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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TRATAMENTO DE QUEIMADOS

 
Carla Simone da Cunha Carvalho[1]
Daisy Marillya Xavier Leite[2]
João Carlos Soares de Oliveira[3]
Matheus Vieira Bastos[4]
RESUMO
Queimaduras são lesões comuns, a maioria de pequena extensão autotratáveis, aquelas com maior extensão são lesões
graves que exigem tratamentos intensivos e reabilitação. A profundidade da lesão é classificada como sendo de
primeiro, segundo e terceiro graus. A determinação da extensão da área de superfície corporal total lesionada –
ASCT, para calculo rápido é a regra dos nove. O tratamento inclui debridamento, curativos, escarotomia, fasciotomia,
enxertos, reposição hídrica, balneoterapia. O avanço da ciência e tecnologia possibilitou o aumento da sobrevida dos
clientes com queimaduras, diminuindo a taxa de mortalidade em níveis expressivos. A humanização busca resgatar o
sentido a assistência à saúde ao ser humano refletindo sobre as práticas do serviço de enfermagem em uma unidade
de tratamento de queimados – UTQ.
Palavras-chave: Queimaduras. Humanização. Atuação do enfermeiro. Enxertos.
INTRODUÇÃO
Em nossos estudos um dos aspectos evidenciados que merecem destaque é a humanização da assistência de
enfermagem na UTQ. A literatura atual reativa as questões éticas e bioéticas têm ressaltado a desumanização da
equipe multiprofissional ao contato com o paciente queimado, pois este necessita de um tempo maior de internação
hospitalar. A preocupação do ser humano com sua estética após um acidente por queimadura é de extrema
importância podendo afetar seu psicológico influenciando o tratamento e reabilitação.
Queimadura é uma lesão em determinada parte do organismo desencadeada por um agente físico. Dependendo deste
agente podem ser classificadas em térmicas, elétricas e químicas. Esses agentes agem no tecido causando destruição
parcial ou total da pele e seus anexos podendo atingir camadas profundas, como tecido subcutâneo, músculos tendões
e ossos. (KNOBEL, 2006).
Quando se faz uma avaliação das causas das queimaduras observa-se que, na esmagadora maioria das vezes, a falta
de cuidado é o principal elemento responsável. A prevenção de lesões por queimaduras no local de trabalho deve
incluir o manuseio seguro de substâncias, produtos químicos, líquidos quentes, fósforos, eletricidade tendo maior
atenção para crianças, adolescentes, bem como adultos com o uso incorreto da combinação de gasolina e tabagismo
(SMELTZER et al, 2006).
No entender de Dal Molin, (2004) a dor causada pela queimadura faz com que, na situação de emergência domiciliar,
as pessoas utilizem pomadas e ungüentos além de uma infinidade de outros produtos (borra de café, margarina, creme
dental, etc.). A pasta de dente, por exemplo, pelo seu frescor que é freqüentemente usada, no entanto, há substâncias
anti-sépticas que são extremamente irritantes aos tecidos expostos na zona da lesão queimada. O controle da dor é um
dos principais objetivos da enfermagem no tratamento do paciente queimado.
Na vigência da dor o paciente poderá apresentar vários sintomas segundo,Smeltzer et al, (2006) taquicardia, sudorese,
hipertensão, agitação e desconforto respiratório. Medidas de controle, analgésico e sedação são freqüentemente
necessárias. A gravidade de uma queimadura é determinada principalmente pela extensão, área de superfície corporal
total queimada (ASCT) e pela sua profundidade.
O tratamento de um paciente queimado inclui vários procedimentos, dependendo da extensão e da gravidade das
queimaduras, atendimento de emergência, alívio da dor, debridamento e enxertia entre outros. Uma boa equipe
multiprofissional, com Médicos, Fisioterapeutas, Enfermeiros, Psicólogos e Terapeuta ocupacional é imprescindível
para a recuperação do paciente (ERAZO, 2006).
Segundo o autor citado, atualmente se discute a necessidade de humanizar o cuidado, a assistência, a relação com o
usuário do serviço de saúde. A formação dos profissionais de saúde distante do debate e da formulação de política
pública de saúde, estão resultando em ações consideradas desumanizadas. Tendo em vista a nova perspectiva de
atuação da enfermagem, que incluem em seu contexto o cuidado humanizado, foi despertado o interesse de
aprofundar o assunto relacionando ao centro tratamento de queimados.
Diante do exposto, justificamos a escolha do tema à alta incidência de lesão por queimaduras e a inserção de mais um
centro de tratamento de queimados na Bahia, vinculado ao Hospital do Oeste. Tendo em vista a vasta demanda da
região para o tratamento de queimaduras e a possibilidade de divulgação do artigo atingindo não somente a população
no geral como também abrangendo as categorias profissionais de saúde.
Desse modo, o presente artigo científico, visa abordar não somente a queimadura, mas englobando a humanização da
assistência na saúde voltada especificamente ao acompanhamento, prestação de serviços da enfermagem aos
pacientes queimados. Buscamos assim, contribuir para um maior entendimento da população e profissionais de saúde,
sejam adotadas medidas para uma efetiva humanização no atendimento e os esclarecimentos de toda a sociedade
sobre as queimaduras para diminuir a prevalência dos acidentes e as possíveis melhoras no tratamento, evitando
complicações e melhorando a reabilitação do cliente.
OBJETIVO
Analisar a queimadura, tipos, classificações, principais causas, o processo de enfermagem e a importância da
humanização ao paciente vitima de queimaduras.
METODO
Foi realizada uma revisão bibliográfica com a finalidade de verificar a produção do conhecimento em periódicos
sobre queimaduras e a humanização da assistência nos últimos cinco anos. A busca reuniu artigos publicados a partir
da base de dados do LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em ciências da Saúde), MEDLINE (Medical
