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A filosofia de

Platão
A alegoria da caverna

http://www.youtube.com/watch?v=eABFLQXXEIU
Imaginemos uma caverna separada
do mundo externo por um muro alto.
Entre o muro e o chão da caverna há
uma fresta por onde passa um fino
feixe de luz exterior, deixando a
caverna na obscuridade quase
completa. Desde o nascimento,
geração após geração, seres
humanos encontram-se ali, de
costas para a entrada, acorrentados
sem poder mover a cabeça nem se
locomover, forçados a olhar apenas
a parede do fundo, vivendo sem
nunca ter visto o mundo exterior
nem a luz do sol, sem jamais ter
efetivamente visto uns aos outros
nem a si mesmos, mas apenas as
sombras dos outros e de si mesmos
por que estão no escuro e
imobilizados.
Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna,
há um fogo que ilumina vagamente o interior
sombrio e faz com que as coisas que se
passam do lado de fora sejam projetadas como
sombras nas paredes do fundo da caverna. Do
lado de fora, pessoas passam conversando e
carregando nos ombros figuras ou imagens de
homens, mulheres e animais cujas sombras
também são projetadas na parede da caverna.
Os prisioneiros julgam que as sombras de
coisas e pessoas, os sons de suas falas e as
imagens que transportam nos ombros são as
próprias coisas externas, e que os artefatos
projetados são seres vivos que se movem e
falam...
Um dos prisioneiros, inconformado com a
condição em que se encontra, decide
abandoná-la. Fabrica um instrumento com
o qual quebra os grilhões e sai da caverna.
Ao permanecer no exterior o prisioneiro,
aos poucos se habitua a luz e começa a ver
o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de
ver as próprias coisas, descobrindo que
estivera prisioneiro a vida toda e que em
sua prisão vira apenas sombras.
No entanto não pode deixar de lastimar a sorte
dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil
decisão de regressar ao subterrâneo sombrio
para contar aos demais o que viu e convencê-los
a se libertarem também.
Só que os demais prisioneiros zombam dele, não
acreditando em suas palavras e, se não
conseguem silenciá-lo com suas caçoadas,
tentam fazê-lo espancando-o. Se mesmo assim
ele teima em afirmar o que viu e os convida a sair
da caverna, certamente acabam por matá-lo.
Alegoria da Caverna
“ A descrição platônica é dramática: o
caminho em direção ao mundo exterior é
íngreme e rude; o prisioneiro libertado
sofre e se lamenta de dores no corpo; a
luz do Sol o cega; ele se sente arrancado,
puxado para fora por uma força
incompreensível. Platão narra um parto:
O parto da alma que nasce para
a verdade e é dada à luz.”
(Chauí, Marilena – Introdução à
História da Filosofia.)
O Retorno à Caverna
O Alegoria da Caverna coloca o
proceder filosófico como agente
libertador da ignorância e da
servidão dos sentidos e nos lança a
um mundo novo onde a verdade e a
compreensão é a ordem normal das
coisas.
Na medida em que nos libertamos da
ilusão dos sentidos e elevamos nossa
mente nas alturas, passamos a
perceber uma outra ordem de
realidade (mundo das idéias), onde
é possível a harmonia, o equilíbrio,
a beleza e, o que era o grande sonho
de Platão, a Justiça plena, total e
irrestrita.
A proposta
 A filosofia platônica pretende ser o reflexo dos ensinamentos
do mestre Sócrates, já que Platão é conhecido por ser o
discípulo mais “apaixonado” pela teoria socrática

 A prática da filosofia, para ele, pode se dar nas atitudes éticas


e políticas
Questões fundamentais:
1- O conhecimento: É possível
conhecer a realidade?
2- O método: Como esse
conhecimento é possível?
3- Os instrumentos: sentidos e
razão
4- O objeto do conhecimento: a
realidade ou a essência?
Objetivo:
 Compreender por que a sociedade ateniense condena à
morte “o mais sábio de todos os homens”
 Através da compreensão da cultura e da política, reflete
sobre o modo de vida e governo da Grécia antiga, seus
valores e ideais.
 Preocupação com:
 ciência, moral e
 política

(enquanto formas de
Poder e realização da
condição humana
– cidadã)

A morte de Sócrates, por Jacques-Louis David (1787).


