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Dr.

Alexandre Zamuner
Médico Perito
CRMSC 16708

LAUDO MÉDICO

Numeração CNJ: 0301507-36.2018.8.24.0037


Endereço: 1ª Vara Cível - Comarca Joaçaba -SC
Autor: DILSON MIGUEL MACIEL DA ROZA
Réu: BONATO COUROS CURTIDORA LTDA, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Eu, Alexandre Augusto Zamuner, Perito do Juízo nomeado e compromissado nos autos
da reclamação trabalhista acima, tendo efetuado as diligências necessárias ao cumprimento de seu
mandato, venho apresentar laudo pericial e requerer a sua juntada aos autos para os fins de direito.

Itajaí, 7 de janeiro de 2019

Dr. Alexandre Zamuner


Médico Perito CRM/SC 16.708
Membro efetivo da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias Médicas
Dr. Alexandre Zamuner
Médico Perito
CRM 16708

INTRODUÇÃO
DATA DA PERÍCIA: 24/10/2018 15:05:00
LOCAL DA PERÍCIA: 1ª Vara Cível - Comarca Joaçaba -SC
MOTIVO DA PERÍCIA:
Realização de prova técnica, mediante perícia, para avaliação da existência ou não de nexo
causal da doença que porventura acomete a parte autora, com seu trabalho realizado na reclamada.
OBJETO DA PERÍCIA
AÇÃO DE CONCESSÃO/CONVERSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO
METODOLOGIA UTILIZADA NO LAUDO
Procedeu-se inicialmente a verificação do termo de audiência para identificação do objeto da
perícia. Em complementação verificou-se a inicial do processo para se definir o pedido existente nos
autos.
Realizou-se o resumo estudando a inicial e a defesa bem como efetuou-se análise detalhada
dos documentos existentes nos autos trazidas pelas partes em litigio. Solicitamos também sempre
que necessário documentos adicionais.
Marcada a perícia médica as partes presentes foram identificadas. Questionados então os
dados profissiográficos e as condições de trabalho existentes na reclamada.
Iniciado o ato médico foram feitos anamnese e exame físico compatíveis como os pedidos da
inicial e defesa. Para estabelecimento do nexo causal e valoração do dano corporal foi realizada
pesquisa bibliográfica referente ao caso em questão, tanto em literaturas nacionais como
internacionais. Por fim foram respondidos aos quesitos porventura realizados.
QUALIFICAÇÃO DA RECLAMADA
Nome da reclamada: BONATO COUROS CURTIDORA LTDA
CPF No: 08.532.621/0001-28
Atividade da Empresa: 1529 - Fabricação de artefatos de couro não especificados
anteriormente
QUALIFICAÇÃO DO RECLAMANTE
Nome: DILSON MIGUEL MACIEL DA ROZA
Data de Nascimento: 29/09/1963 - 55 Anos
Profissão ou Ofício devidamente habilitado: Classificador de couros
Dominância: Destro
HÁBITOS
Tabagismo: Ex-tabagista
DOCUMENTOS
CPF: 462.102.299-72

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Telefone: 47 984028304 – 99272 2223 / E-mail pericias@drzamuner.com - alezamuner@hotmail.com
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Médico Perito
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DADOS PROCESSUAIS

1) Dados da Inicial do processo:


O autor alega na inicial que foi admitido em 16/06/2016 na empresa Bonato couro, entrou na
função de operador de máquina para enxugar couro, ficando 7 meses nesta função.
Que, na execução de sua atividade laboral, esteve exposto a elementos nocivos à sua saúde
(cromo), e que ocasionou o desenvolvimento de doenças respiratórias

2) Dos documentos existentes nos autos:

Linha do Tempo de Documentações:

• Espirometria 21 de setembro de 2018: distúrbio ventilatório misto moderado sem


resposta ao broncodilatador

• Receituário fluir 12 micrograma, Aerolin spray 100 microgramas, busonid 32


microgramas prescrito pela Dra. Enemara CRM SC 12 879 Data de 22 de agosto de 2018