Literature Analysis and Retrieval System – on-line) e BDENF (Base de Dados da Enfermagem) tendo como palavras
chave: queimaduras, tratamento queimados, queimados, enxertia de queimados, humanização.
No estudo, foram incluídos apenas os artigos localizados na Biblioteca da FASB e da Biblioteca do Centro de
Colaborador da OPAS – Organização Pan-americana de Saúde e OMS – Organização Mundial de Saúde para
pesquisa de publicações científicas em saúde – Bireme. Para o aprofundamento teórico se buscaram o embasamento
teórico em fontes complementares como livros, periódicos, artigos.
REVISÃO DE LITERATURA
TIPOS E AVAIAÇÃO DE QUEIMADURAS
Costuma-se classificar as queimaduras de acordo com a profundidade da pele lesada. Refletindo sobre esse assunto,
Knobel, (2006) relata que essa classificação é importante para se avaliar a previsão de cicatrização e cura da
queimadura. Quanto mais superficiais, melhor o prognóstico. Em todos os tipos de lesão, várias células epiteliais vão
formar novas camadas finas e secas. A pele em regeneração deve ser protegida contra traumas, temperatura,
exposição ao sol. As queimaduras são classificadas em segundo o autor citado:
Queimadura de primeiro grau: É a queimadura mais superficial atinge a epiderme e caracteriza-se por deixar a pele
hiperemiada, edemaciada e extremamente dolorida aparece também seca sem flictena. Uma exposição prolongada ao
Sol pode desencadear este tipo de lesão.
Queimadura de segundo grau: Alem da epiderme atinge camadas intermediárias (derme) é uma queimadura
superficial de espessura parcial. Caracteriza-se pelo aparecimento da flictena que é a manifestação externa de um
descolamento dermo-epidérmico. Tem uma profundidade intermediária.
Queimadura de terceiro grau: É profunda de espessura parcial ou total. Caracteriza-se pelo aparecimento de uma
zona de morte tecidual (necrose).
ASCT – ÁREA DE SUPERFÍCIE CORPORAL TOTAL LESADA
Existe um método bastante simples para se obter a área de superfície corporal total lesada: o Método de Wallace,
também conhecido com a Regra dos Nove. Esta regra emprega valor igual a nove ou múltiplo de nove às partes
atingidas. Use-a para estimar o percentual atingido pela lesão (SMELTZER et al, 2006).
Regra dos nove
Cabeça – 9%;
Braços – 9% cada um;
Tronco – 36% (face anterior e posterior);
Pernas – 18% cada uma;
Genitália – 1%.
TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA EM SITUAÇÕES DE QUEIMADURAS – PREIMEIROS SOCORROS
Queimaduras são relativamente comuns. Uma fogueira pode ficar fora de controle, um fogareiro e a churrasqueira
pode dar problema. Não importa qual o tipo de queimadura, o primeiro cuidado é a interrupção do agente agressor
(ERAZO, 2006).
Segundo o Instituto Dr. José Frota CTQ, (2007) abafe as chamas com um cobertor ou similar ou faça o paciente rolar
no solo se for por fogo, correr provoca o aumento do fogo; em caso de líquidos quentes procure resfriar o local com
água fria e se for substancias causticas lave as superfícies atingidas, exaustivamente, com água corrente, de modo a
remover, ao máximo toda a substancia. Embora as queimaduras solares, na maioria dos casos, sejam de 1º grau, o
surgimento de bolhas ou sintomatologia mais exarcebada poderá requerer cuidados médicos.
Para o autor citado, deve-se observar se o paciente respira bem, verifique se o nariz e a boca estão desobstruídos, se
não, limpe-os retirando o que está impedindo a respiração normal; retire as roupas queimadas, em alguns casos às
roupas fica aderido à pele o que não estiver aderido deve ser cortado; em seguida e o mais rápido possível, procure
resfriar as queimaduras com duchas de água fria, enquanto não for providenciada a remoção, para um hospital.
TRATAMENTO MEDICO DO PACIENTE COM QUEIMADURA
O tratamento deve ser planejado de acordo a extensão e profundidade da queimadura, quando a área de superfície
corporal total é muito grande o risco de morte e complicações aumenta.
Deve-se controlar a dor, fazer debridamento, escarotomia, fasciotomia, enxertos, balneoterapia, manter o equilíbrio
hidricoeletrolítico bem como, seus sinais vitais para que o cliente não desenvolva choque hipovolemico, por causa da
perda excessiva de líquidos. Problemas respiratórios podem surgir, caso ouve inalação de fumaça e toxinas, atentar
também ao risco de se desenvolver uma infecção por perda da primeira camada de proteção da pele (IRION, 2005).
Exame básico (ATLS)
A – Vias Aéreas
B – Boa Respiração
C – Circulação
D – Dano Neurológico
E – Exposição
Controle da dor
O tratamento da dor é de responsabilidade do médico e da enfermeira, alem disso, temos de avaliar as causas e adotar
as providências para eliminar ou minimizar com o uso de analgésicos prescritos, como os opióides, antiinflamatórios,
cloridrato de tramal entre outros. O Enfermeiro é responsável por este processo; contudo, podemos perceber o quanto
ele está atrelado ao que o médico diz e prescreve. Isto se comprova por intermédio de pesquisas que apontaram o
cuidado centrado no aspecto farmacológico (DAL MOLIN, 2004).
Escarotomia
É um procedimento de emergência realizado por um medico com experiência no atendimento a queimados. Irion,
(2005), da destaque que no caso de queimaduras de espessura total circunferências de membros ou do tronco, podem
ser necessárias à realização de escarotomia. O edema tecidual pode causar compressão de estruturas em membros e
predispor à necrose de extremidades. O aspecto duro e inelástico da pele com queimadura de terceiro grau restringe
os movimentos respiratórios e pode levar a insuficiência respiratória.
Este procedimento deve ser realizado na sala de emergência ou mesmo no leito do paciente. É feita a incisão da pele
em toda a sua espessura, atingindo-se o subcutâneo. A pele queimada de terceiro grau é insensível, mas pode ocorrer
dor com a incisão atingindo o subcutâneo. Analgésia proporcional à dor deve ser administrada por via venosa.
Fasciotomia
Procedimento realizado na emergência por cirurgião experiente, indicado quando se suspeita de síndrome de
