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FEVEREIRO 2022
1 Introdução 3
2 Metodologia 9
3 Levantamento bibliográfico 14
4 Países 23
Estônia 56
Holanda 72
Coréia do Sul 32
Espanha 39 Itália 79
Japão 86
Estados Unidos 47
França 64
Chile 24 Singapura 94
Uruguai 101
Glossário 118
Referências 121
Ao longo do tempo, os materiais didáticos têm sido um apoio importante para os processos
de ensino e aprendizagem. Seja na forma de livros didáticos, apostilas, planos de aula, entre
outros; o fato é que professores e estudantes têm se valido desse recurso nas aulas ou como
apoio a realização de tarefas complementares na escola ou fora dela.
Estudos, como o feito pelo Brookings1 (POLIKOFF, 2018) e pelo Johns Hopkins Institute for
Education Policy e Johns Hopkins Center for Research and Reform in Education (STEINER,
2017), mostram que é significativo o impacto de aprendizagem com o uso de materiais didáticos
de qualidade ao longo de um tempo, podendo se equiparar ao efeito positivo que acontece na
aprendizagem quando há qualidade da formação docente. Em consonância, a recomendação de
garantir materiais didáticos e tecnologias adequados a cada instituição escolar é uma estratégia
apontada pela Unesco (2016) no documento Educação 2030 visando a implementação do
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4: Assegurar a educação inclusiva e equitativa de
aprendizagem ao longo da vida para todos.
No cenário brasileiro, a pesquisa realizada pelo Instituto Reúna (2020), “O PNLD e o Uso de
Materiais Didáticos no Brasil”, apontou que os livros didáticos são um dos principais recursos
utilizados em sala de aula. Eles são considerados importantes desde o apoio ao estudante para
estudar e fazer a tarefa em casa ou em sala de aula, ou mesmo para orientar o planejamento do
trabalho do professor, apoiar o seu trabalho em sala de aula e permitir o estudo e aprofundamento
no assunto (INSTITUTO REÚNA, 2020). A sua relevância se consolida a partir de um dos
maiores programas de distribuição gratuita de livros e materiais didáticos de todo o mundo: o
Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).
1
he Brookings Institution: organização sem fins lucrativos que pesquisa políticas públicas para a resolução de problemas. Para ver mais,
T
acesse o site: https://www.brookings.edu/.
2
egundo dados do FNDE, todos os anos, mais de 170 milhões de livros didáticos impressos são entregues a mais de 120 mil escolas
S
brasileiras, alcançando em torno de 30 milhões de estudantes. Fonte: https://www.fnde.gov.br/index.php/programas/programas-do-livro/
pnld/dados-estatisticos.
3
s dez competências gerais da BNCC são: 1. Conhecimento; 2 Pensamento científico, crítico e criativo; 3. Senso estético; 4. Comunicação; 5.
A
Cultura digital; 6. Trabalho e projeto de vida; 7. Argumentação; 8. Autoconhecimento e cuidado; 9. Empatia; e 10. Responsabilidade e cidadania.
4
Base deve orientar os currículos dos sistemas e redes de ensino, bem como propostas pedagógicas de todas as escolas das redes privada
A
e pública de ensino de todos os níveis escolares do Brasil.
5
m 2014, a recomendação do Manual de Conectividade do Programa Educação Conectada do MEC é de 100 Kbps por estudante
E
conectado, ou seja, em uma escola de 500 alunos a velocidade mínima deve ser de 50 Mbps.
Por outro lado, as situações provocadas pela COVID-19 fomentaram a adoção das
tecnologias digitais em sala de aula e o desenho de experiências de aprendizagem remotas,
on-line, a distância e mesmo híbridas. As escolas adotaram diferentes estratégias para garantir
a continuidade das atividades pedagógicas durante a pandemia (CETIC.BR, 2021), como
a criação de grupos em aplicativos ou redes sociais para se comunicar com os pais ou os
estudantes, ou gravação de aulas em vídeo e disponibilização para os estudantes. Escolas nas
regiões do Oriente Médio, Norte da África e Europa também adotaram estratégias semelhantes
para manter as aulas durante o processo de fechamento, tais como videoaulas on-line e redes
sociais (UNESCO, 2021).
