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Alunos:

Michel Bruno da Silva


Beatriz de Oliveira Lima
Renata de Lima
William Beguito
Anderson Diniz

Período: 2009.2_ Turma:330


SUMÁRIO

1. Introdução

1.1 Histórico de Daniel Bernoulli


1.2 Equação de Bernoulli

2. Teorema de Torricelli

3. Tubos de Pitot e Tubos de Venturi

3.1 Tubo de Pitot


3.2 Tubo de Venturi

4. Túneis de vento

5. Tipo de Túnel Utilizado

5.1 Equipamentos Utilizados


5.2 Principais passos para realização da experiência

6. Cálculo da velocidade da experiência

7. Conclusão

8. Bibliografia
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1. Introdução

O trabalho consiste em apresentar a Equação de Bernoulli atribuída a


Daniel Bernoulli, que descreve o comportamento de um fluido que se
move ao longo de um tubo sendo medida através de tubo de Pitot e tubo
de Venturi em Tunel de Vento.

1.1 . Histórico de Daniel Bernoulli

Daniel Bernoulli (1700 – 1782)

Daniel Bernoulli, filho de Johann Bernoulli


(doutor em Medicina e professor de Física Aplicada
da Universidade de Basiléia), e sobrinho de
Jacques Bernoulli (o criador dos números de
Bernoulli, que desenvolveram o uso do cálculo
infinitesimal), nasceu no dia 29 de fevereiro de
1700 em Gröningen, na Holanda. Quando tinha
cinco anos sua família retornou à Basiléia, na
Suíça, cidade natal do seu pai, onde Johann
assumiu a cadeira de Matemática na Universidade
da Basiléia, deixada por Jacques, após a morte.

Daniel foi o mais famoso dos três filhos de Johann, sendo que todos, em
alguma ocasião, ocuparam postos de professor de Matemática. Aos treze anos,
Daniel foi para a Universidade da Basiléia estudar filosofia e lógica. Durante
esse tempo aprendeu também os métodos de cálculo com seu pai e com seu
irmão mais velho, Nikolaus. Entretanto, a imposição de seu pai para que
seguisse outra carreira foi tão forte que Daniel se doutorou em Medicina. O seu
estudo em Medicina não o impediu de aprender também as teorias de energia
cinética de seu pai, aplicando-as em seus estudos médicos para escrever sua

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tese sobre a mecânica da respiração. Assim como o pai, Daniel aplicou a


Física-Matemática para obter o doutorado em Medicina.
Após a conclusão do curso, não encontrando, imediatamente, um posto
na Universidade de Basiléia, Daniel resolveu juntar-se ao irmão Nikolaus, em
Veneza, onde este último continuava seus estudos de Medicina com Pietro
Antonio Michelotti.
Em 1724, publicou seu primeiro trabalho, as Exercitationes
Mathematicae (Exercícios Matemáticos) dividido em quatro tópicos: o primeiro
sobre probabilidade; o segundo sobre o fluxo da água através de um orifício; o
terceiro sobre a equação diferencial de Riccati (equação diferencial cuja
solução não pode, em geral, ser reduzida a integração - motivo porque
despertou a curiosidade dos matemáticos) e o quarto sobre a geometria de
figuras limitadas por dois arcos de um círculo.
Daniel foi reconhecido pelo seu trabalho sendo convidado a
integrar a Academia de São Petersburgo, na Rússia, para onde ele partiu, em
1725, com Nikolaus. No mesmo ano, ganhou o prêmio da Academia de Paris, o
primeiro de uma série de dez lauréis que lhe foram conferidos por essa
entidade. Infelizmente no período de oito meses, seu irmão contraiu uma febre
forte e faleceu fazendo com que Daniel solicita-se três vezes uma cadeira na
Universidade de Basiléia, que só obteve em 1733, passando a dirigir o
departamento de Anatomia e Botânica.
Entretanto, Johann Bernoulli, em 1727, indicou seu melhor
aluno, Leonhard Euler, para trabalhar com Daniel em São Petersburgo. Seus
estudos dessa época incluem escritos em Medicina, Matemática e Ciências
Naturais (especialmente Mecânica), geralmente independentes um do outro,
embora simultâneos. Assim, em 1728, publicou uma teoria mecânica da
contração muscular. Também realizou pesquisas sobre o nervo óptico e o
trabalho mecânico do coração, além de abordar questões de Fisiologia, como o
cálculo da quantidade máxima de trabalho realizada pelo homem. Seu
verdadeiro interesse, porém, situava-se nos campos da Física e da Matemática
e, já nessa época, ele completava o esquema de sua obra mais marcante, a
Hidrodinâmica importante estudo de mecânica dos fluidos, além de realizar um
trabalho sobre oscilações e um tratado original da teoria da probabilidade.

