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Reunião dos Bric chama mais atenção do que

G7', diz Amorim


Ministro afirma que países comandaram crescimento econômico mundial.
Reunião de Brasil, Rússia, Índia e China aconteceu nesta quinta (15).

Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília

Ontem, Brasília foi realmente o foco das atenções mundiais. No Brasil, um


pouco menos. Não foi o Brasil que inventou isso, mas a gente registrou o
fenômeno e contribuiu para uma nova geografia mundial. A reunião dos BRIC
chama mais atenção hoje do que uma do G7"

Ministro Celso Amorim

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nessa sexta-feira


(16) que, atualmente, uma reunião de Brasil, Rússia, Índia e China, países-
membros dos Bric, chama mais atenção internacionalmente que um encontro
dos países mais ricos do mundo, o G7. A reunião dos Bric foi realizada na noite
desta quinta-feira (15) em Brasília.

“Ontem, Brasília foi realmente o foco das atenções mundiais. No Brasil, um


pouco menos. Não foi o Brasil que inventou isso, mas a gente registrou o
fenômeno e contribuiu para uma nova geografia mundial. A reunião dos Bric
chama mais atenção hoje do que uma do G7”, afirmou o ministro.
Amorim destacou que um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) diz
que os países do bloco serão responsáveis por 60% do crescimento da
economia mundial nos próximos oito anos. O ministro disse que com base
nestes dados os países cobram um poder maior de voto em organismos
econômicos internacionais, como o próprio FMI.

Ele comentou também as conversas para que os países passem a fazer


comércio em moeda local, abandonando o dólar. Para Amorim, essa ação
poderia ajudar a preservar os países de crises econômicas. O ministro, no
entanto, descartou a possibilidade de se discutir agora uma moeda única para
o bloco.

“Não se trata neste momento de discutir uma nova moeda. É preciso ter
tranquilidade porque essas especulações causam abalos e afetam o comércio.
O que temos conversado, e aconteceu principalmente numa reunião de peritos,
é sobre o comércio em moeda local. Foi explicado aos países do Bric como
temos feito com a Argentina e como isso ajuda a pequena e a média empresa
para ver em que medida podemos trabalhar de maneira a não permitir que uma
nova crise financeira do dólar ou do euro tenha o impacto que teve no
comércio desse países”, disse Amorim.

O ministro disse ainda que foi mencionado na reunião situação do câmbio da


moeda chinesa. Ele ressaltou, no entanto, que não há intenção de pressionar
os chineses, mas de dialogar. “Não me lembro da palavra exata, mas o
presidente Lula mencionou a questão cambial em relação ao comércio, que
nós precisamos discutir as questões que têm impacto na economia mundial,
entre elas o câmbio. Mas não é cobrança. Esses espaços facilitam o diálogo, a
cooperação, não são espaços de cobrança.”

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