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Igreja Evangélica Assembleia de Deus

Escola Bíblica Dominical


Classe Heróis da Fé

Lição 5 – Profetas Maiores e Menores


8 de agosto de 2010.

Professor Djacy Brandão


 INTRODUÇÃO
Conforme destacamos na lição anterior,
toda Escritura é inspirada por Deus e
proveitosa (II Tm. 3.16,17). Os
profetas, por conseguinte, foram,
indistintamente, impulsionados pelo
Espírito (II Pe. 1.19-21). Mesmo assim,
a tradição judaico-cristã costuma fazer
a distinção entre profetas maiores e
menores.
 I - A DISTINÇÃO ENTRE OS PROFETAS
A distinção entre profetas maiores e menores é
meramente quantitativa, e não qualitativa. O critério
não repousa na relevância dos escritos de um
determinado profeta em detrimento de outro. O
tamanho do livro foi utilizado como critério para a
categorização de um determinado profeta ser
considerado maior ou menor. Ao estudarmos os
escritos dos profetas do Antigo Testamento, é preciso
ter em mente que tais livros não se encontram em
ordem cronológica. A distinção entre profetas
maiores e menores serviu para classificar,
quantitativamente, os profetas que tinham livros
maiores daqueles cujos livros eram menores. Alguns
desses profetas anunciaram a palavra de Deus
simultaneamente, outros com vários anos de
diferença, e para povos distintos. Por isso, para
compreender a mensagem de determinado profeta,
faz-se necessário identificar quando ele falou, em que
lugar, e para quem. Para tanto, devemos levar em
consideração o contexto e não a disposição desses na
Bíblia, haja vista que o texto bíblico, e não a
disposição dos livros e capítulos e versículos foram
inspirados pelo Espírito Santo.
 I - A DISTINÇÃO ENTRE OS PROFETAS
  Para evitar confusão, alguns estudiosos do
Antigo Testamento preferem a divisão dos
livros proféticos em: pré-exílicos, exílicos
e pós-exílicos. Os profetas preexílicos
advertiram a respeito do julgamento de
Israel e Judá: Obadias (que escreveu para
Edom), Amós, Oséias e Joel (escreveram
para o Reino do Norte) e Isaias, Miquéias,
Naum, Habacuque, Sofonias e Jeremias
(que escreveram para Judá). Os profetas
exílicos escreveram para encorajar o povo
de Deus a esperar pela restauração deles:
Ezequiel e Daniel escreveram da
Babilônica para fortalecer a fé dos judeus
exilados. Os profetas pós-exílicos
escreveram para confirmar a aliança de
Deus com o Seu povo: Ageu, Zacarias e
Malaquias escreveram para o povo de
Judá que havia retornado do cativeiro.
 II - OS PROFETAS MAIORES
1) Isaias é considerando o primeiro dos profetas maiores (Is. 1.1).
Seu ministério profético aconteceu entre 740 a 700 a. C., iniciando
no ano em que o rei Uzias morreu (Is. 6.1). Deus promete a vinda
de Messias que viria para salvar o povo dos seus pecados (Is.
53.5). O livro de Isaias é considerado o “Quinto Evangelho” por
causa das suas predições do nascimento, vida e morte de Jesus (Is.
6.3; 7.14; 9.6; 53.6). O próprio Jesus se referiu ao livro de Isaias
como cumprimento das profecias a Ele alusivas (Is. 61.1-2);
2) Jeremias escreveu o seu livro com a assistência de Baruque (Jr.
1.1; 36.4) em aproximadamente 585 a.C., a fim de advertir Judá
do julgamento iminente por causa do seu pecado. Esse profeta foi
vocacionado ainda na juventude (Jr. 1.6) para trazer as más
noticias a Judá (Jr. 5.15), e, por causa delas, foi açoitado e depois
preso dentro de um poço (Jr. 38), mas suas palavras se cumpriram
fielmente (Jr. 52). A punição de Deus a Judá não tinha como meta
a destruição, mas o arrependimento do Seu povo (II Pe. 3.9);
II - OS PROFETAS MAIORES
3) Lamentações também foi escrito pelo profeta Jeremias (II Cr. 35.25),
provavelmente em 586 a. C., após a queda de Jerusalém diante do
babilônicos. Trata-se de um poema no qual o profeta pranteia a
destruição da cidade e do povo de Judá (Lm. 1.5,16; 5.22). O profeta
clama ao Senhor que renove os dias do seu povo (Lm. 5.21). A
disciplina do Senhor, para os Judeus, bem como para todo crente,
objetiva a correção (Hb. 12.11);
4) Ezequiel, o sacerdote, é o autor do livro que leva o seu nome (Ez. 1.1-
3). Esse livro foi escrito por volta de 590 a 570 a. C., quando Judá se
encontrava no exílio. Ainda que o povo estivesse no Exílio, o Senhor
revela que não se satisfaz com a morte do ímpio (Ez. 18.32). Em seu
livro o profeta destaca a importância da responsabilidade pessoal (Ez.
18.4-9); e 5) Daniel, um jovem levado ao exílio babilônico, é o autor
do livro (Dn. 7.15; 2.14), escrito entre 605 a 538 a. C. Esse livro foi