compartimento no antebraço ou perna, geralmente em lesões decorrentes da passagem de corrente de alta voltagem
(IRION, 2005).
Debridamento
É muito importante para diminuir a ameaça de infecção.
À medida que os resíduos se acumulam na superfície da ferida, eles podem retardar a migração dos queratinócitos,
atrasando, assim, o processo de epitelização. O debridamento, outra faceta do cuidado de queimadura, apresente duas
metas:
* Para remover o tecido contaminado por bactérias e corpos estranhos, protegendo, assim, o paciente contra a invasão
de bactérias.* Para remover o tecido desvitalizado ou a escara da queimadura na preparação para a enxertia e cura da
ferida. (SMELTZER et al, 2006p. 1822).
Há o debridamento mecânico, onde o tecido morto é segregado com o uso de tesouras, pinças ou escovas para separar
e remover. Existem fármacos como: colagenase, purinol, alginato, dexene, de uso tópico que fazem debridamento,
como também o uso de hidroterapia. Tanto o debridamento mecânico como o cirúrgico é feito sobre a ação de
anestésicos, principalmente se o cliente tiver uma queimadura grande e profunda (IRION, 2005).
Enxertos
Queimaduras grandes e profundas não conseguem se regenerar por si só. A regeneração será lenta por segunda
intensão, poderia deixar defeitos como, perda da função e contração no local. Os enxertos podem ser de pele de seres
humanos vivos ou mortos – aloenxertos, a membrana da placenta humana e pele de porcos – xenoenxertos. O próprio
paciente – autoenxerto, no entanto, pode ser o doador se as áreas de retirada do enxerto não estiverem
comprometidas, os locais mais comuns são as coxas, nádegas e tronco (SMELTZER et al, 2006).
Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)conseguiram pela primeira vez no país reproduzir a
pele humana em laboratório. A descoberta abre caminho para o tratamento sem rejeição em pacientes com úlceras,
queimaduras e lesões.
O estudo é também o primeiro a ser publicado sobre o tema na literatura mundial, segundo a coordenadora da
pesquisa, a dermatologista Beatriz Puzzi. O método foi apresentado em dois congressos, entre eles o 4º Congresso
Mundial de Banco de Tecidos, em maio no Rio - o estudo recebeu o prêmio de pesquisa inovadora.
(UNICAMP, 2005).
Problemas respiratórios
A inalação de fumaça ou substâncias tóxicas pode causar lesões e levar ao óbito grande parte dos clientes. As
alterações respiratórias mais complicadas são pneumonia e embolia pulmonar (KNOBEL, 2006).
A equipe de enfermagem deve ficar atenta para sinais de hipoxemia, taquicardia, sudorese e cianose. Essas lesões
causadas podem destruir a árvore respiratória provocando, edema e obstrução (SMELTZER et al, 2006).
Reposição hídrica
Após controlar a resposta respiratória e dor a enfermeira deve ficar atenta para os sinais de hipovolemia e choque,
fazendo a reposição de líquidos e eletrólitos perdidos que foram prescritos. A punção de um acesso venoso calibroso
é de grande importância, mante-lo fluindo (SMELTZER et al, 2006).
Risco de infecção
Apesar das precauções assépticas e do uso de agentes antimicrobianos tópicos a queimadura é um meio excelente
para o crescimento e proliferação bacteriana. Bactérias como Staphylococcus e Pseudomonas são as mais comuns. Os
agentes microbianos mais usados são o de uso tópico, como, sulfadiazina de prata, acetato de mafenide, nitrato de
prata (SMELTZER et al, 2006).
Conforme os autores citados a enfermeira deve ficar atenta para sinais de infecção no local da queimadura, coloração,
secreções, bem como sinais sistêmicos como febre, contagem de leucócitos. Para controlar os riscos de infecção deve
fazer a troca de curativo sempre que necessário e observar, também a troca de cateter venoso conforme as normas da
instituição.
Balneoterapia
A balneoterapia consiste em um curativo com lavagem da ferida, para a limpeza e remoção de curativos em um
ambiente próprio, com o paciente sob o efeito de sedação venosa ou anestesia, se usa banheiras ou chuveiros. A
temperatura da água deve ser mantida em 37,8ºC e não deve ultrapassar os 30 minutos para evitar o calafrio do
paciente e o estresse metabólico (SMELTZER et al, 2006).
ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO E REABILITAÇÃO DO PACIENTE QUEIMADO
O histórico de enfermagem tem como finalidade de ouvir atentamente o paciente, para poder conseguir todas as
informações necessárias a fim de identificar os problemas. Avaliam-se também o peso corporal, pré-queimadura,
temperatura, histórias de alergias, patologias de base, vacinação contra tétano, fez cirurgias, usa algum tipo de
medicamento.
Fazer o exame físico completo céfalo-podálico, observando sinais, sintomas, lesão e complicações em
desenvolvimento. O exame neurológico também deve ser feito para avaliar o nível de consciência, estado
psicológico, dor, ansiedade, comportamento se esta orientada no tempo e espaço (GEISSLER, 2003).
A enfermagem deve monitorar com freqüência os sinais vitais. O estado respiratório é rigorosamente monitorado,
sendo avaliado o pulso. A monitoração cardíaca esta indicada quando o paciente apresenta história de doença
cardíaca, lesão por eletricidade ou problemas respiratórios, ou quando o pulso está arrítmico ou a velocidade anormal
lenta ou rápida (SMELTZER et al, 2006).
O uso de cateter venoso calibroso e sonda urinária são inseridos e a avaliação da enfermeira inclui a monitoração do
balanço hídrico. O debito urinário, um indicador da perfusão renal, é cuidadosamente monitorado e medido a cada
hora (KNOBEL, 2006).
Smeltzer et al, (2006), retrata que a enfermagem encorpara os exercícios de fisioterapia ao cuidado do paciente para
impedir a atrofia muscular e manter a mobilidade necessária para as atividades diárias, um cuidado primordial para
reabilitação. A reabilitação começa logo depois da queimadura mais precocemente. O grau de tolerância à atividade,
