chegar até as Ilhas Malvinas?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Quais as diferenças entre os icebergs do Pólo Sul e os icebergs do Pólo Norte?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Quando colocamos um litro de leite tipo “longa vida” na água, a caixa afunda. Atenção
O que acontecerá se congelarmos a caixa de leite e a recolocarmos na água?
Observe a seqüência de ilustrações e, se quiser, repita a experiência em casa.

Um litro de leite A caixinha de leite ▲


pesa cerca de um vai para o fundo
quilograma

No congelador, o litro
de leite solidifica-se

O litro de leite O litro de leite congelado


congelado não afunda; ele flutua.
continua com o
mesmo peso

O material que utilizamos nesta experiência, o leite longa-vida, é constituído


de substâncias nutritivas e muita água. Quando o congelamos, ocorreu uma
ligeira deformação das paredes do recipiente (a caixinha lacrada) em que ele
estava. Temos a impressão de que a embalagem “estufou”.
A U L A Como não entrou nada na embalagem lacrada, podemos concluir que a água
contida nela aumentou de volume. Mas, como nada foi acrescentado ao conteú-

10 do da embalagem, ela continuou com o mesmo peso. Como você pode ver na
ilustração, o peso da embalagem, antes e depois do congelamento, continou o
mesmo. Em resumo: a quantidade de matéria dentro da caixinha - a massa
contida nela - continua igual. Mas essa massa passou a ocupar um espaço maior,
ou seja, um volume maior.
Para entender o que aconteceu, vamos fazer uma comparação. Imagine que,
dentro do litro de leite, existiam 1.000 pacotinhos com um grama cada um.
Depois do congelamento, passamos a ter 1.100 pacotinhos. Mas, juntos, eles
continuam pesando a mesma coisa coisa, ou seja, mil gramas (ou um quilo).

Responda
Responda: você acha que o peso de cada um dos 1.100 pacotinhos é igual, maior
ou menor do que um grama?

Se 1.000 pacotinhos de líquido pesavam um quilo e 1.100 pacotinhos de gelo


pesam o mesmo quilo, podemos concluir que o pacotinho de gelo tem menos do
que um grama. Ou seja, o peso de mil pacotinhos de gelo será menor do que o
peso de mil pacotinhos iguais de água líquida. Por essa razão dizemos que a
densidade do gelo é menor do que a densidade da água líquida.
Quando um litro de uma substância pesa menos do que um quilograma, a
substância flutua na água. Quando pesa mais do que um quilograma, ela
afunda. Em outras palavras, flutuam na água os materiais que têm densidade
menor do que a água líquida.

A voz do Na natureza, a água se apresenta de várias formas. A água em forma líquida


professor é, sem dúvida, a mais presente em nosso cotidiano. Bebemos água todos os dias
e precisamos de água líquida para a alimentação, a higiene, processos indus-
triais e muitas outras coisas.
Quando colocamos roupas para secar no varal, esperamos transformar a
água líquida em vapor - isto é, mudar a forma em que a água se apresenta. A
água que está molhando as roupas está na forma líquida. Queremos que ela se
transforme em vapor d’água, ou seja, água em forma gasosa.
Sabemos que a água também pode se apresentar em forma de gelo. O gelo
é água em estado sólido. Aprendemos que os icebergs são grandes blocos de gelo
formados de água doce. Eles estão presentes tanto no Pólo Norte quanto no Pólo
Sul do nosso planeta.
Quando o gelo passa para a for- vapor
líquido
ma líquida, dizemos que houve fu-
são do gelo. Quando a água na for- ev
ap
ev

or
ap
ão

ma líquida passa para a forma de o


ora
ss


fufu

vapor, dizemos que houve evapo-


o

ração
ração. Quando o vapor passa para o
estado líquido, dizemos que houve Mudan•as
s—lido
sólido de estado l’quido
vapor
liquefação
liquefação. E, quando o líquido
passa para a forma sólida, dizemos da ‡gua
que houve solidificação
solidificação. A ilustra-
so
lid
so

ção ao lado resume as principais


o
ifi
lid

çã
o

a
ifi

fa

mudanças de estado que podem


ca

fa o
ue

ue
çã

liq

liq
o

ocorrer com a água.


líquido
vapor
Essas mudanças de estado físico podem ocorrer com muitas outras substân- A U L A
cias. Se você deixar uma garrafa de álcool destampada, por exemplo, grande
parte de seu conteúdo irá evaporar depois de alguns dias.
Você já deve ter visto ou ouvido falar de “gelo seco”. Trata-se de gás 10
carbônico em estado sólido. Da mesma forma, o nitrogênio, um gás que faz parte
do ar que respiramos, pode ser resfriado até mudar de estado físico: ele se torna
líquido. O mercúrio é utilizado em muitos garimpos para separar o ouro das
impurezas. Muitos garimpeiros se envenenam quando respiram vapor de
mercúrio, que também contamina rios e peixes, causando um verdadeiro desas-
tre ecológico. O garimpeiro acha que o mercúrio “sumiu”, mas ele apenas mudou
de estado, ele virou vapor.
As mudanças de estado físico dependem de variações na temperatura e na
pressão das substâncias.
O experimento com a caixinha de leite procurou ajudá-lo a compreender um
fato bastante curioso. A água em forma sólida flutua na água líquida. Isso explica
por que os icebergs navegam pelos mares como se fossem jangadas, colocando
em risco a segurança de barcos.

l Os icebergs são grandes blocos de gelo, feitos de água doce. Resumo


l A água, em estado sólido, flutua na água líquida.

l A densidade do gelo é menor do que a densidade da água líquida.

l A água pode se apresentar em diferentes estados físicos: sólido (gelo), líqui-


do (água líquida) e gasoso (vapor).

l As mudanças de estado físico dependem de variações na temperatura e na


pressão das substâncias.

Exercício 1
O que são icebergs?
Exercícios
Exercício 2
Por que os icebergs flutuam na água do mar?

Exercício 3
Quais os nomes dos processos que modificam o estado físico da água?

Exercício 4
As mudanças de estado físico ocorrem apenas com a água? Quais os fatores
que determinam as mudanças de estado físico?

Exercício 5
Para fabricar a pinga, usamos aparelho chamado alambique. A mistura de
garapa (caldo de cana) fermentada produz álcool e é aquecida. A seguir, é
resfriada. O álcool, misturado na garapa, vaporiza-se mais rapidamente do
que a água e é resfriado, passando para o estado líquido. Indique quais os
estados físicos que ocorrem nesse processo.
A UA UL L AA

11
11
Pressão atmosférica

Atenção D
aniel e Zuleika já estavam ficando angus-
tiados. O pediatra, dr. João, estava atrasado por causa do trânsito, que andava
mais complicado, naqueles dias, devido às enchentes que vinham castigando
São Paulo. A hora marcada para a consulta, portanto, já não estava valendo.
Daniel e Zuleika tinham levado ao médico a filha Isadora, que tinha
acabado de completar seis meses. Era apenas uma consulta de acompanhamen-
to para ver se tudo continuava bem com a saúde da menina, que mamava no
peito da mãe.
Depois de quase uma hora e meia de espera, o dr. João chegou e Isadora
começou a ser examidada. A altura, o peso e os reflexos estavam se desenvol-
vendo dentro do previsto, segundo o médico. Os dentes já se anunciavam e, por
esse motivo, ela estava um pouco mais inquieta nos últimos dias.
Zuleika perguntou ao médico se havia algum cuidado especial a ser
tomado, caso eles fossem até a praia no feriado de Carnaval.
O dr. João recomendou duas coisas: a menina devia usar roupas leves,por
causa do forte calor, e os pais deviam tomar muito cuidado com os ouvidos de
Isadora durante a viagem. Era conveniente que ela não estivesse dormindo
durante a descida ou a subida da serra para Santos.
Daniel comentou com Zuleika que, quando ainda era pequeno, numa
viagem a Santos, seus ouvidos ficaram “esquisitos” durante algum tempo e só
voltaram ao normal quando ele bocejou. Zuleika disse que também já tinha
passado pela mesma experiência.

Mãos à obra Na aula de hoje vamos fazer uma investigação para entender por que os
nossos ouvidos ficam “esquisitos” durante as viagens que envolvem lugares
que estão a altitudes bastante diferentes.

Que cuidados o médico recomendou para que o bebê pudesse enfrentar


a viagem ao litoral?
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
................................................................................................................................
Você já passou pela experiência de ficar com o ouvido “esquisito” A U L A
durante uma viagem?
.................................................................................................................................
................................................................................................................................. 11
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................

Na Aula 7 você aprendeu que o poder de atração da Terra faz com que o Informação
ar fique "preso" a ela. Esse ar, que é uma mistura de várias substâncias nova
gasosas, é chamado também de atmosfera. Ele paira sobre a Terra e acaba
pressionado tudo o que se encontra sobre o chão. Essa pressão que o ar exerce
sobre todos os objetos é chamada de pressão atmosférica
atmosférica. Existem algumas
situações bastante simples que evidenciam a sua presença, conforme vere-
mos a seguir.

Você pode fazer ou acompanhar o seguinte experimento: encha um copo Mãos à obra
com água até a metade. A seguir, tampe o copo com um pedaço de papel (uma
folha de caderno, por exemplo). Se você virar o copo tampado com a boca para
baixo, o que observa nos primeiros instantes?

Anote aqui o que aconteceu.


.................................................................................................................................
.................................................................................................................................

Uma outra situação bastante simples que evidencia a ação da pressão


atmosférica está ilustrada na seqüência de ilustrações a seguir. Nela, uma
lata de alumínio vai ser amassada pela ação da pressão atmosférica.

Lata aquecida é virada de


cabeça para baixo sobre uma Lata amassada pela pressão
Lata sendo aquecida. superfície plana. atmosférica.
A U L A Analise as ilustrações e responda:

11 A lata muda de formato ao ser aquecida?


..................................................................................................................................
E depois de resfriada?
..................................................................................................................................

Informação A pressão atmosférica age sobre tudo, e de todos os lados. Assim, quando
nova viramos o copo com água de boca para baixo, a água dentro dele não cai e nem
mesmo o papel, como poderíamos imaginar. Nessa situação, a ação da
pressão atmosférica de baixo para cima, sobre o papel, é maior que a pressão
da água, de cima para baixo. Passado algum tempo, entretanto, o papel acaba
sendo molhado pela água e se movimenta para dentro do copo. Isso permite
a entrada de mais ar, aumentado a pressão para baixo até que a água cai.
Vejamos a outra situação, a da lata. Antes de aquecê-la., mesmo estando
ela vazia, existe ar dentro dela, como também existe ar ao seu redor. Nessa
situação, a pressão que o ar faz de dentro para fora da lata é igual à pressão
que o ar de fora faz para dentro. Quando aquecemos a lata quase todo o ar que
lá estava é expulso dela. Quando a lata é retirada da chama, começa a se
resfriar. O pouco ar que sobrou tem de ocupar todo o espaço interno da lata.
Assim, a pressão que ele exerce dentro da lata é menor do que a pressão de
fora, a pressão atmosférica. Por isso, ela é amassada.

Mãos à obra Vamos utilizar o conceito de pressão atmosférica para entender o que
acontece na seguinte situação: tomar refresco com um canudinho.
Em cima do refresco existe ar. O ar, portanto, está exercendo pressão
sobre o refresco. Indique com uma seta, na figura abaixo, a ação da pressão
atmosférica sobre a parte de cima do refresco.
Observe que dentro do canudinho também existe ar.
Portanto, aí também existe a ação da pressão atmosférica
sobre ele.
Quando você começa a sorver, o refresco sobe pelo
canudinho.
O que acontece com a pressão do ar dentro do canudi-
nho quando uma pessoa começa a chupar o refresco?
Ela aumenta, diminui ou se mantém igual?
.................................................................................................................................

A voz do Para que um refresco suba pelo canudinho, é necessário que ocorra
professor alguma variação de pressão. Quando se toma o refresco pelo canudinho,
ocorre uma diminuição da pressão no seu interior. A pressão atmosférica,
agindo na superfície do refresco de cima para baixo, faz com que ele suba
pelo canudinho. Quando a pessoa pára de sorver, a pressão no interior do
canudinho volta a ficar igual à pressão atmosférica e, por isso, o refresco
não sobe.
A pressão atmosférica age em todas as direções, isto é, de todos os lados.
Seu valor, entretanto, depende da altitude do local em que nos encontramos.
Na praia, por exemplo, o valor da pressão atmosférica é o maior possível. Nas
cidades que ficam em regiões montanhosas, a pressão atmosférica é menor.
Quando nos deslocamos de uma cidade que fica numa região de maior A U L A
altitude para a praia, a pressão atmosférica que age sobre nosso corpo
aumenta. Uma região sensível do nosso corpo, que indica essa alteração na
pressão atmosférica, é o tímpano do ouvido. É por isso que, durante essas 11
viagens, durante algum tempo há uma sensação de desconforto. O mesmo
acontece quando vamos de uma região de menor altitude (e, portanto, de
maior pressão) para outro local de maior altitude e de menor pressão
atmosférica.

· O ar que fica “preso” à Terra por causa da gravidade faz com que ele Resumo
exerça uma pressão sobre tudo o que se encontra na superfície terrestre.
Essa pressão é chamada de pressão atmosférica
atmosférica.

· O valor da pressão atmosférica depende da altitude do local. Na praia,


onde a altitude é zero, a pressão atmosférica é a maior possível. Nos locais
mais altos, o valor da pressão atmosférica é menor.

· Quando nos deslocamos de um lugar onde a pressão atmosférica é maior


para um outro lugar onde ela é menor (ou o contrário), os tímpanos de
nossos ouvidos sentem essa alteração e nos dão uma sensação de descon-
forto durante algum tempo.

Exercício 1
Se retirarmos boa parte do ar de dentro de uma lata vazia de refrigerante,
a pressão atmosférica fará com que ela fique amassada. Esta afirmação Exercícios
está de acordo com o que você estudou nesta aula?

Exercício 2
A cidade de Belo Horizonte está localizada a 858 metros acima do nível
do mar. Nela, a pressão atmosférica é maior, menor ou igual à da cidade
de Belém que tem altitude de 11 metros?
A UA UL L AA

12
12
As fases da Lua

Atenção D
epois do Sol, o astro que sempre despertou
mais o interesse das pessoas foi a Lua. Percorrendo a escuridão celeste, a Lua vem
iluminando há muito tempo não só os caminhos do homem, mas também sua
poesia e sua arte. Todos os calendários orientais e ocidentais têm na Lua o seu
elemento mais importante. No passado, os meses eram denominados “luas”, e
contados pelo tempo de lunação. Em muitos idiomas, a palavra “lua” correspon-
de ao segundo dia da semana. Tudo isso indica que esse astro teve e tem a grande
importância prática de servir como medida do tempo.
A Lua também inspira muitas crenças populares. Muita gente, por exemplo,
acredita que a Lua tem influência sobre o crescimento dos cabelos. Diz-se que
cortar o cabelo na Lua minguante retarda o seu crescimento, e que os cabelos
crescem mais depressa se cortados durante a Lua crescente. Existem até manuais
que, com base nas fases da Lua, orientam as pessoas quanto à época mais
adequada para os cortes de cabelos.

Mãos à obra Que fases da Lua são citadas no texto?


..................................................................................................................................

Que outras fases da Lua você conhece, mas que não aparecem no texto?
..................................................................................................................................

Desenhe as fases da Lua que você conhece.


CALENDÁRIO LUNAR - 1996 A U L A

12
JANEIRO 20 09:50 27 08:14 05 17:51 13 17:45
FEVEREIRO 18 20:30 26 02:52 04 12:58 12 05:37
MARÇO 19 07:45 26 22:31 05 06:23 12 14:15
ABRIL 17 19:49 25 17:40 03 21:07 10 20:36
MAIO 17 08:46 25 11:13 03 08:48 10 02:04
JUNHO 15 22:36 24 02:23 01 17:47 08 08:06
01 00:58
JULHO 15 13:15 23 14:49 07 15:55
30 07:35
AGOSTO 14 04:34 22 00:36 28 14:52 06 02:25
SETEMBRO 12 20:07 20 08:23 26 23:51 04 16:06
OUTUBRO 12 11:14 19 15:09 26 11:11 04 09:04
NOVEMBRO 11 01:16 17 22:09 25 01:10 03 04:50
DEZEMBRO 10 13:56 17 06:31 24 17:41 03 02:06
Com a ajuda de um calendário que informa as fases da Lua, descubra
quanto tempo a Lua demora para passar de uma fase a outra. Aproveite também
para contar quantos dias são necessários para que se repita uma determinada
fase (por exemplo, a Lua cheia).
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Ao observar a Lua, notamos que sua aparência muda com o passar dos dias Informação
e das noites. Esses diferentes aspectos que a Lua apresenta são denominados nova
fases
fases. Observe, na figura abaixo, as quatro fases mais conhecidas da Lua.
fase início das fases aparência

nova apenas o contorno ligeiramente iluminado

crescente semi-círculo iluminado antes da lua cheia

cheia todo círculo brilhante

minguante semi-círculo iluminado antes da lua cheia


A U L A Na figura estão representadas as fases Lua Nova, Quarto Crescente, Lua
Cheia e Quarto Minguante. A Lua mostra cada uma dessas fases durante sete a

12 oito dias, ou seja, aproximadamente uma semana.

Nesses períodos, ela passa por outras fases intermediárias, difíceis de


perceber a olho nu e em pequenos intervalos de tempo (de um dia para o outro,
por exemplo).

Para repetir uma mesma fase a Lua demora cerca de 29 dias, ou seja,
aproximadamente um mês.

No período de um mês, portanto, a Lua passa por quatro fases, completando


um ciclo. No mês seguinte o ciclo se repete, e assim por diante.

Esse período de tempo de cerca de um mês, no qual as fases da Lua


completam um ciclo, foi usado desde as antigas civilizações na elaboração dos
calendários.

Para você ter uma idéia, entre 3.000 e 2.000 anos antes de Cristo já existiam
calendários que se baseavam nas fases da Lua. Assim, a Lua e seu ciclo de fases
serviam e ainda servem como uma espécie de relógio no céu. Alguns indígenas
ainda medem o tempo em “luas”.

Mas por que a Lua modifica sua aparência com o passar do tempo?

Atenção Até aqui conversamos sobre a Lua e suas fases, lembrando sua importân-
cia na vida na Terra - seja como inspiradora da poesia e da arte, seja como forma
de medir o tempo e assim desenvolver calendários.

Mas você sabe dizer por que a Lua aparece de formas diferentes no céu?

Para compreender isso, precisamos lembrar que a Lua se movimenta em


torno da Terra, e que esse conjunto Terra-Lua gira em torno do Sol, ou seja, é
iluminado pelo Sol. A figura a seguir ilustra a situação.

Lua

Sol
Terra

Pelo fato de a Lua refletir a luz do Sol, ela brilha muito e pode ser vista aqui
da Terra. Contudo, dependendo da posição da Lua em relação à Terra, enxerga-
mos diferentes partes de sua superfície iluminada. Essas diferentes porções
iluminadas são o que chamamos de fases.
Para compreender melhor como isso acontece, acompanhe a seqüência de
figuras nas próximas páginas.
A U L A


12

Nesta situação, o rapaz que


representa a Terra, segurando a
“Lua”, não vê nenhuma porção
iluminada dessa “Lua”.

Agora, nesta situação, o rapaz que


representa a Terra vê iluminada
apenas uma parte da face da “Lua”
que está voltada para ele.
A U L A

ƒ
12

Nesta terceira situação, o rapaz que


representa a Terra vê totalmente
iluminada a face da “Lua” que está
voltada para ele.

Finalmente, nesta última posição, o rapaz que


representa a Terra, novamente enxerga
iluminada apenas uma parte da
face da “Lua” voltada para ele.
O Sol é representado por uma lanterna, a Lua é representada por uma bola Mãos
A U LàAobra
e o rapaz que segura a bola representa a Terra.
Note que a pessoa que segura a bola (“Lua”) e representa a Terra pode ver
diferentes porções dessa “Lua” iluminadas pelo facho de luz (“Sol”). Isso, claro, 12
depende da posição da “Lua” em relação ao rapaz que é a “Terra”.

Na primeira figura, o rapaz que representa a Terra vê alguma parte da Lua Informação
iluminada? A que fase da Lua corresponde a primeira situação? nova
.................................................................................................................................
Repare o que acontece com a parte iluminada da bola na segunda figura.
Que porção da bola aparece iluminada para a pessoa que representa a Terra?
A que fase da Lua corresponde a segunda situação?
.................................................................................................................................
Na terceira situação, como é que a Terra “vê” a Lua? A que fase da Lua
corresponde essa situação?
.................................................................................................................................
Observe, na última figura, como a parte iluminada da Lua é vista por quem
olha da Terra (repare que a face iluminada agora é oposta à face mostrada
na segunda situação). A que fase da Lua corresponde a última situação?
.................................................................................................................................

Se a pessoa retratada na seqüência de fotos continuasse a girar, voltaria à A voz do


posição inicial (primeira situação), com a bola entre o facho de luz e ela, professor
completando um ciclo que, no nosso caso, teve início com a fase de Lua Nova,
seguida pelas fases de Quarto Crescente, Cheia, Quarto Minguante e, novamen-
te, Lua Nova. Observe que isso corresponderia a uma volta completa da Lua em
torno da Terra.
Na realidade, esse ciclo corresponde a cerca de 29 dias, ou seja, aproximada-
mente um mês, que é o tempo que a Lua demora para dar uma volta em torno
da Terra.

A Lua é o astro mais próximo do nosso planeta e, por esse motivo, é bastante
investigada pelos astrônomos. Sua distância em relação à Terra é da ordem de
384 mil quilômetros. Embora pareça pequena no céu, se pudesse ser colocada
sobre a Terra, cobriria praticamente todo o território brasileiro.
Mas, como é a Lua? O primeiro homem pisou na Lua em 1969 e, de lá para
cá, essa pergunta vai sendo respondida com precisão cada vez maior.
A paisagem da Lua é o que se poderia chamar de desoladora. Nem uma
árvore, nem uma flor, sequer uma graminha. Não se vêem aves, nem nuvens, não
se percebe o menor ruído. Coberta por uma fina poeria, sua superfície apresenta
muitas crateras e altas montanhas (algumas com cerca de 8 mil metros de altura).
A Lua não possui nem atmosfera, nem água. Durante o dia, sua temperatura
chega a 120 graus Celsius. À noite, cai bruscamente para 150 graus Celsius
negativos! Realmente, é um lugar muito diferente do nosso planeta, impossível
de se viver.
A Lua está na fase Nova quando, no decorrer de uma noite de céu aberto
(sem nuvens), não conseguimos enxergá-la no céu. Quando essa fase termina,
a Lua volta a ser visível como um filete de luz, perto do local onde o Sol se põe,
bem no comecinho da noite.
A U L A A partir daí, nos dias seguintes, inicia-se um conjunto de fases chamadas
crescentes
crescentes. A cada noite, a parte iluminada vai se tornando maior. Ao final de

12 cerca de sete noites, após a fase Nova, a Lua se mostra metade brilhante e metade
escura. É a fase do Quarto Crescente
Crescente.
Passadas aproximadamente oito noites, a Lua se apresenta como um disco
todo iluminado. É a fase de Lua Cheia
Cheia. Depois começa um período de cerca de
oito noites em que a parte iluminada da Lua vai diminuindo, até chegar à fase
de Quarto Minguante
Minguante. Nessa fase, novamente a Lua se mostra metade brilhan-
te, metade escura. Cerca de sete noites após a fase de Quarto Minguante, a Lua
atinge mais uma vez a fase Nova, recomeçando um novo ciclo de fases que se
repete todo mês.

Resumo · A aparência da Lua, vista da Terra, se modifica com o passar do tempo. Essas
diferentes aparências da Lua recebem o nome de fases
fases.
· As quatro fases da Lua mais conhecidas são Lua Nova, Quarto Crescente,
Lua Cheia e Quarto Minguante.
· Para que a Lua mostre cada uma dessas fases, demora de sete a oito dias, isto
é, aproximadamente uma semana.
· No período de cerca de um mês, que é o tempo que a Lua demora para dar
uma volta em torno da Terra, ela completa um ciclo de fases. Depois, volta
a repetir cada uma das fases, na mesma seqüência.
· A Lua reflete a luz do Sol, e por isso pode ser vista muito brilhante aqui da
Terra.
· Aqui da Terra, podemos ver diferentes partes da superfície da Lua (fases)
brilhando. Isso porque a posição da Lua em relação à Terra e em relação à luz
do Sol muda com o passar do tempo.

Exercício 1
Procure acompanhar durante um mês as fases da Lua, desenhando num
Exercícios caderno a aparência da Lua a cada noite.

Exercício 2
Procure explicar por que a Lua modifica sua aparência com o passar dos
dias.

Exercício 3
Quanto tempo a Lua demora, aproximadamente, para passar de uma fase
a outra?

Exercício 4
Qual o tempo necessário para que se complete um ciclo de fases?

Exercício 5
Qual o tempo necessário para que a Lua complete uma volta ao redor da
Terra?

Exercício 6
Você acha que seria possível viver na Lua? Por quê?
A
AUU
L AL A

13
13
Eclipse

A
quele parecia um dia como outro qualquer
na vida de Hamilton. Ele deixara a cidade de Quixadá, no Ceará, para tentar a vida
Atenção
como metalúrgico no ABC, em São Paulo. Agora, tinha se mudado para a pequena
cidade de São Joaquim, em Santa Catarina. De lá, saía para cidades vizinhas para
vender sacos plásticos para lixo.
De manhã, enquanto se prepara para tomar café, Hamilton costuma ligar o
rádio. Os acontecimentos que serão notícia no decorrer do dia se misturam ao
canto de alguns pássaros. Mas, naquele dia, o rádio ficou desligado. E Hamilton
saiu de casa com a sacola cheia de mercadoria.
No ônibus, algumas pessoas comentavam que algo especial iria acontecer
perto da hora do almoço. Hamilton não conseguiu entender direito o que era.
A manhã vai passando e lá vai Hamilton, batendo de porta em porta. O Sol já
vai alto no céu, fazendo a temperatura subir bastante. Mas, lá pelas dez e meia, a
luz do dia começa a ficar “estranha”. Hamilton tira os óculos escuros, pois a
luminosidade diminuiu. Passados mais alguns minutos, ele percebe que já não
consegue enxergar direito à distância, e que o calor já não é tão forte.
Agora são quase onze horas, e a luminosidade cai de forma alarmante. Começa
a inquietação dos animais. Não há nuvens no céu, e cresce o alvoroço das pessoas.
A luz do Sol não passa de um filete, como a de uma Lua que não parasse de minguar.
Mais alguns minutos e... cai a noite! Ao redor se ouve o cantar dos grilos. Na
praça da cidade, as flores - dedaleiras e douradinhas do campo - parecem que vão
se fechar. Os pássaros começam a procurar abrigo nas árvores.
Essa noite “sobrenatural” dura aproximadamente quatro minutos. O Sol
começa a reaparecer. Um galo, bastante confuso, anuncia a aurora pela segunda
vez. Perto dali, Hamilton se aproxima de um grupo de estudantes vindos de Minas
Gerais, que trouxeram equipamento para fotografar o último eclipse total do Sol
visto no Brasil antes do ano 2000.

Nesta aula você vai estudar um fenômeno natural chamado eclipse


eclipse. Ele Mãos à obra
acontece de tempos em tempos e sempre mobiliza um grande número de
pessoas, provocando deslumbramento, emoção e saudade. A partir da leitura do
texto acima, responda às seguintes questões:

Por que o texto afirma que o galo anunciou a aurora pela segunda vez?
..................................................................................................................................
Que alterações o súbito “desaparecimento” do Sol provocou entre os ani-
mais?
..................................................................................................................................

Você sabe dizer o que provocou o “desaparecimento” do Sol naquele dia?


..................................................................................................................................

Informação Os eclipses acontecem quando a luz que ilumina alguma coisa é total ou
nova parcialmente ocultada por algum objeto. Assim, se colocarmos uma bola entre
a chama de uma vela e o nossos olhos, estaremos produzindo um eclipse
“artificial”. Nesse caso, se a bola não permite que a luz da vela chegue ao nosso
rosto, dizemos que o eclipse da vela é total. No caso do nosso texto inicial, o
eclipse se deu quando a Lua ficou entre o Sol e a Terra por alguns instantes.

Mãos à obra Para compreender melhor alguns aspectos do eclipse, vamos analisar a
ilustração um globo terrestre, uma lanterna que representa o Sol e uma bola
menor, que representa a Lua:

sombra

lanterna Lua
(Sol)

Terra

somb
ra

lanterna Lua
(Sol)
Terra

Observando as fotos, em qual delas a Lua está representada entre o Sol a e Terra?
...................................................................................................................................

Nessa situação, todo o lado do globo voltado para a lanterna ficará escuro?
...................................................................................................................................

Em qual das foto a esfera que representa a Terra aparece entre a Lua e o Sol?
...................................................................................................................................

Nesse caso, a bola menor que representa a Lua terá alguma região iluminada?
..................................................................................................................................

A voz do Um eclipse envolvendo a Terra, a Lua e o Sol pode ser de dois tipos. Quando
professor a Lua está entre a Terra e o Sol, o eclipse recebe o nome de eclipse solar. Se é a Terra
que se encontra entre o Sol e a Lua, teremos o chamado eclipse lunar.
Para que um desses tipos de eclipse ocorra, é necessário que os três corpos
celestes estejam alinhados, conforme indica a figura a seguir.
A
ECLIPSE SOLAR

Sol Lua Terra

B
ECLIPSE LUNAR

Sol Terra Lua

Note que, no eclipse solar (figura A), a sombra da Lua é projetada sobre uma
região da superfície da Terra. Se, durante o eclipse, a Lua consegue tampar
completamente o Sol em uma determinada região da Terra, dizemos que nessa
região aconteceu um eclipse total, pois lá ficou escuro como se fosse noite. Há
situações, entretanto, em que a Lua cobre parcialmente o Sol. Nesse caso,
dizemos que o eclipse foi parcial, pois nessa região formou-se uma penumbra.
Já no eclipse lunar (figura B), a sombra da Terra é projetada sobre a Lua, e
nenhuma região da Lua fica iluminada.

· O eclipse acontece quando a luz que chega a um corpo é parcial ou Resumo


totalmente ocultada pela presença de outro.
· No caso da Terra, a ocorrência de um eclipse provoca alterações na vida dos
animais, das plantas e também dos seres humanos.
· Existem dois tipos de eclipse envolvendo a Terra, o Sol e a Lua: o eclipse
solar, quando a Lua projeta sua sombra sobre uma região da Terra, e o eclipse
lunar, quando a Terra projeta sua sombra sobre a Lua.

Exercício 1
Um eclipse total em determinada região da Terra acontece quando o Sol
desaparece do céu. Essa afirmação está de acordo com o que você estudou Exercícios
nesta aula?
Exercício 2
Qual a diferença entre um eclipse solar e um eclipse lunar?
Exercício 3
Quando ocorre um eclipse parcial?
A UA UL L AA

14
14
Estações do ano

Atenção “S
e você tiver um pouco de paciência para
ficar olhando bichos e plantas, vai perceber que aquela flor, aquela fruta de que
você tanto gosta, ou mesmo aquele filhote de bicho que você tanto estima nem
sempre aparecem quando você quer.
Se olhar com mais cuidado, percebe inclusive as diferenças que há entre as
diversas épocas dos anos, as estações. Pois é: há flores que só aparecem na
primavera, há outras que só dão o ar da graça no inverno.
Em regiões da Terra em que o inverno é rigoroso, muito frio, com muito gelo
e neve, alguns animais preparam a toca e vão dormir até que a primavera volte.
É a hibernação que ursos e esquilos fazem durante o inverno, no hemisfério
norte. Outros bichos, como algumas aves e insetos, quando notam a aproximação
do inverno, viajam para regiões mais quentes: é o que se chama de migração
migração.
É claro que isso não significa que ursos e esquilos vão dormir para sempre,
e muito menos que as aves e os insetos nunca mais vão voltar para casa. Quando
chega a primavera, os bichos que hibernam acordam e saem rapidinho dos tocas
para procurar comida. Quando o tempo fica mais quente, as aves que foram
embora voltam. Também será essa a época em que nascem montes de filhotes de
tudo quanto é bicho.
No ano seguinte, começa tudo de novo, porque todo ano temos as mesmas
estações. Esse vaivém anual cumpre um ciclo, ou seja, um ritmo verificável
através de sua repetição. É também um ritmo de vida, um ritmo biológico.”

Trecho do texto “Animais e Plantas: Ritmos da Vida”, de Nelson Marques,


publicado na revista Ciência Hoje das Crianças , ano 6, nº 31, da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência.

Mãos à obra Nesta aula você vai aprender várias coisas sobre as estações do ano. Algumas
delas você já viu, com a leitura do texto acima. Antes de prosseguir, responda às
questões:

Que estações do ano são mencionadas no texto?


..................................................................................................................................

O que ursos e esquilos fazem durante o inverno?


..................................................................................................................................
Como se chama a viagem que aves e insetos fazem à procura de regiões mais A U L A
quentes?
..................................................................................................................................
14
Que estações do ano não são citadas no texto?
..................................................................................................................................

O inverno é uma estação do ano muito fria; em certos países, o verão tem Informação
sempre temperaturas mais elevadas. Existem, entretanto, épocas do ano em que nova
não faz nem muito frio nem muito calor. São as estações chamadas de outono e
a primavera
primavera.
No hemisfério sul, onde se localiza o Brasil, as estações ocupam as seguintes
épocas do ano:

PRIMAVERA 23 DE SETEMBRO A 21 DE DEZEMBRO


VERÃO 22 DE DEZEMBRO A 21 DE MARÇO
OUTONO 22 DE MARÇO A 20 DE JUNHO
INVERNO 21 DE JUNHO A 22 DE SETEMBRO

Em alguns estados brasileiros, como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina,


o inverno é bastante intenso. Nos Estados do Norte e Nordeste, o frio pratica-
mente não existe.

Nos locais em que as estações do ano são mais definidas, a vida das pessoas Mãos à obra
sofre várias alterações. Mudam, por exemplo, as roupas e as coisas que as pessoas
fazem.

O que mais caracteriza a estação do verão na sua cidade?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

E o inverno?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A primavera tem alguma caracteristíca especial na sua cidade?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

E o outono?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Informação
A U L A Outra diferença entre as estações, capaz de alterar a vida dos seres vivos em
nova geral, e a dos seres humanos em particular, é a duração dos dias e das noites. No

14 verão, por exemplo, os dias são mais longos do que as noites. Já no inverno os dias
é que são mais curtos e as noites, mais longas.
É por esse motivo que em vários estados brasileiros, quando chega o verão,
o governo institui o chamado “horário de verão”, obrigando todos os seus
habitantes a adiantar os relógios em uma hora. Com isso, várias atividades
podem ser feitas com a simples utilização da luz do dia, o que economiza um
pouco de energia elétrica. Quando chegamos perto do fim do verão, esses
estados voltam a atrasar os seus relógios, pois a duração do dia começa a
diminuir.

Mãos à obra Os dados a seguir foram retirados de jornais, nas seções referentes à previsão
do tempo. Identifique a estação do ano referente a cada um dos dias:

NASCER DO SOL PÔR- DO- SOL ESTAÇÃO DO ANO


25 de junho 6h 57m 17h 01m ..........................
25 de dezembro 5h 39m 18h36m ..........................
1 de abril 6h 02m 17h 58m ..........................

A voz do No hemisfério norte, no norte dos Estados Unidos e no Canadá, na Europa


professor e em muitos países asiáticos, o inverno é muito frio. É comum a ocorrência de
neve, e muitas árvores ficam inteiramente sem folhas. Na primavera, as folhas
retornam e as árvores florescem. O verão é quente e o outono é a estação das
folhas secas, em tons de ferrugem.
Todas essas diferenças provocam alterações na fauna e na flora dessas
regiões, assim como nos hábitos alimentares dos seres humanos, no seu
vestuário, no tipo de lazer etc.
A ocorrência das estações do ano está ligada a vários fatores associados,
entre eles o movimento da Terra em torno do Sol. Isso porque os dois hemis-
férios, norte e sul, não são igualmente iluminados e aquecidos enquanto a
Terra vai girando em torno do Sol.
Durante a viagem anual da Terra ao redor do Sol há um período de seis meses
em que o hemisfério sul recebe mais calor e luz do que o hemisfério norte. Esse
período, no hemisfério sul, corresponde às estações quentes, a primavera e o
verão. No hemisfério norte, esse período corresponde às estações frias, o outono
e o inverno. Na época do Natal, no hemisfério norte, é inverno e faz muito frio;
no hemisfério sul, é verão e faz calor.

Quatro posições
da Terra na sua
viagem anual ao
redor do Sol.
· Estações são épocas definidas do ano que possuem características próprias Resumo
A U L A
de luz solar e calor. As quatro estações do ano são primavera
primavera, verão
verão, outono
e inverno
inverno.
14
· Esses quatro períodos ou estações se sucedem sempre da mesma maneira em
cada região e se repetem todos os anos.

· As estações do ano não são as mesmas, nas várias regiões da Terra, no mesmo
período do calendário. Por exemplo: quando é verão no hemisfério sul é
inverno no hemisfério norte, e vice-versa.

Exercício 1
Quando chega o verão, algumas aves viajam em direção às regiões mais frias.
Essa afirmação está de acordo com o que estudou nesta aula? Exercícios
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 2
Como varia a duração dos dias e das noites nas diferentes estações do ano?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 3
Uma imagem característica da época do Natal é a presença do Papai Noel
deslizando pela neve, em seu trenó puxado pelas renas. Que estação do ano
tem essas características? Em que hemisfério?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A UA UL L AA

15
15
O sistema solar
e seus planetas

Atenção L
eia com atenção as notícias abaixo, que apa-
receram em jornais de diferentes épocas.

ANO DE 1781

846
CIENTISTAS DESCOBREM DE 1
ANO
NOVO PLANETA UM
AIS R
E R TO M
A S OLA
De há quase 2.000 anos até os dias de hoje, COB SISTEM
DES O do
acreditava-se que no sistema solar existiam TA N aneta é
- além da Terra - mais cinco planetas: PL ANE vo pl e
is no Gall
e d o ma o alemão om a
Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. o nom astrônom ntando c i t o
no é o
Contudo, um novo planeta, que recebeu o Netu a s o l a r . O b e r t a . C o a g o r a inda
e m s c o t e m a
nome de Urano, acaba de ser descoberto sist a de a s o l a r aior
ai” d oém
por Willian Herschel. A descoberta ocorreu o “p o s i s t e m de Netun
, a
por acaso, durante observações do céu T e r r a s. A órbit o.
n e t a U nr a
com um telescópio. Assim como Júpiter, pla a de
q u e
Urano é considerado um planeta gigante, do
com diâmetro aproximadamente quatro
vezes maior do que o da Terra. ANO D
E 1994

PLANE
TA FE
RID O
930 O plane
E1 ta Júpit
D todos o er - con
ANO OS s side
VE M A golpead planetas do sis rado o maior d
N O E o com v
io
tema so e
A SÃO S I S T cometa
. O aco lência por ped
lar - fo
i
OR DO pelos as nte
trônom cimento já era s de um
aço
AG E T A S A R ta. pudesse o s, perm esperad
PLA
N SOL vo p
lane e
d
se itin
telescóp r completame do que a colisã
o
o ay
o m um n por Cl o, o ios. nte regis
trada po
o
c to rican r
onta ober e u
s o lar c o. Desc rte-am l. E se
a t ã on o o u e
stem Plu oS oq
O si ome é strônom stado d enor d
n a afa sm
Seu baugh, ais is veze
m
Tom ta é o ase se
e u
plan etro é q
m
diâ Terra .
o da
Quantos planetas eram conhecidos até o ano de 1781? Mãos
A U L àAobra
.................................................................................................................................
Quantos planetas são conhecidos atualmente?
................................................................................................................................. 15
Quais os nomes dos planetas do sistema solar?
.................................................................................................................................
Todos os planetas têm o mesmo tamanho? Sublinhe, nas notícias de jornais,
os trechos em que sua resposta se baseia.
.................................................................................................................................
O planeta Plutão, o mais distante do Sol, foi descoberto há mais de cem anos
ou há menos de cem anos? Faça as contas e note como a descoberta desse último
planeta é recente!
.................................................................................................................................

Cada um dos planetas do sistema solar é constituído basicamente dos Informação


mesmos elementos e substâncias químicas, embora cada planeta tenha caracte- nova
rísticas próprias. Ou seja, embora os planetas tenham coisas em comum, não são
exatamente iguais, pois possuem tamanhos, massas ou mesmo atmosferas
diferentes. Além disso, até hoje não se observou em nenhum deles, com exceção
da Terra, qualquer forma de vida.
Os planetas, Mercúrio, Vênus, Marte e Plutão são considerados pequenos se
comparados aos outros (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno), pois todos são
menores do que a Terra. Na figura a seguir, podemos ver fotos desses planetas,
obtidas através de telescópios e de máquinas espaciais (sondas).

Plutão Netuno Urano Marte Terra Vênus Mercúrio

Saturno
Júpiter

Mercúrio não tem água nem atmosfera. Durante o dia, sua temperatura
atinge valores da ordem de 450 graus Celsius; à noite, essa temperatura pode cair
até 180 graus Celsius negativos.
Vênus, conhecido como Estrela d’Alva, tem atmosfera predominantemente
de gás carbônico. Não possui água e, durante o dia, sua temperatura pode chegar
a 460 graus Celsius.
Marte tem em sua superfície grande quantidade de uma substância muito
conhecida aqui na Terra, a ferrugem. Por causa disso, recebeu o nome de
“planeta vermelho” (a ferrugem faz com ele seja visto com essa cor). Marte
possui atmosfera formada por gás carbônico. Esse planeta tem pequena quanti-
dade de água, em geral na forma de gelo. Sua temperatura pode variar de 20 a
150 graus Celsius negativos durante o dia.
Plutão, o último dentre os pequenos planetas conhecidos do sistema solar,
ainda é pouco explorado. Ao que se sabe, ele não tem atmosfera.
A U L A Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, conhecidos como planetas gigantes, são
muitas vezes maiores que a Terra. Todos têm atmosfera formada por gases que

15 para nós seriam venenosos. São planetas muito frios, com temperaturas da
ordem de 140 a 200 graus Celsius negativos, e possuem várias luas ou, então,
anéis ao seu redor, como ilustra a figura.

Saturno

Com essas informações, já dá para imaginar como nossa vida seria dura
nesses planetas vizinhos. Além disso, devemos considerar também as dificulda-
des de acesso a tais planetas, já que eles estão muito longe de nós.
As distâncias entre o Sol e os planetas são extremamente grandes, quando
comparadas com as distâncias a que estamos habituados aqui na Terra. Mercú-
rio, por exemplo, que é o planeta mais próximo do Sol, encontra-se distante deste
astro cerca de 57 milhões de quilômetros. Vênus, o segundo mais próximo, fica
a aproximadamente 108 milhões de quilômetros do Sol - isso é quase o dobro da
distância de Mercúrio! O último planeta, Plutão, encontra-se a cerca de
6 bilhões de quilômetros (note que passamos agora de milhões para bilhões!
bilhões!)
do Sol. É quase impossível imaginar distâncias tão grandes.

Mãos à obra Compare as temperaturas dos outros planetas com as temperaturas a que
estamos habituados aqui na Terra.
.................................................................................................................................
Compare a atmosfera da Terra com a atmosfera de outros planetas.
.................................................................................................................................

A voz do O Sol, juntamente com os outros nove planetas, faz parte de uma região do
professor universo a que damos o nome de sistema solar.
Nesse sistema, todos os planetas giram à volta do Sol seguindo determinada
ordem, sendo Mercúrio o mais próximo do Sol. A seguir estão Vênus, Marte,
Júpiter, Saturno, Urano e Plutão, em ordem crescente de distância com relação
ao Sol.

Sol Mercúrio
Vênus Terra Marte
Júpiter Saturno
Urano

Plutão

Netuno
Hoje sabemos que todos os planetas giram nessa ordem, conforme mostra A U L A
a figura. Sabemos também que giram com velocidades diferentes em relação ao
Sol, de modo que, quanto mais próximo do Sol estiver o planeta, maior será sua
velocidade em torno deste astro. 15
Isso faz com que o tempo que cada planeta demora para completar uma
volta ao redor do Sol também seja diferente. Assim, a duração de um “ano”, em
cada planeta, também será diferente.
Por exemplo: o ano de Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, tem apenas
88 dias terrestres. Plutão, o mais afastado, precisa de 248 anos terrestres para dar
uma volta completa em torno do Sol e, assim, completar o seu “ano”.
Os caminhos percorridos por cada um dos planetas, aos quais damos o
nome de órbita
órbita, encontram-se todos aproximadamente num mesmo plano,
como ilustra a figura acima.
Outra coisa que chama a atenção é o fato de que o Sol, os planetas e suas luas
se mantém unidos, formando um determinado conjunto. Essa organização dos
planetas se deve a uma força de atração que existe entre eles.
Essa força é a força de atração gravitacional
gravitacional, a mesma que mantém a
atmosfera presa à Terra, como você viu na Aula 6.
Como o Sol ilumina todos os outros astros próximos a ele, os planetas
refletem a luz solar em todas as direções, de modo que boa parte dessa luz
refletida chega até nós, aqui na Terra.
Assim, embora os planetas não possuam luz própria, podemos vê-los daqui
da Terra devido à luz do Sol, que é refletida por eles. O mesmo acontece com a
Lua, que, além de girar em torno da Terra, também gira ao redor do Sol. Ou seja,
mesmo que ela não produza luz própria, também a vemos iluminada e brilhante,
pois ela reflete a luz solar que a ilumina.
A Lua não é considerada um planeta, e sim um satélite natural da Terra, já
que gira em torno de nosso planeta. Outros planetas do sistema solar também
possuem luas que giram em torno deles - como é caso de Marte, Júpiter,
Saturno, Netuno, Urano e Plutão.
Além do Sol, dos planetas e de suas luas, o sistema solar tem outros astros:
os asteróides, que são pequenos planetas; os meteoros, constituídos por pedaços
de rocha; e ainda os cometas, formados por pedaços de rocha e gelo.

· A Terra, juntamente com mais oito planetas, faz parte de uma região do Resumo
universo a que se deu o nome de sistema solar.

· Atualmente conhecemos nove planetas no sistema solar: Mercúrio, Vênus,


Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.

· Embora os planetas tenham coisas em comum, como, por exemplo, serem


constituídos das mesmas substâncias químicas, eles possuem massas, tama-
nhos, atmosferas e temperaturas diferentes.

· As distâncias entre o Sol e os planetas, no sistema solar, são muito grandes


quando comparadas às distâncias a que estamos habituados.
A U L A · No sistema solar os planetas giram à volta do Sol seguindo uma determina-
da ordem, sendo Mercúrio o mais próximo do Sol. A seguir estão Vênus,

15 Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão, em ordem crescente


da distância a que se encontram do Sol.

· Quanto mais próximo do Sol estiver o planeta, maior será sua velocidade em
torno daquele astro. Isso faz com que o tempo que os planetas gastem para
completar uma volta em torno do Sol não seja o mesmo. Isto é, o intervalo
de tempo correspondente a um ano é diferente em cada um dos plantetas.

· Órbita é o nome que damos ao caminho que os planetas percorrem em torno


do Sol.

· O conjunto formado pelo Sol, planetas e sua luas se mantém unido devido
à força de atração gravitacional.

Exercício 1
Encontre no diagrama abaixo o nome dos planetas conhecidos como “pla-
Exercícios netas gigantes”.

L V E N U S A S M
U M A R T E B A E
A C U R A N O T R
T E R R A E D U C
I J U P I T E R U
M O P S U U S N R
N Z F O L N N O I
P G T L H O A X O

Exercício 2
Desenhe o sistema solar, colocando os planetas em ordem crescente de suas
distâncias em relação ao Sol.

Exercício 3
Cite algumas diferenças e semelhanças entre os planetas do sistema solar.

Exercício 4
Se os planetas não têm luz própria, por que podemos vê-los brilhando?
AUU
A L AL A

16
16
Rios e lagos

D eu nos jornais: Atenção

Ilhabela sofre com o ataque dos borrachudos!

O s comerciantes e hoteleiros da fa-


mosa ilha turística no litoral de São
Paulo reclamam e exigem providências
freqüentam mais a ilha, pois lá são in-
cessantemente incomodados pelos ter-
ríveis insetos.
das autoridades contra esses terríveis O presidente da associação de co-
insetos. Segundo aqueles que vivem da mércio da ilha declarou que a situação é
exploração turística da região, os alarmante: se uma providência não for
borrachudos já têm mais fama do que as tomada logo, as lojas da ilha, cujo
praias da ilha... Os turistas não se sen- faturamento depende quase inteiramen-
tem atraídos a visitar as praias e não te dos turistas, serão obrigadas a fechar.

Após ler o texto com atenção, responda: Mãos à obra


O que está acontecendo em Ilhabela?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em sua opinião, por que os borrachudos espantam os turistas?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Se você fosse uma das autoridades responsáveis pela região, que providên-
cias tomaria?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Atenção
A U L A O que poderia ser feito em Ilhabela

16 Preocupadas com a situação, as autoridades competentes de Ilhabela pode-


riam declarar uma verdadeira guerra aos pequenos borrachudos e tomar a
seguinte decisão: pulverizar inseticida por todas as ruas, quintais e praias da
ilha. Segundo as autoridades, isso mataria todos os insetos.
Mas quais seriam as conseqüências dessa iniciativa?
Sem dúvida, boa parte dos insetos morreria com a pulverização. Poucos
borrachudos sobreviveriam, e os comerciantes e hoteleiros espalhariam a notí-
cia: “A ilha está livre dos borrachudos”.
Com isso, os turistas começariam a voltar. Porém, após curto espaço de
tempo, revoadas de borrachudos reapareceriam, e os turistas seriam novamente
afugentados.
Você sabe por que isso poderia acontecer?
Na ilustração abaixo estão representados um borrachudo adulto e um
borrachudo jovem (também chamado de larva de borrachudo). Repare que eles
são bem diferentes.

larva de borrachudo borrachudo adulto

parte filtradora de
alimentos

O borrachudo adulto possui asas e voa. Já a larva de borrachudo vive nas


corredeiras de água que descem pelas montanhas. A larva se fixa às rochas pela
parte de trás e, pela frente, se alimenta. Na ilustração, você pode reparar que a
larva de borrachudo possui um tipo de “peneira” ou “filtro” que recolhe as
partículas de alimentos que são levadas pela correnteza de água.
Assim como os borrachudos, outros seres vivos são muito diferentes quando
comparamos as suas fases de vida adulta e larval. Um exemplo muito conhecido
é o dos sapos e rãs, que passam por uma fase jovem, ou de larva, em que são
chamados de girinos.

girinos
jovens
girinos mais velhos:
desenvolvimento dos
membros e patas sapo adulto
Depois de observar as ilustrações, e de aprender que as larvas de borrachudos Mãos
A U L àAobra
são diferentes dos adultos e vivem nas corredeiras, podemos explicar por que a
pulverização de inseticida não resolveria o problema definitivamente.
Uma vez que as corredeiras de água que descem pela montanha não seriam 16
pulverizadas, segundo aquele plano apresentado acima, as larvas aí existentes
originariam novos adultos que voltariam a infestar a ilha.

Você seria capaz de pensar numa outra solução?


..................................................................................................................................

Uma solução aparentemente eficaz seria pulverizar a cidade, as praias e as


corredeiras de águas das montanhas. Assim, os adultos e as larvas de borrachudos
morreriam. Entretanto, isso poderia trazer um problema. Analise a informação
nova dada abaixo, e tente descobrir qual é o problema.

As larvas de borrachudos são o alimento dos pitus, ou camarões de água Informação


doce. nova

pitu: camarão de
água doce

Quando uma larva de borrachudo recebe um aplicação de inseticida, essa


substância tóxica fica acumulada em seu corpo e pode causar a sua morte depois
de algum tempo. Os pitus comem várias larvas de borrachudo por dia. Ao final
de um dia, portanto, acabariam ingerindo, com as larvas, uma grande quantida-
de de veneno.

Pense no que foi dito até agora e responda: Mãos à obra


O que você acha que aconteceria aos pitus, depois da pulverização de
inseticida contra os borrachudos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

E quanto aos borrachudos? Uma vez que até as corredeiras de águas teriam
sido pulverizadas, será que eles sumiriam da ilha?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A Udo
L A As respostas complexas da natureza
A voz

16
professor Com todo o inseticida acumulado por ingerir larvas de borrachudos, os pitus
morreriam. Sem pitus, os poucos borrachudos adultos que escapassem do
inseticida se reproduziriam e colocariam seus ovos na água. Dos ovos nasceriam
larvas de borrachudos. Essas larvas não seriam mais devoradas pelos pitus, que
teriam morrido, e assim virariam borrachudos adultos. Resultado: a ilha voltaria
a ficar infestada de insetos.

Águas límpidas e águas turvas

A água das nascentes do alto das montanhas, onde vivem vários animais,
além dos pitus e das larvas de borrachudos, é límpida e transparente. Já a água
na base das montanhas, ou no leito dos grandes rios, é suja e barrenta. Você
saberia explicar por que existe essa diferença?
A força da água desgasta as margens dos rios, tirando delas pedaços de terra
e pedrinhas. Se você abrir uma mangueira só um pouco e tentar limpar a sua
calçada, verá que a água não tem força para remover a poeira. Mas, se você
aumentar a força da água que sai da mangueira, verá que ela leva todas as
partículas de pó.
A exemplo de todas as coisas que existem em nosso planeta, a água também
é atraída pela força da gravidade. Assim, a água das nascentes do alto de
montanhas corre na direção do pé das montanhas. Nesse caminho, filetes e
córregos de água límpida se encontram , formando pequenos riozinhos com
volume maior de água. Esses riozinhos descem as montanhas com muita força
e vão desgastando as margens, retirando delas pedaços de terra e pedrinhas.
Essas partículas são levadas pelos rios. Esses rios vão ficando cada vez mais
cheios de partículas e, portanto, menos transparentes.

Os seres que vivem na água

Os seres vivos que vivem nos rios grandes e calmos são diferentes dos seres
vivos que habitam as pequenas e límpidas corredeiras das montanhas. Larvas de
vários insetos, pitus e peixes como as trutas, por exemplo, só existem nas águas
transparentes e turbulentas do alto das montanhas.

larvas de diferentes insetos


Uma infinidade de peixes - bagres, pacus, lambaris, piranhas e até o enorme A U L A
pirarucu - vive nos rios maiores, com águas mais calmas e pouco transparentes.
Só no Amazonas, o rio com maior volume de água do mundo, existem cerca de
3 mil espécies de peixes (o que significa mais espécies de peixes do que as 16
existentes em todo o oceano Atlântico).

peixes de água doce

Essas espécies têm os mais


diferentes formatos, tamanhos e
hábitos alimentares. Algumas
delas, por exemplo, alimentam-
se de frutas de árvores da mata
que ficam quase inteiramente
submersas durante a época das
cheias. Mas, quando querem cer-
ta frutinha, alguns peixes pulam
para apanhá-la no galho, como
mostra a foto ao lado.

Outras alimentam-se de insetos. E ou-


tras alimentam-se de outros peixes e até
mesmo de animais que atravessam os rios.
Em vários rios e lagos também existem
plantas aquáticas, muitas das quais vivem
Piranhas devorando o que debaixo d’água ou flutuando na superfície.
resta de um peixe.
A U L A

16 Dentre as plantas
que flutuam a maior de
todas é, sem duvida, a
vitória-régia da Amazô-
nia, cujas folhas têm um
metro de meio de ponta
a ponta e possuem flo-
res enormes que se
abrem à noite.

Essa imensa diversidade de formas de vida não existe só nos rios (límpidos,
nas montanhas, ou turvos, nas planícies), mas em muitos outros ambientes.
Um desses ambientes se forma nas zonas de encontro entre rios (de água
doce) e mares (de água salgada): são as áreas litorâneas, que estudaremos na
próxima aula.

Resumo · As formas adultas e juvenis de alguns seres vivos - como os borrachudos, os


sapos e as rãs - são diferentes e habitam lugares diferentes.

· Quando o homem interfere na natureza, os resultados podem não ser


aqueles esperados: as relações entre os seres vivos são muito complexas

· Os rios podem ser agitados ou calmos, com águas transparentes ou cheias de


partículas

· Seres diferentes vivem nas águas dos rios límpidos e velozes das montanhas
e nos rios barrentos e calmos das planícies.

Exercício 1
Quais são as diferenças entre as larvas de borrachudos e os borrachudos
Exercícios adultos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 2
Por que muitos rios grandes e largos têm aspecto barrento?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
AUU
A L AL A

17
17
Viagem ao litoral

A rlindo e alguns amigos tinham programa-


do para o feriado uma visita à praia. Arlindo não via o mar desde criança, e estava
Atenção
ansioso para viajar.
- Finalmente, chegou o carnaval! - exclamou Arlindo.
Sábado bem cedinho estavam todos na praça da igreja, esperando o ônibus
que haviam alugado.
Seriam seis horas de viagem, partindo de Ribeirão Preto, onde moravam, até
a praia de Boracéia, litoral do Estado de São Paulo.
Durante a viagem, foi aquela bagunça! Muito papo, brincadeiras ... O tempo
até passou mais rápido. O ônibus já tinha passado pela cidade de São Paulo
quando a turma se acalmou.
Os que ainda não estavam dormindo gostaram muito da mata que pode ser
vista na descida da Serra do Mar.
O ônibus andava bem devagar, por causa das curvas e do piso escorregadio,
permitindo que todos admirassem a paisagem.
Depois da serra, a estrada virou uma reta só. O ônibus atravessou algumas
cidades nas quais fábricas com grandes chaminés produziam um cheiro bastante
desagradável.
Mais adiante surgiu outro cheiro, que também não era lá muito bom.
Arlindo até olhou para fora, procurando as chaminés e as cidades, mas não viu
nada disso. Em volta, só havia árvores nascidas de um chão que parecia lama
- De onde será que vem esse cheiro? - perguntou-se Arlindo.
Mas ele não pensou muito tempo nisso. Logo depois, o ônibus cruzou uma
ponte sobre um grande rio e eles chegaram à praia.
Aí começou a diversão: banho de mar, rolar na areia, tomar sol, futebolzinho,
frango, cervejinha gelada...Todos estavam se divertindo bastante.
No final da tarde, Arlindo já tinha arrumado até namorada, uma bela
morena chamada Soraia.
Para fugir um pouco da confusão, eles resolveram dar um passeio até o final
da praia, onde havia umas rochas bem escuras.
Estavam lá, passeando de mãos dadas, quando Soraia deu um grito!
- O que foi? - perguntou Arlindo, assustado!
- Cortei meu pé naquela pedrinha preta, e está sangrando! - falou Soraia.
- Vamos voltar logo para colocar remédio nesse corte - falou Arlindo.
E saiu maldizendo a pedrinha:
- Ela cortou o meu barato...
MãosA àU obra
L A Prepare-se para uma longa jornada de atividades. Vamos estudar as regiões
pelas quais Arlindo e seus colegas passaram

17

serra manguezal

praia costão

Indique, no desenho, as paisagens pelas quais Arlindo passou na viagem à


praia:
· região de mata com muitas árvores;
· região com cheiro ruim;
· local onde jogou futebol;
· local onde Soraia cortou o pé.

No passeio, Arlindo passou por várias paisagens diferentes. Observe, no


mapa abaixo, o caminho percorrido pelo ônibus desde Ribeirão Preto, no interior
do estado, até a praia.

No local indicado, está localizada a serra que o ônibus atravessou antes


de chegar à praia. Volte ao texto do início da aula e cite algumas caracterís-
ticas da serra.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Depois de descer a serra e atravessar algumas cidades, o ônibus passou por A U L A
um local em que havia um cheiro bastante desagradável. Arlindo até olhou para
fora, procurando alguma fábrica ou esgoto, mas o que viu foi uma paisagem
parecida com a da figura abaixo: 17

Olhando o desenho e relendo o texto, faça uma descrição desse ambiente.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O ambiente que você descreveu logo acima chama-se mangue ou manguezal. Informação
Lendo com bastante atenção o texto do início da aula, você deve ter nova
percebido que, logo depois do mangue, apareceu um grande rio. Sem o rio, não
seria possível a existência do mangue.
O rio, como você estudou na aula anterior, já está no fim de seu caminho em
direção ao mar. Sua água, muito rica em partículas e nutrientes, encontra-se com
a água salgada do mar, criando um ambiente muito especial.
Quando se observa atentamente o chão do mangue, parece que ele é uma
lama. Por que será?

Para responder a essa pergunta, faça a seguinte experiência: em um copo, Mãos à obra
misture um pouco de água e terra. Deixe a mistura de lado por alguns minutos.
Com cuidado, derrame a água escura em um copo limpo. Não deixe cair a terra
que ficou no fundo do primeiro copo!

· Fique observando por cinco minutos. Apareceu terra no fundo do segun-


do copo, no qual você colocou somente a água escura?
.............................................................................................................................

· Junte ao segundo copo uma colherzinha de barrilha, produto facilmente


encontrado em casas de material de construção ou de manutenção de
piscinas. Mexa e observe por mais cinco minutos. E agora, apareceu
alguma terra no fundo do copo?
.............................................................................................................................
Informação
A U L A A barrilha é uma mistura de sais de cálcio que também são encontrados na
nova água do mar e em alguns rios. Como é possível perceber pela experiência, a água

17 com sais fez com que partículas de terra se deslocassem para o fundo do
recipiente. Da mesma forma, a água do mar faz com que as partículas e nutrientes
trazidos pelo rio fiquem depositados no fundo da região do mangue. Por isso o
solo dos manguezais é pastoso e rico em nutrientes.

Mãos à obra Observe novamente a figurado manguezal. Olhando a figura é fácil ver
muitas árvores. Mas elas possuem algumas características diferentes da maioria
das árvores que vemos no nosso dia-a-dia. Quais são estas características?
.................................................................................................................................

Informação As raízes grandes e espalhadas que saem dos troncos das árvores dos
nova manguezais são muito importantes para elas. Essas raízes permitem que as
plantas se fixem no solo pastoso do mangue.
A nossa figura não apresenta animais , mas grande variedade deles sobre-
vive nos mangues. Os mais conhecidos são os caranguejos do mangue, os
guaiamus. Eles passam a maior parte do tempo enterrados no lodo, e por isso não
conseguimos vê-los na figura.
O solo do mangue também é o responsável pelo mau cheiro que Arlindo
sentiu em determinada altura da viagem.
Quando uma fruta ou um alimento qualquer apodrece, sentimos um cheiro
bastante desagradável. Isto é semelhante ao que acontece no mangue. Todos os
materiais trazidos pelo rio em seu longo caminho até o mar - pedaços de animais
mortos e vegetais, por exemplo - ficam depositados no mangue, e aí começam a
apodrecer. Como o solo desse ambiente é pastoso e freqüentemente alagado, esse
apodrecimento, que demora bastante, produz o cheiro ruim sentido por Arlindo.

Mãos à obra Depois de muito brincar na areia, Arlindo foi passear com a namorada nas
rochas existentes no fim da praia. Essas rochas constituem um ambiente conhe-
cido como costão
costão. Observe este desenho de um costão:

A - cracas

B - mexilhões

C - algas
Imagine que você está convidando alguém para passear num local parecido com A U L A
o do desenho do costão. Descreva as principais características desse ambiente.
..................................................................................................................................
.................................................................................................................................. 17
Olhando a gravura, verificamos que existem quatro regiões diferentes nas
rochas do costão. Na região superior a rocha está nua: não existe nenhuma outra
estrutura presa a ela. Mas, nas outras partes da rocha (regiões A, B e C), alguma
coisa está presa à rocha.
A namorada de Arlindo cortou o pé quando pisava na região B. Na hora,
Arlindo pensou que fosse uma pedra, e até xingou a pedra! Mas... será que ele
tinha razão?
Para responder, observe as figuras abaixo com atenção.

Essa estrutura é uma rocha ou uma concha?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Pois é. Na verdade, Soraia cortou o pé na concha de um mexilhão, também Informação


conhecido como marisco, que vive preso à rocha. Olhando por dentro a concha nova
desse mexilhão, veremos que nela existe uma parte mole. É o corpo do animal!
Em resumo, a namorada de Arlindo cortou o pé num ser vivo que mora preso às
rochas do costão (na ilustração acima, a figura da esquerda é um mexilhão aberto,
e a da direita é um mexilhão quase fechado).
Nas outras regiões mostradas na figura do costão (A e C) também existem
seres vivos presos à rocha. Na região A estão as algas; na região C, vivem animais
conhecidos pelo nome de cracas. Ou seja: passear no costão não é somente andar
pelas pedras - é também conviver com vários seres vivos que utilizam as rochas
como moradia.

Quando saímos de regiões do interior para visitar uma praia, quase sempre A voz do
passamos por todos os ambientes descritos nesta aula. professor
Se moramos em regiões mais altas que o litoral, como é o caso de Arlindo,
precisamos descer algumas centenas de metros para chegar ao nível do mar. Na
encosta da serra do Mar faz bastante calor e as chuvas são freqüentes, permitindo
o desenvolvimento de florestas tropicais. Nesse ambiente, como você já sabe,
existem muitas espécies animais e vegetais.
Em regiões onde há muito calor, chuvas e grandes rios desaguando no mar,
existem os manguezais
manguezais. Nesses ambientes, o solo pastoso é muitas vezes alagado
pela água salgada que vem do mar. Muitos peixes em época de reprodução
desovam nesses locais, para que seus filhotes se desenvolvam nesse ambiente
muito rico em nutrientes.
A U L A Outro ambiente existente nos litorais são os costões. Os seres vivos que ali
vivem prendem-se às rochas e fazem delas suas moradias. Da água do mar

17 retiram seu alimento e o oxigênio necessário para a respiração. A distribuição


desses seres vivos ao longo da rocha não é casual, como podemos observar na
figura do costão. Ela é regulada pela quantidade de água do mar de que cada
espécie necessita para sobreviver. Assim, seres que precisam de mais água se
alojam na base da rocha, ao passo que os outros vão ocupando locais mais
elevados, nos quais a água não está sempre disponível.
Como você viu nesta aula, os regiões costeiras possuem muitos ambientes
diferentes. Todos eles moldados pelo mar e dependentes da sua presença.

Resumo · Existem diferentes ambientes próximos ao mar.

· A serra do Mar acompanha boa parte do litoral brasileiro.

· Nessa serra desenvolvem-se, com freqüência, florestas tropicais.

· Os mangues são ambientes alagadiços que recebem água do mar e de rios.

· Grudados às rochas, nos costões, também moram seres vivos.

· A localização desses animais e vegetais na rocha é regulada pela necessidade


que cada espécie tem de água do mar.

Exercício 1
Relacione os ambientes do litoral citados abaixo e suas principais características.
Exercícios a) mangue ( ) rochas escuras
b) costão ( ) cheiro ruim
( ) solo alagadiço
( ) mexilhões, cracas e algas
( ) caranguejos
( ) árvores com grandes raízes

Exercício 2
Faça desenhos do mangue e do costão.

Exercício 3
Explique:
a) por que o solo do mangue é pastoso?
b) nos costões, por que as algas ficam sempre abaixo dos mexilhões?
AA U U
L A L A

18
18
O mar

O bserve atentamente a figura abaixo. Uma


olhada mais despreocupada para o desenho pode dar a impressão de que
Atenção
estamos diante de uma região desértica na superfície da Terra. Mas, prestando
bastante atenção na legenda, verificamos que se trata de uma representação do
fundo de um oceano.
Como você pode ver, o fundo do oceano é bastante parecido com algumas
regiões da superfície da Terra, embora totalmente coberto por água salgada.

Assim como os continentes são cobertos por vários ambientes diferentes, os


mares também possuem regiões bastante distintas umas das outras. Ao longo
desta aula, vamos conhecer algumas dessas regiões e os seres vivos que moram
nelas. Então, mãos à obra!

Os corais

Observe com atenção esta re-


gião do fundo do oceano.
É uma área não muito afastada
da superfície da água. Por isso,
apresenta uma grande lumi-
nosidade, já que a luz do sol per-
corre um espaço curto, dentro da
água do mar, até alcançá-la.
MãosA àU obra
L A Descreva o ambiente que você vê na figura.
..................................................................................................................................

18 Existe algum animal representado na figura?


..................................................................................................................................

A voz do Pode parecer incrível, mas essa região pedregosa é composta basicamente
professor por colônias de animais: os corais.
Os corais são pequenos seres que vivem em grupos e passam a vida toda
presos a um único lugar. Eles próprios constroem sua moradia, pois produzem
e secretam a “rocha” que os rodeia, como você pode observar na figura anterior.
Por que dizemos que os corais são animais? Afinal, eles não se locomovem.
Geralmente, são os vegetais que ficam parados e presos a um único lugar por
toda a vida!
Para tentar chegar à resposta, observe as figuras abaixo. Elas mostram o
mesmo grupo de corais vistos com seus tentaculos abertos e fechados.

Mãos à obra Qual a principal diferença entre as duas ilustrações?


..................................................................................................................................
Depois de observar as figuras, você consegue imaginar por que os corais são
considerados animais?
..................................................................................................................................

Informação A ilustração da esquerda mostra pequenos corais saindo de suas “casas”. É


nova provável que eles estejam procurando alimento na água que os rodeia, capturan-
do tudo que for comestível com seus vários “braços”, denominados tentáculos.
Assim, podemos comprovar que os corais são animais, pois precisam buscar
seu alimento no meio ambiente. As plantas não precisam fazer isso, já que
produzem o seu próprio alimento utilizando-se da luz do sol.
O plâncton A U L A

Sabemos, portanto, que os corais estão se ali-


mentando. Mas, mesmo olhando com bastante 18
atenção a ilustração, não conseguimos visualizar
o que eles estão comendo. Nem se estivéssemos
dentro d’água, ao lado deles, conseguiríamos
ver esse alimento. Isso ocorre porque o alimento
dos corais são seres microscópios que existem
aos milhões nas águas dos mares: esses seres são
chamados de plâncton
plâncton. Para conseguir enxergar o
plâncton, teríamos de colocar uma gota da água da
superfície do mar em um microscópio.

Como você vê na ilustração acima, o plâncton é composto por pequenos


animais e vegetais de formas bastante diferentes, que vivem flutuando ao sabor
das correntes marítimas. Esses seres vivos são muito importantes para a manu-
tenção da vida no mar, pois servem de alimento para muitos outros animais
marinhos, além dos corais.

Os peixes

Os peixes que habitam os mares também podem se alimentar de plâncton.


Um exemplo é a sardinha, peixe que anda em cardumes e que é pescada em
grande quantidade na costa brasileira.
Mas nem todos os peixes se alimentam de plâncton. Muitos preferem comer
outros animais, inclusive peixes. É o caso da garoupa, um peixe caçador de peixes
menores.
Observando uma sardinha ou uma garoupa, podemos notar que sua bocas são
muito diferentes. Isso indica que elas também se alimentam de formas diferentes.

sardinha

tubarão
MãosA àU obra
L A Os pescadores costumam colocar animais nos anzóis, como camarões e
pequenos peixes. Algumas dessas iscas podem até estar vivas. Que tipo de peixe

18 você espera pescar com uma isca viva: uma sardinha ou uma garoupa? Justifique
sua resposta.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação Os abismos do mar


nova
Quando descemos às regiões mais profundas dos oceanos, regiões que a luz
do sol não alcança, o ambiente começa a se transformar. Surgem seres vivos com
formas muito estranhas, que produzem a sua própria luminosidade. Veja, na
figura abaixo, alguns desses animais.
Outros organismos, acostumados à claridade do sol e à abundância de
alimento das regiões superficiais do oceano, não conseguiriam sobreviver nesse
ambiente frio e escuro. Mas, além da escuridão e da escassez de comida, outros
fatores também dificultam a vida dos seres que habitam essas regiões profundas.

peixes do mar de águas profundas

Mãos à obra Você pode ter uma idéia de como é viver nos fundos dos oceanos quando for
a uma praia, piscina, rio ou lago. Chegando lá, afunde na água até sentir uma leve
pressão nos ouvidos.
Você já sentiu isso? Conte como foi.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do Essa sensação acontece por causa do peso da água que ficou sobre o seu
professor corpo, quando você afundou. E, veja bem, você só deve ter descido um ou dois
metros. Imagine só, a uma profundidade de mil metros, como deve ser forte a
pressão!
Nestas aulas em que estamos conhecendo a vida nas regiões cobertas por
água, verificamos que as condições do ambiente são fatores muito importantes
para definir os seres vivos que habitam cada pedaço do nosso planeta. Nas
próximas aulas você irá conhecer a vida nos continentes. Verá que, a exemplo do
que acontece nos rios, lagos e oceanos, a diversidade de formas de vida é muito
grande, e é determinada e organizada pelos diversos fatores ambientais que
agem na superfície da Terra.
· O fundo do oceano possui diversos ambientes diferentes. Resumo
A U L A

· Nas águas rasas se desenvolvem colônias de corais. 18


· Os corais são animais, pois precisam retirar seu alimento do meio ambiente.

· O plâncton é composto de pequenos animais e vegetais que ficam flutuando


na superfície dos mares.

· O plâncton serve de alimento para vários seres marinhos.

· As profundezas do oceano apresentam várias dificuldades para a sobrevi-


vência: pressão elevada, escuridão, frio e pouco alimento.

Exercício 1
Cite algumas características das regiões rasas do oceano, e alguns seres vivos
que as habitam. Exercícios

Exercício 2
Que condições devem ser enfrentadas pelos seres vivos que habitam as
profundezas dos oceanos?

Exercício 3
Qual a principal diferença entre o tipo de alimento da garoupa e da sardinha?
A UA UL L AA

19
19
A vida nos
ambientes terrestres

Atenção V ocê sabe que muitos animais, plantas e até


seres microscópicos vivem na terra - fora dos rios, dos mares e dos lagos. A água,
portanto, não é o meio no qual eles sobrevivem. Mas você conhece algum ser vivo
que consegue viver completamente sem água?

Os tipos de seres vivos e a quantidade de seres vivos que podem viver num
determinado ambiente dependem da água, da umidade do ar e das substâncias
presentes nesse ambiente.
Em seis quilômetros quadrados de floresta, isto é, numa área de 60 quartei-
rões, podemos encontrar 400 tipos de aves e 1.500 tipos de plantas. Mas, em todo
deserto do Saara, que equivale a 60 milhões de quarteirões, há menos de 45 tipos
de aves e apenas algumas dezenas de plantas.

Os campos e as florestas são os lugares que abrigam mais vegetação e mais


animais.
Além da água, outros fatores são importantes para a sobrevivência dos seres
vivos nesses lugares.

Observe atentamente as duas fotos.

A foto da direita mostra uma floresta vista ao longe. A foto da esquerda


mostra o interior de uma floresta do mesmo tipo.
Embora recebam bastante sol, as copas das árvores formam uma camada tão A U L A
espessa que impede a penetração da luz. Por isso, a mata é escura, mesmo nos
dias mais ensolarados.
19
A temperatura é alta nas copas das árvores, mas vai caindo nas partes mais
próximas do solo. Por isso, o interior da mata é sempre mais fresco.

O vento também não consegue atravessar a barreira das árvores. Assim, o


interior da mata é úmido, e o ar é “parado”. O chão é coberto por um tapete de
plantas e folhas mortas.

As raízes das árvores “seguram” o solo, impedindo a erosão, que é o


processo de remoção e transporte de suas partículas para outro local. As copas
das árvores formam um guarda-chuva protetor contra a ação da chuva e do
vento, que auxiliam a erosão.

Agora, observe outras duas figuras.

A foto ao lado mostra um parque


nacional da África. Abaixo, temos uma
pradaria, nos Estados Unidos. Cam-
pos como esses são encontrados em
muitas regiões do mundo. Podemos
observar que os dois ambientes são
dominados por grama e capim. As pou-
cas árvores são espalhadas e oferecem
pouca sombra.
A luz solar direta e o vento atin-
gem quase todos os lugares. O ar é seco
e chove pouco. Não há, nesses campos,
locais mais frescos que outros.
MãosA àU obra
L A Com base no texto, relacione as diferenças entre florestas e campos,
preenchendo a tabela para responder as perguntas:

19 Quais são as plantas atingidas pela luz do Sol?


CAMPOS FLORESTAS

Como é a temperatura do topo das árvores e no chão?


O ar é úmido ou seco?
Os ventos circulam?
Há sombras?
O que cobre o chão?

A voz do Florestas tropicais são as florestas situadas na região do Equador e que estão
professor expostas a muita chuva.
Nelas encontramos a maior variedade e quantidade de seres vivos do
mundo. Há samambaias, orquídeas, liquens, cipós, musgos e muitos arbustos
envolvidos por árvores muito altas. A maior dessas florestas é a da Amazônia,
mas existem outras também importantes, assinaladas no mapa.

® ®
®
Mapa mundi
®

com as florestas tropicais.

Nas florestas tropicais, há muitos animais vivendo entre os galhos das


árvores, sobre o chão e até no subterrâneo. Nessas florestas quase não há
diferenças entre as estações do ano, a não ser o aumento das chuvas nos meses
de dezembro, janeiro e fevereiro. As matas também abrigam muitas borboletas
e mosquitos.
Já sabemos que cada uma das florestas tropicais abriga plantas e animais
diferentes. São muitas espécies vivas. A esse conjunto chamamos
biodiversidade
biodiversidade, palavra que significa variedade de vida. As florestas tropicais
contêm a maior biodiversidade do planeta. Por isso elas são tão importantes.
Muitos animais, como já dissemos, vivem nas árvores. Nas florestas brasilei-
ras encontramos macacos, preguiças, tucanos, papagaios, muitos lagartos, sa-
pos, cobras e algumas onças. Nas florestas tropicais da Indonésia, há esquilos e
lagartos “voadores” pulando entre as árvores.
Animais das florestas brasileiras A U L A

19

cutia sapo

preguiça tamanduá

Não há grandes animais corredores nas florestas, uma vez que elas são
“fechadas”. Entre os animais que vivem sobre o solo temos a cutia e o tamanduá,
encontrados no Brasil, o gorila e o chimpanzé africanos, os leopardos e ursos
pandas na Ásia e os tigres na Índia.
MãosA àU obra
L A Coloque nas setas do mapa anterior o nome de alguns animais encontrados
em cada floresta tropical.

19 Ao contrário do que muitos pensam, o solo da floresta tropical é uma camada


fina e imprópria para a agricultura. É um solo pobre. Os restos de animais e de
plantas apodrecendo no chão da floresta é que fornecem as substâncias de que
as plantas necessitam. Esse solo também não consegue “segurar” água. Quando
chove, a água “viaja” rapidamente das raízes até as folhas das árvores. A seguir,
evapora e forma novas nuvens. Quando essa região perde a cobertura de floresta,
ou seja, é desmatada, a água corre para lugares mais baixos, carregando a
superfície do solo, provocando erosão. Você é capaz de explicar por que as
florestas desmatadas rapidamente se transformam em desertos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do Além das florestas tropicais, existem outros tipos de florestas que não
professor conhecemos no Brasil. Sobretudo na Europa, nos Estados Unidos e no Canadá,
encontramos florestas que perdem suas folhas no outono e inverno. São as
florestas temperadas
temperadas, que vivem verões quentes, invernos frios e têm chuvas
moderadas ao longo do ano. Essas florestas, aqui representadas no mapa, já
cobriram toda a Europa, mas foram substituídas por lavouras, pastagens e
cidades. Há porções dessas florestas também no Japão e na América do Sul. Na
Europa, só restam fragmentos esparsos dela.

Mapa mundi
com as florestas temperadas.

