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RISCO

O Risco é o resultado da interação entre a ameaça


de acidente (a probabilidade de ocorrência física) a
exposição de uma comunidade (estrutura social) e a
sua vulnerabilidade (grau de preparação para
acidentes).

(risco)=(ameaça)X (exposição) X (vulnerabilidade)


Como diminuir o Risco ?
CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS
A – ALTO RISCO
•Consultoria externa;
•EAP - Estudos Ambiental Preliminar;
•EIA – Estudo de Impacto Ambiental;
•Consulta Pública;
•Aprovação do Órgão Ambiental.

B – RISCO MÉDIO
•Campanha interna;
•Estudos Ambientais;

C – RISCO BAIXO
•Campanha interna;
•Estudos Ambientais;
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL:
(CONCEITOS, DEFINIÇÕES E OBJETIVOS)

 IMPACTO AMBIENTAL;
 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS;
 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL:
 Área de influência;
 Diagnóstico;
 Medidas mitigadoras;
 Relatório de Impacto Ambiental.
IMPACTO AMBIENTAL

 A Resolução 001/86 – CONAMA considera


impacto ambiental qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do
meio ambiente, causada por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a
saúde, a segurança e o bem-estar da
população; as atividades sociais e econômicas;
a biota; as condições estéticas e sanitárias do
meio ambiente; a qualidade dos recursos
ambientais.
IMPACTO AMBIENTAL:
(caracterização segundo ROHDE - 1988)
ROHDE, Geraldo Mario. Estudos de Impacto Ambiental (Boletim Técnico)

Características dos Impactos


ELEMENTOS DOS IMPACTOS POSSIBILIDADES

Desencadeamento Imediato, diferenciado, escalonado

Freqüência ou temporalidade Contínua, descontínua, época do ano

Extensão Pontual, areal-extensivo, linear, espacial

Reversibilidade Reversível/temporário, irreversível/permanente

Duração 1 ano ou menos; de 1 a 10 anos; de 10 a 50 anos

Magnitude (escala) Grande, média, pequena

Importância Importante, moderada, fraca, desprezível etc (significação local)

Sentido Positivo, negativo

Origem Direta (efeitos primários), indireta (efeitos secundários, e terciários, etc)

Acumulação Linear, quadrática, exponencial, etc.

Sinergia Presente (“sim”), ausente (“não”)

Distribuição dos ônus/benefícios Socializados, privatizados


AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (AIA):

Instrumento de política ambiental, formada por um


conjunto de procedimentos capaz de assegurar,
desde do início do processo, que se faça um exame
sistemático dos impactos ambientais de uma ação
proposta (projeto, programa, plano ou política) e de
suas alternativas, e que os resultados sejam
apresentados de forma adequada ao público e aos
responsáveis pela tomada de decisão, e por eles
considerados. Além disso, os procedimentos devem
garantir adoção das medidas de proteção do meio
ambiente determinadas, no caso de decisão sobre a
implantação do projeto.
MOREIRA, Iara Verocai (1990)
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL- EIA
(conteúdo mínimo)

 Descrição de projeto e suas alternativas, nas etapas de


planejamento, construção, operação e, quando for o caso,
desativação;
 Delimitação e diagnóstico ambiental da área de influência;
 Identificação;
 Medição e a valorização dos impactos;
 Comparação das alternativas e a previsão de situação
ambiental futura, nos casos de adoção de cada uma das
alternativas, inclusive no caso de não se executar o
projeto;
 Identificação das medidas mitigadoras e do programa de
monitoramento dos impactos;
 A preparação do relatório de impacto ambiental – RIMA.
MOREIRA, Iara Verocai (1990)
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL- EIA

 O EIA é, portanto, um instrumento constitucional da


Política Ambiental (art. 225, parágrafo 1º, IV
Constituição Federal c.c. art.9º, III da Lei 6938/81).