• Tomografia computadorizada de tórax de 7 de agosto de 2017: sinais sugestivos de


intersticiopatia fibrosante, focos de enfisema parasseptal bilateral, cistos de paredes finas
esparsos pelo parênquima pulmonar concluindo sinais de intersticiopatia pulmonar fibrosante
provável pneumonia intersticial não especifica,

• Espirometria de 27 de novembro de 2017: sugere distúrbio ventilatório restritivo leve

• Ecocardiografia concluindo a exceção de uma sobrecarga atrial esquerda leve ou


restante está normal

ATESTADOS:

ATESTADO DA DRA. ENEMARA NO DIA 22 DE AGOSTO DE 2018: CITA PACIENTE COM DPOC,
FIBROSE PULMONAR DISPNEIA E TOSSE AOS ESFORÇOS. CID J44 0 CID J84 1

DADOS PROFISSIOGRÁFICOS
Contrato de trabalho
Foi admitido(a) na reclamada em 16/06/2016 e desligado(a) da empresa em 15/08/2017.

Aposentadoria no INSS:
Não houve aposentadoria pelo INSS

DOS RISCOS OCUPACIONAIS DA ATIVIDADE

RISCOS QUÍMICOS EXISTÊNCIA OBSERVAÇÃO


Cromo ou seus compostos Sim
Outros

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HISTÓRICO CLÍNICO-OCUPACIONAL
O autor alega na inicial que foi admitido em 16/06/2016 na empresa Bonato couro, entrou na
função de operador de máquina para enxugar couro, ficando 7 meses nesta função. Depois foi alocado
na rebaixadeira de couro. Tempo total de trabalho nesta empresa com essas duas funções um ano e
dois meses.
Que, na execução de sua atividade laboral, esteve exposto a elementos nocivos à sua saúde
(cromo), e que ocasionou o desenvolvimento de doenças respiratórias.
Logo após a entrar na empresa na função de enxugar couro, diz que iniciou com tosse e falta
de ar leve esporadicamente, e que sintomas respiratórios iniciaram aproximadamente há dois anos
assim que entrou na empresa.
Que a máquina liberava o pó do couro, informa não ter recebido nenhum material de proteção,
porém afirma que quando estava na função de enxugar couro recebeu material de proteção (luva,
avental)
Tabagista por 20 anos, 1 maço dia, mas relata ter parado há aproximadamente 15 anos.
Atualmente diz tratar diabetes, não sabe especificar qual o tipo nem o tratamento que usa.
Turno laboral na empresa de couro era de 8 horas diárias com uma hora de intervalo,
Antes deste emprego trabalhava como autônomo basicamente na construção civil em função
não especificada como auxiliar e zelador

EXAME FÍSICO

ATITUDE RESPOSTA
Cooperativo Sim
Atento Não
Apático Não
Hostil Não
Evasivo Não
Cauteloso Não

DADOS VITAIS E MEDIDAS RESPOSTA


Pressão Arterial 120 X 80
Temperatura Afebril

EXAME FÍSICO GERAL RESPOSTA OBSERVAÇÃO


Fácies Normal
Atitude Normal
Marcha Normal
Sim
Aparência Equilibrada

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Sinais Externos de Ansiedade Não


Sinais Externos de Depressão Não
Anemia Não
Icterícia Não
Cianose Não
Edemas Não
Trofismo Muscular Normal
Pele Normal
Segmento Cefálico Sem alteração
mv+ diminuído - expansibilidade
Pulmões Alterado diminuída sem esforço respiratório,
oximetria 95%
Bulhas Rítmicas e Normofonéticas
Coração Normal
sem sopros FC 106
Indolor a palpação, sem
Abdômen Normal
visceromegalias
Membros Sem alteração
Reflexos normais e simétricos
Neurológico Normal
bilateralmente