Em 1733 retornou à Basiléia, junto com o irmão Johann, que também


se radicara em São Petersburgo. Novamente instalado na Suíça, Daniel
entregou-se às suas aulas de Medicina, sem abandonar, porém, os estudos
de Matemática e Mecânica, sua verdadeira paixão. Publicou vários artigos e
completou a Hidrodinâmica (em 1734), que só publicou em 1738 em
Estrasburgo, continha muitas novidades, como por exemplo, o uso de
manômetros, a teoria cinética de gases, e a propulsão a jato, mas em
nenhuma parte dele aparecia explicitamente o que hoje é conhecido como o

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teorema de Bernoulli. Havia um estudo sobre o princípio de energia de


Leibniz, relacionando as parcelas de energia potencial (hipsocarga) e cinética
(taquicarga)..
A mecânica dos fluidos divide-se em duas partes: a hidrostática, que
estuda o equilíbrio dos fluidos, e a hidrodinâmica, que estuda seu movimento.
A primeira nasceu com Arquimedes - de cuja obra Daniel Bernoulli é
considerado um continuador -, mas recebeu um estudo sistemático somente no
final do século XVII, com Stevin e Pascal. Já os fundamentos da dinâmica dos
líquidos surgem apenas no século XVIII, principalmente graças a Euler. A
dinâmica dos gases apresenta impulso maior na atualidade, por sua aplicação
ao vôo de aparelhos mais pesados que o ar.
Daniel Bernouili inspirou-se em Demócrito e Arquimedes para
desenvolver as idéias centrais de sua mecânica dos fluidos. Do primeiro ele
tirou a concepção de que a matéria é composta de átomos que se movem
rapidamente em todas as direções. Mas foi a partir dos conceitos de
hidrostática e mecânica desenvolvidos por Arquimedes, que o matemático
suíço estruturou sua hidrodinâmica.

Foi Torricelli quem se preocupou primeiro com o problemas suscitados


pelo movimento dos fluidos. Talvez o conjunto de estudos que realizou sobre o
escoamento de um líquido por um orifício seja uma de suas mais importantes
obras, apesar de relativamente pouco conhecida. A chave da interpretação das
peculiaridades do movimento dos fluidos ideais, porém, foi dada no Tratado de
Hidrodinâmica, que Daniel Bernoulii publicou em Estrasburgo, em 1738.
O tratado principia com uma breve história da Hidráulica, seguida de
pequena apresentação da Hidrostática. Mas, nos treze capítulos, é aos fluidos
elásticos - os gases - que Bernoulli dedica a parte mais importante da obra,
esboçando uma teoria cinética dos gases. Para ele, esses fluidos são
compostos “de minúsculas partículas que se deslocam de cá para lá, numa
movimentação rápida”. A idéia básica de sua teoria cinética é a de que a
pressão de um fluido sobre a parede do recipiente que o contém é devida aos
inúmeros choques (contra a parede) das pequenas partículas (moléculas) que
compõem o fluido. A parede fica sujeita a uma multiplicidade de forças que, em
média, correspondem a uma força constante distribuída por toda a superfície
em contato com o fluido.

