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-Ricard reis intro (2)

É um poeta clássico, da serenidade epicurista, que aceita com calma lucidez, a


relatividade e a fugacidade de todas as coisas. ”Vem te sentar comigo Lídia, à beira do
rio”

A filosofia de Ricardo Reis é a de um epicurista triste, pois defende o prazer do


momento “carpem diem” como caminho para a felicidade. Apesar deste prazer que
procura e a felicidade que deseja alcançar, considera que nunca se consegue a
verdadeira calma e tranquilidade, ou seja, a ataraxia sente que tem de viver em
conformidade com as leis do destino, indiferente à dor e ao desprazer numa
verdadeira ilusão da felicidade, conseguida pelo esforço estóico lúcido e disciplinado.

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EpicurISMO – acreditava-se que o maior bem era a procura de prazeres modestos de


forma a atingir um estado de tranquilidade 

O estoicismo propõe viver de acordo com a lei racional da natureza e aconselha a


indiferença (apathea) em relação a tudo que é externo ao ser. O homem sábio obedece
à lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e propósito do
universo, devendo assim manter a serenidade perante as tragédias e coisas boas.

Horacianismo: temáticas da brevidade da vida e da passagem do tempo, da


caducidade das coisas, da necessidade de imperturbabilidade perante a força
do destino, do conselho à moderação, do convite a gozar cada dia que passa
ou da beleza da natureza.

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 A tentativa de iludir o sofrimento resultante da consciência aguda da precariedade da


vida, do fluir continuo do tempo e da fatalidade da morte, através do sorriso, do vinho
e das flores.

 A intemporalidade das suas preocupações: a angustia do homem perante a brevidade


da vida e a inevitabilidade da Morte e a interminável busca de estratégias de limitação
do sofrimento que caracteriza a vida humana.

I PARTE:
Nesta primeira parte podemos ver a atitude amorosa que resulta da interpretação dela
como símbolo de fugacidade, interpretação que a razão comanda (aprendamos,
pensemos) na constante obsessão do nada.

 Por um lado determina um poeta um desejo de fruir o presente e de aproveitar o


fugaz momento, único bem que nos é dado possuir, por outro lado reveste o amor de
uma gélida frieza, pelo calculado e pensando sentido que retira toda a espontaneidade
ao mais simples gesto de ternura.

II PARTE
 Nesta segunda parte do poema, é nítido o afrouxar do impulso amoroso, a tal ponto
que, do gozo do momento presente, mas não fica contida uma emoção que aos
poucos se anula para terminar numa atitude de quase indiferença e de irremediável
incomunicabilidade (sentados ao pé um do outro).

 E mais uma vez essa recusa é símbolo mais amplo de um desencantado viver que nega
qualquer paixão mais forte e todo o esforço que se sabe impotente para alterar a força
do destino cruel, numa passividade à margem da vida, quase fora dela.

III PARTE

 Aqui podemos ver o remédio ilusório para a obsessão da morte que, no final do
poema, Reis antevê e disfarça em eufemísticas perífrases clássicas.

 É para exactamente superar a morte, ou superar – lhe pelo menos o cortejo do


sofrimento e saudade que acompanha, que ele opta por essa vivência atrás definida,
que nada deixe que se lamente ou se deseje.

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