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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIA - CTG

DISCIPLINA DE ECOLOGIA E CONTROLE DA POLUIÇÃO

ESTUDO DO CONTROLE DA POLUIÇÃO NO PROCESSO DE FABRICAÇÃO DA


METALURGIA DO PÓ

RELATÓRIO NO 3

Alunos: Ayhara Flôr Ferrão Coutinho


Eduardo Antônio Contin
Gustavo Bezerra Duarte
Márcio Thyalles

Professores: Ivan Vieira de Melo


Paulo Tadeu Gusmão
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental
Recife, 5 de Junho de 2009
Índice

Conteúdo
Introdução.................................................................................................... 4
Fluxograma:................................................................................................. 5
Processos:.................................................................................................... 6
Descrição dos Processos....................................................................................7
Atomização............................................................................................. 7
Redução................................................................................................. 7
CIP....................................................................................................... 7
HIP....................................................................................................... 7
Descrição dos Processos (continuação)..................................................................8
Sinterização............................................................................................ 8
Laminação.............................................................................................. 8
Detalhamento dos Processos..............................................................................9
Atomização............................................................................................. 9
Redução................................................................................................ 10
CIP...................................................................................................... 11
HIP...................................................................................................... 12
Laminação.............................................................................................13
Sinterização........................................................................................... 14
Especificações Técnicas Típicas.........................................................................15
Pó de ferro (Atomização)...........................................................................15
Pó de Ferro (Redução)...............................................................................15
Compactado Verde (HIP) – Diversas Ligas.........................................................16
Laminação (Ni)........................................................................................ 17
Laminação (Co).......................................................................................18
Laminação (Fe).......................................................................................19
Sinterização (Diversos materiais)..................................................................19
Sinterização (Continuação).........................................................................20
Sinterização (Continuação).........................................................................20
Estudo de Viabilidade.....................................................................................23
Produtividade.........................................................................................23
Qualidade.............................................................................................23

2|Página
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental
Sócio-Ambiental......................................................................................23
Inovação...............................................................................................23
Flexibilidade..........................................................................................23
Análises Sócio-Ambientais................................................................................24
Análise de Subprodutos Tóxicos do Processo.....................................................24
Análise de Impacto Ambiental Provocado por Insumos do Processo..........................25
Análise de Impacto Ambiental Provocado por Insumos do Processo (Continuação)........26
Sistema Ciência X Tecnologia X Mercado X Sócio-Ambiental X Pessoas...........................27
Ciência.................................................................................................28
Análise Termodinâmica do Processo....................................................................29
Introdução............................................................................................. 29
Análise da Degradação Energética.................................................................29
Reciclagem............................................................................................30
Matérias-Primas (renováveis ou não).............................................................30
Sucessão Ecológica...................................................................................30
Amplificação Biológica..............................................................................30
Interações com Ciclos Biogeoquímicos.................................................................31
Ciclo da Água.........................................................................................31
Ciclo do Enxofre......................................................................................31
Ciclo do Carbono.....................................................................................31
Ciclo do Nitrogênio..................................................................................31
Legislação Vigente......................................................................................... 32
Poluição..................................................................................................... 33
Do Solo................................................................................................. 33
Da Atmosfera......................................................................................... 33
Da Água................................................................................................ 33
Considerações Finais......................................................................................34
Bibliografia.................................................................................................35

3|Página
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Introdução

Para fazer a análise de qualquer processo, faz-se necessário adotar-se uma


metodologia. Tendo isso em vista, procederemos, no correr deste relatório, da seguinte
maneira: Iniciaremos descrevendo o processo num contexto sócio-ambiental, tal como é
concebido, atualmente, com um claro foco em questões econômicas e ambientais (nos
concentraremos, também, na fabricação de componentes automotivos, como rodas e
elementos de carroceria e estruturais). Posteriormente, passaremos a discutir possíveis
mudanças que viabilizariam um melhor desenvolvimento sustentável.
Esquematicamente:

1) Fluxograma, Descrição de Subprodutos, Descrição dos Processos;


2) Detalhamento dos Processos;
3) Especificações Técnicas Usuais;
4) Contexto
a. Análise Econômica do processo da Metalurgia do Pó atual;
b. Impactos Ambientais:
i. Por Subprodutos;
ii. Por Insumos;
c. Análise do Sistema Ciência X Tecnologia X Mercado X Sócio-Ambiental X
Pessoa para a Metalurgia do Pó (sob a ótica da Ciência);
5) Análise Termodinâmica;
6) Interações com Ciclos Biogeoquímicos;
7) Leis Ambientais;
8) Poluentes;
9) Considerações Finais;

4|Página
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Introdução

Fluxograma:

Legenda:

Matéria Prima Processos Insumos Subprodutos

Excetuando as especificações técnicas dos processos, todo o conteúdo desse


trabalho foi redigido por seus integrantes, não houve cópia literal de nenhuma fonte, e
toda informação aqui escrita é resultado de diversas fontes, além de prévios
conhecimentos dos participantes desse trabalho. Vê-se, portanto, a impossibilidade de
citar fontes pontuais durante o trabalho.