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Na mesma obra, o cientista deduz o teorema que leva seu nome - e que
exprime, no fundo, a conservação da energia mecânica nos fluidos ideais,
afirmando que, em qualquer ponto do fluido, há uma relação constante entre
três grandezas: velocidade, pressão e energia potencial do fluido. É um dos
princípios fundamentais da mecânica dos fluidos, uma vez que, com algumas
correções (considerando-se a compressibilidade e a viscosidade dos fluidos
reais), pode, ser aplicado ao movimento de qualquer tipo de fluido. Acima de
tudo, ele permite calcular a velocidade de um fluido medindo-se as variações
de pressão (a diminuição de velocidade provoca o aumento de pressão e vice
versa).
Partindo da idéia da conservação da energia mecanica - característica
encontrada mesmo em um líquido isento de forças viscosas - Bernouili mostrou
que, em igualdade de nível, há uma diferença de pressões devida à diferente
velocidade de escoamento nos vários pontos de um fluido. Por exemplo, num
dado ponto do fluido, no qual este último esteja em repouso, a pressão aí será
maior, pois está associada a uma forma de energia potencial, ao passo que
num outro ponto onde o fluido se move rapidamente a pressão é menor, pois
nessa posição à velocidade do fluido corresponde uma dose de energia
cinética. Dado que a energia total é a mesma em todos os pontos do filete
líquido, nos pontos de maior energia cinética a pressão é menor e vice-versa.
A própria força de sustentação dos aviões se deve à existência da
diferença de pressões, que Bernoulli tão bem assinalou. De fato, como o trajeto
que os filetes de ar devem percorrer na parte superior do perfil da asa é bem
maior que na parte inferior, estabelece-se uma diferença de velocidade nos
filetes, de forma que, onde a velocidade é maior, a pressão é menor. Essa
diferença resulta numa força ascensional.
Além do vôo do mais pesado que o ar, foram os conhecimentos de
Hidrodinâmica que possibilitaram muitos dos confortos da vida atual (desde o
cálculo de uma rede de adução e distribuição de água até o projeto dos
submarinos, aviões supersônicos, foguetes e mesmo automóveis e outros

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veículos modernos). Também nas turbinas a gás, instalações frigoríficas,


indústrias químicas, motores térmicos, nos quais, ao lado da Termodinâmica, a
teoria do escoamento dos fluidos fornece a base teórica indispensável à sua
construção.
Os meios científicos, entretanto, consagraram o livro de Daniel. Este
continuou a lecionar em Basiléia, obtendo, em 1743, a cadeira de Fisiologia,
mais próxima de seus verdadeiros interesses. Finalmente, em 1750, ele obtém
a cadeira de Física, que ocuparia até 1776. Seis anos depois vem a falecer,
sendo sepultado em Peterskirche, perto do lugar onde residia.

1.2 . Equação de Bernoulli

Em dinâmica dos fluidos, a equação de Bernoulli, atribuída a Daniel


Bernoulli, descreve o comportamento de um fluido que se move ao longo de
um tubo. Há basicamente duas formulações, uma para fluidos incompressíveis
e outra para fluidos compressíveis. A forma original, que é para um fluxo
incompressível sob um campo gravitacional uniforme,é:

= constante ou =constante

v = velocidade do fluido ao longo do conduto

g = aceleração da gravidade

h = altura com relação a um referencial

p = pressão ao longo do conduto

ρ = densidade do fluido

As seguintes convenções precisam ser satisfeitas para que a equação


se aplique:

 Escoamento sem viscosidade (“fricção” interna = 0)

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 Escoamento em estado estacionário

 Escoamento incompressível (ρ constante em todo o escoamento)

 Geralmente, a equação vale a um conduto como todo. Para fluxos


de potencial de densidade constante, ela se aplica a todo campo
de fluxo.