REFERENCIAL TÉCNICO CIENTÍFICO

PONTOS FUNDAMENTAIS
• A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é um estado de doença caracterizado por
uma limitação do fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A limitação do fluxo aéreo é geralmente
progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões a partículas ou gases
nocivos.
• O fator de risco mais importante para a DPOC é a fumaça do cigarro. O cachimbo, o
charuto e outros tipos de uso do tabaco populares em muitos países também são fatores de risco para
a DPOC.
Em todas as oportunidades possíveis os indivíduos que fumam devem ser incentivados a
parar.
• Um diagnóstico de DPOC deve ser levado em consideração em qualquer indivíduo com
sintomas e uma história de exposição aos fatores de risco. O diagnóstico deve ser confirmado pela
espirometria.

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O QUE É A DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)?


A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é um estado de doença caracterizado por uma
limitação do fluxo aéreo que não é totalmente reversível. A limitação do fluxo aéreo é geralmente
progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões a partículas ou gases
nocivos.
Esta definição não usa os termos bronquite crônica e enfisema* e exclui a asma (limitação
reversível do fluxo aéreo).
Os sintomas da DPOC incluem:
• Tosse
• Produção de expectoração
• Dispnéia ao esforço
Episódios de piora aguda desses sintomas ocorrem freqüentemente.
A tosse crônica e a produção de expectoração freqüentemente precedem o desenvolvimento
da limitação do fluxo aéreo por muitos anos, embora nem todos os indivíduos com tosse e produção
de expectoração cheguem a desenvolver a DPOC.

RACIOCÍNIO TÉCNICO PERICIAL


A parte autora está atualmente com 55 anos de idade.
É destro,
Sobre os hábitos, informa: - Ex-tabagista.
Foi admitido(a) na reclamada em 16/06/2016 e desligado(a) da empresa em 15/08/2017.
Sua situação previdenciária é: Não houve afastamento previdenciário

DA DOENÇA
CID DESCRIÇÃO
J44 Outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas
J841 Outras doenças pulmonares intersticiais com fibrose

DO NEXO PROFISSIONAL
Fundamentado nas associações entre patologias e exposições constantes das listas A e B do
anexo II do Decreto nº 3.048, de 1999.
AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES
CID DESCRIÇÃO DE RISCO DE NATUREZA RESULTADO
OCUPACIONAL
1. Cloro gasoso (X47.; Z57.5) (Quadro IX)
2. Exposição ocupacional à poeira de sílica livre
(Z57.2) (Quadro XVIII)
Outras doenças 3. Exposição ocupacional a poeiras de algodão,
linho, cânhamo ou sisal (Z57.2) (Quadro XXVI)
pulmonares Possui Nexo
J44 4. Amônia (X49.; Z57.5)
obstrutivas 5. Anidrido sulfuroso (X49.; Z57.5) Profissional
crônicas 6. Névoas e aerossóis de ácidos minerais (X47.;
Z57.5)
7. Exposição ocupacional a poeiras de carvão
mineral (Z57.2)
6

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Outras doenças
pulmonares Não possui Nexo
J841
intersticiais com Profissional
fibrose

DO NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

CID DESCRIÇÃO NEXO CAUSAL


Outras doenças pulmonares obstrutivas Não possui nexo técnico
J44
crônicas epidemiológico
Outras doenças pulmonares intersticiais com Não possui nexo técnico
J841
fibrose epidemiológico

DO NEXO INDIVIDUAL

CRITÉRIOS DE PENTEADO PARA ESTABELECIMENTO DE NEXO CAUSAL EM DOENÇAS


OCUPACIONAIS
Penteado em 2011, propôs critérios para análise de existência ou não de nexo causal entre as
doenças e o trabalho