 O EIA é de elaboração obrigatória e,


conseqüentemente, não facultativo para todas as
obras e atividades, cuja instalação possa provocar
significativo impacto ambiental. Não pode ser
realizado concomitantemente à obra ou à atividade,
nem posteriormente às mesmas. È prévio.

(Machado, 1989).
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL- EIA

O EIA no Brasil é um instrumento orientador e


fundamentador da decisão administrativa que
autoriza ou não um empreendimento. O EIA não é,
contudo, um procedimento de votação do projeto,
inobstante a consulta do público (em alguns Estados
exigidas para todos os EIA’s e obrigatória, também,
em determinadas circunstâncias, conforme
Resolução nº 009/87.
ATIVIDADES SUJEITAS A LICENCIAMENTO COM
APRESENTAÇÃO DE EIA/RIMA

 -estradas de rodagem com 2 (duas) ou mais faixas;


 - ferrovias;
 - portos e terminais de minério, petróleo e produtos
químicos;
 - aeroportos,
 - oleodutos, gasodutos, mineriodutos, troncos coletores e
emissários de esgotos sanitários;
 - linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230
KW;
 - obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos,
tais como: abertura de canais para navegação, drenagem e
irrigação, retificação de cursos d’água, transposição de
bacias, diques;
 extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão), -
extração de minério;
ATIVIDADES SUJEITAS A LICENCIAMENTO COM
APRESENTAÇÃO DE EIA/RIMA

 -aterros sanitários, processamento e destino final de


resíduos tóxicos ou perigosos;
 - usinas de geração de eletricidade;
 complexos e unidades industriais e agro-industriais
(petroquímicos, siderúrgicos, destilarias, hulha, extração e
cultivo de recursos hídricos);
 - distritos industriais e Zonas Estritamente Industriais - ZEI;
 - exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas
acima de 100 há (de acordo com órgão ambiental)
 - projetos urbanísticos, acima de 100 há (cem hectares)
 - qualquer atividade que utilize carvão vegetal;
 Obs.: Poderá ser exigida a apresentação de EIA/RIMA além
dos acima especificados, a critério do órgão ambiental.
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL- EIA
(Resolução CONAMA 001/86 – Atividades mínimas do EIA)

Segundo a Resolução 001/86 – CONAMA, o EIA


desenvolverá, no mínimo, as seguintes atividades
técnicas:
1) Diagnóstico ambiental da área de influência do
projeto: completa descrição e análise dos recursos
ambientais e suas interações, tal como existem, de
modo a caracterizar a situação ambiental da área,
antes da implantação do projeto, considerando:
a) O meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima,
destacando os recursos minerais, a topografia, os
tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime
hidrológico, as correntes marinhas, as correntes
atmosféricas;
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL- EIA
(Resolução CONAMA 001/86 – Atividades mínimas do EIA)

b) O meio biológico e os ecossistemas naturais – a


fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras
da qualidade ambiental, de valor científico e
econômico, raras e ameaçadas de extinção e as de
preservação permanente;
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL- EIA
(Resolução CONAMA 001/86 – Atividades mínimas do EIA)

c) o meio sócio-econômico – o uso e ocupação do


solo, os usos da água e a sócio-economia,
destacando os sítios e monumentos arqueológicos,
históricos e culturais da comunidade, as relações de
dependência entre a sociedade local, os recursos
ambientais e a potencial utilização futura desses
recursos.
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL- EIA
(Resolução CONAMA 001/86 – Atividades mínimas do EIA)

2) Análise dos impactos ambientais do projeto e de


suas alternativas, através de identificação, previsão
da magnitude e interpretação da importância dos
prováveis impactos relevantes, discriminando:
 os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos);
 diretos e indiretos;
 imediatos e a médio e longo prazos;
 temporários e permanentes;
 seu grau de reversibilidade;
 suas propriedades cumulativas e sinérgicas;
 distribuição dos ônus e benefícios sociais.
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL- EIA
(Resolução CONAMA 001/86 – Atividades mínimas do EIA)