originalmente escrito em duas línguas: hebraico (capítulos 1, 8-12) e
aramaico (capítulos 2-7). Esse livro mostra que Deus sempre tem um
propósito e que não abandonou o Seu povo (Rm. 11).
 III - OS PROFETAS MENORES
1) Oséias escreveu seu livro entre 750 e 722 a. C.. Em seu escrito
ele revela o amor de Deus por Israel através de um casamento
que resulta em adultério (Os. 1.2). Apesar da infidelidade de
Israel, Deus, como Oséias a Gomer, o ama e está disposto a
perdoá-lo (Os. 14.4);
2) Joel, filho de Petuel (Jl. 1.1), escreveu em 586 a. C.,
advertindo Israel das pragas que sobreviriam por causa do
pecado (Jl. 2.11). O dia do julgamento de Deus, no entanto, não
é o fim, pois o Senhor salvará o Seu povo (Jl. 2.32);
3) Amós, um pastor de Tecoa, próximo de Belém (Am. 1.1),
escreveu em 760 a. C., orientando o povo de Israel a preparar-
se para um encontro com o Senhor (Am. 4.12) e denunciando
as injustiças sociais daquele povo (Am. 5.24). Essa mesma
atitude ecoa nas palavras de Tiago, em sua Epístola (Tg. 2.14-
18);
 III - OS PROFETAS MENORES
4) Obadias escreveu seu livro em 586 a. C., (Ob. 1.1), após a
invasão da Babilônia sobre Judá. Esse livro traz promessas de
esperança (Ob. 1.17) para o povo de Deus, em cumprimento às
palavras proferidas a Abraão (Gn. 12.3);
5) Jonas, escrito em 760 a. C., mostra a atuação desse profeta nos
tempos do Rei Jeroboão II (II Rs. 14.23-25). Jonas é vocacionado
pelo Senhor para pregar arrependimento para Nínive, capital da
Assíria (Jn. 4.11). O profeta esperava que os ninivitas fossem
destruídos, mas esses vieram a arrependerem-se. Nesse livro
vemos a demonstração do amor de Deus aos pecadores (Rm. 5.8);
6) Miquéias profetizou por volta de 700 a. C., ressaltando o
julgamento de Deus que viriam em breve (Mq. 1.1). Esse livro
conclama o povo ao arrependimento, a amar a misericórdia, a
andar humildemente com Deus (Mq. 6.8), e revela,
profeticamente, o local do nascimento do Messias (Mq. 5.2);
 III - OS PROFETAS MENORES
7) Naum, escrito por volta de 663 a 612 a. C., revela o
julgamento que sobreviria sobre Nínive (Na. 3.1). Esse livro
seria uma espécie de continuação de Jonas, mostrando que
Deus é misericordioso, mas pune o pecado impenitente (Na.
1.3);
8) Habacuque profetizou em aproximadamente 600 a. C., a
respeito da punição de Judá através dos caldeus (Hc. 1.6).
Nesse livro o autor faz um chamado à fé (Hc. 2.4), mesmo
diante da adversidade (Hc. 3.18), texto citado por Paulo em
Rm. 1;
9) Sofonias data de 640 a 620 a. C., durante o reinado de Josias
(Sf. 1.1), tratando a respeito do julgamento de Deus por causa
da idolatria (Sf. 3.8), ainda que haja esperança para aqueles
que se arrependem (Sf. 3.13);
 III - OS PROFETAS MENORES
10) Ageu data de 520 a. C., perído do segundo ano do reinado de Dario
(Ag. 1.1). Como profeta pós-exílico, Ageu encoraja o povo que havia
estado cativo na Babilônia a reconstruir o templo. A esse respeito,
destaca que o povo deva dar proeminência a Deus em suas
contribuições e a confiar no Senhor (Ag. 2.4);
11) Zacarias, filho de Berequias, data de aproximadamente 520 a 475 a.
C., e, semelhantemente a Ageu, conclama o povo à reconstrução do
templo em Jerusalém. O livro alude à entrada triunfal de Jesus em
Jerusalém (Zc. 9.9; Mt. 21.1-11). Deus, através do profeta, chama o
povo a se voltar para Ele, e Ele, por sua vez, se voltará para o Seu povo
(Zc. 1.3);
12) Malaquias, o mensageiro do Senhor, escrito por volta de 450 a. C.,
denuncia o descaso do povo em relação a Deus, inclusive em relação à
contribuição (Ml. 3.8-10). A mensagem de Malaquias nos lembra que o
culto genuíno ao Senhor deva ser em espírito e em verdade (Jo. 4.24).
 CONCLUSÃO
O estudo dos livros dos profetas, sejam eles
considerados maiores ou menores, é fundamental ao
amadurecimento da Igreja. Não podemos esquecer
que o Antigo Testamento era a Bíblia que Jesus lia.
Ele mesmo fez menção da mensagem dos profetas ao
revelar-se, após a ressurreição, na estrada de Emaús,
quando discorria a respeito do cumprimento das
profecias a seu respeito (Lc. 24.27,32). Ainda hoje,
quando meditamos na Palavra de Deus, nosso
coração arde através da chama do Espírito, que nos
instiga à fé nessas palavras fieis e verdadeiras e
dignas de toda aceitação (I Tm. 4.9).
FONTES DE CONSULTA
 LAHAYE, T., HINDSON, E. Enciclopédia popular
de profecia bíblica. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
 SOARES, E. Visão panorâmica do Antigo
Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

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