A redução na pressão que ocorre simultaneamente com o aumento


da velocidade, como previsível pela equação, é frequentemente
chamada de princípio de Bernoulli. A equação é dedicada a Daniel
Bernoulli, embora tenha sido apresentada pela primeira vez da forma
como está aí por Leonhard Euler. A segunda forma, mais geral, da
equação de Bernoulli pode ser escrita para fluidos compressíveis:

= constante

Aqui, é a energia potencial gravitacional por unidade de massa, que


vale apenas = gh no caso de uma campo gravitacional uniforme, e w

é a entalpia do fluido por unidade de massa. Observe que


onde é a energia termodinâmica do fluido por unidade de massa,
também conhecida como energia interna específica. A constante no lado
direito da equação é frequentimente chamada de constante de Bernoulli
e indicada pela letra “b”. Para o escoamento adiabático sem viscosidade
e sem nenhuma fonte adicional de energia, “b” é constante ao longo de
todo o escoamento. Mesmo nos casos em que “b” varia ao longo do
conduto, a constante ainda prova-se bastante útil, porque está
relacionada com a carga de pressão no fluido. Quando um choque está
presente, muitos dos parâmetros envolvidos na equação de Bernoulli
sofrem grandes modificações ao passar pelo choque. A constante de
Bernoulli, porém não se altera. A única exceção a essa regra são os
choques radioativos, que violam as convenções que levam à equação
de Bernoulli, como a falta de vazões ou fontes de energia.

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 Dedução

Vamos começar com a equação de Bernoulli para fluidos


incompressíveis.

A equação pode ser obtida pela integração das equações de


Euler , ou pela aplicação da lei da conservação da energia em duas
seções ao longo da corrente, e desprezando a viscosidade, a
compressibilidade e os efeitos térmicos.Pode-se dizer que o trabalho
mecânico feito pelas forças no fluido + redução na energia potencial =
aumento na energia cinética.

O trabalho feito pelas forças é

F1s1 - F2s2 = p1A1v1Δt - p2A2v2Δt

A diminuição da energia potencial é

mgh1 – mgh2 = ρgA1v1Δth1 – ρgA2v2Δth2

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O aumento na energia cinética é

Juntando tudo tem-se que

p1A1v1Δt - p2A2v2Δt + ρgA1v1Δth1 – ρgA2v2Δth2 =

ou

+ ρgA1v1Δth1+ p1A1v1Δt = +
ρgA2v2Δth2+ ρgA2v2Δth2

Depois da divisão por Δt, ρ e A1v1 ( “vazão” A2v2 já que o fluido e


incompressível), encontra-se

Ou

A divisão adicional por g implica

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Uma massa em queda livre de uma altura h (no vácuo), alcançará uma
velocidade

O termo é chamado de altura de aceleração ou carga de


aceleração.

A pressão hidrostática, carga estática é definida como

O termo é também chamado de altura de pressão ou carga de


pressão.

Uma maneira de ver como isto se relaciona com a conservação de


energia diretamente é pela multiplicação pela densidade e volume
unitário ( que é permitido, já que ambos são constantes), resultando em:

v2ρ+P = constante

mV2+P x volume = constante

A dedução para fluidos compressíveis é similar. Novamente, a dedução


da (1) conservação de massa e (2) da conservação da energia. A
conservação da massa implica que no desenho acima, no intervalo de
tempo Δt, a quantidade de massa que passa pela fronteira definida pela

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área A1 é igual à quantidade de massa que passa por fora da fronteira


definida pela área A2:

0 = ΔM1 – ΔM2 =ρ1A1v1Δt – ρ2A2v2Δt.

Aplica-se a conservação da energia de uma maneira similar: assume-se


que a mudança na energia do volume do duto limitado por A 1 e A2 é
totalmente devida a energia que entra ou sai por quaisquer uma dessa
duas fronteiras. Claramente, em uma situação mais complicada como
uma vazão de fluido acompanhada de radiação, a conservação de
energia não é satisfeita. De qualquer forma, assume que seja este o
caso e que o fluxo está em estado estacionário, de forma que a
mudança líquida de energia é zero, temos que

0 = ΔE1 – ΔE2

Onde ΔE1 e ΔE2 são a energia que entra através de A 1 e A2,


respectivamente.