Critérios de Necessidade Resposta Observações


O mecanismo etiológico de
aparecimento da doença encontra-se
Não se o tabagismo de longa data é suficiente para
amparado na literatura técnica para
aplica justificar a doença de que o autor é portador.
nexo de causalidade com a exposição
ao risco? (Critério técnico-científico)
Trabalhadores da indústria do couro podem
ser expostos a quantidades muito altas de
cromo, principalmente o cromo trivalente (Cr
(III)) (ASTDR, 2002c), em soluções ou ligado
Existem dados na literatura médica a proteínas (poeira do couro) (Stupar et al.,
sobre a existência especifica de 1999). Poucos estudos descrevem
Prejudicado
relação entre a doença e a atividade diretamente a toxicidade do Cr(III),
laboral? (Critério técnico-científico) particularmente em exposição por inalação, e
essa falta de informações resultam na
incerteza sobre o risco associado a
exposição ao Cr(III) (EPA, 1998; Medeiros et
al., 2003).
O agente causador da doença está
identificado claramente nas atividades
Não
laborais? (Critério de intensidade e
tempo de exposição)
A intensidade, ou seja, a forma e a
magnitude com que ocorre a
exposição na atividade laboral é
Não
passível de trazer danos à saúde?
(Critério de intensidade e tempo de
exposição)

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O tempo de exposição diário ao risco


informado é capaz de causar a
Não
doença? (Critério de intensidade e
tempo de exposição)
O tempo compreendido entre o início
da exposição ao risco e o início dos
sintomas é suficiente para que a Não
doença apareça e se desenvolva?
(Critério de tempo de latência)
Foi comprovada a presença de algum
tipo de incapacidade laborativa, total
ou parcial, temporária ou definitiva, Não
que tenha relação com o período
contratual? (Critério de incapacidade)
Após o afastamento do risco, houve
cura, melhora, ou no mínimo,
Não Piora progressiva, doença crônica.
estacionamento nas queixas clínicas?
(Critério de afastamento do risco)
O aparecimento das queixas clínicas
guarda relação temporal
direta/imediata com a exposição ao
Não
risco? Existe comprovação documental
em prontuário médico? (Critério
temporal)
O diagnóstico da patologia com
exames complementares guarda
Não
relação temporal direta/imediata com a
exposição ao risco? (Critério temporal)

Critérios de Reforço Resposta Observação


Encontra-se a doença elencada no
Decreto no 3.048/99 e demais Sim
resoluções legais? (Critério legal
As atividades laborais realizadas
anteriormente ao aparecimento da
doença podem estar influenciando na Sim zelador
gênese da doença? (Critério de
condições pregressas)
Conforme registros médicos do estado
anterior do paciente, existiam queixas Não encontro nos autos, registro medico
Prejudicado
pregressas à exposição ao risco? anteriores ao ano 2015
(Critério de condições pregressas)
Existe coerência clinica entre
sintomas, diagnóstico e tratamentos? Sim
(Critério de coerência clínica)
Foram constatadas a presença de
outras causas para a gênese da Sim Tabagismo, exposição geral
doença?

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Existindo mais de uma causa para a


doença e analisado a possibilidade de
Prejudicado
causa adequada, causa concorrente
ou concausa?

Conclusão

Não é possível o estabelecimento de nexo causal ou concausal.

Contudo, a maior probabilidade é que as alterações detectadas decorram do tabagismo ao longo de