As árvores não chegam a ser tão altas, mas têm bom tamanho: é o caso dos
carvalhos, nogueiras e plátanos. No outono, suas folhas vão ficando bem
amareladas e vão caindo. O fato de perderem as folhas que são suas partes mais
frágeis permite que as árvores sobrevivam ao frio do inverno, pois os caules que
ficam são envolvidos por cascas grossas que protegem os vegetais.
Nas árvores vivem pássaros e esquilos; no chão, muitas vezes cobertos por A U L A
musgos, vivem veados, javalis, cabritos monteses, ratos, raposas e lebres. Há
besouros, formigas e poucos insetos voadores. A maioria dos seres vivos se
reproduz acompanhando as estações do ano. 19
Na primavera acontece uma
“explosão de vida”: as árvores flo-
rescem e as folhas verdes reapa-
recem, junto com os animais e
seus filhotes. Eles crescem du-
rante o verão e outono. No
inverno, todos se recolhem e
preparam novos filhotes, no-
vas folhas e flores.

cabrito montês

Esta ilustração logo abaixo mostra um plátano europeu, com as folhas Mãos à obra
caindo. Em que estação do ano deve estar acontecendo essa queda das folhas?
Desenhe, ao lado, como essa região deve ficar na primavera.

primavera

Em regiões ainda mais frias, com boa umidade e gelo no longo inverno, A voz do
existe um outro tipo de floresta. Ela forma um cinturão no hemisfério Norte e professor
cobre as altas montanhas. É a floresta de coníferas
coníferas.

Alemanha Mapa mundi


com as florestas de coníferas.
A U L A O nome “floresta de coníferas” é explicado pela vegetação, que não é muito
variada: há ciprestes, abetos e pinheiros, árvores do grupo das coníferas. Suas

19 folhas são pouco desenvolvidas, mas formam florestas bem escuras, chamadas
também de “florestas negras”. As folhas velhas que vão caindo formam um
grosso tapete marrom, que no inverno se cobre de neve.

Também há poucos tipos de


animais: na América do Norte,
alce, lince, urso-cinzento e esqui-
lo; na Europa, cabrito montês e
porco-espinho. As aves são abun-
dantes no verão, mas no inverno
migram para lugares mais quen-
tes, ao sul. Há poucos insetos.

lince porco-espinho

Mãos à obra Os autores da história do Chapeuzinho Vermelho viveram na Alemanha,


um lugar com inverno muito frio. Verifique onde está a Alemanha no mapa
anterior, e descubra em que floresta vivia o lobo mau.

O bolo que chamamos de “floresta negra” surgiu nessa região: é uma massa
escura de chocolate, coberta com creme branco e salpicada de cerejas, uma fruta
típica da Europa. Comparando o bolo com as informações do texto, você
consegue identificar o que representam a massa escura do bolo e o creme branco?
..................................................................................................................................

A voz do No passado, as florestas cobriam extensões muito maiores do planeta. Mas,


professor só nos últimos duzentos anos, com o aumento da população humana, mais da
metade dessas florestas foi convertida em pastos e terras cultivadas. Além disso,
várias regiões foram desmatadas para exploração de madeira e carvão e se
tornaram estéreis, isto é, sem nenhum tipo de vida.
A U L A

19
Mapa mundi com os três
tipos de florestas
estudados até agora.

florestas de coníferas
florestas temperadas
florestas tropicais

Perto de florestas encontramos grandes regiões nas quais chove pouco, onde
grandes árvores de florestas não conseguem se desenvolver, mas encontramos
pequenas árvores espalhadas entre touceiras de capim e arbustos.

Os arbustos são aqueles vegetais com tronco fino e resistente que se divide Informação
em ramos, a partir do chão. Esses vegetais não ficam altos. nova

Agora estamos falando dos campos


campos, que são encontrados, com variações, no A voz do
mundo todo: são as pradarias dos Estados Unidos, os pampas do Rio Grande do professor
Sul e da Argentina, as estepes da ex-União Soviética, as savanas da África, os
campos da Austrália e os cerrados de toda região central do Brasil, como
representa o mapa.

Mapa mundi
com os campos.
A U L A Nos Estados Unidos, entre árvores como acácias, ipês e arbustos, circulam
livremente búfalos, bisões, coiotes e raposas. Na Austrália há cangurus; no

19 Brasil, temos tatus e tamanduás, e só na África encontramos leões, girafas,


zebras, hienas, avestruzes, rinocerontes e muitos elefantes.
São numerosos os pássaros e os insetos voadores. Nas árvores vivem alguns
macacos e, no solo, encontramos muitas formigas e cupins.
O solo dos campos é bastante profundo, rico em minerais e acumula água nas suas
profundezas. Cavando-se um poço, pode-se encontrar água a 20 m de profundidade.
Nos campos africanos, chamados de savanas, podemos encontrar muitos
mamíferos corredores, entre eles o guepardo, ou chita. Ele é o animal mais veloz
do mundo, capaz de atingir 110 quilômetros por hora. O guepardo caça durante
o dia, perseguindo animais que consegue derrubar com uma única patada, como
é o caso das gazelas.

Mãos à obra Cite duas características dos campos que facilitam a vida dos guepardos.
..................................................................................................................................

Resumo · As florestas são ambientes úmidos, com temperatura favorável para o


desenvolvimento dos seres vivos.

· Existem três tipos de florestas: as tropicais, as temperadas e as florestas de


coníferas.

· As florestas tropicais são quentes e muito úmidas; elas contêm a maior


biodiversidade do planeta.

· As árvores das florestas temperadas perdem suas folhas no outono, quando


os pássaros migram para lugares mais quentes.

· As florestas de coníferas têm pouca variedade de seres vivos; nelas, o


inverno é bem frio.

· Campos são lugares com período de seca e com vegetação mais baixa e
espalhada do que as florestas. Nelas vivem grandes animais corredores.

· Em todo o mundo, muitos campos e florestas estão sendo destruídos pelo


homem.
Exercício 1 A U L A
Complete os quadrinhos assinalando as características de cada floresta:

19
Exercícios

TEMPERATURA UMIDADE ESTAÇÕES DO ANO

alta ( ) úmida ( ) são bem marcadas ( )


moderada ( ) seca ( )
FLORESTA TROPICAL quase não são
baixa ( )
muito úmida ( ) percebidas ( )

alta ( ) úmida ( ) são bem marcadas ( )


moderada ( ) seca ( )
FLORESTA TEMPERADA quase não são
baixa ( )
muito úmida ( ) percebidas ( )

alta ( )
úmida ( ) são bem marcadas ( )
moderada ( )
baixa ( ) seca ( ) quase não são
FLORESTA DE CONÍFERAS
muito úmida ( ) percebidas ( )

Exercício 2
Observando suas respostas no Exercício 1, considere a seguinte afirmação:
Quanto maiores a temperatura e a umidade, maior é a variedade de seres
vivos . Você concorda ou discorda disso? No que se você se baseia para
concordar ou não?

Exercício 3
Os povos da floresta vivem ao lado de plantas e de animais há milhares de
anos. Eles sabem muito sobre as coisas da floresta. Caçam animais e reco-
lhem sementes, raízes e frutos para se alimentar. Também conhecem as
plantas que servem para tratar ferimentos, para curar dores de estômago e
várias outras doenças. Esses povos obtêm o que precisam da floresta sem
causar estragos.
Por que você acha que isso acontece?

Exercício 4
Nas pradarias dos Estados Unidos, habitat natural de bisões e veados, há
mais de 150 anos as terras começaram a ser substituídas por plantações, na
chamada “conquista do oeste”. Esse ambiente oferece “facilidades” que
permitiram sua rápida transformação em terras cultivadas para fornecer
alimentação para os seres humanos. Que facilidades são essas?
A UA UL L AA

20
20
A vida
vencendo desafios

Atenção O
s dois relatos que você vai ler agora se origi-
naram de viagens a lugares bem diferentes. No primeiro texto, a viagem foi feita para
a Antártica, o continente gelado onde fica o pólo Sul da Terra. O segundo texto relata
uma passagem pelo deserto do Saara, que ocupa uma grande porção da África.

Viagem à Antártica
Os primeiros icebergs e as primeiras terras gela- apanhados pelos blocos de gelo flutuantes.
das só foram avistados bem no instante da chegada, O mau tempo reteve o barco na baía Dorian
quando se abriu o nevoeiro que perdurava há dois durante dez dias. Rajadas de vento sopravam, e um
dias. A Antártica se desvendava indomável aos espesso lençol de neve cobriu os barcos... A atenção
olhos dos companheiros que a desconheciam, e à segurança do barco era constante, pois tudo depen-
agora os deslumbrava... dia dos cabos de amarração, que precisavam ser
Apesar do sufoco que vivemos na base chilena, mudados e ajustados. Era preciso ir à terra buscar
não deixamos de rir do susto que uma foca-leopardo água doce nas geleiras e trazê-la em baldes nos
pregou em Eduardo, perseguindo o bote enquanto barcos infláveis...
ele tentava desembaraçar os cabos de amarração

Revista Horizonte Geográfico - ano 4 - nº 15

Deserto do Saara
O nome Saara deriva de palavra árabe que signi- vessia do deserto foi extremamente dura e longa...
fica “deserto” ou “área vazia”. São mais de 8 mi- Muitos ocidentais imaginam que um oásis é um
lhões de quilômetros quadrados. Uma área tão imensa pequeno lago rodeado de palmeiras. Na realidade,
que todo o território brasileiro caberia dentro dela, é muito mais que isso. Pode ter dezenas de quilô-
e ainda sobrariam vastas áreas de deserto. metros de extensão e ficar sem água durante parte
A noite chega lentamente no deserto do Saara. O do ano. Mas um aglomerado de palmeiras com
sol já havia descido por trás das dunas no horizonte, sombra é uma boa visão, especialmente depois de
e as primeiras estrelas começavam a aparecer. A vários dias convivendo com o mesmo horizonte
temperatura cai rapidamente, e o vento gelado co- monótono...
meça a soprar. É hora de parar, tirar a poeira do Muitos estabelecimentos comerciais surgem ao
corpo, preparar o acampamento. O dia, como todos longo dos vários poços que compõem o oásis e
os outros, tinha sido de muito trabalho. acabam, às vezes, formando cidades. Raramente a
Às vezes, avistávamos no horizonte outros veícu- água é encontrada em abundância, formando lagos.
los, a grande distância, rumando para o mesmo des- Ela fica a grandes profundidades, tem de ser con-
tino. Como no mar. Carregávamos quatro galões de quistada balde a balde e economizada nos períodos
20 litros com água. Não havia a menor comunicação de seca.
pelo rádio no carro... Nós nos orientávamos princi- Para os povos do deserto, a água é um bem tão
palmente pela bússola. Mesmo com camelos, a tra- essencial que chega a parecer sagrada.

Revista Horizonte Geográfico - ano 4 - nº 17


O que ocorreu de engraçado com Eduardo, em sua viagem à Antártica? Mãos
A U LàAobra
..................................................................................................................................

O que é um oásis? 20
..................................................................................................................................

Os lugares descritos nos textos são muito diferentes, mas você percebeu algo
em comum nas condições das duas viagens? Os viajantes foram descuidados?
..................................................................................................................................

Podemos notar que os ambientes descritos são praticamente opostos. Ao A voz do


mesmo tempo, em ambos a sobrevivência é extremamente difícil e a água para professor
beber é um bem precioso.
Nos desertos há luz solar intensa, a temperatura é muito alta durante o dia
e as noites são bem frias. Ocorrem poucas chuvas, pois os ventos são secos e a
umidade do ar é rara.
A maioria dos desertos situa-se nas proximidades dos trópicos de Câncer ou
de Capricórnio. Pela ação devastadora do homem, as regiões desérticas estão se
expandindo e invadindo outros ambientes, como florestas e campos.
Nas regiões geladas em torno do Pólo Sul e do Pólo Norte, a maior
dificuldade é o frio. O solo permanece sempre coberto de gelo.
Os ambientes terrestres gelados em que existe algum tipo de vida localizam-
se principalmente em torno do Pólo Norte, logo após a “zona de gelo eterno” -
o chamado Ártico, que é um oceano gelado. Na região da Antártica, o continente
gelado onde se encontra o pólo Sul, a vida praticamente só existe perto do litoral.

regiões de deserto
regiões geladas

Observando o mapa, cite os continentes onde encontramos: Mãos à obra


DESERTOS TUNDRAS
.................................................. .....................................................
.................................................. .....................................................
.................................................. .....................................................
.................................................. .....................................................
.................................................. .....................................................
A U L A Cite duas diferenças entre as regiões geladas e as regiões desérticas.
..................................................................................................................................

20 ..................................................................................................................................

Cite uma característica que seja comum às duas regiões.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do Os seres vivos que sobrevivem nos pólos e nos desertos possuem “adapta-
professor ções” muito especiais.
Nos pólos e nos desertos, não existem árvores.
Nas regiões geladas do norte, a vegetação mais comum é formada por
tapetes de musgos e liquens. Alguns arbustos anões se espalham nas “frontei-
ras” com as florestas temperadas.
Nas regiões geladas existem apenas duas grandes estações: um verão curto,
de três meses, e um longo inverno. As geadas são freqüentes. No verão, uma fina
camada derrete, tornando a região muito úmida. No solo gelado aparecem
inúmeros lagos, riachos e brejos. Esse é o tempo que as plantinhas têm para dar
flores, frutos e espalhar suas sementes. Essas plantas dormem durante o inverno,
crescendo apenas no verão.

Informação Os líquens não são plantas comuns. Cada tipo de líquen é uma associação
nova de filamentos e algas microscópicas. Os liquens sobrevivem a temperaturas de
20 graus Celsius negativos, e suportam ainda mais frio e seca quando ficam
“dormentes”.
Os musgos são plantas muito pequenas que dependem bastante de umidade
para sobreviver.
Formam extensos "tapetes" verdes sobre as pedras, solos úmidos e troncos
de árvores.

A voz do Nos desertos, as plantas estão muito espalhadas, isto é, muito distantes umas
professor das outras.
Há plantas que duram poucas semanas por ano: após as chuvas, as sementes
germinam, dão flores e frutos e morrem.
Outras plantas duram o ano todo. Suas folhas são minúsculas ou, às vezes,
nem existem. Algumas possuem raízes extremamente longas e alcançam água
nas profundidades do solo; muitas acumulam água nos ramos. As plantas mais
comuns nos desertos americanos são parecidas com os cactos da nossa caatinga
nordestina.

Mãos à obra O que há de semelhante entre as vegetações dos pólos e dos desertos:
existem árvores, flores e plantas o ano todo?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Os animais das regiões que estudamos também sobrevivem graças a algu-


mas adaptações, principalmente para vencer a temperatura.
Os animais do gelo A A
U voz
L A do
Apesar do frio, nem os pingüins da Antártica nem os bois almiscarados do
Ártico correm o risco de morrer congelados. Como outros animais que vivem no 20professor

gelo, eles tiram proveito do seu sangue quente.

boi almiscarado

Nos animais de sangue quente, o corpo mantém uma temperatura constante Informação
de cerca de 37ºC. Todos os mamíferos e aves são animais de sangue quente, nova
inclusive os que vivem em clima tropical.
São os chamados animais homotérmicos
homotérmicos. No caso de todos os outros
animais do planeta, o corpo adquire a temperatura do ambiente externo;
quando a temperatura desce a menos de 5ºC ou sobe a mais de 42ºC, eles se
tornam inativos.

O sangue quente, por si só, não assegura a sobrevivência no frio. O próprio A voz do
homem é muito frágil: nu, a uma temperatura de l8ºC negativos, morreria professor
congelado em poucos minutos. Mas o homem consegue sobreviver em tempe-
raturas muito mais baixas utilizando roupas grossas e construções adequadas.
Alguns animais possuem uma camada de gordura logo abaixo do couro; além
disso, esse couro pode ser recoberto por uma camada de pelos ou de penas. É o caso
dos pingüins, que podem nadar durante horas no inverno.
O cão husky, da Sibéria (ilustração de cima, na próxima página), pode dormir
confortavelmente ao relento, com a neve cobrindo o seu corpo, e o urso branco
polar consegue se manter ativo o ano todo.
A U L A

20
husky siberiano

Esquilos e ursos marrons passam os dias do inverno sem fazer nada, próximos
uns dos outros, dentro de seus esconderijos ou tocas. Eles se alimentam da sua
própria gordura acumulada no outono.
As aves do Ártico adotam um mecanismo de adaptação fantástico: a migração.
Quando chega o inverno, seguem para a África do Sul, para a América do Sul ou
para o Havaí, onde o calor é maior. A andorinha-do-mar dá meia volta ao mundo,
pousando na Antártica; quando chega o inverno antártico, ela volta para o Ártico.
Na Antártica não há mamíferos terrestres. Os mamíferos aquáticos, como
focas, leões-marinhos e baleias, sobrevivem nas águas geladas do inverno
protegidos pelas camadas de gordura que têm sob a pele, assim como os
pingüins. Outras aves migram para regiões ao Norte.
Alguns animais que não são homotérmicos - peixes, por exemplo - conse-
guem sobreviver nos pólos. Isso é possível porque a água do mar nunca se
congela completamente.

Os animais do deserto

No deserto também há vida. Muitos animais conseguem se adaptar a esse


ambiente, mas é difícil vê-los: são aranhas, felinos, ratos, morcegos, aves e
raposas que, nos longos períodos de seca dos vários desertos do mundo, chegam
a se alimentar de caules de plantas, raízes e sementes.
Alguns insetos só aparecem nos curtos períodos de chuvas de verão,
alimentando-se das plantas que também ressurgem nessa época.
Lagartos e cobras, mesmo possuindo uma cobertura corporal que impede o
seu ressecamento, também se protegem do calor. Como não são animais
homotérmicos, nas horas mais quentes do dia eles ficam imóveis, aproveitando
alguma sombra.
Muitas aves também migram. Elas se reproduzem quando o clima é mais
ameno e se retiram no auge da seca.
Há muitos roedores que se alimentam das sementes deixadas no chão pelas
plantas. O mais notável deles, o rato-canguru, quase nunca bebe água e raramen-
te urina. Suas fezes são extremamente secas. Ele consegue sobreviver permane-
cendo em toca subterrânea durante o dia, só saindo à noite, para se alimentar.
Quando a temperatura do ambiente aumenta muito, ele adormece, depois de
passar em todo o corpo sua saliva impermeável.
Quando chega a estação seca, alguns sapos cavam tocas fundas no chão e aí
ficam em estado de torpor por oito ou dez meses. Assim como o rato-canguru,
seu comportamento é semelhante à hibernação no gelo.
O camelo, o animal mais conhecido do deserto, consegue viajar comoda-
mente por longos períodos sem beber água ou se alimentar. Possui várias
adaptações para evitar a perda de água: sua e urina muito pouco, não ofega nem
respira rapidamente. E consegue distribuir muita água pelo corpo, em pouco
tempo: chega a beber trinta litros de água em apenas dez minutos !
· Os desertos e as regiões geladas são ambientes em que a sobrevivência é Resumo
A U L A
muito difícil: os seres vivos dessas regiões possuem muitas adaptações.

· Nos desertos e nas regiões geladas não há árvores; algumas plantas só dão 20
flores, frutos e sementes no verão.

· Até mesmo os animais homotérmicos possuem adaptações para viver nos


pólos: camadas de gordura sob o couro, hábitos de repouso, hibernação,
migração.

· Várias são as adaptações dos animais dos desertos: escondem-se nas horas
ou nos dias mais quentes, alimentam-se só de sementes e plantas ressecadas,
possuem cobertura protetora para o corpo, bebem pouca água, suam e
urinam muito pouco, reproduzem-se quando o clima está ameno.

Exercício 1
Qual é a explicação que se pode dar para o fato de não haver musgos nos
desertos? Exercícios

Exercício 2
Qual é a vantagem de as sementes aguentarem altas temperaturas. Nos
desertos e baixas temperaturas nas regiões geladas?

Exercício 3
No boi almiscarado, animal homotérmico, desenvolve-se uma segunda
camada de pelos antes da chegada do inverno. Qual é a vantagem desse
fenômeno?

Exercício 4
Releia o texto e descreva a relacão entre alguns insetos e plantas do deserto.
A UA UL L AA

21
21
A vida nas cidades

Leptospirose - Cresce a epidemia


Atenção

43 pessoas já morreram em São Paulo


A epidemia de leptospirose que
assola São Paulo atingiu ontem a
marca recorde de 1.003 casos suspeitos
e 43 mortes, contabilizados desde o
primeiro dia do ano pelo Centro de
Vigilância Epidemiológica da Secreta-
ria da Saúde de São Paulo (CVE).
Os epidemiologistas atribuem o au-
mento anormal do total de casos às
inundações provocadas pela estação ex-
cepcionalmente chuvosa, pois a
leptospirose é geralmente transmitida
através da urina de ratos, que se mistura
à água das enchentes.
baseado em artigo do Jornal da Tarde - 18/03/95

Observamos no texto dois grandes problemas que ocorrem nas cidades:


inundações e presença de ratos. Nesta aula, vamos estudar esses problemas,
procurando descobrir algumas de suas causas.

Mãos à obra Viver nas cidades traz muitos benefícios, muitas facilidades, mas também
muitos problemas para as pessoas. Liste outros problemas (além daqueles
apontados no texto) que você acha que podem surgir quando se constroem
cidades sem planejamento.
..................................................................................................................................

Por que têm ocorrido tantas enchentes nas cidades nos últimos anos?
..................................................................................................................................
Na natureza, a água das chuvas penetra no solo. Como ele é composto por Informação
A U L A
terra, pedras, raízes de plantas, seres vivos etc., normalmente ele é permeável à nova
água, que penetra e não se acumula em grandes poças. Com isso, não é comum
a ocorrência de inundações em regiões naturais. A água que penetra no solo 21
forma os lençóis de água subterrâneos que depois sobem à superfície, formando
rios e riachos.

Os solos das cidades dificilmente são de terra e pedras. Eles possuem uma Mãos à obra
cobertura de asfalto. O que acontece com a água das chuvas nas ruas e avenidas
cobertas por asfalto?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Para acabar com as enchentes, algumas pessoas dizem que é importante


plantar árvores, principalmente nas margens dos rios. Converse com seus
colegas sobre a importância das plantas nas grandes cidades, e escreva as
conclusões a que vocês chegaram.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Nos mais diversos ambientes, percebemos que alguns animais se alimentam Informação
de plantas, e outros se alimentam de outros animais. Plantas produzem seu nova
próprio alimento. Portanto, podemos observar que os animais dependem de
plantas e uns dos outros.

Observe estes exemplos: Mãos à obra


a) FRUTOS ® PÁSSAROS ® GATO
b) CAPIM ® PREÁ ® JAGUATIRICA
c) RESTOS DE COMIDA ® BARATA ® LAGARTIXA ® GAVIÃO
d) PAPÉIS E TECIDOS ® TRAÇA ® ARANHA ® LAGARTIXA
e) ALGAS ® SARDINHA ® GOLFINHO
f) MADEIRA ® CUPINS ® TAMANDUÁ ® ONÇA
g) RESTOS DE COMIDA ® RATO ® GATO

Quais desses exemplos de relações podem ocorrer nas cidades?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Nos exemplos c) e g ) , o que pode acontecer se aumentar a quantidade de


restos de comida disponíveis?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Nos ambientes naturais, existe um controle do número de animais. Quando Informação


as pessoas invadem esses ambientes, fazendo queimadas ou derrubando árvores nova
para construir no local, elas desequilibram todo o ambiente
ambiente. Alguns animais
se mudam para outros locais, muitos morrem, e existem aqueles que permanecem
no local, mesmo sem as condições iniciais.
A U L A Mas, nas cidades, alguns animais encontraram condições ideais para sua
sobrevivência: grande quantidade de alimento, abrigo, ausência ou diminuição

21 de outros animais que os caçam etc.


Imagine, na natureza, uma revoada de cupinscupins. É uma festa para aves,
tamanduás, macacos e morcegos. Os cupins que sobram são suficientes para
manter o número de indivíduos da população. No campo, os cupins se alimen-
tam de tocos e galhos de árvores. Nas cidades, apenas as aves e uns poucos
morcegos comem os cupins; com isso, a quantidade desses insetos aumentou
muito. Além disso, para os cupins não faz a menor diferença se a árvore está na
sua forma natural ou foi transformada em mesa, viga ou casa. Eles devoram tudo
e se tornam praga.
Outros animais também se deram bem na cidade, como a barata barata, por
exemplo. Esse inseto é tão antigo (apareceu há cerca de 200 milhões de anos!) e
continua igualzinho, ou seja, parece que se deu muito bem! Na cidade, as baratas
adoram esgotos, muito lixo e escuridão. Gostam de “passear” pelo lixo e pelos
nossos alimentos, contaminando-os.
Os camundongos e ratazanas infestaram as cidades, pois comem qualquer
coisa em grande quantidade e se reproduzem em velocidade espantosa. Moram
em locais muito “confortáveis”, como porões de casas, esgotos, bueiros. E a
principal vantagem: são poucos os animais que se alimentam desses seres. O
resultado é a infestação descontrolada. As ratazanas são muito perigosas, pois
são agressivas e costumam morder, transmitindo a raiva. Camundongos são
mais pacíficos, mas não menos problemáticos. Nos pêlos deles e nos das
ratazanas existem pulgas que podem transmitir doenças como a peste. E, como
já dissemos, a urina dos ratos transmite a leptospirose: em casos de inundação,
a urina se espalha, infestando as pessoas.
Os pernilongos também encontram situações bem favoráveis à sua prolife-
ração: águas estagnadas em poças, vasos e até mesmo em águas correntes de
rios. Com isso, se reproduzem muito rapidamente. As fêmeas picam as pessoas
e podem transmitir doenças como dengue, febre amarela e malária.
Felizmente, existem outros animais que também se adaptaram às cidades
e não são tão horríveis assim... A lagartixa
lagartixa, que pode assustar algumas pessoas,
é um animal muito útil ao ambiente: ela se alimenta de insetos e ajuda a controlar
o número deles.

As aranhas
aranhas, tão
temidas, nem sempre
são perigosas e tam-
bém capturam insetos
para se alimentar.
Além das aranhas, há
outros bichos, como os
escorpiões e as lacrai-
as, que também se ali-
mentam de insetos e
ficam escondidos em
entulhos esquecidos
no fundo do quintal.
Outros animais vivem em vasos e pequenos canteiros, alimentando-se de A U L A
restos de animais e plantas mortos. É o caso dos tatuzinhos
tatuzinhos, dos piolhos-de-
cobra (que não são nem piolhos, nem de cobra) e das minhocas
os materiais do ambiente.
minhocas, que reciclam
21
Os morcegos
morcegos, animais que dão calafrio em muita gente, na verdade são
seres pacíficos na sua maioria. Existem diversos tipos de morcegos que se
alimentam principalmente de frutas e insetos.
O famoso morcego que suga sangue de animais quase não é encontrado
nas cidades, pois prefere sangue de cavalos, bois e vacas que vivem no campo
e quase não se movimentam à noite.
Algumas aves se adaptaram tão bem à cidade que até esquecemos de
seus hábitos naturais. É o que acontece com pombas, pardais, tico-ticos,
bem-te-vis, chupins, andorinhas e urubus. Essas aves “traçam” o que estiver
à sua frente, desde sementes, frutos e insetos até pipoca, salgadinhos, pão,
arroz, biscoito, salame, pedaços de frango... São ótimas para aproveitar tudo
que nós desperdiçamos.

Aliás, é esse o grande problema das cidades: lixo


lixo! Você já reparou na
quantidade de coisas que jogamos fora? Mas esse é assunto para outra aula.

Por enquanto, o importante é você reparar nos animais que estão à sua volta
e saber que muitos deles podem conviver conosco sem causar problema algum,
muitas vezes até ajudando. Às vezes, a ajuda é a simples alegria que podem nos
dar. Quem não gosta de ouvir o canto de algumas aves perto de casa? De ver
borboletas sugando o néctar das flores? Será que podemos atrair esses animais
e afastar aqueles que se tornaram praga?
Ainda temos muito a observar na natureza e, principalmente, muito a
aprender com ela!
Se imitássemos o equilíbrio da natureza, mesmo os ambientes das cidades
poderiam nos proporcionar uma vida com qualidade.
Resumo
A U L A · As cidades, por serem construídas sem planejamento, causam grande
desequilíbrio ao ambiente.

21 · A impermeabilização do solo pelo asfalto não permite que a água penetre,


formando poças e, no caso de chuvas fortes, inundações.

· Na natureza, os seres vivos dependem uns dos outros para sobreviver;


alguns animais comem plantas, e outros comem outros animais.

· Se a quantidade de plantas ou animais de determinado ambiente for


alterada, isso afetará as populações de outros seres que dependem deles.

· Muitos animais tiram proveito do desequilíbrio das cidades, que lhes


oferecem alimento em abundância, abrigo e ausência de caçadores.

· Muitos animais podem se tornar praga para o homem, pois aumentam em


grande quantidade devido a condições propícias de sobrevivência.

· O desperdício de alimentos e o acúmulo de lixo por toda parte são dois


grandes problemas das cidades, gerando ambiente propício à proliferação
de animais indesejáveis.

· Podemos modificar as condições do ambiente das cidades para atrair seres


que não causem problemas a ele.

Exercício 1
Plantar árvores nas cidades é importante para diminuir enchentes. Explique
Exercícios a afirmação.

Exercício 2
Dê dois exemplos da dependência de alguns animais em relação a outros,
em termos de alimentação.

Exercício 3
Observe os exemplos:
a) goiabeira ® mosca-de-fruta ® sanhaço
b) sobras de comida ® pombas ® gato
O que aconteceria se fossem mortos os sanhaços em a)
a), e se aumentasse a
quantidade de sobras de comida em b)
b)?

Exercício 4
O QUE COMEM? ONDE VIVEM?
BARATAS ..................................................... .....................................................
LAGARTIXAS ..................................................... .....................................................
RATOS ..................................................... .....................................................
ARANHAS ..................................................... .....................................................
AUU
A L AL A

22
Parcerias animais:
22
parasitismo e
cooperação

D
ona Cleide andava preocupada com a saúde
da família naqueles tempos de cólera. Todos os noticiários de televisão, rádio e
Atenção
jornais viviam afirmando que a bactéria causadora da cólera estava solta. Casos
haviam sido registrados em vários Estados do país, principalmente na região
norte. A cada semana, a doença parecia se aproximar mais rapidamente da
família de dona Cleide, que morava no sul.
Segundo os noticiários que dona Cleide ouvia, as pessoas com a doença
tinham diarréia e perdiam a água do corpo muito rapidamente. No rádio e na
televisão, especialistas diziam que a bactéria causadora da cólera, chamada
vibrião, era terrível: ela soltava uma toxina que fazia o intestino funcionar ao
contrário. Ou seja: nos doentes com cólera, em vez de o intestino absorver a água
dos alimentos, ia eliminando, por meio da diarréia, a água da pessoa. Se não
fossem rapidamente socorridos, os doentes morriam de desidratação.
Os mais assustados lembravam-se das epidemias de cólera da Europa, no
século passado. Naquela época, a medicina ainda não sabia como tratar a doença
e desconhecia que ela era causada por uma bactéria. Com isso, muitas mortes
aconteceram. Agora, em pleno século XX, todo mundo pensava que as grandes
infestações de cólera eram coisa do passado! No entanto, a doença estava bem
aqui, no Brasil, ameaçando a família de dona Cleide.

Após reler o texto com atenção, responda: Mãos à obra


Por que dona Cleide estava preocupada com a saúde de sua família?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Quais são os sintomas da cólera?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Porque a cólera pode matar?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A U L A No auge da epidemia de cólera que ameaçava o Brasil, todos os meios de
comunicação alertavam a população sobre os cuidados básicos a tomar com a

22 higiene dos alimentos. Use o espaço abaixo para dizer quais são esses cuidados.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do A cólera é uma doença transmitida por alimentos contaminados. Esses


professor alimentos podem vir do mar e de áreas do litoral (como camarões, peixes e
caranguejos). Também podem ser frutas e verduras que receberam água conta-
minada com as bactérias causadoras da doença.
Para não pegar cólera, devemos lavar e ferver muito bem os alimentos com
água não-contaminada.
Mas, como a bactéria causadora dessa doença só é visível com o uso de
microscópios, não sabemos se a água que usamos está contaminada ou não.
Daí vem a recomendação de sempre ferver a água antes de utilizá-la, pois a
fervura mata os seres vivos nocivos (como as bactérias causadoras da cólera) que
estão na água.
Existem outros métodos para matar esses seres microscópicos que vivem na
água. Um deles é jogar cloro na água (O cloro que é fornecido nos postos de saúde
e está à venda nas farmácias.
As pessoas que moram nas cidades e têm água encanada geralmente não
precisam se preocupar tanto em ferver ou clorar a água antes de bebê-la, pois
recebem essa água de estações de tratamento.
Nessas estações, uma das etapas do tratamento da água é exatamente a
colocação de cloro para matar os microorganismos. Várias estações de tratamento
de água colocam na água, além do cloro, uma substância chamada fluoreto. O
fluoreto possue flúor, substância muito útil para a prevenção das cáries.
Ou seja: assim como o cloro mata os microorganismos da água, o flúor é muito
eficiente contra as bactérias que atacam os
nossos dentes e causam a cárie. Você já
deve ter lido, nas embalagens das pastas de
dente, os dizeres “Com flúor para prevenir
as cáries”.
Já as pessoas que usam água de poços devem obrigatoriamente tratá-la com
cloro e fervê-la, para evitar que ela seja um meio transmissor de doenças.

Atenção Além da bactéria causadora da cólera, os alimentos e a água podem estar


contaminados com ovos ou pequenos filhotes de vermes parasitas. Veja abaixo
a ilustração de um desses vermes. Ela mostra um verme com cerca de quinze
centímetros, de corpo arredondado como o de uma minhoca, e que pode ser
encontrado no intestino de animais, inclusive do homem. Esse verme é popu-
larmente conhecido como lombriga.
Já que as lombrigas estão sempre
no intestino de um ser vivo, dá até
para imaginar de que elas se alimen-
tam. Esses vermes se alimentam da
comida que homens e animais
Lombriga: um verme parasita
infectados ingerem. que vive no intestino.
Assim, como esses vermes estão de certa forma “roubando” o nosso alimen- A U L A
to, ou o alimento do animal em que vivem, dizemos que eles são parasitas. Em
outras palavras, esses vermes vivem às custas de outros seres vivos.
Costumamos educadamente chamar de “hóspedes” a esses seres vivos que 22
vivem dentro de outros. Já os seres vivos que os abrigam são, por sua vez,
chamados de hospedeiros.
Com um ou vários parasitas consumindo parte de sua alimentação, geral-
mente os hospedeiros costumam sentir mais fome e precisam ingerir mais
alimentos. Afinal, parte de tudo o que comem não é usada por eles, e sim por seus
“indesejados” hóspedes.
Mas como é que vermes como esses vão parar no intestino dos seus hospe-
deiros?
Os vermes que estão no intestino soltam ovos dentro do próprio intestino.
Esses ovos misturam-se com as fezes que são formadas no intestino e, junto com
elas, são eliminados do corpo do hospedeiro.
As fezes do animal contaminado com vermes vão secar com o tempo. Mas os
ovos que estavam nas fezes são muito resistentes e não secam. Eles ficam lá,
resistem ao calor, ao frio e podem ser levados pela água das chuvas, depositando-
se sobre gramas ou qualquer outra vegetação comestível (como pés de alface em
uma horta, por exemplo).
Quando um ser vivo - um boi ou um cavalo, por exemplo - come a grama
contaminada, os ovos dos vermes acabam indo parar no seu intestino. Aí
encontram as condições ideais para se desenvolver, e dão origem a pequenos
vermes. Esses vermes minúsculos vão se alimentando e crescendo. Depois de
certo tempo, no intestino daquele animal existirão vários vermes adultos, todos
atuando como parasitas.
O mesmo pode ocorrer com o homem, ao comer verduras e frutas contami-
nadas. E é exatamente para evitar isso que devemos lavar muito bem esses
alimentos com água e vinagre, ou fervê-los, quando possível. Isso os torna
adequados ao consumo.
vermes no
intestino

vermes na
traquéia

pulmões

coração

fígado

Este esquema mostra o ciclo de desenvolvimento de


vermes no "hospedeiro" humano.
MãosA àUobra
L A Após ler o texto com atenção, responda:

22 Como uma pessoa pode se contaminar com lombrigas?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Que cuidados devemos tomar para evitar a contaminação por lombrigas?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Atenção A colaboração entre os seres vivos

O parasitismo da lombriga é um tipo de relação entre seres vivos no qual uma


espécie explora a outra sem, em troca, lhe oferecer qualquer benefício. Entretanto,
na natureza nem sempre é assim. Muitos seres vivos podem tirar proveito direto
uns dos outros, explorando-se e trocando benefícios mutuamente. Assim estabe-
lecem relações de cooperação e, portanto, verdadeiras parcerias.
Um exemplo disso pode ser encontrado caranguejo
nos oceanos, onde vive uma espécie de ca- ermitão
ranguejo chamado ermitão. Veja como é um
ermitão na foto ao lado. Talvez você o julgue
estranho. Afinal, a única coisa que lembra
um caranguejo nessa foto são as garras.
Se você reparar bem, verá que as garras
e o corpo do caranguejo estão dentro de
uma concha que parece igual a essas que
encontramos vazias nas praias. Como você
viu na aula sobre os mares, dentro da con-
cha existiam seres vivos. Quando eles mor-
rem, as conchas ficam vazias e disponíveis
para quem nelas queira morar.
Algumas conchas vazias ficam no fundo dos mares e não chegam às praias.
Quando um ermitão encontra uma dessas conchas que considere uma boa
habitação, ele imediatamente sai da concha em que estava e se muda para a
moradia que julga melhor. Nesses momentos, podemos ver como é o corpo do
caranguejo fora da concha (ao lado, veja a foto do ermitão “fora de casa”).
Nesse caso, o ermitão se aproveita da concha de um ser que já morreu. É
evidente, portanto, que aí não existe uma troca de favores ou uma cooperação
mútua - afinal de contas, o primeiro “dono” da concha está morto.
Mas, olhando bem a foto, veremos sobre a
concha do ermitão algumas estruturas que
parecem flores. Essas estruturas são seres vi-
vos, parentes dos corais e das águas-vivas.
Eles são chamados de anêmonas. Veja, ao
lado, a foto de uma anêmona. A anêmona
possui uma boca e tentáculos à sua volta.
Pequenos seres vivos que passam por entre os
tentáculos são “queimados” e comidos pela
anêmona. Também dá para reparar, pela foto,
que a anêmona não tem patas ou nadadeiras.
anêmona
Ou seja: ela vive fixa sobre algum lugar.
Se um animal vive fixo sempre no mesmo lugar, como a anêmona, só pode A U L A
se alimentar dos seres móveis que ficam ao seu alcance. Portanto, as anêmonas
se beneficiam muito quando estão “acopladas” às habitações dos ermitões. Como
os ermitões andam pelo fundo do mar, a anêmona acoplada acaba ganhando 22
mobilidade, deslocando-se de um lugar para outro e encontrando mais comida.
E quanto ao ermitão? Que “favor” que ele recebe em troca da anêmona?
Já sabemos que as anêmonas possuem tentáculos com substâncias que
“queimam”. Assim, quando algum animal - um polvo, por exemplo - ataca o
ermitão, imediatamente é queimado pelas anêmonas que ele carrega. Isso é tão
importante para o ermitão que, quando ele encontra uma anêmona pelo caminho,
logo a arranca do local onde ela se fixa e a prende na sua concha. Assim, o ermitão
pode ter várias anêmonas em suas costas.
Além das relações de parasitismo e cooperação entre seres vivos, que
estudamos nesta aula, na natureza há outros tipos de relação entre seres vivos.
Existem espécies que se alimentam de outras e as caçam. E existem os seres que
são caçados. Esse tipo de relação entre as presas e os predadores que as caçam é
o assunto da aula seguinte.

· Alimentos contaminados podem transmitir cólera e verminoses. Resumo


· A fervura e a adição de cloro à água matam os seres vivos nocivos que nela
existem.

· Seres vivos, como as lombrigas, são parasitas que vivem no intestino de


outros seres vivos.

· Os vermes que vivem dentro do intestino se reproduzem; seus ovos são


eliminados junto com as fezes do hospedeiro.

· Seres vivos de espécies diferentes podem viver em parceria proveitosa para


ambas as espécies.

Exercício 1
Como uma pessoa adquire lombriga?
Exercícios
Exercício 2
Como podemos evitar verminoses e doenças como a cólera?

Exercício 3
O que é parasitismo?

Exercício 4
O que é relação de cooperação?
A UA UL L AA

23
23
Animais caçadores
e herbívoros

Atenção Aumento de pragas


M uitos animais se alimentam da
quilo que é produzido pelo ho-
mem. Várias espécies de roedores, por
do encontradas, são sempre extermina-
das. Com a diminuição ou o desapareci-
mento das populações de caçadores na-
exemplo, vivem principalmente de grãos turais, quem controla os roedores é o
vindos das plantações. No passado, eles próprio homem. Muito menos eficien-
certamente comiam outras plantas - mas, tes que os animais, os métodos huma-
com o espaço cada vez maior ocupado nos não conseguem conter o grande
pela agricultura, tiveram de recorrer aos aumento de população dos roedores, e
produtos agrícolas. Esses roedores cau- eles se transformam em ‘praga’.
sam grande prejuízo. O prejuízo só não Assim, percebemos que não existe
é maior porque existe controle sobre o um animal que seja uma praga perma-
número desses animais, exercido, em nente para os homens: isso só ocorre
parte, pelo próprio homem e, em parte, quando as relacões naturais de uma co-
pelos caçadores naturais dos roedores: munidade são perturbadas a ponto de os
gaviões e cobras. predadores da região desaparecerem.
Muitas vezes por desinformação, o No caso dos roedores, o homem tam-
homem tenta eliminar de determinadas bém foi responsável por trazer para o
regiões esses inimigos naturais dos roe- campo os mais eficazes destruidores de
dores. Os gaviões e falcões sofrem com grãos: o camundongo e o rato doméstico
a perseguição direta e com o envenena- originalmente não existiam no interior
mento por agrotóxicos; as cobras, quan- brasileiro e foram trazidos da Europa.
Adaptado de Perigo de vida , Carlos C. Alberts, Atual Editora,1989.

O que você pensa sobre os gaviões, as cobras e as onças?


O comportamento desses animais pode parecer muito voraz, se comparado ao
nosso modo de alimentação. Mas esse comportamento é necessário para que eles
possam se alimentar. Eles já nascem com tais instintos para sobreviver. Às vezes,
reconhecem a grande distância aquilo que lhes pode servir de alimento.
Além disso, como vimos no texto, os animais caçadores controlam o número
de animais herbívoros. Sem esse controle, os herbívoros podem destruir planta-
ções inteiras.
De acordo com o texto, por que os roedores passaram a se alimentar das Mãos
A U L àAobra
plantações ?
..................................................................................................................................
23
Por que o homem não deve exterminar cobras e gaviões ?
..................................................................................................................................

Todo mundo tem para contar pelo menos um caso de algum animal caçando
outro (ainda que seja uma grande mentira!). Relembre com seus colegas esses
casos, separando o que aconteceu de fato e o que é imaginação. Escreva um
desses fatos.
..................................................................................................................................

Certamente, muitos personagens dessas histórias de caçadas são mamíferos A voz do


carnívoros, como o lobo, a raposa, a onça ou a jaguatirica, que se alimentam de professor
pássaros, roedores, macacos e outros bichos.
Um personagem também muito presente em histórias de caçador é a cobra.
As cobras são muito boas caçadoras, com apurada sensibilidade para perceber
a presença de “comida”, seja pelo movimento dos animais, seja pelo calor de seus
corpos. As cobras se alimentam de invertebrados, peixes, caçam muitos tipos de
aves e também comem sapos, rãs, lagartos, outras cobras e mamíferos de todo
tamanho.
Algumas aves também são excelentes caçadoras. O exemplo mais impressi-
onante é o do gavião. Ele enxerga muito bem e fica à espreita
espreita, procurando sua
comida em lugares mais altos, com visão panorâmica. Quando avista um lagarto,
uma pequena ave ou um roedor, mergulha bruscamente no ar, capturando a caça
com suas garras curvas, fortes e afiadas. Alguns gaviões podem capturar peixes
e até bezerrinhos, mas muitas vezes não escapam ao ataque de uma cobra.
Além desses animais de bom tamanho, há muitos outros caçadores. Um
exemplo muito comum é o sapo. Seus olhos enxergam muito bem os mosquitos
que voam ao seu redor. Com muita rapidez, o sapo põe sua grande língua para
fora e captura o “jantar”. A lagartixa também caça desse modo.

Alguns insetos também caçam. O louva-a-deus


fica parado, parece uma pessoa rezando ajoelhada.
Quando uma mosca se aproxima, ele crava nela os
espinhos pontudos que possui nas pernas e lhe morde
a cabeça.

Muitos passarinhos também comem insetos: é o


caso do pica-pau e das andorinhas.
Informação
A U L A Todos esses animais são predadores
predadores, isto é, animais que procuram e atacam
nova outros seres vivos para se alimentar. Os animais que são atacados e mortos são

23 chamados presas
presas.

Existem animais caçadores que são aquáticos. O dourado, um peixe que vive
em rios, nada entre os vegetais aquáticos e engole pequenos peixes.
A anêmona-do-mar é um animal mari-
nho que vive fixado nas pedras. É muito
confundida com flores. Isto acontece por-
que, quando ela está “calma”, ou em re-
pouso, abre seus numerosos tentáculos em
forma de flor. Isso, na verdade, é uma ar-
madilha para camarões e pequenos peixes.
As aranhas também são caçadoras.
Muitas constroem teias para capturar suas
vítimas, geralmente insetos desavisados
que pousam nelas. Com isso, acabam enro-
lados nos fios que as aranhas produzem.
Para se alimentar, elas sugam o corpo dos
insetos e deixam o “esqueleto” vazio, pare-
cendo uma casquinha oca.

Mãos à obra Preencha o quadro com os animais que apareceram no texto até agora.

PREDADORES PRESAS
.................................................. ...................................................
.................................................. ...................................................
.................................................. ...................................................
.................................................. ...................................................
.................................................. ...................................................
.................................................. ...................................................
.................................................. ...................................................
.................................................. ...................................................
.................................................. ...................................................
.................................................. ...................................................
.................................................. ...................................................

Informação Há animais predadores que procuram vegetais para se alimentar. São


nova também chamados de herbívoros
herbívoros.

A voz do Muitos animais herbívoros precisam comer em grandes quantidades, pois,


professor em geral, os nutrientes das plantas não são muito concentrados. Por isso, para
conseguir matar a fome, esses herbívoros passam a maior parte do tempo
comendo.
É comum que os diferentes tipos de herbívoros se interessem apenas por
alguns tipos de plantas, ou só por algumas de suas partes. Um exemplo
interessante dessa variedade acontece entre os roedores.
Roedores são mamíferos que possuem longos dentes na frente da boca. Esses Informação
A U L A
dentes crescem permanentemente e vão sendo desgastados enquanto cortam o nova
alimento.
23
Preá e cutia são roedores que escolhem plantinhas jovens e macias do mato A voz do
rasteiro para comer. Outros roedores, como o nosso esquilo caxinguelê e o castor professor
americano, comem as partes
duras das plantas, como caro-
ços, cascas ou madeira. Alguns
coelhos europeus cavam túneis
subterrâneos para comer raízes
suculentas, como a cenoura.
No Brasil vive o maior roedor
do mundo, a capivara, que se
alimenta de folhas.
caxinguelê
capivara )

As preferências alimentares entre os mamí-


feros ruminantes também variam: bois e cavalos
pastam capim, enquanto veados, cabras e car-
neiros comem folhas de pequenas árvores. Já as
girafas alcançam as folhas de árvores mais altas.
Passarinhos herbívoros comem sementes e
frutos.
Já entre os insetos herbívoros há muita va-
riedade de alimentação. O gafanhoto devora
folhas de árvores. Sua boca tem serrinhas que
realizam muito bem essa tarefa.

gafanhoto Outro inseto devastador para as plantações


é a lagarta por exemplo, a taturana. As taturanas
se tornam borboletas ou mariposas quando fi-
cam adultas. Sua boca é parecida com a do
gafanhoto, conseguindo cortar e mastigar ao
mesmo tempo. A borboleta adulta apenas lam-
be o líquido açucarado que se encontra dentro
das flores, o néctar. Já os percevejos e os pulgões
perfuram talos de plantas jovens para se alimentar da seiva, o líquido que “viaja”
dentro dos caules.
Alguns pequenos herbívoros são mais “tranqüi-
los”, como o caramujo e a lesma. Eles deslizam com
o corpo sobre as folhas, raspando-as com sua boca.
Pode parecer estranho, mas os herbívoros
mais numerosos do planeta são aquáticos e mi-
croscópicos. São pequenos animais que vivem na
água do mar ou dos rios, e que se alimentam de
algas também microscópicas. O conjunto desses
animais é chamado de plâncton animal ou
zooplâncton
zooplâncton.Esta figura representa o que se pode
ver com a utilização de lentes de microscópios . plâncton
MãosA àU obra
L A Procure, no texto, exemplos de animais herbívoros encontrados na natureza
brasileira.

23 .........................................................................................................................................
.........................................................................................................................................

Informação Alguns animais não são exclusivamente carnívoros ou exclusivamente


nova herbívoros: eles se alimentam de plantas e de outros animais. São os chamados
onívoros.

A voz do Um exemplo de onívoro é o bicho-preguiça, que se alimenta de frutos, folhas


professor e pequenos pássaros. Micos e sagüis também gostam de frutinhas silvestres,
insetos e outros pequenos animais. Alguns pássaros também se alimentam de
lagartas e frutinhas.
Assim, aprendemos que há vários tipos de hábitos alimentares entre os
animais, convivendo em equilíbrio nos seus ambientes. Ou seja: os animais
vivem de maneira muito dependente uns dos outros. Quando se interfere na
vida de alguns, outros também sofrem as conseqüências.

Resumo · Os animais predadores caçam para se alimentar.

· Existem predadores grandes, pequenos, terrestres e aquáticos.

· Os animais herbívoros precisam comer grande quantidade de vegetais para


se alimentar adequadamente.

· Nem todos os herbívoros comem as mesmas partes das plantas.

· Existem herbívoros grandes, pequenos, terrestres e aquáticos.

· Os animais onívoros se alimentam tanto de vegetais como de outros animais.

· Herbívoros, carnívoros e onívoros de um mesmo ambiente convivem em


equilíbrio.

Exercício 1
Por que as árvores sempre atraem passarinhos e insetos?
Exercícios
Exercício 2
Quais são os predadores de passarinhos no mato? E na cidade?

Exercício 3
Você é carnívoro, herbívoro ou onívoro ? Explique sua resposta.
AUU
A L AL A

24
24
Vivendo em grupo

T
odos os dias, pela manhã e à tarde, dona
Rosa chamava suas galinhas para lhes dar comida. Elas vinham correndo e,
Atenção
assim que chegavam, dona Rosa começava a jogar o milho ou a ração. Era aquela
confusão! Todas queriam comer ao mesmo tempo.
- Ti,ti,ti,ti,ti...
Mas dona Rosa vinha percebendo, já havia alguns dias, que uma galinha
malhada sempre chegava antes das outras. Ela chegava comendo tudo o que
encontrasse pela frente e distribuía bicadas em todas as outras que tentassem
pegar a comida.
Dona Rosa não estava gostando nada daquilo! As outras galinhas estavam
sempre machucadas. Podia até dar “bicheira”!
- No sábado eu vou fazer uma canja dessa galinha - tramou dona Rosa.
A canja ficou deliciosa. A família comeu até se fartar, e dona Rosa ficou
muito satisfeita. Agora os meus problemas estão resolvidos”, pensou. “Não vou
ter mais nenhuma galinha espertalhona no meu galinheiro!”
Doce e curta ilusão!
Não se passou nem uma semana e já havia outra galinha agindo igualzinho
àquela que tinha virado canja...

Dona Rosa tinha um grande problema para resolver. Mãos à obra


Que sugestão você daria a dona Rosa para que as galinhas não se bicassem?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Procure uma explicação para o fato de outra galinha ter ficado agressiva
depois do sumiço da galinha malhada.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Viver em grupo nem sempre é fácil. Mesmo entre os seres humanos ocorrem A voz do
atritos. Brigas entre irmãos, entre casais e entre colegas de trabalho são comuns professor
na nossa sociedade.
A U L A Apesar disso, alguns animais adotaram o grupo como maneira de viver. As
galinhas constituem um exemplo desses animais.

24 A vida no galinheiro

Em um grupo de galinhas, a escolha do líder se baseia num confronto de


forças. A galinha mais corajosa, mais forte e mais agressiva é considerada a líder
pelo resto do grupo. Essa liderança é conquistada por meio de disputas, nas quais
as vencedoras vão alcançando os mais altos níveis da hierarquia do galinheiro.
Os postos de liderança são mantidos com as bicadas que as líderes aplicam nas
galinhas de nível inferior.

Mãos à obra No texto do início da aula, que galinha era considerada a líder do grupo?
..................................................................................................................................

Destaque a passagem do texto que permite descobrir a resposta da questão


anterior.
..................................................................................................................................
Quando as galinhas líderes morrem ou são desafiadas e perdem o confronto,
ocorre uma alteração na hierarquia. As outras galinhas de nível elevado dispu-
tam as posições de liderança.

Que passagem do texto ilustra esse fato?


..................................................................................................................................
Mas nem todos os grupos de animais são baseados em uma hierarquia tão
forte. Alguns animais, como o dos leões, adotaram um estilo de grupo em que a
cooperação entre os indivíduos é mais importante.

A voz do A cooperação entre os leões


professor
Um grupo de leões e leoas é basicamente familiar. As leoas são geralmente
irmãs ou primas ou, até, mães e filhas. Os machos, sempre em menor número,
também são irmãos.

Mãos à obra Pelo que você leu até agora, quais as diferenças de organização entre um
grupo de leões e um grupo de galinhas?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do Freqüentemente, os filhotes dos leões são cuidados por uma fêmea qualquer
professor do grupo, e até podem ser amamentados por uma leoa que não seja a sua
verdadeira mãe. Qualquer fêmea que age assim tem grande chance de ser
parente próxima do filhote, devido aos grandes laços de parentesco existentes
entre os componentes do grupo.
No entanto, o que mais surpreende no comportamento de grupo dos leões
é a estratégia de caça.
Os leões se alimentam de carne dos animais que vivem em grandes bandos A U L A
nos campos africanos. Os búfalos, as zebras e os veados são exemplos de animais
caçados pelos leões. Olhando a figura abaixo você perceberá a diferença de
tamanho entre um leão adulto e alguns desses animais que são seu alimento. 24

É evidente que o leão é bem menor, e dificilmente conseguiria capturar


sozinho um búfalo ou uma zebra.
Os leões adotam, então, a estratégia de caça em grupo. As leoas rodeiam o
bando de búfalos ou zebras e se comunicam usando olhares e sinais. Assim,
avançam juntas, fechando o círculo ao redor da caça. Elas perseguem o bando até
perceber qual é o animal mais fraco dele e só então dão o bote, derrubando a
presa. Várias leoas são necessárias para manter um búfalo ou uma zebra presos
ao chão até que um leão morda o pescoço do animal, matando-o.
Só então o grupo de leões poderá se banquetear com o fruto de seu trabalho
em conjunto. E, ao contrário das galinhas, todos os componentes do grupo têm
direito à comida, sem precisar brigar por ela.

Você consegue explicar essa diferença de comportamento entre grupos de Mãos à obra
galinhas e de leões?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Você pode até imaginar que a cooperação entre os leões é o exemplo mais
perfeito de sociedade produzida pela natureza. Mas não se apresse. Espere só até
conhecer o interior de um formigueiro!

O formigueiro: um grupo ou um indivíduo? A voz do


professor
Se, às vezes, já é difícil conviver com a nossa família - pais, tios, irmãos,
sogros -, imagine só uma família que tem milhões de componentes!
Assim é o formigueiro. Todos lá são irmãos, filhos de uma única fêmea
reprodutora, que é a rainha. Ela faz uma única coisa durante toda a sua vida: põe
milhares de ovos por dia.
Se a rainha não faz outra coisa da vida a não ser pôr ovos, é necessário que
outros habitantes do formigueiro façam as outras coisas.
A U L A De todos os ovos colocados pela rainha, a maioria dará origem às formigas
operárias. Elas fazem o formigueiro funcionar: conseguem alimento, cuidam

24 dos filhotes e da rainha, limpam o formigueiro... Enfim, colocam a casa em


ordem!
Será que as operárias só trabalham, a vida inteira?
Sim, é isso mesmo! Entre as operárias não há necessidade de líderes. Elas já
nascem sabendo o que vão fazer por toda a vida.

Mãos à obra Pelo que você leu até agora, já é possível encontrar algumas diferenças entre
os graus de parentesco nos grupos de galinhas, leões e formigas. Quais são elas?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do Alguns dos ovos postos pela rainha não originam operárias, mas solda-
professor dos
dos. Os soldados são aquelas formigas que têm a função de defender o
formigueiro. E elas estão bem preparadas para isso: possuem mandíbulas
bem afiadas, com aparência de alicate.
A sociedade das formigas, portanto, possui habitantes especializados em
realizar todas as funções necessárias para manter a vida no formigueiro. Esses
habitantes são fisicamente diferentes uns dos outros. Veja a figura abaixo. Ela
mostra os três principais habitantes do formigueiro: a rainha, a operária e a
soldado.

soldado operária

rainha

Mãos à obra Qual são as diferenças entre os habitantes de um mesmo formigueiro?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do Você deve ter percebido que, em cada subgrupo existente no formigueiro -
professor operárias, rainha e soldados -, os corpos têm tamanhos diferentes e estruturas
especializadas para as funções que realizam. Além disso, as operárias e os
soldados não se reproduzem.
Podemos dizer, então, que essa sociedade de seres vivos é tão organizada A U L A
que se parece com um único indivíduo. A divisão de tarefas básicas, como
reprodução, alimentação e defesa, impede que cada componente do formigueiro
consiga viver isoladamente. Dessa forma, a vida só é possível em grupo. 24

· Algumas espécies animais passam a vida em grupos. Resumo

· No grupo das galinhas existe uma hierarquia, com um líder dominante sobre
os demais componentes.

· No grupo dos leões existe parentesco entre os componentes do grupo, e


prevalece a cooperação.

· No grupo das formigas, todos os habitantes do formigueiro são irmãos.

· No formigueiro existe divisão de trabalho.

· No formigueiro, a rainha é a responsável pela reprodução; as operárias


cuidam da manutenção do formigueiro e os soldados são responsáveis pela
defesa do grupo.

Exercício 1
Cite as principais diferenças entre os grupos das galinhas, dos leões e das
formigas. Exercícios

Exercício 2
Explique por que os indivíduos do formigueiro não conseguem viver
isoladamente.
A UA UL L AA

25
25
Comportamento sexual

Atenção S eu José adora ver os filmes sobre a natureza


que passam na televisão. São filmes que mostram os animais em seus ambientes:
nas florestas, nos lagos, nos rios, nos mares, nos manguezais...
Nesses programas, ele aprende muito sobre os bichos: como vivem, onde
moram, como constrõem suas casas, o que comem, como caçam e como guardam
os seus alimentos.
Alguns animais têm comportamentos surpreendentes. Sempre que vê seus
filmes favoritos, seu José se admira: “Os animais são tão inteligentes! E nós,
aqui, pensando que só nós temos inteligência. Tá certo que nós lemos e escreve-
mos e eles, não. Mas, de resto... esses bichos parecem humanos!”
Mas, outro dia, um desses filmes surpreendeu negativamente o nosso herói.
Depois de vê-lo, seu José confessou que não imaginava que pudesse existir uma
coisa assim tão cruel na natureza. O filme mostrava o comportamento das
jaçanãs - pássaros que vivem sobre plantas flutuantes de lagoas.
O que um pássaro tão pequeno e gracioso poderia fazer de tão cruel?

O comportamento das jaçanãs

Entre as jaçanãs, os machos fazem o ninho, chocam os ovos e cuidam dos


filhotes. As fêmeas se acasalam com três ou quatro machos diferentes. Ou
seja, as fêmeas de jaçanãs são poligâmicas (poligamia quer dizer ter mais de
um parceiro sexual). Mas não foi isso o que impressionou seu José.
Em uma cena do filme sobre jaçanãs, uma fêmea aparecia andando por
entre as folhas flutuantes do lago. Nesse passeio, encontrou um ninho com
ovos, porém sem adultos por perto. Sorrateiramente, a jaçanã fêmea se
escondeu entre a folhagem e esperou que os pais daqueles ovos chegassem.
Para sua alegria, quem chegou foi somente o macho.
Dentre as jaçanãs, as fêmeas são bem maiores que os machos. Por isso, um
macho sozinho não é páreo para uma fêmea. No filme, o que aconteceu? A
jaçanã fêmea que estava escondida foi diretamente até o ninho com ovos,
ignorando os gritos e pulos que o macho assustado produzia. Sem relutar, a
jaçanã começou a bicar as cascas de todos os ovos. Quebrava-os e retirava de
dentro deles os pequenos pássaros que já estavam prestes a nascer. Também
sem hesitar, a jaçanã devorou-os um a um, aumentando o desespero do
macho que deles cuidava.
O mais espantoso é que, depois de destruir todo o ninho, a fêmea se A U L A
ofereceu para acasalar com o macho, pai daqueles filhotes que ela tinha
acabado de comer. O macho subiu nela, e os dois se acasalaram. Depois de
algum tempo, a fêmea botaria ovos que dariam origem a filhotes seus com 25
aquele macho.
Resultado: o macho, dali em diante, não teria mais de cuidar dos ovos
destruídos, que eram de outra fêmea. Agora ele cuidaria somente dos ovos da
nova fêmea.
Aquilo, para o seu José, realmente era muito cruel. Destruir os filhotes de
uma outra fêmea para se acasalar com o macho que deles cuidava. Como
podia existir algo assim na natureza?

Você já aprendeu coisas interessantes sobre o comportamento de animais Mãos à obra


assistindo a filmes sobre a natureza? Escreva sobre isso no espaço abaixo.
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
E quanto à história do seu José? Você também achou cruel o comporta-
mento da jaçanã fêmea?
.................................................................................................................................

O comportamento sexual dos animais A voz do


Além de comportamentos cruéis como o das jaçanãs, na natureza encon- professor
tramos enorme diversidade de hábitos de reprodução. Existem seres que tem
os dois sexos, masculino e feminino; seres que se exibem e cortejam o sexo
oposto, tentando convencê-lo a se acasalar; machos com “haréns” de fêmeas,
e também casais que se mantêm fiéis por toda a vida. Nesta aula, veremos
exemplos de cada um desses comportamentos.

Os dois sexos no mesmo indivíduo


Você se lembra das cracas, que estudamos na aula sobre litorais? Se você
está lembrado, a craca fica sobre as rochas e, quando coberta de água, põe
para fora de sua concha uma rede coletora de partículas. Essas partículas são
o alimento da craca.
O que você ainda não sabe é que a craca tem os dois sexos: masculino e
feminino. E que o órgão (ou membro) de reprodução masculino da craca é,
proporcionalmente, o maior de todo o reino animal.
Quando uma craca desenvolve a sua parte feminina, isto é, produz os
chamados óvulos, ela “solta” algumas substâncias. Essas substâncias “avi-
sam” às cracas vizinhas que aquela determinada craca produziu óvulos e,
portanto, está pronta para a reprodução. Os órgãos masculinos das cracas
vizinhas são estimulados por esse “aviso”, projetam-se na direção da primei-
ra craca e vários deles penetram, ao mesmo tempo, na abertura de sua parte
feminina.
As cracas são animais que vivem fixos às rochas. Mas, como possuem
órgãos sexuais grandes, elas conseguem se acasalar com as cracas vizinhas
que estão presas à mesma rocha. Com isso, a craca realiza o objetivo funda-
mental de todos os seres vivos: dar origem a filhos.
A U L A O exibicionismo

25 Sempre que você encontrar uma ave


muito colorida e enfeitada, como o pavão
da foto ao lado, é quase certo que está
diante de um macho. Isso porque, dentre
as aves, é muito comum o macho ser colo-
rido e vistoso. O objetivo é chamar a aten-
ção da fêmea.
O exemplo clássico é o do pavão. Só o
pavão macho possui essa plumagem
enfeitadíssima. Quando uma fêmea se
aproxima do macho, essa plumagem é ex-
posta e ele dança em volta da fêmea. Caso
a fêmea goste do espetáculo, acasala-se
com esse macho e tem filhos com ele.
Mas isso não acontece entre todas as aves. Em alguns casos, não é a
ornamentação do corpo do macho que atrai a atenção das fêmeas. O macho
da espécie cetim, por exemplo, não é muito enfeitado. Mas costuma exibir às
fêmeas a sua casa e os seus “bens”. Ele faz construções com fibras e galhos da
mata e, além de deixar sua habitação disponível para a apreciação das fêmeas,
expõe seus pertences: penas coloridas de outras aves, pedaços de flores e tudo
o mais que essas aves julguem bonito e atraente. Diante dos “mostruários”
montados pelos machos, cabe à fêmea escolher um e, com ele, se acasalar.
Ninguém sabe ao certo o que as fêmeas vêem nesses machos mais
vistosos ou abastados. Costumamos dizer que, além do irresistível atrativo
sexual, eles podem ser para a fêmea um sinal de boa saúde e, portanto, a
garantia de produzir filhos saudáveis. Além disso, podem representar boa
habitação e alimentação para os seus filhos. Sem dúvida, esses são pontos
importantes e devem pesar na hora da escolha de um parceiro sexual. Tudo
isso, no fim das contas, representa mais garantias de originar filhos saudáveis
e que terão um bom desenvolvimento.

Os haréns

De certo modo, coisa semelhante acontece entre os leões-marinhos. As


fêmeas é que escolhem os machos com quem irão se casar.5 Na foto ao lado,
você pode comparar um leão-marinho macho com uma fêmea. Veja que, ao
contrário das jaçanãs, dentre os leões-marinhos
o macho é muito maior e mais
forte que a fêmea. A procria-
ção dos leões-marinhos se dá
sempre em certas praias e
épocas bem definidas. Todos
os anos, os machos e as fê-
meas voltam à mesma
praia, para que nasçam os
filhotes gerados no
ano anterior e para
se acasalar nova-
mente.
Os primeiros a chegar são os grandes machos, que já vão brigando e A U L A
demarcando seus territórios. As fêmeas grávidas chegam logo depois e
escolhem um dos grandes machos.
Assim, certos machos ganham haréns, com uma dúzia de fêmeas ao seu 25
redor. Essas fêmeas dão à luz os filhotes gerados no ano anterior e, alguns
dias depois, já se acasalam com os machos escolhidos.
A todo o momento, machos jovens e menores tentam roubar fêmeas e com
elas se acasalar. Conseqüentemente, os grandes machos ficam permanente-
mente atentos. Muitas vezes, precisam brigar com outros machos para
confirmar qual é o seu território e quais são as suas fêmeas.
Nesses momentos, grandes conflitos se estabelecem. Às vezes, a confu-
são é tanta que outros machos tentam roubar as fêmeas do território de
machos que já estão ocupados com brigas. Uma briga entre dois leões-
marinhos é mostrada na foto abaixo. Por essa foto, dá para imaginar a
violência desses conflitos.

Assim como as aves, parece que entre os leões-marinhos as fêmeas


preferem os machos maiores e mais fortes. Eles parecem representar a
garantia de uma prole saudável e, ao mesmo tempo, serão bons guardiães dos
filhos recém-nascidos.

A monogamia

Monogamia é a palavra que indica que um determinado ser vivo tem


apenas um parceiro sexual. No caso dos leões-marinhos, o que existe não é
monogamia e sim poligamia: afinal, um leão-marinho macho se acasala com
várias fêmeas.
A monogamia é pouco freqüente na natureza: dois exemplos bem conhe-
cidos são a própria espécie humana e os albatrozes.
Os albatrozes são grandes aves que vivem parte da vida em regiões
costeiras e parte da vida voando sobre o mar, a longas distâncias, atrás de
alimentos. Na fase juvenil, albatrozes machos e fêmeas participam de danças
conjuntas e, nessas “festas”, casais começam a se formar. Após alguns anos
de “namoro”, os dois podem se acasalar e ter filhos.
A U L A Esse casal, uma vez formado, será sempre o mesmo durante a longa vida
dos albatrozes, que podem viver dezenas de anos. Essa fidelidade tão

25 grande chega a ser uma das “armas” que garantem o sucesso de sua
reprodução.
Os membros do casal se alternam nos cuidados com os filhotes no ninho
e nas longas viagens de exploração em busca de alimento, que podem durar
meses. Motivado por essa fidelidade, aquele que foi procurar alimento volta
e traz comida a seus familiares. Estes, por sua vez, também incrivelmente
fiéis, aguardam o viajante por meses, com certeza de que ele voltará.
Assim, na natureza encontramos comportamentos que admiramos e que
repudiamos. A fidelidade bonita e fraterna dos albatrozes convive com a cena
das jaçanãs que seu José viu pela televisão.
E, apesar de tão diferentes aos nossos olhos, a finalidade desses compor-
tamentos parece ser sempre o mesma: garantir o sucesso da reprodução, um
processo pelo qual os seres vivos originam filhos e que será estudado mais em
detalhe na próxima aula.

Resumo · Os seres vivos possuem diferentes estratégias de reprodução.

· Existem seres vivos monogâmicos e poligâmicos.

· Existem seres que possuem os dois sexos, masculino e feminino, ao


mesmo tempo.

· Entre as aves, é muito comum a existência de plumagens chamativas


entre os machos.

· Diferentes estratégias de reprodução são “artifícios” engenhosos da


natureza que garantem que diferentes seres vivos dêm origem a filhos
saudáveis.

Exercício 1
Segundo o texto, qual é o objetivo de todos os seres vivos?
Exercícios
Exercício 2
“Com isso (...), realiza o objetivo fundamental de todos os seres vivos: dar
origem a filhos”. O que você acha dessa idéia contida no texto? Você
concorda que esse seja o “objetivo” dos seres vivos?

Exercício 3
Quais são as diferenças entre monogamia e poligamia? Dê um exemplo
de cada caso.
AUU
A L AL A

26
26
Reprodução
dos seres vivos

P
ara Clóvis, o jogo de futebol daquela tarde não
poderia ter tido melhor resultado. Seu time, o Palmeiras, bicampeão paulista e brasileiro,
Atenção
acabava de estrear no returno derrotando o líder, a Portuguesa. Sem contar com seu
principal jogador e artilheiro, ainda assim vencera por três a zero!
Clóvis e seus amigos se reuniram para comemorar a vitória com uma cervejinha na
lanchonete. Alberto, o dono, era torcedor da Portuguesa e já esperava pela gozação. Mas
se preparou para pegar os rapazes desprevenidos.
Quando eles chegaram e pediram o de sempre, cerveja e amendoim torrado, Alberto
retrucou:
- Vocês vão querer amendoim-semente ou aquele que dá debaixo da terra?
- Que história é essa de amendoim que dá debaixo da terra, Alberto?
- Fique sabendo que para colher o amendoim é preciso desenterrá-lo, viu, seu
espertinho?, emendou Alberto, ainda ressentido com os três a zero.
- Quer dizer que amendoim é raiz? - perguntou Clóvis.
- Meu caro, e você já viu semente aparecer na raiz?, replicou Alberto. A
Portuguesa estava vingada.

Por que Clóvis estava contente depois do jogo de futebol? Mãos à obra
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O que Alberto estava esperando dos rapazes?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Qual foi o truque que Alberto planejou para que os rapazes não falassem de
futebol na padaria?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O que deixou Clóvis confuso a respeito do amendoim?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Informação
A U L A Observe as ilustrações que mostram o desenvolvimento do fruto do amen-
nova doim, num processo que leva aproximadamente 90 dias.

26

1. semente 2. semente 3. a planta 4. formação de


sob a terra germinando cria raízes ramos e folhas

5. a planta já 6. as flores
produz flores começam a cair

7. ramo de flor caída 8. semente na ponta do


inclina-se para a terra ramo cresce sob a terra

Mãos à obra A vagem do amendoim apareceu antes ou depois da flor do amendoim?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Como você plantaria amendoins?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Na sua opinião, por que as pessoas pensam que o amendoim é uma raiz?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Flores e frutos A U L A
A voz do
O amendoim é uma semente, porém uma semente muito especial. Ela está
dentro de um fruto que se desenvolve debaixo da terra. Para que apareçam os 26
professor

frutos é necessário que existam flores na planta.


Num pé de café, de laranja, de limão, uma boa florada é indicação de que a
colheita daquele ano poderá ser boa também. Muitas flores significam muitos
frutos. Poucas flores significa poucos frutos. Os agricultores estão acostumados
a essa regra. E, a partir dela, podemos estabelecer outra: uma planta nova só
pode se formar se uma semente germinar, originando a nova plantinha. As
sementes dependem de flores. Portanto, novas plantas dependem das flores.
A conclusão é que as flores são os órgãos reprodutivos das plantas. Nas
flores podemos encontrar os órgãos masculinos e femininos das plantas.

Animais e órgãos reprodutivos

Os animais também dependem de órgãos masculinos e femininos para se


reproduzir.
Ao contrário das plantas, que normalmente possuem os órgãos masculinos
e femininos na mesma flor, os animais em geral têm sexos separados.
Uma planta de amendoim tem flores amarelas e lá existem órgãos dos dois
sexos, masculino e feminino. Na maioria das espécies animais, existem os
indivíduos do sexo masculino, que possuem apenas órgãos masculinos, e os
indivíduos do sexo feminino, que possuem apenas órgãos femininos.
A união dos dois sexos resulta num novo ser, um novo indivíduo que se
parece com os pais. Nas plantas, a união das partes masculinas e femininas dá
origem a uma semente. Nos animais, a união dá origem a um ovo.
Veja a ilustração que aparece em um dos livros de Carlos Lineu, um cientista
que viveu há cerca de trezentos anos.
A U L A Note a comparação que o cientista estabelece entre a semente e o ovo. Ele foi
um dos primeiros a reconhecer que as mesmas leis que regem a reprodução dos

26 animais regem também a reprodução dos vegetais. E o título que escolheu para
a ilustração mostra bem isso: O amor queima os vegetais!

Animais com dois sexos

Alguns animais possuem órgãos masculinos e femininos no mesmo indiví-


duo. É o caso dos caracóis e das minhocas.
Esses animais são chamados de hermafroditas. Quando dois deles se
encontram, é comum que se cruzem e que os dois indivíduos ponham ovos.
Cada um é pai dos filhos do outro. Em outras palavras, um caracol ou uma
minhoca é mãe de seus filhos e, ao mesmo tempo, pai dos filhos do indivíduo
com quem cruzou.
É um parentesco complicado!

Resumo l O amendoim, apesar de se desenvolver debaixo da terra, é uma semente.

l As plantas se reproduzem a partir de sementes.

l As sementes são produzidas pelas flores.

l As flores normalmente têm órgãos masculinos e femininos.

l Os animais normalmente têm sexos separados.

l As sementes representam para os vegetais o mesmo que os ovos represen-


tam para os animais: o início de um novo organismo.

l Algumas espécies de animais, como os caracóis e as minhocas, possuem


órgãos masculinos e femininos no mesmo indivíduo.

l Animais com os dois sexos são chamados de hermafroditas.

Exercício 1
Por que o amendoim é uma semente?
Exercícios

Exercício 2
O que existe de estranho na reprodução do amendoim?

Exercício 3
O que existe de parecido entre uma semente e um ovo?
AA U U
L A L A

27
27
Evolução dos
seres vivos

ilustrações você conhece?


Q
uais dos animais que aparecem nestas Atenção

O homem
nas ilustrações
serve de elemento
de comparação
com os outros
animais.
Imaginando-se um
homem de 1,70m,
dá para comparar
seu tamanho com o
dos animais das
ilustrações desta
aula.
1,70m
A U L A

27

Mãos à obra Então, quais você já conhece?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................

Os animais desenhados estão colocados em duplas. Com quem eles se


parecem mais, com o animal da mesma dupla ou de outra? Dê um exemplo.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Procure informações sobre um dos animais que você conhece. Como se


reproduz? O que come? Onde vive?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Você poderia tentar prever alguns dos hábitos do animal que está ao lado
daquele que você escolheu? Como deveria se reproduzir? De que deveria se
alimentar?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Atenção
A U L A

27

Qual o nome do continente que aparece nessa ilustração? Mãos à obra


..................................................................................................................................

Esse mapa representa a América do Sul há aproximadamente 15 mil anos.


Você poderia indicar algumas diferenças daquela época em relação ao presente?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Que animais representados no mapa você nunca viu?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Atenção

Glyptodon ou gliptodonte

Este animal enorme chamava-se glyptodon. Era parecido com os tatus


atuais, mas tinha o tamanho de um fusca! Ele vivia no sul do continente, em terras
da atual Argentina.
A U L A
As macrauquênias se parecem

27 muito com as lhamas que vivem hoje


nos Andes, em países como Chile e
Bolívia. Elas eram muito maiores do
que as lhamas atuais. O camelo e o
dromedário também são muito pareci-
dos com elas.
Macrauchenia ou macrauquênia

Os megatérios eram preguiças gi-


gantes que viviam nas florestas ama-
zônicas. Desapareceram inteiramente
há cerca de seis mil anos, mas perma-
necem até hoje nas lendas dos povos
indígenas da Amazônia. Entre esses
povos, o megatério era conhecido como
mapinguari
mapinguari, um monstro gigante
que assustava quem dele se
aproximasse, com um
cheiro horrível.

Megatherium ou megatério

A voz do Animais extintos e seus fósseis


professor
É muito difícil saber com precisão como era a vida no passado, milhões de
anos atrás. No entanto, algumas das formas de vida daquela época deixaram
marcas que foram preservadas até hoje. São os fósseis.
Quem aluga uma casa, por exemplo, muitas vezes consegue imaginar como
eram seus antigos habitantes. Estudando as marcas deixadas por eles, é possível
saber como viviam, se havia quadros na parede, onde ficavam o fogão e a
geladeira, se a televisão tinha antena externa ou não etc.
Vejamos um fóssil de um animal que viveu na América do Sul há mais de
um milhão de anos, o tigre de dentes de sabre.

Thylacosmilus ou tilacosmilo

Repare nos dentes do animal. Seus caninos são enormes e se projetam para
fora da boca. O queixo é enorme, projetando-se à frente das presas quando a boca
está fechada. Sem dúvida, essa é uma forma interessante de proteger os grandes
dentes de choques durante corridas em meio à mata. Em vez de bater com as
presas, que poderiam até se quebrar, o animal acabava por bater com o queixo,
que funcionava como um pára-choque.
Não sabemos muito bem por que animais e plantas que existiam no passado A U L A
desapareceram. Sabemos apenas que as condições do planeta se modificaram
muito, ao longo de sua história, e que algumas formas de vida não suportaram
as mudanças e desapareceram inteiramente. Foram extintas. 27
Reprodução: fonte da vida

Na aula passada, você aprendeu que na natureza existem diferentes formas


de reprodução. Sempre que dois seres vivos se unem para gerar um terceiro, eles
transmitem a esse novo ser muitas de suas características.
Os filhotes nascem com características que podem ser encontradas nos pais,
mas também podem nascer com características nunca vistas antes. Essas carac-
terísticas “inéditas” são as chamadas mutações.
Assim, a cada geração existem indivíduos que apresentam uma combinação
original das características presentes em seus pais, acrescidas de características
inteiramente novas.
A nectarina é um bom exemplo de característica inteiramente nova que
surgiu numa geração. Isso ocorreu em 1741, na cidade de Londres, quando um
certo doutor Peter Collinson observou um pêssego sem pêlos numa das árvores
de seu pomar. Todas as nectarinas que você conhece descendem dessa fruta do
Dr Collinson!