A energia entrando por A1 é a soma da energia cinética afluente, da


energia afluente na forma de energia potencial gravitacional, da energia
termodinâmica do fluido afluente e da energia afluente na forma de
trabalho mecânico pdV:

Uma expressão similar para ΔE2 pode ser construída facilmente.


Fazendo agora 0 = ΔE1 – ΔE2, obtemos

0 = -

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Reescrevendo

0= -

Agora, usando o resultado obtido anteriormente a partir da conservação


da massa, isto pode ser simplificado de forma a se obter

2 Teorema de Torricelli
Equação de Torricelli foi descoberta por Evangelista Torricelli para encontrar
a velocidade final de um corpo em movimento sem conhecer o intervalo de
tempo em que este permaneceu em movimento.
A equação tem a forma:

onde vf e vo representam as velocidades final e inicial do corpo,


respectivamente, e Δs representa a distância percorrida.
Esta equação pode ser deduzida a partir das seguintes equações:

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Isolando t na segunda equação:

E substituindo-o na primeira, temos que:

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A queda livre dos corpos


A queda livre dos corpos foi elucidada por Galileu em 1604. Uma das
conclusões tiradas por ele e de fundamental importância para o entendimento
do movimento de queda dos corpos é aquela que diz que os corpos em queda,
sob ação exclusiva da gravidade, terão a mesma aceleração
independentemente das suas massas. Galileu nos ensinou que, se tivermos
dois corpos de massas diferentes e os abandonarmos da mesma altura, eles
chegarão ao solo ao mesmo tempo, desde que a resistência do ar seja
desprezível.

A aceleração dos corpos em queda será a aceleração da gravidade


local, que nas proximidades da Terra tem um valor constante de
aproximadamente 9,8 m/s2. Por essa aceleração ser constante, o movimento
de queda livre é um movimento uniformemente variado. Por isso as equações
que descrevem esse movimento podem ser usadas no estudo da queda livre
dos corpos.

Onde g é a aceleração da gravidade local e h é a altura do corpo. Se tivermos


um corpo que é abandonado do repouso, ou seja, com velocidade inicial igual a
zero, a função horária dos espaços pode ser reduzida a uma equação que dará
o tempo de queda.

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Através da equação de Bernoulli, é possível determinar a velocidade


teórica com que a água sai através do orifício de um recipiente:

Se fizermos o Datum( modelo matemático teórico da representação da Terra


no nível do mar), passar pelo eixo do orifício e aplicarmos a equação de
Bernoulli para os pontos 1 e 2:

p1 v12 p 2 v 22
z1    z2    cte
 2g  2g

Temos:
z1= h
p1/γ=0 (sobre ele atua a pressão atmosférica que, em termos de pressão
efetiva é nulo)

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v12/γ=0 (a velocidade com que o nível d’água baixa é desprezível em


relação à velocidade com que a água sai através do orifício)
z2=0
p2/γ=0 (somente atua a pressão atmosférica)

Substituindo temos:

h=v22 /2g
v2 =

“A velocidade da água ao sair do orifício é igual à que seria obtida se as


partículas caíssem em queda livre de uma altura h”