a força e a resistência do paciente irão aumentando gradualmente à medida que a atividade for acontecendo durante
períodos cada vez mais longos.
O cuidado, na perspectiva da dor para DAL MOLIN, (2004), da sua avaliação e terapêutica, também deveria ser
humanizado, individualizado, incluindo não apenas o aspecto farmacológico, mas especialmente as ações próprias da
enfermagem, os nossos instrumentos de trabalho, o nosso foco, que é o cuidado humano. Cuidar é muito mais do que
curar, é proporcionar ao indivíduo uma melhor percepção de si e de sua vida, e ao profissional, a satisfação cada vez
maior.
Humanização no cuidado do PAciente em UTQ
Humanizar é cuidar do paciente de forma holística, englobando também a família, respeitando os seus valores,
culturas e preocupações de cada indivíduo. A internação em Unidade de Tratamento de Queimados – UTQ traz
alterações principalmente psicológicas por causa da aparência e cicatrizes que nem sempre com cirurgia reparadora se
desfazem. Os profissionais de enfermagem devem ser preparados para atuar junto ao paciente e sua família, para
diminuir os efeitos e dos transtornos da longa internação em UTQ.
A assistência humanizada à família implica compreender o processo vivenciado quando um dos seus membros é
internado na UTQ, para que assim a equipe interdisciplinar tenha condições de reconhecer as suas necessidades
(KNOBEL, 2006).
Segundo Cintra, (2000), a proposta de humanização do cuidado vem em busca do resgata dos valores humanistas,
amor, toque, conversa, respeito e da preocupação com o outro. Um aspecto a destacar é a forma com que o cuidado é
desenvolvido na prática, totalmente com ênfase nas técnicas, ou seja, nas intervenções de Enfermagem, que em
ultima análise, depende de uma prescrição médica. Dessa forma, o objetivo da Enfermagem não está centrado no
cuidado ao paciente, mas na maneira de ser executada a tarefa.
CONCLUSÕES
Compartilhar o processo de humanização na equipe multiprofisional é essencial no cuidado, uma vez que o
planejamento da assistência pode repercutir no tratamento e no futuro do indivíduo queimado. No entanto, vale
ressaltar a importância do conhecimento técnico e científico para avaliarem suas próprias decisões e prestar uma
assistência adequada e humana para situações específicas de cada cliente queimado.
Nosso entendimento sobre a importância da formação profissional não somente cientificamente como também
humanizados está começando, e é necessário perseguir os estudos. Vivenciar diferentes experiências, trazendo novos
modelos de planos de cuidados que permita a enfermagem aprender o que está se passando com a singularidade de
cada humano que esteja precisando de atenção e cuidado, dando mais sentido a sua intervenção e maior valor a vida.
Ressaltamos a importância da equipe em alimentar seu conhecimento teórico sobre as queimaduras e os cuidados
especiais que esses clientes precisarão para que possam refletir e subsidiar suas decisões juntamente com os planos de
cuidados, sendo essencial o fator preponderante a humanização para assistência desses pacientes queimados. Assim,
buscamos conhecer como se dá o processo de planejamento em cuidados de queimaduras com uma estratégia de
visão holística.
REFERÊNCIAS
BRUNNER, Lílian Sholtis e SUDDARTH, Doris Smith.Tratado de enfermagem médico cirúrgica. 10. ed. 4 vol.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
CINTRA, Eliane Araújo, et al. Assistência de enfermagem ao paciente crítico. São Paulo: Atheneu, 2000.
DAL MOLIN, Rossano Sartori. Cuidando da dor na perspectiva da enfermagem. Goiânia: AB, 2004.
ERAZO. Manual de urgências em pronto-socorro. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
GEISSLER, Aline, et al. Planos de cuidados de enfermagem. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de artigos científicos. São Paulo:Avercamp, 2004.
IRION, Glenn. Feridas: novas abordagens, manejo clinico e atlas em cores. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2005.
KNOBEL, Elias, et al. Terapia intensiva. São Paulo: Atheneu, 2006.
Revista da Associação Médica Brasileira. 53 vol. 1 nº. jan/fev. São Paulo, 2007.
Revista Latino-Americana de Enfermagem. 14 vol. 2 nº. mar/abr. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem, 2006.
Instituto Dr. José Frota. Disponível em: http://www.ijf.ce.gov.br. Acessado em: 17 mai. 2007.
Reprodução de pele humana em laboratório. Disponível em: http://www.unicamp.br. Acessado em: 17 mai. 2007.
PRONTO SOCORRO
Conceito: é o tratamento imediato e provisório dado em casos de acidentes ou enfermarias
imprevistas.Geralmente é prestado no local do acidente, até que se possa colocar o paciente a cargo de um
médico para o tratamento definitivo.
Fatores a serem observados: Os primeiros socorros devem ser prestados com rapidez, sem precipitação, com
firmeza e segurança, mantendo-se a calma a fim de evitar o pânico entre as pessoas presentes. A confiança do
acidentado e dos circunstantes dependerá da calma e da segurança do socorrista. A ação de quem presta os
primeiros socorros está restrita ao primeiro atendimento, tomando providências para que o acidente não origine
outros, e afaste perigos que poderiam complicar a situação.
Exame da vitima: É importante examinar a vitima por ocasião do socorro para que procure avaliar a
probabilidade de certas lesões. Devendo-se observar:
Pulso: Quando a pulsação estiver abaixo de 60 batimentos/minuto pode indicar estado de choque. A ausência de
pulsação pode indicar parada cardíaca, onde deverá ser feita a reanimação cardiopulmonar, imediatamente.
Respiração: Normalmente a respiração de um adulto é de 16 a 18 movimentos respiratórios por minuto, se a
respiração estiver rápida e superficial pode indicar estado de choque, se profunda e penosa pode significar
obstrução das vias respiratórias ou doença cardíaca.A ausência de respiração pode indicar parada respiratória, já
a respiração com eliminação de sangue (boca ou nariz) e tosse podem indicar danos nos pulmões por fratura de