Ainda segundo a BNCC sobre a competência geral de Cultura Digital, encontrar novas
maneiras de disponibilizar os conteúdos, como por meio do uso de livros didáticos digitais
e recursos educacionais digitais (REDs), pode pavimentar o caminho para a compreensão,
desenvolvimento e utilização de tecnologias digitais a favor dos processos de ensino e
aprendizagem, bem como apoiar os estudantes a exercerem seu protagonismo, oferecendo
mais possibilidades de escolha com materiais que favoreçam a própria aprendizagem
(BRASIL, 2018).
6
Na seção de Levantamento Bibliográfico, estão comentadas outras iniciativas de ferramentas digitais do PNLD.
7
seção Glossário deste documento explicita o que estamos entendendo por livro didático digital, assim como na seção Levantamento
A
Bibliográfico há um aprofundamento do conceito.
Pesquisa documental 12
O primeiro critério de seleção adotado para definir quais países seriam investigados na
pesquisa foi a escolha de países líderes em ações de governo digital, isto é, em medidas
voltadas para desburocratizar, modernizar, fortalecer e simplificar a relação do poder público
com a sociedade, por meio do oferecimento de serviços digitais acessíveis (BRASIL, 2021),
de acordo com a hipótese de que países avançados em estratégias de governo digital também
poderiam estar a frente em esforços para promover ações de implementação de ferramentas
digitais voltadas para os processos da educação e o uso de materiais didáticos digitais.
Assim, para definir este primeiro recorte de países, foram utilizados o relatório Pesquisa
de e-governo 2020: governo digital na década de ação pelo desenvolvimento sustentável
(E-Government Survey 2020 Digital Government in the Decade of Action for Sustainable
Development) (UN DESA, 2020), que avalia o nível de desenvolvimento de governo digital de
todos os países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), e o documento Índice
de Governo Digital (DGI): 2019 – Resultados e mensagens principais (Digital Government
Index (DGI): 2019 - Results and key messages) (OCDE, 2020), que monitora as políticas
governamentais digitais em países-membros da OCDE e parceiros.
UNICEF Dinamarca, Coreia do Sul, Estônia, Finlândia, Austrália, Suécia, Reino Unido, Nova Zelândia,
Estados Unidos, Países Baixos, Singapura, Islândia, Noruega, Portugal e Japão
OCDE Uruguai, Colômbia, Chile, Canadá, Espanha, Israel, França, Luxemburgo, Itália, Eslovênia
Após a definição do conjunto inicial de países da amostra, teve início a etapa de análise
preliminar, com o objetivo de examinar se os países selecionados possuíam, de fato, políticas
públicas de implementação digital voltadas para a educação básica e, em caso afirmativo, se
tais políticas promoviam o uso de livros didáticos digitais e de recursos educacionais digitais
como elementos centrais no processo de aprendizagem, além de averiguar, em caso negativo,
se existiam práticas de uso de materiais digitais por meio do setor privado, mas com abrangência
nacional ou acesso gratuito.
A metodologia utilizada para essa análise foi a pesquisa documental por meio do
levantamento de fontes como leis e documentos oficiais dos países, sites dos Ministérios
de Educação e reportagens publicadas em veículos locais de mídia. Foram pesquisados
documentos disponibilizados em inglês, espanhol e português na íntegra. Documentos nas
demais línguas foram consultados com o uso de ferramentas de tradução automática.
Após a sistematização e a análise dos resultados encontrados nesta etapa, 11 países que
atendiam aos critérios estabelecidos foram selecionados para compor a amostra final:
Com a amostra final definida, a etapa seguinte foi a de ampliação da pesquisa documental
realizada na fase de pré-testagem, com o aprofundamento do levantamento de fontes
documentais para cada um dos países selecionados. Neste sentido, foram encontrados e
analisados em detalhe leis, decretos, documentos oficiais sobre políticas públicas para educação
digital, planos governamentais para o uso de livros didáticos digitais, documentos normativos
curriculares, pesquisas sobre implementação, produção, avaliação e uso de livros didáticos
digitais, relatórios de instituições internacionais, sites de editoras privadas, sites dos países e
de seus respectivos Ministérios da Educação, artigos, entrevistas e reportagens em veículos de
mídia locais, entre outros.