3 Tubos de Pitot e Tubos de Venturi

3.1 Tubo de Pitot

O tubo de Pitot foi criado em 1732 pelo físico francês Henri Pitot (1665-
1743). Seu principal objetivo era o de medir a velocidade do fluxo da água no
Rio Sena, que atravessa Paris. A partir de então, o tubo de Pitot difundiu-se em
diversas aplicações e evoluções decorrentes da primeira tentativa.
O funcionamento é basicamente como um medidor de pressão
diferencial, necessitando para isso, possuir duas pressões bem definidas e
comparadas. A primeira fonte de pressão do sistema é a pressão de impacto,
ou pressão total, ou pressão de estagnação, tomada na extremidade do tubo
de Pitot através de sua entrada frontal principal, relativa ao fluxo de dado fluido.
Vale lembrar, que o tubo de Pitot mede não somente a pressão do ar, mas de
todos os possíveis fluidos. A segunda tomada de pressão é a de pressão
estática, que pode ou não ser tomada na mesma localidade do tubo de Pitot.
Geralmente essa tomada localiza-se nas proximidades da tomada de pressão
de impacto, se não, no mesmo corpo do tubo de Pitot, porém também pode
estar locada emuma posição totalmente distinta da tomada de pressão de

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impacto. A tomada de pressão estática precisa estar localizada numa posição


de ângulo reto ao fluxo laminar do fluido, para melhor precisão.
A diferença de pressão pode então, depois de medida, ser chamada de
pressão dinâmica. Conhecida essa pressão dinâmica, é possível a obtenção da
velocidade de dado fluido, conhecendose também a densidade desse fluido,
através de equações convenientes. Em geral o tubo de Pitot encontra-se em
áreas de fluxo laminar, sem muita perturbação ou turbilhonamento.

CÁLCULOS

Através da pressão dinâmica conhecida de um fluido, pode-se, usando-


se as Equações de Bernoulli, conhecer a velocidade desse fluido.

A velocidade do fluido é, portanto,

Caso a velocidade do ar seja muito grande, ele começa a encontrar


dificuldade em penetrar na tubulação de impacto, dificultando a medição, pois
passa a ser um fluido compressível. Nesse caso a equação acima não pode
ser utilizada. Uma variação da equação de Bernoulli é então utilizada. Para que
isso não ocorra, faz-se necessário uma barreira redutora de velocidade desse
fluido, permitindo que tal fluido entre pelo tubo de Pitot. Aos demais fluidos que
são incompressíveis a equação original de Bernoulli faz-se aplicável.

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Utilização

O uso do tubo de Pitot para escoamentos de fluidos monofásicos é bem


estabelecido nas áreas das engenharias civil, química e aeronáutica. O seu
emprego em escoamento de misturas bifásicas, particularmente entre ar e
água, é pouco conhecido. Tais escoamentos são comuns em engenharia
hidráulica onde ocorrem altas velocidades de jatos de água em superfície livre.
Onde pode-se observar largamente o uso do Tubo de Pitot é na
industria aeronáutica, onde o pitot é utilizado quase que 100% para o controle
da instrumentação do Avião, seja em velocidade, pressão e temperatura.

Vantagens
 Instrumento simples
 Fácil instalação
 Baixo custo de aquisição e manutenção
 Apresenta pequena perda de pressão, desde que o tubo não apresente
grandes dimensões comparado com o tamanho da corrente.

Desvantagens
 Origina pequena pressão diferencial
 Não podem ser usados em fluidos com partículas sólidas em suspensão
uma vez que iriam obstruir o tubo
 Para pequenos fluxos de gases a diferença de pressão é desprezável.