As oposições: (conhecimento
humano X verdade)
 OPINIÃO X VERDADE
 DESEJO X RAZÃO
 INTERESSE PARTICULAR X
INTERESSE UNIVERSAL
 SENSO COMUM X FILOSOFIA

 Prática filosófica: visa o


abandono do mundo sensível
(real) para alcançar o mundo
perfeito (das ideias ou
conceitos)
 A Filosofia deve buscar sempre a verdade
 Diálogo: busca pelo consenso

 forma textual  oposto de imposição/ violência


(manipulação)
 Filosofia como projeto político: transformação da

realidade

 Regras: decisivas para diferenciar verdade de opinião


 Método: dialética
 O problema que Platão propõe-se a resolver é a tensão entre
Heráclito e Parmênides: para o primeiro, o ser é a mudança, tudo
está em constante movimento e é uma ilusão a estaticidade, ou a
permanência de qualquer coisa; para o segundo, o movimento é
que é uma ilusão, pois algo que é não pode deixar de ser e algo
que não é não pode ser, assim, não há mudança.

 Ou seja (por exemplo), o que faz com que determinada árvore


seja ela mesma desde o estágio de semente até morrer, e o que
faz com que ela seja tão árvore quanto outra de outra espécie,
com características tão diferentes? Há aqui uma mudança, tanto
da árvore em relação a si mesma (com o passar do tempo ela
cresce) quanto da árvore em relação à outra. Para Heráclito, a
árvore está sempre mudando e nunca é a mesma, e para
Parmênides, ela nunca muda, é sempre a mesma e é uma ilusão
sua mudança.
 Platão resolve esse problema com sua Teoria das
Idéias. O que há de permanente em um objeto é a
Idéia, mais precisamente, a participação desse objeto
na sua Idéia correspondente. E a mudança ocorre
porque esse objeto não é uma Idéia, mas uma
incompleta representação da Idéia desse objeto.

 No exemplo da árvore, o que faz com que ela seja ela


mesma e seja uma árvore (e não outra coisa), a
despeito de sua diferença daquilo que era quando
mais jovem e de outras árvores de outras espécies (e
mesmo das árvores da mesma espécie) é sua
participação na Idéia de Árvore; e sua mudança deve-
se ao fato de ser uma pálida representação da Idéia de
Árvore.
Teoria do conhecimento
 O desafio do conhecimento consiste na
descoberta das estruturas invariáveis a
que temos acesso somente pelo espírito;
 O mundo que captamos pelos sentidos é
apenas um reflexo imperfeito daquelas
estruturas;
Método dialético de Platão
Como se dá o processo do conhecimento:
 1ª etapa: impressões ou sensações

advindas dos sentidos (opiniões);


 2ª etapa: passagem da opinião para a

esfera racional da sabedoria, mundo das


idéias.
Dialética
 Opinião (tese) – discussão – negação da tese –
purificação de erros e equívocos;

 Opinião nasce da percepção da aparência e da


diversidade das coisas (mundo sensível – habitado por
seres individuais e mutáveis

 Conhecimento nasce do contato com as idéias (mundo


inteligível – ser absoluto, imutável e eterno: justiça,
bondade, coragem, sabedoria...

 Mito da Caverna: tentativa de explicar o processo do


conhecimento.
A teoria das ideias
 Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato
permanente com dois tipos de realidade: a inteligível e a sensível. A
primeira é a realidade imutável, igual a si mesma. A segunda são todas
as coisas que nos afetam os sentidos, são realidades dependentes,
mutáveis e são imagens das realidades inteligíveis.
 Esta é a Teoria das Ideias ou Teoria das Formas. Foi desenvolvida como
hipótese no diálogo Fédon e constitui uma maneira de garantir a
possibilidade do conhecimento e fornecer uma inteligibilidade relativa aos
fenômenos.
 Para Platão, o mundo concreto percebido pelos sentidos é uma pálida
reprodução do mundo das Ideias. Cada objeto concreto que existe
participa, junto com todos os outros objetos de sua categoria de uma
Ideia perfeita. Uma determinada caneta, por exemplo, terá determinados
atributos (cor, formato, tamanho etc). Outra caneta terá outros atributos,
sendo ela também uma caneta, tanto quanto a outra. Aquilo que faz com
que as duas sejam canetas é, para Platão, a Ideia de Caneta, perfeita,
que esgota todas as possibilidades de ser caneta. A ontologia de Platão
diz, então, que algo é na medida em que participa da Ideia desse objeto.
No caso da caneta é irrelevante, mas o foco de Platão são coisas como o
ser humano, o bem ou a justiça, por exemplo.
Dualismo
 Platão divide a realidade em mundo
sensível e mundo inteligível (ou mundo
das ideias).
 Mundo Sensível → o mundo a que temos
acesso mediante os cinco sentidos;
 Mundo Inteligível → o mundo a que temos
acesso somente pelo espírito;
Mundo das Ideias
 Não é material é espiritual;
 As ideias/formas são invariáveis;
 O mundo material que conhecemos é
modelado a partir das ideias;
 Aí encontram-se as verdades que são
fixas, eternas e imutáveis.
Mundo inteligível
Superior Inteligência
idéias razão intuitiva
(conceitos)
Inferior Entendimento
Objetos da razão discursiva
Matemática (conhecimento
matemático)

