O Expressionismo, tendência permanente da arte (ao contrario do Fauvismo e
do Cubismo, movimentos artísticos mais ou menos contêmporaneos) não se deve à acção de um grupo organizado de artistas, nem teve um objectivo claramente definido.
Embora a noção já existisse, o termo
“Expressionismo” foi divulgado por Herwarth Walden, a partir de 1910, quando fundou e começou a dirigir em Berlim a revista Der Strum [a tempestade].
“Expressão” é um conceito oposto a “Impressão”.
Nesta última, a natureza reflete-se na mente do artista (num fluxo de fora para dentro) enquanto que o Expressionismo é um movimento no sentido oposto (do sujeito para o mundo exterior) como se o artista se projectasse no objecto (a obra de arte) criando realidade em vez de a reproduzir.
Em oposição a tendências anteriores, o Expressionismo, não se quis definir por
características formais mas por esta prespectiva invertida do próprio acto da criação.
Foi esta atitude que Wilhelm Worringer apelidou de
atitute tipicamente “germânica” e “romântica” em oposição ao “classicismo” dos fauves e dos cubistas, mais ligados a uma raiz latina e mediterrânica.
Os livros de Worringer foram decisivos para o
desenvolvimento do Expressionismo pois ofereceram uma base teórica aos jovens pintores expressionistas alemães, que passavam a sentir-se entroncados numa antiga tradição nórdica a que chamariam “transcendentalismo do mundo de expressão gótica”.
A confusão e inquietação da arte nórdica opõem-se à calma e clareza de visão da
arte mediterrânica.
Desde o Gótico que a Alemanha jamais tivera
um desenvolvimento artístico coerente. A evolução provocada pelo Renascimento chegara tarde e foi cortada bruscamente pela guerra dos Trinta Anos; a pintura alemã do século XVIII sofreu uma forte influência francesa, que abafou qualquer manifestação original. Por outo lado a fragmentação do Sacro Império Romano-Germânico numa multidão de Estados separados favoreceu o aparecimento de vários centros culturais independentes.
A marca comtemporânea do Expressionismo mostra-se no
espírito de rebeldia e gosto pelas formas rudes.
Fonte: História da Arte, Alfa 5 de Outubro de 2010
Hélio Pellegrino, A Paixão Indignada - Pires, Paulo Roberto, 1967 - 1998 - Rio de Janeiro - Relume Dumará - Rio Arte, Secretaria - 9788573161533 - Anna's Archive