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FACULDADE PROMINAS DE MONTES CLAROS

SAULO TUAYAR SPALA

ASPECTOS TÉCNICOS E LEGAIS DA DISPOSIÇÃO DE ESTÉRIL EM PILHA:


UMA ANÁLISE À LUZ DA ENGENHARIA GEOTÉCNICA

MONTES CLAROS - MG
2021
FACULDADE PROMINAS DE MONTES CLAROS
SAULO TUAYAR SPALA

ASPECTOS TÉCNICOS E LEGAIS DA DISPOSIÇÃO DE ESTÉRIL EM PILHA:


UMA ANÁLISE À LUZ DA ENGENHARIA GEOTÉCNICA

Artigo científico apresentado ao curso de Pós-graduação


Lato Sensu em Engenharia Geotécnica da Faculdade
Prominas de Montes Claros como parte das exigências
para a obtenção do título de Especialista em Engenharia
Geotécnica.

MONTES CLAROS – MG
2021
DECLARAÇÃO DO AUTOR

Declaro para fins de pesquisas acadêmicas, didáticas e técnico-científicas, que este


Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) pode ser parcialmente utilizado, desde que se façam
referências às fontes e ao autor.

Montes Claros-MG

Saulo Tuayar Spala


Engenheiro de Minas
CREA: ES-48.638/D
ASPECTOS TÉCNICOS E LEGAIS DA DISPOSIÇÃO DE ESTÉRIL EM PILHA:
UMA ANÁLISE À LUZ DA ENGENHARIA GEOTÉCNICA

Saulo Tuayar Spala1

RESUMO

A atividade de mineração denota a necessidade de retirada de grande volume de material com pouco ou nenhum
valor econômico, o que caracteriza minério pobre designado como estéril. O correto manuseio e destinação dada
ao material estéril é executado por meio de seu armazenamento em forma de pilhas. Desse modo, é necessário
que se determine uma área adequada para a disposição desse tipo de material. Fatores de ordem geológico-
geotécnica, hidrogeológicos, volumétrica entre outros; devem ser analisados e estudados para que se determine a
viabilidade técnico-econômica de início e construção de uma pilha de estéril. No presente trabalho, foram
abordadas questões inerentes à elaboração do projeto técnico de construção de uma pilha estéril, sob a ótica
geotécnica, com fundamento na legislação vigente sobre a tema. Por meio de uma revisão de literatura sobre a
temática, obteve-se como resultado da pesquisa a descrição de informações pertinentes às práticas seguras de
engenharia geotécnica e procedimentos específicos concernentes ao dimensionamento e construção de uma pilha
de estéril.

Palavras-chave: Geológico-geotécnica. Mineração. Pilha de estéril.

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Engenheiro de Minas, pós-graduando do curso de Especialização Lato Sensu em Engenharia Geotécnica da
Faculdade Prominas de Montes Claros-MG, Brasil – saulotuayar@gmail.com.
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1. Introdução
Segundo Curi (2017) a mineração é tipificada como uma atividade pertencente ao
setor primário responsável por gerar matéria-prima para o setor industrial. Castro, Nalini e
Lima (2011 apud CURI, 2017) definem que a mineração é o processo de extração de minerais
ou compostos minerais da crosta terrestre em prol da humanidade que, comprovadamente,
possuam valor econômico.
Em geral, para que o minério seja extraído por um determinado método de lavra é
necessário, inicialmente, remover certa quantidade de material denominado de rocha estéril.
Segundo Silva et al. (2011), no que concerne à atividade de mineração, existem dois tipos
principais de resíduos sólidos gerados: os estéreis e os rejeitos.
Os estéreis são materiais escavados, gerados pelas atividades de lavra e no
decapeamento da mina, que não são aproveitáveis, economicamente e que ficam, geralmente,
dispostos em pilhas, na maioria dos casos, em condição seca. Vale destacar, que a
Deliberação Normativa COPAM nº 87 de 17/07/2005 em seu art. 1º, inciso VIII define estéril
como material descartado, retirado durante o processo de lavra do minério (FERREIRA,
2016). Os rejeitos são resíduos resultantes dos processos de beneficiamento a que são
submetidas as substâncias minerais, no qual, devido aos processos a úmido, produz material
lamoso sendo necessária a construção de barramento para a retenção do rejeito.
No que se refere à disposição de estéreis, esses materiais são descartados em forma
de pilha pré-definida na condição natural. A disposição desse material é realizada de forma
contínua durante toda a etapa de explotação da jazida e, em geral, nas áreas próximas ao
empreendimento mineiro. Ressalta-se que, a definição da geometria de cada jazida,
individualmente, constitui etapa decisiva para a escolha da metodologia de lavra bem como,
para a escolha do local adequado para a disposição do estéril.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – Norma Brasileira
Regulamentadora (NBR) 13.029 (2017) fixa as condições exigíveis para a elaboração e
apresentação de projeto de disposição de pilha de estéril em empreendimentos de mineração e
sua aprovação depende de parecer favorável dos órgãos ambientais competentes.
Tendo em vista os riscos inerentes a acidentes ambientais devido ao incorreto
dimensionamento e localização das pilhas de estéril, o presente trabalho tem como objetivo
expor e discutir alguns dos procedimentos necessários, do ponto de vista geotécnico, para a
implementação de uma pilha de estéril.
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2. Desenvolvimento

