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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIA


CURSO DE AUTOMATIZAÇÃO INDUSTRIAL
DISCIPLINA DE INSTRUMENTAÇÃO
PROF. VALNER BRUSAMARELLO

ANEMÔMETRO COM SENSOR FOTOELÉTRICO

ÉVERSON MAGIONI
ISMAEL BORGIGNON
JULIANO ROSSLER
MÁRCIO DE OLIVEIRA DAL BOSCO

CAXIAS DO SUL, JUNHO DE 2004.


ÍNDICE

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 3
ANEMÔMETRO COM SENSOR FOTOELÉTRICO .............................................................. 4
DISPOSITIVOS OPTOELETRÔNICOS .................................................................................. 6
Diodos emissores de luz (LED).............................................................................................. 6
Fotodiodos .............................................................................................................................. 7
Fototransistor .......................................................................................................................... 7
SENSOR FOTOELÉTRICO ...................................................................................................... 8
FUNCIONAMENTO CIRCUITO DE CONTROLE................................................................. 8
Material utilizado.................................................................................................................... 9
Montagem - Parte mecânica .................................................................................................10
Montagem - Parte eletrônica................................................................................................. 10
Como foram obtidos os resultados da tabela ........................................................................ 10
CONCLUSÃO.......................................................................................................................... 12
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 13

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INTRODUÇÃO

Hoje em dia o nível de exigência para o comando e controle do fluxo de


materiais e de informações é cada vez mais elevado. Tudo se encontra em
movimento através de novos produtos, novos materiais e processos de fabricação
em direção à melhor automatização dos diferentes processos.
Em todas as situações, pretendem-se soluções da mais elevada qualidade
utilizando para isso, emissores de sinal e sensores. Assim, para a detecção em
processos altamente complexos, onde são exigidas rapidez, precisão e viabilidade
de funcionamento, as empresas necessitam de um sistema completamente
adaptado a todas as aplicações industriais.
O presente trabalho tem a finalidade de demonstrar uma aplicação prática de
um sensor fotoelétrico em um anemômetro, possibilitando a estudantes de
instrumentação entender um pouco mais sobre o funcionamento de sensores
fotoelétricos e do anemômetro, bem como suas aplicações. Poderá ser visto que
nem sempre é necessário o uso de equipamentos avançados e com custo elevado
para realizar tal trabalho.

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ANEMÔMETRO COM SENSOR FOTOELÉTRICO

O vento percorre sem cessar todos os cantos do planeta, apresentando suas


diversas faces, desde brisa quase imperceptível até potentes furacões. Em todos os
casos, entretanto, trata-se de um fenômeno que tem uma única definição: é “ar em
movimento”.
O conhecimento da velocidade do vento é importante em diversas aplicações,
tais como aeroportos, balonismo, pilotos de asa-delta, pára-quedistas, barcos,
indústrias, fonte de energia eólica entre outras.
A velocidade do vento é medida com o anemômetro. Este aparelho pode ser
sofisticado e com custo elevado, mas, também é possível criar versões caseiras que
servem para proporcionar um estudo e conhecimento de seu funcionamento.
O presente trabalho tem por objetivo demonstrar como fazer um anemômetro
para medir a velocidade do vento com baixo custo e possibilitar o conhecimento de
sensores utilizados nesta aplicação.
Utilizando-se um anemômetro com conchas (Figura 01) montadas a
distâncias iguais e formando ângulos retos com o eixo vertical, pôde-se calcular a
velocidade do vento. A força exercida pelo vento na superfície interna da concha é
maior do que na externa, assim, as conchas fazem com que o eixo vertical comece a
girar e possibilite o registro da velocidade.

Figura 01. Anemômetro de conchas com sensor fotoelétrico.

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A velocidade de rotação é aproximadamente igual à velocidade do vento,
desde que esta seja constante e superior á velocidade mínima necessária para
colocar as conchas em movimento. Quando as conchas giram, são gerados pulsos
elétricos através de um encoder. O encoder é formado pelo conjunto do disco
perfurado e um sensor fotoelétrico (Figura 02). Os pulsos elétricos são enviados pelo
sensor fotoelétrico para um circuito de controle (Figura 03) assim que o disco
começa a girar. O circuito de controle recebe os pulsos elétricos e transforma a
variação de sua freqüência numa variação de tensão.

Figura 02. Encoder formado por um disco perfurado e sensor fotoelétrico.

Figura 03. Circuito de controle – Entra freqüência, sai tensão.

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Maiores explicações sobre o funcionamento do sensor fotoelétrico e do
circuito de controle serão fornecidas a seguir.