Para orientar a análise dos dados encontrados nas fontes documentais levantadas, foi criada
uma matriz de questões de investigação (Anexo A) a partir do objetivo geral e dos objetivos
específicos da pesquisa.
Deste modo, para conhecer as experiências dos países pesquisados com a implementação de
livros didáticos digitais na educação básica, a partir de seus documentos oficiais, foram definidos
como temas centrais de investigação: i) levantamento de um breve contexto da organização do
sistema educacional do país; ii) apresentação do histórico de políticas de implementação dos
livros didáticos digitais; iii) análise das principais características destas políticas em relação
a abrangência, financiamento e relações com o setor privado; iv) e a pesquisa de aspectos
fundamentais dos livros digitais produzidos nesses países, como qual o formato adotado (digital
ou híbrido), quais as ferramentas digitais incorporadas, quais os tipos de dispositivos utilizados
para acesso e quais os recursos de acessibilidade presentes nos livros.
3. Políticas públicas sobre educação digital - que apresenta um histórico resumido das
principais políticas públicas relativas ao assunto; e
As referências bibliográficas estão nos anexos deste documento, sendo possível consultar
a relação das fontes documentais.
A competência geral 5 sobre Cultura Digital enfatiza o papel importante que as tecnologias
digitais exercem no cotidiano e na vida em sociedade dos estudantes, explicitando a importância
de que eles tenham domínio sobre o universo digital. Esta competência avança, inclusive, sobre
o entendimento do estudante não apenas enquanto mero consumidor de tecnologias digitais,
mas como sendo capaz de utilizá-las e produzir a partir delas, de maneira crítica, ética e reflexiva,
compreendendo seus impactos sobre os indivíduos e sobre toda a sociedade.
Compreende-se que a cultura digital traz à escola novos desafios nas relações que os
estudantes estabelecem com as tecnologias digitais. Neste sentido, a mera utilização das
tecnologias digitais consiste na etapa mais elementar da incorporação da cultura digital no
cotidiano escolar, provocando a reflexão de como os artefatos digitais são adotados em sala de
aula e ressignificando a intencionalidade pedagógica estabelecida.
Os livros didáticos digitais têm um amplo potencial que poderiam torná-los mais atraentes e
interessantes, favorecendo uma aprendizagem mais significativa. Existem diferentes versões
deste tipo de livro, sendo algumas delas mais restritas do que as outras. Segundo Engbrecht
(2018), podemos classificar os livros didáticos de, pelo menos, três maneiras:
• Livros didáticos digitais. São uma versão digital do livro impresso que pode ter alguns
recursos adicionais, como componentes multimídia.
Além disso, Chen et al. (2013) afirmam ainda que professores e responsáveis apontam que
ferramentas de avaliação são imprescindíveis por permitirem a realização das tarefas de casa
e a comunicação entre professores e responsáveis, assim como a realização de testes on-line
e off-line, conclusão de tarefas de casa baseadas em escrita à mão/ digitação com envio a
partir da própria plataforma ou sistema. Para os estudantes, as ferramentas de anotações dos
livros didáticos digitais permitem que tomem notas como nos livros em papel, e os recursos
exclusivos das modalidades digitais ampliam essa funcionalidade, permitindo marcar, desmarcar
e fazer e desfazer anotações. Seus contrapontos incluem a necessidade de um dispositivo leitor
especializado, por exemplo.
De forma complementar, o relatório da The New Teacher Project’s (TNTP, 2018) aponta que
materiais didáticos de qualidade podem ajudar escolas a garantir que os estudantes recebam
atividades apropriadas para seu nível escolar. Segundo esse levantamento da TNTP, em
média, os estudantes gastam 500 horas por ano realizando atividades inapropriadas para sua
série e que não exigem o desenvolvimento de habilidades de ordem mais complexa. Quando
analisadas salas de aula que realizam atividades mais adequadas a seu nível escolar, foi
possível observar que mesmo os estudantes com desempenho inferior conseguiram se nivelar
com o restante da turma.
Em linhas gerais, os livros didáticos digitais incorporam diversos recursos inovadores que
robustecem a experiência de ensino e aprendizagem, e fortalecem a sua relevância e contribuição,
tanto para o estudante quanto para o professor. Atuando não apenas na digitalização dos livros
impressos, mas na transformação da experiência de uso e de interação com o conteúdo. Além
disso, as inovações apresentadas pelos livros didáticos digitais podem ser importantes no
desenvolvimento dos variados aspectos da tecnologia trazidos na BNCC.