2.1. Materiais e métodos


O presente trabalho foi conduzido em forma de revisão bibliográfica e sua
complementação teórica foi realizada por meio de informações disponíveis, publicamente, de
projetos de pilha de estéril em níveis conceitual, básico e detalhado. Sabe-se, também, que as
literaturas sobre o tema são escassas. Destarte, buscou-se livros, artigos e trabalhos publicados
que possuam conexão com o tema proposto.

2.2. Resultados e discussões

2.2.1. Aspectos gerais de uma pilha de estéril

As pilhas de estéril são estruturas geotécnicas construídas pelo homem que, por
possuírem grandes dimensões e determinada complexidade, implicam a necessidade de
métodos construtivos específicos além de uma adequada gestão fundamentada em critérios
técnicos-econômicos. Com fulcro em diversos fatores, tais como: distância para transporte,
acesso, capacidade do depósito, estudos geológico-geotécnicos, hidrológicos; a área escolhida
para locação do depósito de estéril não deverá comprometer o avanço dos trabalhos de lavra.
Os materiais que compõem uma pilha de estéril denotam a necessidade de uma
grande área para a sua acomodação. O transporte até o local do depósito de estéril, bem como
a própria disposição do material, gera custos para o empreendimento mineiro o que implica
análise criteriosa quanto ao método construtivo empregado na formação da pilha de estéril.
Ressalta-se que, os aspectos supracitados devem estar preconizados no plano de lavra da
jazida, que corresponde à programação dos avanços a serem realizados na mina ao longo do
tempo.
No Brasil, o projeto de construção de uma pilha de estéril deve cumprir os requisitos
mínimos estabelecidos pela ABNT NBR 13.029 (2017) e pela Norma Reguladora de
Mineração – NRM 19. Vale destacar que, o projeto da pilha de estéril deverá ser tão detalhado
quanto o projeto de explotação do minério com a finalidade de atender às condições de
segurança, higiene, operacionalidade, economicidade, abandono e minimização dos impactos
ambientais.
Segundo Ferreira (2016), o material a ser disposto em pilha de estéril pode ser
proveniente tanto da frente de lavra de minas a céu aberto ou subterrânea, quanto de outras
fontes, tais como: decapeamento dos acessos, instalações de beneficiamento, escritórios,
escavações de vala de drenagem, dreno interno, fundação do dique de contenção entre outras.
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Os jazimentos minerais são explorados por meio de lavras como pode ser observado
nas Figuras 1 e 2.
Figura 1: Lavra em jazida de rocha ornamental no Estado do Espírito Santo.

Fonte: Acervo do autor, 2017.

Figura 2: Lavra em jazida de ouro | Mina Fimiston, Austrália.

Fonte: Hyperscience, 2013.


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As Figuras 3 e 4 exemplificam alguns dos variados tipos de disposição de estéreis:


em lavra de rochas ornamentais e minério de ferro, respectivamente.
Figura 3: Pilha de estéril característica da lavra de rocha ornamental.

Fonte: Acervo do autor, 2020.

Figura 4: Pilha de estéril A da Mina de Várzea do Lopes, Itabirito-MG.

Fonte: DAM Projetos de Engenharia, 2020.