Mundo sensível

Seres vivos Fé / Crença


objetos do mundo
Imagens/Sombras Suposição / ilusão
 Platão e a teoria das idéias ou das formas perfeitas
 A realidade sensorial e inteligível

REALIDADE SENSORIAL: REALIDADE INTELIGÍVEL

1- O Mundo material 1- Mundo das Idéias


2- Mutável e Passageiro 2- Imutável e Eterno
3- Ilusão, Sombras 3- Verdade, Conhecimento
4- Aparência, Pré-conceito 4- Essência, Conceito
 O Mundo físico e Enganoso  O mundo das idéias que é a
verdade, as formas perfeitas.
Obs: Para Platão a Filosofia seria um instrumento de retorno do ser humano ao
mundo inteligível abandonado pelo apego à materialidade.
 Referente ao mundo material o homem
pode ter somente a doxa (opinião) e
 téchne (técnica), que permitia a
sobrevivência do homem, ao passo que
referente
 ao mundo das idéias, ou verdadeiro
conhecimento filosófico o homem pode ter
a
 épisthéme (verdadeiro conhecimento).
 Platão também elaborou uma teoria gnosiológica, ou seja, uma
teoria que explica como se pode conhecer as coisas, ou ainda,
uma teoria do conhecimento.

 Segundo ele, ao vermos um objeto repetidas vezes, uma pessoa


lembra-se, aos poucos, da Idéia daquele objeto, que viu no
mundo das Idéias. Para explicar como se dá isso, Platão recorre a
um mito (ou uma metáfora) que diz que, antes de nascer, a alma
de cada pessoa vivia em uma Estrela, onde localizam-se as Idéias.

 Quando uma pessoa nasce, sua alma é "jogada" para a Terra, e o


impacto que ocorre faz com que esqueça o que viu na Estrela.
Mas ao ver um objeto aparecer de diferentes formas (como as
diferentes árvores que se pode ver), a alma recorda-se da Idéia
daquele objeto que foi vista na Estrela. Tal recordação, em Platão,
chama-se anamnesis.
 Para Platão o conhecimento é Inato
(ANAMNESE ou REMINISCÊNCIA)
 A Filosofia teria o papel de levar o homem a relembrar o
conhecimento que já esta na sua mente desde o seu
nascimento (Conhecer é relembrar);
 Idéia Platônica

 Na linguagem comum, o termo idéia indica

genericamente um conteúdo qualquer da mente.


 Para Platão a idéia possui uma realidade própria em si

mesma, é eterna e imutável e existe antes mesmo de ser


pensada por alguém.
 A Filosofia seria um instrumento de acesso da mente à

essas idéias através da razão.


Solução Platônica
 A mudança só acontece na superfície da realidade
(no mundo sensível). No mundo das ideias, isto é,
na verdadeira estrutura da realidade nada muda
de fato.

 Também o conhecimento tinha fins morais, isto é,


levar o homem à bondade e a felicidade. Assim a
forma de conhecimento era um reconhecimento,
que faria o homem dar-se conta das verdades que
sempre já possuía e que o levavam a discernir
melhor dentre as aparências de verdades e as
verdades. A obtenção do autoconhecimento era
um caminho árduo e metódico.
“A República”
 A República é um diálogo socrático escrito por Platão no
século IV a.C.Todo o diálogo é narrado, em primeira pessoa,
por Sócrates. O tema central da obra é a justiça.
 No decorrer da obra é imaginada uma república fictícia (a
cidade de Callipolis, que significa cidade bela) onde são
questionados os assuntos da organização social (teoria política,
filosofia política).
 O diálogo está dividido em dez livros, subdividido em capítulos.
A República usa uma argumentação dialética. O pensamento
dialético caracteriza-se por apreender a realidade à luz de
posições contraditórias, uma das quais acaba por ser
compreendida como verdadeira e a outra falsa. A imagem
correspondente é a do confronto entre luz, sol, claridade e
trevas, escuridão e caverna.
 A dialética ascendente apresenta a ideia por confronto com os
pontos de partida empíricos; a dialética descendente verifica a
corrupção da ideia devido à sua incorporação numa situação
empírica.
"... os males não cessarão para os humanos
antes que a raça dos puros e
autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes,
que os chefes das cidades,
por uma divina graça, ponham-se a filosofar
verdadeiramente".

República: Reflexão filosófico-política sobre o governo e


a sociedade ideal.
Academia de Platão

 O governo ideal seria baseado no conhecimento e seus


governantes selecionados pela capacidade intelectual.
 Os governantes não sairiam de um processo eleitoral nem
hereditário mas sim da qualidade intelectual.
 Platão acreditava que existiam três espécies de
virtudes baseadas na alma.