A seleção natural

A cada geração existem novos indivíduos que são portadores de conjuntos


novos de características.
Por exemplo, certas plantas podem nascer com a capacidade de suportar o
frio. Certos insetos podem nascer com uma tonalidade verde que se confunda
com o lugar onde vivem. Outros podem nascer com a cor marrom típica das
folhas secas.
Se a temperatura do ambiente baixar, muitas plantas vão morrer, mas não
aquelas que podem suportar o frio.
Elas serão favorecidas; produzirão mais sementes e estarão representadas
em maior número nas gerações seguintes.
Se a temperatura permanecer amena, as plantas devem ganhar viço e
permanecer verdes. Os insetos verdes podem se esconder dos pássaros mais
facilmente, confundindo-se com o verde das folhas.
Por outro lado, se fizer muito frio, as plantas que não suportarem as baixas
temperaturas terão suas folhas ressecadas e começarão a cair. Os insetos
marrons poderão se esconder dos pássaros usando a mesma estratégia dos
insetos verdes, confundindo-se com o meio em que vivem.
Esse processo que favorece determinados seres vivos em determinadas
situações ambientais foi chamado de seleção natural. Ela pode fazer com que se
acumulem novas características nos seres vivos, ao ponto de passarem a consti-
tuir novas espécies, diferentes das espécies que habitavam o ambiente no
passado.
Hoje acreditamos que os atuais tatus, lhamas e preguiças tenham surgido
dessa maneira.
Esse é o processo de evolução biológica, que produziu milhões de diferentes
formas de vida.
Resumo
A U L A l Muitas formas de vida do passado se extinguiram.

27 l Os tatus atuais eram muito parecidos com os gliptodontes, só que esses


eram muito maiores.

l As lhamas são parecidas com as macrauquênias do passado. Os camelos e


os dromedários também.

l As preguiças têm um parente próximo chamado megatério. Ele desapare-


ceu completamente há cerca de seis mil anos, mas persistiu nos mitos in-
dígenas, com o nome de mapinguari
mapinguari.

l A reprodução dos seres vivos transmite as características dos pais aos filhos.

l Os filhos nascem com conjuntos novos de características. Não apenas novas


combinações podem aparecer, mas características inteiramente novas, as
chamadas mutações.

l Ao longo das gerações, novas características ou conjuntos de características


são favorecidos, de acordo com as condições do ambiente. É a chamada
seleção natural.

Exercício 1
Como era o continente sul-americano há cerca de 15 mil anos?
Exercícios

Exercício 2
Como os indígenas da Amazônia sabem que o megatério viveu nas matas
da região há muito tempo?

Exercício 3
O que é seleção natural?
AUU
A L AL A

28
28
As plantas

V
eja só que refeição saudável! Um prato
desses por dia é suficiente para suprir
Atenção
quase todas as suas necessidades nu-
tritivas. E, se você olhou bem, veri-
ficou que a refeição é composta
somente por vegetais! Podemos
concluir, então, que os vegetais são
uma rica fonte alimentar para os
seres humanos.

Dê os nome dos alimentos mostrados na figura acima. Mãos à obra


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Para tornar mais evidentes as diferenças entre esses vegetais, procure
descrever algumas características de cada um:
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Como você pode verificar, o tomate é vermelho e tem a forma redonda; a Informação
alface é verde e folhosa, enquanto a couve-flor tem partes verdes e brancas que nova
formam uma espécie de cacho; o palmito é branco e tem forma cilíndrica.
Quando olhamos os alimentos assim preparados para uma refeição, não
estamos diante dos vegetais inteiros: no prato estão apenas partes deles. Observe
na figura abaixo as plantas das quais retiramos o feijão, a cenoura, a couve-flor,
o arroz, a alface e o tomate.
feijão cenoura arroz
couve-flor
tomate
alface
MãosA àU obra
L A Localize e indique na figura as partes que utilizamos como alimento.
.................................................................................................................................

28 .................................................................................................................................

Informação Em geral, em nossa alimentação só aproveitamos uma estrutura de cada


nova vegetal. Do pé de alface, utilizamos as folhas. Do tomateiro e do pé de arroz
retiramos os frutos, que são bem diferentes. Do pé de cenoura, consumimos as
raízes. Outro exemplo: no caso do palmito, comemos a parte interna retirada da
ponta do caule da palmeira.

Conhecendo as folhas

Existem folhas dos mais variados tamanhos e formatos. Porém, mais


freqüentemente, elas possuem coloração verde e estão ligadas aos galhos da
planta. Observe, no desenho abaixo, alguns tipos de folhas.

Mãos à obra Escolha uma característica dessas folhas (formato ou tamanho, por
exemplo) e tente formar dois grupos distintos.
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
Existem folhas muito diferentes umas das outras, mas podemos utilizar
uma característica comum a várias delas para subdividir certas plantas em dois
grupos. Para perceber qual é essa característica, faça o seguinte: pegue uma folha
de grama e olhe contra a luz. Observe os “risquinhos” que existem nela. Desenhe
esses risquinhos no espaço abaixo. Repita o mesmo procedimento utilizando
uma folha de roseira, de violeta ou de árvore frutífera - pode ser mangueira,
abacateiro, laranjeira, caquizeiro.
use este espaço para seus desenhos
Os “risquinhos” que as folhas possuem são chamados de nervuras. É por eles Informação
A U L A
que circulam a água e os alimentos da planta. nova
Repare que, em algumas plantas, as nervuras da folha estão arranjadas ao
estilo da folha de grama, ou seja, paralelas umas às outras. Essas plantas podem 28
ser agrupadas com o milho, o arroz e as palmeiras.
Em outros vegetais, as folhas têm nervuras mais parecidas com aquelas
existentes nas árvores frutíferas, ou seja, são bastante ramificadas. Podemos
então formar outro grupo, juntando esses vegetais às roseiras, às violetas, ao pé
de alface, ao pé de cenoura, e assim por diante.

Conhecendo as flores

Utilizando as flores, também conseguimos formar grupos de vegetais.


As flores são geralmente reconhecidas como estruturas bonitas e coloridas
que costumam surgir nas plantas em algumas épocas do ano. Mas nem todas as
flores são assim! Observe o desenho abaixo: ele mostra três tipos de flores.

A
B

A primeira flor (A) aparece em plantas do grupo dos pinheiros. Como


exemplo, podemos citar as araucárias que florescem no sul do país, e os
próprios pinheiros, dos quais comemos as pinhas ou pinhões, alimento muito
apreciado na época das festas juninas.

A segunda flor (B) surge em plantas do grupo das gramas, do qual também
fazem parte as orquídeas.

A terceira flor (C) é característica do grupo ao qual pertencem a roseira, o


pé de violeta e também as plantas frutíferas.

Cite as diferenças que você consegue identificar observando as flores Mãos à obra
representadas na figura acima.
..................................................................................................................................
Informação
A U L A Embora apresentem algumas diferenças, todas as flores desempenham a
nova mesma função: elas propiciam a reprodução do vegetal.

28 É a partir de estruturas presentes na flor que se produzem as sementes com


os embriões de uma nova planta.
O curioso é que nem todas as plantas possuem flores!
Se você tem uma samambaia em casa, já deve ter percebido que nela nunca
aparecem estruturas parecidas com aquelas mostradas nas figuras A, B e C. Isso
acontece por que existem alguns vegetais que nunca produzem flores. Como
exemplo, além das samambaias, podemos citar aquelas plantinhas que crescem
embaixo das pedras em locais úmidos: os musgos.

samambaia

musgo

A voz do Como você já estudou em aulas anteriores, o processo de evolução das


professor espécies deu origem à grande diversidade de formas de vida hoje espalhada pelo
nosso planeta. Os seres vivos podem fazer parte do grupo dos vegetais, dos
animais e dos seres microscópicos. Nesta aula, conhecemos um pouco mais o
grupo das plantas. Nas aulas seguintes, estudaremos os animais e os seres
microscópicos.
Para estudar toda essa diversidade de vida, os cientistas costumam apelar
para uma classificação: vão agrupando as espécies de seres vivos que possuem
características comuns. Nesta aula, conhecemos alguns desses critérios de
classificação.
Utilizando a característica produção de flores
flores, conseguimos classificar
todos os vegetais em dois grandes grupos: um deles composto pelas plantas que
produzem flores, e outro composto por plantas que não produzem flores.
Podemos subdividir ainda mais esses grupos. Dentre as plantas que produ-
zem flores, existem algumas nas quais as flores são parecidas com as das
araucárias (representadas na figura A). Ou seja: essas plantas formam um
subgrupo do grupo de plantas que produzem flores. Elas produzem sementes,
mas não produzem frutos. O pinheiro é um bom exemplo. Da pinha saem
pequenas sementes aladas.
Outros vegetais possuem flores mais semelhantes àquelas representadas
nas figuras B e C. Essas flores são encontradas na grama, nas árvores frutíferas
e em várias outras plantas, constituindo outro subgrupo do grupo das plantas
que produzem flores. Além de produzir flores, essas plantas produzem também
frutos. Dentro dos frutos estão alojadas as sementes.
Mas a grama, as árvores frutíferas e todos os outros vegetais que fazem parte
deste último subgrupo também podem ser separados pelas nervuras de suas
folhas, por exemplo. Sendo iguais às nervuras da grama, elas pertencem a um
grupo; se forem iguais à das árvores frutíferas, farão parte de outro grupo.
No grupo das plantas que não produzem flores, existem pelo menos dois
subgrupos: o das samambaias e o dos musgos.
Vejamos as subdivisões que já fizemos: A U L A

28
DO TIPO DA ARAUCÁRIA

FOLHAS COM NERVURAS IGUAIS


COM FLORES <
ÀS DA GRAMA
PARECIDAS COM AS
<
FLORES B E C
VEGETAIS < FOLHAS COM NERVURAS IGUAIS
DO TIPO ÀS DAS ÁRVORES FRUTÍFERAS
DAS SAMAMBAIAS

SEM FLORES <

DO TIPO
DOS MUSGOS

Para compreender melhor a utilidade dessa classificação, acompanhe um


exemplo: se você encontrar uma planta que nunca viu antes, e alguém disser que
ela possui folhas com nervuras parecidas com as da mangueira, você poderá
deduzir várias outras características do vegetal desconhecido. Saberá, por
exemplo, que ele produz flores. Mesmo que a planta não esteja na época de florir,
você será capaz de dizer que suas flores serão parecidas com as flores B e C.
Ou seja: as classificações ajudam muito quando queremos estudar e desco-
brir coisas novas sobre um ser vivo que desconhecemos. Nesta aula, aprendemos
os princípios de classificação das plantas. Na aula seguinte, estudaremos a
classificação dos animais.

· Existe grande diversidade de vegetais no nosso planeta. Resumo


· Um vegetal pode possuir várias partes: caule, folha, flor, fruto e semente.

· Os vegetais podem ser classificados segundo algumas caraterísticas que


possuem.

· Uma dessas características é a capacidade produzir flores e frutos.

Exercício 1
Observe com atenção a plan-
ta representada ao lado. De Exercícios
que grupos apresentados
nesta aula ela faria parte?
frutos

laranjeira

flores

Exercício 2
O tomate é uma planta muito apreciada . Por que podemos dizer que essa
frase tem uma informação falsa? Reescreva a frase para torná-la correta.
A UA UL L AA

29
29
Os animais

Atenção E
liseu Tonegawa mora com a família - a
esposa, Marina, e três filhos - num pequeno sítio no interior de São Paulo.
Para sobreviver, ele mantém algumas lavouras, principalmente de milho,
uvas e alcachofras. Mas sua grande paixão são os animais! Além de bandos de
cachorros e gatos, Eliseu cuida de vários outros bichos. No seu quintal existem
patos, tartarugas, peixes e até alguns girinos, que aparecem de vez em quando
no riozinho que corta o sítio.
Certo dia, Eliseu estava cuidando da plantação quando surgiu da terra um
bicho que o apavorou. O animal tinha o
corpo roliço e liso, e era muito compri-
do. “Será que é uma cobra?”, pensou o
lavrador.
O único animal que Eliseu temia
era a cobra. Quando ele era criança,
um colega seu foi mordido e passou
vários dias de cama. Eliseu tinha mui-
O animal que Eliseu
to medo de que algo parecido aconteces- encontrou
se com seus filhos.
“Mas será mesmo uma cobra?”, con-
tinuou na dúvida o lavrador. E não
sabia se devia tentar espantar o animal!

Mãos à obra Qual a sua opinião? Você acha que


Eliseu devia espantar o animal?
.................................................................................................................................
Que sugestão você daria ao lavrador para descobrir se o animal era mesmo
uma cobra?
.................................................................................................................................

Informação O animal encontrado por Eliseu é bem parecido com uma cobra, mas pode
nova não ser uma! Existem outros bichos que têm características bastante semelhantes
às das cobras, chegando a ser confundidos com elas. Estamos falando principal-
mente das minhocas: algumas espécies, como a minhocuçu (na ilustração
acima), chegam a alcançar até três metros de comprimento e são facilmente
confundidas com as cobras.
Para diferenciar uma cobra de uma minhocuçu, é importante verificar se o A U L A
animal possui coluna vertebral.
Se quiser descobrir o que é a coluna vertebral, incline um pouco o seu corpo
para a frente e passe a mão bem no meio das costas, de baixo para cima. Descreva 29
o que você sentiu.
Essa fileira de ossinhos que percorre verticalmente o centro de suas costas
é chamada de coluna vertebral. Vários animais que conhecemos têm essa
estrutura em seus corpos.
Em que animais você já detectou a presença da coluna vertebral?
É fácil visualizar a coluna vertebral de cachorros e gatos: ela passa pelo
centro de suas costas, como acontece conosco. Também percebemos a presença
dessa estrutura em outros animais. Quando comemos um peixe, precisamos
tomar cuidado para não engasgar com a espinha! Esses são os ossos do peixe, que
vão da cabeça ao rabo do animal e constituem a sua coluna vertebral. O mesmo
pode ser verificado quando comemos um frango. O pescoço do animal é uma
parte de sua coluna vertebral. Como no caso do peixe, a coluna vertebral do
frango prolonga-se até a cauda.

esqueleto de ave
esqueleto de peixe

Mas, e a cobra? Será que ela possui coluna vertebral?


Para responder a esta pergunta, observe com atenção a figura abaixo. Ela
representa o conjunto de ossos do corpo de uma cobra; esse conjunto também é
chamado de esqueleto. Veja que, bem no centro, existe uma fileira de ossos que
percorre toda a extensão do bicho. Essa estrutura é identificada como a coluna
vertebral da cobra.

Assim, já sabemos que


as cobras, bem como os ca-
chorros, os gatos, os seres
humanos, os peixes e as
aves fazem parte do con-
junto de animais que pos- esqueleto de cobra
suem coluna vertebral.
Esse conjunto é o chamado
grupo dos vertebrados
vertebrados.

Como podemos saber se a minhoca faz parte desse grupo? Você tem alguma
sugestão?
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
A U L A

29 Observe a representação do interior ampliado


do corpo de uma minhoca,
na figura.Você consegue
identificar alguma
estrutura parecida
com uma coluna
vertebral?

Informação Como você pode perceber, a minhoca não possui tal estrutura.
nova Muitos outros animais pertencem ao conjunto de bichos que não possuem
coluna vertebral. Alguns deles já foram estudados em outras aulas do nosso
curso: as formigas, os corais, os mexilhões, as cracas, os caranguejos e os vermes
que às vezes habitam o nosso corpo são apenas alguns exemplos de seres vivos
que fazem parte desse conjunto, que tem mais de 1 milhão e 800 mil componen-
tes! Todos eles são conhecidos por fazer parte do grupo dos invertebrados
invertebrados.
Agora já podemos ajudar Eliseu a solucionar sua dúvida. Se o bicho que
apareceu na lavoura tem coluna vertebral, deve ser uma cobra. Se não tem, então
é um minhocuçu.

Mãos à obra Usando o que você já aprendeu até agora, tente classificar os animais
representados abaixo como vertebrados ou invertebrados.
arara
canário
cachorro

cavalo

tartaruga

sapo

barata

mosca
cobra

caranguejo

mexilhão
lombriga

coral

tubarão
sardinha
Na aula anterior, você aprendeu que as plantas podem ser classificadas em Informação
A U L A
dois grandes grupos: nova
l plantas com .............................. 29
l plantas sem ...............................

O mesmo podemos fazer com os animais. Os conjuntos de vertebrados e


invertebrados possuem muitos componentes. Esses componentes podem ser
reagrupados em conjuntos menores, por meio de características semelhantes.
Vejamos o exemplo dos vertebrados. Você deve ter agrupado nesse conjun-
to, no exercício anterior, os seguintes animais: cachorro, arara, cavalo, cobra,
tartaruga, tubarão, sardinha, sapo, canário.
Já estudamos, em aulas anteriores, que alguns animais amamentam os seus
filhotes. Essa característica pode ser utilizada para formar um subgrupo do
grupo dos vertebrados: a chamada classe dos mamíferos
mamíferos. No nosso exemplo,
somente o cachorro e o cavalo fariam parte desse grupo.

Outra característica que nos permite formar um novo subgrupo do grupo


dos vertebrados é a presença de penas revestindo o corpo. Usando esse critério,
separamos a arara e o canário dos outros animais de nosso exemplo. Eles
integram a classe das aves
aves.
A U L A Continuando nosso exercício, podemos obter cinco classes dentro do grupo
dos vertebrados.

29 aves
répteis

mamíferos

anfíbios

peixes

Cada classe possui características que distinguem seus componentes dos


outros animais que não fazem parte dela. As principais características são as
seguintes (complete os espaços com o que você já sabe):

l mamíferos: .............................................................................................................

l aves: ........................................................................................................................

l répteis: são terrestres e possuem escamas revestindo o corpo.

l anfíbios: vivem parte da vida na água e parte da vida na terra. Têm pele lisa
e úmida.

l peixes: são aquáticos. Possuem escamas revestindo o corpo.

A voz do Existem em nosso planeta cerca de dois milhões de espécies animais,


professor originadas do processo de evolução que já estudamos e que ocupam os mais
diferentes locais do mundo. Para ocupar ambientes tão diversos, os animais
desenvolvem estruturas especializadas selecionadas pela natureza ao longo
de milhões de anos. O resultado disso tudo é que os animais, assim como as
plantas e os seres microscópicos, apresentam variedade muito grande de
formas, tamanhos e comportamentos.
Toda essa diversidade de formas, tamanhos e comportamentos têm sido
classificada pelos cientistas: eles buscam formar grupos de animais que apresen-
tem características em comum. A exemplo do que acontece com as plantas, esse
procedimento facilita muito a descoberta de coisas novas sobre animais que não
conhecemos direito.
Um bom exemplo disso são os dinossauros. Eles habitaram o nosso planeta
há milhares de anos. Nenhum homem jamais viu um dinossauro, pois a espécie
humana só surgiu na Terra muito depois do desaparecimento de todos esses
animais da superfície do planeta. Mas, estudando alguns restos de dinossauros
preservados ao longo dos anos, os cientistas conseguiram descobrir em que
grupo de animais podiam incluir os dinossauros. Com isso, deduziram várias A U L A
outras características que não poderiam ser descobertas com o simples estudo
dos restos preservados.
Os cientistas sabiam, pelos restos, que os dinossauros possuíam coluna 29
vertebral. Além disso, como encontraram dentes e ovos com os embriões ainda
preservados, foi possível classificar os dinossauros no grupo das cobras e dos
lagartos, que são répteis
répteis.

· Existe em nosso planeta uma diversidade muito grande de animais, com Resumo
variadas formas, tamanhos e comportamentos.

· Os animais podem ser classificados de acordo com suas características.

· Os dois principais conjuntos de animais são formados pelos que possuem


coluna vertebral (vertebrados) e pelos que não possuem coluna vertebral
(invertebrados).

· Os vertebrados podem ser subdivididos em cinco classes: mamíferos, aves,


répteis, anfíbios e peixes.

Exercício 1
Observe com atenção os animais representados abaixo e classifique-os como
mamíferos, aves, répteis, anfíbios ou peixes. Exercícios

macaco com cria tubarão avestruz

Exercício 2
A baleia vive nos mares e é considerada um mamífero. O morcego voa e é
considerado um mamífero. O que esses dois animais devem ter em comum
para ser agrupados na mesma classe?

Exercício 3
O pingüim é uma ave que vive na Antártica. Sabendo disso, que outras
características podemos deduzir que existem nesse animal?
A UA UL L AA

30
30
Vida microscópica

Atenção T odas manhãs, dona Maria Helena acorda


bem cedinho e já vai ligando o rádio para ouvir o seu programa predileto: Dicas
da Cozinha . A apresentadora desse programa diariamente dá sugestões que as
donas de casa podem preparar no almoço, no jantar e mesmo para o café da
manhã. Naquele dia, o programa era especial.
- Bom dia! Bom dia, minhas amigas. Hoje nós vamos falar sobre um
alimento leve, saudável e adequado para o verão. Um alimento leve e que não
engorda. No programa de hoje, vamos aprender a fazer iogurte.
Os iogurtes do mercado são muito caros. Mas existe um jeito barato e rápido
de fazer iogurte em casa.
Minha amiga, você já pensou poder comer iogurtes todos os dias, gastando
o mesmo que você gasta para comprar leite? É isso aí! O iogurte que vamos
aprender a fazer, no final das contas, sai praticamente pelo preço do leite.
Então, vamos lá. Preparada para anotar tudo?
Atenção para o que você vai precisar: um único potinho de iogurte natural
comprado pronto e um litro de leite (Figura 1). Só isso mesmo!
Agora veja como se faz: ferva o leite e espere que ele amorne (Figura 2).
Misture uma colher de sopa do iogurte que você comprou no mercado com o leite
já morno (Figura 3). Coloque esse leite misturado com iogurte em uma jarra.
Mas, atenção! Essa jarra não pode ficar em qualquer lugar. Nada de
geladeira. Você deve colocar a jarra num lugar que não seja frio, e sem corrente
de vento. Uma boa idéia é cobrir a jarra com um pano, para que ela não esfrie
muito rápido, e colocá-la no forno. Mas não vá ligar o forno! Você só vai colocar
a jarra no forno porque é um lugar fechadinho, onde não bate vento (Figura 4).
No dia seguinte, veja o que se formou dentro da sua jarra. Bom, como você
não vai aguentar de curiosidade, eu já vou logo falando. Você vai ver que o leite
ficou duro como o iogurte comprado pronto (Figura 5). É isso, minha amiga: o
que você tem agora é um iogurte igualzinho ao do mercado. É só comer.

 ‚ ƒ „ …
Agora, para que o seu iogurte não estrague rápido, coloque-o na geladeira. A U L A
E, quando a jarra estiver acabando, reserve uma colher de sopa do iogurte que
você fez e misture-a com outro litro de leite fervido. Assim você terá sempre
iogurte a preço de leite. 30
Gostou da dica de hoje? Então até amanhã, com novas dicas de cozinha.

Explique por que a apresentadora do programa disse que podemos fazer Mãos à obra
iogurte a preço de leite.

Para fazer o iogurte você deve utilizar:


( ) leite gelado;
( ) leite que já foi fervido;
( ) leite que você acabou de comprar.

Depois de misturar o iogurte com o leite, devemos manter a mistura por


vinte e quatro horas em:
( ) locais frios, como a geladeira;
( ) locais em que a temperatura não varie;
( ) locais quentes.

Qual é a diferença entre a consistência do iogurte e a consistência do leite?


.................................................................................................................................

O iogurte que comemos é, na realidade, um alimento que contém A voz do


microorganismos vivos. Se você está lembrado, microorganismos são seres professor
vivos que só conseguimos enxergar com o auxílio de instrumentos especiais,
como os microscópios. O iogurte, portanto, é uma substância na qual vivem
milhões e milhões de seres vivos microscópicos que estão comendo, se reprodu-
zindo e morrendo.
Na ilustração abaixo, podemos observar a reprodução de uma bactéria, que
também é um microorganismo. Repare que, antes da reprodução, aparece só um
microorganismo. A observação ao microscópio mostra que esse microorganismo,
em determinado momento de sua vida, se divide em dois, originando dois novos
seres vivos. Ou seja: onde antes havia somente um ser vivo, agora já existem dois.

bactéria-mãe

divisão celular

bactérias-filhas

No iogurte, algo semelhante ocorre. Os microorganismos existentes no


iogurte são bactérias. Elas são chamadas de lactobacilus
lactobacilus.
Ao contrário de algumas bactérias, como aquela que causa a cólera e que
estudamos na Aula 22, os lactobacilos podem ser usados na alimentação, pois
não produzem substâncias tóxicas ao nosso organismo. Os lactobacilos se
alimentam do açúcar do leite e produzem uma substância azeda, chamada
ácido lático. Esse ácido provoca a formação de grumos no leite, que assim
adquire a consistência de iogurte.
A U L A Se não fervêssemos o leite antes de misturá-lo ao iogurte, ou seja, aos
lactobacilos, outros microorganismos também iriam se reproduzir. Nesse caso,

30 ao comer o que parecia ser iogurte, estaríamos comendo, além dos lactobacilos,
outros microorganismos que poderiam fazer mal à nossa saúde.

Tome cuidado ao fazer o seu iogurte caseiro:


nunca se esqueça de usar leite fervido.

Mas, e quanto às temperaturas? O que acontece com os microorganismos


quando eles estão na geladeira?
Na geladeira, os microorganismos não chegam a morrer. Mas a tempera-
tura média da geladeira (6° C) é suficientemente baixa para diminuir o ritmo
de vida deles. Isto quer dizer que, no frio, esses microorganismos se reprodu-
zem mais lentamente. É por isso que, na geladeira, os alimentos demoram
muito mais a estragar.
É por isso também que os animais mortos e os restos de plantas em uma
floresta quente e úmida apodrecem muito rapidamente. Afinal, na umidade e no
calor os microorganismos estão em ritmo frenético, reproduzindo-se muito.
Com isso, eles causam o apodrecimento rápido de restos de seres vivos.
Conseqüentemente, numa região fria acontece o contrário. No alto das mon-
tanhas geladas, ou em continentes como a Antártica, a ação dos microorganismos
é muito lenta e o apodrecimento dos seres que morrem é demorado.

Os microorganismos na natureza

Os microorganismos vivem em todos os lugares. Existem aqueles que


causam doenças; outros são utilizados em nossa alimentação (como os
lactobacilos), e há os microorganismos responsáveis pelo apodrecimento dos
seres mortos. Pode parecer surpreendente, mas até mesmo numa gotícula de
água existem seres vivos microscópicos.
Quando vistas ao microscópio, amostras de água tirada de dentro de troncos
de árvores nas florestas, dos mares, das poças de água no meio da rua e até
mesmo aquela aguinha dos vasos de planta, por exemplo, revelam coisas que
podemos ver na ilustração abaixo. Ou seja: nessas águas encontramos vários
microorganismos nadando.

microorganismos
na gota d'água

Repare bem na ilustração e veja quantos seres vivos podem ser encontrados em
uma gota de água. Note ainda que esses seres não são todos iguais. Quer dizer:
diferentes organismos microscópicos convivem na mesma gota.
Até quatrocentos anos atrás, o homem só conhecia os seres vivos e os A U L A
elementos da natureza que podia ver a olho nu. Quando foram inventados os
instrumentos que aumentam a nossa capacidade de visão, como os microscó-
pios, começamos a descobrir todo um universo com o qual convivíamos e que era 30
desconhecido.
Desde então, e cada vez mais, descobrimos que não somos os únicos seres
do universo. Até mesmo uma gota de água contém uma infinidade de seres
vivos, como aqueles mostrados na ilustração. A natureza, portanto, ensina que
dela pouco conhecemos e ainda nos resta muito a aprender.
Neste bloco de aulas você aprendeu um pouco mais sobre os seres vivos.
Mas tenha em mente que tudo isso é só uma pequena parte da natureza. Se você
se interessou pelo assunto, saiba que ainda há muito a aprender. Procure
aprender mais por meio dos livros e revistas que estão ao seu alcance. Sem
dúvida, você aprenderá uma porção de coisas novas que não mostramos aqui.

· Microorganismos são seres vivos microscópicos. Resumo


· Os microorganismos também se alimentam e reproduzem.

· Os microorganismos podem causar doenças ou ser utilizados na nossa


alimentação.

· O iogurte é um alimento que contém microorganismos.

· Podemos fazer iogurte utilizando apenas leite fervido e um pouco de iogurte


comprado pronto.

· Os microorganismos têm o seu ritmo de vida diminuido em temperaturas


baixas como as da geladeira.

· Os microorganismos estão relacionados ao apodrecimento dos alimentos.

Exercício 1
Explique como se pode fazer iogurte caseiro.
Exercícios

Exercício 2
Por que os alimentos na geladeira demoram a estragar?

Exercício 3
Por que é necessário fever o leite antes de fazer o iogurte?
A UA UL L AA

31
31
Sol, fonte de energia

Atenção U ma grande onda de extinções, há cerca de


70 milhões de anos, destruiu um em cada quatro tipos de seres vivos existentes
à época.
Essa onda mortífera ficou conhecida como a grande extinção do Cretáceo. Foi
quando desapareceram todas as formas de dinossauros existentes no planeta.
Existem muitas explicações para aquela grande catástrofe. Uma delas diz que
o bloqueio da luz solar na atmosfera teria sido o fator responsável. Um aconte-
cimento de grandes proporções, como o choque de um grande meteoro contra a
superfície da Terra, pode ter levantado grandes nuvens de poeira que, por muitos
anos, provocaram o bloqueio da luz.
Sem a maior parte da luz solar, um terrível inverno se abateu sobre o planeta.
A maioria das plantas morreu, assim como boa parte dos animais que delas
dependiam.
Grandes animais, caso dos dinossauros, passaram a enfrentar problemas de
escassez de alimentos e de aquecimento.
No entanto, por alguma razão que não sabemos ainda ao certo, o ambiente
daquela época se tornou particularmente favorável aos mamíferos. De fato, eles
aumentaram muito em número de espécies e em área de distribuição.
Pode parecer difícil de acreditar, mas sem a tragédia do Cretáceo dificilmente
teriam aparecido formas de vida como os primatas, inclusive o homem.

Chamamos de Cretáceo o intervalo de tempo que começou há 144 milhões de


anos e terminou 65 milhões de anos atrás. Os fósseis desse período são caracte-
risticamente de calcário, que é o material que compõe o giz (creta quer dizer giz).
É o que mostra a ilustração do fóssil acima, à direita, originário da região da
Chapada do Araripe, no Ceará.
1. Por que não existem mais dinossauros hoje em dia? Mãos
A U L àAobra
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
31
2. Como podemos explicar o desaparecimento dos dinossauros?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

3. De que forma a falta de luz pode ter feito os dinossauros passarem fome
e frio?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O que acontece com a energia do Sol que chega à Terra? Informação


Observe o esquema que aparece abaixo: nova

Suponha que a energia que chega do Sol ao nosso planeta seja capaz de Mãos à obra
alimentar cem lâmpadas gigantes. Responda:

4. Quantas lâmpadas gigantes poderiam ser alimentadas pela energia que é


refletida de volta ao espaço?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

5. Quantas lâmpadas gigantes poderiam ser alimentadas pela energia que é


absorvida pelo ar e pela superfície da Terra?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Informação
A U L A Toda energia consumida pelos seres vivos em nosso planeta provém do Sol.
nova A energia do Sol chega até nós em forma de calor e de luz.

31 Cerca de 30% da energia que incide sobre o planeta são devolvidos, em forma
de reflexo, para o espaço. Quase a metade da energia que incide sobre o planeta
é retida pela superfície da Terra e pela atmosfera.
A energia do Sol é responsável pela manutenção da vida na Terra.

A energia do Sol

Todas as atividades humanas - desde subir uma escada até ferver um copo
d’água ou queimar gasolina para fazer um automóvel andar - requerem energia.
Menos de um terço da energia consumida durante um ano pelo homem, em todo
o planeta, seria suficiente para fazer a água de um rio caudaloso como o
Amazonas atingir o ponto de fervura.
Considerando toda a energia consumida no planeta, por todos os seres vivos,
poderemos imaginar que uma enorme quantidade de energia é consumida. A
fonte dessa energia é o Sol.

A energia dos alimentos

Quando nos alimentamos, estamos procuran-


do repor a energia que gastamos em nossas ativida-
des diárias. Os alimentos contêm uma energia que
é parte da energia emitida pelo Sol.
A energia que está presente na carne do boi, por
exemplo, provém do capim que o boi comeu. Para
crescer, o capim precisa de uma fonte de energia, o Sol.
Quando você se alimenta de arroz, feijão ou
frutas, também está aproveitando a energia do Sol
que esses vegetais conseguiram acumular.

A energia elétrica

Quando você acende uma lâmpada comum ou liga um chuveiro, está


utilizando energia elétrica. Em nosso país, a maior parte da energia elétrica
provém de usinas hidrelétricas, ou seja, é uma energia produzida por turbinas
movidas pela força das águas de represas.
Você pode estar imaginando que essa energia não tem nada a ver com a A U L A
energia do Sol. Mas seria um grande engano.
A energia do Sol é que faz evaporar as águas que vão formar as nuvens de
chuva. Essas nuvens é que alimentam as nascentes dos rios que formam as 31
represas das usinas hidrelétricas. Portanto, a energia elétrica também depende
do Sol.

A energia dos combustíveis

A gasolina, o querosene e o óleo diesel são fabricados a partir do petróleo. A


energia que esses produtos armazenam também depende do Sol.
Acredita-se que o petróleo tenha se formado há milhões de anos atrás, a partir
de seres vivos em decomposição. Naquela época, aqueles seres vivos capturaram
energia do Sol, e essa energia permanece armazenada até hoje no petróleo.
O álcool, outro importante combustível, principalmente no Brasil, também
possui energia que a cana-de-açúcar captou do Sol. Essa energia move carros e
caminhões. A energia armazenada nos combustíveis também depende do Sol.

Sol: fonte de energia para a vida

Como vimos, não é de estranhar que todas as formas de vida de nosso


planeta dependam do Sol para sobreviver. Por isso, não é impossível que as
grandes extinções de seres vivos no passado, como aquela que acabou com os
dinossauros, tenham sido causadas pela redução da luz do Sol que incidia sobre
o nosso planeta.

· A energia do Sol chega até nós em forma de calor e de luz. Resumo


· Toda a energia consumida pelos seres vivos em nosso planeta provém do Sol.
· Os alimentos contêm parte da energia emitida pelo Sol.
· A energia elétrica depende do Sol.
· A energia armazenada nos combustíveis depende do Sol.
· A energia do Sol é responsável pela manutenção da vida na Terra

Exercício 1
A energia que está presente em um bife provém do Sol. Explique a frase.
Exercícios
Exercício 2
Os mamíferos foram favorecidos pela extinção dos dinossauros. Você pode-
ria indicar pelo menos duas razões que pudessem explicar esse fato?

Exercício 3
O Sol não vai durar para sempre. Um dia, daqui a milhões de anos, ele se
apagará. Você consegue imaginar conseqüências imediatas desse fato para o
planeta Terra?
A UA UL L AA

32
32
Fotossíntese

Atenção
“Luz do Sol”, de Caetano Veloso:
L eia estes versos que fazem parte da música

Luz do Sol, que a folha traga e traduz


Em verde novo
Em folha, em graça, em vida, em força, em luz...

Na canção, o autor se refere a um processo que ocorre em todas as plantas.


Nesta aula nós vamos conhecer esse processo.

Mãos à obra No primeiro verso, qual o significado dos verbos tragar e traduzir?
tragar .......................................................................................................................
traduzir ...................................................................................................................

O que é que a folha traga e traduz em “verde novo”?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação Todos os seres vivos precisam de energia para viver. Os animais retiram
nova energia dos alimentos que comem.
Alguns animais se alimentam de plantas, outros se alimentam de animais e
existem aqueles que se alimentam de animais e de plantas.
As plantas, diferentemente dos animais, fabricam seu próprio alimento.
Vamos ver como elas conseguem fazer isso.

Mãos à obra O que acontece a uma planta se ela ficar sem:


água .........................................................................................................................
luz ............................................................................................................................

De onde as plantas retiram:


água .........................................................................................................................
luz ............................................................................................................................
Além de água e luz, de que mais uma planta precisa para viver? A U L A
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
32
Os animais conseguem alimento no ambiente em que vivem. As plantas
também precisam de alimento, mas não caçam animais e não comem outras
plantas. Como você acha que elas conseguem alimento?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

As plantas não retiram alimento da água. O alimento da planta é um tipo de Informação


açúcar. Esse açúcar é produzido pela própria planta, em um processo chamado nova
fotossíntese.

A palavra fotossíntese é formada por duas outras palavras: foto + síntese. Mãos à obra
Foto significa luz e síntese significa produção de uma substância.
O que você acha que significa a palavra toda, ou seja, o que significa
fotossíntese?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Vamos retomar um pouco a música de Caetano Veloso. O primeiro verso A voz do


queria dizer que a folha traga e traduz a luz do Sol. Ou seja, a folha absorve professor
a luz do Sol e a transforma “em verde novo, em folha, em graça, em vida, em
força, em luz...”
Essa frase resume um dos processos mais importantes que ocorrem na
natureza: a fotossíntese, que é a produção de substâncias em presença de luz.
Todas as plantas absorvem a luz do Sol, pois elas possuem em suas folhas
uma substância de cor verde que consegue fazer isso. Essa substância chama-se
clorofila.
Mesmo as plantas que possuem outras cores, como vermelho ou amarelo,
também possuem clorofila.

Se você puder...

Escolha uma planta que esteja num ambiente natural ou num vaso, mas que
receba sol diretamente. Cubra parte de uma folha com papel escuro, como mostra
a ilustração abaixo, à esquerda. Deixe quatro dias e depois observe.

1º dia 4º dia
MãosA àU obra
L A Como ficou a folha?
..................................................................................................................................

32 ..................................................................................................................................

O que você acha que pode ter acontecido?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do A água é uma das matérias-primas da fotossíntese. A água entra pelas raízes
professor e atinge todas as partes da planta, chegando às folhas, que são o principal local
onde se realiza a fotossíntese.
No ar que respiramos e também na água existe um gás muito importante, o
gás carbônico. Esse gás entra nas plantas pelas folhas e se “mistura” com a água
que entrou pelas raízes. A luz do Sol fornece a energia para a formação do açúcar.
Veja o esquema a seguir:
sol
água
luz
gás carbônico

oxigênio gás carbônico


penetra pelas folhas
luz

açúcar

planta libera
oxigênio

água entra pelas


raízes

Portanto, apesar de tão importante, a fotossíntese necessita de muito pouco


para acontecer: água, gás carbônico e luz.
Podemos encontrar plantas em muitos locais do nosso planeta, nos mais
diversos ambientes. Nesses ambientes, encontramos plantas presas ao solo, na
água ou sobre outras plantas.
Infelizmente, a poluição causada pelo homem afeta o processo de
fotossíntese, cobrindo as folhas com partículas e poluentes que prejudicam
a fotossíntese.

No processo de fotossíntese, a planta libera algumas substâncias de que não


necessita naquele momento: o oxigênio e o excesso de água.
O oxigênio existe normalmente na nossa atmosfera e é fundamental para a
respiração dos seres vivos. A respiração é outro processo importante realizado
por animais e vegetais, mas falaremos dele em outra aula.
O açúcar produzido pela planta é utilizado para produção de energia. Se a A U L A
planta produzir açúcar em grande quantidade, ela armazenará esse açúcar para
uso futuro.
Você já deve ter percebido a importância desse processo para as plantas. Mas 32
a fotossíntese não é necessária só aos vegetais.
Converse com alguns colegas e registre a importância desse processo para
toda a natureza. Esse será o assunto da próxima aula. Até lá!

· Todos os seres vivos precisam de energia para sobreviver. Resumo


· A energia é retirada dos alimentos.

· Os animais retiram seu alimento das plantas ou de outros animais.

· As plantas produzem seu próprio alimento (açúcar) por meio de um processo


chamado fotossíntese.

· No processo de fotossíntese, a planta absorve a luz do Sol, que fornece a


energia necessária para a transformação de água e gás carbônico em açúcar.

· Ao final do processo de fotossíntese, a planta elimina oxigênio e água.

Exercício 1
Como os seguintes seres vivos conseguem alimento?
Exercícios
a) onça - .................................................................................................................
b) roseira - .............................................................................................................
c) laranjeira - .........................................................................................................
d) preá - ..................................................................................................................
e) alface - ...............................................................................................................

Exercício 2
Qual a importância da luz no processo de fotossíntese?

Exercício 3
Durante a fotossíntese ocorre a eliminação do gás oxigênio. Qual a importân-
cia desse processo para os seres vivos?

Exercício 4
A canção “Solar”, de Milton Nascimento e Fernando Brandt, contém os
seguintes versos:
Venho do Sol
A vida inteira no Sol
Sou filha da terra do Sol
Hoje escuro
O meu futuro é luz e calor

Relacione esses versos com o que você aprendeu sobre a fotossíntese


nesta aula.
A UA UL L AA

33
33
A importância
da fotossíntese

Atenção L eia com atenção a manchete de um jornal do futuro:

a g a n d o
tá se a p
s
O Sol e a t a r a m : nossa
o m o s já const o perdendo
s astrô n esm
, está m medições já

O
, o S o l
estrela l h
as
o. Vári pida diminui-
b r i
o seu e b e -se a rá editam que
p e r c r
eitas e omos ac or
foram f rgia. Os astrôn eve se apagar p
ne ld
ção de e vinte anos o So
e
dentro d
to.
comple
/234 5)
netár io, 18/1
Interpla
(J o r n a l

O Sol, a estrela que nos fornece energia, continua brilhando e deve brilhar
ainda por muitos milhões de anos.
Mas, e se a notícia acima fosse verdadeira? E se um dia o brilho do Sol
diminuísse até apagar? O que você acha que aconteceria?
O Sol fornece energia ao nosso planeta. No entanto, só alguns tipos de seres
vivos conseguem utilizá-la diretamente em seus processos vitais.
Na aula passada, vimos que as plantas conseguem transformar a luz do Sol
em açúcares. Vamos ver, nesta aula, como os outros seres vivos podem aprovei-
tar a energia do Sol.
Vamos recordar o processo da fotossíntese, que vimos na aula anterior. Veja Mãos
A U L àAobra
o esquema a seguir:

luz
33
gás
carbônico

oxigênio

água

As raízes da planta absorvem a água, que sobe pelo caule e atinge todas as
partes da planta, chegando às folhas. O gás carbônico que existe naturalmente
no ar penetra na planta pelas folhas.
Todas as plantas verdes possuem uma substância chamada clorofila, que é
responsável pela captação da luz do Sol.
A energia solar é utilizada pela planta para transformar a água e o gás
carbônico em açúcar, que armazena energia.
Durante o processo de fotossíntese são liberados gás oxigênio e água.

De que forma os outros seres vivos podem utilizar o produto da fotossíntese?


............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Vamos observar como alguns animais se alimentam. Na natureza, por


exemplo, uma jaguatirica pode comer um preá e este, normalmente, come
capim. Na cidade, uma lagartixa pode comer uma aranha, esta pode comer
uma traça e as traças normalmente se alimentam de papéis e tecidos.

capim » preá » jaguatirica


papéis e tecidos » traça » aranha » lagartixa

No primeiro caso, o capim foi o alimento que deu origem à seqüência. No


segundo caso, o que deu origem à seqüência?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

De que forma a jaguatirica depende do capim?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Como a lagartixa aproveita papéis e tecidos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Informação
A U L A Os papéis são fabricados a partir de fibras da madeira retirada de árvores
nova como o pinheiro e o eucalipto.

33 Os tecidos são originários de diversas matérias-primas, como algodão, por


exemplo.
Como você pode perceber, papéis e tecidos têm origem vegetal.

Mãos à obra Você acha que a jaguatirica e a lagartixa dependem da fotossíntese?


Explique.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Na tabela a seguir estão indicados alguns alimentos. Escreva ao lado deles


se são de origem animal ou vegetal.
ALIMENTO ORIGEM
bife
açúcar
fruta
filé de peixe
manteiga
frango assado
macarrão
pão

De que animais vieram os alimentos de origem animal?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O que comem os animais que deram origem a esses alimentos?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do De maneira direta ou indireta, todos os animais dependem das plantas para
professor sua alimentação. Mesmo animais estritamente carnívoros - como as onças e
jaguatiricas - dependem indiretamente das plantas, pois comem animais que,
por sua vez, se alimentam de vegetais.
Os seres humanos consomem alimentos variados: cereais, raízes, folhas,
carnes, ovos, leite e derivados etc.
Desde o surgimento dos primeiros hominídeos (seres vivos parecidos com
o homem atual), havia a preocupação em relação à alimentação.
Esses primeiros seres viviam em grupos e não tinham local fixo de moradia,
pois precisavam seguir os animais para caçar. Quando os animais deixavam um
determinado local, os hominídeos os seguiam.
Os hominídeos não plantavam, mas utilizavam partes de plantas, como
frutos, raízes e sementes, em sua alimentação.
O cultivo de plantas ou agricultura surgiu há mais ou menos 10 mil anos.
Junto com a agricultura surgiu a domesticação de animais. Dessa forma, as
pessoas não precisavam mais caçar quando necessitavam de carne, couro, leite etc.
O Sol é a grande fonte de energia que dá origem às plantas. As plantas são
a base para todos os seres vivos, em termos de alimentação.
Podemos concluir, portanto, que toda a energia necessária à vida provém do A U L A
Sol. Mas não conseguiríamos aproveitá-la se não fossem as plantas.
As plantas verdes são capazes de transformar a energia do Sol em algo
aproveitável para todos os seres vivos. 33
· As plantas produzem o próprio alimento. Elas possuem clorofila, Resumo
que transforma água e gás carbônico em açúcar, com utilização da energia
do Sol.

· Durante o processo de fotossíntese é liberado o gás oxigênio.

· Todos os animais dependem das plantas para a alimentação, direta ou


indiretamente.

· Os primeiros seres humanos coletavam as plantas para alimentação e


caçavam os animais de que precisavam.

· O homem começou a plantar e a criar animais há cerca de 10 mil anos.

Exercício 1
O que aconteceria se, a partir de determinado momento, as plantas nasces-
sem sem clorofila? Exercícios

Exercício 2
Faça uma lista com o conteúdo da sua última refeição. Diga se os alimentos
eram de origem animal ou vegetal.

Exercício 3
A lã natural, para a confecção de malhas, depende da fotossíntese. Comente
essa afirmação.

Exercício 4
Você acha que as cidades surgiram antes ou depois da agricultura?

Exercício 5
Apesar de o Brasil produzir muito alimento, muitas pessoas ainda morrem
de fome. Por que você acha que isso acontece?
A UA UL L AA

34
34
Cadeias alimentares

Atenção O bserve as ilustrações abaixo:

OS TO
Recup
er U E DÁ G
energ a sua RGIA
Q
ia 30% ENE
mais r
ápido
!

Açúcar é
Alegria,

re
r a ze !
É p ergia
en

Açúcar é
Energia

Mãos à obra Por que essas frases são usadas para vender alimentos?
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Por que a palavra energia é tão associada à qualidade dos alimentos ?


............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
Todos sabem que obtemos energia por meio do consumo de alimentos. A U L A
Além de energia, os alimentos fornecem as substâncias necessárias para o
A voz do
crescimento e o desenvolvimento dos organismos.
Todos os animais, desde os microscópicos aos muito grandes, precisam 34professor

consumir alimentos para obter energia e as substâncias nutritivas necessárias


à vida.
Os vegetais e as algas produzem o alimento de que necessitam e que fica
armazenado em seus corpos. Vegetais e algas podem captar a energia luminosa
e utilizá-la em reações químicas das quais resultam substâncias que servem de
alimento. A energia luminosa é assim transformada em energia das substâncias,
ou mais simplesmente, em energia química.
Os vegetais e as algas são, portanto, os seres produtores do ambiente.
Os outros seres vivos são consumidores, pois não transformam a energia
do Sol em alimento.
Vamos pensar no seguinte caso: um boi não consegue captar energia
diretamente do Sol, mas o capim consegue. Nós não conseguimos energia
diretamente do capim, mas o boi consegue.

Toda a energia solar captada pelo capim chega até nós quando comemos Mãos à obra
um bife?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Quando vemos uma planta, podemos ter a impressão de que ela não
necessita de energia, pois se move apenas com o vento. Mas, observando uma A voz do
planta crescer durante vários dias, vamos encontrar folhas e ramos novos. professor
Mesmo nas plantas que já não crescem mais, encontraremos flores desabrochan-
do e frutos se desenvolvendo e amadurecendo.
Para fazer tudo isso, as plantas necessitam permanentemente da energia que
produzem pela fotossíntese e de alguns materiais do solo.
Portanto, no caso em questão, parte da energia solar captada no processo de
fotossíntese é consumida pelo próprio capim e não passa para o boi ou para
qualquer animal herbívoro.

Animais herbívoros são consumidores que se alimentam exclusivamente Informação


de vegetais ou algas. nova
Os animais herbívoros também gastam muita energia.

Em que atividades esses animais podem gastar energia? Mãos à obra


..................................................................................................................................

O bife que comemos contém só uma pequena parte da energia que o capim
adquiriu do Sol. Em que nós gastamos a energia do bife?
............................................................................................................................... ...
A UdoL A Percebemos que a energia que passa de um ser vivo para outro vai sendo
A voz transformada e utilizada por cada um deles. A cada passagem, portanto, a

34
professor energia disponível no alimento diminui.
Podemos desenhar um esquema em que a energia captada pelas plantas vai
sendo perdida ao passar de um organismo a outro.

Mãos à obra 6. Faça um desenho para representar essa idéia, utilizando os fatos do texto a
seguir:

Preás são mamíferos roedores que se alimentam de plantinhas.


Gatos-do-mato apreciam a carne de preás e, quando podem e têm
fome, não deixam de saboreá-los. Por sua vez, os gatos-do-mato
também podem servir de alimento para onças.

Espaço para seu desenho

Da mesma forma, podemos entender como a energia passa das plantas


A voz do aquáticas de lagoas do Pantanal para os caramujos e, destes, para os gaviões-
professor caramujeiros, com as seguintes representações:

GAVIÕES

CARAMUJOS

PLANTAS AQUÁTICAS

Esquemas desse tipo são chamados pirâmides de energia de um ambiente.


A pirâmide leva em conta a quantidade total de alimento em um ambiente
e não depende do tamanho dos organismos - organismos pequenos podem
assimilar e passar até mais energia do que os grandes, uma vez que os grandes
precisam consumir boa parte da energia em sua própria manutenção.
À medida que a energia é transferida como alimento de um ser vivo para
outro, ela vai sendo reduzida de tal maneira, que os organismos transmitem
sempre menos energia do que recebem.
A primeira transferência de energia ocorre quando os herbívoros comem os A U L A
vegetais ou algas. Quando os carnívoros comem os herbívoros acontece a
segunda transferência de energia. Alguns carnívoros também podem servir de
alimento para outros carnívoros. 34
Por fim, os seres que não serviram de alimento para nenhum outro, ao
morrer, serão decompostos por bactérias e fungos decompositores. Isso marca
o fim da série de transferências de energia em cadeia que começou com os
vegetais e algas. A energia, portanto, não pode ser reaproveitada por nenhum
ser vivo.
Assim, é necessário que a energia do Sol sempre seja captada pela fotossíntese
dos vegetais e algas. Como a energia não pode ser aproveitada novamente por
nenhum ser vivo, ela se transforma em um fluxo de sentido único, sem volta: o
fluxo de energia dos ambientes.

energia do Sol ® seres vivos

Herbívoros, carnívoros e decompositores são os seres consumidores de um Informação


ambiente: eles só utilizam energia dos alimentos que consomem, uma vez que nova
não realizam fotossíntese.

Consumidores herbívoros como o boi, o preá e o caramujo, que se alimentam Mãos à obra
diretamente de vegetais, são chamados de consumidores primários. Os que
deles se alimentam são chamados consumidores secundários. E assim prosse-
gue a seqüência, com o consumidor terciário etc. Mas é difícil haver seqüências
com mais de quatro ou cinco consumidores, pois a energia disponível no
alimento diminuiria muito.

Faça uma lista dos casos citados até aqui e classifique os elementos envolvi-
dos como produtores ou consumidores, seguindo o exemplo abaixo.
PRODUTORES CONSUMIDORES CONSUMIDORES CONSUMIDORES
PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS TERCIÁRIOS

capim boi homem

Os seres decompositores transformam dejetos (urina e fezes) e materiais dos


organismos mortos em água, gás carbônico e sais minerais que poderão ser
novamente aproveitados pelos vegetais na fotossíntese.
Portanto, essas substâncias são utilizadas pelos produtores, são transforma-
das em alimento, passam por vários tipos de consumidores e voltam para os
produtores após serem decompostas, completando ciclos, os chamados ciclos de
matéria dos ambientes.
seres vivos
matéria

Em um ambiente, as populações de animais e vegetais se inter-relacionam.


Existem parasitas e hospedeiros, predadores e presas, produtores e consumido-
res formando um delicado equilíbrio, uma rede de “fios” semelhantes aos de
uma teia de aranha. Esses “fios” representam as possibilidades para o consumo
de alimentos. É a chamada teia alimentar.
A U L A No mar do pólo Sul, o plâncton é alimento de pequenos peixes e do krill, um
pequeno camarãozinho que vive em grande número nos mares gelados da

34 Antártica. O krill é alimento de pequenos e grandes peixes, de pássaros mari-


nhos, de pingüins, focas e lulas, além da baleia azul, que também se alimenta de
plâncton.
Pequenos peixes são devorados por peixes maiores e por lulas. Os dois
últimos servem de alimento para pingüins e focas. Quando pingüins, focas e
baleias morrem, seus corpos são decompostos por fungos e bactérias.
Essa descrição pode ser esquematizada da seguinte maneira:

Se quisermos analisar como o krill se relaciona com os outros seres vivos


desse ambiente, poderíamos traçar o seguinte esquema:
PLÂNCTON ® KRILL ® PEQUENOS PEIXES ® PEIXES MAIORES ® PINGÜINS E FOCAS ® FUNGOS E BACTÉRIAS

Essa é a cadeia alimentar da qual o krill pode participar.


A cadeia alimentar é uma seqüência simplificada das várias possibilidades
reais que os organismos têm de se alimentar em um ambiente. Por exemplo: na
cadeia representada acima, lulas poderiam ter entrado no lugar de peixes
maiores, pois também podem se alimentar de pequenos peixes.

Mãos à obra Represente outras quatro cadeias possíveis descritas na Antártica.


............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Por que todas as cadeias analisadas se iniciam por um vegetal ou uma alga?
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Por que todas as cadeias terminam com fungos e bactérias?


............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
· Plantas e algas são os seres produtores do ambiente, pois transformam a Resumo
A U L A
energia luminosa em energia das substâncias que servem de alimento.

· A energia passa de um ser vivo para outro como alimento. 34


· Os seres vivos usam energia para sua própria manutenção. Portanto, a cada
passagem, transmitem sempre menos energia do que recebem.

· Esses fatos podem ser representados em um esquema chamado pirâmide de


energia.

· Herbívoros, carnívoros e decompositores são os seres consumidores do


ambiente, uma vez que não realizam fotossíntese.

· As transformações de energia seguem em fluxo, em um único sentido.

· As substâncias utilizadas pelos produtores podem voltar a ser aproveitadas


após o trabalho realizado pelos decompositores, completando ciclos.

· Produtores, consumidores primários, consumidores secundários, consumi-


dores terciários e decompositores se relacionam formando cadeias e teias
alimentares no ambiente.

Exercício 1
Leia o texto a seguir:

Se algas verdes microscópicas do mar morrem, animais microscópicos Exercícios


também morrem. Como eles são alimento de peixes pequenos,
por exemplo, as sardinhas, elas também morrem. Por causa disso,
também peixes grandes ou gaivotas podem morrer.

a) Desenhe a teia alimentar descrita.


b) Por que as gaivotas citadas no texto podem morrer?
c) Desenhe a pirâmide de energia que representa o que foi descrito.

Exercício 2
Um chacareiro teve sua plantação de couve, brócolis e couve-flor invadida
por pulgões. Eles infestaram os talos, as folhas ficaram amarelas e as plantas
cresceram pouco. Os pulgões praticamente terminaram quando o chacareiro
soltou joaninhas na plantação. O chacareiro também observou o aumento de
aranhas, que se alimentam de joaninhas.
a) Por que os pulgões praticamente acabaram ?
b) Desenhe a teia alimentar descrita.
c) Na plantação descrita, quais os seres vivos com menos energia disponível?
d) Quais os seres vivos com mais energia disponível?

Exercício 3
Por que todas as cadeias que serviram de exemplo no texto se iniciam por um
vegetal ou uma alga?
A U L A Exercício 4
Separe os carnívoros e hervívoros da seguinte lista: bois, preás, gaviões-

34 caramujeiros, onças, caramujos, gatos-do-mato, lulas, pingüins, focas, pul-


gões.

Exercício 5
Qual será o fim de todas essas teias alimentares?

Exercício 6
Qual é a importância das bactérias e dos fungos decompositores para o
ambiente?

Exercício 7
Relacione:

herbívoros consumidor primário


carnívoros consumidor secundário, terciário ou superior
decompositores
AUU
A L AL A

35
35
Respiração

Atenção
poluição do ar é um dos muito gás carbônico, gás de
A problemas ambientais
que mais preocupam os go-
enxofre e monóxido de car-
bono. Este último é um gás
vernos de vários países e a extremamente perigoso, pois
população em geral. ocupa o lugar do oxigênio no
A queima intensiva de com- corpo. Conforme a concen-
bustíveis — gasolina, óleo e tração em que é encontrado
carvão, utilizados nos veícu- no ar, pode até matar pessoas
los e na indústria —libera por asfixia.

(Adaptado de jornais de 1981)

Por que há preocupação com o ar que respiramos?


..................................................................................................................................

Por que é tão importante respirar?


..................................................................................................................................

Como já vimos, o alimento é a fonte de energia para os seres vivos.


Os vegetais e as algas produzem substâncias que armazenam energia
A voz do
química. Os seres consumidores conseguem energia alimentando-se de substân- professor
cias contidas nos seres produtores ou em outros consumidores.
Mas os animais e as plantas não conseguem aproveitar essa energia instan-
taneamente, pois ela se encontra armazenada nas substâncias. Para que a energia
do alimento seja aproveitada, é necessário “libertá-la”. Para isso, certas substân-
cias precisam ser transformadas dentro do corpo dos seres vivos.
A glicose, o açúcar fabricado pela planta na fotossíntese, é que fornece
energia. Mas são necessárias transformações para liberar a energia que a glicose
contém.
Um determinado gás presente no ar que respiramos é o material que, em
contato com a glicose, libera energia. Esse gás é o oxigênio, e esse contato ocorre
por meio de processos químicos em plantas e animais, e que chamamos de
respiração.
Vimos que, na fotossíntese, a energia é armazenada nos alimentos. Na
respiração, a energia é liberada dos alimentos.
A U L A
FOTOSSÍNTESE

35 Energia » Alimento

RESPIRAÇÃO

Alimento » Energia

Embora contrários, esses processos se completam. Os dois são indispensá-


veis para a existência dos seres vivos.
No nosso caso, ao colocarmos o ar para dentro dos pulmões, ele será levado
pelo sangue ao encontro da glicose armazenada em nossos músculos, cérebro,
rins etc...
A energia não é o único produto da respiração. Dessa transformação também
resultam água e gás carbônico. Ou seja: a glicose sofre transformações, liberando
energia e produzindo água e gás carbônico.

Chamamos de respiração o conjunto de processos que retiram a


energia contida nas substâncias que servem de alimento para plantas
e animais.

O gás carbônico, assim como o oxigênio, é um gás


presente na atmosfera. Ele é removido do organismo
por meio de nossos movimentos respiratórios.

Mãos à obra Faça um movimento respiratório completo, fazendo o ar entrar pelo nariz e
sair pela boca.

Em que momento o oxigênio deve entrar em nosso sangue?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em que momento o gás carbônico deve sair?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O gás eliminado na respiração contém gás carbônico e água em forma


de vapor.
Podemos observar o vapor d’água colocando um espelho próximo à saída do
ar em nossa boca. Faça isso.

O que você observa no espelho? Passe a mão nele e identifique o que há.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
O ar, contendo vapor d’água, sai quente do nosso corpo. Ao encontrar o ar A U L A
de fora ou uma superfície mais fria, como o espelho, o vapor d’água passa ao
A voz do
estado líquido, formando pequenas gotas que só são visíveis em conjunto. Esta
é a “fumaça” que embaçou o seu espelho. 35professor

O gás carbônico se mantém em estado gasoso ao sair do corpo.

Para que necessitamos de energia?

Grande parte da energia de que precisamos é utilizada para manter a


temperatura de nosso corpo. Em boas condições de saúde, nossa temperatura se
mantém nos 36,5 ºC, com variações mínimas.
Essa manutenção não é fácil e necessita de muita energia.
A exemplo do que acontece com os humanos, todas as aves e mamíferos em
condições normais mantêm seus corpos quentes, sempre à mesma temperatura,
faça frio ou calor. Mamíferos e aves são os chamados animais de sangue quente.
Todos os outros animais, chamados de animais de sangue frio, não mantêm
temperatura do corpo constante: ficam mais quentes no calor ou sob o Sol e mais
frios no inverno ou à sombra, à noite. É o caso dos peixes, lagartos, cobras, sapos,
baratas, minhocas, camarões, lulas etc.

Será que os animais de sangue frio não necessitam de energia? Claro que sim! Mãos à obra
Cite algumas atividades para as quais esses animais necessitam de energia.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Animais com grande atividade de locomoção necessitam de mais energia do


que aqueles que pouco se locomovem. Por exemplo: um camarão nadando no A voz do
mar gasta muito mais energia do que uma ostra que vive presa nas pedras de um professor
costão. O camarão deve, portanto, comer e respirar muito mais.
Preste atenção: estamos considerando animais de mesmo ambiente, de
tamanhos parecidos e ambos com a temperatura do corpo variável. Desse jeito,
a comparação é possível.
Também é possível comparar uma galinha e um cachorro de tamanhos
parecidos: ambos mantêm o corpo quente, mas o cachorro corre muito mais que
a galinha. Naturalmente, ele gasta mais energia e precisa comer mais do que a
galinha.
Nessas duas comparações estamos levando em conta o tipo de locomoção e
as atividades de manutenção do corpo de cada animal.
Comparar o gasto de energia de um bicho-preguiça e de uma barata é mais
complicado. Temos de considerar as diferenças entre os seus ambientes, entre os
tamanhos, a alimentação de cada um, a atividade de locomoção de ambos e se a
temperatura do corpo dos dois é constante, entre outras coisas. Nesse caso, sem
todos esses cuidados, podemos correr o risco de concluir de forma errada quem
gasta mais energia.
MãosA àU obra
L A Além da manutenção da temperatura, que outras funções de manutenção
utilizam energia?

35 ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Por que, se pararmos de respirar ou se formos submetidos a uma falta total


de ar, nós morremos tão depressa, em cerca de cinco minutos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Precisamos de energia para que nosso corpo, além de se mover, funcione,


A voz do isto é, para que o coração bata, o sangue circule, os rins filtrem o sangue, os
professor alimentos sejam digeridos... e para que nosso cérebro continue pensando e
controlando todas essas atividades, além de nossos movimentos.
Também precisamos de energia para a fase de crescimento, assim como para
a atividade sexual. O corpo da mulher também precisa de energia quando um
filho, fruto dessa atividade sexual, passa a ser gerado.
De modos diferentes, os animais precisam de energia para desempenhar
suas funções vitais. De um modo ou de outro, os animais respiram, isto é, obtêm
o oxigênio para liberar a energia da glicose.
Os animais terrestres obtêm o oxigênio do ar. Já os animais aquáticos
utilizam o oxigênio que fica dissolvido na água do mar ou na água doce.
E as plantas? Precisam respirar?
Apesar de não realizar funções idênticas às dos animais, as plantas também
crescem, se desenvolvem, se reproduzem.

Mãos à obra Como as plantas obtêm energia?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Sabemos que os seres clorofilados (vegetais e algas) realizam fotossíntese -


A voz do transformam gás carbônico e água em glicose e produzem, assim, seu próprio
professor alimento.
Mas, para que a energia da glicose seja libertada, as plantas também
precisam respirar, pois só em contato com o oxigênio no organismo da planta é
que a glicose será transformada em energia.

Muitos acreditam que as plantas só respiram à noite, uma vez que durante
o dia, na presença do Sol, elas fazem fotossíntese.

Mãos à obra O que você pensa sobre isso?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Para que a fotossíntese aconteça, é necessário que a água absorvida pelas A U L A
raízes chegue às partes verdes (com clorofila) da planta, assim como o gás
carbônico do ar.
Além disso, durante o dia a planta continua crescendo, formando novas 35
folhas, novos brotos, aumentando seu caule e suas raízes - enfim, continua viva
e, para isso, precisa respirar. A luz não influi na respiração. Em geral, a respiração
é constante nas várias horas do dia e da noite, à mesma temperatura.
Vamos agora interpretar um gráfico (1) que representa esse fato.
Esse tipo de gráfico junta dois fatores para observar a relação entre eles. No
nosso caso, estão representadas as horas do dia e a “quantidade” de respiração
de uma planta. Para medir a respiração foi utilizado o volume de gás carbônico
eliminado, medido em litros por hora (l/h), que é uma maneira de medir gases.
O gráfico possui dois eixos representados pela linha vertical y (»y) e pela

®
linha horizontal x (»x).

Gráfico 1

No eixo y estamos representando o volume de gás carbônico produzido pela


respiração de um vegetal. Cada traço representa 10 litros de gás carbônico. O
vegetal do gráfico produz 20 litros.
No eixo x estamos representando as horas do dia, isto é, de 0 a 24 horas temos
um dia completo.
Pela linha da respiração podemos ver que, em qualquer hora do dia, essa
planta produz 20 litros de gás carbônico por hora. Ou seja: se quisermos saber,
às 18 horas, qual é o volume de gás carbônico produzido, basta seguir uma linha
vertical que sai das l8 horas e se dirige para a linha da respiração.
Ao encontrar a linha, seguimos sobre ela para a esquerda e encontraremos
20 litros (L) no eixo y. Isso significa que, às 18 horas, essa planta produz 20 litros
de gás carbônico por hora na respiração.
No caso de um animal de hábitos diurnos, sua atividade será maior durante
o dia do que à noite. O animal, portanto, necessita de mais energia durante o dia.
Sendo assim, sua respiração será maior durante o dia do que à noite.
Aquele primeiro gráfico, para esse animal, ficaria assim (2):

Gráfico 2
A U L A Pela linha da respiração, percebemos que, antes das 6 horas, quando o
animal acorda, a respiração produz 10 litros de gás carbônico por hora. Desde o

35 momento em que acorda até às 18 horas, quando dorme, a respiração do animal


produz 20 litros de gás carbônico por hora. Nesse momento a respiração
novamente diminui, voltando a produzir 10 litros de gás carbônico por hora.
Se você não entendeu, retorne aos gráficos, acompanhando cada passo
com calma.

A fotossíntese depende da luz que a planta recebe. Sabemos que, durante a


fotossíntese, a planta libera oxigênio para o ambiente. Medindo o volume de
oxigênio que a planta produz por hora, ao longo do dia, obtemos um gráfico
como este (3):

Gráfico 3

No eixo y estamos representando o volume de oxigênio produzido pelo


vegetal a cada hora. Cada traço representa 10 litros de oxigênio por hora. Observe
que a marcação começa com o número zero.
No eixo x estamos representando as horas do dia, isto é, de 0 a 24 horas.
Acompanhando a linha curva da fotossíntese, percebemos que às 6 horas da
manhã a planta produz 0 de volume de oxigênio - ou seja, não produz oxigênio,
o que significa que não faz fotossíntese.
Já às 7 horas, se levantarmos uma linha vertical até à linha da fotossíntese e
a partir daí seguirmos em linha reta horizontal até o eixo y, observaremos que a
planta já está produzindo 20 litros de oxigênio. Às 12 horas, com o mesmo
procedimento, veremos que a fotossíntese produz 30 litros de oxigênio.
Seguindo, às 17 horas a planta estará produzindo 20 litros; às 18 horas não
está produzindo nada de oxigênio, como ocorria às 6 horas da manhã.

Mãos à obra Podemos observar pelo gráfico que, das 18 horas às 6 horas, a planta não faz
fotossíntese.

A que horas ela fez mais fotossíntese?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Lembre-se de que essa é a hora em que o Sol mais ilumina a Terra.

Observamos que às 6 horas a planta começou a fazer fotossíntese. A que


horas ela parou de fazer fotossíntese ?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Concluímos, portanto, que a planta faz fotossíntese das 6 horas às 18 horas e A U L A
que a fotossíntese varia de acordo com a quantidade de luz que a planta recebe.

35
Juntando agora os gráficos 1 e 3, sobre respiração e fotossíntese da planta,
teremos o seguinte (4): observe que, das 6 horas às 18 horas, a planta faz
fotossíntese e respira. Já das 18 horas às 24 horas, e da 0 hora às 6 horas, a planta
só respira.

Gráfico 4

Mãos à obra
Se existe algum momento em que a planta não respira, a linha de respiração
deve estar no zero. Observe o gráfico acima e responda se existe algum
momento em que a planta não respira.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do
Percebemos assim que a fotossíntese tira continuamente gás carbônico da professor
atmosfera, enriquecendo-a com o oxigênio; a respiração tira oxigênio da atmos-
fera e elimina gás carbônico.
Se não houvesse essa compensação equilibrada, há muito tempo os dois
gases teriam se esgotado e a vida não seria possível no planeta.
É bem justificada, portanto, a preocupação com a poluição do ar, que está
modificando esse equilíbrio.

Resumo
· A energia dos alimentos só é aproveitada se for transformada.

· É necessário que o oxigênio do ar entre em contato com a glicose para


ocorrer liberação de energia.

· A liberação de energia é acompanhada da eliminação de gás carbônico e de


vapor d’água.

· A energia é necessária para a manutenção das atividades vitais de plantas e


de animais.

· Assim como os animais, as plantas respiram o tempo todo, durante o dia e


A U L A à noite.
Exercício 1

35
Exercícios Por que a fotossíntese e a respiração se completam?

Exercício 2
O que é necessário levar em conta para comparar a energia gasta por dois
animais?

Exercício 3
Cite algumas atividades que animais e plantas realizam e para as quais a
respiração é fundamental.

Exercício 4
Qual é o equilíbrio fundamental entre respiração e fotossíntese para a
manutenção dos gases na atmosfera?
AUU
A L AL A

36
36
Cerrado e caatinga

C ompare estas duas fotos:

cerrado caatinga

Observando as duas figuras, a característica que mais nos chama a atenção


é que os dois ambientes parecem muito secos. Nesta aula, vamos estudar os dois
e descobrir que o que parece muitas vezes não é...
Vamos fazer uma viagem pelos dois ambientes mostrados nas fotos. Se
tivermos de andar pela caatinga, poderemos fazê-lo, de carro ou ônibus, em
algumas regiões cujas estradas permitem o acesso de veículos.
Em certas áreas de caatinga, porém, só conseguiremos entrar a pé ou sobre
o lombo de um jegue. Nesse caso, é importante estarmos prevenidos: precisare-
mos de grossas roupas de couro, botas e chapéu.
Nessa viagem poderemos deparar com alguns animais que vivem na caatin-
ga. Todos eles possuem adaptações para viver em ambiente seco e quente: são
cascavéis, lagartos, aves como o gavião e o cancã, tatus-pebas, sagüis-do-
nordeste, veados-catingueiros, aranhas, escorpiões etc.
Já o cerrado possui aspecto muito variado. Nele existem campos contendo
apenas plantas rasteiras, campos com plantas rasteiras, arbustos e árvores, até
regiões com grande quantidade de grandes árvores.
As plantas do cerrado têm aspecto seco, com galhos tortuosos e cascas
grossas. Encontramos nessa região animais como o lobo-guará, o tamanduá-
bandeira e o tatu-canastra.
MãosA àU obra
L A Para “passear” pelos vários tipos de cerrado, no entanto, não precisaremos
de grossas roupas de couro.

36 Por que precisamos de tanta proteção para andar na caatinga?


............................................................................................................................... ...
Apesar de muito seca, a caatinga contém certa diversidade de plantas. Como
você acha que são as seguintes partes de uma planta adaptada para viver
nesse clima quente e seco?

a) caule (tronco)
............................................................................................................................... ...
b) folhas
..................................................................................................................................
c) raízes
..................................................................................................................................

Informação As plantas do cerrado não possuem as mesmas características das plantas da


nova caatinga. Seu caule tortuoso normalmente não armazena água. As folhas são
muito duras, mas não são espinhosas; algumas possuem pêlos, principalmente
quando jovens. As raízes são muito profundas e, na realidade, não são apenas
raízes que ficam sob a terra, são também parte do caule, muitas vezes modifica-
do. Essas estruturas normalmente armazenam substâncias que a planta produ-
ziu para serem usadas quando necessário.

Mãos à obra Por que você acha que o sistema subterrâneo - isto é, raízes e parte do caule
que ficam sob a terra - das plantas do cerrado é tão profundo?
............................................................................................................................... ...

As plantas da caatinga possuem folhas em forma de espinho (portanto, têm


área bem menor que as folhas comuns) para não perder água facilmente, já
que ela é tão escassa. As folhas das plantas do cerrado não possuem essa
adaptação. O que você pode concluir disso?
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Conhecendo as principais adaptações das plantas do cerrado e da caatinga,


A voz do
podemos perceber que, apesar de parecidas à primeira vista, essas duas regiões
professor possuem diferenças significativas.
A caatinga, como muitos sabem, sofre com a escassez de água devido à falta
de regularidade das chuvas.
Os cerrados não sofrem como a caatinga com a falta d’água. A água no
cerrado não é tão abundante como nas florestas, mas existe em certa quantidade,
principalmente na época das chuvas, que vai de outubro a abril. O restante do
ano é mais seco. É quando ocorrem as queimadas, algumas naturais, mas a
maioria causada pelo homem.
O cerrado possui, portanto, duas estações no ano: a época das chuvas e a
época das secas. As raízes das plantas do cerrado são muito profundas, algumas
delas atingindo 25 metros. Essa adaptação é importante, pois a água dos lençóis
freáticos está a grandes profundidades no solo.
O problema do cerrado é que o solo é pobre em nutrientes (sais minerais). A U L A
Mesmo quando há nutrientes, ocorre outro problema: existe nos solos do cerrado
grande quantidade do mineral alumínio, que prejudica a absorção dos outros
nutrientes pelas raízes. A falta de nutrientes é a principal responsável pela 36
limitação de crescimento das árvores e por seus caules tortuosos.

Todas as plantas necessitam de nutrientes e retiram esses nutrientes do solo, Mãos à obra
por meio de suas raízes. Em ambientes naturais equilibrados, os nutrientes
nunca se esgotam. Tente explicar por quê.
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Num ambiente natural, todas as condições que o mantém são geridas pela
própria natureza. A chuva que cai penetra no solo e atinge os lençóis subterrâ- A voz do
neos. As raízes das plantas absorvem a água, que atinge todas as suas partes e é professor
utilizada em todos os processos vitais. Da mesma forma, os animais ingerem a
água que aflorou dos lençóis e formou rios, riachos, lagos etc. e a utilizam para
sua sobrevivência. A água que é eliminada por respiração, transpiração ou
evaporação sobe para a atmosfera e forma as nuvens, caindo em forma de chuva.

Rio

Assim como a água, os nutrientes também são utilizados pelos seres vivos
e retornam à natureza. Quando as folhas e os galhos das plantas caem no solo,
quando animais morrem ou eliminam fezes e urina no ambiente, alguns seres
microscópicos (microrganismos) que vivem no solo utilizam esses materiais
para sua sobrevivência. Além de usar, eles também devolvem ao ambiente os
nutrientes que estavam contidos na madeira dos galhos, nas folhas ou no corpo
do animais. Dessa forma, os nutrientes retornam ao solo e podem ser utilizados
novamente. Isso se chama reciclagem do materiais.
As plantas retiram nutrientes do solo pelas raízes e os animais alimentam-se
de plantas, ingerindo os nutrientes que elas absorveram. Dessa forma, os
nutrientes nunca terminam.
MãosA àU obra
L A O que aconteceria caso não existissem microrganismos?
............................................................................................................................... ...

36 ............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

A voz do Infelizmente, os solos têm sido utilizados pelo homem de forma inadequa-
da. No cerrado, bem como na caatinga, a situação não é muito diferente. O
professor cerrado ocupava originalmente cerca de 25% da área total do Brasil. Hoje, está
bastante reduzido. Durante muito tempo pensou-se que o cerrado não seria útil
para a agricultura e nunca se buscou preservá-lo. Muita área foi destruída antes
mesmo que se conhecesse o ambiente.
Atualmente, muitas plantações estão sendo iniciadas sem planejamento e
sem que haja preocupação com a preservação de algumas regiões que contêm
uma diversidade única de animais e vegetais no planeta.
A contaminação dos rios pelo mercúrio utilizado nos garimpos também é
fator relevante para a destruição do cerrado. Se o processo continuar, pouco
restará desse ambiente, que passará a ser hostil também para a subsistência
humana.

Mãos à obra Converse com seus colegas sobre formas de preservação e utilização inteli-
gente de regiões como o cerrado e a caatinga. Registre aqui algumas
conclusões.
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Resumo · O ambientes do cerrado e da caatinga, embora parecidos à primeira vista,


possuem diferenças significativas.

· A caatinga sofre com a falta d’água, apesar de possuir nutrientes em certa


quantidade.

· O cerrado possui água, mas é pobre em nutrientes importantes para as


plantas. Além disso, contém muito alumínio, substância que dificulta a
absorção dos poucos nutrientes que existem.

· As plantas e os animais do cerrado e da caatinga possuem adaptações para


sobreviver nesses ambientes limitados.

· Os nutrientes, num ambiente natural, são reciclados pelos microrganis-


mos, retornando ao solo e podendo ser utilizados novamente pelos seres
vivos.

· A utilização sem planejamento das áreas de cerrado e caatinga têm levado


esses ambientes à destruição sem chances de recuperação.
Exercício 1 A U L A
Leia as seguintes características e diga a que ambiente elas pertencem.

a) Região com duas estações básicas: seca e chuvosa. 36


Exercícios

Ambiente: ..........................................................................................................

b) Possui plantas com caules retorcidos e raízes profundas.


Ambiente: ..........................................................................................................

c) Plantas com espinhos e com caules que armazenam água.


Ambiente: ..........................................................................................................

d) O solo não possui nutrientes em quantidade adequada para as plantas.


Ambiente: ..........................................................................................................

e) Chove muito pouco durante o ano.


Ambiente: ..........................................................................................................

Exercício 2
Qual a importância do microrganismos para a natureza?

Exercício 3
Aponte a alternativa que indique animais típicos da região de cerrado:

a) Onça-pintada, calango, lobo-guará


b) Tamanduá-bandeira, tatu-canastra, lobo-guará
c) Tamanduá-bandeira, zebra, siriema
d) Ema, tatu-canastra, cotia

Exercício 4
Procure, em jornais ou revistas, notícias sobre a destruição do cerrado ou da
caatinga.
A UA UL L AA

37
37
As matas brasileiras

Atenção A nalise a seguinte afirmação:

As florestas brasileiras, que encantaram tanta gente que por aqui


nasceu, passou ou morou, estão seriamente ameaçadas.

Para fazer sua análise, considere os textos abaixo e as épocas em que foram
escritos:

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá

(Gonçalves Dias, Canção do Exílio, século 19)

De cada cem árvores antigas


Restam cinco testemunhas acusando o incrível carrasco secular.
Restam cinco, não mais. Resta o fantasma
Da orgulhosa floresta primitiva.

(Carlos Drummond de Andrade, 1984)

Hoje já não são cinco, mas apenas três sobreviventes de cada cem árvores
primitivas. Desde a chegada do primeiro colonizador branco,
a Mata Atlântica - uma das sete formações de floresta tropical úmida da
Terra - foi derrubada, explorada, queimada. Todo esse impressionante acervo
natural de cores e formas, que hoje representa apenas a sobremesa de um
paraíso que já esteve tão perto de nós, chega a seu triste limite: o momento
em que não poderá mais sequer ser chamado de floresta.

