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Prova Defensor Público da União – 2007

Questões relacionadas a PF apenas. Quando as questões versarem sobre tema não


pertinente a prova para Perito isto será comentado.

As questões de 1 a 10 diziam respeito a Noções de Filosofia e não serão vistas. A


questão 11 era sobre concursos de crimes, matéria em Direito Penal não pertinente.
Da mesma forma com as questões 12 e 13.

Errado
Uso de chave falsa qualifica o crime, conforme parágrafo 4, inciso III, do Artigo 155 do CP.

Correto
Não se entende que seja crime continuado (Artigo 71, CP), mas sim concurso formal (Artigo 70,
CP) por haver desígnio autônomo em cada um dos roubos.

A questão 16 era sobre a Lei dos crimes hediondos, não constante no programa.
Correto
É o entendimento do STF (Acórdão Nº 2005/0155088-6).

Errado
Este ponto não é pacífico, mas sim oscilante, tendo sido motivo de discussões no STF. A Lei do
Desarmamento (Lei 9437/97) diz no Artigo 14 que é crime:
“Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal
ou regulamentar”.
A tendência é que a jurisprudência passe a ser no sentido dado pelo enunciado, mas na ocasião
da prova e até agora não é ainda pacífico.

As questões de 19 a 22 eram sobre partes de Penal fora do interesse para PCF. Já as


questões de 23 e 24 eram sobre partes de Processual Penal desimportantes para PCF.

Errado
A Lei 9296/96 não exige a transcrição total das conversas, mas apenas relatório circunstanciado
da polícia com a explicação do teor das conversas interceptadas e da necessidade da continuidade
das investigações com a utilização desse procedimento.

Errado
O dispositivo que consta na Lei 9296/96, Artigo 2º, III, visa evitar que as interceptações telefônicas
venham a ser realizadas em outros ramos de Direito e em situações menos graves. Contudo,
embora essa posição não seja pacífica na doutrina, a prova poder ser emprestada a outro
processo, desde que as partes sejam as mesmas.
As questões de 27 a 30 eram sobre matéria em Processual Penal não pertinente.

Correto
Artigo 108 do CP.

Errado
Não são considerados os crimes militares próprios e não os impróprios (Artigo 64, III, CP). Crimes
militares próprios. Os crimes militares próprios são aqueles relacionados com a as atividades
institucionais desenvolvidas pelos militares, como o abandono de posto, delito do sono, entre
outros. Os crimes militares impróprios são aqueles que também possuem a sua previsão no
Código Penal Comum, e que podem ser praticados por qualquer pessoa sem estarem relacionados
com atividades propriamente militares, como o furto, o roubo, o tráfico de entorpecentes, o
homicídio, entre outros.

Correto
Este é o entendimento do STF. A prova ilícita não anula o processo, a não ser que a sentença
condenatória esteja lastreada nesta prova. Questão muito próxima a esta é a da admissibilidade
das provas derivadas das provas ilícitas. Neste sentido o STF tem seguido o entendimento de que
estas provas não admissíveis, conforme a doutrina dos Frutos da Árvore Envenenada (Fruits of
Poisonous Tree).

A questão 34 não se encaixava no interesse das resoluções, fora que estava do


programa. O mesmo se pode dizer das questões 35 e 36.

Errado
O uso de arma de fogo sempre aumenta a pena, conforme parágrafo 2º do Artigo 157 do CP.
Porém, o STJ tem entendido recentemente que a legalidade na fixação de pena maior a
condenado por uso de arma de fogo está condicionada à comprovação do real potencial de ferir do
objeto. Para tanto, é preciso apreender a arma, realizar exame pericial ou apresentar outras provas
que concluam pela sua potencialidade lesiva, não podendo a decisão judicial se basear, apenas,
no depoimento das testemunhas ou em opiniões subjetivas a respeito da gravidade do crime. Com
este entendimento revogou a Súmula 174 que dizia: “no crime de roubo, a intimidação feita com
arma de brinquedo autoriza o aumento da pena”.
Errado
Quanto ao arquivamento, este só cabe ao Juiz, a requerimento do Ministério Público que é titular
da ação penal pública. Quando falta justa causa a autoridade policial deixa de instaurar o inquérito
policial. Não pode o Juiz arquivar sem manifestação do Ministério Público se fizer, caberá Correção
Parcial. Porém, quando o juiz concorda em regra, a decisão de arquivamento é irrecorrível, salvo
exceções como Crimes contra a economia popular onde cabe recurso de ofício (art. 7º da Lei
1.521/51).

Correto
Novamente. A interceptação telefônica deve ser realizada apenas para fins de investigação penal
ou instrução processual penal. Quanto ao empréstimo para o procedimento administrativo, neste
sentido decidiu o STF, conforme Acórdão, entendendo que, se o sigilo foi quebrado e a prova
obtida por meio lícito, isto é, com a devida ordem judicial e tendo em vista que a Constituição
proíbe apenas as provas colhidas por meio ilícito e não veda o empréstimo de uma prova
licitamente apurada, não se deve não emprestar a prova.

Correto
Este tem sido o entendimento do STF (HC 86.452-0, HC 74.234, HC 75.193 e HC 77.610).

As questões de 41 a 60 eram de Direito Penal Militar. Já as 61 a 71 eram de Direito


Civil.
Correto
Segundo o entendimento do STF os elementos que compõe a responsabilidade civil objetiva do
Estado são causalidade material, alteridade do dano, oficialidade da atividade causal e lesiva
imputável à agente público e ausência de causa excludente da responsabilidade estatal. Na falta
de um destes elementos se afasta a responsabilidade objetiva do Estado. Força maior, caso
fortuito e culpa exclusiva da vítima são excludentes da responsabilidade estatal.

As questões 73 e 74 eram sobre responsabilidade civil do particular.

Correto
Esta é a caracterização da teoria na doutrina. A última observação – possibilidade de comprovação
da culpa da vítima para atenuar ou excluir a indenização – é o que diferencia esta teoria da do
risco integral.

As questões de 76 a 144 eram sobre ramos de Direito e questões não importantes para PCF.
Correto
A recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, em virtude de
reprovação em estágio probatório (O servidor não estável não aprovado no estágio probatório é
exonerado) ou reintegração do anterior ocupante do cargo que estava. A possibilidade de
recondução a pedido não é clara na Lei 8112/90, mas o entendimento do STF é de que o servidor
que desiste de completar o estágio probatório não pode sofrer efeito mais danoso do que sofreria
se permanecesse nele e, ao final, fosse inabilitado para o novo cargo, portanto sendo possível a
recondução durante o tempo do estágio probatório de 2 anos.

A questão 146 envolvia aspectos fora do programa para PCF. As demais questões da prova
estavam fora do âmbito de estudos para PCF.

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