DISPOSITIVOS OPTOELETRÔNICOS

A optoeletrônica é uma tecnologia que associa a óptica com a eletrônica,


baseados na reação de uma junção pn.
Os componentes optoeletrônicos mais conhecidos são os diodos emissores
de luz (LED), fotodiodos, optoacopladores, etc.

Diodos emissores de luz (LED)

Em um diodo de junção comum com polarização direta, há uma combinação


de portadores na junção (elétrons-lacunas). À medida que esses elétrons caem de
um nível mais alto de energia para um nível mais baixo, eles irradiam energia, sendo
uma parte dessa energia emitida em forma de calor e outra parte na forma de fótons.
No silício e no germânio a maior parte dessa energia é emitida na forma de
calor, sendo a luz emitida insignificante.
Os diodos LED têm sido atualmente utilizados para indicação em substituição
das lâmpadas pilotos convencionais, devido ao seu baixo consumo de energia
(baixa tensão e baixa corrente), sua vida longa e rápida comutação on-off (liga-
desliga).
Enquanto os diodos comuns são fabricados a partir do silício e do germânio,
os LEDs são construídos a partir de elementos como o fosfato de arsenieto de gálio
(GaAsP) ou o fosfato de gálio (GaP) e o número de fótons de luz emitida é suficiente
para constituir uma fonte de luz bastante visível. O processo de emissão de luz por
aplicação de uma fonte elétrica de energia é chamada de eletroluminescência.
O símbolo mais utilizado para representar um diodo LED é mostrado abaixo:

Como o LED é um dispositivo de junção pn ele terá uma característica de


polarização direta

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Fotodiodos

O fotodiodo caracteriza-se por ser sensível à luz, isto é, quando a luz incide
em sua junção, ocorre uma produção de elétrons e lacunas.
Quanto maior for a intensidade luminosa que incide na junção, maior será o
número de portadores minoritários e maior será a corrente reversa.
A figura abaixo mostra o símbolo de um fotodiodo:

Em resumo, podemos dizer então que um fotodiodo é um dispositivo que


converte a luz recebida em uma determinada quantidade elétrica.

Fototransistor

Fototransistor é um transistor cujo encapsulamento permite a incidência de


luz sobre a junção base-coletor. A corrente gerada pela luz na junção é amplificada
pelo transistor, como se fosse uma corrente de base convencional.
A corrente de coletor do fototransistor é, portanto, proporcional à intensidade
luminosa incidente sobre o componente.
Na aplicação do fototransistor pode-se usar o mesmo circuito típico do
fotodiodo.

As vantagens do fototransistor em relação ao fotodiodo são:

• A intensidade de corrente maior (em função da amplificação);


• Existência da base-coletora que permite escolher o ponto de operação desejado.
A desvantagem reside no fato de que o tempo de resposta do fototransistor é
maior. Modernamente os fototransistores estão sendo utilizados em conjunto com

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diodos emissores de luz num único encapsulamento, que são chamados de
acopladores ópticos.
Este componente é muito utilizado na isolação de estágios de corrente contínua
e também corrente alternada nos equipamentos.

SENSOR FOTOELÉTRICO

O sensor fotoelétrico baseia-se na transmissão e recepção de luz


infravermelha, podendo ser refletida ou interrompida pelo objeto a ser detectado.
Este tipo de sensor é composto por dois circuitos básicos: um transmissor (LED –
diodo emissor de luz), responsável pela emissão do feixe de luz, e o receptor
(fototransistor ou fotodiodo), responsável pela recepção do feixe de luz.
Os sensores ópticos são capazes de detectar vários tipos de objetos. Os
objetos transparentes, entretanto, não podem ser detectados por ele.
Através do sensor foto-elétrico é possível a aplicação de encoders, onde um
disco perfurado permite a passagem ou não do feixe de luz. Desta forma a posição
ou velocidade é registrada contando-se o número de pulsos gerados obtendo uma
freqüência.

FUNCIONAMENTO CIRCUITO DE CONTROLE

A freqüência de pulsos captados pelo sensor gera uma onda quase quadrada
(Figura 04) que é enviada ao circuito integrado LM741 que torna esta onda dos
pulsos vindos do sensor em uma onda perfeitamente quadrada (Figura 05).

Figura 04. Onda quase quadrada.

Figura 05. Onda perfeitamente quadrada.

A onda fornecida pelo circuito integrado LM741 é enviada para outro circuito
integrado LM331 que transforma a freqüência de pulsos em uma variação de tensão.