5|Página
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Processos:

Metal Bruto

Atomização Ar ou Água CO ou H2 Redução

Pó de Metal

CIP HIP Laminação

Água Fria Água Quente

Compactado Verde

Sinterização Aquecimento

Produto Final

6|Página
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Ar dos
Descrição ou Água contaminada por metais pesados
Processos CO2 + H2O +CO Contaminados

Atomização Redução

Redução
Processo através do qual se obtém pó de certo metal. É caracterizado pelo ataque de óxidos do metal por CO ou

Água Fria não Tratada Água Quente não Tratada

CIP HIP

7|Página
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Descrição dos Processos (continuação)

Laminação Sinterização
Processo através do qual se obtém o Processo através do qual se obtém a peça
“Compactado Verde” em forma de chapa. procurada. É caracterizado por um
É caracterizado por dois grandes cilindros aquecimento do compactado verde entre
compactadores entre os quais o pó do 70% e 90% da temperatura de fusão do
metal é submetido a altas pressões. Ver metal ou liga trabalhado, sob atmosfera
esquema abaixo: controlada.

8|Página
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Detalhamento dos Processos

Atomização

1) Entradas:
a. Listagens:
i. Matérias Primas: METAL FUNDIDO;
ii. Insumos: ÁGUA E/OU AR (GÁS INERTE);
iii. Energia: TÉRMICA E ELÉTRICA;
b. Especificações Técnicas:
i. Metal Fundido: GRAU DE PUREZA VARIÁVEL COM A APLICAÇÃO;
ii. Água e/ou Ar: ÁGUA FILTRADA (BAIXO TEOR DE IMPUREZAS, BAIXO
TEOR DE SUBSTÂNCIAS OXIDATIVAS), AR TRATADO CONFORME
METAL A SER UTILIZADO (NO CASO DO FERRO, COM BAIXA
PRESENÇA DE ELEMENTOS OXIDATIVOS, COMO O O2);
c. Taxas Típicas de Uso:
i. Metal Fundido: DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO VOLUME DA
PEÇA, TENDO EM VISTA A DENSIDADE FINAL PRETENDIDA;
ii. Água e/ou Ar: CONSUMO BAIXÍSSIMO, TAXAS DESPREZÍVEIS;
iii. Energia: AQUELA NECESSÁRIA PARA FUNDIR O METAL (DEPENDE
DIRETAMENTE DO METAL SELECIONADO). A ENERGIA NECESSÁRIA
PARA ATOMIZAR, PROPRIAMENTE, O METAL APRESENTA TAXAS
DESPREZÍVEIS;
2) Saídas
a. Listagens:
i. Produtos: PÓ DE METAL;
ii. Subprodutos: ÁGUA CONTAMINADA (NA FORMA DE VAPOR,
PREDOMINANTEMENTE);
b. Especificações Técnicas:
i. Pó de Metal: DIRETAMENTE DEPENDENTE DAS ESPECIFICAÇÕES DO
PRODUTO FINAL;
ii. Água Contaminada: CONCENTRAÇÃO ALTAMENTE VARIÁVEL DE
CONTAMINAÇÃO POR METAIS (AQUELES PRESENTES NO METAL
FUNDIDO);

9|Página
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Redução

1) Entradas:
a. Listagens:
i. Matérias Primas: MAGNETITA;
ii. Insumos: COQUE, CALCÁRIO;
iii. Energia: TÉRMICA E ELÉTRICA;
b. Especificações Técnicas:
i. Magnetita: GRAU DE PUREZA ALTO;
ii. Coque: PADRÃO;
iii. Calcário: PADRÃO;
c. Taxas Típicas de Uso:
i. Magnetita: DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO VOLUME DA PEÇA,
TENDO EM VISTA A DENSIDADE FINAL PRETENDIDA;
ii. Coque: MISTURA DE 85% DE COQUE PARA 15% DE CALCÁRIO,
SUFICIENTES PARA MANTER UM FORNO À TEMPERATURA DE 1260°C
NECESSÁRIO AO PROCESSO;
iii. Calcário: MISTURA DE 85% DE COQUE PARA 15% DE CALCÁRIO;
iv. Energia: ELÉTRICA SUFICIENTE PARA MOVIMENTAR ESTEIRAS E
IGNIÇÃO DO FORNO DE REDUÇÃO;
2) Saídas
a. Listagens:
i. Produtos: PÓ DE METAL;
ii. Subprodutos: CO2 E CO (FULIGEM E OUTROS SUBPRODUTOS DE
COMBUSTÃO);
b. Especificações Técnicas:
i. Pó de Metal: DIRETAMENTE DEPENDENTE DAS ESPECIFICAÇÕES DO
PRODUTO FINAL;