(Revista Globo Ciência, nº 1, agosto de 1991)


Antes de discutir como se destroem as florestas, vejamos o ritmo da Mãos
A U L àAobra
morte delas no Brasil (dados do livro O massacre da natureza, de Júlio
José Chiavenato, 1991):
37
Por volta de 1850, existiam 80% das florestas brasileiras;
em 1907, sobravam 58%;
em 1935, 26%;
em 1952, 18%;
em 1962, 13%;
em 1973, 8%; e
no ano 2000 só restarão 3%.

Analisando as informações acima, responda:

a) O que aconteceu com as florestas brasileiras entre 1850 e 1907?


.............................................................................................................................

b) O que aconteceu com elas de 1907 em diante?


.............................................................................................................................

c) O que se pode esperar após o ano 2000?


.............................................................................................................................

Por que as florestas brasileiras estão acabando?


..................................................................................................................................

O Brasil tem duas florestas tropicais úmidas: a Amazônia e a Mata Atlântica.


A voz do
A Amazônia professor

A Floresta Amazônica brasileira forma 40% das florestas tropicais úmidas


que ainda restam na Terra. Calcula-se que 12% da sua área total já estejam
ocupados ou destruídos. Não é muito, mas a ameaça de destruição é grande, pois
sua riqueza está nas árvores e não no solo. Isso engana muita gente, pois se tem
a impressão de que toda aquela exuberância de vegetação só é possível em solos
muito férteis, ou seja, aqueles nos quais, em se plantando, tudo dá.
Puro engano!
O solo da Amazônia é pobre e a sua única proteção é a cobertura vegetal
densa, majestosa e variada. A riqueza toda está em sua massa vegetal e não
no solo.
Isso ocorre porque o ciclo de materiais na Amazônia é muito rápido: muitas
folhas caem e rapidamente são decompostas. Desse modo, os materiais restantes
são, velozmente, absorvidos pelas raízes. Ao contrário do que se pensa, as raízes
se espalham na camada superficial do solo, onde se concentram os materiais em
decomposição. Isso proporciona um grande aproveitamento dos materiais que
caem da própria árvore no solo. Praticamente nada é perdido.
Por outro lado, há árvores com mais de 40 metros de altura. Como é que
raízes tão superficiais, sem profundidade, podem sustentar árvores tão altas?
A U L A A ilustração abaixo dá uma resposta.

37

Os contrafortes que aparecem


na raiz da ilustração são verdadei-
ros muros que sustentam, na base,
árvores com grande altura.
A grande ameaça para a Amazô-
nia, portanto, é o desmatamento.

Mãos à obra O que acontece quando a floresta é derrubada?


............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

A voz do As primeiras chuvas que lavam o solo desmatado carregam a fina camada
professor na qual os materiais férteis são encontrados, não sobrando nada com que fazer
alguma plantação.
A floresta também desempenha um importante papel no controle da umida-
de do ar. As nuvens se formam em cima das árvores, com a evaporação da água
das folhas, e se distribuem com os ventos. Para compensar, a chuva que cai é
absorvida pelas árvores. É isso o que garante a exuberância da floresta e a
manutenção do clima.
Sem plantas, a água das chuvas não é mais absorvida e nada mais “segura”
o solo, que é carregado para os rios. A terra que escorre em forma de lama pode
bloquear os rios, causando enchentes. O calor aumenta.
A luz solar é refletida pelo solo sem vegetação, que parece um espelho.
Assim, a energia solar também é perdida.
Sem plantas, os animais que delas vivem também desaparecem. Suas fezes
deixam de fertilizar o solo e de “plantar” aquelas sementes que não foram
digeridas. Os insetos e pássaros deixam de visitar as flores das árvores próximas
ao local destruído. Sem essa visita, muitas árvores não dão frutos nem sementes.
Com o desmatamento, a tendência natural é a transformação da floresta em
deserto.
Os povos habitantes da floresta tropical obtêm tudo que precisam dela, mas
não lhe causam mal. Eles derrubam e queimam pequenas áreas para suas
plantações. A cinza enriquece o solo para o plantio, mas dura pouco... Antes que
o solo perca a possibilidade de abrigar as plantas naturais, aquele local é
abandonado, deixando a floresta se recuperar. Rapidamente ela torna a crescer.
Os povos habitantes da floresta têm, em geral, muito a nos ensinar.
E se a área desmatada for muito grande? O que pode acontecer? Mãos
A U L àAobra
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ... 37
As atividades desenvolvidas na Amazônia a partir dos anos 60 têm sido A voz do
responsáveis pela transformação de enormes áreas em terras nuas e esburacadas.
Árvores são cortadas para extração de madeira e de minerais, para projetos de
professor
agricultura e para criação de gado.
Os índios praticamente já perderam a floresta - que era sua moradia,
quando os europeus aqui chegaram, em 1500. Agora, são garimpeiros, madeirei-
ros e grandes proprietários que invadem suas terras. Provocam conflitos e morte
de índios por violência, prostituição, pelas doenças que levam e pela degradação
da floresta, o ambiente em que os índios sabem viver.
A violência e o desrespeito aos direitos humanos é constante também nos
conflitos entre grandes proprietários e outros povos da floresta, os seringueiros
e os ribeirinhos, que dependem da floresta para sobreviver.

O que fazer com todas essas ameaças? Como preservar a Amazônia? Mãos à obra
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Manter a Amazônia intocada não é possível. Mas é necessário que sua


A voz do
utilização seja mais equilibrada, sem causar destruição e morte do ambiente e
dos povos que nele vivem. professor
São exatamente os povos da floresta - índios, ribeirinhos e seringueiros -
os que mais têm se empenhado em propor a utilização da Amazônia, de modo
que a preserve.
Em 1985, eles propuseram a criação das reservas extrativistas, nas quais
haveria coleta de riquezas como castanha, látex da seringueira, palmito e frutas
tropicais, conservando-se a mata como um todo. Em 1988, o mundo todo e
muitos brasileiros se chocaram com o assassinato do sindicalista e ambientalista
Chico Mendes, defensor das reservas extrativistas e líder dos seringueiros.
A exploração em rodízio apenas de árvores muito velhas, pastos restritos aos
locais de várzea, normas para extração de minerais e preservação total de áreas
bem demarcadas são outras propostas que ainda podem salvar a Amazônia, se
forem rapidamente colocadas em prática.
Depois de uma diminuição nos últimos anos, as queimadas voltaram a
crescer. Ainda é muito o que se destrói e ainda há muito por fazer.

A Mata Atlântica

A Mata Atlântica é a segunda maior floresta brasileira e está muito mais


ameaçada do que a floresta Amazônica. Embora muito menos conhecida, já foi
uma das maiores do mundo.
A U L A Observe no mapa a mata original,
em 1500, e a atual.

37

Hoje restam apenas 4% do que já


existiu. A Mata Atlântica era uma imensa
floresta que cobria o litoral, subia pelas
montanhas e penetrava pelo interior.
Atualmente está reduzida às montanhas
da Serra do Mar no Rio de Janeiro, São
Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Distribuição original da
Mata AtlÂntica (1500)

(1990)

Mãos à obra Com o que você já aprendeu, explique o que vem determinando, desde 1500,
a diminuição da Mata Atlântica.
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

O crescimento de cidades por toda a costa brasileira, a extração contínua de


A voz do madeira para móveis, construções e carvão, a extração do pau-brasil, as grandes
professor plantações (primeiro de cana-de-açúcar, no Nordeste, e depois de café, em São
Paulo e no Paraná) foram acabando com a Mata Atlântica.
Nas últimas décadas, o que sobrou tem sido ameaçado pela extração de
palmito e de madeira para fabricação de móveis, papel e carvão vegetal, este
último utilizado nos fornos das grandes indústrias siderúrgicas.
Além disso, a valorização turística de muitas praias tem forçado a abertura
de estradas, loteamentos e construções sem qualquer planejamento, destruindo
a mata que também é subtraída de suas samambaias, bromélias e orquídeas para
decoração.
Na cidade de Cubatão (SP), o maior centro petroquímico do país, a poluição
do ar destruiu a mata das encostas da Serra do Mar. Com isso, os morros
deslizam, causando avalanches, destruição e inundações.
Pelo que já vimos na Amazônia, como pode se explicar o deslizamento de Mãos
A U L àAobra
morros por falta de árvores?
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ... 37
............................................................................................................................... ...

Diferentemente da Amazônia, que está num terreno plano, a Mata Atlântica


ocupa principalmente a Serra do Mar. Com isso, o calor não é tão grande; o
A voz do
inverno é fresco e até mesmo frio. Mas nas duas florestas caem grandes quanti- professor
dades de chuva e as árvores são bem altas.
As árvores serranas amenizam o clima quente do litoral pela água que delas
evapora. Na primavera e no verão, muitas árvores oferecem o belo espetáculo
das floradas na serra.
Os rios que brotam ou que atravessam a Mata Atlântica já tiveram águas
límpidas no passado. Atualmente, suas águas são barrentas.

Como você explica esse fato? Mãos à obra


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Apesar de chover muito na região, devido à inclinação da serra, as águas


escorrem por sua superfície e penetram no solo, sem se acumular. A decompo- A voz do
sição dos materiais que caem no chão da floresta não é tão rápida como na professor
Amazônia.
A sobrevivência dos
manguezais e restingas do nos-
so litoral também depende da
preservação da Mata Atlântica.
Muitos rios que alimentam os
manguezais nascem nas mon-
tanhas protegidas pela floresta.
Sem a cobertura vegetal da ser-
ra, eles podem ser soterrados.

mata amazônica

Embora muito menos famosa que a Ama-


mata de araucárias

zônia, a Mata Atlântica que restou abriga


uma variedade imensa de tipos de animais e
plantas; muitos desses tipos não se encon-
tram em mais nenhuma floresta do mundo.
E muitos deles correm o risco de desaparecer,
como a bela ave biguatinga, o gavião-pato, o
veado-campeiro e o bugio, um dos maiores
macacos do continente americano.
A U L A Com tudo isso acontecendo, não há outra proposta a não ser a preservação
total do pouco da mata que ainda resta e o desenvolvimento de áreas de

37 recuperação.
Duas outras florestas importantes são menos conhecidas no Brasil: a Mata das
Araucárias e a Mata dos Cocais. O nome delas é o do vegetal dominante em cada
paisagem.
A araucária é o pinheiro brasileiro, símbolo do Paraná, região que no
passado era quase toda coberta por essa mata, junto com Santa Catarina e com
parte do Rio Grande do Sul. Hoje, o pouco que resta se encontra em terrenos
legais de conservação, o que nem sempre significa segurança para a mata.
A araucária sustentou a indústria da madeira, sendo também exportada até
a metade deste século. A partir de 1960, a expansão da agricultura intensificou
a derrubada das árvores, restando hoje apenas 20% da mata original. Em seu
lugar, avançam campos e cerrados.
Entre a Amazônia e a caatinga existem florestas dominadas pelas palmeiras
babaçu e carnaúba, além do buriti e da oiticica. Formam a Mata dos Cocais.
São florestas secundárias, isto é, cresceram após o desmatamento. O babaçu
domina o ambiente e está sendo destruído em ritmo intenso pelas pastagens.
Mas pode sobreviver pela velocidade com que se reproduz e pelos produtos que
são extraídos dele (cera, óleo, fibras, glicerina etc.), de alto valor para a sobrevi-
vência da população local.

Mãos à obra Pense nos frutos característicos das palmeiras e justifique o nome Mata dos
Cocais.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A voz do Ao estudar esses ecossistemas brasileiros, percebemos a riqueza natural de


professor nossas matas e começamos a entender melhor por que tantos estrangeiros têm
se preocupado com elas. É necessário sempre perguntar que interesses movem
essas preocupações, e refletir sobre o valor que tudo isso pode ter para nós e para
as gerações futuras...

Resumo · As florestas brasileiras estão sendo destruídas pelo desmatamento.

· Apesar da exuberância da vegetação, o solo da Amazônia é pobre.

· Com o desmatamento, a floresta pode se tornar um deserto.

· Os habitantes da floresta sabem preservá-la, permitindo a sua recomposição.

· É possível utilizar a Amazônia sem destruí-la.

· A Mata Atlântica está quase totalmente destruída, sendo necessária a


preservação total do que ainda resta.

· A Mata das Araucárias está muito reduzida.

· A Mata dos Cocais pode ser preservada.


Exercício 1 A U L A
Descreva o que acontece quando a floresta tropical é desmatada.

Exercício 2 37
Exercícios

É possível utilizar a Floresta Amazônica sem destruí-la? Dê um exemplo de


como isso poderia ser feito.

Exercício 3
Que características da Mata Atlântica são parecidas com as da Amazônia? O
que é diferente?

Exercício 4
É verdadeiro afirmar que os manguezais do litoral podem desaparecer com
a destruição da Mata Atlântica? Justifique.
A UA UL L AA

38
38
Que ambiente é esse?

Atenção L eia o texto abaixo:

(...) Florestas bem verdes, cortadas por rios, lagos e corixos.


Planícies extensas, que se unem ao horizonte amplo, cenário para
revoadas de pássaros.
Em setembro, o céu muda-se de azul para cinza de todos os tons e as
nuvens concentram-se carregadas até cair em forma de chuvas. Estas
provocam o transbordar de rios e lagoas, que vão cobrindo as terras, até
inundá-las completamente.
É o momento de partir para sobreviver à enchente.
Assim como o colhereiro, o jaburu e os irerês, as aves que se alimentam
de peixe migram.
O tempo vai passando e, com o fim das chuvas, as águas vão secando,
voltam aos antigos limites e as terras baixas reaparecem.
As aves retornam, atraídas agora pela enorme quantidade de peixes
nos rios.
O aparecimento dos tamanduás-bandeiras é o sinal de que a vazante se
completou.
As árvores, situadas próximas às lagoas, abrigam os ninhais. Confun-
dindo-se com os próprios galhos e folhas, os ninhos das várias espécies
de aves colocam-se lado a lado.
O barulho dos pássaros adultos mistura-se ao piar dos filhotes.
Passou-se um ano. Chega setembro. Começa a chover novamente. As
aves que migram, seguidas pelos filhotes capazes de voar, partem em
bandos.
Os peixes vão procriar nas grandes águas.
Os mamíferos abrigam-se nas terras mais altas.
E assim completou-se mais um ciclo...”

Rubens Matuck

O texto refere-se a um dos ambientes mais fascinantes existentes do Brasil.


Vamos conhecê-lo melhor nesta aula.
O texto começa e termina referindo-se ao mês de setembro. O que acontece Mãos
A U LàAobra
de importante nessa época do ano, no ambiente citado?
..................................................................................................................................
38
Entre um setembro e outro, quais as características do ambiente descritas
no texto?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Nessa região a quantidade de chuvas não é tão grande como numa floresta; Informação
as cheias acontecem porque as chuvas se concentram numa época do ano e nova
também porque a região é uma grande planície, o que faz com que a água dos
rios que a cercam escoe toda para lá.
Como os rios correm todos para a região mais baixa, junto vêm os sedimen-
tos, compostos de cascalhos, areias e argilas.
A grande planície tem suaves ondulações, fazendo com que ocorram três
tipos diferentes de áreas: áreas permanentemente alagadas, áreas inundadas
apenas em algumas épocas do ano e áreas nunca alagadas. Isso faz com que a
região tenha uma das mais variadas floras do Brasil. Há plantas típicas do
cerrado, plantas características da Floresta Amazônica, plantas aquáticas e até
plantas da caatinga.
Essa região é um grande “resumo” de quase todos os ambientes brasileiros.

Localização do Pantanal nos Estados


do Mato Grosso
e Mato Grosso do Sul
Quando falamos em chuvas, grandes enchentes e regiões alagadas, isso nos A voz do
faz lembrar de regiões pantanosas. Daí veio o nome Pantanal para a região professor
descrita anteriormente. No entanto, muitas pessoas não concordam com esse
nome, pois lá não existem os lodaçais típicos dos pântanos.

Mãos à obra
Com as cheias, a água dos rios transborda. Qual a importância disso para o
solo do Pantanal?
..................................................................................................................................
A U L A Ultimamente, muitos agricultores têm utilizado terras do Pantanal para
cultivo. No entanto, eles fazem uso de fertilizantes e, para combater as

38 pragas, usam agrotóxicos. Numa região que alaga com facilidade, quais as
conseqüências disso para o ambiente?
..................................................................................................................................

Informação Além dos agricultores que lançam substâncias poluentes nos rios, existe
nova também o garimpo, que polui o rio com mercúrio. Também os caçadores causam
danos ao ambiente à medida que eliminam os grandes predadores do Pantanal
- como os jacarés e as onças-pintadas - para a venda de peles.

Mãos à obra Observe as seqüências de alimento que ocorrem no Pantanal:

plantas » peixes pequenos » piranhas » jacaré


capim » capivara » onça-pintada

O que você acha que pode acontecer com as piranhas e com as capivaras se
forem eliminados o jacaré e a onça-pintada?
............................................................................................................................... ...

Ao longo dos rios existe um tipo de vegetação denominada mata ciliar.


Tente explicar por que essa vegetação tem esse nome.
............................................................................................................................... ...

O Pantanal, na realidade, é denominado Complexo do Pantanal. Isso se deve


A voz do à quantidade de tipos diferentes de animais e vegetais que abriga. Além dessa
professor variedade, o que caracteriza o Pantanal é o ciclo das águas.
A subida das águas é vital para os seres vivos que lá habitam. Com a cheia,
aumenta o número de microrganismos aquáticos que servem de alimento aos
peixes menores.
Com a fartura de comida, esses peixes se reproduzem mais intensamente,
aumentando a quantidade de comida para os peixes maiores. Dessa forma, os
jacarés e as aves pescadoras também têm mais alimento.
As fezes desses animais, quando caem na água, fornecem nutrientes neces-
sários aos microrganismos que se reproduzem, fechando o ciclo. Isso acontece
com os outros animais.
Quando as águas baixam, acabam deixando os detritos e nutrientes no solo,
formando uma camada que fornece substâncias importantes para as plantas. As
árvores que estão próximas às margens dos rios formam uma vegetação que
impede que grandes quantidades de terra caiam nos rios, pois suas raízes
seguram a terra.
Essas árvores também servem de suporte para ninhos de aves. Por
proteger os rios, como os cílios protegem nossos olhos, é que são denominadas
matas ciliares.
A diversidade de animais e vegetais é tão grande no Pantanal que a
importância da região para a ciência é inquestionável. Provavelmente lá
existem espécies que ainda nem foram descobertas. Mas, com a crescente
destruição do ambiente, também é provável que nem cheguemos a conhecer
algumas delas.
A U L A

38


lobo-guará

ema
tuiuiú

▼ tamanduá


cervo-do-pantanal
O Pantanal poderia ser usado racionalmente se fossem respeitadas suas leis
naturais. Existem muitas gramíneas na região, mas a agricultura deveria ser
restrita, destinada apenas à utilização pelas populações locais. A fertilização, se
necessária, deveria empregar exclusivamente o húmus, material originado de
seres vivos que não poluiria o ambiente.
Também seria importante manter como reserva as matas, pois, dessa forma,
seriam mantidos também os predadores naturais de alguns insetos, fazendo
com que estes não aumentem em quantidade. Quando se cultiva apenas um tipo
de produto, a variedade de animais também diminui muito, correndo o risco de
se extinguirem, daquele ambiente, os predadores naturais dos insetos. O
resultado do desaparecimento desses animais pode ser o rompimento do
equilíbrio natural da mata e o conseqüente aumento da população de alguns
animais que se tornariam praga, como as lagartas, as brocas e os gafanhotos.
Apesar de rico e complexo, o Pantanal possui um equilíbrio delicado. Se algo
for destruído na rede de relações entre todos os seres vivos da região, a
destruição pode tomar rumos que não terão volta.
Resumo
A U L A · O Pantanal é uma região caracterizada pelo ciclo das águas, que governa
todas as formas de vida.

38 · No Pantanal existem regiões secas, regiões que alagam nas cheias e regiões
permanentemente alagadas. Cada região tem fauna e flora específicas.

· Os rios que chegam ao Pantanal trazem sedimentos, e as cheias fazem com


que esses sedimentos se espalhem, fertilizando naturalmente o solo.

· O Pantanal vem sendo ameaçado pela utilização desenfreada de agrotóxicos


e fertilizantes, de mercúrio nos garimpos, pela caça e pela pesca predatórias,
pela poluição e ocupação desordenada pelo homem.

· O equilíbrio do Pantanal é facilmente quebrado quando ocorre interferência


do homem sem que haja preocupação e planejamento para uma utilização
racional.

Exercício 1
Como pode ser explicada a exuberância da vegetação e da fauna do Pantanal?
Exercícios
Exercício 2
Qual a principal característica que diferencia o Pantanal dos outros ambientes?

Exercício 3
No Pantanal existem verdadeiras quadrilhas de contrabando de peles de
animais e de animais vivos. Essas quadrilhas preferem as peles de jacaré,
onça-pintada e ariranha. Com a diminuição desses predadores, o que está
acontecendo ao ambiente?

Exercício 4
Se você tivesse de escrever uma carta às autoridades para que se tomassem
providências para a preservação do Pantanal, que justificativas usaria para
mostrar a importância da região?
AUU
A L AL A

39
39
A energia e o homem

J
ornais e revistas a todo momento publicam
notícias cujos temas são a energia e os problemas a ela relacionados. Eis uma
Atenção
pequena amostra:

Sol! A
fonte d
nommo e ener
n
omno m om on mon o
gia do
f u t u ro
om non mom
nom n o mom
o no mo
a

nommo mom no mo
ric

n no
om nom om on mon o m
m m
n omom o nom on mo om
lét

nom n omno mom n


om o

êmico
omom o mo nom on mo
ae

l
mno mo mon
omom o m no mo no
ma po
: um te
mno mo m
i

m no m
r
rg

o nom

nuclea om on m
on omo
m

Energia
o
ommo n nono mom no m
ne

n
A on omo
m
m no mom m o nom
fon mad
on m o n o
nom mom
ee

nommo m no mo nom no m on mon om


om
om om nom om on on mo no om

nono mo
as
m
on omo no mom o nom n nom mo noe
om om m no mo om n mo

t
om m om om on m no om om

nom o n m o m
mom n
ir
o m
e mmo inroam m no mo o n m o
od

om om

mo om o m nod
sile
nommo mom no nom no m on mon om o nomm oomm
om nono mo nom e emno amio on mon
no m o n om m m on

om

omno m o no n
om o
n o nomndmo nom
m

ra
m o no om o nno oomm
n mm o n mo nono n m

om n o n om m o n m
momme
m om o n o no
o m o no
m

o
n m
b m m
rgom no a é
no mo mo o

nom o om nom mno mom nonom mom om nmnnooom


n o
on mon nm n
o m
om no on o m
o

des
m
ia mo naom
m no n

o no o on o
omno on m
nomm o n omom o mm o m n
om on m o mo nom ononmom ooomnomno momoonm
no m mo nom

mm
su

oo
on m

n mnom ndo
n

a z pri
o o mo

ida
mm m m n
om no mom n nom no o mommnoomom mon m mnmom
mo o o
mm
m
on nommomoo
om
no mo om m
no mm no m

m n o o
n
on nci
o om
c o
on

n
no no o

o
n omom m o
om no o n mo

m
omom o
m n m n
nom on om m mnnooomm
o m n
om mm

o n oo on o o

as
o on n oom no no m om m o no
m
m o
a r pa
m on
nom no o mom no mo n m
o m m n m
om omn no om n on om omm mom on om omm om nm no mo momon
n m n m o n

sn
no

m
ur l
oc

m n o
omom o mo nom
m

om mm o m om o no o n o
no om no o mo o no m
o nom

ent
mno omo
m om m om o n o n om m o m o m m n m
al
om om nom om on on mo no om

m m
omom o
o o on om
o on o nom omn m o m no mo om o no mo
m
m

n
om om m no mo om n mo

m o n o
ta
om m om om on m no om om

m
m mo no m
m
o on no m mo on no m n

li
o
no m n om mm om n mo mo m no no m n m
om om

on mom o no m
o

ea
om mm o m om o no no n
no m n om mm om n n
o
no om o n om om o m on

om
en

om o n o n om m

Ventos
mm o m om o n o
nom ono o m om o
o

od
m o n m on m

om om om no m o no
m om o no o no om m om mm
mo om n m n n om
on
on o nom omn m o m no

:
no mo mo o
no mm no m n on

mo om o no
m

a volta
mo
om no on o m

m m
no no m mo n mo o n mo n o m n m
m no n

m n om m

nsu
o
m o n o o n o o
no m mo om

no m n om mm om n mo mo m no no m n m
no on
sempre
on m
Au

o m o mo
n

om mm o m om o no no

N
m om n n
no m n om mm om n n
o

co
no no o n

o oo on m n m m
om
no mo om m

o o o o m
m m n o m no no mn om mm o m om o no o

ao pass
o o o o m m
om no o n mo

n m o m o o o m m o om o n o n om m

io
m
m no noo mnm on
om mm

n m o m o o
mo no m
nm
o on o no om m o m no
nom moon om n oon nno nmoomnoonnoom no
Ca ado
on
mo mo m no no m n m
on mom o no m
no

ommn o m on o m m o n
no m n om mm om n n
o
m m

om ono o m om o o
n m omno om m m m
oo mo on m o mno om mm o m om no o o
n no no n o on m
o o n n o n m o n o om o n o n om m
mo om n m n n om n omo mmn
m oo m mo on on
m nonom n
o mo m o on om m on mm no
o o
mo on noon oonmno mnnoo mo nono nono on on o
m

nom no m mo n mo o n n
no mo on
o
no om n m m o n n m o o m n
om m
mo o noonm m mo mo mno no mo onomo
n

m n o o o o
o n n o n m o
no mo nom o m on o nommo mnoo m on on nonom nonom o
o mo m on on on
n
nom mo om nom no m nom no mno
m n o
o on
on o n
no mo
no
nom mom mmo om o mo mo non nonomo mo no
o n o o m n o on o n on no m no
n
m mn om nomo
no om o no m
om m om
o
om
MãosA àU obra
L A Nesta aula você vai aprender mais sobre as fontes de energia e a relação delas
com a nossa vida.

39 Para começar, retorne às manchetes acima e assinale em quais delas estão


presentes fontes de energia que você utiliza em sua casa ou no trabalho.

Qual delas você considera mais importante para a sua vida?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação Sempre que comemos algum alimento, estamos adquirindo energia para
nova manter nosso corpo em funcionamento e para poder realizar nossas atividades.
O alimento é, para nós, uma fonte de energia. Com essa energia podemos
correr, andar, jogar, trabalhar, pensar, dormir...
Podemos dizer que os alimentos guardados em casa representam a nossa
energia armazenada. Ao comê-los, estamos utilizando a energia que estava
armazenada neles.

Mãos à obra Vamos utilizar a idéia de que todas as coisas necessitam de uma fonte de
energia para funcionar em algumas situações.

A seguir você encontrará duas listas: uma delas traz diferentes fontes de
energia e a outra traz invenções que utilizam uma ou mais dessas fontes. Com
um lápis, ligue essas invenções com uma ou mais fontes de energia.

gasolina trator
diesel ônibus
lenha fogão
álcool liquidificador
eletricidade automóvel
gás de cozinha televisão

Informação Nos dias de hoje, a energia mais utilizada nas cidades é a energia elétrica. Nas
nova casas, a eletricidade é utilizada principalmente para iluminar e aquecer. Já no
preparo da comida, a eletricidade é utilizada para moer a carne e mexer massas,
por exemplo, além de ventilar, limpar a sujeira...
Todas essas atividades são diferentes umas das outras. Mas algumas delas,
como mexer, moer, ventilar e misturar, têm algo em comum: dependem de
aparelhos elétricos que produzem movimento quando são colocados para
funcionar.
Além da energia elétrica, há uma outra fonte de energia bastante importante
em nosso cotidiano: é o gás de cozinha, com o qual cozinhamos os nossos
alimentos.
Em certas regiões do país ainda se utiliza a lenha em vez do gás. Tanto na
lenha como no gás, a utilização da energia armazenada se dá por meio da queima.
As indústrias também utilizam diferentes fontes de energia: lenha, eletrici- A U L A
dade, carvão, óleo combustível e outras, dependendo do que produzem e do local
onde estão instaladas.
O transporte de pessoas, alimentos e outros bens utiliza várias fontes de 39
energia: diesel, principalmente em ônibus, caminhões, barcos, tratores e
camionetes; gasolina ou álcool em automóveis; querosene em aviões.
A energia contida nesses combustíveis é chamada de energia química e sua
utilização se dá com a queima deles nos motores. É por meio dessa queima que
se obtém o movimento.

Você vai encontrar abaixo uma lista de aparelhos elétricos. Quando são Mãos à obra
postos para funcionar, eles utilizam uma fonte de energia e produzem
alguma coisa. Na lista, assinale com um X o que cada aparelho produz.
Escreva também qual a fonte de energia que o aparelho utiliza.

APARELHO FONTE DE ENERGIA LUZ CALOR SOM MOVIMENTO

fogão
rádio
batedeira
lâmpada
furadeira

O surgimento e a manutenção da vida requerem fornecimento contínuo de


energia. Para os seres humanos e também para os animais, a fonte de energia
A voz do
encontra-se nos alimentos. professor
A energia contida nos alimentos também é chamada de energia química. Sua
utilização se dá por meio da reação do alimento com o oxigênio (queima) no
interior das células.
No caso de algumas máquinas, é a energia química dos combustíveis que as
faz funcionar. Outras máquinas funcionam com energia elétrica.
Os cientistas acreditam que ocorrem transformações de energia quando os
seres vivos estão realizando suas atividades (e desempenhando suas funções
vitais), e também quando as máquinas e aparelhos estão em funcionamento.
Transformação de energia quer dizer que determinados tipos de energia
estão sendo transformados em outros tipos de energia.
Vejamos alguns exemplos: quando você acende uma lâmpada, a energia
elétrica se transforma em energia luminosa e de aquecimento.
Os motores do automóvel, do trator, do barco e do caminhão transformam
energia química em energia de movimento. Um ventilador, uma batedeira e, uma
furadeira transformam energia elétrica em energia de movimento. E assim por
diante.
É por isso que os cientistas afirmam que a energia não pode ser criada nem
destruída. O que fazemos com os nossos motores, máquinas e aparelhos é
simplesmente transformar um tipo de energia em outro. O mesmo se dá com o
nosso corpo, quando corremos, pulamos, carregamos pacotes, dançamos,
pensamos...
Essa idéia dos cientistas recebe o nome de princípio da transformação e da
conservação da energia.
Resumo
A U L A · Para respirar, trabalhar, passear e desempenhar qualquer outra atividade,
uma pessoa precisa dispor de energia. O mesmo acontece com as máquinas

39 ·
para funcionar.

Existem várias fontes de energia: os alimentos são a principal fonte de


energia para os seres humanos e os animais. Os combustíveis são as fontes
de energia para as máquinas.

· Em nossas casas, as fontes de energia utilizadas podem ser o gás de cozinha,


a eletricidade e também a lenha.

· A utilização das fontes de energia faz com que um tipo de energia seja
transformado em outro.

· A energia não é criada nem destruída, apenas transformada de um tipo em


outro.

Exercício 1
Complete a frase:
Exercícios Ao ligar uma máquina de lavar roupa, estamos ..............................................
energia elétrica em energia de movimento.

Exercício 2
Indique com uma seta as possíveis fontes de energia para cada um dos
elementos abaixo:

cavalo lenha
lampião eletricidade
forno de padaria diesel ou gasolina ou querosene
trem alimento
barco gás de cozinha
AUU
A L AL A

40
40
Produção de
energia elétrica

uma notícia de jornal:


L eia com atenção o texto a seguir, extraído de Atenção

Seca agrava-se em Sobradinho e ameaça


causar novo drama social no Nordeste

P
ara produzir energia elétrica e (...) A barragem de Sobradinho fornece ener-
fornecer eletricidade a quase todo gia para todo o Estado do Maranhão, partes do
o Nordeste, Sobradinho tem que liberar Piauí e Pará e para uma pequena área da Bahia.
dois milhões e cem mil litros de água por segundo. Os efeitos da estiagem começaram a ser discu-
Atualmente, devido à seca, somente um milhão e tidos pela Companhia Energética do São Fran-
trezentos mil litros estão chegando à barragem de cisco, governo da Bahia e populações dos
Sobradinho. A previsão de chuvas no norte de municípios de Juazeiro, Casa Nova, Sento Sé,
Minas Gerais é para novembro e, até lá, a Compa- Remanso e Pilão Arcado, cujas principais ati-
nhia Energética do São Francisco calcula que o vidades econômicas estão ameaçadas.
nível do lago terá baixado cerca de sete metros.

(Jornal O Globo , 19/8/84)

Com base no texto acima, diga o que ameaça o fornecimento de energia Mãos à obra
elétrica no Nordeste.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A que usina hidrelétrica o texto se refere? Onde ela se localiza? Que regiões
ela abastece?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Se houver um corte de energia elétrica em sua cidade, que aparelhos de sua


residência deixariam de funcionar?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
MãosA àU obra
L A A falta de energia elétrica não interfere apenas no funcionamento dos
aparelhos elétricos residenciais. Procure fazer um levantamento do que

40 deixa de funcionar em seu trabalho, nas escolas, no comércio, no transporte


e na agricultura quando há falta de energia elétrica.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação Acender e apagar uma lâmpada é algo muito comum hoje em dia. Chuveiros,
nova liquidificadores e televisores também são ligados e desligados por milhares de
pessoas em todo o mundo, todos os dias.
Mas quase nunca paramos para pensar em como a energia elétrica, necessária
para o funcionamento desses aparelhos, foi produzida.
Quando ligamos um aparelho elétrico, estamos fechando um circuito elétri-
co muito maior do que aquele constituído pelos fios de nossa casa. Isso porque
a fiação residencial está ligada à rede de distribuição de energia elétrica que
começa nas usinas.
A energia elétrica produzida nas usinas é utilizada não só nas residências,
mas abastece também as indústrias, hospitais, escolas, fazendas e assim por
diante.
Existem vários tipos de usinas que produzem energia elétrica. No caso do
Brasil, as mais importantes são as usinas hidrelétricas.
A figura a seguir ilustra o esquema de uma rede de distribuição elétrica. As
setas indicam o longo caminho da produção até o consumo da energia elétrica.
Vamos acompanhar esse caminho.
usina

hospitais,
escolas...

subestação

residência
fábrica

Das usinas geradoras, a energia elétrica é conduzida por fios grossos, os


cabos de alta tensão, até uma instalação chamada subestação rebaixadora de
tensão. Essa subestação pode estar em uma cidade ou na zona rural.
Da subestação a energia elétrica é conduzida a equipamentos denominados
transformadores de tensão, como os que existem em alguns postes de rua. Dos
transformadores ela é conduzida a uma residência, por exemplo, pelos postes.
Se você seguir os fios que chegam à sua residência pelos postes da rua, verá
que esses fios passam inicialmente pelo relógio medidor de consumo de energia
elétrica (o relógio de luz). Daí se dirigem à caixa de luz, onde se encontra a chave
geral, e seguem para o forro da residência.
Os fios se distribuem a partir do forro, formando a instalação elétrica
residencial. Suas extremidades terminam nas tomadas e interruptores.
É por isso que podemos afirmar que, quando ligamos um aparelho elétrico
em nossa residência, esse aparelho passa a fazer parte de um enorme circuito,
constituído por milhares de quilômetros de fio e que inclui a usina hidrelétrica.
5. Se você não sabe, procure descobrir onde fica o relógio medidor de energia A U L A
elétrica de sua casa.

6. Observe os fios que chegam à sua casa pelos postes da rua. Procure seguir o 40
caminho dos fios até a entrada deles no forro da casa.

Na aula anterior aprendemos que a energia não pode ser criada nem
A voz do
destruída. A produção de energia elétrica nas usinas não foge à regra. Como
veremos, esse tipo de energia é obtido a partir de outra forma de energia. Vejamos professor
como isto acontece.
Você sabe que todos os objetos são atraídos pela Terra e que, por isso, caem
quando são abandonados a certa altura do solo. O mesmo acontece com os
líquidos, como você observa quando abre uma torneira.
Sob o jato de água que sai da torneira, se você colocar uma roda de cartolina
com uma série de pás (algo semelhante a um cata-vento, como ilustra a figura),
a energia de movimento da água caindo é capaz de movimentar a roda.

As usinas hidrelétricas funcionam de modo muito parecido. Em todas as


usinas desse tipo existe uma represa que armazena água em grande quantidade.
Uma represa assim sempre fica situada em local bem alto, para permitir um
grande desnível para a água cair. Da represa saem canos grossos, que conduzem
a água em queda até uma construção chamada casa de força.
Na casa de força existem várias rodas, que funcionam de modo semelhante
à roda de cartolina. A diferença é que são feitas de aço, cuidadosamente
construídas e pesam várias toneladas.
Essas rodas são chamadas turbinas. Estão ligadas aos eixos dos geradores
de eletricidade, que são máquinas destinadas a produzir energia elétrica.
Em termos de transformações de energia, o que ocorre nas hidrelétricas pode
ser resumido da seguinte forma: em primeiro lugar, temos uma represa situada
em um local bastante elevado em relação ao solo. Lá, uma enorme massa de água
está represada, ou seja, parada, mas pode cair.
Dizemos então que a água, enquanto está parada na represa, possui energia
potencial. Quando os técnicos da usina permitem que a água desça pelas grossas
tubulações, a energia potencial é transformada, durante a queda, em energia de
movimento.
Temos então a primeira transformação de energia na usina hidrelétrica: a
energia potencial transforma-se em energia de movimento.
Quando chega ao final das tubulações, a água bate nas turbinas e as faz girar,
pois está transferindo seu movimento a elas. Como as turbinas estão ligadas ao
eixo dos geradores, a energia de movimento das turbinas é então transformada
em energia elétrica.
A U L A Temos aí a segunda transformação de energia que ocorre nas hidrelétricas.
Observe que a função da água termina quando ela faz girar as turbinas, o que

40 coloca os geradores em funcionamento.


A figura a seguir ilustra o esquema de uma usina hidrelétrica.

Não é à toa que, no Brasil, as principais usinas


geradoras de eletricidade sejam as hidrelé-
tricas. Nosso país possui muitos re-
cursos hídricos, isto é, muitos rios
e muitos desníveis acentuados
ao longo do curso de boa parte
desses rios.
Contudo, muitos outros pa-
íses não têm os mesmos recursos
hídricos que temos aqui. Nesses
locais (e até mesmo em algumas
regiões do Brasil), a energia elé-
trica é produzida pela usinas
termelétricas. O esquema a se-
guir ilustra o funcionamento de
uma usina termelétrica.

eletricidade

‡gua vapor
caldeira

caldeira

esquema de funcionamento de turbina gerador


uma usina termelétrica calor

Nessas usinas, quem faz girar as turbinas não é a água, mas sim o vapor
obtido pelo aquecimento de água no interior de caldeiras, onde ela ferve à alta
pressão.
É algo muito parecido com uma panela de pressão. Se você colocar um
cata-vento no vapor que sai de uma panela de pressão, ele também vai girar. Nas
usinas termelétricas, o vapor a alta pressão é conduzido por tubulações até as
turbinas, fazendo-as girar. Daí em diante, ocorre o mesmo processo das hidrelé-
tricas.
Nas usinas termelétricas, o funcionamento das caldeiras (e, portanto, o
aquecimento da água) é garantido pela queima de carvão ou óleo diesel,
por exemplo.
Desse modo, podemos dizer que, nas usinas termelétricas, a energia
produzida pela queima de combustíveis se transforma em energia de
movimento do vapor, que faz girar as turbinas. A energia de movimento das
turbinas, por sua vez, é transformada em energia elétrica pelos geradores.
As usinas nucleares também são termelétricas. Só que, para o aquecimento
da água, elas utilizam outros tipos de combustível: o urânio, por exemplo. Esse
elemento químico é capaz de produzir, a partir de reações nucleares, grande
quantidade de calor. Esse calor pode ser aproveitado para aquecer a água
contida nas caldeiras.
Portanto, nas usinas nucleares é a energia nuclear que se transforma em A U L A
energia de movimento do vapor. Esta, por sua vez, se transforma em energia
elétrica. A ilustração a seguir representa esquematicamente o funcionamento de
uma usina nuclear. 40
eletricidade

vapor
‡gua caldeira

caldeira
esquema de funcionamento
turbina gerador
de uma usina nuclear
reator

No final da década de 60, alegando escassez de petróleo e de carvão e fazendo


previsões de esgotamento dos recursos hídricos, o governo brasileiro adotou um
programa nuclear para a geração de energia elétrica.
Em 1969, o Brasil entrou na era nuclear com a construção da usina Angra I,
na cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Construir usinas para gerar energia elétrica é, sem dúvida, uma necessidade
para o desenvolvimento de qualquer nação.
O Brasil, por exemplo, não tem atualmente energia elétrica suficiente para
abastecer todas as regiões o ano todo. É por isso que durante o verão, em muitos
Estados, o governo adota o “horário de verão” como forma de economizar
energia elétrica.
Contudo, também é fundamental levar em conta os impactos ecológicos que
esses empreendimentos podem causar. Uma usina hidrelétrica do tamanho de
Itaipu, no rio Paraná, por exemplo, não traz apenas problemas de ordem
financeira, por seu alto custo de construção e manutenção.
Os desastres ecológicos provocados pela construção de usinas são inúmeros:
alagamentos de florestas, áreas agrícolas, cidades, e imensos represamentos que
dificultam os processos de irrigação e navegação perto das usinas.
O impacto de construção das usinas termelétricas é menor que o das
hidrelétricas. Mas as termelétricas ocasionam graves problemas de poluição do
ar, devido à queima de combustíveis.
O principal problema das usinas nucleares é o risco de acidentes muito
graves, que podem provocar contaminação radiativa em grandes áreas próximas
às usinas. Além disso, o lixo produzido por esse tipo de usina é formado por
substâncias radiativas e nocivas aos seres vivos.
O destino do lixo radiativo, portanto, também é um grave problema.

· Quando ligamos um aparelho elétrico em nossa residência, esse aparelho Resumo


passa a fazer parte de um enorme circuito que inclui a usina hidrelétrica.
· Em todas as usinas (hidrelétricas, termelétricas e nucleares), a energia
elétrica é gerada a partir de uma outra forma de energia, ou seja: em todas as
situações há transformação de um ou mais tipos de energia em energia
elétrica.
· Nas usinas hidrelétricas, a energia potencial da água represada se transforma
em energia de movimento da água durante a queda. Essa energia de
movimento da água, depois de transferida às turbinas, se transforma, nos
geradores, em energia elétrica.
A U L A · Nas usinas termelétricas, a energia produzida pela queima de combustíveis
(calor) se transforma em energia de movimento do vapor d’água. Esta,

40 depois de transferida às turbinas, se transforma, nos geradores, em energia


elétrica.

· Nas usinas nucleares, a energia produzida pelas reações nucleares (calor)


se transforma em energia de movimento do vapor d’água. Tal energia,
depois de transferida às turbinas, se transforma, nos geradores, em energia
elétrica.

· A construção de usinas, sejam hidrelétricas, termelétricas ou nucleares, não


é um processo simples, pois envolve desde questões econômicas até proble-
mas ecológicos e sociais.

Exercício 1
Faça um desenho representando os principais elementos de uma usina
Exercícios hidrelétrica.

Exercício 2
Por que as represas das usinas hidrelétricas ficam situadas em locais bastante
altos?

Exercício 3
Em termos de transformação de energia, qual a principal diferença entre as
usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares?

Exercício 4
Leia o texto a seguir, extraído de uma notícia de jornal, e destaque os impactos
ambientais a que ele se refere.

impacto de usinas é imprevisível

S
etenta e seis novas usinas hidre- da retirada de uma floresta e, com isso, o
létricas das Centrais Elétricas do país perdeu milhões de dólares em ma-
Norte do Brasil S.A. (Eletronorte) deiras nobres, além de terem sido arrasa-
vão inundar na Amazônia perto de 80 mil dos 6.500 quilômetros quadrados de ri-
quilômetros quadrados de florestas, área quezas naturais. Um lago e um rio tam-
equivalente ao Estado de Santa Catarina. (...) bém foram seriamente poluídos pela flo-
A experiência de outras hidrelétricas já resta apodrecida.
construídas na região - Tucuruí e Desastres como esse obrigaram os ban-
Balbina - demonstrou a incapacidade da cos internacionais a suspender os finan-
Eletronorte em tratar das questões de ciamentos do setor energético, devido a
meio ambiente. A barragem de Tucuruí pressões de entidades ambientalistas
foi fechada para a formação do lago antes mundiais (...)
(Jornal O Estado de S.Paulo , 25/10/88)
AUU
A L AL A

41
41
Fontes alternativas
de energia

L eia com atenção o texto a seguir: Atenção


As reservas de energia como o petróleo e o gás natural vão acabar. Só resta
saber quando. As previsões variam: uns falam em 40 anos; há quem chegue aos
60. De qualquer modo, a previsão é que em algum momento do século 21 o mundo
se encontrará sem gás natural e petróleo.
A importância dos combustíveis fósseis no mundo de hoje é fantástica. Por
isso, se essa previsão se confirmar, as conseqüências econômicas e políticas
serão, sem dúvida, terríveis para todo o mundo. Estima-se que, de toda a energia
atualmente consumida pela humanidade, cerca de 80% provenham de combus-
tíveis como o petróleo, o carvão mineral e o gás natural.
Contudo, o contínuo uso dos combustíveis fósseis também representa uma
grave ameaça à atmosfera e ao ambiente. A queima desses combustíveis pelos
automóveis e pelas indústrias lança no ar grandes quantidades de gases poluentes.
Uma outra conseqüência dessa queima é a grande produção de gás carbônico, que
pode elevar a temperatura do planeta e afetar o clima do mundo de tal forma que
regiões inteiras da Terra podem se transformar em desertos.
Assim, seja pela previsão de um esgotamento das reservas de combustíveis
fósseis, seja pela poluição do ambiente causada por sua queima, a necessidade de
desenvolver novas alternativas de energia é vital.

A que combustíveis o texto se refere? Para que século o texto prevê o Mãos à obra
esgotamento desses combustíveis?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Segundo o texto, quais são os problemas ambientais causados pela queima
de combustíveis fósseis?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
O que o texto propõe para solucionar os problemas relacionados ao uso de
combustíveis como petróleo, carvão mineral e gás natural?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Informação
A U L A A formação do petróleo e do carvão mineral, combustíveis muito utilizados
nova nos transportes e nas indústrias, é um processo que levou cerca de 600 milhões

41 de anos para ocorrer.


Esse processo teve início com o soterramento de florestas e de grandes lagos,
com todos os seus animais e plantas, por muitas toneladas de terra e rochas.
Como resultado desse longo processo, formaram-se os chamados combus-
tíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral.
Esses combustíveis se originaram de um processo que ocorreu em condições
muito particulares, num certo período da história de nosso planeta.
Como essas condições dificilmente voltarão a se repetir, dizemos que tais
combustíveis são fontes de energia não-renováveis, já que, algum dia, podem
acabar.

Mãos à obra A tabela a seguir apresenta o consumo mundial de combustíveis em anos


diferentes. A primeira coluna informa a quantidade de combustíveis fósseis
consumidos nos anos de 1973, 1979 e 1984. A segunda coluna informa a
quantidade total de combustíveis (fósseis e não-fósseis) nos mesmos anos.

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS CONSUMO TOTAL DE COMBUSTÍVEIS

1973 5,6 bilhões de toneladas 5,9 bilhões de toneladas


1979 6,3 bilhões de toneladas 6,9 bilhões de toneladas
1984 6,4 bilhões de toneladas 7,2 bilhões de toneladas

De acordo com a tabela, você diria que o consumo total de combustível no


mundo aumentou ou diminuiu entre os anos de 1973 a 1984? Para responder,
consulte a segunda coluna da tabela.
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Ainda de acordo com a tabela, o que aconteceu com o consumo de combus-


tíveis fósseis entre 1973 e 1984? Aumentou ou diminuiu? Para responder,
consulte a primeira coluna.
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Informação A queima de combustíveis fósseis para obtenção de energia vem ocorrendo


nova há 200 anos, aproximadamente. Com a invenção da máquina a vapor para
movimentar trens e as primeiras fábricas, o carvão mineral começou a ser
utilizado em grande escala.
Mais tarde, há cerca de 100 anos, entraram em cena os derivados de petróleo,
como gasolina, óleo diesel e gás. Esses últimos passaram então a ser utilizados
nos transportes e nas atividades industriais.
A utilização desses combustíveis vem crescendo cada vez mais. Em dez
anos, de 1970 a 1980, o mundo consumiu uma quantidade de petróleo igual à que
consumiu nos 70 anos anteriores.
Esse consumo continua a aumentar, não só por causa do crescimento da A U L A
população mundial, mas também devido à crescente mecanização introduzida
em vários setores de nossa sociedade.
Os dois fatores apontados acima, somados às previsões de esgotamento das 41
reservas de combustíveis fósseis e à deterioração do meio ambiente, fizeram com
que se pensasse em outras formas de energia menos prejudiciais ao ambiente e
ao mesmo tempo renováveis, isto é, que não se esgotem.
As fontes de energia mais utilizadas atualmente, como petróleo, carvão
mineral e grandes hidrelétricas, são chamadas de fontes convencionais
de energia.
Fontes alternativas são outras formas de aproveitamento dos recursos
energéticos naturais.

Entre as fontes alternativas de energia propostas atualmente, há algumas


que, na realidade, são bastante antigas. É o caso do uso dos ventos
A voz do
(energia eólica) e de pequenas quedas d’água, e o uso direto de energia solar. professor
Não é de hoje que o vento vem sendo utilizado como fonte de energia.
Exemplos disso são o moinho de vento (semelhante a um catavento) e os barcos
a vela, ilustrados na figura abaixo.
Os moinhos, em geral, são utili-
zados para movimentar bombas
d’água. Os barcos a vela eliminam o
trabalho humano de remar. No Cea-
rá, por exemplo, a jangada a vela
constitui um eficiente meio de trans-
porte há séculos.
O calor do Sol, por sua vez, sem-
pre foi utilizado nas atividades do-
mésticas - secagem de roupa e pre-
paração de carne-de-sol, por exem-
plo - e em indústrias mais primiti-
vas, como a da secagem do sal da
água do mar nas salinas.
Hoje em dia, a energia do Sol é cada vez mais aproveitada para o aquecimen-
to de água, tanto em instalações domésticas como comerciais. Isso tem sido
possível com o uso dos aquecedores solares. Veja a figura abaixo.

aquecedores
solares sobre o
telhado de uma
residência

Os aquecedores solares são constituídos basicamente por uma caixa de


madeira de poucos centímetros de altura, pintada de negro por dentro (para
absorver o máximo possível de radiação solar) e cobertas com um vidro.
No interior da caixa é colocada uma serpentina de metal, por onde circula a
água. Várias caixas desse tipo são colocadas lado a lado no telhado das casas e
orientadas no sentido de máxima exposição aos raios solares.
A U L A Esses equipamentos, mesmo em países frios, podem ser bastante úteis para
a economia de energia elétrica ou de gás.

41 No Brasil, localizado numa região tropical e com insolação muito mais


intensa e durante o ano todo, a economia pode ser bem maior. Isso é particular-
mente verdadeiro no caso do Nordeste.

Uma outra fonte alternativa de energia, bastante estudada e utilizada ainda


hoje no Brasil, é o álcool como substituto da gasolina nos automóveis.
O álcool é um produto da destilação da cana-de-açúcar fermentada. Seu uso
é um exemplo da substituição de uma fonte de energia não-renovável, que é o
petróleo, por uma renovável, o álcool.
O álcool pode ser produzido continuamente a partir de novas plantações de
cana-de-açúcar.

O lixo e os esgotos das cidades, assim como os resíduos orgânicos das


atividades agrícolas, podem ser transformados em gases combustíveis como o
metano, por exemplo.
Para isso, é preciso armazenar e fermentar lixo ou resíduos orgânicos em
tanques fechados, os chamados biodigestores. Uma das principais vantagens
desse processo é a possibilidade de reaproveitamento dos detritos no próprio
local onde foram produzidos, o que barateia o custo da produção.
O gás metano pode ser utilizado para o aquecimento de fogões ou como
combustível para movimentação de veículos. No Brasil já existem inúmeros
automóveis, caminhões e ônibus movidos com esse gás.

Existem ainda outras fontes de energia renováveis que estão sendo


pesquisadas. É o caso do aproveitamento da energia das marés dos oceanos, por
exemplo. Mas esses e outros estudos são ainda recentes, e sua viabilização não
é simples.

O uso de fontes de energia não-renováveis (ou mesmo renováveis) é uma


decisão que envolve riscos e benefícios. A produção do álcool por meio do
cultivo da cana-de-açúcar, por exemplo, diminuiu, por um lado, a importação
de petróleo. Por outro lado, a monocultura da cana-de-açúcar pode trazer
conseqüências ambientais sérias, como, por exemplo, o esgotamento do solo e
a diminuição de áreas cultiváveis para outros alimentos.
As grandes hidrelétricas, por sua vez, mesmo sendo fonte de energia
renovável, exigem o alagamento de grandes áreas e o deslocamento de pessoas
ou mesmo cidades. Isso compromete o equilíbrio ecológico de toda uma região.
No mundo inteiro há um intenso debate em torno da construção de usinas
nucleares. Essas usinas, que parecem necessárias em alguns países, para outros
países são muito caras e perigosas.
Enfim, a exploração de qualquer fonte de energia implica custos financeiros,
sociais e ambientais. Qualquer decisão a ser tomada sobre energia afeta todos os
cidadãos.

O Brasil, como qualquer país, deve procurar respeitar suas características e


não copiar, de outros países, fórmulas que podem colocar em risco o meio
ambiente e trazer custos financeiros muito elevados para toda a sociedade.
· Os combustíveis fósseis, como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral, Resumo
A U L A
originaram-se de um processo de 600 milhões de anos.

41
· As condições em que ocorreu a formação dos combustíveis fósseis dificil-
mente se repetirá. Por isso eles são considerados fontes não-renováveis de
energia, isto é, acredita-se que algum dia eles vão acabar.

· A queima de combustíveis fósseis traz sérios problemas de poluição


ambiental.

· Fontes alternativas de energia são outras formas de aproveitamento dos


recursos energéticos naturais. Uma das principais características dessas
fontes é que elas são renováveis, ou seja, não se esgotam. São exemplos disso
a energia dos ventos, o álcool e a energia solar.

· A exploração de fontes de energia, renováveis ou não, requer um planeja-


mento cuidadoso, que leve em conta fatores regionais, sociais, ambientais e
econômicos.

Exercício 1
Por que existe a possibilidade de o petróleo se esgotar?
Exercícios

Exercício 2
Qual a diferença entre fontes renováveis e não-renováveis de energia? Dê
exemplos.

Exercício 3
Cite um dos problemas relacionados à exploração do álcool como fonte
alternativa de energia.

Exercício 4
O debate sobre os problemas energéticos mundiais é bastante atual e
divulgado com freqüência pela imprensa. Procure recortar algumas notícias
sobre o assunto e discuti-las com seus amigos.
A UA UL L AA

42
42 Domesticação de
plantas e animais:
o segredo do homem

Atenção - Olha o milho, olha o milho! Espigas de milho quentinhas, salgadinhas!


Olha o milho...
Dona Isabela estava quase comprando uma. Parecia uma boa idéia para
segurar a fome até a hora do almoço.
- Bom, acho que “uminha” só não vai atrapalhar o meu regime - pensou.
Decidida a comer uma espiga pequena, foi até o carrinho do vendedor e
tentou escolher uma. Mas no carrinho só havia espigas bem grandes, bem
amarelinhas e de aparência muito apetitosa.
Depois de muito procurar, ela afinal encontrou uma espiga menor. Mas esta
não parecia lá muito gostosa, pois era esbranquiçada e tinha grãos muito
pequenos, que pareciam duros.
Dona Isabela não teve dúvidas: esqueceu o regime e foi logo pedindo uma
espiga daquelas bem grandes e gostosas.
- Afinal, sair só uma vez do regime não vai fazer diferença... - pensou ela.

Mãos à obra Se fosse você que estivesse comprando milho em uma feira, qual das duas
espigas levaria?
..................................................................................................................................

A grande maioria das pessoas compraria uma espiga como a que dona
Isabela escolheu. Isso porque a espiga é maior, possui maior quantidade de grãos
e estes são maiores do que os da outra espiga.
Assim, quem se alimentasse dessa espiga estaria ingerindo mais nutrientes
do que a pessoa que comesse a outra.

Por que é importante ingerir uma boa quantidade de nutrientes?


............................................................................................................................... ...

Você aprendeu, em aulas anteriores, que os nutrientes presentes nos alimen-


tos é que nos fornecem a energia necessária para a realização de todas as nossas
atividades - desde ler esta aula até jogar uma partida de futebol.
Uma das maiores preocupações da espécie humana, desde o seu apareci-
mento, tem sido a alimentação.
Há dezenas de milhares de anos, os grupos humanos mudavam o local dos Informação
A U L A
acampamentos em que viviam com muita freqüência, sempre em busca de nova
alimento.
Naquela época, as pessoas se alimentavam principalmente de vegetais 42
(folhas, frutos e raízes) que precisavam coletar e de algumas espécies de animais
que caçavam.
Há mais ou menos dez mil anos, porém, as pessoas descobriram que
poderiam ter o alimento, animal ou vegetal, bem na porta de casa. Começou
então o desenvolvimento da agricultura, da pecuária e a domesticação dos
vegetais e animais.

Domesticando as plantas

Para fazer uma plantação, usamos, na maioria das vezes, as sementes dos
vegetais, e não outras partes da planta.

Você saberia explicar por quê? Mãos à obra


............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

É isso mesmo! Como já estudamos em nosso curso, as sementes são aquelas


estruturas que, ao germinar, dão início ao desenvolvimento de uma nova planta
parecida com aquela que originou a própria semente.
Então, se quisermos fazer plantações, ou seja, obter certas quantidades de
uma determinada planta, precisamos semear o solo com as sementes dos
vegetais que queremos obter.
Fazendo essa observação é que os nossos ancestrais descobriram como
cultivar suas próprias plantas.
Inicialmente, eles comiam os frutos e jogavam os restos nas regiões próximas
aos locais em que viviam. Verificaram assim que, após um período de tempo,
vários vegetais, semelhantes àqueles dos quais jogavam os restos, cresciam e
davam folhas, raízes e frutos.
Essas folhas, raízes e frutos eram então colhidos e utilizados na alimentação
do grupo.
Mas a história não acabou por aí. Veja o que nossos ancestrais descobriram.

“Melhorando” os alimentos

Vamos recordar as duas espigas de milho do início da aula.

espiga 1

espiga 2
A U L A Quais são as diferenças entre as duas?
............................................................................................................................... ...

42 ............................................................................................................................... ...

Como você explica que possam existir duas espigas tão diferentes, sendo que
as duas são da mesma espécie vegetal, o milho?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Como você já sabe, as diferenças entre as duas espigas podem ser explicadas
pelas mutações. Tal como foi dito na Aula 27, o processo de reprodução pode
gerar indivíduos com características novas, isto é, que não estavam presentes em
seus pais. Isso faz com que aumente a variedade dentro de uma espécie.
Assim, a espiga 1 pertence a uma das variedades do milho, ao passo que a
espiga 2 é de outra variedade.

Informação Na realidade, o milho que conhecemos hoje e que compramos na feira ou no


nova supermercado é bem diferente do milho cultivado pelos primeiros agricultores.
Naquela época, a maioria das espigas era parecida com a espiga 1: pequena e com
os grãos pequenos e duros.
O que se passou com o milho desde aquela época até a nossa, para que hoje
tenhamos um alimento bem mais nutritivo?
Durante o desenvolvimento da agricultura e da pecuária, o homem não se
limitou a manter próximos de si os animais e plantas que utilizava para se
alimentar. Aprendeu também a selecionar, entre as variedades existentes, aque-
las que apresentavam características adequadas e vantajosas para o consumo
humano.
Afinal, se podemos produzir alimentos melhores e mais nutritivos, por que
não fazê-lo?
Para entender como os agricultores e pecuaristas fizeram isso, vamos
começar resolvendo alguns exercícios. Para responder corretamente às questões
abaixo, recorde o que foi tratado na Aula 26, especialmente nos itens Flores e
frutos e Animais e órgãos reprodutivos.

Mãos à obra Os termos abaixo estão todos embaralhados. Ordene-os para que a frase
fique correta.

dão origem às flores que possuem as sementes aos frutos


............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

O que é preciso acontecer para que surja um novo ser vivo?


............................................................................................................................... ...

Como você já sabe, é necessário que se unam estruturas dos dois sexos,
masculino e feminino, para que se origine um novo ser vivo. Isso vale tanto para
animais como para vegetais.
O órgão reprodutor masculino de uma planta produz o pólen. O pólen Informação
A U L A
possui pequenas estruturas masculinas que, ao entrar no órgão reprodutor nova
feminino, se encontram com o óvulo, estrutura produzida pelo sexo feminino.
Essa união dará origem a uma semente. 42
Posteriormente, a semente se desenvolverá, transformando-se numa nova
planta que será parecida com os pais, ou seja, semelhante à planta que doou o
pólen e à planta que doou o óvulo.
Com os animais ocorre algo semelhante. É necessário que se encontrem as
estruturas sexuais masculinas, conhecidas como espermatozóides, e as femini-
nas, os óvulos.
Dessa união se formarão os filhos dos animais, que também se parecerão
com os dois pais: aquele que doou o espermatozóide e aquele que o recebeu. Veja
as figuras abaixo:

▲ ESQUEMA DE REPRODUÇÃO ANIMAL

espermatozóide
óvulo

novo
indivíduo união do
espermatozóide
com o óvulo

embrião em
desenvolvimento

ESQUEMA DE REPRODUÇÃO VEGETAL


fruto com a A germinação


semente dessa semente dará
origem a um novo
indivíduo
pólen sendo
produzido e
liberado
pólen entrando no
órgão reprodutor semente
pólen se unindo
feminino ao óvulo

Observando que os filhos são parecidos com os pais e escolhendo os


melhores “casais” que poderiam se reproduzir, os agricultores e pecuaristas
conseguiram melhorar a qualidade e a quantidade dos vegetais e animais que
produziam.
A UdoL A Escolhendo as características animais e vegetais que seriam mais úteis ao
A voz homem - por exemplo, o número de ovos que põe uma galinha, a maciez da carne

42
professor de um boi ou de uma vaca, a resistência das frutas contra insetos, a quantidade
de suco produzida por uma laranja -, os agricultores e pecuaristas conseguiram
produzir alimentos melhores para consumo.
Para conseguir esse efeito, sabendo que os filhos são parecidos com os pais,
agricultores e pecuaristas passaram a controlar a reprodução de animais e
vegetais, isto é, só permitem que se reproduzam os animais e vegetais que
possuem características mais atraentes para o consumo humano.
Assim, espera-se que os filhos desses animais e vegetais também possuam
tais características.
Veja só o exemplo dos bois. Pecuaristas fizeram o cruzamento de uma
variedade de boi conhecida como southern, que produzia bastante carne mas era
muito atacada por carrapatos, com uma outra variedade, conhecida como zebu.
O zebu, apesar de não produzir muita carne, era muito resistente aos carrapatos.
Deste cruzamento resultaram diversos tipos de bezerros: alguns produziam
bastante carne, mas eram muito atacados pelos carrapatos; outros eram resisten-
tes aos carrapatos, mas produziam pouca carne; outros produziam pouca carne
e eram atacados pelos carrapatos; outros, ainda, produziam bastante carne e
eram resistentes aos carrapatos.
De todos esses tipos, somente os últimos, que produziam bastante carne e
eram resistentes aos carrapatos, foram utilizados para a reprodução nos currais.
Foi realizada, assim, uma seleção daqueles animais que apresentavam as
características mais úteis ao homem.
Depois de várias gerações em que só foram cruzados os tipos selecionados,
surgiu uma nova raça de bois, a Santa Gertrudes. Essa raça, além de produzir
bastante carne, é bem resistente aos carrapatos.
Santa Gertrudes Southern

Zebu

Esse processo de “melhoria” das espécies animais e vegetais foi amplamente


utilizado. Quase todos os alimentos que atualmente fazem parte da nossa dieta
passaram por processos semelhantes.
Por exemplo: uma refeição muito comum na mesa brasileira - arroz, feijão,
batata, couve e bife, acompanhada por um bom copo de cerveja - é composta
somente por alimentos “melhorados” pelo homem.
· Observando que das sementes se originam novos vegetais, os homens Resumo
A U L A
passaram a cultivar as plantas que os interessavam.

· Na reprodução dos seres vivos, sejam plantas ou animais, uma estrutura 42


masculina se encontra com uma feminina para dar origem a um novo
ser vivo.

· Os filhos possuem características semelhantes aos pais.

· A variação dentro de uma espécie de seres vivos é aumentada quando


nascem indivíduos com características novas, isto é, características que seus
pais não tinham.

· Sabendo que os descendentes em geral possuem as características dos pais,


os primeiros agricultores e pecuaristas começaram a escolher as variedades
de maior valor alimentício.

· Somente a essas variedades foi permitida a reprodução; assim, as espécies


animais e vegetais úteis ao homem foram sendo modificadas, o que aumen-
tou sua qualidade e produtividade.

Exercício 1
O que foi necessário saber para que ocorresse o desenvolvimento da
agricultura? Exercícios

Exercício 2
Imagine que séculos atrás existiam uma variedade de milho com espigas
grandes e grãos duros e outra variedade com espigas pequenas e grãos
macios. A partir do que você aprendeu na aula, sugira um procedimento de
“melhoramento” para produzir um tipo de milho com espigas grandes e
grãos macios.

Exercício 3
Um prato cada vez mais presente nas mesas brasileiras durante a ceia de
natal é o chester. O chester é um tipo de frango que possui as coxas e o peito
muito maiores do que um frango comum.

Esse tipo de animal é fruto do processo de “melhoramento” pelo qual


vários vegetais e animais passam quando são cultivados ou criados pelo
homem.

O chester foi tão alterado que as características que fazem com que ele seja
apreciado numa refeição (a coxa e o peito suculentos) impedem que ele
consiga andar corretamente. Por isso, ele depende totalmente do homem
para sobreviver. Você acha isso certo?

Discuta com seus colegas e elabore uma opinião sobre essa utilização do
processo de “melhoramento” dos animais e plantas.
A UA UL L AA

43
43
Pequenas criaturas
invadem a indústria

Atenção H
oje é mais uma daquelas manhãs em que
dona Maria Helena liga o seu radinho e fica atenta às “Dicas da Cozinha”:
- Bom dia, minhas amigas. No programa de hoje nós vamos dar uma dica
para você que ainda é iniciante na arte de cozinhar. Todas as iniciantes, muito
atentas. Então, vamos lá!
Várias receitas de bolos, tortas e pães pedem que a gente use fermento para
a massa crescer. Mas quanto tempo a gente deve deixar a massa descansando
para que cresça bastante?
Muitas vezes misturamos o fermento à massa e nos esquecemos dela. Às
vezes a massa cresce demais, às vezes cresce de menos.
Mas não se preocupe com isso, minha amiga iniciante na cozinha. Para saber
se a massa já descansou ou não o tempo suficiente depois que colocamos o
fermento, existe uma dica muito conhecida por várias donas de casa mais
experientes.
A dica é a seguinte: pegue um pedacinho da massa que irá descansar, enrole-
a na forma de uma bolinha e coloque-a em um copo com água.
Logo que você faz isso, a massinha irá afundar. Mas, depois de um tempinho,
sem que ninguém mexa em nada, você verá que a massinha vai subir.
Quando isso acontece, é sinal de que a massa já está boa e descansou
bastante. Então você pode assá-la e, com certeza, sua receita será um
sucesso!

Mãos à obra O que acontece com a bolinha de massa com fermento logo que a colocamos
na água?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O que acontece com a bolinha de massa com fermento depois de algum


tempo na água?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
O fermento é muito utilizado na cozinha, pois faz as massas crescerem. E Informação
A U L A
você sabe como ele faz isso? Você sabe por que a massinha no copo de água flutua nova
depois de certo tempo?
Para responder a essas perguntas, precisamos de uma informação nova: o 43
fermento promove a liberação de gás na massa. Isso quer dizer que, se você ficar
observando a massinha com fermento dentro da água, verá que dela saem
algumas bolinhas de gás.
Assim, quanto mais tempo a massa fica descansando com fermento, mais
gás é liberado! Com o tempo, a massa começa a estufar por causa do gás e,
portanto, a “crescer”.
Quando a massa está em um copo com água, é lógico que ela acabará
flutuando, como uma dessas bóias de ar que usamos nas piscinas, quando estiver
com bastante gás.

Se você se lembra da aula anterior, deve recordar que o homem vem


selecionando espécies de animais e plantas há muitos séculos. Os agricultores e A voz do
pecuaristas, por exemplo, selecionam porcos mais gordos, vacas que dão mais professor
leite, galinhas que crescem mais rápido e têm a carne mais macia, plantas que dão
frutos maiores e mais atraentes, e assim por diante. Tudo isso a fim de melhorar
a qualidade e a quantidade na produção de alimentos.
No entanto, apesar desse contínuo aperfeiçoamento na produção dos mais
variados alimentos, alguns deles (como a cerveja, os bolos e os pães) são feitos
seguindo-se basicamente a mesma receita há muitos séculos.
Os ingredientes básicos de que precisamos para fazer pães e bolos são a água,
a farinha e o fermento. Para fazer a cerveja são utilizados suco de cevada e
também fermento.
Portanto, apesar da variação de alguns ingredientes nas receitas de pães,
bolos e cervejas, nelas existe algo em comum: a utilização do fermento.
Existem dois tipos de fermento: o químico e o biológico. A diferença básica
entre eles é que no químico não existem seres vivos, enquanto que no biológico
existem microrganismos.
Os fermentos biológicos são exemplos de seres vivos microscópicos cha-
mados leveduras, que são usados há séculos pelo homem na fabricação de
alimentos.
Quando uma massa com fermento biológico está “descansando”, as leve-
duras estão em plena atividade. Elas estão se alimentando, crescendo, se
reproduzindo e, evidentemente, liberando o gás que faz a massa estufar.

leveduras vistas ao microscópio


MãosA àU obra
L A Que tal fazer uma experiência para descobrir se fatores como a temperatura
podem influir na fermentação dos microrganismos?

43 Para fazer essa experiência, vamos utilizar aquela massinha com fermento
biológico que foi apresentada no programa “Dicas da Cozinha”.
Primeiro, pegue três copos com água. Dentro de cada um, coloque uma
massinha com fermento.
Deixe cada um dos copos em locais com diferentes temperaturas. Sugestão:
num dos copos, coloque água bem quente (para fazer isso, você pode ferver a
água no fogão e depois jogar a massinha dentro da água quente). Um outro copo
pode ser deixado à temperatura ambiente e, finalmente, o terceiro copo pode ser
colocado na geladeira.
Observe e anote quanto tempo as bolinhas de massa com fermento demoram
para começar a flutuar. O que você observou?

figura 1 figura 2 figura 3

A voz do Quando fazemos essa experiência, observamos que a massinha que estava
professor à temperatura ambiente demora só alguns minutos para começar a flutuar. A
massinha que estava na geladeira demora mais para flutuar e aquela que ficou
na água fervente não chega a flutuar, mesmo se depois de algum tempo a
temperatura da água esfria.
Você consegue explicar por que acontecem essas coisas? Por que a massinha
que estava em um local frio demora muito para flutuar? Por que a massinha que
estava em um local muito quente (a água fervente) jamais flutua?
Para explicar esses resultados, é preciso considerar um fato que acabamos de
aprender: na massinha com fermento biológico existem seres vivos.
Já que o fermento que você utilizou continha microrganismos vivos, é de se
esperar que estes, em temperatura baixa, façam tudo mais lentamente. Ou seja:
eles se alimentam, se reproduzem e realizam fermentação bem lentamente.
Se tudo isso é mais lento em temperaturas mais baixas, é claro que a
quantidade de gás liberado no processo de fermentação em um dado tempo
também deva ser menor. Assim, demora bastante para que a massinha fique
cheia de gás e flutue.
Já na água fervente, devido à temperatura alta, o que promovemos é a morte
dos microrganismos. Uma vez que estão mortos, os microrganismos na massinha
não vão crescer, se reproduzir ou fermentar.
Em outras palavras: se matamos os microrganismos da massinha, não
haverá fermentação. Conseqüentemente, não será liberado o gás que faria a
massinha flutuar.
Os microrganismos na indústria A U L A

Na indústria, o homem se utiliza da criação de microrganismos para produzir


alimentos e bebidas (a cerveja, o vinho, os iogurtes, os queijos e outros) e também 43
para produzir certas substâncias que são fabricadas naturalmente somente por
certos microrganismos (alguns antibióticos e substâncias químicas).
Essa utilização em escala industrial exige a criação de muitos microrganis-
mos de uma vez. Para fazer isso são utilizados “tanques” de criação, cheios de
um caldo no qual os microrganismos estão mergulhados.
Esses tanques são chamados de biorreatores ou biodigestores.
Pela experiência que fizemos nesta aula, já dá para imaginar que nos
biodigestores, certas condições, como a temperatura, devem ser bem controladas.
Além disso, para evitar que falte alimento para os microrganismos, o caldo
em que eles são criados deve sempre ser suprido com nutrientes novos. Assim,
nos biodigestores existe um local onde são periodicamente colocados os nutri-
entes para os microrganismos. Para que esses nutrientes se espalhem bem por
todo o caldo de cultivo, existe um eixo que roda e agita o caldo constantemente.
Como nos biodigestores são cultivados somente os microrganismos que se
deseja e não outros, é preciso trabalhar sempre em condições estéreis, isto é, livre
de micróbios vivos, para evitar a contaminação do caldo de cultura. Para isso, é
preciso manter instrumentos, tanque e caldo nutritivo esterilizados.

ESQUEMA DE UM BIODIGESTOR

Na Aula 35 você estudou que o processo de respiração é fundamental para Informação


os seres vivos. Ou seja, a energia necessária para que os seres vivos cresçam e se nova
reproduzam é fruto da reação da glicose com o oxigênio, que ocorre durante a
respiração. Você também aprendeu que a respiração, além de energia, produz
um gás: o gás carbônico.
Resumidamente, podemos descrever o processo de respiração da seguinte
forma:
glicose + oxigênio ® energia + gás carbônico
A U L A A partir disso, poderia parecer óbvio dizer que todos os seres vivos depen-
dem do oxigênio e do alimento para viver. No entanto, não é isso o que ocorre.

43 Existem seres vivos que aproveitam o oxigênio mas não morrem na sua
ausência. Esses seres vivos, portanto, dependem do alimento, mas podem viver
em locais sem oxigênio.
Exemplos de seres vivos que podem viver sem oxigênio são as leveduras,
que nós estamos estudando nesta aula.
Esses microrganismos são capazes de fazer algo que os humanos não fazem:
transformam o alimento em energia mesmo na ausência do oxigênio. O processo
que esses microrganismos realizam e que permite que eles vivam sem oxigênio
chama-se fermentação.
A fermentação realizada pelas leveduras produz energia e gás carbônico, e
também produz álcool. O processo de fermentação que origina o álcool pode ser
resumidamente descrito da seguinte forma:

glicose ® energia + gás carbônico + álcool

Mãos à obra Antes de seguir em frente, dê uma paradinha e tente responder às questões
abaixo:

Comparando os processos de respiração e fermentação, indique:


a) quais são as semelhanças entre os processos de respiração e fermentação;
b) quais são as diferenças entre os processos de respiração e fermentação.

Associe os itens na coluna à esquerda com o processo de respiração ou


fermentação.
não utiliza oxigênio RESPIRAÇÃO
utiliza oxigênio FERMENTAÇÃO
álcool
realizado pelas leveduras
realizado pela maioria dos seres vivos

É comum ouvirmos dizer que os alimentos estragados estão fermentando,


A voz do
ou que existem bebidas alcoólicas fermentadas. O nome fermento também não
professor deve ser estranho a ninguém. Nesta aula você conheceu melhor o processo de
fermentação e os microrganismos que o realizam.
Fermento é, na realidade, uma palavra muito comum e que, pelo que você viu
nessa aula, serve para designar os microrganismos que realizam a fermentação.
Já a palavra fermentação, assim como a palavra respiração, são utilizadas
para designar processos realizados pelos seres vivos.
Por meio de processos como a respiração e a fermentação, os seres vivos
conseguem transformar os alimentos, obtendo assim energia para viver.
Apesar desse ponto em comum, a respiração e a fermentação têm suas
diferenças: o oxigênio, gás indispensável à respiração, não é necessário para a
realização de fermentação.
Além disso, a fermentação produz uma substância que não é produzida pela
respiração: o álcool.
Como nós, humanos, não realizamos fermentação, precisamos utilizar A U L A
microrganismos como as leveduras para fazê-lo para nós.
É dessa forma que, há muitos séculos, o homem produz bebidas alcoólicas
(como a cerveja e o vinho) e outros alimentos. Do mesmo modo são produzidos 43
industrialmente o álcool, que entre outras coisas serve de combustível para os
automóveis, e algumas substâncias utilizadas na indústria farmacêutica (como
alguns antibióticos).
Com microrganismos especiais que, além de produzir o gás carbônico,
produzem o gás metano, pode-se produzir o biogás, substância que atualmente
serve de combustível para os ônibus de algumas cidades.
Esterco, restos vegetais e animais também podem ser utilizados em grandes
fermentadores, os biodigestores, a fim de produzir biogás e fertilizante.
Como você pode ver, o homem utiliza microrganismos não só em sua
alimentação, mas também na fabricação de outras substâncias usadas no seu dia-
a-dia. É assim que esses pequenos seres vivos invadem a nossa indústria.

· As leveduras são os microrganismos que existem no fermento biológico. Resumo


· A fermentação é um processo realizado por seres vivos.

· Fatores como a temperatura influem no processo de fermentação.

· Grandes quantidades de microrganismos podem ser criadas nos


biodigestores.

· Alguns seres vivos não realizam a respiração: eles obtêm energia para viver
por meio do processo de fermentação.

· Para fazer a fermentação não é necessário oxigênio.

· O álcool é produzido no processo de fermentação.

· O homem se utiliza de microrganismos para produzir industrialmente


certas substâncias, como o biogás e o álcool.

Exercício 1
Qual é a importância da fermentação para a indústria de alimentos?
Exercícios
Exercício 2
O vinho é uma bebida alcoólica, mas o suco de uva utilizado na sua
fabricação não é! Pensando nisso, responda: de onde vem o álcool existente
no vinho?

Exercício 3
Por incrível que pareça, existem seres vivos que podem viver sem oxigênio!
Você sabe explicar como esses seres vivos conseguem obter energia para
viver?
A UA UL L AA

44
44
Conservando alimentos

Atenção A
lberto estava preocupado com a falta de luz na
lanchonete. Estranhamente, Clóvis - o dono da banca de jornais em frente - nada
sabia sobre o horário em que ela poderia voltar.
Na geladeira da lanchonete estavam guardados os filés de peixe do almoço do dia
seguinte e as frutas para suco. Alberto estava com medo de que tudo aquilo se
estragasse.
Foi quando apareceu o professor Lineu, chegando de mais um dia de trabalho na
escola do bairro. Alberto se sentiu aliviado.
- Lineu, me diz uma coisa. Existia geladeira naquelas caravelas do tempo do
Cabral?
- É claro que não, Alberto! Se não existia energia elétrica, como é que podia
existir geladeira?
- Mas a comida dos marinheiros não estragava, certo? O que eles comiam?
Peixe pescado na hora, todo dia?
- Não, Alberto. A pesca só rendia perto da costa, em águas rasas, na saída e na
entrada dos portos. As caravelas levavam estoques de biscoitos, doces, carne seca e
peixe salgado.
- E frutas? Eles não levavam frutas, Lineu?
- Custou um pouco, mas eles aprenderam que tinham de levar frutas também, para
evitar doenças. Mas por que você está me perguntando isso? Você vai viajar pelo mar?
- Não... É que eu estou com o mesmo problema dos marinheiros. Não tem luz,
e eu preciso evitar que os meus peixes e minhas frutas se estraguem!