Para além dos livros didáticos, as experiências de ensino e aprendizagem podem ser
ampliadas e complementadas a partir de uma gama de recursos educacionais. Esses
recursos, também conhecidos como materiais de ensino e aprendizagem (do termo em
inglês learning-teaching materials), aprimoram a compreensão das ideias e potencializam o
engajamento no aprendizado. Eles abrangem um amplo espectro de materiais que podem
ser utilizados pelos professores em sala de aula para apoiar objetivos de aprendizagem
estabelecidos no plano de aula. Entre os materiais de ensino e aprendizagem, temos os
recursos educacionais digitais (do termo em inglês digital learning resources) que se referem
a aplicativos, softwares, programas ou mesmo websites que engajam os estudantes em
atividades de aprendizagem e apoiam os objetivos de aprendizagem.
Neste estudo, adotaremos recursos educacionais digitais para nos referirmos a quaisquer
conteúdos, ferramentas e/ou plataformas em formato digital que sejam adotadas para fins
educacionais (pedagógicos e/ou gestão escolar administrativa) que facilitam, potencializam e
apoiam as atividades de docentes, estudantes ou gestores (CIEB, 2021).
Esses recursos podem ter diferentes formatos (textos, imagens, vídeos, áudios, páginas web),
atender a distintos níveis de público e finalidades (ensino superior, educação básica, ensino
técnico, educação empresarial), ter diferentes tamanhos ou granularidades (conteúdos atômicos
independentes, lições, aulas completas), ser de diversos tipos (animações, simulações, tutoriais,
jogos), rodar em diferentes plataformas (computadores pessoais, tablets, celulares), possuir
diferentes licenças e condições de uso (gratuitos, pagos, abertos e adaptáveis, fechados) e
também abordar diferentes temáticas ou disciplinas (CIEB, 2017).
Muito embora existam diferentes possibilidades para a incorporação do digital aos materiais
didáticos, ora pela complementação ao livro didático, ora pela adaptação dele para um novo
formato, este processo ainda não se consolidou no Brasil.
As primeiras menções iniciais a livros didáticos digitais para Ensino Médio se iniciam no
edital do PNLD 2015 (BRASIL, 2013), lançado em meados de 2013. Nele, os livros didáticos
digitais deveriam possuir conteúdo correspondente ao livro impresso e disponibilizados em
dois formatos: multimídia, acondicionado em um DVD-ROM ou em formato PDF, integrando
recursos educacionais digitais a partir de hiperlinks. Para esse edital, eram compreendidos
como REDs: vídeos, imagens, áudios, textos, gráficos, tabelas, tutoriais, aplicações, mapas,
jogos educacionais, animações, infográficos, páginas web e outros elementos.
Os editais 2016 (BRASIL, 2014) e 2017 (BRASIL, 2015), por sua vez, mantiveram o Livro
do estudante em formato PDF e acresceram o Manual do Professor em formato digital ou em
formato PDF. O Manual do Professor em formato digital consistia em apresentar o conteúdo
correspondente ao impresso, com a integração de Objetos Educacionais Digitais (OEDs) a
partir de hiperlinks, similarmente ao edital 2015. Os editais PNLD 2019 - 2021 (BRASIL, 2017;
BRASIL, 2018; BRASIL, 2019) focalizaram em recursos educacionais digitais, no entanto, esses
recursos são essencialmente vídeos e pdfs, e estão dispostos de maneira sempre complementar
à experiência do livro didático. O edital PNLD 2022 (BRASIL, 2020), por sua vez, abordou
os manuais do professor em formato pdf e videotutoriais para complementar, assim como os
recursos educacionais digitais nos mesmos modelos.
A pandemia deflagrada pelo coronavírus Sars-COV-2 provocou uma das maiores interrupções
dos sistemas de educação em toda história, afetando aproximadamente 1,6 bilhão de estudantes
em mais de 190 países e em todos os continentes. Em torno de 94% da população escolar foi
afetada pelo fechamento das escolas, alcançando até 99% em países de baixa e média renda
(UNESCO, 2020c).