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No que concerne ao aspecto da geometria de uma pilha de estéril, a NBR


13.029:2017 preconiza que, no projeto deverão ser indicados todos os elementos geométricos
que compõem o arranjo final da pilha de estéril. Devem ser informados, também, dados de
locação necessários para a implementação da estrutura em questão.
Eaton et al., (2005 apud Nunes, 2014) afirmam que a localização para construção de
uma pilha de estéril deve reconhecer as especificidades de cada local tendo em vista as suas
características geológicas, topográficas, sócia-econômicas, hidrológicas, hidrogeológicas,
geotécnicas entre outras.
O arranjo geral da pilha ou sua configuração possuem relação direta com a
estabilidade da estrutura. Isto posto, a altura, o volume e a topografia do local onde ficará
localizada a pilha consistem em variáveis importantes a serem analisadas. A fundação é outro
fator importante. Conjugada aos demais fatores, ela é um valioso parâmetro a ser analisado de
maneira criteriosa, tendo em vista que, o mal dimensionamento da fundação pode levar ao
colapso estrutural da pilha de estéril (NUNES, 2014).
No que se refere ao planejamento do projeto de uma pilha de estéril, em observância
às recomendações da ABNT NBR 13.029 (2017), uma série de estudos são realizados
compreendendo as seguintes fases: exploração, pré-viabilidade, viabilidade e projeto
preliminar (conceitual).

2.2.2. Estudos geológico-geotécnicos

2.2.2.1. Geologia local

Contemplada pelas fases de exploração e pré-viabilidade, nas quais as informações


necessárias para o planejamento de uma pilha de estéril e suas alternativas locacionais são
coletadas, na descrição da geologia local deve ser apresentado o mapeamento geológico-
geotécnico de superfície e subsuperfície. O objetivo desse mapeamento é orientar a
programação das investigações necessárias ao estudo das fundações da pilha de estéril
conforme orienta a NBR 13.029:2017.
Para tanto, proceder-se-á o levantamento bibliográfico de informações pertinentes à
região de estudo por meio de acesso a mapas com escala adequada; a fotointerpretação da área
compreendida pelo empreendimento minerário com a utilização de ferramentas de
geoprocessamento (arquivos vetoriais e imagens com dados matriciais) para a descrição da
topografia local e orientação dos trabalhos técnicos de campo.
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2.2.2.2. Investigação geológica-geotécnica

Abrangida pela etapa de viabilidade, na qual são executados estudos concernentes às


condições do local e à exequibilidade do projeto de pilha de estéril, a investigação geológica-
geotécnica constitui-se como atividade de suma importância para o correto dimensionamento
e construção de uma pilha de estéril.
Segundo Ferreira (2016), os trabalhos de investigação geotécnica devem ser
direcionados à identificação dos fatores condicionantes da fundação da estrutura, tais como:
tipologia do solo, existência de rocha e matacão, presença de zonas cársticas, camada
hidrogeológica, planos de falha e fraturas; pautada sob as propriedades de engenharia, tais
como: resistência, compressibilidade e permeabilidade; com ênfase na constatação de que o
maciço da fundação detém capacidade suficiente de suportar a pilha de estéril.
Ao dar prosseguimento a investigação geológica-geotécnica, são executadas uma
série de campanhas de sondagens. A partir das amostras coletadas e de suas respectivas
análises, pode-se determinar a resistência ao cisalhamento e a condutividade de hidráulica do
material que será utilizado na fundação.
Ressalta-se que, posteriormente, já na fase do projeto preliminar, as recomendações
concernentes à disposição de estéril, rejeitos e outros resíduos oriundos da mineração devem
estar elucidadas no Plano de Aproveitamento Econômico (PAE), que consiste em dos
documentos apresentados à ANM quando do Requerimento de Concessão de Lavra.

2.2.2.3. Fundação e seu tratamento

De acordo com Nunes (2014), a fundação é um dos principais pilares na estabilidade


geral de uma pilha de estéril. Uma fundação frágil pode ser responsável pelo colapso
estrutural da pilha. Outrossim, torna-se necessário a retirada da camada frágil e posterior
substituição por uma fundação competente.
Em consonância com às recomendações da ABNT NBR 13.029 (2017), as fundações
devem estar de acordo com os principais resultados das investigações geológico-geotécnicas,
ensaios de campo (poços, trados, sondagens mecânicas, etc.) e laboratório executados quando
do conhecimento das características geotécnicas dos materiais constituintes e das condições
hidrogeológicas das fundações da pilha. Ressalta-se que, todo o projeto de tratamento das
fundações e análises estruturais referentes à estabilidade, adensamento e percolação, por
exemplo, deve ter como alicerce as investigações e ensaios supracitados.
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Petronilho (2010) destaca que, investigações geotécnicas permitem a elaboração de