 A primeira virtude era a da sabedoria, deveria ser a


cabeça do Estado, ou seja, a do governante, pois
possui caráter de ouro e utiliza a razão.

 A segunda espécie de virtude é a coragem, deveria


ser o peito do estado, isto é, os soldados, pois sua
alma de prata é imbuída de vontade.

 E, por fim, a virtude da temperança, que deveria


ser o baixo-ventre do estado, ou os trabalhadores,
pois sua alma de bronze orienta-se pelo desejo das
coisas sensíveis.
Platão identifica a sua sociedade ideal na forma de
uma pirâmide.
Reis-Filósofos

Guerreiros

Classe econômica

 A sociedade perfeita de Platão seria aquela em que


cada classe executa-se o trabalho para o qual sua
natureza e aptidões o tivesse habilitado.
 Todos cooperassem de maneira diferente para

produzir um todo eficiente e harmonioso.


 Esse seria o Estado ideal de Platão.
 Para Platão a justiça é fazer aquilo que nos cabe.
 a justiça é virtude, sabedoria, ética;

 e a injustiça é maldade e ignorância.

 A República de Platão não é uma democracia mas


também não é uma tirania e sim um ideal de
governo baseado exclusivamente na oportunidade
de educação para os cidadãos e os mais sábios, ou
seja, os que atingiram o inteligível, governariam.
A Origem e a função do Estado
 1. Origem:

 O Estado origina-se e justifica-se pelo fato de


sozinho ninguém ser suficiente ou bastar-se.

 Não se pode ser artesão, alfaiate, camponês,


soldado, professor, sapateiro, etc. ao mesmo
tempo.

 Satisfazer todas as necessidades é associar-se e


co-dividir as várias ocupações e habilidades.
A Origem e a função do Estado
 2. Funções:

O Estado deveria cuidar da:

• Eugenia

o Bom nascimento.
o Boa origem.

• O Estado permitiria que somente os que se distinguissem


pela saúde, inteligência e beleza pudessem procriar.

• O Estado deve dar educação, garantindo que todos


crescessem isentos de fraquezas, mau exemplo ou
costumes debilitantes.
As Leis em Platão

 Para que o Estado exista em plenitude e o cidadão


seja feliz é preciso que haja obediência às leis.

 Obedecer à lei é inabalável, inexorável: se a


obediência não for possível pela persuasão e pelo
consentimento livre e racional, que sejam usados
métodos de força: prisão, exílio e mesmo a morte.

 A integridade do Estado é que deve ser mantida.



CONCEITO DE ESTADO IDEAL 
 
Platão procura a justiça no Estado e não nos
indivíduos;
 O objetivo do governante é governar, zelar pelo bem
comum;
 Cada um tem uma função na qual tem aptidão esta é
definida pelo governante;
 Educação é a base do caráter dos indivíduos;
 O Estado Ideal não precisa de muitas leis;
 Possui quatro grandes virtudes: sabedoria, coragem,
temperança e justiça;
 Objetivo: o Estado perfeito e sem discórdia.
 DEFINICÕES DOS PODERES 

 ARISTOCRÁTICO: o Estado Governado pelos Melhores;

 TIMOCRÁTICO: auxiliares dos chefes chegam ao poder. A sabedoria e


a razão dão lugar à honra e à ambição. O homem timocrático valoriza o
exercício físico, a caça, a coragem, a ambição e os feitos militares;

 OLIGÁRQUICO: o Estado que supervaloriza a riqueza e o poder dos


ricos. O homem oligárquico provém do homem timocrático. Impera o
sistema de opressão do pobre pelo rico;

 DEMOCRÁTICO: os pobres revoltados eliminam seus opressores e


vigoram direitos iguais para todos os cidadãos. Surge a democracia.
Nela cada um é livre para pensar a agir e para participar da vida
pública. Ninguém é obrigado a possuir o requisito da educação para
participar na política. Aparentemente versátil, segue sem ordem ou
orientação.