Após ler o texto, responda:


Exercício 1
Exercícios Quais eram os principais alimentos dos marinheiros nas longas viagens das
caravelas do tempo de Cabral?
..................................................................................................................................
Exercício 2
Por que as caravelas não precisavam de geladeira?
..................................................................................................................................
Exercício 3
Por que Alberto estava interessado na alimentação do tempo das caravelas?
..................................................................................................................................
Nesta aula você vai analisar diversas formas de conservação dos alimentos. Informação
A U L A
Observe o experimento que relatamos a seguir. nova
Em cinco frascos, colocamos água, um pedacinho de goiaba e um pouco de
fermento. Em seguida, colocamos açúcar nos mesmos frascos, em diferentes 44
quantidades:

Os frascos foram tampados, e espetamos uma seringa vazia em cada um


deles. O experimento montado ficou assim:

Os frascos foram mantidos a 36 ºC durante 24 horas. Depois disso, foram


observados novamente. O resultado foi o seguinte:
A U L A Observe o experimento e responda:

44
Exercícios
Exercício 4
Em qual dos frascos a produção de gás foi maior?
..................................................................................................................................
Exercício 5
Em um dos frascos, a produção de gás foi tão baixa que não chegou sequer
a mover o êmbolo da seringa. Qual?
..................................................................................................................................

A voz do Na aula passada você viu que a deterioração dos alimentos acontece devido
professor à ação de microrganismos, que são capazes de realizar uma série de reações
químicas, como a fermentação. Agora, acabou de observar um experimento que
mostra a influência da quantidade de açúcar sobre os microrganismos.
Você viu que muito açúcar não “ajuda” os microrganismos. Na realidade, ele
chega mesmo a inibir o desenvolvimento deles.
Se a experiência fosse repetida, mas com um pedaço de peixe e sal, notaría-
mos o mesmo resultado: no peixe salgado os microrganismos não se desenvol-
vem bem.

Informação Um estudante realizou uma experiência, seguindo a receita abaixo:


nova
Pegue um abacate maduro e amasse-o bem.
Separe a mistura em três vasilhas.
Na primeira, você não vai colocar nada.
Na segunda, você vai acrescentar meio
copo de água oxigenada e misturar bem.
Na terceira, você vai colocar meio copo de vitamina C, dessas
efervescentes que se compram na farmácia.
Deixe as três vasilhas fora da geladeira por seis horas.
Observe o aspecto do abacate.

Em seguida, o estudante fez um relatório para seu professor. Aqui estão as


principais partes:

Peguei um abacate e o amassei bem...


As três vasilhas eram iguais,
e o abacate parecia igual nas três.

tigela 1 tigela 2 tigela 3


A U L A
Mas, depois de algum tempo, apareceram
grandes diferenças...
44
O abacate da primeira vasilha escureceu
um pouco. Mas foi só superficialmente.
Mexendo com a colher, dava para ver
que a parte de baixo não estava marrom.

O abacate da segunda vasilha ficou marrom.

E não era só a parte de cima! No meio e no


fundo também estava muito marrom.
O abacate da terceira vasilha estava perfeito.
Ele não ficou nem um pouco marrom,
nem na superfície.

tigela 1 tigela 2 tigela 3

Existem diferentes formas de conservar os alimentos. Você já viu que a A voz do


diminuição da temperatura é uma delas, mas existem outras. Exemplos disso são professor
a adição de muito sal ou açúcar.
Como você viu, os microrganismos responsáveis pela decomposição dos
alimentos não se desenvolvem muito bem em locais com alta concentração de sal
ou de açúcar. É por essa razão que peixe seco e salgado não estraga com facilidade.
O mesmo pode ser dito de doces como bananada e goiabada, cuja preparação
requer muito açúcar.
Além da ação dos microorganismos, os alimentos podem ter seu gosto ou
aparência modificados pela ação do oxigênio, presente no ar atmosférico. Caso
você deixe manteiga fora da geladeira por alguns dias, ela ficará rançosa, com um
gosto estranho. Ela sofreu a ação do oxigênio.
Para evitar isso, existem algumas alternativas. Evitar o contato dos alimentos
com o ar é uma delas. A outra é adicionar substâncias que retardem a ação do
oxigênio. Uma das propriedades da vitamina C é justamente essa.
Ela e outras substâncias com a mesma propriedade estão presentes no suco
de limão. É por isso que colocamos limão no creme de abacate e em frutas picadas,
como maçã, por exemplo.
As substâncias químicas empregadas na modificação e conservação dos
alimentos são chamadas de aditivos alimentares. Alguns aditivos podem fazer
mal ao nosso organismo.
A U L A Os aditivos alimentares se dividem em nove grupos principais:

44
os acidulantes dão sabor azedo ao alimento;
os antioxidantes (como a vitamina C) protegem contra a ação do oxigênio
atmosférico;
os aromatizantes ou flavorizantes dão sabores naturais ou artificiais;
os conservantes dificultam a ação dos microrganismos;
os corantes modificam a aparência do produto;
os espessantes modificam a consistência do produto;
os estabilizantes dificultam a modificação do produto;
os edulcorantes dão sabor doce;
os umectantes dão aspecto úmido ao produto;

Pesquise, no rótulo dos produtos industrializados que você consome, a


presença desses aditivos. E tome muito cuidado para não se intoxicar!

Resumo · A ação dos microrganismos nos alimentos pode ser evidenciada pela produ-
ção de gás.

· Os alimentos podem ser conservados de várias formas; essas formas visam


impedir a ação dos microrganismos.

· A adição de grande quantidade de sal ou de açúcar nos alimentos dificulta


a ação dos microrganismos.

· Algumas substâncias, chamadas aditivos alimentares, podem ajudar na


conservação dos alimentos.

· A vitamina C ajuda a preservar certos alimentos da ação do oxigênio - uma


prova disso pôde ser vista no abacate batido que conservou seu aspecto fora
da geladeira.

· Os aditivos alimentares podem fazer muito mal à saúde.


Exercício 6 A U L A
Maria foi ao supermercado e notou que algumas latas de alimento estavam
estufadas. Ela deve comprá-las? Explique.
44
Exercícios

Exercício 7
A fiscalização sanitária do município examinou dez amostras de alimento,
medindo a quantidade de gás produzido por elas em duas horas. Concluiu
que três estavam estragadas. Os resultados estão indicados abaixo.

Identifique as três amostras e justifique sua resposta.

Exercício 8
“Para evitar que a manteiga fique rançosa, Dona Benta a deixa coberta com
água”.

Compare esse procedimento com a experiência do abacate.


A UA UL L AA

45
45
A cozinha

Atenção A
figura a seguir ilustra uma cozinha em que
aparecem alguns utensílios conhecidos de todos nós.

fôrma de metal
vasilha de vidro
refratário

cumbuca de barro

Mãos à obra Entre os utensílios representados na figura está uma panela comum. Você
sabe dizer por que os cabos das panelas são, em geral, feitos de madeira ou
de plástico?
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Para servir os alimentos utilizamos travessas de alumínio, vidro ou barro. As


feijoadas, por exemplo, geralmente são servidas em travessas ou vasilhas de
barro. Você sabe por quê?
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Você já notou como são grossas as paredes e portas das geladeiras? Existe
alguma razão para isso?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
As panelas, tão importantes no preparo dos alimentos, são feitas em geral de Informação
A U L A
alumínio, cobre ou ferro, ou seja, de algum tipo de metal. E isso não é por acaso. nova
Esses materiais têm a propriedade de facilitar o aquecimento dos alimentos
quando a panela é colocada sobre a chama do fogão. 45
Quando servimos uma refeição quente numa travessa de alumínio, o ali-
mento esfria rapidamente. Isso indica que o alumínio facilita o resfriamento. O
mesmo aconteceria se a travessa fosse feita de ferro ou cobre.
Ou seja: podemos dizer que esses metais podem ser utilizados para facilitar
tanto o aquecimento como o resfriamento.
Para manter o alimento aquecido por mais tempo, sabemos, por experiência
própria, que ele deve ser servido em travessa de louça ou barro. Ou seja: a louça
e o barro, ao contrário dos metais, dificultam o resfriamento dos alimentos.
Existem outros materiais que apresentam o mesmo comportamento do
barro: é o caso do plástico e da madeira, que constituem os cabos das panelas e
evitam que queimemos as mãos enquanto cozinhamos.
Plástico, madeira, louça e barro, portanto, são exemplos de materiais que
têm a propriedade de dificultar o aquecimento ou o resfriamento.
As geladeiras, por sua vez, são aparelhos cujo interior é sempre mais frio que
o ambiente, fazendo com que os alimentos demorem mais para estragar.
Para se manter mais fria que o ambiente, a geladeira deve ser bem vedada.
Quando esquecemos a porta da geladeira aberta ou entreaberta, o gelo ao redor
do congelador começa a derreter, pois a temperatura interna aumenta.
Para garantir a vedação, as portas e paredes das geladeiras são grossas e
preenchidas com material que ajudam a manter o interior mais frio que o
ambiente. Esse material é, em geral, lã de vidro.
As paredes dos fornos dos fogões em geral também são vedadas com lã de
vidro - só que, nesse caso, para que os fornos se mantenham aquecidos.
Desse modo, podemos dizer que a lã de vidro, assim como a madeira e o
plástico, tem a propriedade de dificultar tanto o aquecimento como o resfriamento.

Por que o forno do fogão e a geladeira precisam ser bem vedados? Mãos à obra
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Como você viu, existem materiais que facilitam o aquecimento ou o


resfriamento, enquanto outros dificultam esses processos. Divida os mate-
riais citados acima segundo essas propriedades.
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...

Vimos que, entre os vários tipos de materiais que constituem os utensílios


e aparelhos de nossa cozinha (e não somente da cozinha), existem alguns que A voz do
facilitam o aquecimento ou o resfriamento. Esses são os bons condutores professor
de calor.
Outros materiais, que dificultam o aquecimento ou o resfriamento, são
chamados de maus condutores de calor.
Dizemos então que os metais, como o alumínio e o ferro, por exemplo, são
bons condutores de calor. Já o barro e a madeira são maus condutores de calor.
A U L A Por ser um bom condutor de calor, o alumínio é utilizado na fabricação das
panelas: quando estas são colocadas sobre a chama, conduzem o calor facilmente

45 até os alimentos. Pelo mesmo motivo, os alimentos servidos em travessas de


alumínio esfriam rapidamente, já que o material conduz calor com facilidade
para o ambiente.
Os pratos são feitos geralmente de cerâmica ou louça. Por serem maus
condutores de calor, eles dificultam o resfriamento dos alimentos, isto é, condu-
zem mal o calor para o ambiente.
Em todas as situações discutidas até aqui, estivemos tratando da transferên-
cia de calor entre objetos. Quando dizemos que o alimento quente esfria mais
rapidamente quando servido numa travessa de alumínio, estamos querendo
dizer que há transferência de calor entre o alimento e o ambiente. Essa
transferência é facilitada pelo alumínio.
Se a travessa em questão fosse de barro, o esfriamento seria dificultado, pois
o barro funciona como isolante térmico e dificulta a transferência de calor entre
o alimento e o ambiente.
Nos dois casos, e também no caso da panela sobre a chama do fogão, dizemos
que a transferência de calor ocorreu por condução, pois há contato entre os objetos.
Vejamos agora uma situação diferente. Dentro da geladeira, por exemplo,
os alimentos não estão todos diretamente em contato com o congelador.
Mesmo assim, depois de um certo tempo no interior da geladeira, eles esfriam.
Como isso ocorre?
O congelador, que é a parte mais fria da geladeira, sempre fica na parte
superior do aparelho. Com isso, o ar que está mais próximo do congelador e em
contato com ele torna-se mais frio que o restante do ar que preenche o interior da
geladeira.
Por estar mais fria, aquela porção de ar torna-se mais densa, e isso a faz descer.
À medida que esse ar mais frio desce, o ar menos frio sobe para ocupar seu lugar.
Quando desce, esse ar mais frio entra em contato com os alimentos, que estão
mais aquecidos que ele. Como existe diferença entre as temperaturas, ocorre
transferência de calor por condução: os alimentos esfriam e o ar fica mais quente.
Assim, quando esse ar chega à parte inferior da geladeira, já está mais
aquecido e menos denso do que a porção de ar que subiu e está em contato com
o congelador.
O ar que agora já está mais quente volta, então, a subir. Isso completa o ciclo.
A figura a seguir ilustra a situação.

Representação das correntes de convecção no interior de uma geladeira


Podemos dizer que dentro da geladeira se formam correntes de ar ascenden- A U L A
tes e descendentes, que recebem o nome de correntes de convecção.
É graças a essas correntes que todo o interior da geladeira se torna mais frio,
sem necessidade de que tudo esteja em contato com o congelador. 45
O processo que acabamos de descrever é uma outra forma de transferência
de calor entre objetos, chamada convecção.
Para permitir a circulação das correntes de ar na geladeira, as prateleiras
precisam ser vazadas. Ou seja: não podem ser forradas e nem estar carregadas
em excesso, a ponto de dificultar a passagem do ar.
Num dia de sol muito intenso, podemos sentir o quanto o Sol aquece a Terra
e a nós mesmos.
Essa transferência de calor entre o Sol e a Terra ocorre por meio de um outro
processo que denominamos irradiação. A característica principal desse proces-
so é que ele acontece sem a presença de um meio material entre os objetos que
trocam calor.
Uma vez que entre o Sol e a nossa atmosfera existe um grande espaço vazio
(vácuo), a transferência de calor não pode ter ocorrido por condução ou
convecção, pois esses dois processos, para ocorrer, necessitam de um meio
material, como o ar, por exemplo.
A transferência de calor que ocorre quando aproximamos nossa mão da
chama de uma vela, ou mesmo de um ferro elétrico ligado, se dá principalmente
por irradiação, embora os processos de condução e convecção também estejam
ocorrendo simultaneamente, pois existe ar entre esses objetos.
Os processos de condução, convecção e irradiação estão presentes, de modo
geral, nas situações em que ocorre transferência de calor, embora um possa ser
predominante sobre os outros.

· Os bons condutores de calor são aqueles materiais que facilitam as transfe- Resumo
rências de calor entre os objetos. Exemplos: latão, ferro e cobre.

· Maus condutores de calor são aqueles materiais que dificultam as transfe-


rências de calor entre os objetos. Exemplos: lã, isopor e barro.

· As transferências ou trocas de calor entre os objetos podem ocorrer por


condução, convecção ou irradiação.

· As transferências de calor por condução e por convecção necessitam de um


meio material para ocorrer; as transferências por irradiação, não.

· As correntes de convecção formam-se porque o ar em contato com o


congelador fica mais frio e, portanto, mais denso. Isso o faz descer. Na
descida, há transferência de calor entre os alimentos que estão mais aqueci-
dos e o ar que está mais frio;

· Quando esse ar que estava mais frio chega à parte inferior da geladeira, já
está mais quente. Portanto, está menos denso e volta a subir, completando
o ciclo de funcionamento da geladeira.
A U L A Exercício 1
Muita gente, para enfeitar o interior da geladeira, coloca sobre suas

45
Exercícios prateleiras toalhinhas coloridas de plástico. Explique por que não se deve
fazer isso.

Exercício 2
Quando fazemos churrasco, muitas vezes colocamos a cerveja para gelar
dentro de tambores, ou mesmo dentro do tanque de lavar roupa. Para que
a cerveja gele mais rapidamente, colocamos barras de gelo sobre as cervejas.
Explique por que isso funciona melhor do que se as barras de gelo fossem
colocadas debaixo das cervejas.

Exercício 3
Faça uma lista com materiais que são bons condutores de calor e outra com
aqueles que podem ser considerados maus condutores de calor.

Exercício 4
Por que usamos cobertores quando sentimos frio?

Exercício 5
Quais são as três formas de transferência de calor?
AUU
A L AL A

46
46
O automóvel

L
eia com atenção o diálogo abaixo, entre a
dona de um automóvel e um mecânico:
Atenção

- Nossa, que fumaça!! O que será que aconteceu com o carro? A água do
radiador está fervendo! Será que é grave?
- Olha, eu acho que seu motor fundiu. Não podia ser pior.
- Mas por que será que isso aconteceu?
- Por acaso você não se esqueceu de colocar água no radiador?
- Chiiiii... Será? Ontem eu vi que tinha pouca água nele. Só que deixei para
colocar hoje, antes de sair. Mas, com a pressa...
- Você sabe, né? O motor sempre fica muito quente. Tem de queimar
gasolina para mover o carro. Sem água para refrigerar, ou com pouca água, ele
fica tão quente que funde mesmo.
- E agora, o que eu vou fazer?
- Bom, para sair daqui com o carro, só chamando um guincho!
MãosA àU obra
L A Por que estava saindo tanta fumaça do motor do carro?
............................................................................................................................... ...

46 ............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
Segundo o mecânico, o que é preciso para o carro se movimentar?
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
Por que o motor do carro fundiu?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Para que serve a água que fica no radiador do carro?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação Para funcionar, os motores da maioria dos carros precisam queimar combus-
nova tíveis, como gasolina ou álcool. Nesses motores, uma mistura de combustível e
ar é levada para dentro de um cilindro.
No interior do cilindro, uma faísca elétrica provoca a queima (combustão) da
mistura de ar e combustível.
É por isto que esse tipo de motor recebe o nome de motor a explosão. A
combustão da gasolina ou do álcool no motor produz grande quantidade de
calor. E é a partir da produção desse calor que os carros podem se movimentar.
Ocorre que o calor não produz apenas movimento. Ele também aquece o
motor. O aquecimento é tão intenso que pode derreter suas peças. Por isso, os
materiais que constituem as peças e a estrutura do motor devem ser resistentes
a altas temperaturas.
Conclusão: esses materiais devem ser bons condutores de calor, para facili-
tar a transferência de calor entre as peças que vão sendo aquecidas e o ambiente.
Hoje em dia, a maioria dos motores a combustão é refrigerada a água. Ela fica
armazenada no radiador, um reservatório que faz parte do sistema de refrige-
ração do motor.
É por meio do sistema de refrigeração que a água (ou o ar, no caso do Fusca)
circula pelo motor, resfriando-o.
Quando a quantidade de água no radiador é muito pequena, ou quando, por
algum problema, o sistema de refrigeração não consegue resfriar o motor, pode
acontecer um superaquecimento. Nesse caso, a água ferve e o motor pode fundir.

Mãos à obra O que acontece com o calor produzido pela queima do combustível no motor
a explosão?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Por que os motores dos carros são chamados de motores a explosão?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
O que pode acontecer se o radiador de um carro furar? Explique.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Nos motores a explosão, movidos a álcool ou a gasolina, o combustível é A U L A
queimado rapidamente, num cilindro fechado, por uma série de faíscas. Essa
A voz do
queima rápida (explosão) produz gases quentes que se expandem e empurram
um pistão. 46
professor

Como essas explosões acontecem repetidamente, o pistão fica fazendo um


movimento de vaivém. Esse movimento do pistão é então transferido às rodas,
na forma de movimento de rotação, por meio da biela. A biela faz a conexão
entre o pistão e o chamado eixo de manivela.
A figura a seguir é uma representação simplificada das partes principais de
um motor a combustão. Nela podemos identificar o cilindro, o pistão, a biela e
também o eixo de manivelas.
válvulas que permitem a entrada da mistura de
ar e combustível e a saída dos gases
resultantes da explosão


Representação
simplificada das
principais partes de um
motor a combustão

Os motores dos carros possuem vários pistões associados de forma adequa-


da para que mais movimento seja transferido para as rodas.
É a partir da queima de um combustível (portanto, da liberação de calor) que
os motores a explosão produzem movimento.
A energia armazenada no combustível é transformada, pela queima, em
calor. O calor, por sua vez, se transforma em energia de movimento. Por isso,
podemos dizer que o calor produz movimento.
A U L A Mas nem todo o calor obtido pela queima do combustível é aproveitado na
produção de movimento nos motores a explosão. Comparando a quantidade

46 de energia de movimento que o motor é capaz de transformar e a quantidade


de energia armazenada no combustível, veremos que esse tipo de motor não é
tão eficiente.
Do total de energia fornecida pelo combustível na forma de calor, cerca de
75% não são aproveitados como movimento.
A maior parte desse calor é transferida para o ambiente devido não só à
refrigeração do motor, mas também porque os gases resultantes da queima do
combustível saem pelo escapamento bastante aquecidos.
Isso significa que, de toda a energia fornecida pelo combustível, só 25% são
aproveitados pelo motor em forma de movimento! Em outras palavras, o
rendimento dos motores a explosão é bastante baixo.

Resumo · Os motores a explosão, como os dos carros, funcionam a partir da queima de


um combustível, como gasolina ou álcool.

· Como o motor se aquece muito durante seu funcionamento, suas peças e sua
estrutura devem ser boas condutoras de calor.

· O motor deve possuir um bom sistema de refrigeração, a água ou o ar, para


facilitar ainda mais as transferências de calor para o ambiente.

· Nos motores a explosão, o calor é aproveitado para realizar trabalho, isto é,


produzir movimento.

· Nos motores a explosão, a energia armazenada no combustível é transfor-


mada, pela queima, em calor.

· A maior parte desse calor vai para o ambiente, por meio do sistema de
refrigeração; o restante (cerca de 25%) se transforma em energia de movi-
mento.

Exercício 1
Como funciona um motor a explosão?
Exercícios

Exercício 2
Por que as peças e a estrutura de um motor precisam ser boas condutoras de
calor?

Exercício 3
Qual a função do sistema de refrigeração dos motores?

Exercício 4
Que tipo de transformação de energia ocorrida no motor permite que ele
realize movimento?

Exercício 5
No motor, todo o calor liberado na queima do combustível é aproveitado
para produzir movimento? Explique.
AUU
A L AL A

47
47
Boa viagem com o
cinto de segurança

O número de automóveis, ônibus e cami-


nhões em circulação no país é cada vez maior. Nas cidades grandes e
Atenção
médias, além do trânsito cada vez mais difícil, o número de acidentes
também cresce.
Por esse motivo, o uso do cinto de segurança já é obrigatório em algumas
cidades brasileiras. Nesta aula você vai estudar por que o uso do cinto é tão
importante.

Leia a seguir um trecho de notícia publicada em um dos principais jornais de


São Paulo:

alanço feito pela Companhia de sito de São Paulo, por dia, era em
B Engenharia de Tráfego da cida- média 14,3. Já em janeiro e feverei-
de de São Paulo, sobre os primeiros ro, após a vigência da lei, esse núme-
seis meses da lei que determina o ro caiu para 10,5.
uso obrigatório do cinto de seguran- Um exemplo de que o cinto pode
ça, mostra redução no número de salvar a vida ocorreu no último dia 7.
mortos e feridos graves. Em outu- O auxiliar de escritório Humberto
bro, último mês sem a obrigato- Gonçalves Moura, de 22 anos, esca-
riedade do cinto, a média diária de pou da morte por estar usando o
mortos era de quase 3 pessoas. Em equipamento. Ele dirigia um Santana
novembro, a média caiu para 2,4 no viaduto Antártica quando bateu
pessoas. A expectativa dos técnicos num poste. O carro se partiu ao meio.
é de que o número de mortes dimi- Humberto saiu ileso do acidente.
nua ainda mais. Já Edward Carlos Costa, de 17, que
A mesma redução foi verificada no o acompanhava, ficou ferido. Ele
número de feridos graves: de janeiro usava também o cinto, mas, com o
a outubro, antes da lei, o número de impacto, o equipamento arrebentou
pessoas feridas gravemente no trân- e ele foi jogado para fora do carro.
(Jornal O Estado de S.Paulo, 16/05/95)
MãosA àU obra
L A Após a leitura da notícia acima, responda:

47
Na sua cidade, o uso de cinto do segurança é obrigatório?
............................................................................................................................... ...
............................................................................................................................... ...
Você usa cinto de segurança quando anda em algum veículo?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Você acredita que o seu uso é realmente necessário? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A notícia acima modificou sua opinião sobre a necessidade de uso do cinto
de segurança? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação Quando um veículo entra em movimento, leva junto tudo o que está dentro
nova dele: bancos, pessoas, pacotes, crianças, e assim por diante.
Isso significa que, quando um automóvel está andando a 100 quilômetros
por hora, as pessoas sentadas nos seus bancos também estão “andando” com
igual velocidade.
Se, durante o percurso, o motorista precisa dar uma freada rápida, a ação dos
freios segura a carcaça do automóvel e tudo o que está preso a ela, como o motor,
os faróis e os bancos.
Ocorre que, se as pessoas estiverem soltas dentro do carro, elas não vão
sofrer a ação dos freios e continuam a se movimentar com a velocidade que o
automóvel tinha anteriormente. Em conseqüência, acabam se chocando com as
partes internas do automóvel.
Por isso o uso do cinto de segurança é tão importante. Com ele, as pessoas
ficam amarradas ao banco, que está fixado à carcaça do automóvel. Quando o
freio diminui a velocidade da carcaça do automóvel, tudo o que está fixado nela
também tem sua velocidade diminuída.

Mãos à obra Quem anda de ônibus sabe como é difícil manter o equilíbrio quando o
motorista freia bruscamente. Nesses casos, quando não conseguimos nos
segurar, para onde nosso corpo é lançado?
..................................................................................................................................

Situação semelhante ocorre quando o motorista dá uma arrancada brusca,


depois de parar no ponto ou mesmo num semáforo (também chamado de
farol ou sinaleira, dependendo da região). Nesses casos, para onde o nosso
corpo é lançado?
..................................................................................................................................
Longe de ser um enfeite, o encosto de cabeça é também uma peça importante Informação
A U L A
entre os dispositivos de segurança dos veículos. nova
Pense num automóvel que não possui esse encosto. Numa colisão traseira,
o corpo é lançado para a frente, pois está sustentado pelo banco e o banco está 47
preso à carcaça do automóvel. O pescoço e a cabeça, entretanto, ficam acima do
banco. Com isso, não são empurrados para frente e tendem a ficar onde
estavam.
O resultado é que a cabeça faz um giro muito rápido para trás, o que põe em
risco a vida da pessoa.
Se um carro parado for atingido na traseira por um veículo a apenas 28
quilômetros por hora, a cabeça do passageiro, na ausência do encosto, pode girar
para trás fazendo um ângulo de até 120 graus. Com o encosto, esse ângulo não
passa de 30 graus.

a) Movimento
da cabeça com
encosto b) Movimento
da cabeça sem
encosto

Outro aspecto bastante importante da segurança dos passageiros diz respei-


to aos freios. Quanto mais pesado e mais veloz o veículo, mais fácil é para o
motorista perder o controle. Isso ocorre porque a dificuldade de parar, nesse
caso, é crescente.
Um automóvel a 80 quilômetros por hora é muito mais fácil de parar do que
um caminhão carregado que esteja à mesma velocidade.
Essa diferença se deve ao fato de que o automóvel é mais leve que o caminhão
carregado, ou seja: por ter massa maior, o caminhão apresenta maior dificuldade
de ser freado. A mesma dificuldade acontece na hora de fazer uma curva.

A tabela a seguir ilustra diferentes meios de transporte. Copie na coluna 2 Mãos à obra
o nome de cada um deles, em ordem crescente de massa. Copie na coluna
3 o nome de cada um deles, em ordem crescente de dificuldade de fazê-los
parar, supondo que sua velocidade seja a mesma.

MEIOS DE TRANSPORTE ORDEM CRESCENTE ORDEM CRESCENTE DE


DE MASSA DIFICULDADE DE
SEREM PARADOS
caminhão carregado
bicicleta
automóvel pequeno
moto
A UdoL A Sabemos que veículos mais leves são mais fáceis de parar que os veículos
A voz pesados. Esse fato revela uma propriedade dos corpos que foi enunciada há mais

47
professor de trezentos anos pelo físico inglês Isaac Newton.
Segundo Newton, quanto maior a massa dos objetos, maior a dificuldade
apresentada por eles para alterar a sua velocidade. Por isso, a massa passou a ser
entendida como a medida da inércia dos corpos: quanto maior a massa, maior
a sua inércia.
Assim, explica-se por que é mais fácil frear um automóvel que um cami-
nhão: a inércia do caminhão é maior que a do carro. Pela mesma razão se pode
explicar por que o automóvel ganha velocidade mais rápido que o caminhão
quando eles dão a largada num semáforo.

Por ser mais leve, o


automóvel ganha maior
velocidade que o caminhão

Para interromper o movimento de um veículo, é necessária a ação do freio


que age sobre a carcaça. Quando ocorre essa ação, tudo o que estiver solto dentro
do carro, por inércia, continua em movimento.
Por isso o cinto de segurança é necessário: ele permite que a ação do freio seja
transmitida ao corpo dos passageiros. Assim, eles param junto com a carcaça do
automóvel, em vez de bater nela.
O mesmo se pode dizer da necessidade de nos manter seguros nas ferragens
dos ônibus quando viajamos de pé. Na partida, devido à inércia, o corpo tende a
ficar no lugar; na freada, pelo mesmo motivo, tende a continuar em movimento.
Já nas curvas a tendência é os corpos saírem pelo lado, a menos que estejam
presos à carcaça. Novamente, é a manifestação de sua inércia: eles só realizarão
a curva se forem "forçados" a fazê-lo.
A inércia também pode ser descrita como a tendência dos objetos de manter
a velocidade em que se encontram: se estão parados, tendem a continuar
parados; se entraram em movimento, tenderão a se manter em movimento de
trajetória reta. Para mudar esse estado, isto é, aumentar ou reduzir sua velocida-
de ou fazer uma curva, só fazendo agir uma força sobre eles. É isso o que, na
Física, chamamos de lei da inércia.
· Quanto maior for a massa de um veículo, maior a dificuldade de fazê-lo Resumo
A U L A
parar numa freada.

· O mesmo se pode dizer quando é necessário fazer uma curva. 47


· A dificuldade de alterar a velocidade de um veículo revela uma propriedade
dos objetos chamada de inércia.

· A massa representa a medida de sua inércia; é por isso que um automóvel


pára mais facilmente que um ônibus ou caminhão.

· Quando um veículo é freado, sua velocidade diminui. Na partida, sua


velocidade é aumentada. Para que isso aconteça, é necessária a aplicação de
uma força. Assim se manifesta a chamada lei da inércia: os corpos só alteram
seu estado de movimento se forem "obrigados" a fazê-lo

Exercício 1
Sempre que ocorre uma alteração na velocidade dos objetos, a inércia deles
se manifesta de alguma forma. Analise as situações descritas abaixo e Exercícios
escreva o que acontece com o seu corpo quando:

situação 1: o ônibus dá uma freada brusca


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

situação 2: o carro dá uma arrancada


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

situação 3: o carro vira para a direita em grande velocidade


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

situação 4: o ônibus vira para a esquerda em grande velocidade


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A UA UL L AA

48
48
Pneus em bom estado e
distância entre veículos

Atenção A
notícia abaixo fala sobre testes realizados
com um automóvel a ser lançado no mercado.

Teste de automóvel
presentamos a seguir os resulta- Os resultados obtidos quanto à rapidez
A dos dos testes realizados com um para se atingir altas velocidades fo-
novo modelo de automóvel, versão 1.0, ram: partindo do repouso, isto é, para-
que será lançado no próximo ano. do, o carro levou 12 segundos para
A velocidade máxima obtida foi de 151 atingir 80 km/h e 18,5 segundos para
quilômetros por hora (151 km/h); na atingir 100 km/h.
versão anterior do modelo, a velocidade O teste obteve os seguintes resultados
máxima era de 147 km/h. Ao que pare- quanto à distância necessária para fre-
ce, essa potência extra do novo motor ar o carro até parar: com 60km/h, pre-
fez com que o consumo de combustível cisou de 6 metros; quando estava com
aumentasse, passando de 11,24 para velocidade de 80 km/h, parou em 29
9,86 quilômetros por litro de gasolina metros. Já a 120 km/h, o carro só con-
na cidade e de 17,72 para 15,85 quilô- seguiu parar depois de percorrer 67
metros por litro de gasolina na estrada. metros.

Mãos à obra A partir das informações que se encontram na notícia acima, responda:

Na cidade, quantos quilômetros o novo carro roda com um litro de gasolina?


E na estrada?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Quanto tempo o novo carro leva para atingir a velocidade de 80 km/h,


estando inicialmente parado?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Preencha a tabela a seguir utilizando os dados que se encontram no último A U L A
parágrafo da notícia:
VELOCIDADE

de 60 km/h até 0
ESPAÇO PERCORRIDO ATÉ PARAR 48
de 80 km/h até 0
de 120 km/h até 0

A redução da velocidade nos veículos depende da ação dos freios, que são Informação
acionados pela força aplicada ao pedal pelo pé do motorista. nova
Essa força é transmitida até as rodas, fazendo encostar nelas uma peça
metálica chamada pastilha. A figura a seguir é um esquema simplificado de freio
de automóvel.

ESQUEMA SIMPLIFICADO DE

FREIO DE AUTOMÓVEL

Hoje em dia, a 50 km/h, um carro médio, cuja massa tem valor aproximado
de uma tonelada (1.000 kg), consegue parar em cerca de 20 metros.
À mesma velocidade de 50 km/h, um ônibus, com massa entre sete e dez
toneladas, só consegue parar totalmente após 30 metros. Quando a velocidade
do ônibus é de 100 km/h, a distância percorrida por ele entre o começo e o fim
da freada é um pouco maior que 100 metros.
O espaço necessário para fazer parar um veículo depende desses dois
fatores: massa e velocidade. Quanto maiores a massa e a velocidade, maior será
a distância que ele percorre entre o começo e o fim da freada.
É por isso que um dos mandamentos básicos da segurança nas estradas,
onde os veículos andam a grandes velocidades, diz respeito à distância que se
deve manter entre um veículo e outro. No caso de uma freada, deve haver espaço
suficiente para que o veículo consiga parar sem que haja colisão.
MãosA àU obra
L A 4. Você encontrará a seguir, na coluna A, uma lista de veículos de diferentes
massas. Suponha que todos eles estejam a 40 km/h. Na coluna B, escreva o

48 nome de cada um deles por ordem crescente de distância que eles levam até
conseguir parar.
COLUNA A COLUNA B

caminhão carregado
moto
bicicleta
ônibus

Informação A redução da velocidade de um veículo depende também do seu contato


nova com o chão. Esse contato se dá por meio dos pneus. Quanto mais largos eles
forem, maior é o contato e maior será a aderência do carro ao chão. Isso ajuda a
evitar derrapagens nas curvas, por exemplo.
Os carros modernos utilizam pneus radiais, que têm uma malha de aço entre
as várias camadas de borracha para impedir que o contato entre o pneu e o chão
diminua durante a curva.
O estado dos pneus é extremamente importante para sua aderência ao chão.
Quando o pneu está gasto (“careca”), a aderência diminui, podendo haver
derrapagem. O mesmo pode acontecer quando a pista contém óleo, areia etc.
Em situações de perigo, o motorista instintivamente pisa fundo nos freios.
Muitas vezes, isso ocasiona o travamento das rodas, e o carro derrapa.
O risco de colisão nesse caso é muito grande, pois, com o travamento, a
freada passa a depender exclusivamente do contato entre a roda e o chão para
diminuir a velocidade do veículo.

Mãos à obra 5. Na tabela abaixo, temos um conjunto de situações que podem ser encontra-
das em qualquer estrada. Na coluna 2 há alguns valores de velocidade. Ligue
com um traço a velocidade mais adequada para cada trecho.
COLUNA 1 COLUNA 2
pista seca 20 km/h
pista molhada com água 80 km/h
pista molhada com óleo 40 km/h

Informação Quando a potência dos motores é aumentada, torna-se obrigatório aperfei-


nova çoar também os dispositivos de segurança dos veículos.
Mesmo com freios, pneus e pistas em bom estado, ninguém está livre de
acidentes. Por serem relativamente pesados e, ao mesmo tempo, velozes, carros,
ônibus, caminhões e também as motos escapam do controle dos motoristas com
muita facilidade.
O controle dessas máquinas depende basicamente de seu contato com o
chão. Tanto para colocá-las em movimento como para reduzir a sua velocidade
é necessária a ação de uma força controlada que não cause nem uma arrancada
repentina nem uma freada brusca.
Essa força, por meio da qual o motorista mantém o controle do veículo,
depende da existência do atrito. O atrito age nos pneus em contato com o solo e
também durante a freada, quando a pastilha de freio encosta no disco de freio
fixado à roda. O resultado é a diminuição gradativa da sua velocidade.
Havendo óleo, areia ou água na pista, o atrito entre os pneus e a pista diminui A U L A
muito. Nessa situação, o carro em alta velocidade pode sair de controle. O
problema ocorre por falta de aderência entre as rodas e o chão e fica ainda pior
se os pneus estão “carecas”. 48
A aderência faz com que os carros fiquem em contato com o chão e, assim,
possam ser controlados pelo motorista. Esse controle, porém, é limitado.
Quanto maiores a massa e a velocidade do veículo, maior será a força
necessária para fazê-lo parar. Essa é uma outra lei física que nenhum motorista
ou passageiro deve desconhecer, para sua própria segurança.
Essa lei também foi enunciada pelo físico inglês Isaac Newton e recebeu o
nome de lei fundamental dos movimentos.
A verificação de que o tempo necessário para reduzir a velocidade de um
veículo até zero é maior para veículos de grandes massas, ou mesmo para os
pequenos, em alta velocidade, está de acordo com a referida lei física.

· Tanto na freada como na arrancada, o atrito entre os pneus e o chão Resumo


desempenha um papel essencial, pois é por meio desse contato que o veículo
é controlado.

· Parar um veículo leva um certo tempo e, conseqüentemente, ele precisa de


um espaço até atingir o repouso. Por isso é sempre necessário manter certa
distância do veículo da frente.

· Por meio da força exercida pelo freio é que reduzimos a velocidade do


veículo. Quanto maiores a massa e a velocidade do veículo, maior é a força
necessária para fazê-lo parar. Como essa força não pode ser intensa a ponto
de colocar em risco a segurança dos passageiros, ele precisa de tempo maior
para ser parado do que se fosse freado abruptamente. Por isso, é importante
manter uma boa distância entre um veículo e outro.

Exercício 1
Assinale as afirmações abaixo, dizendo se são verdadeiras ou falsas, de
acordo com o que foi discutido nesta aula. Exercícios

a) Um automóvel demora menos a parar se a sua velocidade é baixa.

b) Um ônibus pára antes que um carro quando os dois estão a 60 km/h.

c) Não é conveniente dirigir “colado” no carro da frente, pois, em caso de


freada, você vai precisar de certo espaço até conseguir parar completa-
mente.

Exercício 2
Como a lei fundamental dos movimentos se manifesta na freada de um
veículo?
A UA UL L AA

49
49
Motor elétrico

Atenção Q uando se fala em motor elétrico, geral-


mente pensamos nas máquinas das grandes indústrias, em equipamentos
complexos.
Nesta aula você vai perceber que os motores estão muito mais próximos de
nós do que imaginamos à primeira vista. Eles nos ajudam a realizar inúmeras
tarefas. Vamos aprender também de que eles são feitos e como funcionam.

As figuras a seguir ilustram vários aparelhos elétricos que são encontrados


à venda em lojas, supermercados etc.
aspirador de pó furadeira serra

batedeira

chuveiro
barbeador

ferro

liquidificador

geladeira enceradeira

máquina de lavar roupa


Analisando a figura anterior, responda: Mãos
A U L àAobra

Entre os aparelhos acima, quais são elétricos, isto é, utilizam pilha ou


precisam estar ligados à tomada para funcionar? 49
............................................................................................................................... ...

Existe algum motor elétrico entre os aparelhos? Qual?


............................................................................................................................... ...

A primeira característica de um motor elétrico é que ele funciona utilizando Informação


pilha ou tomada. A pilha é uma fonte de energia elétrica; a tomada nos permite nova
utilizar uma fonte de uso coletivo, que é a usina geradora de eletricidade.
Outra característica de um motor é o fato de que ele produz movimento
quando é ligado. Em geral, esse movimento é dado por um eixo que gira.
Dependendo da finalidade do motor, uma peça diferente estará fixada ao
seu eixo. Por exemplo: quando o eixo de um motor tem fixado nele um conjunto
de pás, esse motor recebe o nome de ventilador.
Já o liquidificador, que também é um motor, tem acoplado ao eixo um
conjunto de pequenas facas pontiagudas.

Procure lembrar o conjunto dos aparelhos elétricos que você conhece ou tem Mãos à obra
em casa. Escreva, na tabela a seguir, os nomes de dez aparelhos que são motores.
MOTORES ELÉTRICOS NA CASA
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.

Que tarefas realiza cada um dos motores elétricos que você incluiu na tabela
anterior? Coloque suas respostas na tabela a seguir.

MOTORES ELÉTRICOS NA CASA TAREFAS QUE REALIZAM


1. 1.
2. 2.
3. 3.
4. 4.
5. 5.
6. 6.
7. 7.
8. 8.
9. 9.
10. 10.
A UdoL A Apesar das diferenças de aparência, a maior parte dos eletrodomésticos
A voz nada mais é que um motor elétrico “disfarçado”. Todos têm em comum a

49
professor finalidade de produzir movimento a partir da eletricidade.
Como eles conseguem fazer isso? O princípio de construção desses motores
é simples.
A parte interna de um motor elétrico é constituída de vários fios de cobre
enrolados. Eles dão várias voltas em torno do eixo do motor, conforme mostra
a figura a seguir.

Em volta desse eixo são colocados um ou dois ímãs em forma circular. Eles
devem ficar bem pertinho dos fios enrolados em torno do eixo, mas sem entrar
em contato com ele. A figura a seguir ilustra o conjunto.

Quando o motor é colocado em funcionamento, a energia elétrica fornecida


pela tomada ou por uma pilha é transformada em energia de movimento (você
já estudou isso na Aula 40).
Em que condições ocorre essa transformação de energia?
Quando ligamos o motor, a fonte de energia elétrica faz com que apareça
uma corrente elétrica no fio enrolado em torno do eixo.
Esse fio com corrente elétrica torna-se também um ímã e, perto de um outro
ímã, recebe uma força e se move. Como o fio é preso ao eixo, ocorre o giro. Desse
modo, consegue-se obter movimento a partir da eletricidade.
Em alguns motores, como os de liquidificador, batedeira, enceradeira e
furadeira, entre outros, os ímãs são substituídos por outros dois fios enrolados
(as bobinas), que também recebem energia da fonte quando o aparelho é ligado.
Veja a figura na página seguinte.
A U L A

49

Nós nem percebemos a diferença, porque o efeito produzido pelo fio quando
nele há corrente elétrica é igual ao produzido por ímã.

· Um motor elétrico é um aparelho que produz movimento a partir da Resumo


eletricidade.

· Um motor elétrico é constituído por vários fios enrolados em torno do seu


eixo e por um ou dois ímãs que ficam próximos desse fio.

· Quando ligamos um motor, a energia elétrica da fonte cria uma corrente


elétrica num desses fios, tornando esse conjunto um ímã. Como um outro
ímã está perto dele, surge uma força que provoca o seu giro junto com o eixo.
É assim que o movimento é produzido a partir da eletricidade.

· Em alguns motores, em lugar do ímã existe uma bobina que desempenha a


mesma função, quando existe corrente elétrica nela.

Exercício 1
Quando um aparelho elétrico é considerado um motor?
Exercícios

Exercício 2
Faça uma lista de pelo menos cinco eletrodomésticos que são motores.

Exercício 3
Quais são as partes principais dos motores elétricos?
A UA UL L AA

50
50
O gerador elétrico

Atenção L eia com atenção o experimento descrito a seguir:

O objetivo deste experimento é conseguir acender uma lâmpada sem que ela
esteja ligada a uma pilha ou tomada.
Para isso, vamos precisar de fio de cobre (igual ao utilizado no enrolamento
de motores elétricos), uma lâmpada de lanterna, um soquete para esse tipo de
lâmpada, uma pilha e dois toquinhos de madeira (podem ser tocos de cabo de
vassoura).
A montagem é feita em duas etapas. Em primeiro lugar vamos construir um
detetor de corrente elétrica. Para isso, colocamos a lâmpada no soquete e ligamos
cada uma das extremidades do soquete a um pedaço de fio de cobre.
A seguir, enrolamos alguns metros de fio de cobre em um toquinho de cabo
de vassoura, deixando as duas pontas de fio livres. Esse toquinho tem apenas a
função de facilitar o enrolamento.

Figura 1

DETETOR DE
CORRENTE

Como você pode notar na figura acima, os fios das duas partes - a parte com
a lâmpada e a parte do toquinho de madeira - foram unidos. Temos agora um
único circuito, constituído de lâmpada + fio enrolado. É o nosso detetor de
corrente elétrica.
Note que esse circuito não possui nenhuma pilha que possa fazer a lâmpada
acender.
Agora passamos à segunda etapa: enrolamos uma outra porção de fio de A U L A
cobre em outro toquinho de madeira, deixando as extremidades do fio soltas.
Cada uma dessas extremidades é fixada nos pólos de uma pilha (com fita
adesiva, por exemplo). 50
Temos agora um segundo circuito, independente do anterior, constituído
por pilha + fio enrolado. Veja a figura abaixo.

Figura 2

CIRCUITO CONTENDO
PILHA E BOBINA

Como nesse segundo circuito existe uma pilha, ele passa a ter corrente elétrica.
Antes de iniciar a montagem, todas as extremidades dos fios foram cuidado-
samente raspadas com uma gilete. Isso foi feito para retirar o esmalte que reveste
o fio de cobre. Esse esmalte poderia atrapalhar os contatos elétricos.
Com a intenção de acender a lâmpada do primeiro circuito, foram feitas duas
tentativas:

1. O conjunto pilha + enrolamento foi colocado nas proximidades do


enrolamento do circuito que continha a lâmpada. Ficou lá, parado. E a
lâmpada não acendeu!

aqui a lâmpada está


apagada!

2. Rápida e repetidamente, o conjunto pilha + enrolamento foi aproximado e


afastado das proximidades do enrolamento do circuito que continha a
lâmpada, como indica a figura. Quando fizemos isso, a lâmpada acendeu!

aqui a lâmpada
acende!
MãosA àU obra
L A Por que a lâmpada é considerada, em nosso experimento, um detetor de
corrente elétrica?

50 ............................................................................................................................... ...

Qual a principal diferença entre as duas tentativas de acender a lâmpada?


............................................................................................................................... ...

Em qual das situações a lâmpada acendeu?


..................................................................................................................................

Na situação em que a lâmpada acendeu, é possível afirmar que o circuito em


que ela estava passou a ter corrente elétrica? Por quê?
..................................................................................................................................

Informação Para acender a lâmpada sem ligá-la a uma pilha ou tomada, foi necessário
nova afastar e aproximar (ou seja, movimentar) o fio enrolado com corrente elétrica
do enrolamento do circuito que continha a lâmpada.
Em termos técnicos, a expressão “fio enrolado” recebe o nome de bobina. Por
isso, a partir de agora, essas duas expressões serão utilizadas indistintamente.
Quando o fio enrolado com corrente elétrica era mantido parado, a lâmpa-
da não acendia. Percebemos então que a movimentação é fundamental para
acender a lâmpada.
Isto significa que, quando movimentamos uma bobina com corrente elétrica
perto de outra bobina que faz parte de outro circuito, e esse movimento é rápido,
é possível fazer com que o circuito que não tinha corrente passe a ter. A
lâmpada apenas serviu para indicar esse fato.
Em outras palavras, esse procedimento é uma forma de produzir ou gerar
corrente elétrica. É essencial nesse procedimento que num dos enrolamentos
exista corrente elétrica, e também que um enrolamento se movimente rapida-
mente perto do outro.
Os geradores de eletricidade das usinas que fornecem energia elétrica
funcionam de maneira muito parecida. Mas ao contrário do que acontece nas
usinas, a corrente elétrica obtida em nosso experimento é muito baixa. Além de
o número de voltas nas bobinas ser pequeno, a movimentação manual da bobina
não é suficientemente rápida!

Mãos à obra Para que a lâmpada acenda, o circuito que contém a pilha - e que, portanto,
tem corrente elétrica - precisa entrar em contato com o circuito que contém
a lâmpada?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Explique o que seria necessário modificar no experimento para que a


corrente no circuito que contém a lâmpada fosse maior.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Na Aula 40, sobre produção de energia elétrica, você aprendeu que a energia A U L A
elétrica utilizada nas residências, indústrias, hospitais etc. provém das usinas
A voz do
geradoras de eletricidade. Essas usinas podem ser hidrelétricas, termelétricas ou
termonucleares. 50
professor

A turbina é um elemento fundamental para o funcionamento de todas as


usinas. O que muda de acordo com o tipo de usina é o modo como se faz girar
as turbinas.
Nas hidrelétricas, a energia de movimento da queda-d’água é transferida
para as turbinas, fazendo-as girar. Nas usinas termelétricas e termonucleares, o
que movimenta as turbinas é o vapor d’água obtido pelo aquecimento de água
a alta pressão nas caldeiras.

Apesar dessas diferenças, em todas as usinas a energia de movimento


transferida às turbinas se transforma em energia elétrica por meio dos geradores.
O gerador, portanto, é outro elemento fundamental para o funcionamento
das usinas.
Mas como é que os geradores das usinas funcionam? Como transformam a
energia de movimento em energia elétrica?

Em primeiro lugar, vamos entender como um gerador é construído.


Em termos de construção, o gerador de uma usina é muito semelhante ao
motor elétrico que você estudou na Aula 49. Ou seja, ele é constituído de uma
parte móvel que pode girar no interior de uma parte fixa. Além disso, não há
contato entre essas duas partes. E essas duas partes também são feitas por
enrolamentos de fios, isto é, bobinas, tal como acontece nos motores que
estudamos.

A diferença fundamental entre o motor elétrico e o gerador da usina é que


o primeiro transforma energia elétrica em energia de movimento. O segundo
faz a transformação contrária, isto é, transforma energia de movimento em
energia elétrica.
Vejamos como isso ocorre.

Você deve se lembrar que as turbinas estão ligadas aos eixos dos geradores
de eletricidade. Para que os geradores funcionem, as turbinas devem girar
ininterruptamente.
Acontece que, ao girar, as turbinas fazem girar também o eixo dos geradores,
que nada mais são do que enormes enrolamentos de fios, isto é, bobinas. Como
essas bobinas são mantidas com corrente elétrica através de grandes baterias, por
exemplo, o outro enrolamento que constitui a parte fixa do gerador passa a ter
corrente elétrica.
É dessa forma que a energia elétrica é produzida nas usinas para depois ser
distribuída aos usuários.

Como se pode observar, o processo de produção de energia elétrica nas


usinas é muito semelhante àquele do experimento descrito no início desta
aula. Note que, também no experimento, podemos dizer que há transforma-
ção de energia de movimento em energia elétrica. Isso porque a bobina com
corrente precisava ser movimentada para que no outro circuito aparecesse
corrente elétrica.
Resumo
A U L A · A produção de energia elétrica pelos geradores das usinas se baseia na
movimentação de uma bobina com corrente elétrica nas proximidades de

50 ·
outra bobina.

Os geradores de energia elétrica são constituídos por uma parte móvel e uma
parte fixa, sem contato entre si.

· A corrente elétrica que aparece na parte fixa do gerador se deve à movimen-


tação da parte móvel no interior da parte fixa.

· O movimento da parte móvel dos geradores é garantido pelas turbinas


ligadas a essa parte móvel.

· Ao contrário dos motores, os geradores de eletricidade transformam energia


de movimento em energia elétrica.

Exercício 1
Quais as semelhanças e diferenças entre um motor elétrico e um gerador de
Exercícios eletricidade?

Exercício 2
Como um gerador de usina consegue produzir energia elétrica?

Exercício 3
Explique por que podemos dizer que o gerador de eletricidade transforma
energia de movimento em energia elétrica.
A UA UL L AA

51
51
A visão e os defeitos
mais comuns

Atenção E m nosso dia-a-dia, é principalmente pela


visão que percebemos o mundo que nos cerca: a cor, a textura, a forma, o tamanho
e a distância das coisas. Todas essas informações passam por um orgão de nosso
corpo, o olho.
Nesta aula tentaremos compreender como isso acontece. Para começar,
observe as figuras a seguir, que ilustram algumas situações em que fazemos uso
da visão.

2
3

Mãos à obra Você certamente já observou pessoas em situações muito parecidas às que
mostramos acima. Você mesmo já pode ter feito algo parecido.
Vamos analisar em detalhe cada uma das cenas. Preencha a coluna 2 da tabela
a seguir, escrevendo nos espaços em branco o que cada cena está mostrando.
CENA O QUE A CENA MOSTRA

1. 1.
2. 2.
3. 3.
4. 4.
O olho humano é um órgão sensível à luz. Ao contrário do que se pensava Informação
A U L A
na Antigüidade, o olho não produz luz: ele recebe a luz proveniente dos objetos nova
iluminados. É por essa razão que não enxergamos objetos no escuro, mesmo
quando estamos olhando na direção deles. 51
Durante o dia, é o Sol que ilumina os objetos que enxergamos. À noite
usamos as lâmpadas, o fogo, lanternas e muitos outros instrumentos.
Podemos aprender um pouco sobre o funcionamento do olho analisando
uma máquina fotográfica. Ambos permitem a entrada de luz para formar uma
imagem do objeto que está sendo observado ou focado.

Na máquina fotográfica, a luz pro-


veniente do objeto passa por uma len-
te de vidro (1) que concentra essa luz,
um diafragma regulável (2) que con-
trola o tamanho do orifício por onde a
luz vai passar, chegando ao obturador
(3), que só deixa passar a luz ao se
abrir, no momento em que se aperta o
botão para tirar a fotografia. Nesse
momento, ela atinge o filme (4), onde a
imagem é formada e “gravada”.

No olho, a luz proveniente do objeto que estamos observando passa pela


córnea, onde é direcionada para entrar em um buraquinho chamado pupila. A
pupila se encontra na parte colorida do olho, que é a íris.
A pupila controla a entrada de luz dentro do olho de acordo com a
luminosidade do objeto. Quando olhamos para uma lâmpada acesa, por exem-
plo, a pupila se estreita (o buraquinho fica pequeno). Se olhamos para um objeto
pouco iluminado, a pupila se abre mais, isto é, o buraquinho fica maior.
Entrando numa parte ainda mais funda do olho, a luz passa por uma lente
chamada cristalino
cristalino. O cristalino concentra a luz para formar a imagem do objeto.
Isso acontece numa região no fundo do olho chamada retina retina.

A figura ao lado mostra um


olho e suas partes principais.
A imagem formada na retina é
transmitada ao cérebro, por meio
do nervo óptico, na forma de im-
pulsos elétricos. O cérebro inter-
preta esses impulsos e nos dá a
sensação da visão.

As figuras desta página mostram as partes principais do olho humano e Mãos à obra
de uma máquina fotográfica simples. Analise as figuras e complete a tabela
a seguir escrevendo as partes do olho e da máquina que fazem a mesma coisa,
isto é, que têm a mesma função.
A U L A PARTES PRINCIPAIS DO OLHO HUMANO PARTES DA MÁQUINA FOTOGRÁFICA QUE FAZEM A MESMA COISA

51
1. 1.
2. 2.
3. 3.
4. 4.

Dizemos que o olho humano funciona normalmente quando a pessoa é


A voz do capaz de enxergar com nitidez objetos situados a partir de uma distância mínima
professor de 25 centímetros.
Quando isso não ocorre, provavelmente existe algum “defeito” no olho. É o
caso das pessoas que precisam “apertar” os olhos ou fazer algum tipo de esforço
para melhorar a visão em certas situações. Exemplos disso aparecem na maioria
das cenas mostradas no início desta aula.
Os defeitos mais comuns da visão são a dificuldade de enxergar objetos
hipermetropia
próximos (hipermetropia miopia
hipermetropia) ou distantes (miopia
miopia). Os dois problemas podem ser
corrigidos com a ajuda de lentes.

A hipermetropia
Quando o olho tem hipermetropia, a visão dos objetos próximos aparece
embaçada. Com isso, a pessoa tem dificuldades para ler e costurar, por exemplo.
Nas pessoas que têm hipermetropia, geralmente o olho tem formato mais
curto que o normal, tornando a distância entre a lente (cristalino) e a retina mais
curta. Essa alteração faz com que a imagem sobre a retina não fique nítida.
Para corrigir a hipermetropia é preciso usar lentes corretoras que concen-
tram a luz, isto é, lentes parecidas com o cristalino e com as lentes usadas nas
máquinas fotográficas.
Por concentrar a luz, tais lentes são chamadas de lentes convergentes ou de
aumento
aumento. É fácil reconher uma lente desse tipo, pois a imagem que ela produz
de um objeto próximo é maior que o objeto. Veja a figura a seguir.

A miopia
Num olho míope, a imagem de objetos distantes é que fica embaçada. Isso
acontece quando o olho tem o formato mais alongado que o normal e, por isso,
a distância entre o cristalino e a retina fica maior. A imagem formada sobre a
retina não fica nítida devido a essa alteração.
Para corrigir esse defeito, precisamos usar lentes que fazem com a luz o
contrário do que fazem cristalino ou as lentes das máquinas fotográficas. Isto é:
em vez de concentrar a luz, as lentes para correção de miopia precisam
desconcentrá-la.
As lentes que corrigem a miopia são chamadas de divergentes
divergentes. Podemos A U L A
reconhecer uma lente divergente pelo tipo de imagem que ela produz. Qualquer
que seja a distância entre a lente e o objeto, a imagem observada pela lente será
sempre menor que o objeto, conforme indica a figura a seguir. 51

As lentes convergentes e divergentes são utilizadas em muitas outras


aplicações: lupas, lunetas, microscópios, binóculos etc.

· O olho humano é um órgão sensível à luz proveniente dos objetos ilumina- Resumo
dos. Para a formação das imagens destacam-se a córnea, a pupila, o cristalino
e a retina.

· A imagem dos objetos é formada na retina e transmitida ao cérebro através


do nervo óptico, na forma de impulsos elétricos.

· Os defeitos mais comuns da visão são: hipermetropia (dificuldade de enxergar


objetos próximos) e miopia (dificuldade de enxergar objetos distantes).

· A correção da hipermetropia é feita com lentes convergentes, também


chamadas de lentes de aumento, pois produzem imagem ampliada de
objetos próximos a elas.

· A miopia é corrigida com lentes divergentes cuja característica é a produção


de imagens cujo tamanho é menor que o objeto, qualquer que seja a sua
distância em relação à lente.

Exercício 1
Leia as afirmações abaixo e assinale se são verdadeiras ou falsas:
a) O olho humano enxerga os objetos porque lança luz sobre eles. Exercícios
b) Quando olhamos para o mar em um dia ensolarado, a pupila se estreita
devido à grande iluminação do local.

Exercício 2
Cite três partes do olho humano que são importantes no processo da
formação da imagem.

Exercício 3
Qual a lente utilizada para corrigir a miopia? E a hipermetropia?
A UA UL L AA

52
52
Alavancas

Atenção N
as ilustrações abaixo estão representadas
três gangorras com diferentes pontos de apoio. Analise bem as situações.
Procure prever, em cada caso, se a extremidade da gangorra em que está o
adulto será ou não levantada quando uma criança se sentar na extremidade
oposta.
Em todas as situações, vamos supor que o adulto tem 50kg e a criança, 25kg.

1,5 m
1,5 m

Situação 1 - O apoio da gangorra fica exatamente na metade da prancha de madeira.

1m 2m

Situação 2 - O apoio está mais próximo da extremidade em que o adulto está sentado.

2m

1m

Situação 3 - O apoio está mais próximo da extremidade em que a criança irá sentar.

Mãos à obra Qual a diferença entre as três situações apresentadas?


..................................................................................................................................

Em qual situação (ou situações) a criança poderia levantar o adulto? Por quê?
..................................................................................................................................
Em qual situação (ou situações) a criança não poderia levantar o adulto? A U L A
Por quê?
..................................................................................................................................
52
Uma gangorra é um mecanismo muito semelhante a uma alavanca. Certa- Informação
mente você usou algum tipo de alavanca, já que elas estão presentes em nova
praticamente todas nossas atividades.
Um abridor de garrafa, uma tesoura, um alicate, o macaco utilizado para
levantar o carro, uma maçaneta e um espremedor de batatas são alguns exemplos
de alavancas que você provavelmente já utilizou.
O tipo mais simples de alavanca é aquele constituído de uma barra e um
apoio. O pé-de-cabra é um bom exemplo.
Se você usar uma alavanca desse tipo para levantar uma carga, como
ilustram as figuras abaixo, verá que, quanto mais longe do apoio você fizer força,
mais facilmente a carga será levantada.

apoio

Podemos dizer que a utilidade de uma alavanca está no fato de ampliar


nossa força
força. Várias tarefas que exigiriam de nós muita força podem ser feitas
com força menor quando usamos uma alavanca.
Note que isso se torna possível porque a distância entre o apoio da alavanca
e o local onde fazemos força é maior do que a distância entre o apoio e o local onde
fica a carga.
Entre as situações ilustradas anteriormente, a gangorra número 2 está sendo
usada como alavanca. Naquele caso, uma criança de 25kg pode levantar um
adulto de 50kg.

Observe novamente as três gangorras ilustradas no início da aula. Mãos à obra


Para cada uma das situações, anote na tabela a seguir a distância entre o
apoio da gangorra e o local onde está sentado o adulto (distância apoio-adulto).
Anote também a distância entre o apoio e o local onde a criança vai se sentar
(distância apoio-criança). As distâncias estão indicadas nas figuras.
DISTÂNCIA APOIO-ADULTO EM METROS DISTÂNCIA APOIO-CRIANÇA EM METROS

situação 1

situação 2

situação 3
A U L A A seguir, multiplique a massa do adulto (50kg) pela distância entre ele e o
apoio. Faça isso para cada uma das situações.

52 Agora, faça o mesmo para a criança, isto é, multiplique sua massa (25kg) pela
distância entre ela e o apoio. A tabela a seguir auxiliará seu trabalho.

DISTÂNCIA APOIO-ADULTO X MASSA DO ADULTO DISTÂNCIA APOIO-CRIANÇA X MASSA DA CRIANÇA

situação 1

situação 2

situação 3

Em qual das três situações os dois produtos são iguais?


..................................................................................................................................

Informação Se você fez as contas corretamente, dever ter notado que somente na situação
nova 2, isto é, naquela em que a criança consegue levantar o adulto, os resultados das
duas multiplicações são iguais.
Nas outras situações (1 e 3), os resultados das multiplicações são diferentes:
o produto da distância apoio-criança pela massa da criança é sempre menor que
o produto da distância apoio-adulto pela massa do adulto.
A multiplicação que fizemos é uma maneira de saber se uma força menor
poderá ou não ser ampliada por uma alavanca de modo a vencer ou mesmo
equilibrar uma força maior. Vamos ver como isso acontece.
Quando esses produtos forem iguais, certamente o peso da criança estará
sendo ampliado pela alavanca de modo a equilibrar o peso do adulto.
Se o produto da distância apoio-criança pela sua massa resultasse maior que
o produto da distância apoio-adulto pela massa do adulto, o peso da criança
estaria sendo ampliado ainda mais. Nesse caso, o adulto não só seria levantado,
mas a gangorra se desequilibraria para o lado da criança.
Mas, quando o produto da distância apoio-criança pela sua massa for menor
que o produto da distância apoio-adulto pela massa do adulto, o peso da criança
não é ampliado e o adulto não poderá ser levantado.

Imagine como seria difícil, ou melhor, quanta força teríamos de fazer para
A voz do girar a maçaneta de uma porta que perdeu a haste.
professor Da mesma forma, a tarefa de trocar um botijão de gás cuja borboleta da
válvula esteja quebrada torna-se praticamente impossível.
Contudo, isso pode ser resolvido se usarmos um alicate ou grifo. Essas
ferramentas permitem que a força que fazemos com as mãos deixe de ser feita
diretamente sobre o eixo da válvula ou da maçaneta. E é justamente porque a
força passa a ser feita a uma certa distância do eixo de giro que as ferramentas
conseguem ampliar nossa força.

Imagine que você quer girar


uma maçaneta de porta, por exem-
plo. Para isso, precisa decidir se eixo
de giro
vai aplicar força perto do eixo da
maçaneta ou na extremidade da
haste da maçaneta.
Em que situação você precisará de mais força para girá-la? A U L A
A força aplicada perto do eixo terá de ser maior do que a força feita na
extremidade da haste da maçaneta. Isso acontece porque, na segunda situação,
a distância entre o eixo de giro e o local onde aplicamos a força é maior do que 52
na primeira situação. Portanto, quanto menos força quisermos fazer, maior
deverá ser a distância entre o eixo de giro e o local onde aplicamos a força. Essa
distância é denominada braço da força
força.
Ferramentas como o alicate, a chave de fenda, a chave de boca e o grifo
funcionam como alavancas, já que todas elas têm a característica de ampliar
forças.
Para tornar essas idéias mais claras, vamos analisar o funcionamento da
chave de boca.

Na figura a seguir estão representadas uma porca e uma chave de boca.

Se você
quisesse sol-
tar a porca
usando so-
mente as mãos,
sua força estaria
sendo feita a uma
distância pequena do
eixo de giro. Noutras pala-
vras, o braço de sua força, nesse
caso, corresponderia à distância entre
o centro da porca (eixo de giro) e um de
seus lados, como indica a figura.
Usando a ferramenta, a força passa a ser feita
no cabo e com intensidade menor que na situação
anterior, pois o braço dessa força passa a ser agora a distân-
cia entre o centro da porca e a extremidade da chave. Essa distância é bem maior
do que na situação anterior.

As demais ferramentas citadas e muitos outros mecanismos que utilizamos


em nosso dia-a-dia - tesoura, abridor de garrafas, abridor de latas, espremedor
de batatas, por exemplo - também funcionam a partir dessa idéia, ou seja,
ampliam nossa força com o aumento do braço dessa mesma força.

No corpo humano, e também nos corpos de outros animais, podemos


encontrar muitas alavancas formadas pelos ossos do esqueleto. Nesses casos,
quem proporciona as forças necessárias para o uso das alavancas são os
músculos.

Nós conseguimos mastigar, até mesmo alimentos duros, porque nosso


maxilar funciona como alavanca. Aqui são os músculos da face que garantem a
força necessária para mover o maxilar inferior. Um quebrador de nozes funciona
de modo muito semelhante.
A U L A O antebraço representado na figura abaixo é outra alavanca presente em
nosso corpo. Ele é sustentado pelo músculo bíceps e tem seu eixo de giro no

52 cotovelo.

músculo
bíceps

antebraço

cotovelo

De modo geral, podemos dizer que todas as articulações do nosso corpo, tais
como joelhos, tornozelos e cotovelos, podem ser compreendidas como um
sistema de alavancas.

Resumo · A tesoura, o abridor de garrafas, o alicate, o pé de cabra, a chave de fenda e


o quebrador de nozes, a exemplo de outras ferramentas e mecanismos
utilizados no nosso dia-a-dia, são exemplos de alavancas.

· A utilidade das alavancas ou dos sistemas de alavancas é ampliar a nossa


força.

· Quanto maior for o braço da força, isto é, a distância entre o ponto de apoio
da alavanca e a posição onde a força é aplicada, menor a força necessária para
realizar um determinado trabalho.

· As gangorras podem funcionar como alavancas. Dependendo da posição em


que as pessoas se sentam nelas, é possível equilibrá-las, mesmo que tenham
pesos diferentes.

· Uma maneira de saber se pode haver equilíbrio de pessoas de pesos


diferentes numa gangorra é multiplicar a distância entre cada pessoa e o
ponto de apoio da gangorra pela massa de cada pessoa. Quando os resulta-
dos dessas multiplicações são iguais, a gangorra se equilibra; quando um
dos produtos é maior que o outro, a gangorra se desequilibra para o lado em
que o produto é maior.

· No corpo humano, bem como nos corpos de outros animais, os ossos,


juntamente com os músculos, funcionam como alavancas.
Exercício 1 A U L A
Abra ou feche uma porta algumas vezes, empurrando-a em pontos cada vez
mais próximos da dobradiça. Observe em que situação você faz mais força
para abrir ou fechar a porta. 52
Exercícios

Exercício 2
Quando você usa um cortador de unha tipo trim, você aperta a extremidade
da haste. Por que você não faz a força no meio da haste?

Exercício 3
Muitas vezes, o parafuso que prende o pneu na roda do carro não sai, mesmo
quando usamos uma chave em cruz ou em L. Como você poderia solucionar
este problema?

Exercício 4
Procure relacionar o que existe de comum nas situações apresentadas nos
Exercícios 1, 2 e 3.

Exercício 5
Na figura abaixo, procure prever se a gangorra fica equilibrada ou não.
Explique sua resposta.

1m
3m
A UA UL L AA

53
53
Como nos
movimentamos

Atenção L eia o texto a seguir:

A bruxa anda solta no Palmeiras. Ontem, o centroavante Nílson voltou


a sentir a distensão que sofreu no músculo adutor da coxa direita durante o
coletivo e pode desfalcar a equipe no domingo, contra o Grêmio.
Pelo menos o treinador teve um consolo: o atacante Muller, recuperado
de uma torção no tornozelo esquerdo, treinou normalmente. Só que a recaída
de Nílson pode atrapalhar os planos do técnico, que pretende escalar Cafu na
lateral direita, Mancuso, Amaral, Edilson e Rivaldo no meio-campo e
Muller e Nílson no ataque contra os gaúchos.
A contusão do centroavante pode jogar os planos do treinador por terra.

Jornal Folha da Tarde, 28/9/95

A voz do Abdominais
Abdominais, contusão
contusão, músculo adutor
adutor, distensão
distensão, torção - todas essas
professor palavras, tão utilizadas nas notícias sobre atletas, dizem respeito ao que existe e
ao que acontece com o corpo.
Ossos e músculos trabalham juntos, permitindo nossos movimentos e nossa
locomoção. Apesar de não podemos ver nossos ossos e músculos, é muito fácil
senti-los por baixo da pele.
Pense: como é seu corpo por dentro? Que ossos do corpo você pode sentir?
E o que são músculos?
Você pode também sentir seu “muque”: ele é um músculo do seu braço.

Mãos à obra Examine uma de suas mãos, apalpando-a com a outra, e observe:

a) quantos ossos existem na palma da mão;


b) quantos ossos existem em cada dedo;
c) o número de ossos do polegar, comparado aos outros dedos;
d) os músculos que se movimentam quando você move apenas o polegar;
e) os músculos do braço que se movimentam quando você abre e fecha a mão.
Ossos e músculos trabalham juntos: dependem uns dos outros e agem como A U L A
um sistema integrado. Eles são colocados em movimento pelos nervos.
A voz do
Os nervos chegam até os músculos trazendo instruções precisas do nosso
cérebro, o órgão que de fato coordena os movimentos. 53
professor

Qualquer movimento do nosso corpo - mesmo um simples piscar de olhos,


voluntário ou involuntário - é coordenado pelo cérebro.
No corpo de um adulto existem cerca de 206 ossos e 650 músculos. O osso
mais longo do corpo é o fêmur, o osso da coxa, onde está inserido também o
músculo mais longo, conhecido como costureiro.
Os menores músculos também acompanham os menores ossos: são os
encontrados dentro da orelha, formando o ouvido interno.
Os músculos constituem pouco menos da metade da massa de um homem
adulto ou 1/3 da massa de uma mulher adulta. Já os ossos, apesar de sua
resistência, são muito leves, constituindo apenas 14% do peso de um adulto.

Os ossos

Embora pareçam sólidos, os ossos contém cerca de 50% de água em sua


composição, além de algumas substâncias conhecidas como sais minerais de
cálcio.
Ao nascer, temos ossos macios e flexíveis, compostos por cartilagem. À
medida que crescemos, eles vão recebendo cálcio e se tornando mais duros.
Outra substância, a vitamina D, auxilia o cálcio nesse processo. Por isso são
recomendáveis os alimentos nos quais as duas substâncias estão presentes, como
leite e queijo.
Embora a parte mais externa dos ossos seja dura, o interior de muitos ossos é
esponjoso; aí se produzem alguns elementos do sangue. Esses elementos que
compõem o sangue saem dos ossos por meio de vasos sangüíneos. Esses vasos
sangüíneos são finos tubos que penetram nos ossos por meio de orifícios localiza-
dos na parte externa dos ossos. Alguns desses orifícios são visíveis a olho nu.
Os ossos se encaixam uns nos outros. Os locais de encaixe, as “juntas”,
recebem o nome de articulações.
Por causa delas, é possível os ossos fazerem muitos movimentos. As cartila-
gens continuam presentes nas extremidades dos ossos, protegendo-os do des-
gaste nas articulações.

Observe o movimento de algumas articulações do seu corpo: dedos, punho, Mãos à obra
cotovelo, ombro, joelho, tornozelo e virilha, por exemplo. Procure perceber os
músculos utilizados para esses movimentos com o toque de seus próprios dedos.

As articulações permitem que os movimentos sejam feitos na direção corre-


ta. Por exemplo: nos dedos, joelhos e cotovelos, as articulações são do tipo
A voz do
“dobradiça”, impedindo outros movimentos. Já no ombro, outros movimentos professor
são possíveis, semelhantes aos da virilha.
A U L A Os músculos

53 A maioria dos músculos trabalha aos pares: quando um se contrai o outro


relaxa, e vice-versa. Quando levantamos o braço, por exemplo, nosso “muque”,
o bíceps, se contrai; quando esticamos o braço, é o tríceps, localizado na parte de
trás do braço que se contrai, relaxando o bíceps.
Quando caminhamos, a maior parte do trabalho é feita por nossos músculos
mais volumosos, que são os das coxas (como o adutor) e das nádegas. Os
músculos da panturrilha ( barriga da perna) dão o empurrão final, fazendo todo
corpo avançar.
Nossos músculos são fortes. Mas, sem os ossos do esqueleto, eles não teriam
pontos de sustentação e não seriam capazes de mover nosso corpo.
Existem alguns músculos não se ligam aos ossos. Eles formam alguns de
nossos órgãos internos, como é o caso do estômago, dos intestinos e do coração.
Geralmente não estamos conscientes dos seus movimentos. Esses movimentos,
aliás, são involuntários, isto é, acontecem independentemente da nossa vontade.

Mãos à obra Observe seus músculos ao caminhar. Enquanto dá um passo, bem devaga-
rinho, apalpe os músculos da barriga da perna e das partes da frente e de trás
da coxa.

faciais
esternocleidomastóideo
trapézio
peitorais
dorsal

bíceps
tríceps

abdominais

flexores
da mão

adutor
grande glúteo

costureiro
ou
sartório

gastrocnêmio
Exercício 1 A U L A
Com a ajuda da ilustração anterior, procure alguns dos músculos que
usamos para:
a) chutar uma bola ................................................................................................ 53
Exercícios

.............................................................................................................................
b) atirar uma bola .................................................................................................
.............................................................................................................................
c) virar a cabeça ....................................................................................................
.............................................................................................................................
d) sorrir ...................................................................................................................
.............................................................................................................................
e) fazer exercícios abdominais ............................................................................
.............................................................................................................................

Muitas vezes comunicamos nossos sentimentos sem usar palavras. As Mãos à obra
pessoas do nosso convívio nos conhecem pela “cara” que fazemos quando
estamos tristes, felizes, zangados ou magoados. Essa “linguagem” é controlada
por mais de trinta músculos faciais.

Fazendo algumas “caras” e “caretas” no espelho, veja que músculos estão


sendo utilizados.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Localize na ilustração acima os ossos que você conhece. Exemplos: caveira,


queixo, espinha, osso da saboneteira, gaiola, quadril ou bacia, canela, osso da
espinha.
Localize também os ombros, os punhos, os joelhos e os tornozelos.
A UdoL A Alguns ossos que conhecemos por nomes populares aparecem na maioria
A voz dos livros com outros nomes, os chamados nomes científicos. A tabela abaixo

53
professor relaciona os dois nomes.

NOMES POPULARES NOMES CIENTÍFICOS

gaiola tórax
espinha coluna vertebral
caveira crânio
queixo mandíbula
maçã do rosto malar
osso da espinha vértebra
osso da saboneteira clavícula
punho carpo
quadril pelve
bacia cintura pélvica
canela tíbia
tornozelo tarso

crânio (caveira)

zigomático ou malar
(maçã do rosto)
mandíbula (queixo)

clavícula
(osso da saboneteira)
tórax (gaiola)

coluna vertebral (espinha)


vértebra (osso da espinha)
pelve (quadril)

cintura pélvica (bacia)


carpo (punho)

tíbia (canela)

tarso (tornozelo)

O esqueleto também dá forma ao nosso corpo e protege nossos órgãos


internos, que são mais frágeis que os ossos.
Exercício 2 A U L A
Com a ajuda das ilustrações,
complete a tabela abaixo:
pulmões 53
Exercícios

encéfalo coração

fígado
estômago

bexiga urinária

OSSOS PROTETORES ÓRGÃOS PROTEGIDOS

cintura pélvica
costelas
crânio

Os ossos estão unidos uns aos outros por meio de ligamentos


ligamentos. A voz do
Os músculos estão ligados aos ossos por tendões
tendões. professor
Tendões
Tendões, ligamentos
ligamentos, ossos e músculos são muito fortes. Mas, às vezes,
podem não suportar um movimento brusco ou desajeitado. Assim ocorrem
as distensões musculares
musculares, as fraturas ósseas e as rupturas de tendões e
ligamentos
ligamentos.

Observe ao lado radiografias da parte infe- Mãos à obra


rior da perna, conhecida por canela. Há fratu-
ra visível em alguma das radiografias? Que
osso podemos identificar com a ajuda das
ilustrações anteriores?
..............................................................................
..............................................................................
..............................................................................
..............................................................................
..............................................................................
..............................................................................
A U L A Exercício 3
Observe com alguns colegas os ossos e músculos de um conjunto de coxa e

53
Exercícios sobrecoxa de frango.
Retire toda a pele com cuidado.

a) Descubra que partes do frango são essas, utilizando as partes do seu


próprio corpo para comparar.
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

b) Movimente as partes. Que músculos se movem?


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

c) Descubra como os músculos estão fixados aos ossos.


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

d) Retire toda a carne com cuidado e observe os ossos e as articulações. Como


os ossos estão ligados? As pontas são iguais às partes médias dos ossos?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

e) Corte o osso e veja como ele é por dentro.


.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

Exercício 4
Examine a coluna vertebral do frango, ou seja, o que se chama de espinha.
Ela começa logo abaixo da cabeça, percorre o pescoço todo e as costas e
termina em um pequenino rabo. Veja como as vértebras são superpostas
umas sobre as outras. Observe o que há no centro da coluna.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Passe o dedo no meio das costas de um colega, de cima a baixo. A fileira de


A voz do saliências que você sente é a coluna vertebral
vertebral.
professor Conforme o nome indica, a coluna vertebral é uma pilha de pequenos ossos,
chamados de vértebras
vértebras. Os ossos dão forma ao corpo, e todos os ossos do nosso
esqueleto são sustentados, de alguma forma, pela coluna vertebral, nossa
principal estrutura óssea, assim como no frango.
A coluna vertebral aparece em muitos animais que, exatamente por isso,
recebem o nome de vertebrados
vertebrados. São vertebrados os peixes, anfíbios, répteis,
aves e mamíferos.
Os animais que não possuem coluna vertebral são os invertebrados
invertebrados. Esses
animais têm o corpo mole, como a minhoca e a lesma, ou sustentado por algum
tipo de esqueleto externo, caso da “casca” de siri e de barata, da concha de
marisco etc.
Preencha a tabela a seguir citando animais que você conhece. Mãos
A U L àAobra

VERTEBRADOS

7 LINHAS EM BRANCO
INVERTEBRADOS
53
7 LINHAS EM BRANCO
7 LINHAS EM BRANCO
7 LINHAS EM BRANCO
7 LINHAS EM BRANCO
7 LINHAS EM BRANCO
7 LINHAS EM BRANCO

Exercício 5
Assinale com um x, nas colunas abaixo, os animais que possuem esqueleto
interno ou externo ou que não possuem esqueleto. Exercícios

ANIMAIS ESQUELETO INTERNO ESQUELETO EXTERNO SEM ESQUELETO

peixe

caracol

formiga

boi

mosca

tatu

canário

lombriga

lagartixa

ostra

A coluna vertebral é nossa principal estrutura óssea, pois sustenta todo o


corpo. Para evitar problemas com ela, sobretudo com o avanço da idade, é
essencial manter a postura correta desde a juventude.
Para isso, precisamos manter a coluna ereta ao caminhar, ao permanecer em
pé, ao sentar ou fazer qualquer esforço, seja nas horas de trabalho ou de descanso.