costelas.
Pupilas: Pupilas contraídas podem indicar vício de drogas ou doenças que afetam o Sistema Nervoso Central,
quando dilatadas podem significar estado de relaxamento e inconsciência.Essa dilatação pode ser devida a
ataques cardíacos ou envenenamento por drogas ou álcool.As pupilas quando desiguais (anisocoria) denunciam
traumatismos cranianos.
Cor da pele: A pele pálida ou acinzentada indica circulação insuficiente, a pele azulada ou arroxeada significa
queda da oxigenação no sangue, podendo ocorrer nas paradas cardio respiratórias, já a pele avermelhada pode
indicar inicio de envenenamento por monóxido de carbono ou traumatismo craniano.
Estado de consciência: Pergunte a vitima onde esta, nome, qual o dia da semana.Respostas erradas podem
significar traumatismos cranianos e envenenamento.
Capacidade de movimentação: Paralisia de um dos lados do corpo, inclusive da face, pode indicar hemorragia
cerebral ou intoxicação por drogas.Paralisia das pernas pode indicar fratura de coluna abaixo do pescoço,
paralisia de braços e pernas pode denunciar fratura ao nível do pescoço.
Reação á dor: A incapacidade de movimentos geralmente esta associada á insensibilidade á dor. Queixa de
torpor ou formigamento(parestesia) nas extremidades pode significar trauma na coluna.
Temperatura do corpo: Temperatura baixa (menos de 36 graus) pode indicar estado de choque, hemorragias,
inicio de insolação, exposição prolongada ao frio. Temperatura acima do normal pode ser decorrentes de febre
ou de exposição a calor excessivo.
Parada respiratória ( PCR)
Situação em que, clinicamente, não são perceptíveis os movimentos respiratórios e batimentos cardíacos.
As causas mais freqüentes ocorrem através da obstrução das vias aéreas superiores em função da aspiração de
corpos estranhos, da depressão do sistema nervoso central por intoxicação, superdosagem de drogas, edema
cerebral, choque elétrico e outros.Pode ainda ocorrer em função da pouca concentração de oxigênio nas grandes
altitudes e em casos de soterramento,
Sinais e Sintomas:
- parada dos movimentos respiratórios(apnéia).
- pele fria, extremidades cianóticas.
- ausência de pulso femoral ou carotídeo. 
- inconsciência(redução de perfusão cerebral).
- midríase: as pupilas começam a dilatar-se entre 30 a 45 segundos após a interrupção da circulação, levando em
torno de 4 a 5 minutos para que a lesão cerebral se torne irreversível.
Tratamento: consiste na ressuscitação cardio respiratória(RCR), ventilatória e circulatória.
Assistência ventilatória: A respiração artificial é uma manobra que possibilita a introdução e a retirada de ar
dos pulmões de forma rítmica e alternada.
Procedimentos para respiração boca á boca
Coloque o paciente em D.D.H (decúbito dorsal horizontal) sobre uma mesa ou no chão.
Ponha-se a lado esquerdo da cabeça do paciente, limpe a boca de muco e objetos estranhos, enrolando o dedo em
um pano. Coloque uma das mãos sob o pescoço do paciente e outra na testa, inclinando a cabeça para trás tanto
quanto possível e após, puxe a mandíbula para frente.Esta posição evita a queda da língua, já que há
deslocamento de mandíbula e a língua é forçada a acompanha-la.
Comprima as narinas do paciente com os dedos, inspire e coloque seus lábios firmemente de encontro á boca do
paciente, expirando logo após, de modo que empurre o ar para as vias aéreas do paciente.Em recém-nascidos e
crianças menores, deve-se aplicar a boca sobre a boca e o nariz.
Retire os dedos que comprimem as narinas para que o ar saia, terminada a expiração, iniciar nova insuflação e,
assim sucessivamente, de modo rítmico e contínuo, na proporção de 12 a 20 respirações.
A ressuscitação respiratória deverá prosseguir até o retorno dos movimentos respiratórios espontâneos ou até que
cheguem outros recursos assistenciais.
No pronto socorro, costuma-se usar dispositivos mecânicos, como o Ambu, para ventilar o paciente, associando-
se acessórios como cânulas nasais ou orais, máscaras e intermediários.
A administração de oxigênio 100% umidificado por insuflação direta através das narinas é feita da seguinte
forma:
-  Com o paciente em DDH fechar uma das narinas pressionando-a com o dedo contra o septo nasal;
-  Acoplar firmemente a extremidade livre da borracha de oxigênio na outra narina, promovendo-se assim a
inspiração;
-  Promover a expiração, deixando as narinas livres;
Assistência respiratória:
A massagem cardíaca visa comprimir o coração entre o esterno e os corpos vertebrais com a finalidade de
impedir o sangue oxigenado para a circulação.
Procedimentos para Massagem Cardíaca:
-  Coloque o paciente em DDH sobre uma superfície rígida.
-  Aplique inicialmente um soco precordial no terço médio do esterno;
-  Apóie uma das mãos sobre a parte mais baixa no esterno e acima do apêndice xifóide, apoiando a outra mão
em cima da primeira e tomando cuidado para não encostar os os dedos sobre a costela.A compressão sobre o
apêndice xifóide pode ocasionar laceração do fígado;
-  Com os braços esticados, comprimir verticalmente o tórax do paciente, utilizando-se do peso do próprio dorso.
O deslocamento do esterno deve ser de 3,5 a 5,0 cm, na proporção de 80/100 compressões por minuto.
-  Observação: em recém nascidos e lactantes, a massagem cardíaca deve ser executada, envolvendo o tórax com
as mãos e comprimindo o terço médio do esterno com os polegares.
-  Se a assistência for prestada apenas por uma pessoa, intercalam-se 2 ventilações para 15 massagens
cardíacas.No caso de duas pessoas, a proporção é de 1 ventilação para 5 massagens.
-  A eficácia da massagem cardíaca é avaliada pela palpação do pulso carotídeo ou femoral e se há contração das
pupilas.
Assistência de enfermagem na P.C.R.
-  Isolar a cama ou a maca do paciente com biombos.
-  Providenciar material, medicamentos e aparelhos necessários á ressuscitação cardio pulmonar;