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3.2 Tubo de Venturi

Giovanni Battista Venturi, Físico italiano nascido em Bibiano, hoje


Reggio nell'Emilia, ordenado padre aos 23 anos e foi professor de geometria e
filosofia em Modena. Tornou-se engenheiro e auditor e posteriormente foi
professor de física experimental. Estudou física e química em Paris onde
publicou Recherches expérimentales sur le principle de comunication latérale
dans fluides (1797), no qual descreve os princípios de um importante
dispositivo hidráulico para determinação da velocidade média do escoamento,
o tubo de Venturi.
Giovanni Batista Venturi foi o primeiro cientista a demonstrar, em 1797, o
princípio de funcionamento do tubo de Venturi, sendo que o primeiro cientista a
fazer medições com o tubo de Venturi foi Clemens Herschel em 1887, que
chamou ao tubo de Venturi, medidor de Venturi. Apesar das modificações feitas
no interior do tubo de Venturi, com a finalidade de manter constante o
coeficiente de descarga, o desenho do tubo de Venturi standard mantém-se
ainda hoje muito parecido ao projectado por Herschel originalmente.
Trata-se de um dispositivo utilizado para medir vazões no interior de
tubulações,consiste de um tubo com entrada cônica que se afunila em direção
a uma garganta de menor diâmetro que o do tubo de entrada denominada
bocal, seguida de um trecho gradualmente divergente denominado difusor. No
trecho convergente, a velocidade de escoamento aumenta e a pressão diminui;
a queda de pressão é medida por um par de piezômetros ou de um manômetro
diferencial de tubo em “U”; se fizermos o datum(PHR) passar pelo eixo do
Venturi denominando v1 e v2 as velocidades médias nas seções (1) e (2),
aplicando Bernoulli:

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p1 v12 p v2
z1    z 2  2  2  cte
 2g  2g

Temos:

a) v1=Q/A1 e v2=Q/A2
z1 = z2

Substituindo:

Onde: k =

No caso de piezômetros teremos: e manômetro:

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Utilização

O tubo de Venturi, colocado na metade da tubulação, permite que seja feito o


cálculo da vazão.

Vantagens
 Podem ser instalados na maior parte das condutas
 Podem ser usados para a maioria dos líquidos, incluindo aqueles que
contêm sólidos uma vez que não há depósito de impurezas no tubo
 Podem medir grandes fluxos
 São extremamente resistentes à abrasão
 Baixa perda de pressão comparado, por exemplo, com o medidor de
orifício ou com os bocais; este aspecto é importante em instalações
onde o fluido escoa a baixas pressões.Esta perda de pressão é da
ordem dos 10 a 20% da pressão diferencial e aumenta quanto maior for
o tubo de Venturi. Contudo, a velocidades elevadas a recuperação total
de pressão pode não ser conseguida, enquanto o fluido não percorrer
uma certa distância depois do tubo de Venturi.

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Desvantagens:
 Custo de construção mais elevado que o dos orifícios e bocais;
 Não é fácil de instalar numa conduta já existente devido ao seu elevado
tamanho
 Uma vez construído e instalado é impossível mudar a gama de fluxos do
fluido, excepto se modificarmos o instrumento de medida de pressão, ou
então se substituirmos o tubo de Venturi.

4. Túneis de vento

É uma instalação que tem por objetivo simular e estudar o efeito do


movimento de ar sobre ou a redor de objetos sólidos.
Forças :
 Arrasto ( D ) é a resistência que o escoamento impõe ao movimento do
corpo. Atua na direção do escoamento.
 Lateral ( Y ) é a força responsável pelo desvio lateral do corpo de sua
trajetória original. Atua no plano transversal ao corpo e é perpendicular à
direção do escoamento.
 Sustentação ( L ) é a força que atua no plano de simetria do corpo e é
perpendicular à direção do escoamento.

Momentos :
 Rolamento (R) quantifica a tendência do corpo de girar ao redor de seu
eixo de simetria. O vetor momento de rolamento tem a direção do vetor
arrasto.
 Arfagem (M) quantifica a tendência do corpo de girar no plano de
simetria. O vetor momento de rolamento tem a direção do vetor força lateral.
 Guinada (N) quantifica a tendência do corpo de girar lateralmente. O vetor
momento de guinada tem a direção do vetor força de sustentação.

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É utilizado em laboratórios (modelos físicos) para a determinação de


parâmetros nos projetos de aviões, automóveis, cápsulas espaciais, edifícios,
pontes, antenas e outras estruturas de construção civil.
A construção de modelos físicos, em escalas reduzidas, embora tentada
anteriormente por Arquimedes, Leonardo Da Vinci e outros estudiosos só foi
possível após a descoberta da Teoria da semelhança Mecânica por Isaac
Newton e do Teorema de Bridgman.
Nos modelos aerodinâmicos a semelhança mecânica aplicada é a de Mach,
nos modelos Hidrodinâmicos de escoamentos em condutos forçados utiliza-se
a chamada semelhança de Reynolds e nos condutores simples ( canais, usinas

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hidrelétricas, vertedores) utiliza-se a chamada semelhança mecânica de


Froude.