Assim como os ossos, os músculos têm formatos variados, de acordo com a


A voz do
função que exercem.
A maioria dos animais, incluindo o homem, tem músculos semelhantes nos professor
dois lados do corpo. É assim com os vermes, as moscas, as lagartixas, os frangos,
os peixes, os carneiros, os porcos, os bois e assim por diante.
O que chamamos de carne para comer são os músculos dos animais que
nos servem de alimento.
Observe uma parte da carne de boi que é vendida com o nome de “músculo”:
procure ver os tendões nas extremidades da peça e as suas fibras internas, que
são exatamente os músculos dessa parte do boi..
MãosA àU obra
L A Alguns de nossos movimentos lembram os movimentos realizados pelas
alavancas de um guindaste.

53

Exercício 6
Comparando a ilustração do guindaste com a figura do braço, observe, neste
Exercícios último:
a) Que ossos formam a alavanca?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
b) Onde a alavanca está presa?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
c) O que movimenta a alavanca?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................
d) Qual é o “gancho” do braço que pega os objetos?
.............................................................................................................................
.............................................................................................................................

Exercício 7
Pensando na energia que o motor dá ao guindaste, o que você acha que dá
energia ao braço?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Resumo · É possível conhecer e conviver melhor com nosso próprio corpo.


· Ossos e músculos podem ser sentidos por baixo da pele e trabalham juntos,
dependendo uns dos outros para os movimentos.
· Todos os movimentos são controlados pelo cérebro e nervos.
· Há ossos e músculos de vários tamanhos e de várias formas; todos precisam
ser alimentados.
· Os ossos se encaixam uns nos outros pelas articulações, que permitem que
os movimentos sejam feitos corretamente.
· O esqueleto dá forma ao nosso corpo e protege nossos órgãos internos.
· Os ossos estão ligados entre si e os músculos estão ligados aos ossos. A U L A
· Uma pilha de pequenos ossos, as vértebras, forma a coluna vertebral, que
protege a medula espinhal e distingue os animais em vertebrados e
invertebrados.
53
· A coluna vertebral é a principal estrutura de sustentação do nosso corpo.
Cuidando muito bem da sua posição e do jeito com que pegamos e carrega-
mos peso, podemos evitar vários problemas de saúde.

Exercício 8
Em que parte da “alavanca” mostrada na figura abaixo há mais ossos?
Aponte algumas articulações do conjunto. Exercícios

Exercício 9
Observe os conjuntos de ossos representados abaixo. Escreva, ao lado de
cada um, os nomes dos órgãos que eles protegem.

................................................................
................................................................
................................................................
................................................................
................................................................
................................................................
................................................................

................................................................
................................................................
................................................................
................................................................
................................................................
................................................................
................................................................

Exercício 10
As pernas têm basicamente a mesma estrutura dos braços. Compare braços
e pernas em relação:
a) ao tamanho dos ossos;
b) ao tamanho e volume dos músculos;
c) ao tipo de movimento que fazem;
d) ao peso que conseguem suportar;
e) às estruturas que sustentam;
f) aos ossos em que estão fixos.
A UA UL L AA

54
54
Perpetuando a vida - 1

Atenção L
ineu chegou radiante à lanchonete. Finalmen-
te tinha recebido a notícia do médico, a notícia que tanto esperava. Em vez do
tradicional suco de laranja, foi logo perguntando se havia champanhe.
Alberto, percebendo a excitação do professor e sem saber o que se passava,
aproximou-se.
- O que você vai comemorar, Lineu? Saiu o aumento?
- Não, Alberto, eu não estou pensando no que vou ganhar. Estou pensando no
que vou ter de gastar de agora em diante.
Maria, que escutava tudo de longe, não entendia nada. “Será que o Lineu
pirou?”, pensou ela. Mas criou coragem e foi direto ao assunto:
- Lineu, homem de Deus, fala logo por que você está assim! O que aconteceu?
- Maria, olha só o resultado do exame: positivo para gonadotrofina coriônica!
Alberto e Maria olharam um para o outro, sem entender nada.
- Que doença é essa, Lineu? Tem cura?
Lineu deu uma sonora gargalhada, ergueu o copo ainda vazio e disparou:
- Iahuuu! Eu vou ser pai!

Após ler o texto acima, responda:

Exercícios Exercício 1
Por que todos notaram que Lineu estava diferente naquele dia?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 2
O que Lineu mostrou a Maria, para explicar sua alegria?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 3
Maria e Alberto ficaram preocupados com o resultado do exame. Quem teria
feito o exame, Lineu ou sua mulher?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A gravidez é o auge de um processo de maturidade sexual de homens e A U L A
mulheres. Desde a infância, o corpo de meninos e meninas passa por mudanças
A voz do
que se aceleram na adolescência, a partir dos 10-12 anos.
A adolescência marca um período de modificações rápidas, quando as 54professor

diferenças entre homem e mulher se intensificam. Nessa época, os órgãos


sexuais começam a se preparar para a maturidade reprodutiva, isto é, estão
ficando prontos para a reprodução humana, para gerar uma nova vida.
É por isso que os órgãos sexuais são também chamados de genitais (ou seja,
capazes de gerar).
Nesta aula, estudaremos isso com mais detalhes.

Observe com atenção, nas ilustrações abaixo, as seguintes características: Informação


a) pêlos pelo corpo. nova
b) tamanho dos seios e tamanho do pênis
c) largura dos quadris (um pouco abaixo da cintura) e dos ombros

10 anos 11- 16 anos 17 - 28 anos

10 anos 11- 16 anos 17 - 28 anos


A U L A Com base no que você observou na página anterior:

54
Exercícios Exercício 4
Cite uma mudança que ocorre igualmente nos dois sexos entre os 11 e os
16 anos.
..................................................................................................................................

Exercício 5
O aumento da largura dos ombros ocorre igualmente nos dois sexos?
..................................................................................................................................

Exercício 6
O aumento da largura dos quadris ocorre igualmente nos dois sexos?
..................................................................................................................................

As mudanças que ocorrem na adolescência estão ligadas ao aumento da


A voz do
produção de certas substâncias em nosso corpo, denominadas hormônios.
professor Numa próxima aula veremos que existem diferentes tipos de hormônios.
Alguns deles agem sobre o coração, aumentando a pulsação. Outros agem sobre
os órgãos sexuais, também chamados de gônadas. O que nos interessa aqui são
os efeitos dos hormônios gonadotróficos, aqueles que atuam sobre as gônadas.
Veremos agora alguns resultados das mudanças no corpo de meninos e
meninas.

Informação Observe a figura abaixo:


nova

dutos de leite
mamilo
aréola
alvéolos
tecido gorduroso
ligamentos
suspensórios

Corte transversal do seio

O crescimento do seio ocorre devido ao acúmulo de gordura e ao desenvol-


vimento das pequenas glândulas que podem vir a fabricar leite, se receberem o
estímulo adequado.
O mamilo é muito sensível e responde a estímulos mecânicos e térmicos
(toque ou frio), ficando ereto. Isso ocorre devido à ação de pequenos músculos.
Os seios são sustentados por ligamentos suspensórios, que vão perdendo a
elasticidade. Com o tempo, deixam de sustentar os seios como na juventude.
A capacidade de amamentação da mulher não depende do tamanho dos
seios.
parte anterior do corpo A U L A

54
monte de Vênus

clitóris
lábios internos abertura urinária
hímen abertura vaginal
lábios externos

ânus

parte posterior do corpo

As mulheres podem examinar seu próprio corpo com a ajuda de um espelho.


Assim poderão identificar os órgãos que aparecem no desenho acima.
As pessoas têm órgãos sexuais diferentes. Essas diferenças são tão comuns
quanto as diferenças que existem entre o rosto de irmãos.

Procure localizar:

Monte de Vênus - É uma saliência formada principalmente por tecido


gorduroso. Ajuda a proteger os ossos da região (púbis).

Lábios externos - Também chamados de "grandes lábios", protegem os


órgãos sexuais externos. À sua volta crescem pelos, os chamados pelos pubianos.

Lábios internos - Quando se separam os grandes lábios, fica visível um


outro par. São os chamados pequenos lábios. Eles são sensíveis e podem inchar
quando a mulher está sexualmente excitada.

Clitóris - Próximo da junção frontal dos pequenos lábios está localizado um


pequeno órgão, que tem o tamanho de uma ervilha. Normalmente ele é coberto
por uma pequena dobra de pele, sendo difícil a sua visualização. Durante a
excitação sexual, ele ganha sangue, fica avermelhado, aumenta de tamanho e
provoca sensação de prazer.

Abertura vaginal - Trata-se da ligação do meio interno com o externo. A


vagina, um órgão interno, começa justamente aí.

Ânus - Abertura do intestino, por onde passam as fezes.

Abertura urinária - Orífício por onde sai a urina.

Hímen - Uma fina pele que recobre parcialmente a abertura da vagina. Ele
se rompe gradualmente com a idade. Pode ser rompido também por estímulos
mecânicos, como exercícios físicos, ou numa relação sexual.
Nem sempre ocorre sangramento na ruptura do hímen. Um hímen rompido
não significa necessariamente que a mulher tenha mantido relação sexual. Da
mesma forma, existem pessoas com hímen exageradamente elástico, que não se
rompe nem após muitas relações sexuais.
A U L A

54

aparelho reprodutor feminino

Vagina - É um órgão cujas paredes têm propriedades elásticas, podendo se


dilatar durante o parto para a passagem do bebê. É na vagina que os
espermatozóides são lançados durante a relação sexual.

Útero - É um órgão musculoso, que abriga o embrião durante a gravidez.


Todos os meses, no período fértil da mulher, as paredes do órgão se preparam
para receber um embrião. Caso não ocorra gravidez, elas se descamam e ocorre
um derramamento de sangue que não coagula. Esse processo é chamado de
menstruação.

Ovários - Produzem os óvulos. Estes, caso se encontrem com os


espermatozóides, no período fértil, produzem a gravidez. Os ovários produzem
também hormônios.
A gravidez é mantida nas primeiras semanas graças a hormônios que são
produzidos pelo ovário. Um deles, chamado progesterona, é produzido respon-
dendo a um estímulo mandado pelo útero grávido. Quando o ovário percebe no
sangue um hormônio chamado gonadotrofina coriônica, ele continua a produzir
progesterona.

Trompas de Falópio - Ligam os ovários ao útero. Caso um óvulo se encontre


com um espermatozóide e estacione na trompa, poderá se intalar uma gravidez
de risco, a chamada gravidez tubária.
· Fazem parte do aparelho genital feminino: Resumo
A U L A
ovários
útero
trompas de Falópio 54
vagina
grandes lábios
pequenos lábios
hímen
clitóris
monte de Vênus

· Os ovários produzem os óvulos e hormônios.

· A gonadotrofina coriônica está presente no sangue de gestantes.

Exercício 7
Foi encontrado o esqueleto de uma pessoa adulta. Um médico diz que é
possível saber o sexo daquele esqueleto. Você tem alguma sugestão que Exercícios
poderia ajudar a determinar o sexo do esqueleto?

Exercício 8
Por que Lineu estava tão contente com o resultado do exame de sangue de
sua namorada, que indicava a presença de gonadotrofina coriônica?
A UA UL L AA

55
55
Perpetuando a vida - 2

Atenção - Maria, olhe só o resultado do exame: positivo para gonadotrofina coriônica!


Alberto e Maria olharam um para o outro, sem entender nada.
- Que doença é essa, Lineu? Tem cura?
Lineu deu uma sonora gargalhada, ergueu o copo ainda vazio e disparou:
- Iahuuu! Eu vou ser pai!
Alberto e Maria continuavam na mesma, sem entender nada do que Lineu
dizia. Foi quando Myriam, a companheira de Lineu, chegou da rua. Estava na
hora exata do encontro marcado com Lineu.
- Pessoal, esta é a Myriam. Dentro do seu útero tem um pequeno embrião,
que está produzindo uma substância especial, que só aparece na gravidez. É a
gonadotrofina coriônica. Acabou o mistério? Esse embrião é meu filho! Aliás,
nosso, né, Myriam?
- Ah, bom, pensei que você tinha esquecido a minha participação na
geração do nosso filho...
- Oi, Myriam. Prazer. Eu e o Alberto levamos um susto danado. Achamos
que esse exame era para Aids!

Exercício 1
Por que podemos ter a certeza de que, quando existe gonadotrofina coriônica
Exercícios no sangue de uma mulher, ela está grávida?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 2
Por que Myriam ficou chateada com Lineu durante a conversa?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 3
A contribuição de pai e mãe é realmente a mesma para a concepção de uma
criança?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Nesta aula, continuaremos a estudar a reprodução. Vamos estudar agora os A U L A
órgãos reprodutores masculinos. Em seguida estudaremos a fecundação, o
A voz do
início de uma nova vida, e algumas formas de evitá-la. Por fim, falaremos do
temor de Maria e Alberto. 55professor

aparelho reprodutor masculino


Informação
nova
bexiga

próstata
pênis vesícula seminal

uretra canal deferente

escroto
testículo
glande
epidídimo
prepúcio

Testículos - São os órgãos que produzem espermatozóides. Os


espermatozóides são pequenos seres microscópicos que têm cauda e se movem
ativamente dentro da vagina e do útero da mulher, procurando pelo óvulo.
Os testículos produzem também hormônio masculino, chamado testosterona.
A partir da adolescência, essa produção passa a ser intensa, ao mesmo tempo em
que os espermatozóides começam a ser produzidos.

Escroto - É uma bolsa que aloja os testículos. O escroto tem a capacidade de


se dilatar com o calor, o que resfria os testículos.
Os cientistas descobriram que os testículos funcionam melhor numa tempe-
ratura mais baixa do que a do corpo. Por esta razão deve-se evitar a utilização de
calças muito justas, que podem elevar a temperatura dos testículos, prejudican-
do a formação de espermatozóides.

Epidídimo - É um canal espiralado que fica junto aos testículos. Neste local
termina a formação dos espermatozóides.

Canais deferentes - São órgãos tubulares, que conduzem os espermatozóides


até a uretra, onde serão eliminados. Caso sejam obstruídos cirurgicamente o
homem não poderá mais ter filhos, apesar de continuar a ter relações sexuais
normalmente.

Vesículas seminais - São glândulas que alimentam os espermatozóides,


produzindo um líquido nutritivo.

Próstata - Glândula que produz o líquido no qual os espermatozóides se


movem. É comum que cresça anormalmente após os 60 anos de idade. Nesse
caso, prejudica também a micção, isto é, o ato de urinar.

Uretra - Conduz a urina e o sêmem. O sêmem é a mistura de espermatozóides


com as secreções da vesícula seminal e da próstata.
A U L A Pênis - O pênis é uma estrutura cheia de cavidades internas, que se enchem
de sangue em situação de excitação sexual. O enchimento de sangue provoca a

55 ereção do pênis, controlada pelo sistema nervoso.


Às vezes ocorrem ereções involuntárias, que não estão relacionadas com
excitação.
Glande - Parte terminal do pênis, onde existe maior sensibilidade táctil.
Prepúcio - Camada de pele flácida que recobre a glande. Tem função
protetora e exige muita higiene, uma vez que pode se acumular sebo (uma
substância gordurosa) ao seu redor.
Homens circuncisados são os que tiveram essa pele retirada cirurgicamente.
Essa cirurgia é particularmente indicada, em crianças, quando o prepúcio
permanece aderido à glande.

Procure relacionar órgãos genitais masculinos e femininos, da seguinte forma:


Exercícios
Exercício 4
Em que parte do corpo do homem e da mulher são produzidos os hormônios
sexuais?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 5
Onde são produzidos os espermatozóides (homens) e os óvulos (mulher)?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 6
No corpo humano existem canais importantes que conduzem os óvulos e os
espermatozóides. A obstrução desses canais pode tornar a pessoa infértil, ou
seja, incapaz de produzir novos filhos. Que canais são esses?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Quando uma pessoa não consegue ter filhos, falamos que ela é infértil ou
A voz do estéril. Isso não quer dizer que a pessoa não tenha vida sexual. Ao contrário,
professor vários casais optam por cirurgias de esterilização justamente para poder ter vida
sexual mais intensa.
As cirurgias esterilizadoras, no homem, seccionam os canais deferentes,
amarrando-os. É uma cirurgia rápida e feita apenas com anestesia local, em
poucos minutos. Chama-se vasectomia.
Na mulher, é feita uma obstrução das trompas de Falópio. É uma operação
mais delicada do que a vasectomia e só pode ser feita por médicos, em clínicas
especializadas. É a chamada ligadura de trompas.
As operações de esterilização devem ser feitas por profissionais
especializados, que não as recomendam para casais jovens, que podem mudar
de idéia no futuro e querer ter mais filhos.
A reversão das cirurgias de esterilização não é fácil e raramente é
eficiente.
A U L A

55
corte dos canais
deferentes

corte das
trompas

Quando espermatozóide e óvulo se encontram, pode haver a fecundação,


isto é, um espermatozóide pode penetrar numa abertura do óvulo. Assim, as
informações hereditárias de pai e mãe se unem, formando o zigoto, um
pequeno ovo microscópico.

Todos os meses, depois do início da adolescência até aproximadamente


os cinquenta anos de idade, os ovários da mulher produzem um óvulo. Assim
que ele é produzido, cai nas trompas de Falópio e pode se encontrar com
espermatozóides, ocorrendo então a fecundação.

Caso a fecundação ocorra, ele continua seu trajeto até o útero, onde dará
início à produção de um outro hormônio que você já conhece, a gonadotrofina
coriônica. Esse hormônio vai estimular o ovário a continuar a produção de
progesterona.

No entanto, na ausência de progesterona, o útero começará a sangrar. É


a menstruação, que sinaliza o final do ciclo menstrual. Esse ciclo se repete a
cada vinte e oito dias, aproximadamente.

O período em que a fecundação pode ocorrer é chamado de período fértil.


Ocorre ao redor do dia em que o óvulo é produzido, lá pelo 14º dia do início
da menstruação.

Depois que o óvulo alcançar o útero, não ocorrerá fecundação, mesmo


que ele venha a se encontrar com espermatozóides.

Mesmo pessoas estéreis, ou seja, que não podem gerar filhos, devem
manter relações sexuais utilizando a camisinha. Isso impede a transmissão de
doenças, principalmente do vírus da Aids, uma doença ainda sem cura.
Resumo
A U L A · Fazem parte do aparelho genital masculino:
pênis

55 escroto
testículos
epidídimos
vasos deferentes
prepúcio
vesículas seminais
próstata

· Os testículos produzem hormônios e espermatozóides.

· As cirurgias de esterilização impedem o encontro de óvulos e


espermatozóides.

· A camisinha deve ser utilizada em relações sexuais, mesmo por pessoas


estéreis.

Exercícios 7
Com o que você aprendeu desta aula e na Aula 54, descreva os órgãos sexuais
Exercícios femininos e masculinos.

Exercício 8
Dê dois exemplos de operações de esterilização. Por que pessoas jovens
devem evitá-las?

Exercício 9
Como podemos evitar a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis?
AUU
A L AL A

56
56
Hormônios

A
parecida chegou toda esbaforida à lanchonete.
- O que aconteceu, Cida? Você está pálida! - perguntou Mário.
Atenção
- Você nem imagina o que aconteceu comigo... - respondeu ela, ofegante.
- Calma, Cida, tome uma água com açúcar e me conte tudo o que aconteceu.
- Hoje fui ao banco receber a minha aposentadoria. Escondi o dinheiro no
sutiã, saí do banco e peguei o ônibus para cá. No caminho subiram dois rapazes
com um jeito meio suspeito. Eu tentei disfarçar que tinha dinheiro escondido,
mas, por mais que tentasse me acalmar, o medo de ser roubada foi me deixando
cada vez mais nervosa.
Para piorar a situação, um dos sujeitos começou a me encarar. Eu não sabia
mais o que fazer. Meu coração queria sair pela boca, eu estava suando frio, toda
arrepiada, foi me dando uma falta de ar... Fiquei totalmente descontrolada! Só
conseguia pensar em sair dali... Quando já estava me levantando para fugir, um
dos rapazes veio na minha direção e falou, quando eu já estava quase na porta de
saída do ônibus: “Ei, a senhora não é a dona Aparecida, mãe da Rita?”
Aparecida fez uma pausa e prosseguiu:
- Pois é, Mário! Aquele rapaz tinha sido colega da minha filha na escola.
E eu, boba, quase morri de susto à toa!

Você já passou por alguma situação semelhante à de Aparecida? Tente Mãos à obra
lembrar e conte abaixo o que aconteceu.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Todos nós já passamos por algum susto, seja por um bom motivo ou não! No
entanto, qualquer que seja o motivo, o nosso corpo sempre reage da mesma
forma.

Relendo o texto, destaque as reações do organismo de Aparecida frente à


situação de susto.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Informação
A U L A Muitas vezes enfrentamos situações novas ou de risco, das quais podemos
nova sair ganhando ou perdendo. Isso acontece quando fazemos uma entrevista para

56 um novo emprego, quando pedimos alguém em namoro ou casamento, quando


temos de resolver uma prova importante, ou mesmo quando somos assaltados
ou sofremos um acidente de carro.
Em todas essas situações, o nosso organismo é colocado em um estado de
estresse. Isso desencadeia nele uma série de “respostas” sobre as quais não temos
controle.
No caso de Aparecida, o organismo reagiu provocando palidez na pele,
aumento da pulsação e da freqüência respiratória, suor frio e arrepios. Essas são
as consequências imediatas mais comuns quando nos deparamos com uma
situação inesperada.
A pergunta que surge, então, é: por que isso acontece? Existe algum motivo
para reagirmos dessa forma?

Mãos à obra Para responder, vamos pôr as mãos à obra:

Observe a tabela abaixo. Ela mostra o número de movimentos respiratórios


que uma pessoa adulta realiza em um minuto, em três situações diferentes: em
repouso, em atividade leve e em atividade pesada.

ATIVIDADE MOVIMENTOS RESPIRATÓRIOS POR MINUTO

repouso 12
trabalho leve 19
trabalho pesado 30

Como você interpreta essa tabela?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Analisando os dados apresentados acima, percebemos que, quando realiza-


mos esforço físico maior, aumenta nossa freqüência respiratória.

Você sabe por que isso acontece? Para relembrar, dê uma olhadinha na Aula 35.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A respiração fornece o oxigênio ao organismo. Em contato com a glicose,


aquele açúcar obtido dos alimentos, o oxigênio libera energia para nosso corpo.
Dependemos dessa energia para realizar todas as nossas atividades, inclusive
para executar trabalhos leves e pesados.

Meça a freqüência dos seus batimentos cardíacos nas três situações apresen-
tadas anteriormente. Com os dados, monte uma tabela semelhante à que
mostramos acima.
A U L A

56
ATIVIDADE NÚMERO DE BATIMENTOS CARDÍACOS
repouso
atividade leve
atividade pesada

Contando os seus batimentos cuidadosamente, você deve ter observado que


a freqüência de batimentos do coração, conhecidos por batimentos cardíacos,
também aumenta quando realizamos atividades físicas: quanto mais atividade,
mais acelerados são os batimentos.
Isso acontece porque todas as partes do nosso corpo necessitam de energia.
Como você estudará mais detalhadamente nas próximas aulas deste bloco, é o
sangue que transporta o oxigênio e a glicose para o organismo inteiro.
Por isso, quando há maior consumo de energia, é importante que o sangue
chegue mais rápido a todas as partes do corpo, o que é conseguido pelo aumento
da freqüência dos batimentos cardíacos.

Quando nos deparamos com uma situação inesperada ou de perigo, nosso A voz do
organismo se prepara para “fugir” ou “lutar”. professor
Escolhendo qualquer das duas alternativas, é inevitável o gasto de uma
grande quantidade de energia.
Essa energia é conseguida pelo aumento da freqüência respiratória, que
libera mais oxigênio para o sangue, e pelo aumento da freqüência de batimentos
cardíacos, distribuindo mais rapidamente esse oxigênio para todo o corpo.
O mais curioso é que todas essas modificações no nosso organismo ocorrem
sem que tenhamos o mínimo controle sobre elas.
O que faz com que o nosso organismo reaja dessa forma a uma situação de
perigo ou susto? Que estrutura ou substância do nosso corpo pode atuar de
forma independente da nossa vontade?

A adrenalina

O principal herói ou vilão dessa história é a adrenalina


adrenalina. Essa substância é
produzida e liberada no sangue pelas glândulas adrenais
adrenais, estruturas locali-
zadas sobre os nossos rins.
A adrenalina é a principal responsável pela maioria das nossas reações ao
susto e ao perigo.
Simultaneamente ao aumento da freqüência de batimentos cardíacos e da
freqüência respiratória, a adrenalina também promove maior liberação de
glicose no sangue. Isso faz com que a energia necessária para uma reação de fuga
ou luta esteja disponível nos órgãos que mais necessitam dela: os músculos e
cérebro.
No entanto, não bastam glicose e oxigênio para que a energia seja produzida.
É igualmente necessária outra substância transportada pelo sangue: a insulina
insulina.

A insulina

A insulina é produzida por um órgão denominado pâncreas


pâncreas. Sem ela, a
glicose e o oxigênio não conseguiriam produzir energia.
A U L A Uma grave doença humana, a diabete
diabete, é causada pela falta de insulina no
sangue. Nos casos mais graves de diabete, a pessoa precisa tomar uma injeção

56 diária de insulina para que seu organismo funcione normalmente.

Mãos à obra Relendo com atenção o texto acima, cite pelo menos duas semelhanças entre
a adrenalina e a insulina.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Tanto a adrenalina como a insulina são hormônios


hormônios, ou seja, substâncias
reguladoras produzidas por algumas estruturas do nosso organismo e liberadas
no sangue.
Viajando pelo sangue, os hormônios podem exercer as suas funções em
regiões do organismo distantes do local onde são produzidas. Observe, no
esquema abaixo, a localização das estruturas produtoras de adrenalina e alguns
órgãos que reagem a esses hormônios.

pulmões e coração:
reagem à adrenalina

glândulas suprarenais:
produzem adrenalina

As estruturas que produzem os hormônios são conhecidas pelo nome de


glândulas endócrinas
endócrinas. Como exemplos, já citamos duas delas nesta aula: as
glândulas adrenais e o pâncreas.
Vamos verificar se você entendeu o que foi dito até agora A U L A

Preencha o esquema abaixo, retirando do texto acima as informações ade-


quadas: 56
exemplos insulina
HORMÔNIOS

são
exemplos pâncreas
produzidas pelas
SUBSTÂNCIAS

liberadas
no

Agora, escreva uma frase utilizando o esquema que você montou.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Outros exemplos de glândulas endócrinas já foram citados nas aulas sobre


reprodução humana de nosso curso. São os testículos
testículos, presentes nos homens, e
os ovários
ovários, nas mulheres.
Os testículos, além de serem as fábricas de espermatozóides do organismo,
também produzem um tipo de hormônio: a testosterona
testosterona.
Esse hormônio é o responsável pelo desenvolvimento das características
sexuais secundárias do homem, tais como: pêlos no rosto, voz mais grave e
musculatura mais desenvolvida.
Nas mulheres, os ovários produzem as células sexuais - os óvulos - e
hormônios. São eles a progesterona e o estrógeno
estrógeno.
O desenvolvimento das características sexuais secundárias em meninos,
assim como a regularidade do ciclo menstrual nas mulheres e o desenvolvimen-
to de suas características sexuais secundárias, são processos que ocorrem em
nosso organismo, independentemente da nossa vontade.
É impossível dizer com certeza quando vão começar a aparecer os primeiros
pêlos da barba de um rapaz. Também é impossível saber com absoluta certeza os
dias do mês em que a mulher estará fértil e poderá engravidar.
Esses processos, assim como a reação ao estresse, discutida no começo da
aula, estão sob influência dos hormônios presentes no nosso sangue.
O momento e a situação que desencadeiam a liberação de determinados
hormônios no sangue - assim como o funcionamento de alguns órgãos de nosso
corpo que exercem suas funções sem que nos preocupemos com eles, tais como
pulmões, coração, estômago - são regulados por outras estruturas do nosso
próprio organismo.

A hipófise

Muitas das glândulas endócrinas liberam seus hormônios no sangue medi-


ante ordem enviada por uma outra glândula endócrina, a hipófise
hipófise, considerada
a glândula mestra.
A U L A A liberação dos hormônios da hipófise no sangue determina que glândulas
endócrinas entrarão em funcionamento, liberando seus hormônios, em uma

56 determinada situação ou momento. Esses hormônios, liberados, definirão a


reação do organismo.
Veja o que acontece no caso do controle do desenvolvimento das caracterís-
ticas sexuais secundárias nos meninos:

hipófise
libera hormônio
que estimula os
testículos

testículos
produzem testosterona,
hormônio responsável pelo
desenvolvimento das
características sexuais
secundárias

Outras glândulas endócrinas são reguladas diretamente por um sistema


especial, o sistema nervoso
nervoso, cuja função é controlar todas as nossas ações, sejam
elas dependentes da nossa vontade ou não.
Conheceremos melhor o sistema nervoso na próxima aula do nosso curso.

Resumo · Quando somos colocados frente a uma situação inesperada, nosso organis-
mo reage de forma específica, produzindo palidez, suor frio, aumento da
pulsação e da freqüência respiratória e arrepio dos pêlos.

· Essa reação propicia um aumento da produção de energia pelo corpo,


energia esta que pode ser utilizada, hipoteticamente, para uma fuga ou luta.

· A reação do nosso organismo ao perigo ou susto é desencadeada pela


liberação do hormônio adrenalina no sangue.
· Outro hormônio, a insulina, é essencial para que possamos produzir energia A U L A
a partir da glicose e do exigênio.

· Os hormônios são produzidos pelas glândulas endócrinas. Nesta aula 56


citamos algumas delas: as adrenais, o pâncreas, os testículos, os ovários e a
hipófise.

· A presença dos hormônios no sangue desencadeia reações no organismo


que independem da nossa vontade.

Exercício 1
Defina o que é hormônio.
Exercícios
Exercício 2
Faça um esquema semelhante ao que foi apresentado nesta aula, relacionan-
do os seguintes termos: testículo, ovário, testosterona, progesterona,
estrógeno, ciclo menstrual, características sexuais secundárias masculinas e
características sexuais secundárias femininas.

Exercício 3
Por que não conseguimos controlar as reações do organismo quando colo-
cados frente a uma situação inesperada ou de perigo?
A UA UL L AA

57
57
Sistema nervoso

Atenção A roda de amigos crescia, animada pela batu-


cada que iria varar a noite, e pela cerveja gelada que o dono da festa não ia deixar
faltar. Naquela sexta-feira, Zé Luiz e o seu pessoal não iriam nem pensar em
tomar o rumo de casa antes de o sol raiar.

Bem de manhãzinha, Neide, uma jovem mãe de 28 anos, queria estar pegando
o ônibus para levar suas filhas até o posto de vacinação. Roseli, de dois anos, e
Joseneide, de três, as únicas que dividiam o cômodo da casa com ela, já estavam
acostumadas a acordar cedo nos dias de semana. Era dia de vacinar todas as
crianças e Neide tinha de estar de volta antes das nove da manhã. Na loja onde
trabalhava como balconista, sábado era o dia de maior movimento, especialmente
naquela época.

O pagode corria animado. A noite estava deliciosa, apesar do calor típico de


dezembro. Sábado à tarde seria a primeira rodada da final do campeonato. As
opiniões estavam divididas, mas ninguém tinha dúvida de que o jogo de futebol
ia ser muito disputado. Zé Luiz já tinha perdido a conta da cerveja.

Se as vendas continuassem boas, Neide ia poder comprar a boneca que Roseli


e Joseneide tinham pedido para papai noel. Ela falava e tinha um monte de
roupinhas, inclusive uma de noiva, velho sonho de Neide. Aquele poderia ser o
melhor Natal das meninas, mesmo sem esperança de receber algo do pai, que não
morava longe dali, mas nunca aparecia. Mais uma razão para Neide colocar as
meninas na cama e acordar cedo.

Elas estavam esperando o ônibus às quinze para as seis quando tudo


aconteceu. Zé Luiz não percebeu que voltava para casa dirigindo seu carro em
alta velocidade. Faltava pouco para chegar quando perdeu o controle numa curva
e subiu na calçada. Acordou apenas no hospital e percebeu que estava numa
maca, com um colete no pescoço. Ao seu lado, em outra maca improvisada no
corredor do hospital, Neide, sua antiga companheira, perguntava pelas meninas,
ainda meio atordoada. Roseli e Joseneide não iam ganhar nenhuma boneca
naquele Natal. Tiveram morte instantânea no ponto de ônibus. Seu pai dirigia
embriagado.

Leia com atenção o texto e responda as questões que se seguem.


Exercício 1 A U L A
José Luiz sabia que iria beber muito naquela noite? Por que será que não se
preocupou com isso, sabendo que iria dirigir?
.................................................................................................................................. 57
Exercícios

..................................................................................................................................
Exercício 2
É comum que as pessoas pensem que o álcool não atrapalha a capacidade de
dirigir? Você conhece algum exemplo?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 3
Você poderia completar a lista abaixo, identificando a reação da substância
na pessoa que a consome? Escolha entre estimulante e relaxante relaxante.
a) café .....................................................................................................................
b) guaraná em pó ..................................................................................................
c) suco de maracujá ..............................................................................................
d) cerveja ................................................................................................................
e) pinga ...................................................................................................................
f) cigarro ................................................................................................................
g) cocaína ...............................................................................................................
Exercício 4
Você saberia explicar por que são colocados coletes no pescoço de pessoas
acidentadas, como José Luiz?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Diferentes substâncias interferem no controle do nosso corpo, e elas afetam


nossa capacidade de transmitir e receber informações entre o cérebro e o resto do
A voz do
organismo. Um importante órgão, responsável por boa parte desse trânsito de professor
informações, é a medula espinhal, um órgão alongado que fica protegido pela
coluna vertebral. Vamos estudar sua função utilizando uma rã-touro gigante.

Rã A
Rã B
MãosA àU obra
L A Observe a figura da página anterior que mostra duas rãs. Uma delas é normal
(A), e outra (B) teve a medula espinhal cortada. Veja o resultado de alguns

57 estímulos nas duas rãs:


RESPOSTA
ESTÍMULO
RÃ A RÃ B

barulho (bater palmas) saltou ficou inerte


mostrar vela acesa saltou ficou inerte
alfinetada na pata retraiu pata retraiu pata

Observe com atenção as reações dos dois animais e responda:


As duas rãs respondem da mesma forma aos estímulos? Qual a diferença?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Existe alguma reação surpreendente na rã B?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O cérebro, a medula e os
A voz do nervos são os principais ór-
professor gãos que formam o sistema
nervoso. As informações que
chegam ao cérebro são res-
pondidas com estímulos que
acionam diferentes músculos
do corpo. Esses estímulos
mandam sinais que percor-
rem a medula para, então, che-
gar à perna, por exemplo,
quando queremos andar.
Os nossos movimentos vo-
luntários
luntários, isto é, aqueles que
obedecem a nossa vontade,
dependem de ordens do nos-
so cérebro, os estímulos
nervosos.

Quando a medula está


seccionada, o sinal não tem
como chegar ao seu destino, e
o animal fica inerte. Está pa-
ralisado, ou seja, não pode re-
alizar nenhum movimento
voluntário. Pense numa pon-
te que caiu numa rodovia.
O trânsito fica todo parado.

Os coletes que são coloca-


dos em pessoas acidentadas
visam proteger a medula es-
pinhal, evitando que alguma
eventual lesão seja agravada. Sistema nervoso central do ser humano
Movimentos involuntários A U L A

Ao espetar a perna da rã ocorreu algo de surpreendente. Ela realizou um


movimento brusco, mesmo estando paralisada. Isso ocorreu porque os nervos 57
que trouxeram a informação da dor chegaram à medula e ela imediatamente
respondeu com um estímulo. Esse estímulo percorreu o caminho de volta e
acionou o músculo, que se contraiu. Esse tipo de movimento involuntário é
chamado de arco-reflexo simples
simples.
Você já deve ter notado que, ao encostar numa superfície muito quente, por
exemplo, você retira a mão num movimento brusco, sem mesmo ter consciência
do que está fazendo. É um arco-reflexo simples.

inal
h o do s
ca min alfinete
(estímulo mecânico)

Quando um dedo é picado por um


alfinete, o estímulo percorre
rapidamente os terminais
nervosos e encolhemos o dedo
automaticamente.

Caso a medula seja toda destruída, a rã ficará totalmente inerte e não poderá
nem mesmo realizar arcos-reflexos simples. No entanto, ela não estará morta.
Seu coração, por exemplo, continuará a bater normalmente.
A U L A Nervos e músculos

57 Em 1921, um neurologista chamado Otto Loewi realizou uma experiência


que esclareceu a forma como os nervos transmitem informação para os múscu-
los. Ele colocou um coração de rã numa solução nutritiva, chamada de solução
de Ringer. O coração, mesmo fora do corpo da rã, continua a bater normalmente.
Ele deixou ligado ao coração um nervo chamado nervo vago vago, que, ao
nervos medulares
contrário da maioria dos nervos, não parte da medula (nervos medulares), mas
da base do cérebro (é, portanto, um nervo craniano
craniano).
Em seguida, estimulou esse nervo com repetidos choques elétricos e verifi-
cou que o ritmo do batimento cardíaco diminuía.
O passo seguinte foi transferir aquela solução de Ringer para um outro
coração, sem o nervo vago. O resultado observado foi o mesmo, ou seja, o ritmo
cardíaco diminuiu. A conclusão foi a de que o estímulo nervoso, quando chega
ao músculo, libera uma substância, que foi chamada de mediador químico
químico. Otto
Loewi identificou a acetilcolina naquela solução de Ringer.

Mediadores químicos e drogas

Existem inseticidas que são constituídos de substâncias muito parecidas


com mediadores químicos. Eles atuam nas ligações entre os nervos e os
músculos, atrapalhando a transmissão de estímulos nervosos de tal forma que
acabam por matar o animal. E, por essa razão, também são muito perigosos
para o ser humano.
Outras substâncias interferem de formas variadas no nosso organismo.
Algumas, como a nicotina, a cafeína e a cocaína, estimulam o funcionamento do
sistema nervoso. Perder o sono, por exemplo, pode ser um dos efeitos dessa
estimulação. Outras substâncias, como o álcool e a morfina, relaxam o corpo,
fazendo com que as reações do organismo sejam retardadas.
O álcool é uma das drogas mais utilizadas no Brasil, com trágicas conseqüên-
cias. Além disso, o excesso no consumo de álcool pode causar a lenta destruição
do fígado, levando à cirrose hepática. Grande parte dos acidentes de trânsito é
causada por motoristas que ingeriram álcool antes de dirigir. O álcool desinibe o
motorista - que assim abusa da velocidade - e, ao mesmo tempo, retarda seus
reflexos. Qualquer imprevisto pode se converter em acidente grave, pois as
reações do motorista serão mais lentas.
Existem muitas drogas em uso atualmente, sendo que a cocaína e o crack A U L A
conquistam cada vez mais consumidores, principalmente pela forte e rápida
dependência que causam nas pessoas. Quando consumidas junto com álcool,
podem levar a ataques cardíacos, geralmente fatais. 57
· O sistema nervoso tem como órgãos principais o cérebro, a medula e os Resumo
nervos.

· A medula é responsável pelo trânsito de impulsos nervosos entre o cérebro


e o corpo.

· O seccionamento da medula acarreta perda dos movimentos voluntários.

· A medula é a responsável pelos arcos-reflexos simples.

· O nervo comunica o estímulo ao músculo por meio da produção de media-


dores químicos.

· Diferentes substâncias interferem no funcionamento do sistema nervoso,


e existem substâncias estimulantes e relaxantes.

· O álcool deve ser evitado por motoristas.

Exercício 5
Cite duas importantes funções da medula espinhal.
Exercícios

Exercício 6
Ao aplicar inseticida, nota-se que as baratas parecem tontas e realizam
movimentos sem nenhuma coordenação. Por quê?

Exercício 7
Simule o julgamento de José Luiz. Um aluno representará o advogado de
defesa, outro representará o de acusação, e a classe será o júri.
A UA UL L AA

58
58
Trânsito de substâncias
no corpo

Atenção N esta aula vamos produzir uma pequena


revista. A partir das informações que irá recebendo, você vai escrever os textos
(reportagens), que podem ser resumos de cada item tratado.
Nós forneceremos os anúncios da revista, que devem estar sempre relacio-
nados aos assuntos tratados.

A voz do A nossa revista tratará de alguns assuntos bastante interessantes: por


professor exemplo, as estruturas externas do nosso corpo e algumas manifestações que
podemos observar “de fora”, mas que estão relacionadas a funções internas.
Se você quiser, reúna-se com colegas e discuta os vários assuntos tratados.
Depois, vocês poderão montar a revista juntos.

Mãos à obra Vamos observar como é o nosso corpo por fora, como ele é formado e que
estruturas possui.

Pele: a cobertura do corpo

Você já reparou como é a sua pele? Se puder, pegue uma lente de aumento
e desenhe o que observou. Essa ilustração irá para a sua revista.

espaço para o seu desenho


A nossa pele é muito importante: ela nos protege dos microrganismos que Informação
A U L A
estão por toda parte. Você já percebeu que às vezes, quando se machuca, aparece nova
uma certa vermelhidão em torno do machucado?
Isso acontece porque a barreira que a pele forma foi rompida e os microrga- 58
nismos entraram, deixando seu machucado inflamado.

O que você deve fazer com seu machucado para ele não inflamar? Mãos à obra
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Todos nós temos, na pele dos dedos, marcas que nos identificam: são as Informação
impressões digitais
digitais. Elas se formam quando o bebê ainda está no útero da mãe, nova
cerca de seis a oito semanas antes do nascimento. Mesmo com o passar dos anos,
essas marcas não desaparecem. Cada pessoa possui sua própria marca.
A nossa pele também “gasta” e, por isso, está sempre sendo reposta. A cada
quarenta dias, mais ou menos, toda a nossa pele se renova, mas as nossas
impressões digitais não se alteram.
A cor da pele das pessoas também varia bastante. Nossa cor é herdada dos
nossos pais. Mas, dependendo do local onde moramos ou da intensidade do Sol
a que ficamos expostos, essa cor pode sofrer pequenas alterações.
Nossa pele tem pigmentos que nos dão a cor que possuímos. Esses pigmen-
tos são chamados de melanina e servem para proteção. Quanto mais melanina
uma pessoa possuir naturalmente, mais protegida dos raios solares ela estará,
pois o Sol pode causar diversos problemas à pele: manchas, pintas e até mesmo
câncer. Por isso, pessoas com pele escura, isto é, com mais melanina, são menos
susceptíveis a ter problemas de pele.

Se uma pessoa, principalmente de pele clara, pretende ficar exposta ao Sol Mãos à obra
por muito tempo, deve usar produtos com filtro solar. Explique por quê.
..................................................................................................................................

Com o que você aprendeu até aqui, escreva sua primeira “reportagem”.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Os pêlos Informação
nova
Espalhados por toda a nossa pele existem pêlos
pêlos. Eles são muito parecidos
com os nossos cabelos, mas um pouco mais curtos.
A distribuição dos pêlos é um pouco diferente em homens e mulheres
adultos: os homens têm barba e pêlos no peito e as mulheres não têm.
Nossos pêlos estão sempre crescendo. Mas as pontas deles se “gastam”
quando encostamos nas roupas e em objetos. Isso faz com que eles mantenham
quase sempre o mesmo tamanho.
MãosA àU obra
L A Quantos “tipos” de pêlos temos em nosso corpo?
..................................................................................................................................

58 Alguns pêlos são muito importantes: é o caso dos cílios


cílios, por exemplo. Eles
protegem nossos olhos de pequenas partículas de poeira que podem estar voando.
Os pêlos pubianos (que cobrem os órgãos genitais) também são importan-
tes protetores.

Com o que você aprendeu até aqui, escreva mais uma “reportagem”.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Cabelos

Dissemos que os pêlos são parecidos com os cabelos. Mas o que mais
Informação sabemos sobre os cabelos?
nova Observe estes anúncios:

O Shampoo Nutritivo Seda Linha Pro, formulado com queratina e


Pro-vitamina B5, atua nos cabelos quebradiços e nas pontas duplas.

Wella Balsam Liquid Hair - O primeiro produto que contém queratina


queratina,
aminoácidos e proteínas, os mesmos ingredientes que compõem a estru-
tura natural dos cabelos.

De acordo com os dois anúncios, responda: de que são feitos os fios de cabelo?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O cabelo é produzido no bulbo capilar


capilar, que é a parte viva do cabelo.
A voz do À medida que o cabelo vai crescendo, o fio de cabelo vai sendo preenchido por
professor uma proteína chamada queratina
queratina. Depois de todo preenchido, o fio morre.
Nosso cabelo, portanto, é constituído de matéria morta. A parte viva é apenas o
bulbo que fica no couro cabeludo.

Informação O comprimento a que podem chegar os cabelos varia de pessoa para pessoa.
nova A cada quatro anos, normalmente, todo o cabelo de uma pessoa se renova, pois
os fios vão caindo e outros são formados naquele mesmo bulbo, cada um a seu
tempo. Em casos normais, quando um fio de cabelo cai, é porque já está
sendo produzido um novo fio.
A cor dos cabelos varia de pessoa para pessoa. Essa cor, assim como a cor da
pele, também é herdada da nossa família e é resultado de pigmentos que surgem
na raiz do cabelo e colorem todo o fio.
Para tingir os cabelos, precisamos retirar a pigmentação natural e aplicar
neles uma tinta.
A U L A

58
fio de cabelo

glândula sebácea
raiz

bulbo
produtores de
pigmento

vasos sangüíneos

Couro cabeludo, com bulbo capilar

Existem muitos tipos de cabelos: claros, escuros, lisos, enrolados etc. Escreva Mãos à obra
como são os cabelos das pessoas da sua família. Com que parente você mais
se parece?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Com o que você aprendeu até aqui, escreva outra “reportagem”.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Unhas
Na ponta dos nossos dedos existe outra proteção: as unhas. Em animais que
usam as pontas dos membros mais que nós, elas são mais grossas e resistentes.
Observe à direita a pata de um cavalo. As nossas unhas não são
tão grossas, mas também protegem. Imagine as pontas dos nossos
dedos sem unhas...
Nossas unhas crescem até determinado ponto, e esse compri-
mento varia de pessoa para pessoa. A unha de uma pessoa pode
chegar aos 10, 12, 15 centímetros, e depois não cresce mais.
É importante ter as unhas sempre aparadas e limpas. Unhas unha
longas juntam sujeira que contamina o que pegamos - alimentos,
por exemplo.
Se prendermos o dedo e machucarmos a unha, ela pode ficar
com alguma marca. Mas, se machucarmos a base da unha, que é a
parte viva, ela pode crescer torta para sempre.
MãosA àU obra
L A Compare os anúncios abaixo com aqueles anúncios sobre cabelos. O que
você pode concluir quanto à constituição de cabelos e unhas?

58 Esmalte Colorama, com proteína e queratina. Uma forma prática de embelezar e


tratar as suas unhas.

Vasenol Mãos & Unhas-Sua fórmula exclusiva contém lipossomas, que suavizam
a pele, e queratina
queratina, que deixa as unhas no mínimo 30% mais resitentes.

Reúna as informações acima e escreva mais uma “reportagem”.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Glândulas

cabelo / pêlo
camada morta
poro
glândula sebácea
glândula sudorípara
camada viva

Em nosso corpo existem substâncias


oleosas que protegem a pele, os pêlos e
os cabelos. Elas são produzidas pelas
glândulas sebáceas e fazem nossa pele
ficar macia e impermeável.
A pele possui várias camadas: uma
parte viva, uma parte de matéria morta
(que também possui queratina) e uma
camada constituída por essas substân-
cias oleosas.
As glândulas sebáceas estão distri-
buídas pelo corpo em quantidades dife-
rentes. Existem regiões do corpo que
ficam oleosas mais rapidamente que
outras. Detalhe de pele vista em microscópio

Mãos à obra Quais são as regiões do corpo com maior quantidade de glândulas sebáceas?
Por que você acha que isso ocorre?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Você acha que tartarugas e lagartos têm glândulas sebáceas? Explique.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
As substâncias oleosas protegem o nosso corpo. Mas, em quantidade exces- A U L A
siva, podem provocar problemas, pois elas criam um meio propício para a
instalação de microrganismos que podem ocasionar doenças e mau cheiro.
É por isso que devemos lavar nosso corpo para retirar o excesso de óleo. 58
Nossas glândulas sudoríparas também são muito importantes. Elas produ-
zem o suor, substância que possui várias funções.

Molhe seu braço com água e movimente-o para fazer vento. Qual a sensação Mãos à obra
que você tem?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O suor serve como um radiador de motor de carro! Ele refresca nosso Informação
corpo. Quando nos movimentamos, nossos músculos produzem calor. Para nova
que não esquentemos demais, nossas glândulas sudoríparas produzem suor.
Isso permite que nosso corpo se resfrie.

Qual o “sabor” do suor?


..................................................................................................................................

Você já deve ter reparado que, quando faz muito calor, você sua bastante.
Quando faz frio, sua menos. O que acontece com a quantidade de urina em
dias quentes e frios?
..................................................................................................................................

O suor não possui apenas a função refrescante. Você já deve ter notado, pelo
A voz do
sabor, que o suor não é feito só de água.
Deve ter notado também que, em geral, eliminamos menos urina quando professor
suamos muito. Certo?
Podemos perceber, portanto, que deve existir uma relação entre a urina e
o suor.

O sabor do suor é levemente salgado, pois ele possui uréia e sais, além de Informação
água em grande quantidade. nova
Vamos ver agora como a urina é formada.
Nosso organismo necessita de alimento para se desenvolver e se manter.
Depois de utilizar os alimentos, temos que eliminar o “lixo” que sobra.
O sangue leva esse “lixo”, que é muito tóxico e se chama amônia, até o fígado.
O fígado transforma a amônia em algo um pouco menos tóxico (uréia).
O sangue que contém uréia, além de água, proteínas, sais etc., vai então para
os rins, que são os responsáveis por toda filtração do sangue
sangue.
Os rins selecionam também o que ainda é importante para o organismo -
como água, aminoácidos, vitaminas - e devolvem tudo isso ao sangue. O que
sobra para ser eliminado, portanto, é uréia, sais e água em excesso.
A urina produzida é levada para a bexiga pelo ureter. Quando a bexiga está
muito cheia, eliminamos a urina pela uretra. Veja a figura na próxima página.
A U L A

58
12ª costela
12ª costela
rim esquerdo
rim direito

ureter

ureter

bexiga

uretra

Sistema excretor

Os rins localizam-se nas nossas costas, lateralmente, no final das costelas.


Atenção: é muito raro os rins doerem! Quando sentimos dor nesse local,
provavelmente ocorreu um problema na coluna lombar.

Mãos à obra Compare urina e suor:

Qual a constituição do suor?


..................................................................................................................................

Qual a constituição da urina?


..................................................................................................................................

Você pode ver que tanto o suor como a urina são formados pelas mesmas
substâncias. A principal diferença entre os dois é a quantidade de água: o suor
tem muito mais.
Nossas glândulas sudoríparas também têm, portanto, a função de auxiliar a
eliminação de substâncias tóxicas.

Use este espaço para escrever mais uma "reportagem".


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Você deve ter percebido, nesta aula, quantas coisas existem em nossa pele. A U L A
No dia-a-dia, nem reparamos como são importantes. Deve ter percebido também
A voz do
que existe uma relação entre o que acontece com o interior do nosso corpo e o lado
externo. 58
professor

· A pele é um revestimento que protege nosso corpo. Ela se gasta e está Resumo
constantemente sendo renovada. Herdamos a cor da pele dos nossos pais.
Quanto mais escura a nossa pele, mais protegidos do Sol estaremos.
· Nosso corpo é coberto por pêlos de diversos tipos. Os cabelos são pêlos
diferenciados. Muitos pêlos têm função protetora, como os cílios e o pêlos
pubianos.
· Nas pontas dos dedos existem as unhas, que possuem função protetora.
· Pele, pêlos, cabelos e unhas possuem uma proteína chamada queratina.
· Na pele existem glândulas sebáceas. Elas produzem uma substância oleosa
que deixa nossa pele macia e impermeável.
· Temos também, na pele, glândulas sudoríparas, que produzem o suor.
· O suor, assim como a urina, elimina do organismo substâncias tóxicas, como
a uréia. Essa substância é o produto que sobra dos alimentos que ingerimos.
· Os rins filtram o sangue, selecionando o que é bom (e deve permanecer no
corpo) e o que é ruim (e deve ser eliminado).

Exercício 1
O que acontece se não desinfetarmos os machucados? Por quê?
Exercícios
Exercício 2
A pele é importante para sentirmos como são os objetos que tocamos
diariamente. Percebemos assim se algo está quente ou frio, se é aspero ou
liso, e assim por diante. Que partes do seu corpo são mais sensíveis a essas
coisas?

Exercício 3
Você sente dor quando alguém bate:
a) na pele do seu braço?
b) no seu cabelo?
c) na sua unha da mão?
Explique.

Exercício 4
Por que devemos limpar e cortar sempre nossas unhas?

Exercício 5
Vimos que homens e mulheres têm a distribuição diferente de pêlos no
corpo. Será que pessoas de raças diferentes (negros, índios, orientais e
brancos) também têm distribuição diferente de pêlos?
A UA UL L AA

59
59
Respiração e circulação

Atenção O bserve o gráfico abaixo:

Esse é um gráfico possível da pulsação de um trabalhador, carregador de


carga, nas várias horas do dia.
A pulsação é um ritmo que corresponde às batidas do coração. Dependendo
da situação, pode ser mais lenta ou mais rápida.
Podemos sentir os batimentos cardíacos (batidas do coração) em outros
locais do corpo além do peito, como no pescoço, nas têmporas e, mais facilmen-
te, nos punhos. A medida utilizada para contar a pulsação é o número de
batidas por minuto.

Mãos à obra
Em que situações a pulsação é maior? Qual é o número máximo de
batimentos cardíacos do trabalhador do gráfico?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Em que situações a pulsação é menor? A U L A
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
59
Qual é a pulsação mais constante nas situações em que o trabalhador está em
repouso, mas acordado?
..................................................................................................................................

Em que situação a linha do gráfico pode chegar a pulsação igual a zero?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Tente sentir a sua pulsação.


Coloque sua mão direita no pulso esquerdo, com o dedo indicador ou médio
sobre a face interna do braço, logo abaixo da articulação e mais perto do polegar,
como indica a figura abaixo.

Pressione discretamente o pulso, até sentir a pulsação. Marque dez segun-


dos no relógio e, ao mesmo tempo, vá contando suas batidas.
Multiplique o número de batidas que você contou por 6. Assim terá o
resultado de sua pulsação em 60 segundos, ou seja, em um minuto.
Na situação de repouso acordado, o coração bate, em média
média, 80 vezes por
minuto. Experimente repetir a contagem após uma corrida; nessa situação, a
pulsação pode chegar a 150 batidas por minuto.

O coração funciona de modo semelhante a uma bomba de ar, empurrando


A voz do
o sangue que nele entra. Começa a bater quando ainda estamos no corpo de nossa
mãe, muito antes de nascer, e bate sem parar, independentemente da nossa professor
vontade, até o momento da nossa morte.
O batimento cardíaco é controlado pelo encéfalo.
O sangue, impulsionado pelo coração, passa pelo corpo todo, como mostra
o esquema a seguir.
A U L A

59 encéfalo

pulmões

coração

fígado estômago

rins

intestinos

Do centro do sistema
circulatório, o coração
bombeia sangue por
vasos sangüíneos
chamados artérias,
que levam o sangue
para o corpo inteiro.

Depois de passar pelos


órgãos, o sangue
retorna ao coração por
outros vasos, as veias.

A ilustração mostra
alguns desses vasos
sangüíneos que
alimentam os principais
órgãos. As artérias
se ramificam até chegar
aos capilares, que
fazem a junção com
as veias.
sistema circulatório do corpo humano
Observando a figura anterior, por onde o sangue circula dentro do nosso corpo? Mãos
A U L àAobra
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
59
Que locais do corpo o sangue atinge?
..................................................................................................................................

Em todos os locais do nosso corpo, o sangue precisa circular continuamente,


trazendo com ele as substâncias necessárias para a manutenção da vida.
A voz do
É igualmente necessário que o sangue descarte para fora do corpo, continu- professor
amente, as substâncias desnecessárias ou até mesmo tóxicas que nosso próprio
corpo produz.
O órgão que mantém o sangue circulando é o coração.

O coração está localizado na frente do peito, logo atrás das costelas, ocupan- Informação
do posição central, mas voltado para a esquerda. É um órgão musculoso, nova
resistente, mas não é rígido. Assim, pode se contrair continuamente para
expulsar o sangue.
Internamente, o coração é dividido em dois lados. Esses lados funcionam, na
realidade, como duas bombas. Veja a figura abaixo.

válvulas

A bomba que corresponde ao lado direito do nosso corpo (e esquerdo da


figura) bombeia sangue para os pulmões. A outra, do lado esquerdo, bombeia
sangue para todos os órgãos do corpo. Nosso sangue circula sempre dentro de
tubos, os vasos sangüíneos
sangüíneos.

O sangue segue sempre o mesmo caminho, realizando duas funções básicas.


A primeira função é a troca de gases da respiração
respiração: o sangue recebe oxigênio
A voz do
e elimina gás carbônico nos pulmões. professor
A segunda função é o transporte desses gases e de outras substâncias por
todo o corpo.
A U L A Essas duas funções são realizadas simultaneamente, impulsionadas pelas
duas “bombas” do coração.

59 A figura abaixo mostra o caminho percorrido pelo sangue: sai do lado direito
do coração e vai para os pulmões, volta para o lado esquerdo, vai para todo o
corpo e volta ao lado direito.

pulmões

lado direito do
coração lado esquerdo do
coração

todo o corpo

Mãos à obra Como o sangue pode se espalhar tanto, atingindo o corpo inteiro dentro
de vasos sangüíneos?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O sangue sai com impulso do coração para chegar à cabeça e aos nossos pés,
por exemplo. Mas como consegue voltar?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O sangue sai do coração por vasos de grosso calibre, as artérias


artérias, que vão se
A voz do afastando, ramificando-se em outros vasos de menor calibre, que chegam a ser
professor mais finos que fios de cabelo. Esses vasos muito finos recebem, por isso, o nome
de capilares
capilares.
É pelos capilares que o sangue é encontrado nas extremidades dos dedos,
no “branco” dos olhos, na pele. Sem sair dos capilares, o sangue vai se juntando
em outros vasos, cada vez de maior calibre, que vêm ao coração. Esses vasos são
as veias
veias.
O que permite o sangue voltar ao coração é que as veias possuem pequeninas
válvulas no seu interior, que impedem o refluxo do sangue aos órgãos.
Além disso, as veias em geral estão envolvidas por músculos dos braços e
das pernas, que auxiliam o rebombeamento do sangue ao coração sem que ele
retorne aos capilares. Assim como as veias, o coração também tem válvulas
parecidas com as de bombas de ar, permitindo o sangue fluir em sentido único, como
mostra a figura da página anterior.
Como é o sangue? Quantos litros de sangue tem em média o corpo de um Mãos
A U L àAobra
adulto?
..................................................................................................................................
.................................................................................................................................. 59
..................................................................................................................................

O sangue que entra e o que sai dos pulmões é igual? Explique sua resposta.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O sangue que entra e sai do intestino é igual? Explique.


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O corpo de um adulto tem cerca de cinco litros de sangue. A voz do


O sangue é um líquido vermelho. Vermelho é a cor de uma das substâncias professor
que o compõem, a única que vemos e que transporta o oxigênio.
Além dessa, há outras, de cor clara, que defendem o organismo. Elas
combatem os seres estranhos que podem entrar em nosso corpo, causando
infecção. Esses componentes são constantes no sangue.
O sangue é um meio de transporte para tudo o que circula pelo corpo - água,
remédios, alimentos, hormônios das glândulas etc. Por onde o sangue passa, ele
recebe substâncias e fornece outras.
Portanto, a composição do sangue não é sempre a mesma em todos os
lugares do corpo.

Quando corremos e o ritmo dos batimentos cardíacos aumenta, que outras Mãos à obra
alterações podemos perceber no nosso organismo?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em situações normais, você respira sem perceber. Mas, em qualquer ativida-


de física mais exigente, o ritmo da respiração pode variar bastante.
A voz do
Se quiser, você pode parar de respirar, mas apenas por pouco mais de um professor
minuto. Logo vem uma sensação de mal estar que o obriga, automaticamente, a
voltar a respirar.
O ar não pára de entrar e sair do corpo, não importa em que ritmo.
O nosso encéfalo controla a respiração. Dormindo ou acordados, respiramos
sem que tenhamos de lembrar disso.
MãosA àU obra
L A Pense e responda:

59 Por onde o ar entra e sai do corpo?


..................................................................................................................................

Qual é a diferença entre o ar que entra e o que sai?


..................................................................................................................................

Como você imagina que são os pulmões?


..................................................................................................................................

Você “percebe” mais o ar quando respira pela boca. Observe as suas narinas
em um espelho e imagine como os pelinhos da região podem ajudar a
respiração.
..................................................................................................................................

O ar entra pela boca ou nariz e segue por meio de tubos até os pulmões, que
A voz do estão situados um de cada lado no tórax, protegidos pela caixa torácica que é
professor formada pelas costelas.
O ar que entra pelas narinas passa pelas fossas nasais, um espaço oco entre
o nariz e a garganta, recoberto por uma membrana mucosa fina, úmida e cheia
de vasos sangüíneos.
Graças aos pelinhos das narinas, o ar entra mais limpo nas fossas nasais,
onde também se aquece - as fossas são pequeninas câmaras quentes.
O ar também pode entrar pela boca. De um jeito ou de outro, passa pela
faringe (a nossa garganta), a caminho dos pulmões.

Mãos à obra

Por que o ar é menos “percebido” por nós quando entra pelas narinas?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O ar que entra nos pulmões leva o oxigênio para dentro do corpo. O ar que
A voz do sai traz o gás carbônico para fora.
professor Isso acontece por meio de um sistema de tubos ramificados. O maior deles
é a traquéia
traquéia, um tubo flexível reforçado por anéis de cartilagem. A traquéia vai
da garganta até a parte superior do tórax, medindo uns 10 centímetros de
comprimento.
Da parte superior do tórax a traquéia se bifurca em dois tubos curtos, os
brônquios direito e esquerdo, também reforçados por anéis cartilaginosos.
Os brônquios penetram nos pulmões e a partir daí vão se ramificando muitas
e muitas vezes, diminuindo de diâmetro e se espalhando pelos pulmões como os
ramos da copa de uma árvore. Assim ramificados, são chamados de bronquíolos
bronquíolos.
Nas extremidades desses bronquíolos mais finos encontram-se minúsculos
e finíssimos saquinhos de ar, chamados alvéolos pulmonares
pulmonares.
Uma pessoa adulta pode ter mais de 300 milhões de alvéolos pulmonares.
Esse conjunto de “saquinhos” é o que forma a estrutura básica dos pulmões.
O funcionamento dos pulmões A U L A

Os pulmões, portanto, são dois grandes órgãos de consistência esponjosa,


recobertos por inúmeros vasos sangüíneos que aí chegam trazendo muito 59
sangue do coração. Uma membrana fina e lisa cobre e protege os pulmões,
instalados na parte traseira da caixa torácica. Veja a figura abaixo.

fossas nasais
boca

laringe
traquéia

pulmão

costela
coração

diafragma

Os pulmões se enchem de ar quando inalamos ou inspiramos


inspiramos, e soltam o ar
quando exalamos ou expiramos
expiramos.
Fechando os olhos, inspire profundamente e sinta o que acontece com o
tórax. Em seguida, expire todo ar que puder. Sinta em que momento os músculos
se contraem.
O principal músculo da respiração é o diafragma
diafragma. É uma membrana
fortíssima, que se estende na base da caixa torácica, separando os órgãos do
peito (coração e pulmões) dos órgãos da barriga (estômago e fígado, por
exemplo). A respiração normal é realizada pelo movimento do diafragma.
Quando o diafragma se contrai, fica mais baixo e plano e o volume do tórax
aumenta, possibilitando a entrada do ar.
A respiração funciona como um fole. Quando o diafragma relaxa, ele toma
uma forma abobadada, comprimindo levemente os pulmões e auxiliando a
saída do ar.
Essa é a forma normal e suave de respirar. Mas, quando “forçamos” a
respiração, o volume do tórax aumenta muito. Nesse caso, os músculos localiza-
dos entre as costelas auxiliam o movimento da respiração. Veja a figura abaixo.

inspiração
expiração
pulmão
pulmão
caixa torácica
caixa torácica
diafragma
diafragma

diafragma diafragma
contraído relaxado
MãosA àU obra
L A Dentro dos pulmões, o ar que inspiramos muda de composição. Uma parte
do oxigênio contido nele passa para o corpo, e o gás carbônico produzido pelo

59 corpo passa para o ar. Como o gás carbônico do corpo chega até os pulmões?
..................................................................................................................................

Você conhece outros animais que respiram pelos pulmões, como nós?
..................................................................................................................................

A maioria dos animais que vivem em contato com o ar respira pelos


A voz do pulmões. Todas as aves
pulmões aves, todos os mamíferos e também os jacarés e as cobras, do
professor grupo dos répteis
répteis, respiram por pulmões.
Alguns animais terrestres não possuem pulmões grandes e eficientes. É o
caso dos caracóis
caracóis, que abrigam em suas conchas um “pulmão” bem simples. O
ar entra e sai por um orifício que se abre e fecha, situado na borda da concha.

O pulmão dos caracóis é uma área interna


cheia de vasos sangüíneos.

Já os insetos
insetos, que também vivem no ambiente terrestre, não possuem
pulmões. O ar entra e sai por orifícios nos lados do corpo deles. Esses orifícios são
o início de pequenos tubinhos, ramificados como uma árvore, por onde o ar
circula. São chamados traquéias
traquéias, pois são parecidos com a traquéia humana.

traquéias
Sistema respiratório do gafanhoto representado internamente

Outros animais, como as minhocas


minhocas, utilizam oxigênio do ar que está entre
os grãos de terra, mas respiram somente pela pele. Elas não têm pulmões nem
traquéias.

Nos ambientes aquáticos, ani-


mais como peixes
peixes, camarões
camarões, lulas e
muitos outros, utilizam o oxigênio
da água. Eles conseguem respirar na
água porque possuem brânquias
brânquias. Na
maioria dos peixes, as brânquias fi-
cam cobertas, na parte posterior à
Brânquias, que se localizam debaixo
boca. Veja a figura ao lado. da abertura lateral dos peixes.
Os vegetais aquáticos e as algas também utilizam o oxigênio da água para A U L A
respirar. Plantas com raízes aquáticas e folhas para cima da água respiram o
oxigênio do ar, como as plantas terrestres. É o caso da vitória-régia
vitória-régia.
59

Como os outros mamíferos, o golfinho, o boto e a baleia têm pulmões e


respiram o oxigênio do ar. Vivem a maior parte do tempo na água, mas sobem
à superfície de vez em quando para respirar.

Há um grupo especial de animais que vivem a primeira parte de sua vida Informação
somente na água, respirando por brânquias. Quando se tornam adultos, perdem nova
as brânquias e vivem a maior parte do tempo no ambiente terrestre, adquirindo
pulmões, mas respirando principalmente pela pele pele. Esse grupo reúne os anfíbi-
os
os. São os sapos e as rãs
rãs, que vivem na água (quando jovens) e na terra (quando
adultos). Anfíbio é uma palavra formada por anfi, que quer dizer ambos
ambos, e bio,
que significa vida
vida. Anfíbio, portanto, significa ambas as vidas
vidas, isto é, a terrestre
e a aquática.

Resuma na tabela seguinte as diferentes maneiras que os seres vivos têm Mãos à obra
para conseguir oxigênio em ambientes terrestres e aquáticos.

AMBIENTES AQUÁTICOS AMBIENTES TERRESTRES

AMBIENTES AQUÁTICOS AMBIENTES TERRESTRES

AMBIENTES AQUÁTICOS AMBIENTES TERRESTRES

AMBIENTES AQUÁTICOS AMBIENTES TERRESTRES

AMBIENTES AQUÁTICOS AMBIENTES TERRESTRES

AMBIENTES AQUÁTICOS AMBIENTES TERRESTRES


A Udo
L A De qualquer maneira, o oxigênio que entra no organismo sempre se espalha
A voz por ele. Todas as substâncias que estão no nosso corpo para nos dar energia só

59
professor conseguem fornecer essa energia se o oxigênio entrar em contato com elas. Essa
é a importância fundamental da respiração
respiração.
Do contato entre aquelas substâncias e o ar, além da energia, surge o gás
carbônico, que precisa sair do corpo.
No nosso caso, o gás carbônico faz o caminho de todas as partes do corpo
para os pulmões. Esse transporte do oxigênio para um lado e do gás carbônico
para outro é realizado pelo sangue
sangue, que vive em movimento.
O sangue permite o obtenção de energia, por transportar o oxigênio. É por
isso que, quando nossos músculos necessitam de energia para algum esforço, a
velocidade dos batimentos cardíacos aumenta. Isso aumenta a velocidade de
circulação do sangue que transporta oxigênio. A necessidade de oxigênio leva
também os pulmões a trabalhar mais depressa.

Resumo · O coração funciona como uma bomba ritmada, empurrando sangue para
todo o corpo independentemente de nossa vontade.

· O nosso sangue sempre circula dentro de vasos. Os mais largos, que levam
sangue do coração ao corpo, são as artérias. Os que trazem o sangue ao
coração são as veias.

· Os vasos mais estreitos são chamados capilares.

· O sangue, que recebe oxigênio e elimina gás carbônico nos pulmões,


transporta substâncias pelo corpo todo.

· O sangue sempre flui no mesmo sentido, graças às válvulas do coração e


das veias.

· Tanto a circulação como a respiração são controladas pelo encéfalo.

· Por meio de tubos que se ramificam, o ar entra pelo nariz ou boca e chega até
os pulmões, onde fica em contato com o sangue.

· O sangue leva oxigênio para todos os lugares do corpo, sendo o responsável


pela liberação de toda a energia que necessitamos.

· Muitos seres vivos obtêm oxigênio por meio de pulmões. Mas há outras
estruturas para a respiração em alguns outros seres vivos.
Exercício 1 A U L A
Por que não conseguimos apalpar o coração e os pulmões, ao contrário do
estômago, por exemplo?
59
Exercícios

Exercício 2
A partir do que você leu, preencha a tabela com as estruturas que os seres
vivos abaixo utilizam para respirar.

PULMÕES BRÂNQUIAS TRAQUÉIAS PELE

galinha
caracol
jacaré

barata
minhoca

Exercício 3
Como o sangue consegue chegar a todos os lugares do corpo?

Exercício 4
Explique as alterações que ocorrem com a circulação e a respiração quando
fazemos esforço físico.
A UA UL L AA

60
60
Fazendo a digestão

Atenção De onde provém a energia necessária para o movimento dos automóveis?


..................................................................................................................................

Nosso corpo é semelhante a um carro. Como você acha que conseguimos


energia para viver?
..................................................................................................................................

A voz do Um corpo é muito mais complexo que uma máquina. Ele consegue sentir
professor emoções e pode encontrar soluções para novos problemas que surgem.
Em alguns aspectos, no entanto, somos parecidos com as máquinas.
Um carro necessita de algo para se movimentar. Nosso corpo também. Como
conseguimos energia para correr, andar, falar, trabalhar, dormir, pensar?
Assim como um carro ou uma máquina qualquer, nosso corpo precisa de um
combustível de onde possa retirar energia para sobreviver.

Mãos à obra Liste outros combustíveis para máquinas que você conhece.
G a s o l i n a , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . .

Você sabe que, sem alimentos, não conseguimos sobreviver. Do mesmo


A voz do
modo, um carro não consegue se movimentar se não possuir gasolina ou álcool,
professor por exemplo.
Para que qualquer máquina se movimente, é necessário que haja um combus-
tível que “alimente” de energia o motor.

Mãos à obra Nós também precisamos de combustíveis. Liste alguns deles.


A r r o z , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . .
Como você aprendeu na Aula 59, o oxigênio do ar penetra no corpo
pelo aparelho respiratório e que é útil para liberar a energia dos alimentos.
Portanto, o alimento é o nosso combustível. Mas, além de fornecer energia, os A U L A
alimentos fornecem também materiais para a construção e manutenção do corpo.
Tudo o que ingerimos se transforma em outras substâncias que irão se
incorporar ao nosso corpo ou liberar energia para as nossas atividades diárias. O 60
que não for aproveitado será eliminado.

O que você acha que acontece com os alimentos até se transformarem em


energia ou fazer parte do nosso corpo?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Os alimentos que ingerimos possuem substâncias muito importantes para o Informação


nosso corpo. Podemos classificar os alimentos de acordo com sua função: nova
Açúcares - Fornecem energia.

Proteínas - Fornecem materiais para a construção do corpo.

Gorduras - Fornecem materiais para a construção do corpo e energia.

Vitaminas e sais minerais - Auxiliam o crescimento e a manutenção e


participam de várias funções vitais.

Água - Constitui a maior parte do nosso corpo.

Todos os derivados animais são ricos em proteínas, como por exemplo a


carne de boi, de frango, de peixe e de outros animais. Ovos e leite também têm
muitas proteínas.
Os açúcares são encontrados nas massas, pães, doces, frutas e cereais.
Óleos, manteiga, castanhas são ricos em gordura.

São muito raros os alimentos que possuem só uma das substâncias listadas A voz do
acima. A maior parte dos alimentos possui várias delas. O feijão, por exemplo, professor
tem proteínas, açúcares, água, vitaminas e sais minerais.
Mas os alimentos não podem se transformar em energia ou constituir partes
do nosso corpo se não sofrerem modificações.
A primeira modificação é de tamanho. Você sabe que mastigamos os alimen-
tos na boca. Mas, para que as substâncias que compõem os alimentos possam
caminhar pelo sangue e ser absorvidas pelo corpo todo, precisam ter tamanho
muito menor do que os pedaços produzidos pela mastigação.
A função da digestão é essa: reduzir os alimentos ao tamanho necessário para
que sejam aproveitados pelo corpo.
Todos os animais, desde o menor microrganismo até um elefante, digerem
alimentos. A exceção são os parasitas.
Num microrganismo, a digestão é bem simples: os nutrientes atravessam seu
pequeno corpo e são digeridos por substâncias que o próprio animal produz.
Nos animais maiores, a digestão é mais complexa e envolve diversas etapas.
MãosA àU obra
L A Qual o caminho dos alimentos dentro do seu corpo? Converse com alguns
colegas e responda com base no que você já sabe.

60 ..................................................................................................................................
Você acha que as plantas digerem alimentos? Explique.
..................................................................................................................................

Um tubo e muitas curvas

Para que os alimentos possam ser transformados em partículas menores, é


necessário que eles fiquem algumas horas no nosso organismo, e que caminhem
lentamente para serem absorvidos.
O nosso tubo digestivo inicia-se na boca e termina no ânus.

Tubo digestivo humano

glândula
salivar
boca

faringe
glândula
salivar

Você acha que um tubo esôfago


nesse formato permite
uma digestão eficiente
fígado estômago
dos alimentos?

vesícula
biliar pâncreas
O nosso tubo digestivo nada
A voz do mais é do que um grande tubo,
professor só que cheio de curvas. Ao longo
desse tubo existem órgãos que
intestino
auxiliam o processo de digestão, grosso
como o fígado e o pâncreas.
Observe o desenho ao lado:

intestino
delgado

ânus
Esse é o tubo digestivo encontrado em grande parte dos animais. Na A U L A
natureza, podemos encontrar algumas variações. Em animais que se alimentam
exclusivamente de vegetais, o estômago pode ser mais complexo, contendo
vários compartimentos. Um desses compartimentos abriga microrganismos que 60
digerem a celulose dos vegetais para que ela seja aproveitada pelo animal
“vegetariano”.
Os peixes, que não possuem intestinos muito longos, possuem cecos para
aumentar a superfície de contato com os alimentos.
As aves possuem duas estruturas para amolecimento e trituração dos ali-
mentos: o papo e a moela
moela.

esôfago intestino delgado

folhoso
barrete
coagulador pança
(estômago químico)
Estômago de ruminante

cecos intestino
moela
Cecos intestinais nos peixes

papo cloaca

intestino delgado
estômago químico

Tubo digestivo das aves

Nosso intestino é bastante longo e fica todo dobrado. Além disso, a parte
interna do tubo é enrugada e dobrada para aumentar a superfície.
As dobras do intestino humano chamam-se vilosidades
vilosidades. São como os dedos
de uma luva.
vilosidade
vasos sangüíneos

músculo

Vilosidades intestinais nos mamíferos

Como digerimos os alimentos?

Nossa digestão começa na boca. O alimento sofre a ação dos dentes e da


saliva, que trituram e amolecem os alimentos.
A saliva é produzida pelas glândulas salivares. Contém, além de água,
enzimas que iniciam a digestão de açúcares.
Informação
A U L A Enzimas são substâncias químicas que aumentam a velocidade de um
nova processo químico. Por exemplo: algumas enzimas ajudam a “quebrar” os

60 alimentos.
As enzimas são específicas, ou seja, auxiliam apenas um tipo específico de
processo.

Ao longo do nosso tubo digestivo são produzidos vários tipos de enzimas. As


A voz do amilases, a maltase, a sacarase e a lactase agem sobre os açúcares. A pepsina, a
professor tripsina e as peptidases agem sobre as proteínas.
As gorduras são digeridas pelas lipases. As lipases agem sobre as gorduras
com a ajuda da bile, que não contém enzimas. Ela faz o papel dos detergentes,
ou seja, diminui o tamanho da gotículas de gordura para facilitar a ação das
lipases. Dessa forma, aumenta a superfície de contato entre a gordura e as
enzimas digestivas.

Mãos à obra De maneira simplificada, podemos dizer que os dentes e a bile têm a mesma
função: tornar os pedaços de alimento menores. Por que você acha que isso
é importante?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

As enzimas ficam dissolvidas em líquidos chamados sucos. A saliva é o


A voz do primeiro desses líquidos. Ela possui um tipo de amilase, a ptialina, que começa
professor a digerir os açúcares.
Depois que o alimento passa pela boca, ele desce passando pela faringe e pelo
esôfago até chegar ao estômago.

O estômago
O estômago é uma “bolsa” na qual o alimento permanecerá por algumas
horas, num processo de digestão normal.
As paredes do estômago produzem o suco gástrico, composto por enzimas,
água, ácido clorídrico e outras substâncias. É muito importante que o suco seja
ácido, pois as enzimas nele contidas necessitam de um meio ácido para atuar,
senão perdem seu efeito. Essas enzimas digerem proteínas.
O estômago faz apenas a digestão inicial das proteínas. A maior parte desse
processo ocorrerá, na realidade, no intestino delgado.