 TIRÂNICO: degeneração da democracia. O líder popular que faz tudo


o que o povo deseja, posteriormente passa a fazer somente o que ele
próprio quer.
CONCLUSÕES 
 Todo filósofo deve ter cuidado em revelar a
verdade, pois os homens tendem à apatia e ao
comodismo. As elites se aproveitarão disso e
colocarão o povo contra o filósofo. Filosofia e Ética
devem ser estudadas na academia e levadas às
instâncias de governo. O limite para os excessos e
apetites do poder remete a uma Justiça do Além.
Os deuses julgarão os atos humanos após a morte
e punirão as almas desencarnadas. A possibilidade
da retidão, da ética, da justiça – do Direito – na
Terra se dá pelo “medo” da punição transcendental,
no além. Todos os espíritos serão julgados e os
bens materiais de nada servirão diante dos deuses
(humildade).
CONCLUSÕES 
 O julgamento e a possibilidade de punição ocorrem
pela totalidade da experiência vivida e acumulada
no espírito, e não apenas pelos últimos atos
humanos da última reencarnação. O objetivo é o
contínuo aprimoramento espiritual, e não a punição
em si mesma. Portanto, quando a alma é julgada e
punida no além, o objetivo é que se aprimore para
poder servir melhor na próxima reencarnação
(direito restaurativo ao invés de repressivo). Ao
reencarnar-se, a alma esquece de suas experiências
anteriores: iguais condições espirituais, comuns a
todos os homens, necessidade de oportunidades
iguais para o são e equilibrado desenvolvimento de
todas as potencialidades voltadas para o bem
(igualdade de oportunidades).
oportunidades)
CONCLUSÕES 
 “Suas críticas aos homens de seu tempo e às práticas
políticas  de sua época têm valor substancial para todos os
tempos. Daí por que a perenidade de suas idéias e de seus
modelos.”  (Bittar, pág.63) 
 

 “...basta observarmos na história as formas de totalitarismo,


a Inquisição, o nazismo,o fascismo ou personalidades como
Nero, Napoleão, Hitler, para percebermos que a descrição
platônica do tirano, homem destituído de racionalidade e
portador de desequilíbrio mental, continua atual. Talvez
Platão faça uma caricatura do homem tirânico, mas não se
pode negar sua contribuição à psicologia do tirano e das
massas que o sustentam.” (Paviani, págs. 54 e 55)
 
Aristóteles e o sistema aristotélico
 O Filósofo grego Aristóteles nasceu em 384 a.C. e morreu em 322
a.C. Seus pensamentos filosóficos e ideias sobre a humanidade têm
influências significativas na educação e no pensamento ocidental
contemporâneo.
 Aristóteles é considerado o criador do pensamento lógico. Suas
obras influenciaram também na teologia medieval da cristandade.

 Biografia e linha de pensamento


 Aristóteles foi viver em Atenas aos 17 anos, onde conheceu Platão,
tornando-se seu discípulo. Passou o ano de 343 a.C. como
preceptor do imperador Alexandre, o Grande, da Macedônia.
Fundou em Atenas, no ano de 335 a.C, a escola Liceu, voltada para
o estudo das ciências naturais.
 Seus estudos filosóficos baseavam-se em
experimentações para comprovar fenômenos
da natureza.
 O filósofo valorizava a inteligência humana,
única forma de alcançar a verdade. Fez escola
e seus pensamentos foram seguidos e
propagados pelos discípulos.
 Pensou e escreveu sobre diversas áreas do
conhecimento: política, lógica, moral, ética,
teologia, pedagogia,  metafísica, didática,
poética, retórica, física, antropologia,
psicologia e biologia.
 Publicou muitas obras de cunho didático,
principalmente para o público geral. Valorizava
a educação e a considerava uma das formas
crescimento intelectual e humano. Sua grande
obra é o livro Organon, que reúne grande
parte de seus pensamentos. 
A Metafísica
O termo "Metafísica" não é aristotélico; o que hoje chamamos de
metafísica era chamado por Aristóteles de filosofia primeira. Esta é
a ciência que se ocupa com realidades que estão além das
realidades físicas que possuem fácil e imediata apreensão sensorial.
 O conceito de metafísica em Aristóteles é extremamente complexo e

não há uma definição única. O filósofo deu quatro definições para


metafísica:
 a ciência que indaga causas e princípios;

 a ciência que indaga o ser enquanto ser;

 a ciência que investiga a substância;

 a ciência que investiga a substância supra-sensível.

 Os conceitos de ato e potência, matéria e forma, substância e

acidente possuem especial importância na metafísica aristotélica.


