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modernos está enganado. Já existia em 1950, e fazia a alegria das mulheres, mesmo sob
risco de saírem com os cabelos chamuscados, pois o equipamento era aquecido no fogo.
Com o fim dos anos de guerra e do racionamento de
tecidos, a mulher dos anos 50 se tornou mais feminina e glamourosa, de acordo
com a moda lançada pelo "New Look", de Christian Dior, em 1947. Metros e metros
de tecido eram gastos para confeccionar um vestido, bem amplo e na altura dos
tornozelos. A cintura era bem marcada e os sapatos eram de saltos altos, além das
luvas e outros acessórios luxuosos, como peles e jóias.
Essa silhueta extremamente feminina e jovial atravessou toda a década de 50 e se
manteve como base para a maioria das criações desse período. Apesar de tudo
indicar que a moda seguiria o caminho da simplicidade e praticidade,
acompanhando todas as mudanças provocadas pela guerra, nunca uma tendência
foi tão rapidamente aceita pelas mulheres como o "New Look" Dior, o que indica
que a mulher ansiava pela volta da feminilidade, do luxo e da sofisticação.
E foi o mesmo Christian Dior quem liderou, até a sua morte em 1957, a agitação de
novas tendências que foram surgindo quase a cada estação.
Dois estilos de beleza feminina marcaram os anos 50, o das ingênuas chiques,
encarnado por Grace Kelly e Audrey Hepburn, que se caracterizavam pela
naturalidade e jovialidade e o estilo sensual e fatal, como o das atrizes Rita
Hayworth e Ava Gardner, como também o das pin-ups americanas, loiras e com
seios fartos.
Entretanto, os dois grandes símbolos de beleza da década de 50 foram Marilyn
Monroe e Brigitte Bardot, que eram uma mistura dos dois estilos, a devastadora
combinação de ingenuidade e sensualidade.
As pioneiras das atuais top models surgiram através das lentes dos fotógrafos de
moda, entre eles, Richard Avedon, Irving Penn e Willian Klein, que fotografavam
para as maisons e para as revistas de moda, como a Elle e a Vogue.
A Guerra Fria, travada entre os Estados Unidos e a então União Soviética ficou
marcada, durante os anos 50, pelo início da corrida espacial, uma verdadeira
competição entre os dois países pela liderança na exploração do espaço.
A ficção científica e todos os temas espaciais passaram a ser associados a
modernidade e foram muito usados. Até os carros americanos ganharam um visual
inspirado em foguetes. Eles eram grandes, baixos e compridos, além de luxuosos e
confortáveis.
Os Estados Unidos estavam vivendo um momento de prosperidade e confiança, já
que haviam se transformado em fiadores econômicos e políticos do mundo
ocidental após a vitória dos aliados na guerra. Isso fez surgir, durante esse período,
uma juventude abastada e consumista, que vivia com o conforto que a
modernidade lhes oferecia.
Melhores condições de habitação, desenvolvimento das comunicações, a busca pelo
novo, pelo conforto e consumo são algumas das características dessa época.
A televisão se popularizou e permitia que as pessoas assistissem aos
acontecimentos que cercavam os ricos e famosos, que viviam de luxo, prazer e
elegância, como o casamento da atriz Grace Kelly com o príncipe Rainier de
Mônaco.
A tradição e os valores conservadores estavam de volta. As pessoas casavam cedo
e tinham filhos. Nesse contexto, a mulher dos anos 50, além de bela e bem
cuidada, devia ser boa dona-de-casa, esposa e mãe. Vários aparelhos
eletrodomésticos foram criados para ajudá-la nessa tarefa difícil, como o aspirador
de pó e a máquina de lavar roupas.
Em contraposição ao estilo norte-americano de obsolescência planejada, ao criarem
produtos pouco duráveis, na Europa ressurgiu, especialmente na Alemanha, o estilo
modernista da Bauhaus, com o objetivo de fabricar bens duráveis, com um design
voltado a funcionalidade e ao futuro, refletindo a vida moderna. Vários
equipamentos, como rádios, televisores e máquinas, foram criados seguindo a
fórmula de linhas simples, durabilidade e equilíbrio.
Ao som do rock and roll, a nova música que surgia nos 50, a juventude norte-
americana buscava sua própria moda. Assim, apareceu a moda colegial, que teve
origem no sportswear. As moças agora usavam, além das saias rodadas, calças
cigarrete até os tornozelos, sapatos baixos, suéter e jeans.
O cinema lançou a moda do garoto rebelde, simbolizada por James Dean, no filme
"Juventude Transviada" (1955), que usava blusão de couro e jeans. Marlon Brando
também sugeria um visual displicente no filme "Um Bonde Chamado Desejo"
(1951), transformando a camiseta branca em um símbolo da juventude.
Já na Inglaterra, alguns londrinos voltaram a usar o estilo eduardiano, mas com um
componente mais agressivo, com longos jaquetões de veludo, coloridos e vistosos,
além de um topete enrolado. Eram os "teddy-boys".
Ao final dos anos 50, a confecção se apresentava como a grande oportunidade de
democratização da moda, que começou a fazer parte da vida cotidiana. Nesse
cenário, começava a ser formar um mercado com um grande potencial, o da moda
jovem, que se tornaria o grande filão dos anos 60.
Mas os maiores símbolos de beleza dos anos 50 eram Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, que
misturavam ingenuidade e sensualidade.
Foi o apogeu da alta costura, com nomes importantes na moda como Balenciaga, Givenchy e
Pierre Balmain.
Brigitte bardot
Lucille ball
Hubert de Givenchy, ESTILISTA DA ÉPOCA
O ano de 1953 foi muito importante para Givenchy, pois conheceu aquela que viria a ser sua musa inspiradora,
amiga e responsável por muito de seu sucesso internacional, a atriz Audrey Hepburn. O estilista criou modelos
para a atriz, imortalizados em filmes como "Bonequinha de Luxo" ("Breakfast at Tiffany's"), de 1961; “Cinderela
em Paris” de 1957 e "Sabrina", de 1954. Este último chegou a ganhar o Oscar de melhor figurino, que era
assinado por Edith Head - a designer mais requisitada de Hollywood na época -, a qual não deu o devido crédito
a Givenchy pelo famoso vestido de baile, usado por Audrey Hepburn no filme.
Audrey Hepburn - musa inspiradora de Givenchy
Hubert de Givenchy esteve no Brasil duas vezes: a primeira na década de 50 para o lançamento de uma
coleção de algodão que havia sido encomendada pela fábrica de tecidos Bangu e a outra, em 1995, para abrir o
Primeiro Congresso Brasileiro de Moda, promovido pelo Instituto Zuzu Angel e pela Faculdade Veiga de
Almeida, no Rio de Janeiro.