Apresenta o texto o estudo histórico do ensino que é de muita utilidade
no que diz respeito a entendermos situações do presente e prevenirmos erros possíveis no futuro. Diz que ao contrário do desenvolvimento humano, o desenvolvimento pedagógico nos mostra, ao longo da historia diferentes concepções. Define, para se construir uma nova concepção, quer seja pedagógica, moral, religiosa ou política pouco se conserva das antigas idéias, simplesmente substitui-se uma idéia nova por outra, antes pré-estabelecida. Observa que o presente sai do passado, deriva e continua dele, não existe um vazio entre duas concepções sobre um mesmo tema, mas um estreito laço de parentesco, pois, o primeiro nasceu a partir do segundo. Analisa o texto que a historia da pedagogia e a teologia coletiva mantém estreitas relações, para entendermos a maneira pela qual se desenvolveu um sistema de ensino e o que se tornou, precisamos retomá-lo em suas origens mais longínquas, toda a matéria prima de nossa civilização intelectual veio de Roma. Evidencia que a igreja serviu de mediadora entre os povos de culturas heterogêneas, sendo o canal pelo qual a vida intelectual de Roma conheceu uma progressiva transfusão nas novas sociedades que estavam em via de formação, foi pelo ensino que essa transfusão ocorreu, pode parecer surpreendente que a igreja tenha podido arraigar-se e prosperar em meios sociais tão radicalmente diferentes. Admite o texto que toda a civilização da Idade Média continha no princípio, uma contradição interna e constituía uma oposição viva. Observa que o conteúdo e o invólucro dessa civilização contradiziam-se e negavam-se mutuamente, sendo que o conteúdo era a vida real, suas paixões violentas, indomáveis, sua necessidade de viver e gozar a vida, e o invólucro era a moral cristã com sua concepção de sacrifício e de renúncia. Define ainda o cristianismo representante de um sistema de idéias, um corpo de doutrinas, onde ser cristão era aderir a certos artigos da fé, partilhar crenças, admitir idéias. Diz ainda que não podemos comunicar idéias e sentimentos senão através do ensino, quer esse ensino seja dirigido ao coração ou à razão, ou a ambos ao mesmo tempo. Surge então as escolas abertas pela igreja que ficavam juntos as catedrais, onde os alunos eram, principalmente jovens que se preparavam para o sacerdócio e alguns leigos que não haviam ainda abraçado o santo ofício, esses alunos viviam juntos, em um estabelecimento chamado “CONVICTS”, uma espécie de internato onde o contato entre professor e aluno dava-se em todos os instantes. Averigua que o ensino permanece, sendo por muito tempo, uma coisa da igreja e como um anexo da religião, mesmo os professores que deixavam de ser padres conservavam deveres sacerdotais, principalmente o celibato. Analisa ainda que as escolas houvessem começado sendo essencialmente religiosa, por outro lado e para atender outros interesses acabou assumindo um papel cada vez mais leigo. Verifica que diferente do que acontecia na Antiguidade, na escola cristã o aluno recebia todos os ensinamentos reunidos, dados em um mesmo local e portanto submetidos a uma mesma influência e direção moral, essa concentração de ensinamento constitui uma inovação fundamental, que testemunha toda a mudança na concepção que se fazia da natureza e do papel da cultura intelectual. Define na Antiguidade que o aluno recebia sua instrução de professores diferentes e sem nenhuma ligação, cada professor ensinava em sua casa, a sua maneira. Surge então a escola cristã totalizando a instrução do aluno, nessa escola ele passa toda sua existência, come, dorme e pratica seus deveres religiosos, influenciado pela idéia cristã. Analisa que na Antiguidade o objetivo da educação era comunicar um certo número de determinadas habilidades ao aluno e revesti-lo de uma armação externa, não atuando sobre a sua personalidade. Examina que na escola cristã ocorria o contrário, para o cristianismo formar um homem não era adornar sua mente com idéias, mas sim criar nele uma disposição geral da mente e da vontade que lhe faça ver as coisas sob uma luz dada. Surge então a idéia de conversão, ignorada pela Antiguidade, que ser cristão é ter atitudes na alma, a verdadeira conversão é um profundo movimento que a alma inteira faz, ao virar para uma nova direção. Diz que para este resultado eficaz era necessário fazer com que os alunos vivessem em um mesmo meio moral, envolvidos pela fé cristã em todas as partes, praticamente uma imersão. Nota ainda que até hoje a educação não é entendida de outra maneira: dar ao aluno conhecimentos, construir nele um estado interior e profundo, uma orientação definida, para torná-lo um homem, os meios utilizados para tal fim podem ter mudado, entretanto o esquema abstrato do processo ainda é o mesmo. Observa que para nós a escola deve ser um meio moralmente unido, que envolva aluno, que aja na sua totalidade, para inseri-lo na sociedade, rejeitamos seu modelo construído na Antiguidade, assim conhecemos a escola e somos levados a acreditar que esta é a noção que sempre existiu. Diz o texto que a escola nasceu sob uma orientação geral da mente e da vontade, com o objetivo de dar ao aluno o impulso necessário na direção que convinha, para surtir o efeito profundo e durável que era esperado. Analisa que foi na Idade Média, hiato que deveria ser de transição entre a Antiguidade e a Modernidade, que deu-se o surgimento da Escola, uma conceitualização completamente nova na época, a mesma aparece no sentido próprio do termo, um meio moral, onde se ensina, envolvendo professor e aluno. Nota que depois de instituída, a escola cristã sofreu modificações e espalhou-se pela Europa de várias maneiras, enfraquecendo-se um pouco. Percebe então, para que um novo passo importante fosse dado no caminho do progresso escolar e pedagógico era preciso que novas ordenações sociais tornassem a educação mais necessárias e fizessem sentir com mais força essa necessidade. Conclui que esta foi a obra pedagógica de Carlos Magno, de onde resultaram o ensino superior e secundário com todos os traços essenciais conservados até hoje.