3) Definição das medidas mitigadoras dos impactos


negativos, entre elas os equipamentos de controle e
de sistemas de tratamento de despejos, avaliando a
eficiência de cada uma delas.
ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL- EIA
(Resolução CONAMA 001/86 – Atividades mínimas do EIA)

4) Elaboração do programa de acompanhamento e


monitoramento dos impactos positivos e negativos,
indicando os fatores e parâmetros a serem
considerados.
ÁREA DE INFLUÊNCIA
(Resolução CONAMA 001/86)

Definir os limites da área geográfica a ser direta ou


indiretamente afetada pelos impactos, denominada
área de influência do projeto, considerando, em
todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se
localiza.
ÁREA DE INFLUÊNCIA
(Resolução CONAMA 001/86)

Os estudos são elaborados para as três áreas de


conhecimento: meio físico, meio biológico e meio
sócio-econômico. Para cada área é exigido que
na fase de diagnóstico, sejam levantados os
dados da área de influência direta e indiretamente
afetada.
A área de influência normalmente assume
tamanho diferenciado dependendo da variável em
questão. Freqüentemente, a área de influência é
determinada, ´por exemplo, pela Bacia
Hidrográfica, onde viria a localizar-se o
empreendimento, mas a variável econômica pode
extrapolar essa fronteira e atingir outros
municípios.
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Diagnóstico ambiental da área de influência do


projeto completa descrição e análise dos recurso
ambientais e suas interações, tal como existem, de
modo a caracterizar a situação ambiental da área,
antes da implantação do projeto......... (Resolução
CONAMA – Art. 6º, Inciso I)
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Considera-se:

a) o meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando


os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo,
os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas,
as correntes atmosféricas;

b) o meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora,


destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de
valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e
as áreas de preservação permanente;
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

c) o meio sócio-econômico – o uso e ocupação do solo, os usos


da água e a sócio-economia, destacando os sítios e
monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
comunidade, as relações de dependência entre a sociedade
local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura
desses recursos.
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Exige-se que o Diagnóstico Ambiental seja a fase


primeira do EIA e do RIMA, e que esteja elaborado
a partir de duas fontes:
• tomada de dados em campo – são dados atuais
levantados com metodologia apropriada e
passíveis de serem avaliados posteriormente pelo
órgão ambiental;
• tomada de dados secundários - a segunda fonte de
informação, por exemplo, séries históricas de
dados metereológicos, hidrológicos e outros
(Secretarias de Estado, IBGE, biblioteca, museus
históricos, consulta a organizações não
governamentais, a própria comunidade)
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

Em síntese, o objetivo do diagnóstico é o


levantamento dos parâmetros do meio físico, meio
biológico e sócio-econômico, em uma área de
influência previamente determinada, a fim de se
conhecer a situação ambiental atual. Servirá,
portanto, como base para estudar as diversas
implicações que advirão da atividade em questão.
MEDIDAS MITIGADORAS

Medidas mitigadoras e/ou minimizadoras são aquelas


capazes de diminuir o impacto negativo, ou mesmo
sua gravidade, não compensando danos. Este
último, seria utilizado em última instância, quando
não houvesse forma de minimizar. De maneira
simples, pode-se exemplificar esta medida através
de ações já adotadas, como reassentamento de uma
comunidade diretamente afetada por um
empreendimento de grande porte.
MEDIDAS MITIGADORAS
(exemplos)

EXEMPLOS DE MEDIDAS MITIGADORAS

IMPACTO NEGATIVO FASE MEDIDAS


MITIGADORAS
Com o enchimento do Implantação Abertura do canal de fundo
reservatório, haverá prejuízo periodicamente, a fim de
da qualidade da água, pois o evitar a eutrofização e o
tempo de residência é alto, aumento desenfreado de
mais de 6 meses e a macrofitas.
profundidade média é de 6,2
m.

