IMF – 13 DE AGOSTO DE 2010

PIB Portugal 2º Trimestre 2010 (estimativa rápida INE)

+0.2% em Cadeia

-+1.4% yoy

O crescimento em cadeia de 0.2% no 2º trimestre é bastante abaixo do registado no trimestre

anterior, o que faz sentido. Vale a pena lembrar que os efeitos de base são agora menores, a
surpresa na aquisição de automóveis não se terá repetido e durante os meses de Maio e
Junho o país sofreu os piores efeitos da crise da dívida soberana na União Europeia. Em
termos homólogos registou-se também uma desaceleração, de +1.8% para +1.4%.
Em termos de crescimento para o ano, o valor de +0.9% previsto pelo Banco de Portugal
parece agora mais difícil de alcançar. Todos os indicadores mostram uma desaceleração
económica global neste trimestre, o que contagiará a economia portuguesa. O objectivo do
governo (+0.7%) é ainda plausível, mas difícil.
Notar que este resultado da economia portuguesa foi conseguido num contexto “misto” em
termos de envolvente externa. A crise de dívida soberana, que afectou sobretudo a Grécia,
Portugal, Espanha e Irlanda terá impedido que se pudesse ter tido um melhor
aproveitamento do crescimento dos parceiros europeus, nomeadamente da Alemanha que
registou no mesmo período o crescimento em cadeia mais alto dos últimos 23 anos (+2.2%).
Os dados já conhecidos mostram que os países mais afectados pela crise de dívida registaram
piores resultados em termos de crescimento no 2º trimestre, mostrando a importância de ter
contas públicas em bom estado para a dinâmica de crescimento económico.
Analisando as componentes do PIB pela óptica da despesa, o Consumo Privado deve continuar
resiliente, mas sem crescer, o Consumo Público terá forçosamente de recuar, o Investimento
continuará naturalmente deprimido e, por isso, o potencial de crescimento da economia
portuguesa continuará a residir na Procura Externa.

Filipe Garcia
IMF, Informação de Mercados Financeiros, 13 de Agosto de 2010

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 (fonte: INE)

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