toda a sua vida pregressa

AVALIAÇÃO DO PERITO

Trabalhadores da indústria do couro podem ser expostos a quantidades muito altas de cromo,
principalmente o cromo trivalente (Cr (III)) (ASTDR, 2002c), em soluções ou ligado a proteínas (poeira
do couro) (Stupar et al., 1999).
Poucos estudos descrevem diretamente a toxicidade do Cr (III), particularmente em exposição
por inalação, e essa falta de informações resultam na incerteza sobre o risco associado a exposição
ao Cr (III) (EPA, 1998; Medeiros et al., 2003).
Cumpre ressaltar que o tabagismo de longa data é suficiente para justificar as alterações
encontradas nos exames complementares disponíveis nos autos.
O estabelecimento de nexo concausal, eventual participação de fatores ambientais no
desenvolvimento ou no agravamento de sua doença somente se comprovaria mediante a realização
de exames específicos pelo autor e prova de que esteve exposto aos compostos nocivos, de forma
habitual e permanente e sem o devido uso de equipamentos de proteção individual adequados.
Sem análises realizadas in loco das atividades realizadas pelo autor sobre
condições/exposição ao risco/USO correto do EPI, não é possível concluir com exatidão o risco
ocupacional e seu nexo, porém é fato que a patologias encontrada, em origem multicausal, extra
laboral/idade/tabagismo.
Outras doenças também não ocupacionais podem estar causando as alterações encontradas,
entre as quais destacam-se: fibrose pulmonar idiopática, cardiopatia hipertensiva.
Contudo, a maior probabilidade é que as alterações detectadas decorram do tabagismo ao
longo de toda a sua vida pregressa
Com relação à sua capacidade laborativa, o autor está parcialmente e
permanentemente inapto para atividades que demandem esforço físico excessivo, como por exemplo,
caminhadas longas, correr, carregamento de peso, ou exposição a poeiras e fumos metálicos,
estabeleço como DII a data em que este perito constatou o quadro devido a inexistência de elementos
probatórios da incapacidade em data anterior
Fora esses critérios, está plenamente apto para qualquer outra atividade laboral

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RESPOSTAS AOS QUESITOS

I. Através dos exames e dos fatos narrados pelo Autor há confirmação de que o
mesmo possui problemas respiratórios?
Resposta: Sim, Enfisema e Fibrose Pulmonar CID 10 J44 J84

II. Quais as doenças que acometem o Autor?


Resposta: Enfisema e Fibrose Pulmonar CID 10 J44 J84

III. As doenças que sofre o Autor impedem que o mesmo execute atividades
braçais? Em caso positivo, por quanto tempo deve ficar afastado de exercer suas
atividades laborativas?
Resposta: Não

IV. As doenças que sofre o Autor são resultantes de seu ambiente de trabalho,
em que tinha contato direto com sal de crômio e seus derivados?
Resposta: Sem análises realizadas in loco das atividades realizadas pela autora
sobre condições ergonômicas, não é possível concluir com exatidão o risco ocupacional e
seu nexo, porem é fato que as patologias encontradas, em origem multicausal, extra
laboral/idade/tabagismo longa data

V. As doenças que sofre o Autor implicam em incapacidade permanente/parcial


que a impeça de exercer sua atividade laboral?
Resposta: Com relação à sua capacidade laborativa, o autor está parcialmente e
permanentemente inapto para atividades que demandem esforço físico excessivo, como por
exemplo, caminhadas longas, correr, carregamento de peso, ou exposição a poeiras e fumos
metálicos. Fora esses critérios, está plenamente apto para qualquer outra atividade laboral

VI. Referida incapacidade é vitalícia?


Resposta: Permanente

VII. Quando do pedido de concessão do benefício previdenciário, em data de


09/05/2018, o Autor estava doente e em tratamento médico? O mesmo estava
impossibilitado de exercer atividade remunerada?
Resposta: Estabeleço como DII a data em que este perito constatou o quadro e, devido
a inexistência de elementos probatórios da incapacidade em data anterior.
Registre-se que para fins de benefício por incapacidade a data a ser considerada é a
da incapacidade laboral e não da doença em si, uma vez que nem sempre a última é
contemporânea à primeira. E mais: nem sempre a doença causa incapacidade. Isso ocorrerá
quando a doença progredir para o quadro de incapacidade.

VIII. Há necessidade de acompanhamento médico futuro permanente para o Autor


ou que seja submetido a algum procedimento cirúrgico?
Resposta: Não

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IX. Concorda o Sr. Perito com as informações constantes nos atestados e demais
exames existentes nos autos?
Resposta: A priori o atestado/laudo/parecer médico não deve ter sua validade recusada,
posto que esteja sempre presente a presunção de lisura e perícia técnica do profissional
emitente.