-  Puncionar e fixar uma veia para administração e soluções e drogas prescritas;
-  Colaborar na dissecação de veia ou passagem de intracarth;
-  Fazer anotações no prontuário, tais como: hora da parada, atendimento prestado, resultado e óbito;
-  O auxiliar de enfermagem deve auxiliar ao médico em todos os procedimentos necessários;
Material e Equipamentos necessários para P.C.R.:
-  Tábua de massagem cardíaca;
-  Ambu,bird ou similar;
-  Material de entubação(laringoscópio,sondas endotraqueais,mandril);
-  Aspirador de secreções;
-  Oxigênio;
-  Desfibrilador;
-  Cânulas de guedell;
-  Sondas de aspiração de diversos calibres;
-  Eletrocardiógrafo;
cateterização de veia e administração de medicamentos:
-  Butterfly ou scalp
-  Seringas e agulhas de diversos tamanhos e calibres;
-  Campo fenestrado;
-  Gazes;
-  Fios cirúrgicos(algodão 2.0 e mononylon 4.0);
-  Intracarth;
-  Material para flebotomia;
-  Luvas de diversos tamanhos;
-  Equipo de soro(macro e microgotas) de sangue e PVC;
-  Soro fisiológico 0,9% e glicosado 5% e 10%;
-  Xilocaina geléia e solução á 2%;
-  Solução anti-séptica;
-  Algodão;
-  Esparadrapo, cadarço, pasta condutora e fio de extensão;
Nas paradas cardio respiratórias podem ocorrer complicações tais como:
hemotórax,pneumotórax, fraturas do esterno e costelas, rupturas pulmonares, rupturas de fígado e baço;
O auxiliar de enfermagem deve estar sempre atento ao pedido médico e auxilia-lo em tudo quanto for necessário;
Crise Hipertensiva:
É toda situação clínica que tem como característica uma elevação importante da Pressão Arterial(PA),colocando
em risco de vida órgãos ou sistemas vitais.O conceito de crise hipertensiva não deve ter exclusivamente uma
implicação numérica pois em um individuo normotenso pode surgir sintomas, com elevações apenas moderadas
de P.A, por outro lado, na hipertensão de longa duração, encontramos pacientes com cifras muito elevadas e
assintomática.
Classificação da Hipertensão Arterial:
Hipertensão Essencial: PA diastólica maior ou igual a 90mmHg e não esta associada a nenhuma patologia de
base.Pode ser benigna, presença de hipertensão assintomática durante anos.
Moderada: apresenta níveis intermitentemente elevados.
Maligna: aumento repentino e intenso da PA,produzindo muitos sintomas e danos vasculares.
Hipertensão Secundaria: associada a outras patologias, tais como:
-  Patologia renal;
-  Estenose da aorta;
-  Distúrbios endócrinos;
-  Problemas cardiovasculares;
Sinais e Sintomas:
-  PA diastólica elevada(geralmente maior que 140mmHg);
-  Redução da função renal;
-  Cefaléia, alterações visuais;
-  Náuseas e vômitos;
desorientação e tonturas;
-  Sonolência ou agitação;
-  Coma;
Tratamento:
O objetivo do tratamento é baixar a pressão sanguínea  a níveis normais(PA diastólica abaixo de 100mmHg) o
mais rapidamente possível a fim de evitar o agravamento das lesões.A droga escolhida deverá ser de fácil
manuseio, de ação imediata e de metábolização rápida.
Cuidados de Enfermagem:
-  Verificar a PA a cada 5 minutos;
-  Cvaliar o nível de consciência;
-  Controlar o débito urinário;
-  Controlar rigorosamente o gotejamento do soro;
-  Administrar medicações prescritas com cautela, observando reações do paciente;
-  Estar alerta aos sinais de complicações;
Choque:
O choque constitui um estado anormal de hipotensão e prostração, na qual, o fluo sanguíneo é inadequado para
manter a atividade celular normal, ou seja, deficiente no suprimento de sangue e oxigênio para o organismo.O
choque irreversível é definido como a incapacidade de responder á ressuscitação.
Tipos de Choque:
Choque hipovolêmico: Devido ao decréscimo do volume liquido provocado pela perda de sangue, plasma e
líquidos do organismo, sendo suas causas mais comuns a hemorragia, queimadura e desidratação.
Quadro clinico: Hipotensão associada com taquicardia, podendo haver uma breve bradicardia.
-  Pulso rápido;
-  Sudorese;
-  Polidipsia;
-  Respiração rápida e superficial;
-  Apatia e coma;
Choque cardiogênico: causado pela falência do coração em sua função como bomba, ou seja, o coração não
consegue bombear uma quantidade de sangue suficiente para o organismo.Suas causas mais comuns são o
Infarto Agudo do Miocárdio(IAM),ICC,arritmias graves e embolia pulmonar.
Quadro clinico:
-  Hipotensão arterial(pressão sistólica menor que 80 mmHg);
-  Baixo débito urinário(menos que 25 ml/h);
-  Pele fria e pegajosa;
-  Agitação, confusão e obnubilação;
-  Pulso fraco e filiforme(as vezes ausente);
-  Sintomas cardíacos com dor torácica recorrente ou persistente;
Choque Séptico: resulta de processos infecciosos graves, causados por endoxinas da desintegração de bactérias
gram-negativas (E.Colli, Pseudomonas, Proteus, Klebsiella), por exotoxinas de bactérias gram-positivas
(Pneumococos, Estafilococo) Riquetsias e vírus, que acarretam distúrbios hemodinamicos e metabólicos com
conseqüente morte celular, que poderá ou não ser reversível, o choque séptico é causado pela septicemia; A fonte
mais freqüente é o aparelho geniturinário e surge após cirurgia ou manipulação.A seguir, é o aparelho
respiratório, após traqueostomia ou uso prolongado de tubo traqueal.A terceira fonte é o trato gastrointestinal
havendo, geralmente, abscessos e fístula.
Quadro Clinico:
-  Calafrios com tremores;
-  Hipertermia;
-  Pele seca, quente e ruborizada(contrastando com outros choques);
-  Aumento do débito cardíaco;
-  Pulso rápido e taquicardia;
-  Hipotensão arterial;
-  Palidez;
-  Oligúria e hipovolêmia;
-  Confusão mental; 
Choque Anafilático: resulta da reação antígeno-anticorpo devido a hipersensibilidade do organismo á
determinadas substâncias, tais como a Penicilina, o Iodo, a Procaína r substância alérgicas de modo geral.
Quadro Clinico:
-  Sensação de calor;
-  Pruridos e formigamentos;
-  Dispnéia e cefaléia;
-  Ocorrência ou não de parada cardio respiratória ou morte.
Choque Pirogênico: caracteriza-se por reação devido a presença de pirogenos e contaminação de soluções de