O Sistema
 A concepção aristotélica de Física
parte do movimento, elucidando-o nas
análises dos conceitos de crescimento,
alteração e mudança. A teoria do ato
e potência, com implicações
metafísicas, é o fundamento do
sistema. Ato e potência relacionam-se
com o movimento enquanto que a
matéria e forma com a ausência de
movimento.
 Para Aristóteles, os objetos caíam para
se localizarem corretamente de acordo
com a natureza: o éter, acima de
tudo; logo abaixo, o fogo; depois a
água e, por último, a terra.
 No sistema aristotélico, a ética é a ciência das condutas, menos
exata na medida em que se ocupa com assuntos passíveis de
modificação. Ela não se ocupa com aquilo que no homem é
essencial e imutável, mas daquilo que pode ser obtido por ações
repetidas, disposições adquiridas ou de hábitos que constituem as
virtudes e os vícios. Seu objetivo último é garantir ou possibilitar a
conquista da felicidade.
 Partindo das disposições naturais do homem (disposições
particulares a cada um e que constituem o caráter), a moral mostra
como essas disposições devem ser modificadas para que se ajustem
à razão. Estas disposições costumam estar afastadas do meio-
termo, estado que Aristóteles considera o ideal. Assim, algumas
pessoas são muito tímidas, outras muito audaciosas. A virtude é o
meio-termo e o vício se dá ou na falta ou no excesso. Por exemplo:
coragem é uma virtude e seus contrários são a temeridade (excesso
de coragem) e a covardia (ausência de coragem).
 As virtudes se realizam sempre no âmbito humano e não têm mais
sentido quando as relações humanas desaparecem, como, por
exemplo, em relação a Deus. Totalmente diferente é a virtude
especulativa ou intelectual, que pertence apenas a alguns
(geralmente os filósofos) que, fora da vida moral, buscam o
conhecimento pelo conhecimento. É assim que a contemplação
aproxima o homem de Deus.
As quatro causas
 Para Aristóteles, existem quatro causas implicadas na existência de
algo:
 A causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa, a argila, por
exemplo);
 A causa formal (a coisa em si, como um vaso de argila);
 A causa eficiente (aquilo que dá origem ao processo em que a coisa
surge, como as mãos de quem trabalha a argila);
 A causa final (aquilo para o qual a coisa é feita, cite-se portar
arranjos para enfeitar um ambiente).
 A teoria aristotélica sobre as causas estende-se sobre toda a
Natureza, que é como um artista que age no interior das coisas.
 Essência e acidente
 Aristóteles distingue, também, a essência e os acidentes em alguma
coisa.
 A essência é algo sem o qual aquilo não pode ser o que é; é o que
dá identidade a um ser, e sem a qual aquele ser não pode ser
reconhecido como sendo ele mesmo (por exemplo: um livro sem
nenhum tipo de estória ou informações estruturadas, no caso de um
livro técnico, não pode ser considerado um livro, pois o fato de ter
uma estória ou informações é o que permite-o ser identificado como
"livro" e não como "caderno" ou meramente "maço de papel").
 O acidente é algo que pode ser inerente ou não ao ser, mas que,
mesmo assim, não descaracteriza-se o ser por sua falta (o tamanho
de uma flor, por exemplo, é um acidente, pois uma flor grande não
deixará de ser flor por ser grande; a sua cor, também, pois, por
mais que uma flor tenha que ter, necessariamente, alguma cor,
ainda assim tal característica não faz de uma flor o que ela é).
 Potência, ato e movimento
 Todas as coisas são em potência e ato. Uma coisa em potência é
uma coisa que tende a ser outra, como uma semente (uma árvore
em potência). Uma coisa em ato é algo que já está realizado, como
uma árvore (uma semente em ato). É interessante notar que todas
as coisas, mesmo em ato, também são em potência (pois uma
árvore - uma semente em ato - também é uma folha de papel ou
uma mesa em potência). A única coisa totalmente em ato é o Ato
Puro, que Aristóteles identifica com o Bem
 Um ser em potência só pode tornar-se um ser em ato mediante
algum movimento. O movimento vai sempre da potência ao ato, da
privação à posse. É por isso que o movimento pode ser definido
como ato de um ser em potência enquanto está em potência.
 O ato é portanto, a realização da potência, e essa realização pode
ocorrer através da ação (gerada pela potência ativa) e perfeição
(gerada pela potência passiva).
DIVISÃO DAS CIÊNCIAS
 As ciências práticas são referentes às ações que
têm seu início e seu termo no próprio sujeito
agente. São as ações morais.
 As ciências poiéticas são relativas às ações, que
têm seu início no sujeito, mas são dirigidas a
produzir algo fora do próprio sujeito.
 As ciências teoréticas são diferentes, porque
não se referem à ação nem à produção, mas
têm como fim o puro conhecimento como tal.
METAFÍSICA
 A metafísica é ciência das causas e dos
princípios primeiros e supremos.
 A metafísica é a ciência do ser enquanto
ser: “teoria da substância“.
 A ontologia é a base da filosofia de
Aristóteles que, a partir dos princípios de
identidade e de não contradição, funda a
lógica e toda demonstração.
O SER E A SUBSTÂNCIA
 O conceito de ser não pode ser reduzido a um
gênero, menos ainda a uma espécie.
 As várias coisas que são ditas exprimem
significados diversos do ser, mas, ao mesmo
tempo, todas elas implicam a referência a algo
uno, que é a substância. Portanto, o centro
unificador dos significados do ser é a substância
(ousía). A substância, é o princípio em relação
ao qual todos os outros significados subsistem.
1 O tema da justiça e da