diferentes seções geológico-geotécnicas da área de implementação da pilha de estéril.
Ademais, a autora ainda afirma que por meio da análise dessas seções em conjunto com os
perfis individuais de sondagem, é estabelecido o perfil geotécnico do terreno e a
contextualização das unidades geológicas locais inseridas na geologia regional. De forma
complementar, as sondagens também permitem inferir a posição do lençol freático sob o
terreno.
Vale destacar, que é indispensável a realização de análises das características do
material que irá compor a pilha de estéril. A ABNT NBR 13.029 (2017) recomenda que sejam
descritas as características geotécnicas desse material bem como sua procedência geológica,
grau de alteração e consistência tendo em vista, a avaliação e estimativa de densidade dos
materiais e determinação dos parâmetros de resistência ao cisalhamento, que devem ser
utilizados no cálculo de estabilidade dos taludes do projeto.
Para garantir as condições de implantação de uma pilha de estéril, faz-se necessário a
preparação do terreno com a execução de sua limpeza e escavação. Ferreira (2016) afirma que
a superfície da fundação deverá ser limpa de blocos soltos, raspada e compactada para receber
a estrutura principal. A fim de corrigir eventuais danos, pode ser exigido pelos órgãos
fiscalizadores reparo da superfície final da camada escavada caso essa seja julgada como
inapropriada para receber a estrutura da pilha.
Ferreira (2016) ainda ressalta que, em todas as superfícies sobre as quais seja
disposto o estéril deve ser feita limpeza com a retirada de todo material desagregado.
Outrossim, todas as depressões e sulcos encontrados na rocha da fundação devem ser
minuciosamente limpos e isentos de impurezas e de água. Devem ser estipulados níveis
adequados de fundação sob a ótica da geomecânica.

2.2.2.4. Drenagem interna e superficial

O funcionamento do sistema de drenagem interna de uma pilha de estéril tem como


princípio a coleta das contribuições provenientes das drenagens ali existentes, surgências da
parcela de águas pluviais incidentes no corpo da pilha e infiltradas através do material que a
compõe. Desse modo, esse sistema objetiva evitar a saturação do maciço e sua consequente
desestabilização.
Petronilho (2010) enfatiza que as condições de drenagem dependem das
características do material que compõe a pilha, do fluido percolante e do meio físico local.
Todos esses fatores são quantificados por meio da condutividade hidráulica da pilha de estéril.
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Quando o parâmetro de condutividade hidráulica é alto, traduz se que há muitos espaços


vazios entre as partículas do material da pilha de estéril o pode comprometer,
significativamente, a sua segurança geotécnica.
A ABNT NBR 13.029 (2017) especifica que devem ser apresentados os critérios de
dimensionamento da drenagem interna (locações, geometria dos drenos e das transições) bem
como as especificações dos materiais a serem utilizados. A referida norma também preconiza
que a drenagem interna deve ser dimensionada em função das vazões mensuradas ou
calculadas na área de implementação da pilha.
No que se refere ao sistema drenagem superficial, esse tem a finalidade de proteger e
captar as águas que chegam ao corpo da pilha, oriundas das áreas adjacentes, e captar as águas
pluviais que incidam diretamente sobre a pilha, orientando-as para local seguro não
comprometendo a estrutura da pilha (PETRONILHO, 2010).
Ressalta-se também, que o sistema de drenagem superficial ajuda a evitar problemas
referentes a perda da geometria de bancada.
A ausência de um sistema de drenagem superficial pode acarretar graves
consequências para a segurança da pilha, visto que, a água infiltrada pode ocasionar erosão
superficial nos taludes e, em alguns casos, o colapso da estrutura.
A ABNT NBR 13.029 (2017) especifica que devem ser apresentados no projeto as
locações, a geometria dos dispositivos e as especificações dos materiais a serem utilizados na
construção do sistema de drenagem superficial. Além disso, são recomendados os seguintes
tempos mínimos de recorrência: 100 anos para dispositivos de pequena vazão; 100 anos para
canais periféricos temporários de coleta e condução de águas superficiais; e 500 anos para os
canais periféricos definitivos de coleta e condução de águas superficiais.
A Figura 5 evidencia um dos dispositivos utilizados na drenagem superficial
denominado de descidas d’água.
Figura 5: Dispositivo de drenagem superficial: descidas d'água.