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Utilizando-se um freqüencímetro pode-se verificar qual é a freqüência gerada
pelo encoder na saída do circuito integrado LM741. A variação da tensão é
verificada colocando-se um voltímetro na saída do circuito integrado LM331.
Basicamente pode-se dizer que o circuito de controle transforma a variação
da freqüência em uma variação de tensão, sendo que esta aumenta linearmente
conforme as conchas do anemômetro giram (Gráfico 01).

2,5
Tensão de saída

1,5 Seqüência1

0,5

0
0 200 400 600
Frequência

Gráfico 01. Variação linear da tensão em relação à freqüência.

Material utilizado

* 01 fonte de tensão simétrica -12, +12;


* 01 sensor fotoelétrico (foto-diodo, e foto-transistor);
* 01 LM 741;
* 01 LM 331;
* 01 placa de montagem padrão
* resistores e capacitores diversos, (conforme indicado no esquema eletrônico).
* 01 caixa plástica 100X100mm.
* 01 disco de alumínio com 50 furos nas bordas, com 50mm de raio, e 2mm de
espessura.
* 01 haste de ferro pontiaguda de 250mm de comprimento, 5mm de espessura.
* 01 suporte de sustentação tipo “U”, para haste.
* 02 bolas de ping-pong

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Montagem - Parte mecânica

O disco perfurado é suspenso pela haste a uma altura de 50mm da base, e


fixado com cola, nesta mesma haste, mais a cima, encontra-se quatro braços que
sustentas as conchas de captação do vento, o suporte em forma de “U”, é posto em
uma posição a qual a haste fique a exatamente 90º da base, a haste pontiaguda
seve para reduzir o atrito com o suporte, o sensor fotoelétrico é montado de forma
que o disco fique entre o emissor e o receptor do mesmo.

Montagem - Parte eletrônica

A montagem da parte eletrônica do projeto foi montada conforme circuito


abaixo. Este circuito foi baseado no data-sheet de cada circuito integrado.

Como foram obtidos os resultados da tabela

A freqüências e a tensão da tabela 01 foram obtidas da leitora de um


freqüencímetro e um voltímetro respectivamente, já o número de rotações por
segundo (RPS) foi calculada sabendo que o disco perfurado tem 50 furos, e que se
uma volta completa em exatamente 1 segundo, ela fornece ao sistema 50 ciclos
(HZ). A velocidade em m/s foi calculada a partir da circunferência em que as
conchas de captação do vento giram. Encontra-se a circunferência utilizando a
fórmula descrita na tabela 01. Multiplicando-se a circunferência é pelo número de

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RPS, encontra-se a velocidade. O número de rotações por minuto (RPM) foi obtido
com ajuda de um tacômetro e confirmada através de cálculos. Sabendo que em
100HZ de freqüência é 2 RPS, multiplica-se os RPS por 60 segundos encontra-se o
RPM.

Freqüência HZ 50 100 200 300 400


Tensão DC saída 0,34 0,7 1,4 2,04 2,78
RPS 1 2 4 6 8
m/s 0,628 1,256 2,512 3,768 5,024
RPM 60 120 240 360 480
Circunferência C = 2 x 3.1416 x r
Circunferência de giro das conchas =
0,628 metros
Tabela 01. Descrição dos dados obtidos.

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CONCLUSÃO

O crescente grau de automação seja de processos industriais ou não, conduz


a uma maior participação de sensores e unidades de controle, utilizados em
máquinas e equipamentos. Os sensores são órgãos sensitivos das máquinas. Por
meio deles é verificada a variável medida e executada determinada tarefa através do
circuito de controle. Os sensores são utilizados para atender as necessidades de
todos os ramos da automação, proporcionando maior flexibilidade, controle,
qualidade, segurança e agilidade em processos automáticos, gerando também
menor dispêndio de energia e materiais.
Os resultados obtidos permitiram verificar que o protótipo do anemômetro
desenvolvido apresenta uma boa resposta à faixa de velocidades levantadas no
laboratório, contudo devem ser feitas uma série de modificações e aperfeiçoamento
em sua parte mecânica e eletrônica para que o sistema forneça resultados mais
apurados e com uma visualização mais prática.
Devido à diversificação de fatores que podem causar influência sobre a
operação de um sensor, as informações aqui citadas não garantem o funcionamento
sem que o usuário faça seus próprios testes e experiências.

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BIBLIOGRAFIA

www.national.com - Data-sheet LM741 e LM331.

www.ucs.br/ccet/demc/vjbrusam

BONACORSO, Nelso Gauze; NOLL, Valdir – Automação eletropneumática


Editora Érica – 7ª Edição – 2003

CAPELLI, Alexandre – Mecatrônica Industrial


Editora Saber – 1ª Edição – 104 páginas - 2004

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