Neste mesmo contexto, a União Europeia (2021) aprimorou o Plano de Ação para a Educação
Digital (2021-2027), que visa a adaptação sustentável e eficaz à era digital dos sistemas de
educação e formação dos estados-membros da União Europeia, endereçando pontos que foram
potencializados pela COVID-19. O plano, que tem como áreas prioritárias o desenvolvimento de
um ecossistema de educação digital de alto desempenho e o aprimoramento de habilidades e
competências digitais para a transformação digital, endossa fortemente a melhoria da qualidade
e quantidade de ensino em tecnologias digitais, o apoio à digitalização de métodos de ensino e
pedagogias e o fornecimento de infraestrutura necessária para a aprendizagem remota.
8
lobal Education Innovation Initiative at Harvard and OECD Rapid Assessment of COVID-19 Education Response, 18-27 Março, 2020.
G
• Aproximadamente 60% dos entrevistados não havia usado o ensino a distância ou on-line
antes da pandemia;
• 95% consideram que a COVID-19 consistiu em um ponto de inflexão sobre a maneira como
a tecnologia é utilizada na educação;
Espanha 39 Japão 86
França 64
DESTAQUES
• Além dos livros digitais, o Plano Nacional Leio e Somo Primeiro disponibiliza recursos
educacionais digitais para potencializar habilidades de leitura e matemática. São
usados em mais de 70% das escolas públicas e subvencionadas.
Sistema educacional
O Chile possui iniciativas de educação digital desde 1992, quando foi criada a rede Enlaces
(Enlaces ), ligada ao Ministério da Educação (Mineduc). A partir de então, este foi o principal
centro de formulação de políticas públicas educacionais no que tange o uso das tecnologias
digitais da informação e comunicação (TDICs).
Em 1993, o Enlaces criou o primeiro software livre voltado para fins educacionais, intitulado A
Praça (La Plaza). Em 1998, uma reforma educacional incorporou a informática ao currículo da
Educação Básica. Nesse mesmo ano, foi lançada a iniciativa Internet Educativa 2000 , com
foco em garantir conectividade a todas as escolas do país.
Outro marco importante nesse período foi o lançamento do Plano Tecnologias para uma
Educação de Qualidade (Plan Tecnologías para una Educación de Calidad) (2007), que tinha
A política de livros didáticos chilena é gerida pela Unidade de Currículo e Avaliação (UCE),
órgão vinculado ao Mineduc. A UCE é responsável por conceber e implementar, em colaboração
com outras entidades ministeriais, os processos de elegibilidade, aquisição, acompanhamento
e avaliação dos livros didáticos utilizados anualmente. A aquisição se dá por meio de licitações
públicas, enquanto a produção é feita, em geral, pelas editoras privadas. Além disso, de
acordo com a legislação chilena, todos os materiais didáticos, físicos ou digitais, devem ser
disponibilizados de forma gratuita aos estudantes das escolas públicas e subvencionadas.
Para as escolas privadas não subvencionadas, é possível adquirir as versões digitais dos livros
diretamente com as editoras.
Como parte dessa política, desde 2020, as editoras devem digitalizar ou permitir a digitalização
dos livros produzidos para cada componente curricular. A distribuição é feita pelo próprio
Ministério da Educação, que hospeda os materiais em um site de fácil acesso para que os
estudantes e professores possam realizar o download.
Além dos livros em PDF, o Chile lançou também em 2018 os Textos Digitais Interativos
(TDIs), principal iniciativa de livro digital do país até o momento. Os TDIs, ou techbooks, são
recursos digitais intermodais alinhados ao Currículo Nacional chileno e que ampliam as opções
do texto tradicional ao incorporar recursos multimídias, simulações, jogos pedagógicos, avaliação
on-line, atividades investigativas, feedback imediato das atividades, entre outras ferramentas.
Os materiais estão previstos no Programa de Modernização de Livros Escolares e são fruto de
uma parceria público-privada entre o Ministério da Educação e a uma edtech.
