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QUESTÕES AVALIATIVAS DO MÓDULO “INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR, INQUÉRITO E

AÇÃO PENAL”

ATENÇÃO: O PRAZO PARA O ENVIO DAS RESPOSTAS, CONFORME O REGULAMENTO,


É DE 30 DIAS A CONTAR DO DIA 20/09/2010.

QUESTÃO 01:
Analise a definitividade do arquivamento e a súmula 524 do STF.
O arquivamento é afeto ao magistrado, pressuposto requerimento fundamentado do Ministério
Público, sendo vedado ao delegado a promoção do mesmo (art17 CPP). O desarquivamento é ato
privativo do MP, sem a necessidade de intervenção judicial, convencido da existência de novas
provas (súmula nº524 STF), oferece denúncia, exercendo a ação penal. O ato jurídico de
desarquivamento ocorreria com o oferecimento da denúncia, que está condicionada ao
surgimento de novas provas, segundo a jurisprudência simulada do Pretório Excelso, sempre que
em momento anterior tenha ocorrido o arquivamento. Assim enquanto os autos do inquérito
estiverem arquivados, pode o delegado de polícia validamente colher qualquer elemento que
possa simbolizar a existência de prova nova, remetendo-o prontamente ao magistrado. Uma vez
entregue o inquérito policial ao MP, e caso se convença o promotor de que se trata realmente de
prova nova, oferecerá denúncia, operando-se assim o desarquivamento.

QUESTÃO 02:
Investigação do Ministério Público e processualização do inquérito. Esta é a solução?
“O Ministério Público (MP) tem, sim, competência para realizar, por sua iniciativa e sob sua direção,
investigação criminal para formar sua convicção sobre determinado crime, desde que respeitadas
as garantias constitucionais asseguradas a qualquer investigado. A Polícia não tem o monopólio da
investigação criminal, e o inquérito policial pode ser dispensado pelo MP no oferecimento de sua
denúncia à Justiça.
Entretanto, o inquérito policial sempre será comandado por um delegado de polícia. O MP
poderá, na investigação policial, requerer investigações, oitiva de testemunhas e outras
providências em busca da apuração da verdade e da identificação do autor de determinado crime”
(Com esse entendimento, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) indeferiu,
por votação unânime, o Habeas Corpus (HC) 89837). Eu defendo a processualização do
inquérito policial, que consiste no afastamento do mecanismo inquisitorial do inquérito,
admitindo o contraditório. A processualização seria uma saída rumo ao fortalecimento do
procedimento e ensejaria a não repetição em Juízo, das provas obtidas no procedimento
investigatório.Entendo que este princípio esteja previsto no inciso LV, artigo 5o da Magna
Carta que reza: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados e,
geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ele
inerentes”

QUESTÃO 03:
Othon Bispo, em 20/07/2009, veio a cometer crime de estupro (art. 213 CP), mediante violência
real, contra a vítima Samira dos Santos, à época com 22 (vinte e dois) anos de idade, com
abuso da condição de padrasto da mesma. Othon Bispo foi denunciado pelo Ministério Público
em 05/08/2009. Em 10/08/2009, os autos foram encaminhados ao juiz para a primeira
deliberação no feito. Nessa situação hipotética, qual deve ser a primeira deliberação a ser
adotada pelo magistrado antes do prosseguimento do processo?
Tendo em vista que o termo inicial da ação penal, apesar de divergências doutrinárias, se
dá com o recebimento da denúncia ou queixa (STF/STJ), no caso em tela os autos foram
encaminhados ao juiz para a primeira deliberação no feito no dia 10/08/09, portanto sob a égide da
nova legislação. Os novos processos (iniciados depois de 10.08.09) necessitam de
manifestação da vítima. Sem essa condição de procedibilidade não existe processo
válido. O estupro passou a ser de ação penal pública condicionada, antes do advendo da
nova lei, se processava mediante ação pública

QUESTÃO 04:
Aponte quais são os requisitos indispensáveis para a elaboração de uma denúncia no processo
penal e as consequências do descumprimento desses requisitos.
Segundo o art. 41 do CPP são:
I- Descrição dos fatos com toda a sua cirscunatâncias: o réu defende-se dos
fatos que lhe são imputados e não da tipificação jurídica dada aos mesmos.
Inicial acusatória com descrição fática deficitária ou ausente é petição inepta,
merecendo ser rejeitada (art. 395,I, CPP), e caso seja recebida, carreta
nulidade do feito.
II- Qualificação do acusado ou fornecimento de dados que possibilitem a sua
identificação. Se os dados forem incertos. Podem ser utilizados outros
requisitos que permitam sua identificação.
III- Classificação do crime. A tipificação legal dada pelo órgão acusador é
obrigatória na inicial apresentada. O momento adequado para o magistrado
corrigir eventual erro quanto à tipificação da prolação é quando da sentença,
onde deverá aplicar a norma que entender correspondente ao caso concreto,
valendo-se do instituto da emendatio libelli (art. 383, CPP)
IV- Rol de testemunhas. É facultativa
V- Pedido de condenação. É possível que não haja pedido expresso de
condenação, podendo o mesmo defluir do contexto da imputação feita na
inicial, o que acarretaria então mera irregularidade.
VI- Endereçamento. É a indicação do órgão jurisdicional ao qual a peça vestibular
é direcionada. O erro quanto ao endereçamento não enseja inépcia da inicial.
VII- Nome e assinatura. A inicial deve conter nome e a assinatura do órgão
acusador. A ausência de assinatura pode levar à própria inexistência do ato,
não sendo possível identificar, nem em tese, o autor.
VIII- Outros requisitos. A inicial deve ser escrita em vernáculo, podendo conter o
requerimento de diligências e o pedido de citação do demandado. As omissões
da denúncia ou da queixa poderão ser supridas a todo o tempo, antes da
sentença.

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