10 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

CIP

11 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

1) Entradas:
HIP a. Listagens:
i. Matérias Primas: PÓ DE METAL;
ii. Insumos: FLUIDO DE COMPRESSÃO;
iii. Energia: NECESSÁRIA À PRESSURIZAÇÃO;
b. Especificações Técnicas:
i. Pó de Metal: POUCAS IMPUREZAS NÃO METÁLICAS (QUE
DIFICULTAM A SINTERIZAÇÃO); TAMANHO E FORMA DAS
PARTÍCULAS DEPENDENTES DAS CARACTERÍSTICAS PRETENDIDAS
PARA O PRODUTO FINAL;
ii. Fluido de Compressão: ALTA RESISTÊNCIA À PRESSÃO E BAIXO
PODER OXIDATIVO;
c. Taxas Típicas de Uso:
i. Pó de Metal: DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO VOLUME DA PEÇA,
TENDO EM VISTA A DENSIDADE FINAL PRETENDIDA;
ii. Fluido de Compressão: CONSUMO BAIXÍSSIMO, TAXAS DESPREZÍVEIS
(O FLUIDO PODE SER REAPROVEITADO ATÉ SUA EXAUSTÃO);
iii. Energia: DIRETAMENTE DEPENDENTE DO PRODUTO FINAL BUSCADO:
DIFERENTES COMPACTADOS VERDES REQUEREM DFERENTES
PRESSÕES;
2) Saídas
a. Listagens:
i. Produtos: COMPACTADO VERDE;
ii. Subprodutos: FLUIDO DE COMPRESSÃO (POSSIVELMENTE ÁGUA);
b. Especificações Técnicas:
i. Compactado Verde: DIRETAMENTE DEPENDENTE DAS
ESPECIFICAÇÕES DO PRODUTO FINAL;
ii. Fluido de Compressão: DIFERENTES COMPOSIÇÕES QUÍMICAS, EM
GERAL ARTIFICIAIS E COM NECESSIDADE DE TRATAMENTO (CASO
SEJA UTILIZADA A ÁGUA, ESTA ESTARÁ CONTAMINADA POR
ADITIVOS, ALÉM DE ESTAR EM TEMPERATURA DIFERENTE DA
NATURAL E TERÁ SOFRIDO DE ALTAS PRESSÕES, O QUE ALTERA A
SUA SOLUBILIDADE GASOSA E, PORTANTO SUAS PROPRIEDADES
QUÍMICAS);

12 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

1) Entradas:
a. Listagens:
i. Matérias Primas: PÓ DE METAL;
ii. Insumos: FLUIDO DE COMPRESSÃO;
iii. Energia: NECESSÁRIA À PRESSURIZAÇÃO;
b. Especificações Técnicas:
i. Pó de Metal: POUCAS IMPUREZAS NÃO METÁLICAS (QUE
DIFICULTAM A SINTERIZAÇÃO); TAMANHO E FORMA DAS
PARTÍCULAS DEPENDENTES DAS CARACTERÍSTICAS PRETENDIDAS
PARA O PRODUTO FINAL;
ii. Fluido de Compressão: ALTA RESISTÊNCIA À PRESSÃO E BAIXO
PODER OXIDATIVO;
c. Taxas Típicas de Uso:
i. Pó de Metal: DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO VOLUME DA PEÇA,
TENDO EM VISTA A DENSIDADE FINAL PRETENDIDA;
ii. Fluido de Compressão: CONSUMO BAIXÍSSIMO, TAXAS DESPREZÍVEIS
(O FLUIDO PODE SER REAPROVEITADO ATÉ SUA EXAUSTÃO);
iii. Energia: DIRETAMENTE DEPENDENTE DO PRODUTO FINAL BUSCADO:
DIFERENTES COMPACTADOS VERDES REQUEREM DFERENTES
PRESSÕES;
2) Saídas
a. Listagens:
i. Produtos: COMPACTADO VERDE;
ii. Subprodutos: FLUIDO DE COMPRESSÃO (POSSIVELMENTE ÁGUA);
b. Especificações Técnicas:
i. Compactado Verde: DIRETAMENTE DEPENDENTE DAS
ESPECIFICAÇÕES DO PRODUTO FINAL;
ii. Fluido de Compressão: DIFERENTES COMPOSIÇÕES QUÍMICAS, EM
GERAL ARTIFICIAIS E COM NECESSIDADE DE TRATAMENTO (CASO
SEJA UTILIZADA A ÁGUA, ESTA ESTARÁ CONTAMINADA POR
ADITIVOS, ALÉM DE ESTAR EM TEMPERATURA DIFERENTE DA
NATURAL E TERÁ SOFRIDO DE ALTAS PRESSÕES, O QUE ALTERA A
SUA SOLUBILIDADE GASOSA E, PORTANTO SUAS PROPRIEDADES
QUÍMICAS);

13 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Laminação
1) Entradas:
a. Listagens:
i. Matérias Primas: PÓ DE METAL;
ii. Energia: NECESSÁRIA À MOVIMENTAÇÃO DA PRENSA;
b. Especificações Técnicas:
i. Pó de Metal: POUCAS IMPUREZAS NÃO METÁLICAS (QUE
DIFICULTAM A SINTERIZAÇÃO); TAMANHO E FORMA DAS
PARTÍCULAS DEPENDENTES DAS CARACTERÍSTICAS PRETENDIDAS
PARA O PRODUTO FINAL;
c. Taxas Típicas de Uso:
i. Pó de Metal: DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO VOLUME DA PEÇA,
TENDO EM VISTA A DENSIDADE FINAL PRETENDIDA;
ii. Energia: DIRETAMENTE DEPENDENTE DO PRODUTO FINAL BUSCADO:
DIFERENTES COMPACTADOS VERDES REQUEREM DFERENTES
PRESSÕES; NECESSÁRIA À MOVIMENTAÇÃO DA PRENSA;
2) Saídas
a. Listagens:
i. Produtos: COMPACTADO VERDE;
b. Especificações Técnicas:
i. Compactado Verde: DIRETAMENTE DEPENDENTE DAS
ESPECIFICAÇÕES DO PRODUTO FINAL;