ética
Para Aristóteles a justiça, definida como
virtude (dikaiosýne), é o foco das atenções
da ciência prática, intitulada ética.
 A investigação do justo é uma primeira
premissa para a ação conforme a justiça.
 A política compete traçar as normas
suficientes e adequadas para orientar a
atividade da polis, e dos sujeitos que a
compõe, para a realização palpável do Bem
Comum.
 Os princípios éticos estão condicionados ao
exame do caso particular
2 Justiça como virtude
 A justiça é uma virtude e como tal um justo
meio.
 Somente a educação ética, ou seja, a criação
do hábito do comportamento deliberado pela
reta razão (ortós lógos), pode construir o
comportamento virtuoso. Ethos significa
hábito, reiteração da prática virtuosa.
 A ciência prática que cuida da conduta
humana, tem esta tarefa de elucidar e tornar
realizável, factível, a harmonia do
comportamento humano individual e social.
3Acepções acerca do justo e
do injusto: o justo total I
 Aristóteles analisa as diversas acepções de
justiça:
 Justiça total (díkaion nomimón) consiste na
virtude de observância da lei, no respeito àquilo
que é legítimo e que vige para o bem da
comunidade. O fim da lei (nómos) é o Bem
Comum.
 O legislador ao construir o espaço normativo da
pólis, está exercendo a prudência (phrónesis)
legislativa.
Acepções acerca do justo e
do injusto: o justo total II
 Aquele que contraria as leis contraria a todos
que são por elas protegidos e beneficiados.
 Nesta acepção justiça e legalidade são uma e
a mesma coisa.
 Virtude total (dikaiosýne) é apenas uma
disposição de espírito.
 Justiça total (díkaion nomimón) envolve
também, e sobretudo, os importes relacionais
para com o outro.
 Justiça e virtude devem ser idênticas.
4 Acepções acerca do justo e do
injusto: o justo particular
 A justiça particular refere-se ao outro
singularmente no relacionamento direto entre as
partes. O justo particular admite divisões: de um
lado, o justo distributivo (díkaion dianemetikón);
de outro o justo corretivo (díkaion diortotikón).
 O justo distributivo é todo tipo de distribuição
levada a efeito no Estado.
 O justo corretivo dá-se nas relações entre os
indivíduos. Trata-se de uma justiça apta a produzir
a reparação nas relações. Está a presidir a
igualdade nas trocas e demais relações bilaterais,
voluntárias ou involuntárias.
5 Justo particular
 Atribuição adistributivo I
membros da comunidade de bens
pecuniários, de honras, de cargos, assim como de
deveres, responsabilidades, impostos,…
 Pressupõe uma relação de subordinação entre as
partes que se relacionam, entre aquele que
distribui e aqueles que recebem.
 A justiça distributiva consiste numa medida a ser
estabelecida entre quatro termos de uma relação,
sendo dois desses sujeitos que se comparam e, os
outros dois, os objetos. A distribuição atingirá
seu justo objetivo se proporcionar a cada qual
aquilo que lhe é devido, dentro de uma razão de
proporcionalidade.
Justo particular distributivo II
 Entre o mais e o menos o justo aqui reside no
meio (méson) e representa o igual (íson).
 A justiça distributiva é estabelecida de acordo com
um critério de estimação dos sujeitos analisados.
 O critério de avaliação subjetiva não é único: a
liberdade é para o governo democrático o ponto
fundamental de organização do poder; para a
oligarquia é a riqueza ou o nascimento; e para a
aristocracia, a virtude.
 A igualdade estabelecida é de tipo geométrico,
visa a manutenção de um equilíbrio.
Justo particular corretivo
Destina-se a ser aplicada nas relações entre indivíduos
em paridade de direitos e obrigações em face da
legislação.
 Vincula-se à idéia de igualdade perfeita ou absoluta.

 Uma parte pratica a injustiça e a outra sofre. A


noção de igual é exclusivamente aritmética.
 A justiça aqui está em se retirar de uma que há de
mais e se juntar à de que há de menos. (dikaion)
 Aplica-se nas relações voluntárias e involuntárias.
Relações voluntárias e involuntárias
 Voluntárias: compra, venda e troca de serviços
que não se correspondem.
 Para que haja trocas a presença da moeda
estabelece um liame entre os elementos e
estabelece a medida. A moeda é uma
convenção, que deriva da lei.
 A justiça tem função primordial no âmbito das
interações involuntárias. Igualdade rompida por
clandestinidade ou violência. O sujeito ativo de
uma injustiça recebe o respectivo
sancionamento. O sujeito passivo da injustiça vê-
se ressarcido pela concessão de uma reparação.
7 Justo da cidade e da casa: justo
político e justo doméstico.
 O justo político (díkaion politikón) diverso do
justo doméstico (oikonomikòn dikaion) é a justiça
que organiza um modo de vida que tende à auto-
suficiência da vida comunitária (autárkeian), vigente
entre homens que partilham de um espaço comum,
dividindo atividades segundo a multiplicidade de
aptidões e necessidades de cada qual, formando
uma comunidade que tem por fim a eudaimonía e a
plena realização das potencialidades humanas.
 Porém mulheres, crianças e escravos não usufruem
da justiça política.
8 Justo legal e justo natural
 O justo político, abrange o justo legal
(díkaion nomikón) e o justo natural (díkaion
physikón)
 O justo natural, por todas as partes, possui a
mesma potência e não depende da positividade,
de qualquer opinião ou conceito.
 O justo legal constitui o conjunto de disposições
vigentes na pólis definida pela vontade do
legislador. A lei possui força fundada na
convenção.
Justiça mutável
 Para alguns o justo político, resume-se
ao justo legal (dikaion nomikón), pois,
no argumento destes as leis são mutáveis
e não poderia existir uma justiça por
natureza que admitisse a mutabilidade.
 Deve-se admitir aquilo que é mais mutável
(justo legal) subsistindo ao lado do que é
menos mutável (justo natural).
O justo convencional e justo natural