Fonte: Petronilho, 2010.


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2.2.2.5. Geometria da pilha e análise de estabilidade

A ABNT NBR 13.029 (2017) especifica que devem ser indicados no projeto
detalhado todos os elementos geométricos que compõe o arranjo geral da pilha de estéril
acompanhados dos dados de locação para sua implementação (Figura 6).
Figura 6: Parâmetros geométricos de uma pilha de estéril.

Fonte: Teixeira, 2011.

As análises de estabilidade devem ser realizadas nas seções críticas da pilha relativas
à altura, características de fundação e condições de percolação considerando-se, também, os
parâmetros de resistência do material obtidos nos estudos geológico-geotécnicos.
De acordo com Petronilho (2010), considera-se um talude em situação instável a
partir do momento em que as tensões cisalhantes originárias dos esforços instabilizadores
possam ser ou se tornarem maiores que as resistências ao cisalhamento encontradas ao longo
de uma seção do maciço. Dessa forma, por meio da análise de estabilidade, Petronilho (2010)
afirma que é possível determinar, quantitativamente, um índice ou uma grandeza que sirva de
alicerce para a compreensão do comportamento e susceptibilidade à ruptura de taludes em
decorrência e agentes condicionantes tais como: poropressões, sobrecargas, geometria, etc.
Conforme recomendação presente na norma supracitada, não há, atualmente, uma
especificação quanto à altura máxima da pilha. Todavia, são especificados os seguintes
Fatores de Segurança (FS):
• Ruptura do talude geral:
o Superfície freática normal: FS mínimo de 1,5;
o Superfície freática crítica: FS mínimo de 1,3;
• Ruptura do talude entre bermas:
o Face predominante de solo: FS mínimo de 1,5;
o Face predominante de rocha: FS mínimo de 1,3.
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3. Conclusão
O presente artigo contemplou uma revisão bibliográfica na qual foram expostas
etapas referentes ao projeto e dimensionamento de uma pilha de estéril com ênfase aos
aspectos gerais de uma pilha, bem como parâmetros de ordem geológico-geotécnica.
Preocupou-se em descrever sobre a temática proposta por meio de definições concisas de
termos técnicos utilizados nos setores de mineração e geotecnia bem como exposição das
práticas de engenharia geotécnica aplicada a esse tipo de estrutura.
Desse modo, foi possível expor e compreender de uma maneira geral, alguns dos
principais fatores e critérios considerados quando se pretende implementar uma pilha de
estéril. É recomendável que trabalhos posteriores tenham como temática a análise minuciosa e
a discussão dos parâmetros apresentados neste trabalho com a finalidade precípua de
desenvolvimento das práticas seguras de engenharia geotécnica.
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Referências bibliográficas

ABNT -ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR


13.029: Elaboração e apresentação de projeto de disposição de estéril em pilha, Rio de
Janeiro: ABNT, 24 jul. 2017.

CURI, Adilson. Lavra de Minas. São Paulo: Oficina de Textos, 2017. 462 p.

DNPM - DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL. Norma. Portaria


nº 237/2001 D.O.U. de 19/10/2001: Normas Reguladoras de Mineração, Brasil, 19 out. 2001.

FERREIRA, F. A. B. Revisão Bibliográfica. In: FERREIRA, Felipe Artur Bernardo. Pilha de


Estéril: Dimensionamento e Classificação. Orientador: Prof. Dr. Evaldo Raimundo Pinto da
Silva. 2016. Monografia (Especialização) - Universidade Federal do Pará, Belém/PA, 2016. f.
79.

NUNES, D. R. Comportamento geotécnico de pilha de estéril formada pelo método de


disposição por correia. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro
Preto/MG, 2014.

PETRONILHO, M. R. Avaliação do comportamento geotécnico de pilhas de estéril por


meio de análises de risco. 2010. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Ouro
Preto, Ouro Preto, 2010.

SILVA, A. P. M., VIANA, J. P., CAVALCANTE, A. L. B. Resíduos Sólidos da Atividade


de Mineração. Caderno de Diagnostico, 2011. 41 p.

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