14 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Sinterização

1) Entradas:
a. Listagens:
Especificações Técnicas Típicas
i. Matérias Primas: COMPACTADO VERDE;
Pó de ferro (Atomização)
ii. Energia: NECESSÁRIA AO AQUECIMENTO;
b. Especificações Técnicas:
i. Compactado Verde: DIRETAMENTE DEPENDENTE DO PRODUTO
FINAL QUE SE PRETENDE OBTER;
c. Taxas Típicas de Uso:
i. Compactado Verde: DIRETAMENTE PROPORCIONAL AO VOLUME DA
PEÇA;
Pó de Ferro (Redução)
ii. Energia: DIRETAMENTE DEPENDENTE DO MATERIAL UTILIZADO NO
COMPACTADO VERDE; ELEMENTOS DIFERENTES, COM POROSIDADES
DIFERENTES REQUEREM DIFERENTES TEMPERATURAS DE
SINTERIZAÇÃO;
2) Saídas
a. Listagens:
i. Produtos: PEÇA FINAL;
b. Especificações Técnicas:
i. Peça Final: DIRETAMENTE DEPENDENTE DAS ESPECIFICAÇÕES DO
PRODUTO FINAL;

15 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Compactado Verde (HIP) – Diversas Ligas

16 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Laminação (Ni)

17 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Laminação (Co)

18 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Laminação (Fe)

Sinterização (Diversos materiais)

19 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental
Sinterização (Continuação)

20 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

21 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

22 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

23 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

24 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

* Todos os dados desta sessão foram retirados de “Metals--


Handbooks, manuals, etc. I. American Society for Metals.
Handbook Committee”

Estudo de Viabilidade

Produtividade Qualidade
Necessita de uma estrutura muito grande Produz peças com alto nível de
para obter uma alta produção. De acabamento, reduzindo ou até mesmo
maneira geral apresenta produtividade eliminando a necessidade de usinagem
bastante reduzida em relação à posterior. Também é capaz de produzir
metalurgia convencional. peças de ligas “exóticas”, proporcionando
grande flexibilidade com relação a
aspectos como dureza e resistência do
produto final.

25 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Análises Sócio-Ambientais

Análise de Subprodutos Tóxicos do Processo

e ao processo, pois tal tipo de contaminação é extremamente prejudicial à saúde humana. Além disso, se a água utilizada no process

Flexibilidade Inovação
O processo é passível de sofrer alterações A partir desse processo torna-se possível a
rápidas. No seu início, durante a etapa de utilização de ligas com metais de altíssimo
pulverização do metal, pode-se ponto de ebulição, como tungstênio e
facilmente alterar os metais empregados, molibdênio. Além disso, esse processo não
de forma a obter peças com só permite a fabricação de peças
características diferentes. No processo de cerâmicas ou cerâmico-metálicas como
formação do compactado verde, pode-se também permite a obtenção de peças
alterar a matriz para produzir mudança porosas. Ademais, graças a possibilidade
na forma final do produto. de criação de poros, podemos obter peças
Posteriormente,
, que são incapazes de transportar O2no processopor
e acabam de promover, rapidamente,
de ligas resistentes
morte por easfixia)
também bastante
além de ser um dos principais gerado
sinterização, pequenas alterações no leves, que são atrativo para a indústria
tempo e temperatura de sinterização automobilística.
alteram características como densidade e
porosidade da peça.

Sócio-Ambiental
A priori, esse processo leva ao extremo a
economia de material, pois não há
formação de cavaco. Isso promove certo
ganho ambiental, uma vez que há
gua do CIP é contaminada.
sensívelAdemais, a água
diminuição dos utilizada nesse processo é submetida a baixas temperaturas e altas pressões, que alteram
subprodutos
formados. Entretanto, há muitos aspectos
a serem analisados, como consumo de
energia e produção de poluentes líquidos
e gasosos, que serão analisados
posteriormente em uma seção específica
para esse tema.
antes e anti-corrosivos. Além disso, ela é submetida a altas temperatura e pressão, o que também altera suas propriedades. Dessa for

26 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Análise de Impacto Ambiental Provocado por Insumos do Processo

27 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Análise de Impacto Ambiental Provocado por Insumos do Processo


