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Expressionismo Manuel Barata de Tovar

O Expressionismo, tendência permanente da arte (ao contrario do Fauvismo e


do Cubismo, movimentos artísticos mais ou menos contêmporaneos) não se deve à
acção de um grupo organizado de artistas, nem teve um objectivo claramente definido.

Embora a noção já existisse, o termo


“Expressionismo” foi divulgado por Herwarth Walden, a
partir de 1910, quando fundou e começou a dirigir em
Berlim a revista Der Strum [a tempestade].

“Expressão” é um conceito oposto a “Impressão”.


Nesta última, a natureza reflete-se na mente do artista
(num fluxo de fora para dentro) enquanto que o
Expressionismo é um movimento no sentido oposto (do
sujeito para o mundo exterior) como se o artista se
projectasse no objecto (a obra de arte) criando realidade
em vez de a reproduzir.

Em oposição a tendências anteriores, o Expressionismo, não se quis definir por


características formais mas por esta prespectiva invertida do próprio acto da criação.

Foi esta atitude que Wilhelm Worringer apelidou de


atitute tipicamente “germânica” e “romântica” em oposição ao
“classicismo” dos fauves e dos cubistas, mais ligados a uma raiz
latina e mediterrânica.

Os livros de Worringer foram decisivos para o


desenvolvimento do Expressionismo pois ofereceram uma base
teórica aos jovens pintores expressionistas alemães, que
passavam a sentir-se entroncados numa antiga tradição nórdica a
que chamariam “transcendentalismo do mundo de expressão
gótica”.

A confusão e inquietação da arte nórdica opõem-se à calma e clareza de visão da


arte mediterrânica.

Desde o Gótico que a Alemanha jamais tivera


um desenvolvimento artístico coerente. A evolução
provocada pelo Renascimento chegara tarde e foi
cortada bruscamente pela guerra dos Trinta Anos; a
pintura alemã do século XVIII sofreu uma forte
influência francesa, que abafou qualquer manifestação
original. Por outo lado a fragmentação do Sacro
Império Romano-Germânico numa multidão de
Estados separados favoreceu o aparecimento de vários centros culturais independentes.

A marca comtemporânea do Expressionismo mostra-se no


espírito de rebeldia e gosto pelas formas rudes.

Fonte: História da Arte, Alfa 5 de Outubro de 2010

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