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Gonçalo SANTOS et al, Angio-tomografia computorizada cerebral – variações anatómicas na..., Acta Med Port.

2009; 22(2):157

ANGIO-TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA
CEREBRAL
Variações Anatómicas na Divisão Caudal da
Artéria Carótida Interna e na Artéria Basilar

CEREBRAL COMPUTED ANGIOTOMOGRAPHY – ANATOMICAL VARIANTS OF THE CAUDAL DIVISION


OF THE INTERNAL CAROTID ARTERY AND OF THE BASILAR ARTERY

Gonçalo SANTOS, Cátia MARQUES, Sara PEREIRA, Tiago PARREIRA, Fátima RIO, Egídio MACHADO
G.S., C.M., S.P., T.P., F.R., E.M.: Serviço de Neurorradiologia. Hospitais da Universidade de Coimbra. Coimbra

Introdução: A angio-TC cerebral é uma técnica não invasiva, que possibilita a obten-
ção de imagens com alta resolução espacial, sendo cada vez mais um método de
primeira escolha para a detecção de patologia vascular. Para além disso evidencia de
forma precisa a anatomia vascular e as variações respeitantes à forma e simetria do
Polígono de Willis. A artéria comunicante posterior e o segmento P1 constituem a
divisão caudal da artéria carótida interna, comunicando com o topo da artéria basilar.
Estas artérias estão sujeitas a variantes anatómicas que incluem agenesia e hipoplasia,
bem como variações na fusão da artéria basilar.
Objectivos: Caracterizar de forma ilustrativa a anatomia da divisão caudal da artéria
carótida interna e a artéria basilar, com o intuito de conhecer as variantes anatómicas
mais frequentes em angio-TC.
Metodologia: Estudo retrospectivo das angio-TCs cerebrais realizadas em 2008 nos
HUC, no aparelho TC-Lightspeed GE (64 cortes), excluindo doentes com antecedentes
cirúrgicos vasculares cerebrais.
São demonstradas em reconstruções 3D algumas das variantes anatómicas encon-
tradas.
Resultados: Foram avaliados 68 exames; a presença de hemorragia cerebral constituiu
o motivo mais frequente da sua realização (30,8 %). Encontrou-se patologia vascular
em 51,5% dos doentes. A variante anatómica mais comum foi a origem fetal das artérias
cerebrais posteriores (39,7%). Encontraram-se fenestrações da artéria basilar em 11,8%
dos casos. Em 48,5% dos pacientes, o topo da basilar possuía uma fusão do tipo cra-
nial. Verificou-se assimetria do calibre dos segmentos P1 em 27,9%.
Conclusão: Os resultados obtidos confirmaram a variabilidade anatómica da divisão
caudal da artéria carótida interna e da artéria basilar. Encontrou-se uma frequência ele-
vada de origem fetal da artéria cerebral posterior e de fenestração da artéria basilar,
comparativamente ao descrito na literatura, o que poderá estar relacionado com a fre-
quência elevada de patologia vascular na população estudada. A angio-TC cerebral
demonstrou de forma eficiente a anatomia vascular.

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