QUESITO JUÍZO:

a) Apresenta o(a) autor(a) doença que o(a) incapacita total ou parcialmente (em
relação ao grau de incapacidade) para o exercício da atividade profissional que vinha
exercendo? Em que consiste e qual a origem da tal moléstia?
Resposta: Com relação à sua capacidade laborativa, o autor está parcialmente e
permanentemente inapto para atividades que demandem esforço físico excessivo, como por
exemplo, caminhadas longas, correr, carregamento de peso, ou exposição a poeiras e fumos
metálicos. Fora esses critérios, está plenamente apto para qualquer outra atividade laboral.

b) Sendo parcial a incapacidade para o exercício da profissão que vinha


exercendo, possui o(a) perito(a) condições de arrolar e exemplificar quais as tarefas e
atividades inerentes à profissão que restam prejudicadas? Considerando a totalidade
das tarefas inerentes a tal profissão, qual seria o grau percentual de redução da
capacidade laboral do(a) autor(a)?
Resposta: Com relação à sua capacidade laborativa, o autor está parcialmente e
permanentemente inapto para atividades que demandem esforço físico excessivo, como por
exemplo, caminhadas longas, correr, carregamento de peso, ou exposição a poeiras e fumos
metálicos. Fora esses critérios, está plenamente apto para qualquer outra atividade laboral.

c) Acaso totalmente incapaz o(a) autor(a) para exercer sua profissão, está
também incapacitado(a) total ou parcialmente (em relação ao grau de incapacidade) para
o exercício de qualquer outra atividade que pudesse lhe garantir a subsistência?
Resposta: Com relação à sua capacidade laborativa, o autor está parcialmente e
permanentemente inapto para atividades que demandem esforço físico excessivo, como por
exemplo, caminhadas longas, correr, carregamento de peso, ou exposição a poeiras e fumos
metálicos. Fora esses critérios, está plenamente apto para qualquer outra atividade laboral.

d) A incapacidade é definitiva/permanente ou temporária (em relação à duração


da incapacidade no tempo)? Há possibilidade de tratamento da moléstia e/ou cura?
Resposta: Somente há restrição para atividades de excessiva carga física, patologia
pulmonar que o acomete está em grau leve, porém é progressiva. Doença crônica.
Para atividade geral, está apto. Laboralmente, não há limitação. exceto já citada.

e) É possível precisar desde que época está o(a) autor(a) incapacitado(a)?


Resposta: Não, Estabeleço como DII a data em que este perito constatou o quadro e,
devido a inexistência de elementos probatórios da incapacidade em data anterior.

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f) A doença foi produzida ou desencadeada direta e exclusivamente pelo tipo de


trabalho exercido pelo(a) autor(a)? Em caso negativo, há alguma causa relacionada ao
exercício do trabalho que tenha contribuído para a eclosão ou agravamento/progressão
da doença (concausa)?
Resposta: Não, pelo tempo de exposição – 2016-2017
Nem características nos exames, pois sugerem quadro pregresso, compatível com
tabagismo longo prazo.

g) A deformidade constatada exige do(a) segurado(a) maior esforço para a


realização das atividades habituais?
Resposta: Não

CONCLUSÃO E ENCERRAMENTO

De acordo com a perícia realizada, concluo o trabalho a que fui designado, tendo o
mesmo sido elaborado dentro dos preceitos éticos, técnicos e legais e trazemos assim
elementos aos autos para serem submetidos à apreciação e serem auxiliares no
convencimento do Juízo.
É meu parecer.
Nada havendo mais a relatar, dou por encerrado e lavro o presente Laudo Pericial que
contém 12 páginas, numeradas sequencialmente.
Coloco-me à disposição para o que for necessário

ITAJAÍ 07 de janeiro de 2019

Dr. Alexandre Zamuner


Médico Perito CRM/SC 16.708
Membro efetivo da Associação Brasileira de Medicina Legal e Perícias Médicas

BIBLIOGRAFIA:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
Doenças respiratórias crônicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes


Terapêuticas – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica. Brasília: Ministério da Saúde. Portaria nº 609,
2013.

DUNCAN, B. B. et al (Org.). Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em


evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013

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