materiais utilizados na administração por via endovenosa.
Tratamento do Choque:
O choque é uma complicação gravíssima e quando não tratada a tempo pode levar o paciente á morte.
De um modo geral, o tratamento baseia-se em corrigir o volume, restabelecer o tônus vascular, manter a
oxigenação do paciente, evitar o gasto de energia, prevenir complicações e combater a causa básica do choque.
Cuidados de emergência:
Ao primeiro sinal ou risco de choque:
-  Manter a vitima deitada com os pés mais altos que a cabeça;
-  Mantenha-a aquecida e coberta, não excessivamente para evitar a vasodilatação.
-  Se estiver consciente, ofereça água ou outra bebida morna, nunca bebidas alcoólicas;
-  Mantenha as vias aéreas desobstruídas;
-  Se estiver inconsciente, deite-a de lado com a cabeça baixa, inclinada para trás e virada para o lado.Em caso de
vômito, essa posição impede a aspiração para os pulmões;
-  Nunca de nada por via oral sem que a vítima volte á consciência;
-  Procure rapidamente um médico;
Assistência de Enfermagem:
-  Estabelecer e manter via aérea permeável, iniciando os processos de ressuscitação se necessário;
-  Ministrar oxigênio;
-  Assegurar uma veia e coletar amostra de sangue;
-  Manter volume sanguíneo circulante, com reposição de líquidos para corrigir a hipotensão;
-  Manter o paciente calmo e aquecido, não excessivamente para evitar vasodilatação;
-  Manter toda a medicação de emergência e material para infusão endovenosa pronto para uso;
-  Administrar medicamentos conforme prescrição médica e controlar gotejamento de soro;
-  Controle de sinais vitais de 15 em 15 minutos ou a critério médico;
-  Observar se há hemorragia tentando estancar o sangramento;
-  Controle de diurese, pois uma das complicações de choque prolongado é a anúria;
POLITRAUMATISMOS:
Traumatismos são lesões provocadas por forças externas, que podem ser tanto um objeto chocando-se contra o
corpo humano, ou o corpo humano chocando-se contra um objeto.
Politraumatismos são lesões múltiplas de diversas naturezas que podem comprometer diversos órgãos e sistema.
Princípios básicos do tratamento de emergência:
Fazer uma avaliação rápida do estado geral do paciente, estabelecendo prioridade e dando atenção imediata
aquele traumatismo que interfere nas funções vitais, podo em risco sua vida, estabelecendo a seguinte ordem.
-  permeabilidade das vias aéreas (retirada de prótese);
-  aspiração das secreções orofaríngeas;
-  avaliação das possíveis lesões intratorácicas;
-  colocação da cânula de guedell;
-  entubação e uso de respirador;
-  avaliação da função respiratória(ritmo,freqüência e movimento torácico);
-  avaliação das funções cardio circulatórias usando manobras de ressuscitação quando houver P.C.R;
-  controle da hemorragia.Se for detectada hemorragia interna, preparar o paciente para cirurgia;
-  punção de veia para reposição das perdas sanguíneas e administração de medicamentos;
-  preparação do material para flebotomia e P.V.C;
-  sondagem vesical, se prescrita, para avaliação do débito urinário;
-  controle rigoroso da administração e perda de líquidos, P.V.C e sinais vitais;
-  avaliação de trauma crânio encefálico e outras lesões;
-  imobilização das fraturas.observando as extremidades (coloração, temperatura e pulso);
-  avaliação da ansiedade do paciente, orientando e esclarecendo sobre o seu estado, procedimentos e dúvidas.
Traumatismos Crânio Encefálico (T.C.E):
Os pacientes que chegam ao posto de emergência podem apresentar fratura de crânio,lesão de cérebro, edema
cerebral ou hematoma.O T.C.E decorre geralmente de quedas acidentais, atropelamentos, colisões de autos ou
ferimentos.A gravidade do T.C.E esta condicionada principalmente á lesão cerebral.Eles podem ser abertos ou
fechados.
Lesão do couro cabeludo:
Costumam sangrar com uma certa intensidade, devido á grande vascularização local.
Tratamento:
-  Sutura do ferimento;
-  Tricotomia ao redor;
-  Limpeza da área com Povidini ou água e sabão;
Quando o crânio esta intacto, as bordas do couro cabeludo podem ser comprimidas com o dedo, para estancar o
sangramento temporariamente e permitir a inspeção.
QUEIMADURAS
Conceito: Queimaduras são lesões produzidas por agentes térmicos, químicos, elétricos e radiativos que
destroem os tecidos.
Classificação: As queimaduras variam de grau e intensidade, de acordo com o agente o tempo de exposição e a
área atingida.
1º grau: São superfícies,atingem somente a epiderme. A pele fica vermelha e há pouca dor,exemplo, queimadura
de sol.
2º grau: Atingem a derme, há avermelhamento intenso, edema (inchaço) e formação de bolhas, há muita dor.
3º grau: Atingem o teado subcutâneo, músculo e ate os ossos, produzindo lesões no inicio esbranquiçadas,
havendo posteriormente necrose do tecido.
A gravidade de uma queimadura é avaliada pelo grau e pela intensidade (extensão).Assim pode ser mais grave
uma queimadura de primeiro grau e mais extensa que uma de terceiro grau pequena.
Complicações:
1. Choque devido á dor.
2. Choque hipovolêmico por perda de água.
3. Problemas respiratórios e renais.
4. Infecção.
5. Deformidade.
Tratamento:
-  Aliviar a dor
-  Repor perdas liquidas
-  Prevenir complicações renais e ou respiratórios.
-  Evitar ou tratar infecções.
-  Prevenir deformidades.
Cuidados de enfermagem
1° imediatos
-  Receber o paciente queimado em sala limpa.
-  Usar técnica asséptica rigorosa.
-  Utilizar as roupas do paciente com cuidado.
-  Colocando-o sobre a maca forrada com lençol.
-  Puncionar veia.
-  Controle hídrico rigoroso.
-  Controle de sinais vitais a cada hora.
-  Auxiliar no curativo das áreas queimadas.
-  Observar estado mental do paciente (confusão, torpor e delírios).
2º imediato
-  Controle de sinas vitais.
-  Controle hídrico.
-  Dar cuidados higiênicos.
-  Prevenir escaras e deformidades.
-  Mudar de decúbito freqüentemente.
-  Movimentação no leito.
-  Incentivar a deambulação.
-  Incentivar dieta.