 O justo convencional ou justo legal, equipara-


se às demais convenções humanas, variando de
local para local.
 O justo natural, consiste no conjunto de todas
as regras que encontram aplicação, validade,
força e aceitação universais. É a parte do justo
político que encontra respaldo na natureza
humana, sendo por conseqüência de caráter
universalista.
 Compartilham os povos noções e princípios
comuns.
Natureza princípio teleológico
 A natureza é princípio (arché) e causa
( aitía) de tudo que existe; mais ainda, é
princípio e fim do movimento, e não busca
fora de si o movimento. Dentro de um
pensamento teleológico cada coisa dirige-
se para seu bem (agathós). O
movimento, ou seja, a atualização das
potências de um ser, realiza-se guiado por
uma pulsão natural interna do ser.
Phýsis
 Phýsis, algo independente da vontade humana,
que decorre da essência da coisa.
 Sendo naturalmente ser político, o homem é
condicionado a sua natureza: à sociabilidade, à
politicidade, à reciprocidade.
 Reger-se sob o signo da natureza significa estar
sob o governo da razão. É a justiça natural o
princípio e causa de toda justiça legal.
 A natureza, estando submetida a contingência
temporal também é mutável.
Racionalidade variável
 O ser racional varia na proporção da razão que
possui.
 O justo legal tem sua origem no justo
natural, princípio comungado por todos os
seres de natureza racional do qual se deduz
especificações.
 Só as leis justas estão a serviço do bem comum
as injustas estão a serviço de formas de governo
corrompidas. Constituições boas podem ter
alguns dispositivos injustos e constituições más
alguns dispositivos justos.
Equidade e justiça
Equidade e justiça não se equivalem.
 O eqüo é algo melhor e mais desejado que o
justo. É a equidade a correção dos rigores da lei.
 A lei prescreve conteúdos de modo genérico
dirigindo-se a todos, sem diferenciar. Cada caso
demanda uma atenção especial e singular.
 Fazer uso da equidade significa ter em conta a
intenção do legislador, não a parte, mas o todo.
 O julgador, que se faz legislador no caso concreto
é um homem eqüo, neste sentido.
 A equidade é uma disposição de caráter.
10 Amizade e justiça

 A amizade (philía) é o liame que mantém a coesão


de todas as cidades-estado. O homem alheio ao
convívio social, ou é uma besta ou é um deus.
 A mais genuína forma de justiça é uma espécie de
amizade. A amizade entre pessoas virtuosas é a
mais desinteressada, a mais excelente e a mais
perfeita manifestação do sentimento de amizade
que se possa conceber. O grau de justiça está mais
presente onde maior a proximidade e a afeição.
11 Juiz justiça animada
 O juiz (diastés) é o mediador de todo o
processo de aplicação da justiça corretiva.
Incumbe ao juiz colocar os indivíduos
desiguais em uma situação de paridade,
de igualdade absoluta, de acordo com o
estado inicial em que se encontravam
antes, e do convencionado e
consubstanciado na legislação.
Conclusão
 A justiça é entendida como sendo uma virtude
que apela para a razão prática. A ciência prática,
que discerne o bem e o mau, o justo e o injusto,
se chama ética e recorre a noção de mesotés.
 Por natureza político, e por natureza racional; o
homem exerce essa racionalidade no convívio
político.
 A comunidade organizada ao bem tende a
realização da felicidade. O homem é capaz de
deliberar e escolher o que é melhor para si e
para o outro.
Conclusão
 A justiça também não é única e Aristóteles
distingue suas espécies. A equidade é algo para
além do juízo de mediedade.
 A justiça total, virtude de obediência a lei, vem
complementada pela noção de justiça particular
corretiva ou distributiva. Também exercida nas
relações domésticas.
 Aos juizes compete a compensar das diferenças.

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