Matéria-Prima
(Continuação)
A matéria-prima da metalurgia do pó é, como era de se esperar, metal bruto. Como tal, é
um recurso mineral esgotável proveniente da mineração e, posteriormente, de um
processo de beneficiamento, como a siderurgia (Ferro) ou eletrólise (Alumínio). Tais
HIP
processos têm, como produto final, o metal agregado, em forma de tarugos, lingotes,
vergalhões ou chapas
Produz sensível impactoque, para a metalurgia
ambiental, do pó,
pois precisa, alémdeverão ser pulverizados.
das correções Talaocadeia
necessárias CIP,
émaior
altamente
rigidezimprodutiva,
com o controlepoisdeo “dureza
processodadeágua”,
pulverização reduzacúmulo
para evitar o valor do
de metal, já que
carbonatos nas
nessa formada
tubulações tem serventia
caldeira apenaspara
utilizada paraaquecimento
o nosso processo.
d’águaDessa forma, deve-se
(minimizando procurar
riscos de
uma alternativa
explosão). Além economica e sócio-ambientalmente
disso, há sérios impactos envolvidosmaiscom viável. Isso será
esse processo deproposto mais
aquecimento:
adiante, no decorrer
Os combustíveis deste em
utilizados relatório.
caldeira são, normalmente, carvão, gás natural ou
derivados do petróleo. Todos esses produzem elevadas quantidades de CO 2, além de CO,
SO2, SO3, NO2 e NO3, sendo os quatro últimos alguns dos principais efluentes gasosos
responsáveis pelo fenômeno conhecido como a chuva ácida.
Atomização
No caso da utilização de ar, esse deve ser previamente pressurizado e tratado, para
minimizar a presença de gases oxidantes, como o O2. A água também deve ser
dessalinizada para obter-se um menor potencial oxidativo. Tais processos demandam uma
quantidade relativamente grande de energia. Dessa forma, num país cuja infra-instrutora
energética é baseada em processos de alto impacto ambiental, como termoelétricas e
hidroelétricas (ressaltando dessas o impacto promovido pelas inundações decorrentes de
suas barragens) a produção desses insumos acarreta, indiretamente, em grandes
alterações ambientais.

Redução
Esse processo, por utilizar CO ou H2, causa grandes impactos ambientais para a produção
desses insumos. No caso do CO, apesar de ser facilmente produzido, necessita de queima
de carvão sob atmosfera controlada, com baixo teor de O 2. Isso reflete em consumo de
carvão (produto que é, normalmente, “ecologicamente incorreto”) além de fuligem, que
é extremamente poluente. Já no caso do H2, sua produção necessita de quantidades
elevadíssimas de energia elétrica. Além disso, por seu transporte ser muito complicado
(necessita de transporte especial, devido a risco de explosões; é transportado em grandes
cilindros metálicos, de elevada massa) demanda alto consumo de combustível por parte
dos veículos envolvidos nesse translado. Não bastasse isso, sua utilização em plantas
fabris requer investimentos pesados em tubulações, dado o elevado risco de vazamento
envolvido na utilização desse gás. Isso, em última instância, demanda alto consumo de
materiais como metais, que tiveram processos metalúrgicos e siderúrgicos (poluentes)
envolvidos na sua obtenção.

CIP
Tem baixo impacto ambiental com relação a insumos: Utiliza água fria, que pode ser
captada diretamente e sofrer apenas pequenas correções, associadas à diminuição da
concentração de íons sódio (que promovem a “dureza da água”), correções de pH e,
opcionalmente, adição de anti-corrosivos para evitar danos no equipamento utilizado.

28 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Sistema Ciência X Tecnologia X Mercado X Sócio-Ambiental X Pessoas

29 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Ciência

Ciência

Representada pelo conhecimento na área de sinterização, promoveu um grande


desenvolvimento tecnológico, principalmente na área de materiais, pois possibilitou a
fabricaçãoSócio-Ambiental
de peças de ligas de altíssimo ponto de fusão sem necessidade
Pessoas Tecnologia de um processo
de fundição. Além disso, possibilitou a fabricação de metais porosos, outra grande
revolução tecnológica, se não mencionarmos o surgimento de ferramentas como as
pastilhas de metal duro e ferramentas cerâmicas.

Tais avanços tecnológicos foram capazes de promover grandes mudanças no


Mercado. Pode-se afirmar isso tendo Mercado
em vista que essas tecnologias provenientes da
ciência da sinterização promoveram o surgimento, no Mercado, de peças com alto nível de
acabamento, fabricadas com ligas “exóticas” ou mesmo cerâmicas, que apresentavam
características extremamente flexíveis de dureza, maleabilidade, densidade, tenacidade,
resistência a compressão, resistência a tensões cisalhantes, plasticidade, a um preço, se
não barato, ao menos bastante competitivo, dada a vida útil maior dessas peças.
Ademais, com o surgimento das ferramentas cerâmicas, a usinagem de grande escala
ganhou uma forte aliada na questão de altas velocidades de corte e dureza, o que reduziu
muito o custo de fabricação de certas peças. Isso favorece o ramo econômico do
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.