Os intestinos
O intestino delgado é o principal órgão da digestão. Suas paredes produzem
o suco entérico, que é rico em enzimas (maltase, lactase, sacarase e peptidases).
O pâncreas também produz um suco com enzimas, que é lançado no
intestino delgado: o suco pancreático.
A bile é lançada no intestino delgado quando ingerimos alimentos ricos em
gordura. A bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar.
Às vezes acontece de uma pessoa ter problemas na vesícula, e a única A U L A
solução pode ser retirá-la.
Quando chega ao final do intestino delgado, o alimento está praticamente
digerido. 60
Em torno do tubo do intestino existe grande quantidade de vasos sangüíneos.
O alimento digerido se tornou tão pequeno que consegue atravessar as paredes
do intestino e dos vasos para ser distribuído pelo sangue para o corpo todo.

parte do intestino delgado


mesentério com vasos

intestino delgado com


mesentério rico em
vasos sangüíneos

A função do intestino grosso é reabsorver a água que ainda existe nos restos
de alimento. As fezes, que são os restos alimentares não aproveitados (fibras e
outras substâncias), formam-se no intestino grosso.
Portanto, podemos concluir que é por meio dos alimentos que conseguimos
os nutrientes necessários para obter energia e materiais para a construção e a
manutenção do nosso corpo. Um carro se movimenta quando possui combustí-
vel e nós, quando nos alimentamos.

· Nosso corpo necessita de energia para as várias funções. Essa energia vem Resumo
dos “combustíveis” que ingerimos, ou seja, dos alimentos.

· O alimento que ingerimos se transforma em substâncias que irão se incorpo-


rar ao nosso organismo ou que fornecerão energia.

· Os alimentos são compostos por nutrientes, tais como gorduras, açúcares,


vitaminas, sais minerais e água.

· Para que os nutrientes sejam absorvidos pelo nosso corpo, é necessário que
ocorra a digestão, que é a transformação desses nutrientes em partículas de
tamanho menor.

· A digestão ocorre ao longo do tubo digestivo, que é um tubo único com


curvas, dilatações e órgãos anexos, como o fígado e o pâncreas.

· O estômago, o intestino e o pâncreas produzem sucos que auxiliam o


processo de digestão.

· A digestão das gorduras ocorre, principalmente, no intestino delgado. No


intestino grosso, a água é reabsorvida e são acumuladas as substâncias
inúteis que serão eliminadas.
A U L A Exercício 1
Qual a função da digestão?

60
Exercícios
Exercício 2
Que órgãos do corpo produzem sucos digestivos contendo enzimas?

Exercício 3
Como os nutrientes chegam às várias partes do seu corpo?
AUU
A L AL A

61
61
Aprendendo a nos
alimentar

Num bar existem diversos pratos rápidos,


todos com o mesmo preço, para ser escolhidos pelos clientes na hora do almoço.
Atenção
Os pratos estão representados abaixo. Qual deles deveria ser escolhido por
uma pessoa adulta, com atividade moderada, que buscasse a refeição mais
completa para satisfazer as necessidades de seu corpo?

PRATO 1 PRATO 2 PRATO 3 PRATO 4


arroz macarrão com molho frango com molho filé de frango
feijão almôndegas (bolinhos arroz batata cozida
bife de carne) maionese salada com alface,
ovo frito tomate, pepino e
cenoura, temperada

Na Aula 60, aprendemos como os alimentos são digeridos e absorvidos pelo


organismo e qual a sua importância. Vimos que as substâncias contidas nos
A voz do
alimentos podem ser separadas por grupos, de acordo com sua constituição e professor
função no organismo. Vamos relembrar:

Açúcares - Fornecem energia

Proteínas - Fornecem materiais para a construção do corpo

Gorduras - Fornecem materiais para a construção do corpo e energia

Vitaminas e sais minerais - Auxiliam o crescimento, a manutenção e


participam de várias funções vitais

Água - Constitui a maior parte do nosso corpo


A U L A Todos os derivados animais são ricos em proteína
proteína, como por exemplo a
carne de boi, de frango, de peixe e de outros animais, além de ovos e leite.

61 peixe

leite bife

queijo
feijão

ovos

Os açúcares são encontrados nas massas, pães, doces, frutas e cereais.


arroz
banana
pão

macarrão chocolate
maçã

Os óleos, manteiga, queijos, embutidos (salame, lingüiça, salsicha), toucinho,


castanhas e frutas como abacate e coco são ricos em gordura
gordura.
óleo
presunto
abacate
manteiga

toucinho
coco

salsicha

Vitaminas e sais minerais são encontrados nas frutas e verduras cruas e


ainda no leite, em peixes e ovos.

abacaxi
leite
alface
cenoura

ovos laranja
tomate

Todos os alimentos possuem certo teor de água


água, mas frutas e verduras
possuem maior quantidade dela.
Os alimentos que contêm açúcares, proteínas e gorduras precisam ser Informação
A U L A
digeridos, transformando-se em partículas suficientemente pequenas que pos- nova
sam ser absorvidas pelo organismo.
Cozinhar esses alimentos é importante para auxiliar a digestão. As vitami- 61
nas e sais minerais são tão pequenos que não precisam ser digeridos: passam
direto do intestino para o sangue.
Quando possível, é importante que frutas e legumes sejam comidos crus.
Quando são cozidos, suas vitaminas perdem parte de seu efeito.

Faça uma lista contendo alimentos que podemos comer crus e alimentos que Mãos à obra
precisamos cozinhar.
CRUS COZIDOS

Quais dos alimentos que você listou são de origem animal e quais são de
origem vegetal?
ORIGEM ANIMAL ORIGEM VEGETAL

Um pouco de história
A voz do
Os seres humanos são animais que se alimentam tanto de vegetais como de professor
outros animais.
Alguns animais comem apenas vegetais. É o caso de capivaras, cavalos, bois,
cabras, e muitos outros. Esses animais são chamados de herbívoros.
Os animais carnívoros - onças, cobras, gaviões e aranhas, por exemplo -
alimentam-se exclusivamente de outros animais.
Vários animais, como certos macacos e aves e ainda os seres humanos,
alimentam-se de tudo. Por isso, são chamados de onívoros
onívoros.
Mas, quando dizemos tudo tudo, não significa que todos os animais comem de
tudo. É aí que está a diferença. Dependendo da região em que vivem, os animais
comem determinado tipo de alimento, pois podem variar os vegetais e animais
que existem em cada região.
Em relação aos seres humanos, além da região, os costumes, a cultura e
hábitos também variam. Por isso, encontramos uma variedade muito grande na
alimentação.
MãosA àU obra
L A Pergunte a algumas pessoas sobre seus hábitos alimentares e escreva o que
encontrou de mais comum.

61 ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Tente descobrir alguns hábitos alimentares das pessoas de diferentes países,


como Alemanha, Itália, Portugal, Japão e outros.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação O Brasil era habitado originalmente por índios, que possuíam sua própria
nova forma de se alimentar. Caçavam pacas, macacos, tatus, rãs, antas, cobras e
lagartos; pescavam vários tipos de peixe e coletavam ovos, mel, frutas (cajus,
jabuticabas, maracujás, goiabas), frutos do mar (ostras, mariscos, mexilhões) e
também folhas, sementes, raízes e caules.
Os índios utilizam condimentos que dão sabor aos alimentos, como
pimentas e algumas folhas. A mandioca é a base da sua alimentação; os índios
utilizam-na como farinha para fazer um tipo de pão, ou misturada à comida.
Com a chegada dos portugueses, os hábitos de alguns índios foram se
modificando. Os dos portugueses, também. Isso demorou bastante, pois não é
fácil modificar hábitos.
Os portugueses começaram a usar alimentos nativos da nossa terra, como
mandioca, mas trouxeram muitas sementes e plantaram uva, melão, laranja,
banana, coco, trigo, azeitona.
Os portugueses, acostumados ao uso de cebola, alho, coentro, hortelã e
louro, continuaram usando esses ingredientes para temperar a comida. Os
portugueses trouxeram também animais como galinhas, porcos, cabras, carnei-
ros, touros e vacas.
Com o tempo, foram se formando vilas: assim nasceram as cidades brasilei-
ras. Os hábitos foram ficando cada vez mais misturados e ainda hoje percebe-se
a influência dos costumes portugueses e dos índios na mesa dos brasileiros. No
Norte e Nordeste do país ainda se come a farinha de mandioca misturada à carne,
por exemplo.
Os escravos africanos também influenciaram os costumes dos brasileiros
com suas plantas típicas, como quiabo, erva-doce, melancia, dendê, pimenta-
malagueta, manga.
A feijoada, prato brasileiro tão típico, foi uma invenção do escravos. Eles
ganhavam os restos dos porcos mortos pelos senhores de engenho e cozinhavam
esses restos junto com feijão.

Mãos à obra Tente lembrar ou consulte algumas pessoas sobre hábitos dos índios que
permanecem até hoje na alimentação dos brasileiros.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
No Sul e Sudeste do Brasil a influência dos índios não é tão marcante. Nessas A U L A
duas regiões, os índios foram dizimados muito mais rapidamente do que no
Norte e no Nordeste.
No Sul, é marcante a presença de italianos e de alemães. 61
Em todo o Brasil, japoneses, chineses, espanhóis, árabes, sírios, libaneses,
judeus e muitos outros povos também enriquecem os cardápios brasileiros.
Comer não representa apenas sobrevivência, mas também prazer. Preparar
a comida e sentar à mesa com outras pessoas faz parte da vida.
A refeição é um momento de encontro da família, de negócios, de comemo-
rações em que laços podem ser estreitados.

Uma alimentação equilibrada A voz do


Hábitos e costumes alimentares são formas de ingerir materiais de que o professor
corpo necessita para sua construção, renovação e energia.
Misturar alimentos é a melhor forma de conseguir proteínas, açúcares,
gorduras, vitaminas e sais minerais, pois nenhum alimento, sozinho, possui
todos os nutrientes necessários ao corpo.

Faça uma lista do que você comeu nas duas últimas refeições. Mãos à obra
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Agora, distribua os alimentos da sua lista na tabela a seguir, classificando-


os em proteínas, gorduras, açúcares, vitaminas e sais minerais. Um alimento
pode estar em mais do que uma coluna.
AÇÚCARES PROTEÍNAS GORDURAS VITAMINAS E SAIS
MINERAIS

De modo geral, nossa alimentação deve incluir diversos tipos de alimentos, Informação
pois é essa variedade que garante todos os nutrientes de que necessitamos. nova
As quantidades de cada tipo de alimento variam de acordo com a idade da
pessoa e com a atividade que ela realiza.
Por exemplo: um trabalhador braçal, que faz muito esforço o dia todo,
necessita de muita energia. Por isso, precisa de mais açúcares e gordura, além das
proteínas, vitaminas e sais minerais.
Uma criança em fase de crescimento naturalmente precisa de açúcares para
lhe fornecer energia e de vitaminas e sais minerais, mas também precisa de muita
proteína para a construção do seu corpo.
A U L A Em geral, um adulto com uma atividade moderada deve ingerir açúcares e
proteínas, poucas gorduras e vegetais variados para suprir suas necessidades de

61 vitaminas e sais minerais.


Proteínas de origem animal, como carne e ovos, não precisam ser ingeridas
em grande quantidade. Não há necessidade, em condições normais, de se comer
carne e ovos numa única refeição. Se não vamos nos movimentar muito, também
não é preciso carregar nos açúcares.
É importante a variedade de frutas, legumes e verduras. As gorduras são
necessárias em pequenas quantidades e, na maioria das vezes, o óleo utilizado
para cozinhar ou temperar já é suficiente.
O excesso de açúcares é convertido em gordura e fica armazenado no corpo
para ser utilizado em outro momento. Se não for utilizado, pode se acumular e
a pessoa engorda.
As gorduras, além de provocar aumento indesejável de peso, podem se
acumular nos vasos sangüíneos, causando problemas à saúde.

Mãos à obra Vamos analisar os pratos apresentados no início da aula:


PRATO 1 PRATO 2
arroz - açúcares macarrão com molho - açúcares,
gorduras
feijão - proteínas, açúcares
almôndegas (bolinhos de carne) -
bife - proteínas açúcares, proteínas

ovo frito - proteínas, gorduras,


poucas vitaminas

PRATO 3 PRATO 4
frango com molho - proteínas, filé de frango - proteínas
gordura
batata cozida - açúcares
arroz - açúcares
salada com alface, tomate, pepino e
maionese - açúcares, gorduras e cenoura, temperada - vitaminas e
poucas vitaminas sais minerais, gorduras

Analise as quantidades de cada nutriente nas refeições acima. Todas as


refeições têm os vários nutrientes necessários? Explique.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Qual das refeições é mais completa, considerando-se os nutrientes neces-


sários para uma pessoa com atividade moderada? Explique.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Cuidados com a alimentação A U L A
A voz do
Precisamos ficar atentos para não prejudicar o corpo com excesso de alguns
tipos de alimentos e, ao mesmo tempo, para não deixar que faltem nutrientes 61professor

importantes na nossa alimentação.


O que comemos é, como estudamos, resultante dos hábitos e costumes de
cada povo, mas é essencial que a alimentação seja equilibrada.
Existem outros cuidados que devem ser tomados com a alimentação. Infe-
lizmente, em nosso país, ainda há um descaso muito grande com relação às
condições de vida das populações. Vários problemas decorrem da falta de
saneamento básico:
· As fossas, utilizadas devido à ausência de esgoto encanado
encanado, muitas vezes
contaminam os lençóis de água subterrâneos.
· A água não encanada e não tratada ainda é muito usada em residências.
· O lixo espalhado contamina animais de criação e as próprias pessoas, além
de reservatórios de água.

O que podemos fazer para exigir das autoridades melhores condições de Mãos à obra
vida para a população em geral?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Muitas doenças que ainda existem em nosso país, transmitidas por alimen-
A voz do
tos contaminados, já poderiam ter sido erradicadas se houvesse saneamento
básico. professor
Para eliminar essas doenças transmitidas por alimentos contaminados, a
população deve ter acesso aos serviços de água tratada, rede de esgoto e coleta
do lixo.
As verminoses são doenças típicas de países sem condições de higiene. No
Brasil, são comuns doenças como ascaridíase (ou lombriga) e teníase (ou
solitária).
A ascaridíase é transmitida pelos alimentos contaminados por ovos de
vermes. Quando se regam as verduras com água suja por fezes de pessoas
doentes, contaminam-se os alimentos. A água contaminada por seres que
causam doenças pode até ser uma água clara e transparente, pois ovos e
pequenos seres não podem ser vistos sem microscópio.
A água com que se lavam os alimentos e que se bebe deve ser fervida ou
desinfetada com cloro.
A teníase é transmitida quando se come carne de porco ou de vaca mal
cozida. Os animais criados em locais sujos comem detritos, como fezes de
pessoas doentes, que contêm ovos de tênia. O porco e a vaca não ficam doentes,
mas na sua carne ficam as larvas, que só morrem se forem submetidas à alta
temperatura.
A amebíase é uma doença causada por alimentos contaminados por um
animal microscópico, mas que não é um verme. A água contaminada por
amebas, quando ingerida ou utilizada para regar hortaliças, chega ao intestino
carregando esses seres que provocarão a doença e irão causar problemas, como
disenterias, dores de barriga, enjôos etc.
A U L A Algumas doenças transmitidas por bactérias também têm como causa a falta
de condições de higiene. É o caso da cólera, por exemplo. A doença se alastrou

61 em locais muito pobres e sem que se desenvolvesse uma política séria para
prevenção desse tipo de doença.
Normalmente, doenças transmitidas por alimentos contaminados causam
disenteria
disenteria, que é uma reação do corpo a algo estranho. Ocorrem diarréias, que
são a eliminação do material do intestino, com água que existe no corpo.
O intestino grosso tem a função de absorver a água dos restos alimentares.
Com isso, a água volta ao sangue, hidratando o corpo naturalmente, e nossas
fezes saem endurecidas. Quando algum parasita (verme, protozoário, vírus ou
bactéria) se instala no intestino, a reação natural do corpo é expulsá-lo. Por isso
as fezes saem tão líquidas. No entanto, se a água não for reposta, a pessoa fica
desidratada.
A diarréia é uma das maiores causas de mortalidade infantil. Perdendo água,
a criança afetada se desidrata e morre.

Mãos à obra É necessário exigir melhores condições de vida e, ao mesmo tempo, proteger
nosso organismo. O que podemos fazer, individualmente, para evitar essas
doenças?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Os problemas que mencionamos acima afetam pessoas que não dispõem de


A voz do serviços e condições de higiene, mas que conseguem, pelo menos, algum
professor alimento. E aqueles que não possuem nem comida?
A fome ainda é uma realidade, mesmo em países que produzem bastante
alimento. O problema da fome não é um problema de produção, e sim de má
distribuição da riqueza.
Muitas pessoas não conseguem comida para se alimentar regularmente.
Sem comida suficiente por longos períodos, acabam enfraquecidas e doentes. As
que não morrem não têm condições de lutar pelo seu direito à comida.

Mãos à obra Converse e debata com seus colegas: a fome do mundo tem solução?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
· Os alimentos que ingerimos são compostos por proteínas, açúcares, gordu- Resumo
A U L A
ras, vitaminas, sais minerais e água, mas raramente um único alimento
possui todas essas substâncias.
61
· Os hábitos alimentares das pessoas podem variar de acordo com o local onde
moram, a história da região, a influência de outros povos, seus costumes,
cultura e a disponibilidade de alimentos.

· Uma alimentação equilibrada em termos de nutrientes é essencial para a


manutenção da saúde do organismo.

· A boa alimentação exige diversos cuidados. É preciso atenção e recursos


para evitar excessos alimentares ou alimentação deficiente, e também para
não adoecer por meio da contaminação dos alimentos.

· A fome ainda existe em larga escala no mundo todo. É uma questão muito
mais política e econômica, de má distribuição de renda, do que de falta de
alimento.

Exercício 1
Dê exemplos de alimentos que contenham: Exercícios
a) açúcares
b) proteínas
c) gorduras
d) vitaminas e sais minerais

Exercício 2
Monte um cardápio equilibrado em termos de nutrientes para a refeição de
uma pessoa adulta e com atividade moderada.

Exercício 3
Quais são as principais doenças transmitidas pela alimentação? O que se
pode fazer para evitá-las?

Exercício 4
Procure em jornais reportagens sobre alimentação e fome. Discuta com
alguns colegas e assinale o que você achou mais importante.
A UA UL L AA

62
62
Química na cozinha:
reações químicas

Atenção A
família de seu Raimundo preparava-se
para mais um dia de trabalho e estudo. Foi quando dona Sônia percebeu que o
gás do botijão estava acabando. No fogão, a água para o café não dava sinal de
fervura.
Na pressa de esquentar a água, seu Raimundo pegou uma lata de alumínio
grande, despejou um pouco de álcool nela e ateou fogo com um fósforo. Em
seguida, colocou a chaleira sobre a chama, tapando toda a boca da lata.
Passado algum tempo, nem sinal de a água ferver! Como já era hora de o
ônibus circular passar, eles se contentaram com pão e manteiga e seguiram para
mais um dia de trabalho.

Mãos à obra Qual o combustível usado no fogão doméstico?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Por que a água da panela que estava no fogão demorava a aquecer?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Que combustível Raimundo tentou usar para aquecer a água da panela?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Por que a tentativa não funcionou?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
O que você faria com a lata para que a chama do álcool não se apagasse?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Como você sabe, o fogão é um equipamento muito importante em nossas


A voz do vidas. O gás de cozinha, também chamado de GLP (sigla de “gás liquefeito de
professor petróleo”), é usado nas residências urbanas para preparar os alimentos.
Nas residências rurais, muitas vezes se usa a lenha como combustível do fogão.
Nos dois casos, o calor da chama é transferido para os alimentos , cozinhan-
do-os, ou mesmo para a água, levando-a à fervura.
Para que exista a chama, é preciso haver combustível e comburente
comburente, que são Informação
A U L A
os dois reagentes de um tipo de reação química chamada combustão
combustão. nova
A água do fogão de dona Sônia demorava a ferver porque o GLP (combus-
tível) estava terminando. A chama, portanto, estava fraca, o que diminuía a 62
quantidade de calor fornecido.
Já com seu Raimundo, o que impediu o aquecimento da água foi a ausência
de comburente - no caso, o oxigênio do ar. Como ele tampou a lata de álcool com
a chaleira, impediu a entrada de ar que alimentaria a chama.
O álcool é outro tipo de combustível bastante conhecido dos brasileiros, que
o utilizam nos seus automóveis.
Para começar uma combustão, precisamos de um iniciadoriniciador. No caso da
tentativa de aquecer a água na lata com álcool, seu Raimundo usou a chama do
fósforo para iniciar a reação.
No caso dos motores a álcool e a gasolina, o iniciador é a faísca gerada pelas
velas do motor.

Para verificar a importância do oxigênio do ar na reação de combustão, Informação


vamos fazer um experimento. Utilize copos de vidro transparente. nova
Pegue uma vela pequena e acenda-a. Coloque um copo sobre ela, conforme
a ilustração abaixo. Marque o tempo, desde que você cobriu a vela, até que a
chama se apague.
Agora, acenda novamente a vela e cubra-a com um copo diferente, maior que
o primeiro. Marque novamente o tempo até que a chama se apague. Compare os
tempos anotados.
CUIDADO !
Experimentos com
fogo devem ser
realizados com
materiais
resistentes à
chama, longe de
combustíveis, como
garrafas de álcool,
botijões de gás etc.
Crianças devem ter
a supervisão de
adultos.
MãosA àU obra
L A Por que a vela se apagou depois de certo tempo?
..................................................................................................................................

62 Como você pode relacionar o volume dos copos, isto é, o espaço ocupado
pelo ar, com a quantidade de ar e o tempo de duração da chama?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Você constatou, com esse experimento, que alguma coisa leva a chama da
A voz do vela a se apagar quando ela é coberta por determinado tempo.
professor
Até antes da invenção da máquina
à vapor, por volta de 1760, os cientistas
acreditavam que os combustíveis pos-
suíam um elemento chamado
flogístico (ou fogo originário), que se
desprendia do combustível durante
a combustão. No caso da queima dos
metais, constatava-se que sua massa
aumentava, o que era explicado pelo
fato de o elemento flogístico ter massa
negativa!

Os cientistas daquela época achavam que a chama da vela coberta se


apagava depois de algum tempo porque o ar ficaria saturado de flogístico. Um
volume limitado de ar só comportaria uma certa quantidade de flogístico. Para
que a combustão não cessasse, seria preciso deixar o flogístico escapar.
Hoje em dia, sabemos que a matéria que forma as substâncias possui massa
e seu valor é sempre positivo. Portanto, a teoria do flogístico não pode explicar
o que observamos no experimento com as velas. Explicamos o fato pelo consumo
do oxigênio do ar que ocupa o interior do copo. A vela se apaga tão logo o
oxigênio tenha sido totalmente consumido na combustão.
Em nosso experimento, você deve ter observado que a chama apagou mais
rápido quando cobrimos a vela com o copo menor. Isso porque ele continha
menor quantidade de oxigênio para ser consumida na reação.
Já sabemos que, para que ocorra uma reação de combustão, são necessários
os reagentes (combustível e oxigênio) e também o inicializador (uma chama ou
faísca). Vamos agora nos concentrar nas conseqüências da reação de combustão.

Luz e calor

São conseqüências da reação de combustão a produção de calor e a própria


luz da chama que se forma com a combustão.
O calor produzido e a luz da chama são genericamente chamados de energia
liberada durante a reação de combustão. Essa energia movimenta os motores a
explosão dos automóveis, gera eletricidade nas usinas termelétricas e cozinha
nossos alimentos.
Além da energia liberada, outros produtos são formados durante a reação de
combustão. Como você deve saber, a Terra está passando por um processo de
aquecimento provocado pelo agravamento do chamado efeito estufa
estufa.
O principal responsável pelo agravamento do efeito estufa é justamente um A U L A
produto da reação de combustão, o gás carbônico
carbônico. Esse gás é produzido
principalmente pelos motores a explosão e pela queima de florestas.
Outro produto das reações de combustão é a água
água, na forma de vapor. 62
Podemos sistematizar nosso aprendizado sobre a reação química de com- Informação
bustão com o seguinte esquema: nova
reagem em condições especiais
REAGENTES ® PRODUTOS
produzindo

O esquema apresentado acima é chamado de equação química e serve para


descrever fenômenos chamados de reações químicas
químicas.
A seta indica o sentido em que a reação ocorre, ou seja, a direção da formação
dos produtos. À esquerda da seta, representamos os reagentes, que reagem em
condições especiais produzindo os produtos. Esses produtos são representados
à direita da seta. Acima e abaixo da seta podemos descrever as condições em que
a reação ocorre.
Por condições especiais podemos entender desde o simples contato entre os
reagentes até a presença da chama ou faísca para iniciar a reação, como no caso
das combustões.

Como você representaria as equações químicas para as reações de combus- Mãos à obra
tão estudadas até agora?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Você conhece outros tipos de combustíveis gasosos (como o GLP), líquidos
(como o álcool comum) e sólidos (como a parafina da vela)?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A equação química é muito útil, pois resume bastante a reação química que
observamos.
A voz do
Genericamente, podemos escrever as reações de combustão que já estuda- professor
mos como:

GLP chama
álcool comum + oxigênio ® gás carbônico + água + energia
vela (parafina)

Como você já deve ter percebido, o químico utiliza uma linguagem ainda
mais resumida para descrever as substâncias. Água, por exemplo, por ser escrita
assim: H2O.
A partir de agora, você começará a se familiarizar com a simbologia química.
Não se preocupe, por enquanto, em compreender os detalhes da simbologia
química. Vamos passar a escrever as equações químicas na forma coloquial e na
forma dessa simbologia. Saiba também que existe uma relação experimental
entre a simbologia química e as quantidades de substâncias envolvidas em
determinada reação química.
A U L A O gráfico abaixo apresenta os volumes gasosos de dois reagentes e o produto
de uma reação química conhecida há muito tempo:

62

O volume do produto óxido nitroso (NO) corresponde ao dobro dos volu-


mes gasosos dos reagentes Nitrogênio (N2) e Oxigênio (O2).
A equação química que descreve essa reação é a seguinte:

reagem em condições
especiais formando
1 l de nitrogênio + 1 l de oxigênio ® 2 l de óxido nitroso

N2 + O2 ® 2 NO

Os volumes dos gases da reação são representados na equação química pelos


números que aparecem à frente das substâncias: o 2 à frente do óxido nitroso
(NO) e o 1 (que está implícito) à frente do nitrogênio (N2) e do oxigênio (O2).
Os números que aparecem abaixo das letras, combinados com as letras,
representam a substância química. Observe que o gás oxigênio é representado
pelo símbolo O2 (a letra O e o número 2, logo abaixo). No caso da água, usamos
o símbolo H2O (a letra H seguida pelo número 2, logo abaixo, e a letra O, que
nesse caso, não vem seguida do número, pois, por simplificação, deixamos de
escrever o número 1, que está implícito).
Desse modo, as equações químicas escritas anteriormente também podem
ser representadas da seguinte forma:

EQUAÇÃO QUÍMICA DA COMBUSTÃO DO GÁS DE COZINHA

chama
GLP + oxigênio ® gás carbônico + água + energia

C4H10 + 13 O2 ® 4 CO2 + 5 H2O + energia


2

EQUAÇÃO QUÍMICA DA COMBUSTÃO DO ÁLCOOL COMUM

chama
álcool comum + oxigênio ® gás carbônico + água + energia

C2H5OH + 3 O2 ® 2 CO2 + 3 H2O + energia


EQUAÇÃO QUÍMICA DA COMBUSTÃO DA PARAFINA A U L A

Vela (parafina) + oxigênio


chama
® gás carbônico + água + energia 62
C22H46 + 67 O2 ® 22 CO2 + 23 H2O + energia
2
O gás de cozinha foi representado pelo butano (C4H10), mas na verdade ele
é formado por uma mistura de propano (C 3H8) e butano (C4H10). A parafina
também é formada por uma mistura de substâncias, representadas aqui pelo
docosano (C22H46).
Além do gás de cozinha, outro combustível gasoso bastante utilizado é o gás
natural, também chamado de metano (CH4). O hidrogênio (H2) é um combustível
gasoso à temperatura e pressão ambiente, que pode ser muito útil para diminuir
o efeito estufa.
Além do álcool comum ou etanol (C2H5OH), existem vários outros combus-
tíveis líquidos, como querosene, óleo diesel, azeite etc. A gasolina, um combus-
tível líquido muito conhecido, é uma mistura composta principalmente de
octano (C8H18).
Entre os combustíveis sólidos, o carvão mineral e o carvão vegetal são
bastante utilizados em processos industriais.

· Uma reação química pode ser esquematizada por meio de uma equação Resumo
química
química.
reagem em condições especiais
REAGENTES ® PRODUTOS
produzindo

· Nas reações químicas, os reagentes são transformados em produtos


produtos.

· Reações de combustão são aquelas que envolvem como reagentes o oxigê-


nio (O2) do ar e um combustível, que pode ser uma substância ou uma
mistura.

· Um dos produtos da reação de combustão é sempre a energia liberada


liberada.

Exercício 1
Monte a equação para a combustão do hidrogênio (H2). Baseando-se nos
reagentes e nos produtos de uma reação de combustão típica, justifique a Exercícios
afirmação: “O hidrogênio é um combustível limpo”.

Exercício 2
Você sabe de onde vem a energia de que o seu corpo precisa para se manter?
Qual é a reação química responsável pela produção dessa energia? Escreva
a equação química dessa reação.
A UA UL L AA

63
63
Química na cozinha:
observando a chama

Atenção V
amos dar continuidade ao estudo que inici-
amos na Aula 62, sobre reações químicas, aprofundando nossa compreensão
sobre a reação de combustão.
Observaremos atentamente as chamas formadas por três combustíveis
diferentes: o gás de cozinha (GLP), o álcool comum (etanol) e a vela (parafina).
Abra a válvula de gás do fogão. Risque um fósforo e acenda a boca do fogão.
Observe a cor e o tamanho da chama. Regule a válvula de forma a diminuir a
chama.
Agora, sopre a chama de modo a apagá-la. Observe atentamente e perceba
o cheiro. Após cinco segundos (não mais do que isso), desligue a válvula do
fogão.

Mãos à obra Qual é a cor da chama do fogão?


..................................................................................................................................

Como você controla o tamanho da chama?


..................................................................................................................................

Por que a chama apagou com o seu sopro?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Como você pôde constatar a presença de GLP depois de apagar a chama com
o sopro?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Se o seu gás não estava no fim e as grades do fogão estavam limpas, você deve
A voz do ter observado uma bela chama azul. E controlou o tamanho da chama usando a
professor válvula do fogão, que regula a quantidade de gás que sai do botijão.
Portanto, você pode controlar o tamanho da chama, regulando a quantidade
de reagente (combustível) na reação.
Outra forma de controlar, ou mesmo de terminar a reação, é eliminar o outro A U L A
reagente (oxigênio, O2). Foi o que você fez quando assoprou a chama. O ar que
você assopra contém basicamente gás carbônico (CO2), (recorde-se da Aula 35)
que ocupa o lugar do oxigênio na reação, estancando-a. 63
O GLP é um gás incolor e por isso você não conseguiu enxergá-lo, depois de
extinguir a chama. No entanto, você deve ter percebido um cheiro característico
quando a válvula do fogão ficou aberta por alguns segundos.
O GLP não tem cheiro, é inodoro. O cheiro que você sentiu não era do GLP,
mas de um outro gás chamado mercaptana
mercaptana. A mercaptana é misturada ao GLP,
em pequenas quantidades, exatamente para acusar o vazamento de gás dos
botijões domésticos.

Vamos agora realizar outra experiência. [Faça o experimento na pia da Informação


cozinha e mantenha um pano úmido perto de você, para o caso de precisar nova
controlar o fogo.]
Atenção: quando for manusear o etanol, tome muito cuidado.
Pegue uma tampinha metálica de refrigerante, retire o plástico interno e
preencha-a até a metade com álcool comum. Feche o frasco de álcool e afaste-o
do local do experimento, colocando-o bem longe da tampinha com o álcool. Em
seguida, acenda um fósforo e faça sua chama chegar perto da tampinha com
álcool até a formação de nova chama.
Observe a cor e o tamanho da chama e anote.
Agora, monte o esquema da figura abaixo. Complete o copo com etanol de
modo a deixar metade do palito que está encostado na parede de vidro imerso
no álcool. Se o palito do fundo flutuar, coloque uma pedra sobre ele. Utilize
fósforos que não tenham sido riscados.

CUIDADO!
Experimentos com
fogo devem ser
realizados com
Em seguida, inflame
materiais
o álcool e observe. resistentes à
chama, longe de
combustíveis, como
garrafas de álcool,
botijões de gás etc.
Crianças devem ter
a supervisão de
adultos.

Depois de alguns segundos,


abafe a chama com um pires
até extingui-la.
MãosA àU obra
L A Qual é a cor da chama do álcool? Qual é o seu tamanho?
..................................................................................................................................

63 Descreva o que aconteceu com os palitos de fósforo que estavam no copo.


Você saberia explicar o ocorrido?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Você observou alguma fumaça sair da chama?


..................................................................................................................................

Você deve ter observado uma chama azul e bastante alta, comparada com o
A voz do pequeno volume de álcool. Deve ter observado também que o palito totalmente
professor mergulhado não sofreu combustão. Já no caso dos palitos parcialmente imersos,
só as partes deixadas de fora do líquido foram queimadas.

O tamanho da chama indica que a reação química de combustão ocorre


numa região relativamente afastada do álcool líquido e que, portanto, o álcool
deve alcançar esta região. A queima da parte do palito que estava fora do líquido
reforça essa idéia.
Já o fato de o palito totalmente mergulhado não ter sofrido combustão
demonstra que não ocorre reação na fase líquida do álcool.

Informação Acenda uma vela, observe o que acontece e anote tudo atentamente. Em
nova seguida, acenda um fósforo e apague a vela. Imediatamente, coloque o fósforo
aceso bem perto do pavio da vela, mas sem tocá-lo. Anote suas observações.
A seguir, acenda duas velas e posicione-as conforme a figura abaixo.

CUIDADO !
Experimentos com
fogo devem ser
realizados com
materiais
resistentes à
chama, longe de
combustíveis, como
garrafas de álcool,
botijões de gás etc.
Crianças devem ter
a supervisão de
adultos.
Segure um tubo de metal ou vidro com uma pinça e aproxime-o da chama. A U L A
Você pode usar um pedaço de antena de TV e um pregador de roupas para
segurar o tubo. Espere a fumaça sair pela parte superior do tubo.
63

Aproxime um fósforo aceso da fumaça. Anote suas observações.

Em seguida, acenda uma vela e espere que se forme um líquido na parte


superior dela, imediatamente abaixo da chama. Pegue uma folha de papel e
derrame o líquido sobre a folha. Observe e anote.

Qual a cor da chama? Qual o seu tamanho? Existe fumaça saindo da chama? Mãos à obra
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
O que aconteceu quando você aproximou o fósforo aceso da fumaça escura
que saía da vela apagada? Você saberia explicar?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Qual a cor da fumaça que saía do tubo?
..................................................................................................................................
Por que a fumaça que saía do tubo também se inflamou quando você
aproximou o fósforo aceso?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
O que aconteceu com o líquido formado na parte superior da vela, quando
você o derramou sobre o papel?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Você verificou que a chama da vela é amarela e pouco difusa, comparada com A voz do
a do álcool. Também deve ter percebido que dessa chama se desprende uma professor
fumaça escura. Na chama do álcool, não existe fumaça.
Você deve ter observado que a fumaça da vela é um poderoso combustível,
que se inflamou e voltou a acender o pavio da vela logo que você aproximou o
fósforo aceso dela.
A U L A O fato de a fumaça que saiu do tubo ter se
inflamado reforça a idéia de que essa fumaça

63 escura é combustível. Essa fumaça escura re-


cebe o nome de fuligem.
Já o líquido formado na parte superior da
vela, quando derramado, voltou ao estado sóli-
do. Esse líquido é a própria parafina da vela.

Mãos à obra A partir do que você observou na combustão do GLP, do etanol e da parafina,
você saberia dizer em que estado da matéria ocorre a reação química de
combustão?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Nos casos da combustão do GLP e do álcool não ocorre desprendimento de
fumaça, e a chama é azul. No caso da parafina, desprende-se fumaça escura
(fuligem), e a chama é amarela. Como você relacionaria essas observações?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação No caso dos combustíveis líquidos e sólidos, é necessário que eles passem à
nova fase gasosa para ocorrer a reação de combustão.
O álcool tem a propriedade de evaporar mais facilmente que a parafina, e por
isso sua chama é mais difusa.
O GLP, que é um gás, produz a reação de combustão sem precisar mudar de
estado.
A diferença na cor das chamas do álcool e da vela está relacionada às
quantidades de oxigênio presentes em cada chama.
No caso da chama amarela e mais intensa, as partículas presentes na fumaça
escura, chamadas de fuligem, tomam o lugar do oxigênio. Com isso, a combustão
é incompleta.
Na chama azul e menos intensa, não há formação de fuligem. Portanto, existe
maior quantidade de oxigênio na chama, o que resulta numa combustão completa.
Na combustão completa, a temperatura da chama azul é mais alta do que a
temperatura da chama amarela, onde a reação é incompleta.

Agora você já sabe por que a chama azul do fogão a gás, onde ocorre a
A voz do combustão completa, é mais eficiente para cozinhar os alimentos do que a chama
professor amarela do fogão a lenha.
O fogo foi talvez o primeiro grande desafio que a natureza apresentou para
os nossos ancestrais. Sua cor, forma e mesmo o seu poder de destruição prova-
velmente fascinaram os primeiros humanos, que ganharam um poderoso aliado
quando aprenderam a dominá-lo.
De posse do fogo, os humanos puderam se defender das feras, do frio e de
outros inimigos naturais. A possibilidade de cozinhar os alimentos também
contribuiu bastante para o seu bem estar.
Dessa forma, o fogo pode ser visto como a primeira tecnologia transformadora
que os seres humanos adaptaram às suas vidas, o que lhes trouxe enormes
vantagens do ponto de vista evolutivo.
Hoje carregamos o fogo no bolso, potencializado nas caixas de fósforos e A U L A
isqueiros, o que representa também um grande avanço tecnológico.

63

Se o domínio do fogo pelos nossos ancestrais produziu grandes conse-


qüências sobre suas relações com o meio ambiente, hoje o domínio dessa
tecnologia representa uma maior responsabilidade de nossa parte para com
o meio ambiente.
Por exemplo: queimadas indiscriminadas de florestas alteram as relações
entre as espécies presentes naquele ambiente, chegando às vezes a extinguir
determinadas espécies. O solo, sem sua cobertura natural, fica desprotegido, o
que causa erosões e diminui sua fertilidade.

Como você aprendeu na aula anterior, o gás carbônico (CO2) é o principal


responsável pelo efeito estufa, cujo agravamento tem causado o aumento da
temperatura média do planeta.
A invenção dos motores a explosão (que utilizam energia das reações de
combustão) trouxe grandes benefícios para a humanidade, mas o domínio dessa
tecnologia também causou um grande impacto sobre o meio ambiente. Como
somos parte integrante desse meio ambiente, é necessário que tenhamos uma
visão global das conseqüências do uso da tecnologia sobre o planeta.
Nesse sentido, esperamos que sua compreensão sobre as reações de combus-
tão possa torná-lo mais consciente sobre a saúde do nosso planeta.
Resumo
A U L A · As reações de combustão podem ser completas e incompletas.

63 · As combustões completas produzem chamas azuis de alta temperatura; as


incompletas produzem chamas amarelas e fuligem.

· As reações completas liberam maior quantidade de energia que as reações


incompletas.

· O gás carbônico é o principal responsável pelo efeito estufa.

Exercício 1
Por que as chamas azuis produzem temperaturas mais altas que as chamas
Exercícios amarelas?

Exercício 2
Pesquise outras formas de energia que não utilizam os combustíveis fósseis.
Qual o seu impacto sobre o meio ambiente?
AUU
A L AL A

64
64
Química na cozinha:
funções químicas

mado fermentação
N
a Aula 43, você estudou um processo cha-
fermentação, que determinados seres vivos promovem para sobreviver.
Atenção
Você aprendeu qual a importância da fermentação para a produção de pães,
vinhos e álcool.
Nesta aula, estudaremos outros processos importantes que ocorrem em
nosso cotidiano.
Você já deve ter percebido que os rótulos de muitos vinagres informam que
o produto é feito a partir de vinho tinto, ou vinho branco. A palavra vinagre vem
da expressão “vinho acre”, ou vinho azedo. O “azedamento” do vinho é um
processo natural, que ocorre com o álcool que está presente no vinho.
Quando abre uma garrafa de vinho, um bom consumidor da bebida sabe que
ela deve ser consumida até o final. Caso isso não ocorra, o vinho restante não
servirá para consumo posterior, pois seu gosto ficará alterado.

Que substância química produz a alteração no sabor do vinho, azedando-o? Mãos à obra
..................................................................................................................................
Como essa substância é formada?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O sabor azedo presente no vinho guardado de um dia para o outro, em uma Informação
garrafa já aberta, é provocado pela formação do ácido acético
acético. O ácido acético está nova
presente também no vinagre, ingrediente muito usado no preparo de saladas.
Quando se abre uma garrafa de vinho, o ar atmosférico preenche o espaço do
vinho consumido, levando para o interior da garrafa um gás já conhecido nosso,
o oxigênio (O2). Na presença do álcool (etanol) que está presente no vinho, o
oxigênio provoca uma reação conhecida como oxidação
oxidação. Um dos produtos dessa
reação é o ácido acético.
A reação de oxidação do etanol (C2H5OH), formando ácido acético
(CH3COOH), pode ser escrita como segue:
reagem
etanol + oxigênio ® ácido acético + água
formando
C2H5OH + O2 ® CH3COOH + H2O
MãosA àU obra
L A Compare as reações de oxidação e combustão (Aula 62) do etanol. Quais são
as semelhanças? E as diferenças?

64 ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação Observe que, no caso da reação de oxidação, o etanol (C2H5OH) reage com
nova oxigênio (O2) e forma ácido acético (CH3COOH) e água (H2O); na reação de
combustão, ocorre formação de gás carbônico (CO2), água (H2O) e energia.
O que provoca a formação de produtos diferentes são as condições em que
cada reação se processa: no caso da combustão, a chama e o calor que a própria
combustão fornece aos reagentes é a condição necessária para a formação de gás
carbônico e água; na oxidação, as condições de reação são mais brandas.
O etanol (C2H5OH) é uma substância que pode ser usada como combustível
e que também está presente em bebidas ditas alcoólicas. Você já deve ter
percebido que alguns frascos de bebida, como vinho, cerveja e aguardente,
trazem no rótulo uma inscrição que informa o teor alcoólico da bebida. Teor
alcoólico siginifica a participação de álcool comparada a outros componentes
presentes na bebida.
O etanol é obtido a partir do processo de fermentação do açúcar, presente na
cana-de-açúcar e em outras plantas. Ele pertence a uma categoria de substâncias
químicas chamada álcool
álcool.

Os químicos costumam agrupar substâncias que possuem propriedades


semelhantes em categorias chamadas funções químicas
químicas.
Para verificar se uma substância pertence a uma mesma função química, é
preciso observar algumas propriedades dessa substância. Uma das propriedades
mais importantes é a própria reação química, ou seja, qual é o produto formado
por essa substância quando ela reage com certas substâncias (reagentes), em
determinadas condições. Podemos, por exemplo, verificar quais são os produtos
da reação de combustão e oxidação formados por essas substâncias (que quere-
mos classificar) e o oxigênio (O2).

Há alguns anos, o Brasil registrou uma queda na produção de etanol nas


A voz do usinas de cana-de-açúcar. A polêmica solução encontrada foi a importação do
professor metanol, substância reconhecidamente tóxica que deve ser manipulada com
extrema cautela.
Para saber se o metanol (CH3OH) pertence à função química dos álcoois,
devemos investigar quais os produtos formados por essa substância quando ela
reage com oxigênio, nas mesmas condições que o etanol (C2H5OH).

Mãos à obra Quais os produtos formados pelo metanol (CH3OH) nas reações de combus-
tão e oxidação?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Assim como o etanol, o metanol forma gás carbônico, água e energia na A U L A
reação de combustão. Por isso, foi importado para substituir o etanol como
A voz do
combustível de carros movidos a álcool.
Na reação de oxidação, o metanol também forma um ácido - o ácido fórmico 64
professor

(HCOOH) - e água. Essa reação pode ser escrita como segue:

reagem
metanol + oxigênio ® ácido fórmico + água
formando
CH3OH + O2 ® HCOOH + H2O

Metanol (CH3OH) e etanol (C2H5OH) são duas substâncias pertencentes à


função química dos álcoois. Elas possuem propriedades químicas semelhantes,
como a formação de ácidos nas reações de oxidação e a formação de gás
carbônico, água e energia nas reações de combustão.
A parafina e o butano (presente no gás de cozinha) sofrem reação de
combustão, mas não são classificados como álcoois. Isso porque não produzem
reações de oxidação nas mesmas condições que o etanol e o metanol.

Para descobrir a função química a que pertence determinada substância, não


basta verificar um só tipo de reação química que essa substância pode produzir:
é preciso verificar um conjunto dessas reações.

QUADRO 1 - CLASSIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS POR FUNÇÕES QUÍMICAS


SUBSTÂNCIA QUÍMICA REAÇÕES QUÍMICAS FUNÇÕES QUÍMICAS

butano (C4H10) combustão hidrocarboneto

parafina (C22H46) combustão hidrocarboneto

etanol (C2H5OH) combustão, oxidação álcool

metanol (CH3OH) combustão, oxidação álcool

O quadro acima exemplifica um procedimento adequado para podermos


classificar as substâncias conforme suas funções químicas. Nesse caso, a
reação de oxidação é suficiente para distinguir as substâncias pertencentes à
função química álcool (que produzem essa reação) das substâncias perten-
centes à função química hidrocarboneto (que não produzem essa reação).
Na verdade, a classificação de substâncias como hidrocarbonetos requer a
verificação de outras propriedades que não somente a reação de combustão,
assim como a classificação dos álcoois também requer um conjunto de reações
químicas.

Como podem ser classificados o ácido acético e o ácido fórmico? Mãos à obra
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Informação
A U L A Agora que você já conhece um dos procedimentos que os químicos utilizam
nova para classificar as substâncias em funções químicas, vamos apresentar duas

64 funções químicas muito importantes. Para identificá-las, vamos fazer um conjun-


to de experimentos que utiliza um legume bastante popular.
Pegue metade de um repolho roxo e corte-o em pequenos pedaços, assim
como se faz para preparar uma salada. Em seguida, coloque o repolho picado em
uma panela e cubra-o com água, colocando mais ou menos 1 litro de água. Leve
a panela ao fogo e deixe a água ferver por 5 minutos. Desligue o fogo e espere a
água esfriar, colocando a panela dentro de uma bacia contendo água fria.
Depois que a água fervida com o repolho roxo esfriar um pouco, coe a
mistura, separando a água do repolho cozido. Você pode e deve aproveitar o
repolho cozido para fazer uma salada. Deixe a água coada esfriando numa
vasilha.

repolho

solução de
repolho roxo
fervura do repolho:
5 minutos

Mãos à obra Por que a água adquiriu coloração roxa?


..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação Com a fervura, a água retirou do repolho roxo uma substância química (que
nova tem coloração roxa). Da mesma forma que a água retira as substâncias aromáticas
das ervas, quando você prepara um chá, uma substância de coloração roxa foi
retirada do repolho pela água.
Esse processo de retirar uma substância presente em algum material sólido
é chamado de extração
extração. A mistura de água com a substância que foi extraída, que
dá origem à “água roxa”, é chamada de solução
solução.

Vamos agora preparar uma nova solução, utilizando uma mistura de água e
A voz do álcool (etanol).
professor Amasse com uma colher um comprimido de lactopurga, que você encontra nas
farmácias. Coloque o comprimido amassado numa vasilha e, em seguida, despeje
meio copo de água sobre o comprimido. Depois, despeje meio copo de álcool sobre
a mistura de água e lactopurga. Misture bem, com o auxílio de uma colher.
Deixe a mistura repousar e o material sólido assentar no fundo do copo. Em A U L A
seguida, despeje com cuidado a solução de água, álcool e lactopurga, evitando
que a parte sólida que está no fundo do copo seja despejada junto com a solução.
64
água álcool

solução de
lactopurga
lactopurga

Com esse procedimento você obteve uma solução ligeiramente turva,


esbranquiçada. Essa solução é formada por água, álcool e uma substância
chamada fenolftaleína, que está na composição do lactopurga.
Agora estamos prontos para fazer o conjunto de experimentos. Eles vão nos
ajudar a classificar algumas substâncias em duas importantes funções químicas.
Tenha à mão as soluções de repolho roxo e lactopurga (fenolftaleína) que
você preparou e uma colher de sopa para cada uma delas.
Coloque um pouco de vinagre incolor em dois copos e complete até metade
do volume com água. Em seguida, adicione uma colher da solução de repolho
roxo em um dos copos. Observe e anote.
anote aqui as suas observações

água

solução de
repolho roxo

vinagre vinagre + água

No outro copo, adicione uma colher de solução de fenolftaleína. Observe e


anote.
anote aqui as suas observações

água

solução de
fenolftaleína

vinagre vinagre + água


A U L A Prepare agora duas soluções de desinfetante à base de amoníaco, do tipo
Ajax, da mesma forma que você preparou as soluções de vinagre. Proceda como

64 anteriormente, adicionando uma colher de sopa de solução de indicador


(repolho e fenolftaleína) em copos diferentes de solução de desinfetante.
Observe e anote.
anote aqui as suas observações

água

solução de
repolho roxo

amoníaco amoníaco + água

anote aqui as suas observações

água

solução de
fenolftaleína

amoníaco amoníaco + água

Depois de executar os experimentos, preencha a tabela abaixo com as cores


observadas nas soluções de vinagre e desinfetante em presença das soluções de
repolho roxo e fenolftaleína.
QUADRO 2 - CORES OBSERVADAS NAS SOLUÇÕES DE VINAGRE E DESINFETANTE
NA PRESENÇA DOS INDICADORES
Soluções Repolho roxo Fenolftaleína
vinagre
desinfetante

Mãos à obra Como a solução de repolho roxo diferenciou as soluções de vinagre e


desinfetante? E a solução de fenolftaleína?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Que substâncias presentes no vinagre e no desinfetante são responsáveis


pela mudança de cor das soluções de repolho roxo e fenolftaleína?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
O vinagre, como você já aprendeu, pode ser obtido a partir do vinho. Isso Informação
A U L A
ocorre por meio da oxidação do etanol, que produz ácido acético. O vinagre, nova
portanto, é uma solução que contém uma substância química chamada ácido
acético. 64
O ácido acético é classificado como função química ácido
ácido. Para indicar a
presença de substâncias ácidas em solução, podemos utilizar a solução de
repolho roxo. Quando misturado à solução ácida, ela fornece uma solução de
cor rosa.
Portanto, toda solução que apresentar coloração rosa na presença da solução
de repolho roxo será chamada de solução ácida.
Já a fenolftaleína não provocou mudança de cor na solução de vinagre.
Portanto, a fenolftaleína não serve para indicar a presença de ácidos.
Na presença da solução de repolho roxo, o desifetante à base de amoníaco
produziu coloração verde, ou seja, teve comportamento diferente do observado
para a solução de vinagre.
A solução de fenolftaleína também provocou mudança na coloração da
solução de desinfetante, tornando-a rosa. Ou seja: quando colocado na presença
das soluções de repolho roxo ou fenolftaleína, o desinfetante à base de amoníaco
teve um comportamento completamente distinto daquele do vinagre.
O amoníaco presente no desinfetante é classificado como uma função quími-
ca chamada base
base. Na presença da solução de repolho roxo, qualquer substância
básica, ou seja, classificada na função química base, fornecerá coloração verde;
na presença de fenolftaleína, fornecerá coloração rosa.
As transformações observadas na coloração das soluções de vinagre e
desinfetante são conseqüências de reações químicas ocorridas entre o ácido
acético e o amoníaco, respectivamente, com substâncias presentes nas soluções
de repolho roxo e lactopurga. Como essas reações servem para indicar se a
substância é um ácido ou uma base, as substâncias presentes nas soluções de
repolho roxo e lactopurga são chamadas indicadores ácido-base
ácido-base.

Agora pegue um conta-gotas, retire um pouco da solução de desinfetante e A voz do


pingue lentamente sobre a solução de vinagre que tem indicador de repolho roxo. professor
Observe o que acontece com a cor da solução.

amoníaco + água

amoníaco + água

solução de vinagre + repolho roxo


MãosA àU obra
L A Você pode explicar a mudança de coloração da solução de vinagre com
indicador de repolho roxo, à medida que adicionava lentamente o

64 desinfetante?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação Com a adição do desinfetante sobre a solução de vinagre com indicador


nova de repolho roxo, você deve ter observado, no início da adição, uma diminuição
da intensidade da coloração rosa; em seguida, a solução se tornou novamente
roxa. Após uma adição maior de desinfetante, a solução deve ter passado à
coloração verde.

anote aqui as suas observações

Quando adicionamos desinfetante à solução de vinagre com indicador de


repolho roxo, ocorre uma reação entre o amoníaco do desinfetante e o ácido
acético do vinagre. Essa reação diminui a quantidade de ácido na solução e,
portanto, diminui a intensidade da coloração rosa.
Com uma grande quantidade de desinfetante (amoníaco) adicionado, todo
o ácido acético acaba reagindo e sobra um excesso de amoníaco, o que resulta na
coloração verde da solução.
A reação entre o ácido acético e o amoníaco forma uma nova substância
química que não é nem ácido nem base. Por isso, em certo momento você deve
ter observado que a solução se torna roxa.
A nova substância formada é um sal
sal, que é o produto de uma reação entre um
ácido e uma base. O sal é uma função química, cuja característica marcante é ser
produzido numa reação chamada neutralização
neutralização, que pode ser escrita assim:

ácido + base Þ sal + água


Em nossa cozinha, o exemplo mais próximo de sal é o cloreto de sódio A U L A
(NaCl), utilizado para salgar os alimentos.
A voz do
Existe uma infinidade de sais conhecidos pelo homem. Alguns são produzi-
dos artificialmente, em reações de neutralização. Outros, como o próprio cloreto 64
professor

de sódio, são obtidos de fontes naturais, ou seja, já se encontram disponíveis na


natureza. O sal de cozinha é obtido num processo em que ele é separado da água
do mar, como ocorre nas salinas de Mossoró (RN).

Trabalhadores em salina de Mossoró (RN)

· As substâncias químicas são classificadas em categorias chamadas funções Resumo


químicas.

· Para classificar as substâncias em funções químicas é preciso conhecer suas


propriedades - por exemplo, suas reações com outras substâncias.

· Os álcoois podem sofrer reações de oxidação, produzindo ácidos.

· Ácidos e bases são funções químicas que podem ser identificadas com
utilização de indicadores ácido-base.

· Sal é uma função química formada a partir de ácidos e bases, por meio de
reações de neutralização.

Exercício 1
Utilizando os indicadores de repolho roxo e fenolftaleína, classifique as
seguintes soluções, dizendo se contêm ácidos ou bases: Exercícios
a) leite azedo
b) água sanitária
c) leite de magnésia
d) refrigerantes
e) aspirina
f) suco de limão
g) antiácidos

Exercício 2
Você poderia explicar por que as pessoas tomam antiácidos quando estão
com azia? Qual é a reação provável que ocorre no estômago, quando se ingere
um antiácido?
A UA UL L AA

65
65
Esquistossomose e
amarelão: verminoses
perigosas

Atenção F azia tempo que Clóvis não usava seu


paletó. A última vez tinha sido no ano passado, no casamento de sua
irmã.
Maria também estava irreconhecível. Cabelo arrumado, saia justa,
meia fina, salto alto, batom, nem parecia a mesma Maria de avental de
todo dia.
- Você já tinha visto o Clóvis desse jeito? - perguntou Alberto.
- Ele está bonitão mesmo, e você também. Mas olha o Lineu lá.
Desculpe falar, mas ele está campeão!
Mas era mesmo de se esperar. Ele tinha sido escolhido para fazer o
discurso principal na festa de formatura de seus alunos. Vestindo um
paletó de lantejoulas, quem não o conhecesse pensaria que era um
artista.
- Já vi que não estamos com nada hoje, Alberto. Nem com a Maria,
nem com o garçom.
- É mesmo. Quando o garçom passa por aqui já não tem mais
coxinha, e a empadinha já tá fria.
- Rapazes, vou dar uma colher de chá para vocês. Me sigam - disse
Maria.
Os dois ficaram espantados, mas foram quietinhos atrás dela, se
acotovelando no meio de tanta gente.
- Pronto! Vamos usar a mesma técnica do verme do amarelão e da
barriga d’água.
Alberto e Clóvis olharam um para o outro, sem entender o que Maria
dizia. Ela percebeu, começou a sorrir e resolveu acabar com o mistério.
- Rapazes, reparem. Estamos na porta da copa, de onde saem os
garçons. Larguem de ciúme do Lineu e aproveitem! Vamos ser os primei-
ros a ser servidos. E a empadinha não vai estar fria!
Passou o primeiro garçom. De fato, a travessa estava cheia e as
empadinhas estavam quentes. Mas Clóvis e Alberto ficaram esperando A U L A
que Maria explicasse melhor de onde tinha tirado aquela idéia. O que
o verme do amarelão ou da barriga d’água teria a ver com a idéia de
ficar na porta do lugar de onde saem as comidas? 65
Exercícios

Leia atentamente o texto anterior e responda:

Exercício 1
Por que Alberto e Clóvis estavam com ciúmes de Maria?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 2
Por que eles não conseguiam comer coxinhas e empadinhas quentes?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 3
Qual foi a saída encontrada por Maria?
..................................................................................................................................
.................................................................................................................................. Informação
nova
Observe este esquema:
BOCA ® ESÔFAGO ® ESTÔMAGO ® INTESTINO ® SANGUE

O esquema acima correspon-


de ao trajeto do alimento no cor-
po, desde a ingestão até sua dis-
tribuição pelo organismo, por
meio do sangue (ver figura da
direita).

A ilustração à esquerda mos-


tra vasos sangüíneos que saem
do intestino levando grande
quantidade de alimento digeri-
do. Boa parte desse alimento pas-
sará pelo fígado antes de ser Mãos à obra
distribuído a todo o organismo.

Em uma experiência, foram analisadas duas amostras de sangue. Uma delas


A U L A é uma amostra do sangueSANGUE
que chega aoDOintestino,
NA REGIÃO INTESTINO o sangue arterial. A outra
amostra é de sangue que sai do intestino, o sangue venoso.

65 As duas primeiras barras (à esquerda, na próxima ilustração) indicam o


resultado da análise do sangue arterial. Os resultados foram os seguintes:

Exercícios

Exercício 4
Qual das duas amostras de sangue possui maior teor de alimento? Como
você explica isso?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 5
O teor de oxigênio sofre grande variação quando o sangue passa pelo
intestino? Como você explica isso?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 6
Se você fosse um verme parasita, onde procuraria alimento: no sangue que
entra ou no sangue que sai do intestino? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A voz do ..................................................................................................................................
professor

Os vermes

Você já aprendeu, em aulas anteriores, que existem diversos tipos de


parasitas intestinais. Nesta aula estudaremos um tipo diferente de parasita. São
os vermes que procuram seu alimento no sangue que sai do intestino, o sangue
que vai em direção ao fígado e ao resto do corpo.
Esse sangue está carregado de alimento digerido, pronto para ser aprovei-
tado pelo organismo. O verme do amarelão e o verme da barriga d’água são dois
desses vermes. Eles debilitam rapidamente as pessoas contaminadas, provocan-
do uma forte anemia.
O amarelão
amarelão, também chamado de ancilostomíase
ancilostomíase, é provocado por um A U L A
verme que penetra no organismo perfurando a pele. Pessoas que vivem
descalças em locais contaminados são as vítimas mais comuns. A anemia deixa
a pessoa amarelada, daí o nome da doença. 65

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA ANCILOSTOMÍASE

O verme da barriga d’água, também chamada de esquistossomose


esquistossomose, conta-
mina as pessoas quando elas estão em contato com água contaminada. Pequenas
larvas perfuram a pele, o que provoca uma sensação de coceira. As larvas do
verme se desenvolvem dentro do organismo e
vão se instalar nas veias que saem do intesti-
no.
Esse verme provoca uma
anemia tão forte que o
sangue, com poucas
proteínas, começa a
perder líquido. Este
líquido se acumula no
abdome, gerando a ca-
racterística “barriga
d’água”.
O fígado também
é muito prejudicado.
As verminoses
estão intimamente li-
gadas à pobreza, uma
vez que dependem da
falta de cuidados
ambientais e de
infraestrutura sanitá-
A U L A ria, como tratamento de esgotos.

65 Os vermes produzem grandes quantidades de ovos microscópicos, que são


eliminados junto com as fezes da pessoa contaminada. Essas fezes contaminam
o solo e lagos de águas paradas e quentes.

O caramujo

A esquistossomose está associada a um tipo de caramujo muito comum em


águas quentes. As pequenas larvas que saem dos ovos penetram nesses
caramujos, onde se transformam nas larvas que atacam a pele humana.

OCORRÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE

O combate ao caramujo, portanto, pode ajudar a diminuir a infestação da


população.

visão panorâmica de concha


de planorbídeo

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DO CARAMUJO TRANSMISSOR DA ESQUISTOSSOMOSE


A U L A

65
Combatendo as verminoses e seus efeitos

Como você viu, o amarelão e a barriga d’água são doenças provocadas por
vermes que se alimentam do sangue do hospedeiro. Uma conseqüência dessas
doenças é a ocorrência de anemia.
Para curar a pessoa contaminada, é preciso usar vermífugos e complemen-
tar a dieta do paciente com proteínas - carnes e ovos - e quantidades pequenas
de ferro.
As proteínas e o ferro são utilizados pelo organismo para produzir mais
glóbulos vermelhos e proteínas que circulam no sangue. O ferro pode ser
incorporado à dieta na forma de sal, como o sulfato ferroso.
No entanto, de nada adianta curar as verminoses e a anemia se os causadores
da doença continuam presentes nos lugares freqüentados pelo homem e pelos
animais.
É importante melhorar as condições sanitárias desses locais com saneamen-
to básico, como água encanada e esgoto. Usar sapatos, evitar contato com a água
das chamadas lagoas-de-coceira
lagoas-de-coceira, lavar as mãos antes das refeições e beber água
previamente fervida ou tratada são formas de prevenção pessoal contra todas as
verminoses.
A água de poço deve passar por um tratamento adequado antes de ser
consumida. O hipoclorito de sódio é um agente oxidante eficaz (veja a Aula 64,
sobre oxidação) no combate aos ovos de vermes, principalmente os de lombriga.
O hipoclorito de sódio, substância química que também é um sal, pode ser
adquirido em forma de solução, em pequenos frascos, nos postos de saúde das
cidades.
A adição de algumas gotas da solução de hipoclorito de sódio à água
previamente fervida e filtrada é uma medida muito eficaz de prevenção contra
as verminoses.
Os vegetais consumidos crus, como a alface e o tomate, devem ser tratados
com soluções de hipoclorito de sódio. Mesmo a água contida no poço deve ser
tratada periodicamente. Semanalmente, no caso de um poço com 1 metro de Resumo
diâmetro e nível d’água de 2 metros, recomenda-se adicionar 1 copo de água
sanitária (que é uma solução de hipoclorito de sódio).

· Alguns vermes parasitam o corpo e se alimentam do sangue que sai do


intestino.

· O sangue que sai do intestino está carregado de alimento já digerido.

· A ancilostomíase (amarelão) é causada por um verme que vive no solo


contaminado por fezes. Andar sem sapatos permite a infestação da pessoa.

· A esquistossomose (barriga d’água) é causada por um verme que vive em


lagoas contaminadas por fezes. Banhar-se nessas lagoas é perigoso, expon-
A U L A do o banhista ao risco da infestação.

65 · O caramujo é um importante elo no ciclo de vida do verme da


esquistossomose.

· O sulfato de ferro pode ser empregado na alimentação como forma de


combate à anemia.
· O hipoclorito de sódio pode ser adicionado à água de poço tanto na forma
de água sanitária (diretamente no poço) como na forma de solução, adqui-
Exercícios rida junto aos postos de saúde.

Exercício 7
Cite duas características que existem em comum entre a ancilostomíase e a
esquistossomose.

Exercício 8
Por que a esquistossomose costuma ser associada à “barriga d’água”?

Exercício 9
Suponha que o local em que você mora está passando por um período de
cheias e que o nível do seu poço atinge 3 metros de água. Qual é o volume
de água sanitária, medido em número de copos, que você deve adicionar
semanalmente ao poço?
AUU
A L AL A

66
66
Mosquitos:
vetores voadores

- Os Estados Unidos da América invadiram Cuba ontem. O chefe da Atenção


comissão encarregada de erradicar a febre amarela na ilha, dr. Walter Reed, quer
provar que a transmissão da doença pelo mosquito é apenas uma crendice.
- O que é isso, Clóvis? Começou mais uma guerra? Não me diga que o
namoro do Clinton com o Fidel acabou em briga!
- Calma, Lineu! Isso aqui aconteceu há mais de noventa anos! Estou lendo
esse livro de História. Eu não sabia que Cuba tinha problemas com os Estados
Unidos há tanto tempo!
- Que baita susto!
- E essa história do mosquito? Quem estava com a razão? O médico
americano ou os cubanos?
- Pois é, Clóvis, ninguém dava nada pelos mosquitos. Mas eles transmitem
muitas doenças.
- É, até na televisão tem propaganda para não deixarmos água parada em
casa. Mas o que tem a ver a água do pratinho do vaso com o mosquito?

Leia atentamente o texto acima e responda:


Exercício 1 Exercícios
Por que Lineu ficou tão assustado com o que Clóvis estava lendo em voz alta?
..................................................................................................................................
Exercício 2
Que relação pode haver entre a água do pratinho do vaso e a transmissão de
doenças?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Em 1881, o médico cubano Carlos Finlay tinha convencido a comunidade Informação


científica de que o mosquito era o transmissor da febre amarela
amarela, uma perigosa nova
doença que pode causar a morte de pessoas rapidamente.
Em 1900, durante uma invasão norte-americana à ilha, os prisioneiros
cubanos foram submetidos a experiências para testar as teorias de Finlay. O
médico Walter Reed levou dois grupos de prisioneiros para uma grande enfer-
maria cheia de doentes com febre amarela.
A U L A Um grupo ficou em contato com roupas sujas com as fezes e vômitos das
pessoas que morriam de febre amarela. A cela tinha mosquiteiros nas janelas, de

66 forma que nenhum mosquito tinha contato com os prisioneiros.


O outro grupo de prisioneiros ficou em contato com os mosquitos coletados
na enfermaria dos doentes de febre amarela. Nesse caso, os mosquiteiros das
janelas impediam que os mosquitos saíssem da cela.

Exercício 3
Se os prisioneiros do primeiro lote ficassem doentes, o que Walter Reed teria
Exercícios provado?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 4
E se aparecessem doentes apenas na segunda cela?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 5
O dr. Reed tinha tanta certeza de que os mosquitos eram inofensivos que se
deixou picar por eles. O que deve ter acontecido ao médico?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

O dr. Reed, na realidade, só conseguiu comprovar o que todos já sabiam:


A voz do só ficaram doentes os prisioneiros da cela em que estavam os mosquitos
professor contaminados.
A partir desses resultados é que começaram as grandes campanhas contra os
mosquitos. Depois de Finlay, outros cientistas conseguiram provar que várias
doenças são transmitidas por mosquitos. Eles picam uma pessoa doente e,
depois, picam outra pessoa. Se o agente causador da doença conseguir sobrevi-
ver vários dias dentro do organismo do mosquito (não é o caso do vírus da Aids,
por exemplo), ele poderá ser introduzido no corpo da outra pessoa picada,
contaminando-a.
Essa é a forma de transmissão de várias doenças: febre amarela, dengue,
elefantíase, malária, ferida-brava e calazar (leishmaniose), entre muitas outras.
Existem muitas espécies de mosquitos. Algumas dessas espécies transmi-
tem um único tipo de doença.

Vamos estudar agora os casos de malária no Brasil.


A malária Informação
A U L A
nova
66

GRÁFICO COM NÚMERO DE CASOS DE MALÁRIA NO BRASIL: DE 1970 A 1990,


NA AMAZÔNIA (A), E EM OUTRAS REGIÕES (B)

Exercício 6
O que está acontecendo com o número de casos de malária fora da Amazônia?
.................................................................................................................................. Exercícios

Exercício 7
O que está acontecendo com o número de casos de malária na Amazônia?
..................................................................................................................................
Exercício 8
Você poderia encontrar algumas razões para explicar o que está acontecendo
com o número de casos de malária na Amazônia?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A Udo
L A O assustador aumento do número de casos de malária da Amazônia está
A voz intimamente ligado à forma desordenada de ocupação humana daquela área.

66
professor Grandes desmatamentos ocorrem ao mesmo tempo em que grandes contin-
gentes humanos migram, em geral sem a menor assistência médica. Isso acaba
criando as condições ideais para a propagação da doença.
Com as fortes chuvas da região, formam-se poças d’água temporárias, nas
quais os mosquitos procriam livremente. Eles colocam seus ovos na água, e esses
ovos originam larvas.
As larvas se transformam em mosquitos adultos. Para sobreviver, as fêmeas
do mosquito precisam se alimentar de sangue de mamíferos.
Anopheles

ovo

larva
pouso

pupa

Aedes e Culex

ovo

larva

pouso

pupa

Embora a malária seja um problema de saúde pública na região Amazônica,


ela também ocorre em muitas outras partes do país.
A U L A

66

MALÁRIA NO BRASIL

A dengue

A dengue é uma doença que preocupa as autoridades atualmente. Ela é


transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti
aegypti, cuja presença no país
foi detectada em 1967.
Mais tarde, em 1986, apareceu em nosso país, junto com uma epidemia de
dengue, o mosquito Aedes albopictus
albopictus. Entre 1986 e 1987, o Rio de Janeiro
registrou 93 mil casos da doença. O Ceará teve 25 mil casos e Alagoas,
12 mil casos.

O mosquito da dengue vive associado ao homem. Devendo ser combatido


pela própria população, em suas casas. Calhas entupidas, caixas-dágua sem
tampa, pneus e garrafas velhos e até mesmo vasos de plantas são importantes
criatórios de mosquitos.

Na próxima aula, veremos alguns cuidados que devemos tomar para com-
bater os mosquitos.
Resumo
A U L A · Os mosquitos que se alimentam de sangue podem transmitir doenças ao
homem.

66 · Febre amarela, dengue, malária, elefantíase, “ferida-brava” e calazar


(leishmaniose) são doenças transmitidas por mosquitos.

· O número de casos de malária na Amazônia sofreu crescimento vertiginoso


na década de 1980, chegando a 900 mil casos por ano.

· A dengue é transmitida por um mosquito que se reproduz dentro da casa das


pessoas.

Exercício 9
Você acha correto realizar experiências com seres humanos, prisioneiros de
Exercícios guerra, mesmo que seja para ampliar o conhecimento científico ou para
salvar a vida de pessoas no futuro?

Exercício 10
Por que a água parada é importante para a reprodução dos mosquitos?
AUU
A L AL A

67
67
Mal de Chagas
e os inseticidas

E m 1909, o médico e cientista brasileiro Carlos


Chagas estava pesquisando a malária, em Minas Gerais, quando foi informado
Atenção
da existência de um inseto que se alimentava de sangue. Era conhecido como
chupança, chupão ou barbeiro.
Analisando alguns desses animais ao microscópio, Chagas descobriu alguns
microrganismos estranhos no intestino deles. Os microrganismos também esta-
vam presentes nas fezes do inseto. Eles aparecem na figura abaixo.

microrganismos
presentes nas fezes
barbeiro do barbeiro

No dia 14 de abril de 1909, Carlos Chagas examinava uma criança febril, de


dois anos de idade, chamada Berenice. A família, muito pobre, morava numa
casa de pau-a-pique. A menina tinha sido picada por barbeiros.
Carlos Chagas colheu amostras de seu sangue e o observou ao microscópio.
Ele viu microrganismos como os da figura abaixo:

microrganismos
no sangue
circulante

Carlos Chagas colheu amostras de animais silvestres que viviam próximos


de regiões habitadas. No sangue do tatu, encontrou os mesmos microrganismos.
Fez a mesma descoberta ao examinar o sangue de gambás e de ratos, bichos que
costumam viver associados ao homem.
A U L A Após ler atentamente o texto anterior, responda:

67
Exercícios Exercício 1
Você se surpreenderia ao encontrar microrganismos como aqueles em
seu sangue?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 2
O que Carlos Chagas deve ter pensado ao encontrar aqueles microrganis-
mos nas fezes do barbeiro?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 3
Suponha que não existam pessoas doentes numa certa região.
Mas existem tatus, gambás e ratos contaminados. Existe risco de começa-
rem a aparecer pessoas doentes naquela população? O que é necessário
para que isso ocorra?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Carlos Chagas chamou o microrganismo que descobriu de Trypanossoma


A voz do cruzii
cruzii. Dedicou-se então a estudar a doença provocada por ele, que ficou
professor conhecida como Mal de Chagas em sua homenagem.
A Berenice de nossa história faleceu no dia 11 de setembro de 1982, com
75 anos de idade e 73 anos de infecção. Nada leva a crer que a doença tenha
tido qualquer influência na causa de sua morte.
Berenice apresentava a chamada “forma indeterminada” do Mal de Chagas.
Os portadores dessa forma da doença não apresentam queixas sérias. A maioria
dos casos de Mal de Chagas é desse tipo.
No entanto, existem casos muito graves de Mal de Chagas, nos quais o
tripanossomo ataca o aparelho digestivo ou o aparelho circulatório.

O Mal de Chagas está intimamente associado à miséria no Brasil. O mapa a


seguir mostra a distribuição da doença, que se estende do Maranhão até o Rio
Grande do Sul. Por ser encontrada apenas na América, o Mal de Chagas é
também chamado de tripanossomíase americana
americana.
A U L A

67

MAPA DA DISTRIBUIÇÃO DO MAL DE CHAGAS NO BRASIL

Uma vacina para o Mal de Chagas está sendo desenvolvida, o que traz muita
esperança para o futuro. Mas, para afastar o barbeiro do contato humano, são
necessários pesados investimentos para a construção de moradias de alvenaria
para a população do campo.
Campanhas de dedetização de casas têm sido realizadas de forma a comba-
ter os insetos, tanto barbeiros como mosquitos. O problema é que os inseticidas
trazem certos riscos. Por isso, devemos atacar as causas e não apenas os efeitos
da existência de insetos.

Exercício 4
Pode-se dizer que o Mal de Chagas é uma doença típica do Nordeste
brasileiro? Exercícios
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 5
O Mal de Chagas está associado ao calor ou à miséria? Explique.
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
A UdoL A Inseticidas
A voz

67
professor O controle de insetos pode ser feito de três formas principais: química,
biológica e integrada.

O controle químico consiste normalmente em pulverizar substâncias quí-


micas que possam provocar a morte dos insetos ou mesmo afugentá-los.
O controle biológico utiliza outros seres vivos como forma de combater os
insetos, por exemplo da predação.
O controle integrado é uma técnica mista que, além de prever alguma
medida de controle químico ou biológico, procura resolver problemas relaciona-
dos ao manejo de dejetos e da coleta de lixo.

Existem duas formas de controle químico. A primeira, ao contrário do que


muitos podem pensar, é conhecida como controle químico natural natural. Substânci-
as químicas como o piretro presente nas flores de margarida (Chrysantemo
Chrysantemo
cinerariefolium
cinerariefolium), a nicotina das folhas de fumo (Nicotina
Nicotina tabacum
tabacum) e a rotenona
do cipó-timbó são muito eficientes no combate a insetos.
A solução de fumo de corda com água e sabão é utilizada por agricultores
que preferem comer couves sem agrotóxicos. Mas, nessa solução, é a nicotina,
substância química presente no fumo, que provoca a morte e afugenta os pulgões
que atacam os pés de couve. Ela também é tóxica para o homem.
Quando nossos avós tinham problemas de pulgas em seus cães, eles esfre-
gavam erva-de-santa-maria no pêlo dos animais. Assim, as pulgas tratavam de
arranjar outro lugar menos malcheiroso.
Essas são as formas de combate aos insetos conhecidas como controle
químico natural. Isso porque as substâncias químicas presentes em plantas são
conhecidas entre os químicos como produtos naturais.
O segundo tipo de controle químico é o sintético
sintético. A partir da década de 1930,
a indústria química entrou em mais um ramo rentável da economia, que é o setor
de defensivos agrícolas.
De lá para cá foram desenvolvidos diversos tipos de inseticidas que toma-
ram o lugar dos sais de arsênio e mercúrio.
Esses sais têm alto grau de toxicidade, e a aplicação dos novos inseticidas
melhorou as condições de trabalho no campo. Além disso, a produção de
inseticidas em larga escala contribuiu também para o aumento da produção
agrícola.
No entanto, depois de algum tempo o problema da toxicidade dos insetici-
das voltou a preocupar. As pragas resistentes naturalmente aos inseticidas que
estavam sendo empregados foram sendo selecionadas. Dessa forma, foi neces-
sário desenvolver inseticidas cada vez mais eficientes contra as pragas da
lavoura. Isto significou o aumento da toxicidade desses produtos.
Uma substância química pode ser considerada tóxica quando o contato com
ela provoca alterações no organismo humano. Nesse caso, as alterações compro-
metem a saúde do indivíduo de várias maneiras: com uma simples irritação de
pele, ou mesmo provocando sua morte.

Existem quatro classes de inseticidas. Eles são classificados de acordo com


seu grau de toxicidade.
As quatro classes são identificadas por meio de cores que devem aparecer
nos rótulos e bulas dos produtos.
QUADRO DE CLASSES TOXICOLÓGICAS DE INSETICIDAS A U L A

67
CLASSE GRAU DE TOXICIDADE COR DO RÓTULO
I extremamente tóxico vermelha
II altamente tóxico amarela
III medianamente tóxico azul
IV pouco tóxico verde

AS APLICAÇÕES DE INSETICIDAS DAS CLASSES I E II , FAIXAS VERMELHA E AMARELA ,


DEVEM SER FEITAS POR PESSOAL TREINADO, SEGUINDO AS SEGUINTES PRECAUÇÕES :

1. NÃO EXPÔR NENHUMA PARTE DO CORPO . USAR LUVAS , MÁSCARA , ÓCULOS DE


SEGURANÇA , CAMISAS E CALÇAS COMPRIDAS .

2. LAVAR AS ROUPAS APÓS O USO .

3. EVITAR OS HORÁRIOS QUENTES , E APLICAR DE TAL FORMA QUE O VENTO NÃO ESPALHE
O PRODUTO E NÃO CONTAMINE O APLICADOR .

OS PRODUTOS DE FAIXAS AZUL E VERDE APRESENTAM MENOR GRAU DE TOXICIDADE ,


MAS SEU MANUSEIO DEVE SER CAUTELOSO. SIGA CORRETAMENTE AS INSTRUÇÕES DE
ARMAZENAMENTO E APLICAÇÃO DOS PRODUTOS . LEMBRE - SE DE QUE ELES DEVEM SER
MANTIDOS FORA DO ALCANCE DE CRIANÇAS E ANIMAIS DOMÉSTICOS .

· O Mal de Chagas é transmitido pelo barbeiro. Resumo


· O Mal de Chagas é causado pelo tripanossomo.

· O barbeiro pode se contaminar parasitando outros animais, como tatus,


gambás e ratos domésticos.

· A doença pode ter diferentes manifestações. Na maioria dos casos, sua


evolução é relativamente benigna.

· Podem ocorrer manifestações muito graves do Mal de Chagas, com


complicações cardíacas ou gástricas.

· Os inseticidas têm sido utilizados no combate de muitas doenças transmiti-


das por insetos.

· Os inseticidas apresentam riscos para a saúde humana.

