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UnB - Universidade de Brasília

Aluno: Rodrigo Guerra Bergmann Matrícula: 10/0122540


Professor(a): Christiane Machado Coelho Matéria: ISOL Turma: D

Resenha: O que é Sociologia – Carlos Benedito Martins (Introdução e Capítulo 1)

O autor se ocupa, na introdução e no primeiro capítulo de seu livro, de investigar o


surgimento da Sociologia e tentar compreender a origem de sua posição contraditória.
A Sociologia surge tardiamente como ciência, sendo fruto do processo desencadeado
pelas revoluções comportamentais e de produção que liquidaram o sistema feudal e
consolidaram a sociedade capitalista. Essas revoluções, francesa e industrial,
transformaram a sociedade de maneira tão rápida e profunda, e criaram situações tão
novas e adversas que colocaram a sociedade pela primeira vez num plano de análise,
onde ela se constituía em “problema” a ser investigado.
A Revolução Industrial não alterou apenas o processo produtivo fabril, mas toda a
sociedade em que este estava inserida. O empresário capitalista concentrou sob seu
poder os meios de produção, transformando o restante da população em uma massa
trabalhadora sem recursos para produzir e criando novas relações de trabalho e de
comportamento. Houve maciço êxodo rural, o que fez com que as populações urbanas
aumentassem numa velocidade que as condições estruturais das cidades não seriam
capaz de comportar adequadamente. À grande massa operária criada no período deu-se
o nome de proletariado. Os pensadores que viram essas transformações em curso e,
mais do que apenas conhecer esses fenômenos, se propuseram a extrair deles
orientações para agir, independentemente de qual fosse seu posicionamento ideológico,
foram os precursores da Sociologia.
Além das transformações materiais operadas pela Revolução Industrial, havia também
uma transformação intelectual, que começaria com o movimento Iluminista e
culminaria na Revolução Francesa. A crescente racionalização que ocorria no período
foi, portanto, determinante no surgimento da Sociologia, visto que essa se inseria num
novo contexto de obtenção de conhecimento, pautada pela observação, experimentação
e pelo emprego sistemático da razão.
Em meio à destruição do antigo regime e ao surgimento de uma nova sociedade, um
grupo de pensadores acreditou ser sua função encontrar um estado de equilíbrio na nova
ordem e que, pra isso, deveriam conhecer as leis que regem a sociedade (assim como os
naturalistas se ocupavam das leis que regiam a natureza), instituindo pra isso uma
ciência. Esse é o surgimento da Sociologia de fato.
Nesse início, a Sociologia adquire caráter moderado, buscando o equilíbrio numa
sociedade rachada pela oposição entre burguesia e proletariado. Assim, começa-se a
estudar os grupos, instituições e figuras de autoridade que teriam importância para a
estruturação da ordem social.
Para Comte, um de seus pais e expoente desse caráter moderado com a sua teoria
positivista, a Sociologia deveria se limitar a conhecer as “leis imutáveis” da vida social,
abstendo-se de críticas quaisquer.
Mais tarde é que a Sociologia, em sua crítica ao capitalismo, fornecerá diretrizes e
bases teóricas para apoiar a classe trabalhadora em sua luta, engajada com o objetivo de
transformar o estudo da sociedade em meio para transformá-la.

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