Os TDIs são hospedados em uma plataforma fechada9, acessível mediante cadastro prévio,
que autoriza o uso durante o período em que o estudante estiver matriculado. O livro pode
ser consultado por meio de diferentes dispositivos - computadores, tablets e celulares, tanto
Entre 2018 e 2019, foi implementado um projeto piloto de uso dos TDIs em 39 escolas da
região metropolitana de Santiago. Nelas, somente as disciplinas de Ciências e Matemática
do 8º ano foram contempladas. O Science Techbook é construído no modelo 5Es (envolver,
explicar, elaborar, explorar e avaliar). Por meio de laboratórios práticos, explorações digitais e
glossários interativos, os estudantes aprendem a ler, escrever e pensar como cientistas. Eles
demonstram sua compreensão da ciência por meio da aplicação de práticas científicas e do
uso de habilidades de leitura e escrita. Já os Math Techbooks usam o ciclo: descobrir, praticar
e aplicar. Os estudantes desenvolvem o sentido matemático por si próprios, com o apoio do
professor (CHILE, 2020b).
Em 2020, o projeto foi ampliado para todo o país, quando foram disponibilizadas 100.000
licenças e impactadas diretamente 1.367 escolas . No entanto, foram mantidas as restrições
para as turmas de 8º ano e os componentes de Ciências e Matemática (CHILE, 2021a). Por
conta do uso dos Textos Interativos Digitais, o Chile foi finalista do Bett Awards 2021, que
premia projetos de tecnologias digitais aplicadas à educação.
9
possível acessar a plataforma por meio de um usuário de demonstração. Para isso, basta clicar no link https://app.discoveryeducation.
É
com/learn/signin e preencher as informações de login e senha. Login: ChileTDI; senha: Chile2021.
Os livros digitais produzidos no país, sejam eles em versão PDF ou TDI, devem abordar
os objetivos de aprendizagem previstos pelas Bases Curriculares Nacionais. Para isso,
anualmente, o Ministério da Educação lança um edital de seleção dos materiais que serão
utilizados no ano letivo seguinte, estabelecendo os critérios técnicos e pedagógicos que
nortearão a escolha. Nesse sentido, com base no programa de Modernização de Textos
Escolares, foi definido que, além do alinhamento curricular, os livros devem ser apropriados
ao nível cognitivo dos estudantes, estimular a aprendizagem ativa e conter atividades
desafiadoras que estimulem a busca por novos conhecimentos.
Para além dos livros digitais, o Chile tem desenvolvido políticas públicas educacionais
baseadas em recursos educacionais digitais, como o Plano Nacional Leio e Somo Primeiro
(Plan Nacional Leo y Sumo Primero ), que utiliza ferramentas digitais para potencializar
habilidades de leitura e matemática entre estudantes do Ciclo I da Educação Básica. Como
parte da política, o Mineduc disponibiliza uma Biblioteca Escolar Digital , que conta
com ferramentas de acessibilidade, além de uma plataforma de avaliação diagnóstica que
possibilita avaliar a evolução de cada estudante. Atualmente, o plano Leio e Somo Primeiro
está presente, respectivamente, em 75% das escolas públicas e em 70% das subvencionadas
de Educação Básica do país.
DESTAQUES
• Em 2014, novos recursos multimídia foram lançados e também uma comunidade on-
line (Wedorang). Em 2020, a ampliação gradual chegou a 134 livros didáticos digitais
publicados e a adesão de 11,5 mil escolas.
• Na educação primária, os livros são feitos pelo próprio Ministério da Educação. Para
os demais segmentos, eles são feitos por editoras e avaliados pelo governo. As
diretrizes técnicas para a avaliação seguem os documentos curriculares nacionais e
as diretrizes de acessibilidade nacionais e internacionais.
• Para a implementação dos livros, o KERIS Training Institute realiza cursos e treinamentos
para os professores.
• As pesquisas feitas pelo governo apontam aumento na satisfação com o conteúdo dos
livros digitais a partir de 2015. Também indicam que o uso dos livros ainda não está
completamente estabelecido devido aos aspectos técnicos e de conectividade.