Para
Já comum bom às
relação entendimento
questões de da questão
âmbito do Desenvolvimento
Sócio-Ambiental, podemos Sustentável,
afirmar que oé
importante o entendimento do esquema acima: Vamos analisá-lo sob o ponto de vista de
processo da metalurgia do pó apresenta sensíveis avanços com relação aos processos da
ciência paracomum:
metalurgia o processo da metalurgia
enquanto do pó. Para
na metalurgia tanto,
comum a inicialmente
usinagem é vamos identificar
um processo quaseos
elementos do esquema:
sempre indispensável, normalmente peças sinterizadas não necessitam desse processo
para manufatura de seus produtos. Ambientalmente, isso representa uma economia de
1) Ciência: Proporcionou-nos o entendimento da sinterização;
inúmeras toneladas de cavaco que deixam de ser fabricadas e rejeitadas, o que reduz a
2) Tecnologia: Fornece-nos os processos de fabricação (HIP, CIP, etc.);
demanda pelo metal bruto. Além disso, a durabilidade de peças sinterizadas, em
3) Mercado: Para focalizar nosso estudo, restringiremos ao mercado automotivo;
ambientes agressivos (como engrenagens e peças do motor), é bem maior que a de peças
4) Sócio-Ambiental: Relaciona-se aos impactos e benefícios gerados pelo processo;
fabricadas por outros processos mais comuns. Também vale citar as peças porosas, que
5) Pessoas: Mão de obra do processo, consumidores intermediários e finais, população
muitas vezes podem ter características auto-lubrificantes, economizando, portanto,
afetada pela presença da indústria.
muitos litros de óleos. Dessa forma, o ramo Ambiental do DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL Partindo,
fica fortalecido.
agora, do conhecimento desses, faremos as relações entre eles
durante o resto do trabalho.
Todas essas mudanças, advindas da sinterização, promoveram alterações muito
significativas na vida das pessoas: Em termos de ciência, criou um novo campo de pesquisa
para os cientistas; Em termos de tecnologia, possibilitou a engenheiros a criação de novas
soluções em termos de peças e materiais; Em termos de mercado, possibilitou a criação
de novos empreendimentos, que beneficiaram empresários, além de novos métodos
produtivos, que favoreceram aos operários, e, por fim, o surgimento de novos produtos de
maior qualidade com preços razoáveis, que apoiaram os consumidores; Em termos de
questões sócio-ambientais, possibilitou uma severa diminuição do consumo de metais,
além da produção de cavaco. Assim, o ramo social do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
fica fortalecido.

30 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Análise Termodinâmica do Processo

Introdução
Nessa seção, nos preocuparemos em analisar o processo tendo em vista conceitos como
DEGRADAÇÃO DA ENERGIA, “TEIA ALIMENTAR” (sob o ponto de vista da AMPLIFICAÇÃO
BIOLÓGICA), SUCESSÃO ECOLÓGICA, entre outros. Dessa forma, tentaremos avaliar os
custos energéticos deles, para podermos aplicar conceitos como RECICLAGEM e PRODUTOS
RENOVÁVEIS ou NÃO RENOVÁVEIS.

31 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Análise da Degradação Energética

Fundamentalmente, o processo de metalurgia do pó pode ser descrito pela


seguinte seqüência: obtenção do pó metálico, formação do compactado verde,
sinterização. Analisaremos cada um desses.

Na obtenção do pó metálico, visando os processos contemplados nesse projeto,


temos, basicamente, duas possíveis matérias-primas: O minério de ferro e metal bruto.
Energeticamente, o primeiro acumula menos trabalho, por se tratar de produto obtido
diretamente da natureza (de minas). De fato, o processo de obtenção do metal bruto
(siderurgia), em muito se assemelha ao processo de redução do minério para obtenção
de pó que analisamos. Assim, o processo de redução apresenta um menor gasto
energético, apesar de degradá-la.

Já na formação do compactado verde, verificamos acúmulos e degradações de


energia bastante diferentes para cada processo, devido aos diferentes produtos finais
que se propõe produzir. Assim, observamos um acúmulo de energia no processo CIP
menor do que no HIP, já que o segundo envolve, além do aumento de pressão, um
aumento de temperatura. Já a laminação envolve níveis variáveis de consumo de
energia, o que torna difícil sua análise. Em termos de degradação de energia, os
processos são equivalentes.

No processo de sinterização observamos o maior acumulo/degradação de energia


do processo: nele, energia térmica é convertida em ligações químicas, que são uma
forma altamente organizada de energia.

32 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Interações com Ciclos


Amplificação Biogeoquímicos
Biológica
Podemos fazer um paralelo desse conceito com o nosso processo, da seguinte
forma: Da mesma forma que, em uma cadeia alimentar, energia e elementos nocivos se
Ciclo da Água
concentram com o passar dos níveis tróficos, no nosso processo, a poluição envolvida em
Esse
cada peça deciclo
cadasofre interferência
processo se acumuladeaté
qualquer atividade
o produto que exemplo,
final (por polua água.
umLogo,
carroaé
metalurgia
formado pordo pó afeta
várias o que
peças grande ciclo da
geraram água, pois
poluição altera
na sua a composição química natural
fabricação).
dos rios, mudando propriedades como taxa de evaporação, além de interferir com fatores
bióticos, imprescindíveis a esse ciclo, sob a ótica da transpiração vegetal e animal.

Sucessão Ecológica
Fazendo um paralelo com o processo estudado, podemos entender as indústrias
produtoras de metais a partir de minério como a comunidade pioneira, seguida por
indústrias produtoras de peças como comunidade intermediária e, finalmente, a indústria
automobilística (por exemplo), como comunidade clímax.