5. Tipo de Túnel Utilizado


 Túnel de Vento UGF, Sub-Sônico de Circuito Aberto

5.1 Equipamentos Utilizados

1- Manômetro IOPE, modelo MTU escala 200mmCA.


2- Tubo de Pitot na saída do seção de testes
3- Bocal Convergente
4- Regulador de Velocidade através da entrada de Ar
5- Propulsão através de motor elétrico (20CV)

5.2 Principais passos para realização da experiência

1. Dado o valor de 35mmCA da coluna de água através da leitura do


manômetro,
2. Ligar o ventilador do túnel de vento e através do tubo de Pitot fixado
na saída do túnel e ligado ao manômetro medir novamente a coluna de água,
24mmCA

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6. Cálculo da velocidade da experiência

Através da pressão dinâmica conhecida de um fluido, pode-se, usando


as Equações de Bernoulli, conhecer a velocidade desse fluido.

logo a velocidade é

ρ = peso específico da água =>1,1kg/m3


(p2-p1) = 24mmca => 0,024x10³ Kgf/m³

g = aceleração da gravidade => 9,81m/s 2

= 20,69m/s

Transformação de metros para quilômetros

20,69X3,6 = 74.28Km/h

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7.Conclusão

Este trabalho teve por finalidade relatar um breve histórico sobre o físico
Daniel Bernoulli, descrever o teorema de Toricelli, este fundamental para
calcular a velocidade final de um corpo desconhecendo o tempo de ação
decorrido, apresentar os tubos de Pitot e Venturi descrevendo-os e listando
suas principais aplicações de vantagens de uso, informar por meio de
descrições detalhadas, esquematizações e imagens o funcionamento de túneis
de vento.

O foco principal deste trabalho, foi o túnel de cento utilizado na


experiência de laboratório, “Túnel de Vento UGF, Sub-Sônico de Circuito
Aberto”, foram listados também todos os equipamentos e procedimentos
utilizados, incluindo os cálculos para determinação da velocidade do vento.

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8.Bibliografia

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Ed., LTC, Rio de Janeiro,1996.
KALIDE, Wolfgang, Introducción a la hidrodinámica técnica, Ed. Urmo,
Bilbao, 1969.
MARTINS, R.A. O Vácuo e a pressão atmosférica da Antiguidade a
Pascal. Cadernos de História e Filosofia das Ciências. Vol 1. Número
especial, p. 9-48, 1989.
NUSSENZVEIG, H. MOYSES, Curso de Físca, v. 2: Fluidos, Oscilações
e Ondas, Calor, Ed.Edgard Blücher, São Paulo, 2002
PEDERSON, O. Early Physics and Astronomy, Cambridge Univ. Press,
Cambridge, 1993.
TOKATY, G. A., A History and Philosophy of Fluid Mechanics, Dover, N.
York, 1994
WEBBER, Mecánica de fluidos para ingenieros, Ed. Urmo
Os Cientistas, Abril S.A.Cultural e Industrial.
Biografias, Gerson Ferracini, Editora Scipione.
Física, Beatriz Alvarenga e Antônio Máximo, Editora Scipione.
O Mundo da Eletricidade, Ottaviano de Fiore, Eletropaulo.
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/BernDani.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Equa%C3%A7%C3%A3o_de_bernoulli
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tubo_de_Pitot
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tubo_de_Venturi
http://fisicomaluco.com/experimentos/daniel-bernoulli/Ciência Ilustrada,
Abril S.A.Cultural e Industrial
http://www.infoescola.com/fisica/equacao-de-torricelli/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Equa%C3%A7%C3%A3o_de_Torricelli

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