· A classe toxicológica dos inseticidas deve ser conhecida pelas pessoas que os
utilizam. Elas devem seguir atentamente as instruções de uso.
A U L A Exercício 6
Acredita-se que o primeiro ser humano tenha chegado ao Brasil há cerca de

67
Exercícios 12 mil anos. Alguns cientistas acham que isso pode ter ocorrido ainda mais
cedo, há 50 mil anos.
Você acha que o tripanossomo já existia naquela época? Em outras palavras,
o que deve ser mais antigo: o Mal de Chagas ou o homem americano?

Exercício 7
Uma pessoa corre o risco de contrair o Mal de Chagas a partir de uma
transfusão de sangue?

Exercício 8
Quais são os cuidados que devemos tomar ao utilizar inseticidas?
AUU
A L AL A

68
68
Novas e velhas
epidemias: os vírus

- Maria, veja só o que eu descobri nesta revista velha que eu estava quase Atenção
jogando fora!
- Aí vem coisa. O que é, Alberto?
- Uma carta escrita há muito tempo. Um Lorde está descrevendo para o
secretário da rainha os sintomas de uma doença. Veja se você descobre que
doença era aquela.

Prezado Lorde Cecil,


Este que vos escreve sente-se no dever de afiançar-vos o inteiro restabelecimento de
nossa louvada Rainha, após o mal que a acometeu nos seis primeiros dias de sua
estada entre nós.
A febre, os espirros e a dor de cabeça, além de molestarem a nossa idolatrada,
espraiaram-se pela Corte sem poupar viv’alma, fossem ingleses ou franceses, nobres e
até serviçais. Eu próprio confesso-vos que melhor sorte não tive, de vez que contraí a
praga, da qual ora convalesço.
Lorde Randolph, Edimburgo, Novembro, 1562

- E aí, Maria, qual é o seu palpite?


- Eu acho que isso aí é gripe! Mas naquela época já tinha gripe?
- Ué, Maria, você acha que as doenças aparecem assim, sem mais nem
menos?
- Eu acho, sim! Você não vê a Aids? O tal do HIV não apareceu só agora?
- É... Você me pegou. É mesmo. Mas como isso é possível?

Leia atentamente o texto acima e responda:


Exercício 1
Por que Maria pensou que as pessoas da Corte estavam com gripe? Exercícios
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 2
Alberto achava possível que uma doença nova pudesse ter surgido nesse
espaço de tempo?
..................................................................................................................................
A U L A Exercício 3
E Maria?

68 ..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 4
Qual foi o argumento que Maria utilizou para comprovar o que pensava?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 5
E você, o que pensa? É possível aparecerem novas doenças no futuro?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Informação
nova Observe atentamente o histograma abaixo.

Exercício 6
Entre 1917 e 1920 morreram mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo,
Exercícios vítimas de gripe. Em que ano adoeceram mais pessoas?
..................................................................................................................................
Exercício 7
Nesse período, que ano registrou o menor número de vítimas?
..................................................................................................................................

A epidemia de gripe de 1917-18, também conhecida como “gripe espanho-


A voz do
la”, se alastrou por todo o mundo. As pessoas doentes geralmente morriam de
professor infecções pulmonares, que se instalavam com o enfraquecimento do corpo.
Hoje, essas infecções poderiam ser controladas com o uso de remédios
modernos. Portanto, o risco de uma epidemia planetária - o que chamamos de
pandemia - daquelas proporções é praticamente impossível.
No entanto, novas partículas virais continuam a ser espalhadas no mundo
a cada ano, por aves migratórias, e também pelo intenso trânsito de pessoas
pelo mundo.
Observe a tabela abaixo. Ela mostra a porcentagem (%) de pessoas com Informação
A U L A
anticorpos anti-HIV que se contaminaram em 1988, 1993 e 1994-5 no Estado de nova
São Paulo.
68

Contaminados pelo vírus da Aids em 1988, 1993 e 1994-5 (até março de 1995),
segundo situação de risco. Fonte: Boletim Epidemiológico Dez/95 - Secretaria de
Saúde - SP

Exercício 8
Qual o grupo de pessoas que mais contraíram o vírus da Aids em 1988? E em
segundo lugar? Exercícios
..................................................................................................................................
Exercício 9
Como a situação se apresenta em 1993? Ela se modificou? Como?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 10
Houve modificações em 1994 e 1995?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Observe o gráfico abaixo: Informação


nova

O gráfico mostra o número de casos de Aids em adolescentes de 13 a 19 anos


de idade, casos em que a doença foi adquirida por transmissão sangüínea, em
São Paulo. Em preto aparecem os casos de transmissão por agulhas contamina-
das em jovens que utilizam drogas. Em cinza aparecem os outros casos de
transmissão ocorrida por sangue contaminado, em transfusões.
A U L A Com base no gráfico inferior, da página 131, responda:

68
Exercícios
Exercício 11
Em 1986, qual era a forma mais comum de transmissão sangüínea entre
adolescentes?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 12
A partir de 1986, qual o papel da utilização de drogas injetáveis na contami-
nação de adolescentes?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Teste o conhecimento dos seus amigos. Aqui vão algumas sugestões de


perguntas e respostas:

Pergunta - Como o vírus da Aids entra em nosso corpo?


Resposta - Por meio de relações sexuais sem camisinha com pessoa
contaminada, por utilização de agulhas contaminadas ou por transfusão
de sangue contaminado.

Pergunta - Como o vírus da Aids pode ser transmitido numa relação


sexual?
Resposta - Os líquidos produzidos pelo corpo de uma pessoa contami-
nada (sêmen e secreção vaginal, por exemplo) estão sempre cheios de
vírus da Aids. Numa relação sexual, é normal que ocorram pequenas
feridas na pele fina do pênis, da vagina e do ânus. Essas feridas,
imperceptíveis a olho nu na maioria das vezes, são as portas de entrada
do vírus.

Pergunta - Por que a camisinha impede que o vírus passe de uma pessoa
para outra?
Resposta - Por dois motivos principais. Em primeiro lugar, evita-se a
formação de feridas no pênis. Assim, o homem não adquire o vírus. Em
segundo lugar, ela impede o contato do sêmen com a vagina, o que
impede que a mulher adquira o vírus do homem.

Pergunta - O contato físico com uma pessoa que tenha Aids - num
abraço, por exemplo - pode transmitir a doença?
Resposta - O contato com a pele de uma pessoa doente não transmite a
doença. O vírus da Aids morre facilmente fora do organismo.

Pergunta - Uma pessoa pode estar com o vírus da Aids e viver


normalmente?
Resposta - Sim. Os portadores do vírus podem viver vários anos sem
nenhuma manifestação. São os chamados soropositivos. Só podem ser
chamados de doentes quando manifestam alguma das doenças caracte-
rísticas que acompanham a Aids.
Viroses A U L A
A voz do
Tanto a gripe como a Aids são causadas por seres vivos muito pequenos, que
não são visíveis nem mesmo com o auxílio de um microscópio comum. A gripe 68
professor

e a Aids são causadas por vírus que são diferentes, mas muito parecidos.
Quando penetram em nosso organismo, os vírus desencadeiam uma respos-
ta muito intensa, que pode ser percebida pela febre. Infecções virais costumam
ser acompanhadas de febre alta, de aparecimento repentino.
Os vírus, inclusive os da Aids e o da gripe, induzem o organismo a produzir
substâncias que possam imunizá-lo. Por essa razão, são chamados de
imunogênicos
imunogênicos.
As substâncias que o organismo produz para destruir os vírus são chamadas
de anticorpos
anticorpos.
Os anticorpos são substâncias altamente específicas, ou seja, são planejadas
para identificar seu alvo com muita precisão. Os soropositivos para Aids são as
pessoas que têm anticorpos anti-HIV no seu sangue.
O vírus da gripe e o vírus da Aids têm a capacidade de se apresentar de
diferentes formas. Você pode se imunizar contra a gripe em determinado ano,
mas logo aparecá um novo vírus e, é claro, uma nova gripe.
As vacinas contra a gripe, portanto, são úteis apenas no ano em que são
produzidas.
As pesquisas para a produção de uma vacina eficiente contra a Aids
continuam em ritmo acelerado, mas ainda não existe nenhuma vacina disponí-
vel para a população.

Novas viroses?

Novas viroses podem afetar a espécie humana no futuro, devido a três


razões principais. Em primeiro lugar, o homem continua devastando áreas de
florestas e outros ambientes naturais que não tinham tido contato com humanos.
Com isso, viroses alí presentes podem se disseminar.
Em segundo lugar, os vírus podem ficar dormentes por centenas e talvez até
milhares de anos. Assim, velhos vírus podem reaparecer.
Em terceiro lugar, os vírus atuais têm alta capacidade de se modificar, o que
pode originar viroses com novos sintomas.

· Novas doenças causadas por vírus podem aparecer a qualquer momento. Resumo
· A gripe e a Aids são causadas por vírus diferentes.

· Vírus são seres vivos muito pequenos, que não podem ser vistos em
microscópios comuns.

· A pandemia de gripe de 1917-1918 matou pelo menos 20 milhões de pessoas


em todo mundo.

· Uma virose pode causar febre alta e repentina.


A U L A · O vírus da Aids e o vírus da gripe são imunogênicos, isto é, induzem a
formação de anticorpos contra eles.

68 · Soropositivos para o vírus da Aids, o HIV, são pessoas que possuem


anticorpos anti-HIV.

· O vírus da gripe e o vírus da Aids se modificam constantemente, o que


dificulta a proteção do organismo.

· A via sexual, inclusive heterossexual (relação entre homem e mulher), e as


seringas contaminadas, utilizadas com drogas, são as principais formas de
transmissão da Aids hoje em dia.

Exercício 13
Pode-se dizer que a Aids é uma doença de homossexuais?
Exercícios
Exercício 14
O que o vírus da gripe e o vírus da Aids têm em comum?

Exercício 15
O que é um soropositivo para HIV?
AUU
A L AL A

69
69
Vendo o invisível

C
om a banca de jornais fechada, ninguém
esperava por notícias. Mas notícia ruim chega logo.
Atenção
Alberto foi avisado por uma vizinha de que Clóvis tinha sido hospitalizado
na noite anterior. O caso parecia grave.
Assim que Maria chegou, Alberto deixou a lanchonete aos cuidados dela e
tomou o ônibus até o Hospital Universitário.
Passaram-se mais de duas horas e nada de Alberto voltar. Maria já estava
aflita. Foi quando chegou Lineu.
- Hoje não tem jornal, Maria? E o Alberto, cadê? Não me diga que aquela
pescaria com o Clóvis finalmente saiu...
- Que nada, Lineu! O Alberto saiu daqui desesperado. O Clóvis está muito
doente, foi internado no hospital de noite... Assim, de repente!
Nesse momento, chegou Alberto. As notícias não eram nada boas:
- Eu falei com o médico. O Clóvis está com bactérias estranhas no pulmão
direito. Ele tomou antibióticos, mas não adiantou. Eles estão esperando pelo
resultado do antibiograma para saber qual será o tratamento.
- Não entendi nada! Repete devagar, Alberto!
- Eu também não entendi, Maria. Estou só repetindo o que me disseram.
- Lineu, o Clóvis vai sarar?

Após ler o texto acima, responda:

Exercício 1 Exercícios
Por que Lineu encontrou Maria sozinha na lanchonete?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 2
Por que o caso parecia grave?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Informação
A U L A Observe com atenção a descrição do experimento que Maria fez:
nova
69 · Derreti algumas folhas de gelatina em água quente.
· Juntei uma banana amassada, misturei bem e deixei esfriar.
· Juntei uma colher de ácido propiônico.
· Dividi o caldo em duas vasilhas.
· Numa delas (vasilha-teste), dissolvi o pó de um comprimido de
antibiótico e fiz um "x" no vidro; na outra, não acrescentei nada
(vasilha-padrão).
· Deixei a gelatina endurecer.
· Com um palito, raspei os meus dentes, antes de escová-los.
Repeti a operação com outro palito de dente.
· Com os palitos, sem furar a gelatina endurecida, desenhei a letra
“N” na superfície, sem deixar marcas.
· Observei e anotei os resultados durante oito dias.

Ao final dos oito dias, Maria escreveu o seguinte relatório:

Relatório das observações

Dia 1 - Não observo modificações.

Dia 1

Dia 2 - Nada muito notável. A superfície da vasilha-teste está um


pouco mais brilhante que a superfície da vasilha-padrão.
Dia 3 - A diferença de brilho está maior.
Dia 4 - Já é possível ver uma letra “N” na vasilha-padrão. A U L A

x
69

Dia 4

Dia 7 - O “N” está bem visível na vasilha-padrão, nada acon-


teceu na vasilha-teste.
Dia 8 - O “N” continua crescendo. Existem bolinhas em toda a
superfície da vasilha-padrão, embora em menor quantidade.
x

Dia 8

Leia com muita atenção o experimento e os resultados. Agora, responda:


Exercício 3 Exercícios
Qual a única diferença que existiu na preparação da vasilha-teste e da
vasilha-padrão?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 4
Qual a diferença nos resultados das duas vasilhas?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Ajude a Maria a escrever um relatório da experiência para o seu professor,


completando as frases que ela começou:
Exercício 5
Pude notar uma grande diferença entre as duas vasilhas. Uma ficou
como estava, mas na outra apareceu um monte de bolinhas, bolinhas que
cresciam. Isso prova que o antibiótico tem a capacidade de........................
Exercício 6
Essas bolinhas devem ser, na verdade, pequenos....................., pois têm
a capacidade de .................................
A UdoL A Se pudéssemos olhar ao microscópio as pequenas bolinhas que se formaram
A voz sobre a gelatina de Maria, veríamos uma série de criaturas minúsculas, como as

69
professor que representamos abaixo:

cocos bacilos

espirilos vibriões
Esses pequenos seres vivos são as bactérias
bactérias. São seres muito pequenos, que
medem apenas alguns milésimos de milímetro.
As bactérias não podem ser vistas sem o auxílio do microscópio, um
aparelho capaz de aumentar muitas vezes o tamanho das coisas.
Nos nossos dentes existem milhões de bactérias. Elas fermentam os açúca-
res, produzindo ácidos. O ácido reage com o sal de cálcio que forma o dente,
perfurando-o. Isso é a cárie
cárie.
O flúor colocado na água tratada deixa a superfície do dente mais resistente
aos ácidos.
Desde o século passado, muitas bactérias têm sido ligadas a doenças. Veja
alguns exemplos:
BACTÉRIA DOENÇA
Mycobacterium tuberculosis tuberculose
Salmonella typhi tifo
Treponema pallidum sífilis

Como você viu na aula passada, boa parte das mortes provocadas pela
pandemia de gripe de 1917-18 foi, na verdade, causada por doenças que se
instalavam devido à fraqueza que a gripe provocava na pessoa. Essas doenças,
principalmente a pneumonia, são provocadas por bactérias.
Naquela época não existiam remédios muito eficientes contra bactérias.
Mas, mais tarde, foram descobertos os antibióticos, substâncias capazes de
combater as bactérias e que podem ser muito úteis em casos graves de
doenças.
Na experiência que você acompanhou, foi possível verificar o efeito de um
antibiótico. As bolinhas que se formaram na vasilha-padrão são constituídas
de milhares de bactérias. Amontoadas, elas podem ser vistas a olho nu. São as
colônias de bactérias.
Qual a função do ácido propiônico? A U L A

O ácido propiônico foi acrescentado à experiência de Maria para evitar


que surgisse bolor nas vasilhas. 69
O bolor também é composto de seres microscópicos que crescem e se
multiplicam. O bolor atrapalharia nossa experiência, porque ele produz
antibióticos
antibióticos!
Como se deu essa descoberta?
Em 1929, um cientista inglês, Alexander Fleming, estava observando colô-
nias de bactérias em vasilhas parecidas com as da nossa experiência. Foi quando
percebeu que tinha surgido bolor em algumas delas.
Ao redor do bolor não havia bactérias. Isso o levou a pensar que o bolor
pudesse fabricar substâncias capazes de deter o crescimento das bactérias.
Fleming fez um caldo do bolor, chamado Penicillium
Penicillium, e o filtrou. Chamou
a substância filtrada de penicilina e testou-a em várias bactérias. Elas não
cresceram.
Assim foi descoberto o primeiro antibiótico.

Imagine que, na vasilha-teste da experiência de Maria, apareça uma colônia


de bactérias.
Exercícios
Exercício 7
O que isso significa? O antibiótico é eficaz contra aquela colônia?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Exercício 8
Como você faria para saber qual antibiótico é eficaz contra aquela colônia de
bactérias?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Hoje em dia, muitas bactérias já são resistentes a muitos antibióticos. Por


A voz do
exemplo: já não é possível combater o tifo e a tuberculose com penicilina, pois
as bactérias que causam aquelas doenças não são mais afetadas por aquele professor
antibiótico.
Essa situação, cada vez mais freqüente, está ocorrendo por causa do uso
indiscriminado dos antibióticos. Eles têm sido utilizados na ração animal, como
conservante de alimentos que ingerimos e também em automedicação, isto é, por
pessoas que tomam remédio sem orientação médica.
Isso vai matando as bactérias sensíveis ao antibiótico, de forma que sobram
apenas as resistentes. Quando elas começam a causar uma doença, o antibiótico
nada faz contra elas.
A saída é testar novos antibióticos. É preciso isolar a bactéria que está
causando a doença e ver que antibiótico é eficaz contra ela.
Esse teste se chama antibiograma
antibiograma.
A U L A Células por toda parte

69 Ao longo de todo o curso de ciências evitamos pronunciar uma determinada


palavra. Mas, agora, já é hora de você conhecê-la.
Você se lembra dos glóbulos vermelhos do sangue? Dos glóbulos brancos?
Dos microrganismos que deterioram os alimentos? Daqueles que vivem no solo?
Das bactérias? Dos espermatozóides e do óvulo? Do microrganismo que causa
a malária e daquele que causa o mal de Chagas? Do fermento de padaria?

Saccharomyces Penicillium

Euglena Paramécio
Todos as ilustrações acima mostram pequenos organismos vistos ao micros-
cópio. Eles são constituídos por uma célula
célula, uma estrutura microscópica muito
importante para os seres vivos.
No início do século passado, dois cientistas alemães chegaram à conclusão
de que não são apenas os microrganismos que possuem células: todos os seres
vivos as possuem, sejam plantas ou animais.
Os seres vivos macroscópicos, ou seja, aqueles que podemos ver sem a ajuda
de um microscópio - uma formiga ou uma baleia, um pequeno musgo ou uma
palmeira imperial, por exemplo -, também são formados por células.

células vegetais célula da superfície


adultas da língua
· As bactérias são seres vivos microscópicos. Resumo
A U L A

· Os antibióticos são substâncias que combatem as bactérias.


69
· As bactérias podem causar doenças.

· Os antibióticos foram inicialmente produzidos a partir de um bolor chama-


do Penicillium
Penicillium.

· O uso indiscriminado de antibióticos está eliminando as bactérias que


podem ser combatidas por eles nos casos realmente necessários.

· As bactérias, assim como todos os seres vivos, plantas ou animais, são


compostas de células.

Exercício 9
A tuberculose está voltando a ser um grave problema de saúde pública.
Indique algumas razões para explicar esse fato. Exercícios

Exercício 10
Que medidas poderiam ser tomadas para evitar o desenvolvimento de
resitência das bactérias aos antibióticos?

Exercício 11
O que são células?
A UA UL L AA

70
70
Ciência:
produto ou método?

Atenção - Mas, e o Lineu, Alberto?


- Paciência, ué... Fazer o quê?
- A vida sem ele não vai ser mais a mesma...
- Maria, você quer parar com isso? Já chega o auê que você me aprontou
quando morreu o Senna! Parecia que era seu marido!
Clóvis entrou na lanchonete para tomar o seu remédio. Todos estavam
felizes com a sua recuperação, mas Lineu não saía de suas cabeças.
- E agora, hein, Clóvis? Como vamos fazer sem o Lineu?
- Por que você não pergunta para ele? Olha ele aí!
Lineu estava radiante junto a Myriam, grávida de quatro meses, sorriso de
orelha a orelha. Quando viu os três daquele jeito, tristonhos, tratou logo de
esconder a alegria.
- Ô pessoal, o que foi dessa vez? Tem mais alguém doente?
Ninguém respondeu. Maria olhava para o chão. Alberto enxugava um prato
que já estava seco fazia tempo. Clóvis olhava para o copo vazio que tinha usado
para tomar seu remédio, como se ainda houvesse algo dentro dele. Maria não se
conteve:
- Nós já sabemos, Lineu. Os meninos já contaram. Você vai mudar de
escola.
- E daí, Maria?
- É claro que você não vai ter tempo de vir aqui.
- Maria, eu também vou ficar com saudades. Mas nós vamos continuar a
nos ver. Só que não vai ser todo dia.
- E para quem que a gente vai perguntar as coisas?
- Ora, Maria, para vocês mesmos! A ciência não é um peixe, é uma vara de
pescar. Chegou a sua vez de usá-la!
Você se lembra da aula anterior, quando estudávamos a resistência das Mãos
A U L àAobra
bactérias aos antibióticos? Você se lembra da questão abaixo?

Imagine que, na vasilha-teste da experiência de Maria, apareça uma 70


colônia de bactérias.

O que isso significa? O antibiótico é eficaz contra aquela colônia?


Resposta - Significa que alguma bactéria é resistente ao antibiótico, ou
seja, ele não tem efeito contra ela. A bactéria cresceu e se multiplicou,
formando uma colônia de bactérias resistentes.
O que você faria para saber qual o antibiótico é eficaz contra aquela
colônia de bactérias?
Resposta - Eu prepararia várias vasilhas, cada uma com um tipo de
antibiótico. Com um palito, pegaria amostras da bactéria resistente, que
seriam espalhadas nas várias vasilhas. Na vasilha na qual a bactéria não
se desenvolvesse estaria o antibiótico eficaz contra ela.

Você fez um experimento que é realizado rotineiramente em laboratórios de


análises clínicas. Ele se chama antibiograma
antibiograma.
Pense e responda: Exercícios

Exercício 1
O que é mais importante para um estudante: saber o resultado de um
experimento, como o antibiograma, ou saber montar um antibiograma?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 2
O que você estava testando nesse experimento? O que havia de diferente em
cada uma das vasilhas?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A ciência produz conhecimentos que são muito úteis. No entanto, aprender a


A voz do
montar experimentos é tão ou mais importante do que conhecer seus resultados.
O resultado de um antibiograma não é válido para sempre. Com o tempo, professor
novos exames são necessários para verificar se o resultado ainda é o mesmo.
De forma parecida, os conhecimentos científicos não são eternos. Eles
precisam ser testados com freqüência, e muitas vezes devem ser reformulados.
Ao planejar um experimento, devemos ter sempre um controle
controle, ou seja, uma
testemunha do que deve acontecer se nada for feito. O teste deve isolar uma
variável
variável, ou seja, algo que só naquele teste é diferente do controle.
A U L A Procure outros experimentos que você realizou durante o curso de ciênci-
as. Por exemplo, o experimento da Aula 44, quando estudávamos a conserva-

70
Exercícios ção dos alimentos:

a) Pegue um abacate bem maduro e amasse-o bem.


b) Divida a mistura em três vasilhas.
c) Na primeira, você não vai acrescentar nada.
d) Na segunda, você vai acrescentar meio copo de água oxigenada e
misturar bem.
e) Na terceira você vai acrescentar meio copo de vitamina C, dessas
efervescentes que se compram na farmácia.
f) Deixe as três vasilhas seis horas fora da geladeira.
g) Observe o aspecto do abacate.

vasilha 1 vasilha 2 vasilha 3

Exercício 3
Qual é a vasilha-controle? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
Exercício 4
Qual é a variável que está sendo testada na segunda vasilha?
..................................................................................................................................
Exercício 5
Qual é a variável que está sendo testada na terceira vasilha?
..................................................................................................................................
Exercício 6
Suponha que você não prepare a primeira vasilha. Isso pode atrapalhar a sua
compreensão dos resultados da experiência? Por quê?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

A falta de controle é um problema freqüente em experimentos. Muitas vezes


A voz do percebemos que o resultado que colhemos pode não depender inteiramente da
professor variável testada. Ela pode não estar devidamente isolada, isto é, sendo a única
coisa a variar no teste. No exemplo acima vimos que a vasilha 1 ficou marrom na
superfície. Isso ocorreria nas outras duas. No entanto, as duas variáveis testadas,
água oxigenada e vitamina C, modificariam esse resultado, cada uma de um jeito.
Os cientistas também percebem com muita freqüência que novos experi-
mentos podem ser montados, com teste de novas variáveis ou introdução de
novos controles. Com isso, o resultado que os cientistas obtêm pode modificar
substancialmente o que se sabe a respeito daquele assunto.
Em 1891, um cientista alemão chamado Richard Pfeiffer pesquisou as Informação
A U L A
bactérias que estavam presentes na garganta de pessoas com gripe. Pesquisou nova
também as bactérias de pessoas que não tinham gripe e chegou ao seguinte
resultado: 70
PACIENTES BACTÉRIA A
com gripe presente
sem gripe ausente

Essa bactéria passou a ser conhecida como bacilo de Pfeiffer, em sua


homenagem. Mais tarde, o bacilo foi chamado de Hæmophilus influenzæ
influenzæ.

Exercício 7
O que você acha que o dr. Pfeiffer concluiu com o seu experimento?
.................................................................................................................................. Exercícios
..................................................................................................................................

Exercício 8
Poderia haver outra explicação para os resultados, além de crer que esse
bacilo causasse a gripe?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

Anos mais tarde, verificou-se que diversas pessoas que tinham gripe não
possuíam o bacilo de Pfeiffer. Verificou-se também que muitas pessoas sadias,
ou com outras doenças (como infecção na garganta), tinham o bacilo de Pfeiffer.

Exercício 9
O que esses resultados significaram para as conclusões do dr. Pfeiffer?
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................
..................................................................................................................................

É assim que a ciência caminha. Muitas vezes, o avanço do conhecimento


científico significa questionar, duvidar do que já está estabelecido.
A voz do
Só quarenta anos depois do experimento de Pfeiffer é que se descobriu professor
finalmente o que causava a gripe. Era um microrganismo tão pequeno que não
podia ser visto ao microscópio. Era muito menor do que uma bactéria. Você se
lembra da Aula 68?
Este curso de ciências procurou mostrar alguns resultados importantes que
os cientistas obtiveram ao longo dos anos. Mas, para você, o mais importante é
perceber o método que eles utilizaram e que você pode também utilizar em sua
vida cotidiana: o método científico.
Duvide, coloque à prova, isole variáveis, mantenha controles, duvide,
repita: descubra!
Resumo
A U L A · A ciência depende fortemente da realização de experimentos.

70 · Os experimentos procuram isolar variáveis e estudar seu comportamento


independente.

· Os resultados dos testes devem ser comparados a um controle.

· A ciência produz conhecimentos que se modificam.

· Novos experimentos podem confirmar ou refutar os conhecimentos aceitos


até aquele momento.

· Embora os conhecimentos científicos sejam importantes, o estudante tam-


bém deve se familiarizar com o método científico que o produziu.

Exercício 10
“A ciência produz sempre conhecimentos que jamais poderão ser modifica-
Exercícios dos.” Você concorda com essa afirmação? Por quê?

Exercício 11
Pode ser científico um conhecimento que não pode ser testado?
Gabaritos das aulas
2 a 30

Aula 2 - O Céu

1. Sol, Lua, cometas, meteoros, estrelas, planetas, estrelas cadentes etc.

2. Não podemos ver as estrelas durante o dia porque a luz do Sol é tão
intensa que ofusca nossa visão. Isso impede que elas sejam vistas.

3. Os antigos explicavam a repetição dos dias e das noites dizendo que


a Terra estava parada e que o Sol girava em torno dela. Segundo
essa explicação, à medida que o Sol girasse em torno da Terra,
iluminando uma região de cada vez, os dias e noites iriam se
repetindo.

Atualmente sabemos que a Terra não está parada: ela realiza


um movimento de rotação em torno de si mesma e leva um dia,
ou 24 horas, para completar uma volta. Desse modo, à medida
que a Terra gira em torno de si mesma, uma de suas faces fica
iluminada e a outra, não. Assim é que os dias e noites vão se
repetindo.

4. A idéia de que a Terra fica parada e que o Sol gira à sua volta foi
abandonada já há muito tempo. Atualmente, a repetição dos dias e das
noites é explicada pelo movimento de rotação da Terra em torno de si
mesma.

5. Como a Terra tem um movimento de rotação em torno de si mesma, de


oeste para leste, observamos os astros girando em sentido contrário,
isto é, de leste para oeste.
Aula 3 - A Terra inquieta

1. a) e b)

c) Do interior da Terra.
d) O movimento provocado pelo material quente que existe no interior
da Terra.

2. Não. O texto afirma que as lavas têm temperatura aproximada de


1.100ºC. Portanto, o termômetro que mede a temperatura do nosso
corpo não é capaz de medir a temperatura da lava.

3. Sim, pois o magma é composto de rochas líquidas que se tornam


sólidas quando esfriam, transformando-se em pedras.

4. Para isso é necessário examinar as rochas da região e verificar que elas


se formaram a partir de magma.

Aula 4 - Continentes em movimento

1. Aqui o aluno deve indicar que o magma do manto terrestre apresenta


movimento. Esse movimento (conhecido como movimento de
convecção) é semelhante ao movimento das bolhas na água fervente.
Como os continentes estão flutuando sobre o magma, acabam sendo
levados por suas correntezas e se deslocam.

2. Como o Brasil está longe de áreas onde ocorre o “atrito” de pedaços da


crosta terrestre (caso do Japão e da costa oeste dos EUA), aqui não
ocorrem grandes terremotos.

3. No passado, a crosta terrestre se rompeu na área entre as atuais


América do Sul e a África. Devido ao movimento de convecção do
magma, esses pedaços da crosta terrestre começaram a se afastar e
continuam a fazê-lo. No espaço entre esses continentes, invadido pelas
águas, formou-se o Oceano Atlântico, que continua a se ampliar.
Aula 5 - A diversidade da vida na Terra

1. FLORESTA TROPICAL DESERTO


Macaco, perereca, orquídea, Cacto, camelo, corvo, formiga.
formiga, leopardo, esquilo,
tucano, arara.

2. Por dois motivos básicos: a quantidade é muito grande, cerca de


1 milhão e 400 mil. E esses seres vivos estão dispersos pelos
diferentes ambientes existentes no mundo.

Aula 6 - Os solos

1. Os solos podem ter sido originados a partir de diferentes tipos de


rocha. Sob a ação do sol, da chuva, do vento etc., as rochas se desgas-
taram e deram origem a diferentes tipos de solo.

2. JABUTI CUMBUCO

Formado de terra roxa (solo argiloso). Formado de areia (solo arenoso).


Os grãos de terra são pequenos. Grãos são grandes.
Vários tipos de vegetais. A água penetra e evapora com facilidade
(o solo fica seco).
Poucos tipos de vegetais.

3. O solo deve ser rico em sais minerais, mas não em excesso. Deve ser
úmido (mas não encharcado), e não seco.

4. a) As pessoas disseram ao embaixador que, no deserto, as plantas


demorariam pelo menos trinta anos para dar sombra.
b) Ótimo. Podemos começar a plantar agora.

Aula 7 - Atmosfera e gravidade

1. Sim

2. Em La Paz, que se localiza a quase 4.000 metros de altitude, a concen-


tração do ar é bem menor do que no Rio de Janeiro, cidade que está
praticamente no mesmo nível do mar.

3. O ar fica “preso” à Terra porque é atraído por ela. Essa atração que a
Terra exerce não só sobre o ar, mas sobre tudo o que está sobre a sua
superfície, é chamada de gravidade.
Aula 8 - Origem da vida

1. São seres vivos, microscópicos, que estão envolvidos no processo de


apodrecimento dos alimentos. Ainda na resposta, o aluno deve
diferenciá-los no aspecto visual: os fungos apresentam-se como “fios”;
e as bactérias são visíveis a olho nu, quando formam colônias.

2. O correto é discordar da frase. Bactérias e outros microorganismos


existem por toda parte. Mas, nos alimentos próprios para o consumo,
esses microorganismos não existem em grande quantidade; por isso
não podemos vê-los sem o auxílio de instrumentos especiais. Nos
alimentos estragados, existem grandes populações de micro-
organismos. As bactérias podem ser vistas macroscopicamente,
fomando colônias.

3. A existência de muitos microorganismos em atividade caracteriza um


alimento em processo de apodrecimento. Normalmente, sempre exis-
tem microorganismos nos alimentos. Eles estão se alimentando e se
reproduzindo. Com o passar do tempo (e com vencimento do prazo de
validade), os microorganismos acabam tendo muitos “filhos” que
também vão viver e se reproduzir no alimento. Assim, a população de
microorganismos aumenta cada vez mais, o que caracteriza um ali-
mento estragado.

Aula 9 - As substâncias que formam o nosso planeta

1. vidro: transparente, quebra com facilidade; só derrete em tempe-


raturas muito alta;, não pega fogo etc.

alumínio: só derrete em temperaturas muito altas; não pega fogo; é


resistente; não é transparente; tem brilho etc.

madeira: pega fogo; não é transparente; não tem brilho etc.

2.
PROPRIEDADES UTILIZAÇÃO
AREIA Em temperatura normal, Na elaboração da argamassa e do concreto.
tem forma de grãos.
CIMENTO Em temperatura normal, Na elaboração da argamassa e do concreto.
é um pó muito fino.
ÁGUA Em temperatura normal, Apagar o fogo; cozinhar alimentos;
é líquida; não pega fogo lavar materiais.
e esquenta com facilidade.
ARGAMASSA Material pastoso. Unir tijolos ou blocos.
Aula 10 - A água e suas transformações

1. São grandes blocos de gelo que flutuam nos mares, em regiões próxi-
mas aos pólos.

2. Porque a densidade do gelo é menor do que a densidade da água


líquida.

3. Elas podem ser esquematizadas da seguinte maneira:

SÓLIDO ¾ fusão ® LÍQUIDO ¾ evaporação ® VAPOR

SÓLIDO ¬ solidificação ¾ LÍQUIDO ¬ liquefação ¾ VAPOR

4. Não. Elas ocorrem com todas as substâncias, mas dependem das


condições de temperatura e pressão das substâncias.

5. O álcool, misturado na garapa, está no estado líquido. Depois de


aquecido, ele passa para o estado gasoso. Resfriado, ele volta ao estado
líquido.

Aula 11 - Pressão atmosférica

1. Verdadeira. Retirado o ar, a pressão atmosférica que age de fora para


dentro da lata é maior que a pressão de dentro para fora, o que provoca
o amassamento.

2. Em Belo Horizonte a pressão atmosférica é menor, pois sua altitude é


maior que a da cidade de Belém, que fica ao lado da praia.

Aula 12 - A Lua

1. Procure fazer este exercício mesmo que você perca um ou outro dia.
Será interessante observar as mudanças na aparência da Lua com o
passar das noites. Depois, você pode comparar suas anotações com um
calendário que informe as fases da Lua no mesmo período em que suas
observações foram feitas.

2. A Lua pode ser vista brilhante, aqui da Terra, porque reflete a luz do
Sol. Contudo, ela nem sempre pode ser vista inteira. Isso porque, à
medida que ela gira em torno da Terra, sua posição no céu vai
mudando. Desse modo, com o passar das noites vemos diferentes
porções de sua superfície iluminadas pela luz do Sol.
3. Para passar de uma fase a outra a Lua leva cerca de sete a oito dias.

4. Para que se complete um ciclo de fases da Lua são necessários cerca de


29 dias, ou seja, aproximadamente um mês.

5. A Lua demora cerca de 29 dias, quase um mês, para completar uma


volta ao redor da Terra

6. A Lua não apresenta condições para a vida que temos na Terra. Ela não
tem o oxigênio necessário para nossa respiração (não possui nenhum
tipo de atmosfera). Além disso, na Lua também não existe água. A
temperatura em sua superfície varia de 120 graus Celsius, durante o
dia, até 150 graus Celsius negativos, durante a noite.

Aula 13 - Eclipse

1. Não. O Sol apenas está encoberto totalmente pela Lua naquela região.

2. No eclipse solar ,a Lua fica entre o Sol e a Terra. No eclipse lunar, é a


Terra que está entre a Lua e o Sol.

3. Quando a Lua cobre apenas parte do Sol. Numa outra região da Terra.

Aula 14 - Estações do Ano

1. Não. As aves migram procurando regiões quentes para fugir do


inverno.

2. No verão, os dias são mais longos e as noites são mais curtas. No


inverno, os dias são mais curtos e as noites, mais longas.

3. Inverno. Hemisfério norte.

Aula 15 - Os planetas do sistema solar

1. L V E N U S A S M
U M A R T E B A E
A C U R A N O T R
T E R R A E D U C
I J U P I T E R U
M O P S U U S N R
N Z F O L N N O I
P G T L H O A X O
2.

1. Mercúrio 2. Vênus 3. Terra 4. Marte

5. Júpiter 6. Saturno 7. Urano 8. Netuno 9. Plutão

3. Dentre as diferenças podemos citar o tamanho, o tempo que eles levam


para completar uma volta em torno do Sol, a massa, a atmosfera e a
temperatura (embora alguns tenham temperaturas bastante seme-
lhantes). A principal semelhança é que todos eles são formados dos
mesmos materiais ou substâncias.

4. O Sol ilumina todos os astros do sistema solar, inclusive os planetas. Os


planetas, por sua vez, refletem a luz solar em todas as direções, de
modo que boa parte dessa luz refletida chega até nós. Assim, podemos
vê-los brilhantes daqui da Terra.

Aula 16 - Rios e lagos

1. As larvas dos borrachudos têm vida aquática, enquanto os borrachudos


adultos vivem fora da água.

2. Porque esses rios são formados pela junção de vários córregos e


riozinhos que desceram de montanhas e regiões mais altas. Nesse
caminho, as águas desgastaram as margens, retirando partículas de
terra e pedrinhas que ficam misturadas ao rio e lhe dão a cor barrenta.

Aula 17 - Viagem ao litoral

1.
a) mangue b ) rochas escuras
(b
b) costão (a
a ) cheiro ruim
a ) solo alagadiço
(a
b ) mexilhões, cracas e algas
(b
a ) caranguejos
(a
a ) árvores com grandes raízes
(a
2. Porque a água salgada do mar faz com que as partículas trazidas pelo
rio se depositem nessa região.

3. Porque elas necessitam de maior quantidade de água do mar para


sobreviver.

Aula 18 - O mar

1. Podemos citar alta luminosidade, calor e bastante alimento (plâncton).


Podemos encontrar corais, plâncton e garoupa, por exemplo.

2. Podemos citar as pressões elevadas, frio, escuridão e escassez de


alimento.

3. Alguns peixes se alimentam de plâncton, por exemplo a sardinha.


Outros peixes se alimentam de outros animais, peixes inclusive. É o
caso da garoupa.

Aula 19 - A vida nos ambientes terrestres

1. Floresta tropical: Temperatura alta, muito úmida, estações do


ano quase não são percebidas.
Floresta temperada: Temperatura moderada, úmida, estações do
ano são bem marcadas.
Floresta de coníferas: Temperatura baixa, úmida, estações do ano
são bem marcadas.

2. Você deve concordar, pois nas florestas tropicais, a variedade é maior


que nas florestas temperadas, e estas têm mais variedade do que as
florestas de coníferas. Pela resposta do Exercício 1, pode-se observar
também que a temperatura é mais alta nas florestas tropicais, menor
nas florestas temperadas e menor ainda nas florestas de coníferas. Em
relação à umidade, as florestas tropicais também são as mais úmidas.
A afirmação, portanto, é verdadeira.

3. Resposta pessoal.

4. Poucas árvores baixas, solo rico em minerais, profundo e com água.

Aula 20 - A vida vencendo desafios

1. Os musgos são plantas que vivem exclusivamente em lugares úmidos,


e os desertos têm pouca umidade.
2. Elas suportam grandes variações climáticas, como os dias quentes nos
desertos e o frio intenso das noites nos pólos, podendo germinar em
ocasiões mais favoráveis.

3. Ele consegue reter melhor o calor produzido por seu corpo.

4. Alguns insetos só aparecem nos desertos depois de um breve período de


chuvas, quando algumas plantas renascem e lhes servem de alimento.

Aula 21 - A vida nas cidades

1. Solos sem cobertura artificial e com plantas permitem que a água


penetre neles e não se acumule. Isso, conseqüentemente, ajuda a
evitar enchentes.

2. Resposta pessoal (exemplo: flor ® borboleta ® pássaro).

3. Em a ) aumentaria o número de moscas-de-fruta, que infestariam


muito mais a goiabeira. Em b
b) aumentaria o número de pombas e,
conseqüentemente, o de gatos também.

4. O QUE COMEM? ONDE VIVEM?

BARATAS Sobras de comida, Esgotos, lixos, casas.


papéis, tecidos.

LAGARTIXAS Insetos. Casas ou outros locais com luz.


Sobras de comida, Porões, tocas subterrâneas.
RATOS
pequenos animais.

ARANHAS Insetos. Paredes, debaixo de móveis, em teias.

Aula 22 - Parcerias animais: parasitismo e cooperação

1. Ingerindo alimentos contaminados com ovos ou larvas desse verme.

2. Ingerindo alimentos não-contaminados. Para isso é preciso tomar


precauções, como lavar os alimentos com água fervida ou clorada, ou
fervê-los.

3. É uma relação entre seres vivos na qual um vive às custas do outro,


sem oferecer nenhum benefício em troca.

4. É uma relação em que os seres vivos se beneficiam mutuamente. Na


aula, estudamos o exemplo de relação entre o ermitão e a anêmona.
Aula 23 - Animais caçadores e herbívoros

1. Porque muitos insetos e passarinhos são herbívoros, alimentando-se


dos frutos, sementes, folhas e flores das árvores.

2. São onças, lobos, raposas, cobras, gaviões, no mato. Na cidade, gatos


e alguns gaviões.

3. Em geral, o homem é onívoro, porque come plantas e carne de outros


animais. Algumas pessoas, porém, são vegetarianas.

Aula 24 - Vivendo em grupo

1. Galinhas
Liderança; agressividade.

Leões
Alto grau de parentesco; cooperação.

Formigas
Todas são irmãs; divisão rígida de tarefas.

2. Porque existe uma divisão rígida de tarefas entre eles. Cada tipo de
formiga só consegue executar um tipo de tarefa durante toda a sua
vida.

Aula 25 - Comportamento sexual

1. Dar origem a filhos ou descendentes.

2. Resposta pessoal. Porém, segundo o texto, podemos argumentar que


na natureza existem diferentes comportamentos sexuais, às vezes
aparentemente antagonistas (como o das jaçanãs e dos albatrozes),
mas que cumprem a esse mesmo objetivo.

3. A diferença está no número de parceiros sexuais de um determinado


ser vivo. Monogâmico é o ser vivo que tem somente um parceiro
sexual. Na poligamia, um ser vivo tem vários parceiros sexuais. No
texto, exemplos de monogamia são os albatrozes; exemplos de poliga-
mia são as jaçanãs e os leões-marinhos.
Aula 26 - Reprodução dos seres vivos

1. Porque ele germina, dando origem a uma nova planta.

2. O que é estranho é o desenvolvimento do fruto, que ocorre debaixo da


terra.

3. A semente e o ovo são parecidos porque ambos dão origem a novos


seres. Os vegetais se originam de sementes; os animais, de ovos.

Aula 27 - Evolução seres vivos

1. Resposta pessoal. Deve estar baseada na ilustração presente na aula,


que apresenta diminuição das áreas ocupadas pelas florestas, conse-
qüente expansão das áreas áridas e semi-áridas, além de elementos
faunísticos novos, como os animais citados no texto.

2. Na realidade, eles acreditam que esse animal exista até hoje. Os índios
do passado devem tê-lo visto de fato, há mais de seis mil anos, e
transmitiram essa informação aos descendentes. Assim, o mito se
mantém até os dias atuais.

3. É um processo de favorecimento de certas caraterísticas, ou conjuntos


de características, de acordo com as condições do ambiente.

Aula 28 - As plantas

1. Ela faz parte do grupo das plantas com flores e frutos, cujas folhas têm
nervuras parecidas com as folhas do abacateiro, da roseira etc.

2. Porque o tomate não é uma planta: é uma parte da planta tomateiro, o


seu fruto. O correto seria dizer: O tomate é um fruto muito apreciado.

Aula 29 - Os animais

1. Avestruz (ave).
Macaco com filhote (mamífero).
Tubarão (peixe).

2. Eles certamente amamentam seus filhotes.


3. São características essenciais das aves as penas e o bico. Além disso, as
aves põem ovos que precisam ser chocados, e têm sangue quente. Tudo
isso acontece com o pingüim.

Aula 30 - Vida microscópica

1. Usando leite fervido e misturado a um pouco de iogurte comprado


pronto.

2. Porque na geladeira a temperatura é baixa, o que retarda o ritmo de de


vida dos microorganismos.

3. Para matar outros microrganismos que poderiam estar presentes no


leite.
Gabarito das aulas
31 a 50

Aula 31 - Sol, fonte de energia

1. O boi come capim ou ração que provém de plantas que armazenam a energia
do Sol. Portanto, a energia do bife provém do Sol.

2. A própria extinção de predadores como os dinossauros carnívoros já deve ter


sido um desses fatores. Outro pode ter sido o fato de os mamíferos terem
sangue quente, o que lhes teria permitido sobreviver ao frio.

3. Resposta pessoal do aluno, sintetizando alguns dos pontos explorados pela


aula. A resposta deve contemplar o estoque de energia contido no petróleo,
que poderá ser utilizado até que as reservas desse combustível se esgotem.

Aula 32 - Fotossíntese

1. a) Caça outros animais.


b) Produz seu próprio alimento por meio da fotossíntese.
c) Produz seu próprio alimento por meio da fotossíntese.
d) Alimenta-se de vegetais.
e) Produz seu próprio alimento por meio da fotossíntese.

2. A luz fornece energia luminosa para que as plantas transformem a água e gás
carbônico em açúcar.

3. As plantas liberam oxigênio no ar. Esse gás é importante para a respiração dos
seres vivos, plantas ou animais.

4. Resposta pessoal do aluno.

Aula 33 - A importância da fotossíntese

1. As plantas não conseguiriam captar a energia do Sol para transformar água


e gás carbônico em açúcar, o que ocasionaria sua morte. Se as plantas
morressem, todos os outros seres vivos morreriam também, pois dependem
das plantas para alimentação e renovação do oxigênio atmosférico.
2. Resposta pessoal do aluno.

3. A lã normalmente é retirada de carneiros. Os carneiros se alimentam de


plantas, e as plantas dependem diretamente da fotossíntese.

4. As cidades surgiram depois que os homens começaram a plantar e a criar


animais, pois foi quando eles fixaram seu lugar de moradia.

5. Principalmente devido à má distribuição dos alimentos (conseqüência da má


distribuição da renda), da baixa qualidade dos alimentos, das perdas
provocadas por mau planejamento de cultivo e de estocagem e também
porque, muitas vezes, a matéria-prima é utilizada para obtenção de outros
produtos ou para exportação.

Aula 34 - Cadeias alimentares


gaivotas
®
1. a) algas verdes ® animais microscópicos ® sardinhas ® peixes grandes

b) Porque não terão alimento das sardinhas, que morrerão.

c) gaivotas
sardinhas
animais microscópicos
algas

2. a) Provavelmente porque joaninhas se alimentam de pulgões.

b) couve-flor ®
couve ® pulgões ® joaninhas ® aranhas
brócolis ®

c) As aranhas.

d) Couve, brócolis e couve-flor.

3. Porque vegetais e algas são os produtores do ambiente.

4. Herbívoros: bois, preás, caramujos e pulgões.


Carnívoros: os demais.

5. Com bactérias e fungos decompositores.

6. Decompor substâncias que podem novamente ser aproveitadas pelos


produtores.

7. herbívoros consumidor primário


carnívoros consumidor secundário, terciário ou superior
decompositores
Aula 35 - Respiração

1. Porque a fotossíntese utiliza energia do Sol para produzir alimento e a


respiração libera energia contida no alimento.

2. É necessário levar em conta seus ambientes, seus tamanhos, a alimentação de


cada um, suas atividades e a temperatura dos seus corpos.

3. Animais: locomoção (para a maioria), alimentação, circulação, reprodução,


desenvolvimento de filhotes, crescimento, pensamento, raciocínio e fala
(no caso do homem).
Plantas: crescimento, produção de brotos, de folhas e de flores, circulação
da água.

4. A fotossíntese utiliza gás carbônico da atmosfera e a enriquece com o oxigênio


que produz, enquanto a respiração utiliza oxigênio e elimina gás carbônico
para a atmosfera.

Aula 36 - Cerrado e caatinga

1. a) cerrado
b) cerrado
c) caatinga
d) cerrado
e) caatinga

2. Os microrganismos, ao utilizar os restos de seres vivos para sobreviver,


devolvem ao solo nutrientes que podem ser utilizados novamente por outros
seres vivos.

3. b

4. Resposta pessoal do aluno.

Aula 37 - As matas brasileiras

1. As chuvas carregam o solo para os rios, que podem ser bloqueados pela lama.
A fina camada de materiais é lavada, impossibilitando o plantio.
A luz do Sol é refletida pelo solo nu. Desaparecem os animais, as plantas ao
redor podem não mais dar frutos e sementes. O calor aumenta.

2. Sim. Com reservas extrativistas, normas para a extração de madeiras e


minerais, preservação de grandes áreas ou restrição do pasto à várzea.

3. Grandes quantidades de chuvas, grandes árvores, muitos tipos de animais e


de plantas são características comuns às duas florestas. Na Mata Atlântica,
porém, o terreno é montanhoso, o inverno é mais frio, a primavera e o verão
são floridos e alguns seres vivos só são encontrados nessa floresta.

4. Sim, pois os rios que alimentam os manguezais nascem na serra protegida


pela mata. Sem a vegetação, os rios carregam solo, aterrando os manguezais.
Aula 38 - Que ambiente é esse?

1. Os rios das redondezas correm todos para o Pantanal e, com isso, trazem
nutrientes. Com o transbordar dos rios, os nutrientes se espalham, benefici-
ando o solo.

2. É o ciclo das águas, com cheias e vazantes anuais.

3. Está aumentando o número de animais que se tornariam presas deles, o que


desequilibra o ambiente.

4. Resposta pessoal do aluno.

Aula 39 - A energia e o homem

1. “transformando”

2. cavalo ® alimento
lampião ® querosene
forno de padaria ® lenha, eletricidade
trem ® lenha, diesel, eletricidade
barco ® diesel

Aula 40 - Produção de energia elétrica

1. Compare seu desenho com a figura da aula na qual está representado o


esquema de uma usina hidrelétrica.

2. As usinas hidrelétricas precisam ficar em lugares altos de modo que permitam


um grande desnível para a queda da água. Esta deve cair com força suficiente
para girar as turbinas das usinas.

3. Nas usinas hidrelétricas, a energia potencial da água represada se transforma


em energia de movimento durante a queda da água. Essa energia, por sua vez,
será transformada em energia elétrica nos geradores. Nas usinas termelétricas
e nucleares, o calor produzido pela queima de um combustível e das reações
nucleares, respectivamente, transforma-se em energia de movimento do
vapor d’água. Tal energia, por sua vez, será transformada em energia elétrica
nos geradores.

4. Destruição de florestas por alagamento; destruição de madeiras nobres e de


riquezas naturais; poluição de um lago e um rio devido ao apodrecimento da
floresta submersa.

Aula 41 - Fontes alternativas de energia

1. Para formar o petróleo, a natureza levou cerca de 600 milhões de anos. Esse
processo teve início com o soterramento de florestas e lagos, bem como de
todos os seus animais e plantas. Como as condições que permitiram a
formação desse combustível dificilmente voltarão a se repetir, dizemos que as
reservas de petróleo um dia poderão se acabar.
2. Fontes de energia não-renováveis são aquelas que podem se esgotar, como o
petróleo e o gás natural. Ao contrário destas, as fontes renováveis de energia
não se esgotam. São exemplos o álcool obtido a partir da cana, o vento e a água.

3. A produção do álcool a partir da cana-de-açúcar requer a plantação de grande


quantidade de cana, o que cria monoculturas. As monoculturas em geral
tornam as terras improdutivas após algum tempo.

Aula 42 - Domesticação de plantas e animais: o segredo do homem

1. O homem teve de descobrir que são as sementes que originam plantas novas.

2. São várias etapas: primeiro, deixar que se reproduzam essas duas variedades
de milho. Depois, escolher entre os descendentes aqueles que tenham as
espigas grandes e os grãos macios. A seguir, fazer com que só esse tipo se
reproduza.

3. Opinião pessoal do aluno.

Aula 43 - Pequenas criaturas invadem a indústria

1. O processo de fermentação é indispensável à fabricação de certos alimentos,


como o pão e a cerveja. No caso das bebidas alcoólicas, mais especificamente
da cerveja, é pela fermentação que se produzem o álcool e o suco de cevada
que são “transformados” em cerveja.

2. O álcool é produto do processo de fermentação. Esse processo é realizado


pelos seres vivos utilizados na fabricação do vinho, as leveduras. Resumida-
mente, podemos dizer que as leveduras transformam o alimento (no caso, o
suco de uva) em álcool e que, nesse processo, acabam obtendo energia para
sobreviver.

3. Os seres vivos que não precisam de oxigênio para viver obtêm energia por
meio do processo de fermentação. Um exemplo estudado na aula são as
leveduras.

Aula 44 - Conservando alimentos

1. Eles levavam biscoitos, doces, carne seca e peixe salgado, além de frutas.

2. Porque os alimentos que levavam não se deterioravam facilmente e podiam


ser mantidos por um bom tempo sem refrigeração.

3. Alberto enfrentava o problema de conservar alimentos sem refrigeração, uma


vez que sua lanchonete estava sem energia elétrica.

4. A produção de gás foi maior no frasco C.


5. O frasco E. Lá praticamente não houve nenhuma ação dos microrganismos.

6. Latas estufadas indicam a existência de microrganismos em ação. Em outras


palavras, o alimento está deteriorado.

7. Devem ser as amostras 3, 5 e 9, pois a produção de gás nelas foi maior do que
nas outras.

8. A manteiga fica rançosa por causa do contato com o oxigênio. O abacate fica
marrom pelo mesmo motivo. A água deve evitar o contato do oxigênio,
preservando a manteiga.

Aula 45 - A cozinha

1. As toalhinhas de plástico não devem ser utilizadas sobre as prateleiras da


geladeira justamente por dificultar a circulação das correntes de convecção,
o que prejudica o funcionamento do aparelho.

2. Colocar o gelo sobre as cervejas é semelhante a ter o congelador na parte


superior da geladeira. O gelo colocado sobre as cervejas permite que se
formem no tanque correntes de convecção, pois o ar, em contato com o gelo,
torna-se mais denso e desce por entre as cervejas. As que estão mais
aquecidas transferem calor para o ar e, dessa forma, vão sendo resfriadas. Se
o gelo fosse colocado debaixo das cervejas, as correntes de convecção não se
formariam.

3. BONS CONDUTORES DE CALOR MAUS CONDUTORES DE CALOR


alumínio isopor
ferro barro
cobre cerâmica
latão cortiça
Esse levantamento é só um exemplo: você pode aumentá-lo ainda mais.

4. A sensação de frio que sentimos no inverno se deve ao fato de haver


transferência de calor entre nosso corpo e o ambiente. Ou seja, sentir frio nada
mais é do que perder calor para o ambiente. Como a lã é um isolante térmico,
ela dificulta a transferência de calor entre o nosso corpo e o ambiente,
evitando que sintamos frio. Ou seja: a função do cobertor não é produzir calor,
mas diminuir a transferência de calor entre nosso corpo e o ambiente.
5. As três formas de transferência de calor são: condução, convecção e irradiação.

Aula 46 - O automóvel

1. Nos motores a explosão, uma mistura de combustível (gasolina ou álcool) e


ar é levada para dentro de um cilindro. No cilindro, uma faísca elétrica
provoca a queima (combustão) do combustível. Essa queima ocorre rapida-
mente, num cilindro fechado, produzindo gases quentes que se expandem e
empurram um pistão. Esse movimento do pistão é então transferido às rodas
por meio de um eixo.
2. As peças e a estrutura do motor precisam ser boas condutoras de calor para
facilitar a transferência de calor entre o motor e o ambiente.

3. O sistema de refrigeração é fundamental para o funcionamento do motor. É


por meio da refrigeração que a maior parte do calor (originado nas explosões)
é transferida para o ambiente, evitando o superaquecimento do motor.

4. A energia armazenada nos combustíveis é transformada, pela queima, em


calor. Este, por sua vez, é transformado em energia de movimento.

5. Nem todo o calor liberado na queima do combustível se transforma em


movimento. A maior parte desse calor é transferida para o ambiente e não
pode ser aproveitada. Só uma pequena parte do calor se transforma em
movimento. Por isso dizemos que o rendimento dos motores a explosão é
pequeno.

Aula 47 - Boa viagem com o cinto de segurança

1. Situação 1: o corpo continua em movimento para a frente


Situação 2: o corpo “fica” e o carro vai.
Situação 3: o corpo é lançado para o lado esquerdo do carro.
Situação 4: o corpo é lançado para o lado direito da curva.

Aula 48 - Pneus em bom estado e distância entre veículos

1. a) verdadeira
b) falsa
c) verdadeira

2. Quanto maiores a massa e a velocidade de um veículo, maior deve ser a força


necessária para fazê-lo parar. Como essa força precisa ser controlada, para a
segurança dos passageiros, o veículo acaba levando mais tempo até parar.
Desse modo, o espaço percorrido por ele entre o início e o fim da freada
aumenta.

Aula 49 - Motor elétrico

1. Um aparelho elétrico é um motor quando sua função é produzir movimento


a partir da eletricidade.

2. Batedeira, liquidificador, lixadeira, espremedor, aspirador, furadeira, bar-


beador, lavadora de roupa e lavadora de louça são exemplos de motores
elétricos.

3. São duas as partes principais de um motor: os fios enrolados e fixados no eixo


e um ou dois ímãs. Em alguns motores, os ímãs são substituídos por fios que
formam a bobina e desempenham a mesma função.
Aula 50 - O gerador elétrico

1. Um motor e um gerador elétricos são semelhantes porque ambos possuem


uma parte fixa e uma parte móvel, e essas partes não têm contato entre si.
Além disso, essas partes são constituídas por enrolamentos de fio, isto é,
bobinas. A principal diferença é que para o motor funcionar, e, portanto,
fornecer energia de movimento, ele precisa de energia elétrica. Para o gerador
funcionar, ou seja, para fornecer energia elétrica, ele necessita de energia de
movimento.

2. Para produzir energia elétrica é preciso que a parte móvel do gerador se


movimente no interior da parte fixa. Além disso, é necessário também que na
bobina que constitui a parte móvel exista corrente elétrica.

3. Como foi visto no experimento, se a bobina com corrente elétrica era mantida
parada nas proximidades da outra, não aparecia corrente elétrica. Esta só
aparecia quando havia movimentação de uma bobina em relação à outra. Por
isso dizemos que num gerador há transformação de energia de movimento
em energia elétrica.
Errata do Volume 1 de Ciências 1.º Grau

Na Aula 4, página 23, Atividade n.º 1

onde se lê: “(...) à direita, o recorte da América do Sul e, à esquerda, o recorte


da África”,

leia-se: “à esquerda, o recorte da América do Sul e, à direita, o recorte da


África”.

Na Aula 8, página 46, segundo parágrafo

onde se lê: “(...) as bactérias, que são minúsculas, ficam invisíveis”,

leia-se: “as bactérias, que são minúsculas, não são visíveis”.

Na Aula 22, página 123, seção Resumo

onde se lê: “A fervura e a adição de cloro à água matam os seres vivos nocivos
que nela existem”,

leia-se: “A fervura e a adição de cloro à água matam os seres vivos que nela
existem.”
Gabarito das aulas
51 a 70

Aula 51 - A visão e os defeitos mais comuns

1. a) Falsa. O olho recebe luz.


b) Verdadeira. Quando maior a iluminação, menor a abertura da pupila e
vice-versa.
2. Pupila, cristalino, retina.
3. Para miopia, lentes divergentes; para hipermetropia, lentes convergentes.

Aula 52 - Alavancas

1. Fazemos menos força para abrir ou fechar uma porta à medida que nos
afastamos da dobradiça.
2. Se fizermos força no meio da haste, estaremos mais próximos da posição de
giro do cortador e, portanto, a força necessária para cortar a unha será maior.
3. Uma forma de solucionar o problema é encompridar as chaves citadas,
usando um cano, por exemplo. Desse modo, o braço da força ficará maior e
a força necessária para tirar o parafuso tende a ser menor.
4. Em todas as situações verificamos que para ampliar uma força é necessário
aplicá-la o mais longe possível do eixo de giro ou do ponto de apoio, isto é,
aumentar o braço dessa força.
5. Para prever o que vai acontecer com a gangorra, vamos multiplicar a distância
apoio-criança pela massa da criança e comparar o resultado com a multipli-
cação da distância apoio-adulto pela massa do adulto.
distância apoio-criança X massa da criança = 3 X 25 = 75
distância apoio-adulto X massa do adulto = 1 X 50 = 50
Como o produto da distância apoio-criança pela massa da criança é maior do
que o produto da distância apoio-adulto pela massa do adulto, a balança não
ficará equilibrada: ela vai pender para o lado da criança!

Aula 53 - Como nos movimentamos

1. a) Músculos das nádegas, da coxa, da panturrilha e do pé.


b) Músculos do peito, das costas , do braço e das mãos.
c) Músculos do pescoço e das costas.
d) Músculos da boca e da face.
e) Músculos das costas, do peito, do pescoço, dos braços, das pernas e do
abdome.
2. Costelas: pulmões, coração, estômago, baço, fígado, rins.
Cintura pélvica: bexiga urinária
Crânio: cérebro, olhos
3. a) A coxa do frango corresponde à parte inferior da nossa perna, onde está
a canela; a sobrecoxa do frango corresponde à nossa coxa.
b) Observar que são movimentados músculos de outras partes, além dos
músculos da coxa e da sobrecoxa.
c) Por meio de fibras claras e duras, que são os tendões.
d) Por meio de fibras mais finas, que são os ligamentos. As pontas dos
ossos são constituídas de material mais liso e menos rígido, que são as
cartilagens.
e) Por dentro os ossos são moles, esponjosos e vermelhos.
4. Há um cordão branco e mole, que é a medula espinhal.
5.

ANIMAIS ESQUELETO INTERNO ESQUELETO EXTERNO SEM ESQUELETO

peixe x
caracol x
formiga x
boi x
mosca x
tatu x
canário x
lombriga x
lagartixa x
ostra x

6. a) O úmero, o rádio e a ulna, principalmente.


b) No ombro, nos ossos clavícula e omoplata.
c) Os músculos de todas essas regiões.
d) A mão e os dedos.
7. Os alimentos fornecem a energia necessária para a realização de movimentos.
8. Nas mãos; no ombro, no cotovelo e no pulso.
9. Ver resposta do Exercício 2.
10. a) Os ossos das pernas são mais longos.
b) Os músculos das pernas são mais volumosos.
c) Os movimentos de ambos são semelhantes, como erguer a perna e o braço,
ou fazer círculos em volta da virilha ou em volta do ombro.
d) As pernas conseguem carregar muito mais peso.
e) As pernas suportam estruturas maiores, como o próprio corpo.
f) A "alavanca" da perna está encaixada na cintura pélvica; a "alavanca" do
braço, na clavícula e na omoplata.
Aula 54 - Perpetuando a vida - 1

1. Porque Lineu estava fazendo coisas que não costumava fazer. Por exemplo:
em vez de pedir suco, como fazia todo dia, pediu champanhe, o que nunca
tinha feito.
2. Lineu mostrou o resultado de um exame, onde se lia positivo para
gonadotrofina coriônica .
3. Deve ter sido sua mulher, pois o exame indica gravidez, que só ocorre na
mulher.
4. Além do aumento da altura, começam a aparecer pelos na região do púbis.
5. Não. Ela é pronunciada no homem.
6. Não. Ela é pronunciada na mulher.
7. Uma boa sugestão seria comparar a largura de ombros e do quadril. Ombros
largos e cintura fina indicam esqueleto masculino; por outro lado, o oposto
indica esqueleto feminino.
8. A gonadotrofina coriônica indica a presença de gravidez. Esse hormônio só
é produzido por mulheres grávidas, nas primeiras semanas de gravidez.

Aula 55 - Perpetuando a vida - 2

1. Porque esse hormônio é produzido depois da chegada do embrião ao útero,


ou seja, no início da gravidez.
2. Porque ele estava esquecendo que o filho era tanto dele quanto dela.
3. Opinião do aluno.
4. No homem, os hormônios são produzidos principalmente nos testículos. Na
mulher, principalmente pelos ovários.
5. Nos testículos e nos ovários.
6. No homem, os canais deferentes podem ser bloqueados cirurgicamente, o
que impede a eliminação dos espermatozóides. Na mulher, as trompas de
falópio podem ser obstruídas, o que impede a eliminação dos óvulos.
7. O aluno pode reproduzir os esquemas apresentados nas duas aulas.
8. A vasectomia consiste na secção dos vasos deferentes; a ligadura de trompas
consiste no bloqueio das trompas de falópio. Assim, espermatozóides e
óvulos não podem mais ficar disponíveis para a fecundação.
9. A utilização da camisinha é recomendada para se evitar várias doenças
sexualmente transmissíveis, caso da Aids.

Aula 56 - Hormônio

1. Substâncias produzidas pelas glândulas endócrinas, que são liberadas no


sangue e atuam em regiões do organismo distantes daquela em que foram
produzidas.
2. O esquema testículo ovário
poderia ser este:
produz produz

testosterona
progesterona estrógeno

que regula
que regulam

características
secundárias características ciclo
masculinas secundárias menstrual
femininas
3. Porque a reação ao perigo é desencadeada pela liberação de um hormônio e
a liberação de hormônios ocorre independente de nossa vontade. Ela é
regulada por outras estruturas do nosso organismo, tais como a glândula
hipófise e o sistema nervoso.

Aula 57 - O sistema nervoso

1. O texto mostra que José Carlos sabia que iria beber muito naquela noite.
Provavelmente ele pensou que a bebida não iria atrapalhar sua capacidade de
dirigir.
2. Infelizmente, é muito comum encontrar motoristas alcoolozados dirigindo.
Muitos deles pensam que podem controlar o carro normalmente, o que é um
erro grande. Os exemplos podem ser retirados da esfera de relações dos
alunos.
3. a) estimulante;
b) estimulante;
c) relaxante;
d) relaxante;
e) relaxante;
f) estimulante;
g) estimulante.
4. Resposta pessoal do aluno.
5. A medula é responsável pela transmissão de impulsos nervoso e pela
elaboração de arcos-reflexos simples.
6. O inseticida pode estar interferindo na transmissão do impulso nervoso,
deixando os músculos da barata fora de seu controle.

Aula 58 - Trânsito de substâncias no corpo

1. Quando a barreira que a pele forma é rompida, entram microrganismos no


machucado que podem causar uma infecção.
2. Dedos das mãos, rosto, parte interna dos braços (além destes, pode haver
outros locais)
3. a) sim
b) não
c) não
Unhas e cabelos são feitos de matéria morta, por isso não sentimos dor neles.
A pele do braço possui matéria viva com sensibilidade.
4. Unhas compridas juntam sujeira nos espaços entre o dedo e a unha. Essa
sujeira pode contaminar o que pegamos, principalmente alimentos.
5. O tipo geral de distribuição permanece o mesmo. No entanto, pode haver
diferenças de raça para raça. Os índios, por exemplo, possuem poucos pêlos.
Mas mesmo dentro da mesma raça pode haver diferenças: os portugueses e
alguns espanhóis possuem mais pêlos que as pessoas que vivem no norte da
Europa.
Aula 59 - Respiração e circulação

1. Porque ambos estão protegidos pela caixa torácica, ao contrário do estômago.

2. PULMÕES BRÂNQUIAS TRAQUÉIAS PELE

galinha X (espaço) (espaço) (espaço)


caracol X (espaço) (espaço) (espaço)
jacaré X (espaço) (espaço) (espaço)
rã X X (espaço)paço) X
barata X (espaço)
minhoca X

3. Por meio do sistema de vasos sangüíneos, que saem do coração, ramificam-


se e diminuem de largura até se tornarem capilares. Os vasos são cada vez
mais largos, conforme vão se aproximando novamente do coração.
4. O esforço maior requer mais energia, que só é obtida pelo oxigênio. Assim,
os pulmões aumentam o seu ritmo respiratório, colocando mais oxigênio em
contato com o sangue. Este só passará mais rapidamente pelo corpo, porque
o coração também aumenta o ritmo dos batimentos cardíacos, acelerando a
pulsação.

Aula 60 - Fazendo a digestão

1. Tornar os alimentos pequenos para serem absorvidos pelo corpo.


2. Glândula salivar: produz saliva com amilase.
Estômago: produz suco gástrico com pepsina.
Paredes intestinais: produzem suco entérico com maltase, sacarase, lactase,
peptidases.
Pâncreas: produz suco pancreático com amilase e lipase.
3. Depois de digeridos, os nutrientes atravessam as paredes do intestino e dos
vasos sangüíneos e são levados pelo sangue a todas as partes do corpo.

Aula 61 - Aprendendo a nos alimentar

1. a) massas, doces, cereais, pães, frutas


b) carnes de todos os tipos, ovos, leite e derivados
c) óleos, manteiga, margarina, toucinho
d) frutas, verduras, legumes, leite, peixes
2. A resposta deve conter pelo menos um alimento de cada grupo citado na
questão anterior.
3. Verminoses (ascaridíase, teníase, esquistossomose), disenterias. Exigir con-
dições melhores de vida para a população, como saneamento básico. Nas
áreas nas quais não existe saneamento, evitar eliminar fezes em qualquer
local, lavar bem os alimentos com água fervida e cozinhar bem as carnes.
4. Resposta pessoal do aluno.
Aula 62 - Química na cozinha: reações químicas

1. Hidrogênio + Oxigênio ® Água + energia


2H2 + O2 ® 2H2O + energia
O hidrogênio é um combustível limpo porque sua combustão fornece apenas
água (H2O) e não fornece gás carbônico (CO2).
2. A energia para sustentar o corpo humano vem dos alimentos. A reação
química responsável pela produção dessa energia é uma reação de combus-
tão do tipo:
Alimentos + Oxigênio ® gás carbônico + água + energia
Alimentos + O2 ® CO2 + H2O + energia

Aula 63 - Química na cozinha: observando a chama

1. Nas chamas azuis, o reagente oxigênio está presente em maior quantidade do


que nas chamas amarelas. Portanto, nas chamas azuis, ocorre a combustão
completa.
2. A energia gerada nas usinas hidrelétricas é obtida a partir da energia
potencial da água armazenada. O impacto ambiental, nesse caso, está na
construção de grandes barragens de água que são necessárias para a produ-
ção dessa energia: elas alteram o clima e as próprias relações ambientais da
região em que a usina será instalada.
A energia gerada pelas usinas nucleares é obtida a partir de reações nucleares.
Seu impacto ambiental está nos produtos radioativos das reações nucleares,
que são de difícil manuseio.

Aula 64 - Química na cozinha: funções químicas

1. a) ácido
b) base
c) base
d) ácido
e) ácido
f) ácido
g) base
2. A azia é conseqüência da acidez provocada por excesso de suco gástrico no
estômago. Os antiácidos servem para neutralizar a acidez no estômago. O que
ocorre, portanto, é uma reação de neutralização ácido-base entre o antiácido
e o ácido do suco gástrico.

Aula 65 - Esquistossomose e amarelão: verminoses perigosas

1. Porque ela estava bonita naquele dia e disse que Lineu estava mais bonito que
os dois.
2. Porque eles estavam muito distantes de onde os garçons saíam com os
petiscos. Como a festa estava cheia de gente, as pessoas iam se servindo e,
quando chegava a vez dos três, não tinha sobrado quase nada.
3. Ela foi até o lugar de onde saíam os garçons com as bandejas cheias. Sendo os
primeiros a ser servidos, eles podiam escolher o que queriam comer.
4. A do sangue venoso. Isso ocorre porque esse sangue acaba de passar pelo
intestino, recolhendo os resultados da digestão.
5. Não. Embora o teor de oxigênio diminua, ela sofre apenas pequenas redução.
Isso indica que o processo de assimilação dos alimentos não requer muito
oxigênio.
6. No sangue que sai. Porque ele está cheio de alimento já digerido, que acabou
de sair do intestino e, além disso, tem boa dose de oxigênio.
7. As duas doenças são causadas por vermes que se alimentam de sangue que
sai do intestino. Elas causam forte anemia e infestam as pessoas por meio de
pequenas larvas, invisíveis a olho nu, que perfuram a pele.
8. A “barriga d’água” é um sintoma comum das pessoas afetadas, principal-
mente crianças. Decorre da forte anemia provocada pela doença, que faz o
sangue perder líquido. Ele se acumula na cavidade abdominal, dilatando-a.
9. Um copo e meio. Se em 2 metros de àgua é necessário 1 copo de água
sanitária, em 3 metros ( 1,5 vezes maior que 2 metros ) necessita-se de 1,5
copo de água.

Aula 66 - Mosquitos: vetores voadores

1. Porque ele pensou que uma nova guerra tinha começado.


2. Essa água deve ajudar a reprodução do mosquito.
3. Ele teria provado que a febre amarela não era transmitida por mosquitos, mas
por contato com fezes e vômitos dos doentes, e que Carlos Finlay, o médico
cubano, estaria errado.
4. Estaria provado que o mosquito transmite a febre amarela.
5. Ele deve ter contraído a doença. Na realidade, foi o que aconteceu. O médico
acabou morrendo em Cuba, em conseqüência da febre amarela.
6. O número está diminuindo.
7. O número está aumentando assustadoramente.
8. Resposta pessoal do aluno. Deveria correlacionar o aumento do número de
casos com a ocupação desordenada da Amazônia.
9. Resposta pessoal do aluno.
10. A larva do mosquito é aquática. Portanto, ela precisa de água para crescer.

Aula 67 - Mal de Chagas e os inseticidas

1. Claro que sim. O aparecimento de microrganismos em nosso sangue é sinal


de doença.
2. Chagas deve ter concluído que o inseto tinha transmitido o microrganismo
para a menina.
3. Se um barbeiro chupar o sangue desses animais e depois picar o homem, pode
transmitir a doença. É necessário que existam condições para que o barbeiro
entre em contato com o homem. Casas de pau-a-pique são excelentes
moradias para esses insetos.
4. Não, de forma alguma. Pode-se ver pelo mapa que a doença está presente em
quase todo o território nacional, inclusive nos Estados do sul do país.
5. A doença está associada à miséria e não ao calor. Os insetos vivem nas frestas
de barro seco das paredes de pau-a-pique. Quem mora em casas boas, feitas
de tijolos e cimento, não está exposto à doença.
6. O mal de Chagas. O tripanossoma provavelmente atacava animais silvestres.
Com a chegada do homem - e, principalmente, depois que os colonos
portugueses começaram a construir casas de pau-a-pique - os barbeiros
tiveram maior contato com o homem.
7. Sim, pois o microrganismo que causa a doença pode ser encontrado no
sangue das pessoas doentes.
8. É necessário conhecer a classe toxicológica do inseticida e seguir as recomen-
dações de uso.

Aula 68 - Novas e velhas epidemias: o vírus

1. A febre alta, as dores pelo corpo, os espirros e, provavelmente, também a


forma pela qual a doença passou rapidamente de uma pessoa para outra.
2. Não.
3. Sim.
4. Ela comparou a gripe com a Aids. Clóvis também sabia que a Aids não existia
no passado e só agora começou a atacar a humanidade.
5. Resposta pessoal do aluno.
6. Em 1918.
7. Em 1917.
8. O sexo masculino. O número de homens contaminados era muito maior do
que o de mulheres.
9. Nota-se que o número de homens contaminados ainda é maior, mas a doença
deixou de ser característica de um único sexo. O número de mulheres
contaminadas já é quase igual ao de homens contaminados.
10. Os adolescentes se contaminavam diretamente com sangue contaminado
em transfusões sangüíneas.
11. Desde 1986, a transmissão da Aids por seringas contaminadas, principal-
mente as utilizadas para drogas, vem crescendo assustadoramente. Em 1993-
4, a utilização de seringas contaminadas contaminou dez vezes mais jovens
do que as outras formas de transmissão sangüínea.
12. Não. O número de contaminados nos dois sexos está ficando muito
parecido, o que mostra que existe transmissão entre os dois sexos.
13. Eles têm várias características em comum. Talvez a mais importante seja
o fato de que ambos são imunogênicos, isto é, induzem a produção de
anticorpos, mas têm a capacidade de se modificar rapidamente, “enganan-
do” esses anticorpos.
14. É uma pessoa que apresenta anticorpos contra o vírus HIV. Essa é uma
indicação de que a pessoa teve contato com o vírus e que tem grande
probabilidade de desenvolver a doença no futuro.

Aula 69 - Vendo o invisível

1. Porque Alberto tinha ido ao hospital atrás de notícias de Clóvis.


2. Parecia grave, porque Clóvis tinha sido internado às pressas e o antibiótico
não tinha surtido efeito.
3. A vasilha-teste continha antibiótico, a única coisa diferente nos dois recipien-
tes.
4. Na vasilha-padrão apareceu um monte de bolinhas diferentes, que cresciam.
Elas começaram a aperecer primeiro onde Maria tinha passado o palito de
dente, “refazendo” a letra N.
5. Impedir o crescimento dessas bolinhas.
6. Seres vivos; crescer e se multiplicar (ou reproduzir).
7. Significa que alguma bactéria é resistente ao antibiótico, ou seja, ele não tem
efeito contra ela.
8. Eu prepararia várias vasilhas, cada uma com um tipo de antibiótico. Com um
palito, pegaria aquela bactéria e a espalharia nas várias vasilhas. Na vasilha
na qual ela não crescesse estaria o antibiótico eficaz contra ela.
9. O aumento da pobreza e da miséria está ajudando a doença, porque ela
encontra mais pessoas debilitadas. A resistência aos antibióticos também
pode estar ajudando a doença. A bactéria já era resistente à penicilina e, agora,
poucos antibióticos devem ser eficazes contra ela.
10. Deve-se proibir o uso indiscriminado de antibióticos, principalmente os
que são adicionados à ração animal e aos alimentos que consumimos. A
automedicação deve ser combatida. Os antibióticos só devem ser tomados
sob receita médica, respeitando-se as doses e a duração do tratamento
receitado pelo médico.
11. As células são as unidades básicas dos seres vivos - grandes ou pequenos,
animais ou vegetais.

Aula 70 - Ciência: produto ou método

1. É muito mais importante saber montar o antibiograma.


2. Estava testando novos antibióticos. Cada vasilha deveria ter um tipo diferen-
te de antibiótico.
3. É primeira vasilha. Ela não contém nada além de abacate batido, igualzinho
às demais.
4. A variável é a água oxigenada.
5. A variável é a vitamina C.
6. Sim. Será difícil saber se o que aconteceu na vasilha com água oxigenada
ocorreu por causa da água oxigenada, e apenas por causa dela, ou se algo mais
estava influenciando o resultado. A mesma coisa pode ser dita da terceira
vasilha.
7. Ele deve ter concluído que tinha descoberto o microrganismo que causava a
gripe.
8. Como a gripe enfraquece o organismo, pode ser que aquela bactéria tivesse
penetrado no corpo quando a pessoa já estava com gripe. As pessoas sem
gripe teriam mais resistência contra a bactéria, impedindo que ela se estabe-
lecesse em seu organismo.
9. Com os novos resultados, as conclusões do dr. Pfeiffer não podiam mais ser
aceitas e devem ter sido abandonadas.
10. O aluno deve discordar na afirmação. O desenvolvimento da ciência
sempre pode colocar em dúvida o que se sabe sobre um determinado assunto.
11. Não. Todo conhecimento científico deve ter sido produzido de tal modo
que possa ser confirmado ou questionado.

Você também pode gostar