Assistência de enfermagem em clientes vitimas de queimaduras


AUTORES: 
Lopes.L.Q.M; Oliveira.E.S

ORIENTADORA(S):
Tanji.S; Cordeiro, MNC  
INTRODUÇÃO 
A pele é o mais extenso órgão do corpo humano, protegendo-o contra a invasão de microrganismos, contra  perdas
excessivas de água e eletrólitos, e contra traumas físicos. Participa da produção de hormônios e secreção de
substâncias, da  metabolização da vitamina D, na termorregulação e na recepção de estímulos do ambiente.  Em caso
de comprometimento da sua integridade como a queimadura, a função de todos os sistemas do corpo estará afetada e
as defesas do organismo estarão limitadas, favorecendo a ocorrência de infecção. A prevenção e o controle de
infecção em pacientes portadores de queimaduras revestem-se de importância e impacto na qualidade da assistência,
por se tratar de situações que envolvem atendimento de alto risco, além de ser uma das exigências para o êxito
terapêutico.
OBJETIVO GERAL
Identificar e analisar as medidas adotadas para a prevenção e controle das infecções na assistência ao paciente
portador de queimaduras.
OBJETIVO ESPECÍFICO
Identificar os cuidados oferecidos pelos profissionais na assistência ao paciente portador de queimaduras.
Estabelecer plano de promoção, prevenção e recuperação da saúde do indivíduo em situações críticas.
METODOLOGIA
Estudo de caso, tendo como lócus de investigação a unidade no hospital das clinicas de Teresópolis Constantino
Otaviano situado no Rio de Janeiro no município de Teresópolis. Em um período de março a maio de 2007 , nas
unidades de clinica cirúrgica e ambulatório geral de cirurgia . A pesquisa será feita com profissionais de enfermagem(
técnicos e enfermeiros ) a fim de melhorar a assistência de enfermagem aos clientes vitimas de queimaduras. O
instrumento da pesquisa será um questionário contendo apenas questões abertas (apêndice A) e observação
sistemática. Para a coleta de dados será confeccionado um termo de consentimento livre e esclarecido , atendendo a
resolução 196/96 do Ministério da Saúde.
Resultados
A pesquisa nos mostra que as luvas foram os EPI mais utilizados pelos profissionais de enfermagem, que relataram
utilizar com maior freqüência. Somente dois fizeram referência ao uso de luvas estéreis. O capote vem em seguida na
freqüência de utilização. Este EPI é mais adotado pela equipe de enfermagem que atua na unidade de internação, A
lavagem de mãos também foi um dos itens pelos profissionais para prevenir e controlar as infecções na área 
queimada. Dentre os que responderam, somente dois profissionais que realizam o 1º curativo executam a lavagem das
mãos antes e após o curativo. Os demais não especificaram o momento e outros relataram lavar apenas antes de
realizá-lo. O uso de EPI foi citado como uma das medidas mais utilizadas na prevenção e controle das infecções
hospitalares pelos profissionais durante o banho três profissionais descreveram o uso de sabonete individual eum, o
uso de água corrente para a realização do banho recomenda, simplesmente, a limpeza com água e sabão, sendo muito
importante deixá-lo sobre as lesões. Por outro lado CABRAL & GOMES (1999) recomendam lavar a área queimada
com água corrente e soluções à base de Clorexidine. Percebemos que a maioria dos profissionais estão conscientes da
importância e necessidade desse procedimento, principalmente quando realizado entre o contato com pacientes
diferentes.
Conclusão
É relevante destacar que diante os resultados apresentados a necessidade de atualização da equipe de enfermagem no
desenvolvimento do cuidado com clientes vítima de queimaduras. Entretanto, o contato com a realidade assistencial
em hospitais gerais tem nos revelado o quanto ainda temos a avançar na adoção de medidas de prevenção e controle
de infecção, bem estabelecidas na literatura. Na realidade assistencial é freqüente observarmos uma dicotomia entre a
teoria e a prática.
PALAVRAS CHAVES: queimaduras, prevenção e controle
REFERENCIAS
infecção hospitalar : manual prático
www.saude.rj.gov.br/queimados

Queimaduras

Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos em decorrência de trauma de origem térmica resultante da exposição a
chamas, líquidos quentes, superfícies quentes, frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção.

As principais alterações fisiológicas que ocorrem num processo de queimadura são: aumento de permeabilidade
capilar e edema. A lesão térmica determina a exposição do colágeno no tecido afetado levando à liberação de
histamina. A histamina juntamente com outras cininas ativa o sistema do ácido arquidônico liberando
prostaglandinas. Todos esses mediadores inflamatórios aumentam a permeabilidade capilar aos líquidos com
conseqüente edema.

CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES


Determinar o grau da lesão é determinar a profundidade da queimadura (se atingiu epiderme, derme ou outros
tecidos). Muitas vezes a diferenciação entre os graus de lesão pode ser difícil e o diagnóstico de certeza só pode ser
realizado através de histopatologia do tecido.
Lesão de Primeiro Grau

Atinge a epiderme (camada mais externa) e não provoca alterações na hemodinâmica. Clinicamente caracteriza-se
por eritema e dor local sem a presença de bolhas ou flictenas. Um bom exemplo é a queimadura solar.

Lesão de Segundo Grau

Queimadura que atinge tanto a derme quanto a epiderme. A característica mais marcante é a presença de bolhas.

Lesão de Segundo Grau Superficial:

Atinge epiderme e superfície da derme apresentando lesões bolhosas eritematosas.

Lesão de Segundo Grau Profunda:

Acomete também uma porção mais profunda da derme. As bolhas apresentam fundo de coloração violácea ou
esbranquiçada. O diagnóstico diferencial principal é com a lesão de terceiro grau ( queimaduras de segundo grau são
dolorosas e as de terceiro grau não costumam doer). Como exemplo figuram as leões por escaldadura (líquido
superaquecido).

Lesão de Terceiro Grau

É uma queimadura que acomete todas as camadas da pele e pode atingir também outros tecidos (subcutâneos
músculos e ossos). A lesão característica apresenta-se com aspecto duro, inelástico, esbranquiçado ou marmóreo,
perda de sensibilidade no local e presença de vasos trombosados. As queimaduras de terceiro grau podem ter causa
elétrica ou térmica.

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