Já ao adotar a definição clássica desse conceito, podemos verificar que esse


processo não danifica, diretamente, nenhum desses níveis ecológicos. Entretanto, não
podemos esquecer que a metalurgia do pó promove demanda direta (em geral) por metais
provenientes de mineração. Esse processo, sim, provoca severos danos a todos os níveis
ecológicos, mas em especial o pioneiro, o que gera um efeito dominó de desregulamento
nos ecossistemas afetados, podendo causar, até mesmo, sua morte. Dessa forma, a
metalurgia do pó é responsável indireta por severas interferências à sucessão ecológica.

Matérias-Primas (renováveis ou não)


Os metais são matéria prima não renovável, a priori. Entretanto, possuem
características que permitem, parcialmente, uma remodelação de peças que já existiam
em novas. Além disso, a oferta de minério é enorme, e não apresenta perspectivas de
esgotamento. Assim, pode-se dizer que o metal é parcialmente renovável.

Reciclagem
Esse é, provavelmente, um dos aspectos mais interessantes desse processo de
produção: Apesar do potencial de reciclagem de seus produtos e subprodutos ser pequeno
(o que não chega a ser um problema, já que a quantidade de subprodutos formados é
muito pequena), a metalurgia do pó proporciona uma forma de reaproveitar cavaco,
subproduto fundamental dos processos de usinagem clássicos. Isso é benéfico de inúmeras
formas, pois além de ajudar o meio ambiente, à medida que se diminui a produção de lixo
industrial, é uma alternativa economicamente interessantíssima: A indústria de usinagem
clássica tem ganhos, pois é eliminada a necessidade de utilização de lugar próprio para o
descarte desses rejeitos e, além disso, como é vendido, gera retorno. Com isso, o preço do
cavaco torna-se muito interessante para a metalurgia do pó.

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Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Legislação Vigente
A Lei de Crimes Ambientais pune quem causar poluição de qualquer natureza que resulte
ou possa resultar em danos à saúde ou que provoque a mortandade de animais ou a
destruição significativa da flora.

Enquadram-se nesses casos:

 Tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para ocupação humana


Ciclo
 do Carbono
Causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea,
dos habitantes
Esse das áreas
ciclo é afetado afetadas,
diretamente ou que cause
(localmente) danos
pelo diretos
processo à saúde da
estudado. Isso se
população
verifica nas combustões, que alteram as concentrações de CO 2 e CO na atmosfera, além
 Causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento
da utilização de combustíveis fósseis, que retiram o Carbono do solo para a atmosfera.
público de água de uma comunidade
 Dificultar ou impedir o uso público das praias
 Lançar resíduos sólidos, líquidos ou gasosos ou detritos, óleos ou substâncias
oleosas em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos
Ciclo
 do Enxofre
Deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de
precaução em casoé,
O ciclo do enxofre deatualmente,
risco de dano
umambiental
dos mais grave ou irreversível.
afetados pelas mais diversas
atividades produtivas dependentes de combustão. A metalurgia do pó, nesse caso, não é
Alguns casos especiais:
exceção: Ao queimar combustíveis fósseis, libera gases como SO 2 e SO3 que, quando
submetidos a descargas elétricas (comuns nas altas camadas da atmosfera) transformam-
 Executar pesquisa, lavra ou extração de resíduos minerais sem autorização,
se em SOpermissão,
3 o qual quando combinado
concessão à água
ou licença ou da
emchuva promove
desacordo com aa formação
obtida de H 2SO4,
abaixando o pH daprocessar,
 Produzir, chuva (gera chuva ácida).
embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer,
transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância
tóxica, em desacordo com a lei.
 Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar estabelecimentos, obras
Análise ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização ou
Ciclo do Nitrogênio
contrariando as normas legais e regulamentos 
 Como exceção
Conduzir, em relação
permitir aos outros
ou autorizar ciclos, esse
a condução sofre pouca
de veículo interferência
automotor do
em desacordo
processo. Isso se verifica à proporção que as poucas influências se referem a alteração do
habitat (solo) habitado pelas bactérias nitrificantes. As plantas noduladas praticamente
não são afetadas pelo processo.

34 | P á g i n a
Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

O respeito às leis ambientais, hoje, representa não apenas responsabilidade sócio-


ambiental, como também necessidade de sobrevivência para qualquer empresa. Isso pode
ser afirmado tendo em vista as pesadas penalidades associadas ao seu descumprimento.

Tome-se, por exemplo, uma pequena empresa prestadora de serviços automotivos


(como troca de óleo). As multas associadas com o descarte indevido do óleo em
mananciais, por exemplo, podem chegar a atingir valores algumas vezes maiores que o
faturamento de um ano inteiro dessa empresa. Tal tipo de fato “obriga” as empresas a se
adequar as leis ambientais, como forma de sobrevivência.

Ao se analisar uma empresa maior, do setor produtivo (como uma empresa


utilizadora da tecnologia da metalurgia do pó, foco desse trabalho), as conseqüências
podem ser ainda mais graves: em geral, as multas têm valor diretamente proporcional ao
tamanho do impacto ambiental produzido, e, em empresas de grande porte, esses
impactos são, normalmente, grandes. Desse modo, a aplicação de multe também pode
promover o fechamento da indústria, refletindo em um grande impacto social para a
região ocupada por essa empresa, pois gerará desemprego e, por conseguinte, uma
instabilidade econômica local.