Corte raso de mata nativa em Construção Mudança no eixo da


excelente situação barragem, diminuição da cota
conservacionista. de inundação.

Inundação de um Construção Reassentamento da


povoamento. comunidade, com suas
exigências econômicas,
sociais e culturais.
MEDIDAS MITIGADORAS

É importante se considerar que dificilmente


há ações possíveis de mitigar impactos
negativos sobre o meio biológico, a não ser
que sejam atendidas determinadas
exigências já na fase de planejamento. Caso
não seja possível atender a este aspecto,
passa-se a determinar medidas de
compensação. Para o corte total da mata
nativa, acima citado, poder-se-ia adotar como
medida compensatória a compra de uma
área próxima, de igual valor conservacionista.
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL

O RIMA foi instituído pelo Decreto Federal nº


88.351/83, que regulamentou a Lei nº 6938/81, e
foi objeto de deliberação do CONAMA através da
Resolução CONAMA nº 001/86. Entende-se que
com a Constituição Federal de 1988, não só o
RIMA mas todo os EIAs são obrigatoriamente
acessíveis ao público. Os processos industriais
protegidos por segredo – esses devidamente
demonstrados – não constarão desse
procedimento.
AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL (COMO
INSTRUMENTO LEGAL)

No Brasil, a opção para a aplicação da Política


Ambiental encontra-se essencialmente baseada
em dispositivos legais. A avaliação de impactos
ambientais poderia ser executada através de
mecanismos da administração pública, no
entanto, em nível nacional verifica-se que a AIA
é parte integrante dos instrumentos de política
ambiental, respaldada em diversos textos legais.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL
Atividades que correspondem às etapas do estudo:
 Descrição das ações e dos elementos do projeto e de suas
alternativas;
 A delimitação da área de influência dos impactos ambientais;
 O diagnóstico ambiental dessa área;
 A identificação dos prováveis impactos ambientais;
 A medição e a valoração desses impactos;
 A definição das medidas destinadas a mitigar os impactos
adversos;
 O programa de acompanhamento e monitoração dos impactos;
 A comparação das alternativas;
 O prognóstico da qualidade ambiental, nas diversas fases de
implantação do projeto.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO
AMBIENTAL
(síntese dos principais métodos)

É importante afirmar que não há, dentre os métodos


de AIA conhecidos, aquele que se aplique a todo e
qualquer estudo de impacto ambiental. Nem poderia
haver, por conta da variedade de sistemas
ambientais e das diversas naturezas dos
empreendimentos e seus impactos potenciais. Da
apreciação de todos os métodos conhecidos, pode-
se inferir que seus princípios auxiliam a uma ou outra
tarefa do estudo.
PARTICIPAÇÃO PÚBLICA NO PROCESSO DE AIA

A fase de comentários, bem como a audiência


pública, devem propiciar a divulgação das
informações sobre o projeto; o acesso ao processo,
a apresentação e a incorporação dos anseios e
opiniões dos interessados; e, a livre discussão sobre
o projeto e seus impacto ambientais. Esses
mecanismos representam pois, canais formais de
participação da comunidade no processo de AIA
PROCEDIMENTOS PARA DIVULGAÇÃO E
REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA

A Audiência Pública é um instrumento de participação


popular fundamental no processo de AIA, referido
nas Resoluções CONAMA 001/86 e 009/87 e cuja
realização se dá após a execução e apresentação ao
OEMA do EIA e RIMA.
SOLICITAÇÃO E REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA
PÚBLICA

Como estabelecido nas Resoluções CONAMA nº


001/86 e 009/87, sempre que julgar necessário o
OEMA promoverá a realização de audiência pública,
ou, ainda quando essa for solicitada por entidade
civil, pelo Ministério Público ou por 50 (cinqüenta) ou
mais cidadãos.

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