Desse modo, pode-se concluir que o respeito às leis ambientais é fundamental à


sobrevivência de qualquer empresa, seja ela de pequeno ou grande porte.

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Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Poluição
Da Água
A água, no nosso processo, sofre com poluição Física e Química, mas pouco com
Biológica.

No caso da química, há produção de água contaminada por metais pesados, óleos e


aditivos, que alteram as propriedades naturais da água, como pH, salinidade, tensão
superficial, entre outros.

Quanto aos aspectos físicos da água, a presença dos supracitados óleos e aditivos
alteram, sensivelmente, a turbidez, cor e gosto. Além disso, o HIP é provoca,
notadamente, um aumento da temperatura da água que retornará aos rios.

Quanto ao aspecto biológico, há pouco (ou quase nenhum) risco de problemas


como a eutrofização da água, ou o aumento da população de algas por acúmulo de
matéria orgânica, uma vez que essa não participa nem como entrada nem saída de
nenhuma etapa desse processo.

Da Atmosfera
A metalurgia do pó pode ser responsabilizada, quanto à poluição da atmosfera,
pela produção de poluição sonora, pela produção de gases de efeito estufa, além de
promover a chuva ácida.

Quanto ao ruído provocado pelo processo, apesar de não ser demasiado no


exterior da indústria, faz-se necessário que seus funcionários utilizem protetores
auriculares, para evitar danos à sua audição.

Já em se tratando de gases de efeito estufa, como nossa indústria utiliza


processos de combustão, produz-se elevadas quantidades de CO 2, o que promove a
intensificação do efeito estufa.

Em relação à chuva ácida, nosso processo, ao realizar combustões, produz gases


como o SO2 e óxidos de nitrogênio (NOx). Esses gases são vastamente conhecidos por
promover o abaixamento do pH da chuva, já que se transformam em ácidos na atmosfera.

Do Solo
Nosso processo polui o solo, quase que somente, por processos indiretos, como a
chuva ácida e conseqüência da água poluída. Como exceção, temos poluentes diretos de
pequena expressividade dada a pequena quantidade com que são produzidos.

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Metalurgia do Pó: Um Estudo Ambiental

Considerações Finais
Bibliografia

http://cursos.unisanta.br/mecanica/polari/sinterizacao.html
O processo da Metalurgia do Pó, como qualquer outro processo de fabricação,
www.demet.ufmg.br/grad/disciplinas/emt023/ss01roteiro4.pdf
apresenta sensível impacto ambiental. Entretanto, esse processo é altamente viável,
economicamente, e, além disso, apresenta-se como alternativa menos impactante que
www.poli.usp.br/d/pmr2202/arquivos/Processos%20de%20Fundição%20e%20Sinterização.pdf
os atuais processos de fundição e usinagem tradicionais. Isso pode ser avaliado a partir
de parâmetros de ordem Econômica, Social e Ambiental.
www.hoganas.com
Do ponto de vista Econômico, o processo apresenta características muito
Catálogo Höganäs de Pós de Metais
interessantes com relação à qualidade, inovação, flexibilidade (a produtividade é um
ASMpouco reduzida
Handbook, com relação
Formerly aos processos
Ninth Edition, tradicionais).
Metals Handbook, Com 7,
Volume isso, é capaz
Powder de produzir
Metallurgy
produtos muito competitivos (ajuda no desenvolvimento do mercado). Além disso, por
ser um empreendimento altamente rentável, a metalurgia do pó é capaz de promover o
desenvolvimento da região e do país em que está presente. Tendo em vista isso e o que
já foi exposto no decorrer do trabalho, percebe-se que, em relação a processos
tradicionais, nosso método é economicamente mais viável.

Já do ponto de vista social, é fácil perceber que nossa indústria é geradora de


empregos, e compete num setor que não envolve pequenas empresas. Desse modo,
praticamente só produz empregos, e não os elimina, de modo que contribui para o
desenvolvimento social da região em que está envolvido.

Ao analisarmos os aspectos Ambientais desse nosso processo é que realmente


percebemos as imensas vantagens que produz em relação a processos tradicionais: O
consumo de matéria-prima é mínimo, uma vez que o aproveitamento é praticamente
total, além de produzir muitos poucos rejeitos como cavaco; A matéria prima utilizada
pode ser proveniente de cavaco, ou mesmo do pó de óxido de ferro gerado pela
mineração, o que diminui os rejeitos de outras indústrias; O processo é capaz de
produzir peças automotivas mais leves, o que reduz o peso desses equipamentos,
diminuindo os poluentes por eles produzidos; Nossas peças são, também, sensivelmente
mais duráveis e “flexíveis”, no que diz respeito à possibilidade de manter um produto
em constante atualização (podem-se trocar peças, durante uma manutenção, por outras
de liga de superior qualidade). Assim, vê-se que os benefícios ambientais são muito
proveitosos.

Enfim, percebe-se, claramente, que o processo de metalurgia do pó pode e


deve ser considerado como sucessor da metalurgia tradicional, de modo que os ganhos
econômicos, sociais e ambientais do processo sejam maximizados.

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