Sistema educacional
O desenvolvimento de políticas públicas para educação digital na Coreia do Sul teve início
em meados da década de 1990 e pode ser entendido em seis fases. As ações da primeira
fase (1996 a 2000) foram voltadas para a criação de uma infraestrutura estável e da base
institucional para a implementação de tecnologias de informação e comunicação (TICs) na
educação. Durante a segunda fase (2001 a 2005), houve uma disseminação de atividades
de ensino e aprendizagem baseadas no uso de tecnologias digitais. A terceira delas (2006
a 2010) foi uma fase de avanço, com foco no estabelecimento de sistemas de ensino para
e-learning e u-learning10. A quarta fase (2010 a 2014) caracterizou-se pelo desenvolvimento
de políticas de integração do setor de ciência e tecnologia com o setor educacional. A quinta
fase (2014 a 2018), por sua vez, foi marcada por ações de expansão das tecnologias digitais
para todos os segmentos educacionais (da educação infantil até universidades). Finalmente,
a política pública de educação digital da sexta e atual fase (2019 a 2023) está direcionada
à criação de um futuro educacional inteligente e centrado nas pessoas, isto é, que garanta
oportunidades de aprendizagem iguais a todos e desenvolva indivíduos criativos e inovadores
para enfrentarem os desafios da quarta revolução industrial.
10
odalidade de educação a distância amplamente baseada em dispositivos móveis como tablets e smartphones, que enfatiza a
M
aprendizagem autônoma.
Contudo, as políticas públicas iniciais para a criação desse tipo de material foram implementadas
nas fases anteriores do plano. Segundo os relatórios anuais do Korea Education and Research
Information Service (KERIS, 2007 a 2020), a primeira política nacional para o desenvolvimento
de livros didáticos digitais foi lançada em 2007, quando o Ministério da Educação anunciou o
Plano para a Comercialização do Livro Didático Digital (디지털교과서 상용화 추진 방안), que
previa o desenvolvimento de livros didáticos digitais para 25 disciplinas e o uso experimental
desses materiais em 100 escolas.
A etapa inicial do projeto de criação de livros didáticos digitais consistiu em uma fase de
conceituação e formação do sistema tecnológico necessário. Entre os anos de 2007 e 2011,
foram elaborados protótipos de livros didáticos digitais e de plataformas integradas para uso e
hospedagem desses materiais.
O ano de 2014 marcou o início da ampliação do projeto de testagem do uso de livros didáticos
digitais. Nesse ano, 163 escolas começaram a utilizar os livros didáticos digitais, que foram
produzidos com base nos livros didáticos impressos, mas com novos elementos, como recursos
Ao longo dos quatro anos seguintes, os materiais contemplados no edital de 2016 foram
produzidos e introduzidos nas escolas. O Wedorang passou por várias melhorias para permitir
colaborações em tempo real e gerenciamento de resultados de atividades pessoais e em
grupo. A plataforma de visualização de livros didáticos digitais também foi aprimorada e os
livros didáticos digitais passaram a incorporar conteúdos imersivos, como realidade aumentada,
realidade virtual e vídeos 360º.
Ao final de 2020, haviam 134 livros didáticos digitais publicados e 11,5 mil escolas estavam
utilizando esse tipo de material. Vale esclarecer que a produção e a avaliação de livros didáticos
no país é controlada pelo Ministério da Educação, por meio do Korean Institute for Curriculum
and Evaluation (KICE) . Os livros de todas as disciplinas (exceto Inglês) da escola primária
são desenvolvidos pelo próprio governo, com o auxílio de órgãos de pesquisa e universidades
locais, e distribuídos gratuitamente. Já para os outros segmentos, existem livros autorizados
pelo governo, que são publicados por editoras privadas e para a compra dos quais as escolas
podem usar um fundo destinado à aquisição de livros didáticos, e livros reconhecidos pelo
Ministério da Educação, que são comprados com os recursos das próprias escolas. Após o
processo de avaliação e revisão dos livros didáticos impressos, que devem estar alinhados
ao currículo nacional, as editoras que tiveram seus livros autorizados pelo governo têm o prazo
de um ano para produzir a versão digital dos materiais. Assim, dos 134 livros didáticos digitais
desenvolvidos, 16 foram publicados pelo governo e 118 foram autorizados pelo Ministério da
Educação e publicados por editoras privadas.
Quanto à acessibilidade dos livros didáticos digitais, o texto de especificações técnicas das
Diretrizes para fazer livros digitais (디지털교과서 제작 가이드라인) (KERIS, 2017) propõe o
alinhamento dos materiais aos padrões nacionais e internacionais relacionados à acessibilidade
de e-books, mas recomenda que, na impossibilidade de segui-los integralmente, ao menos seis
padrões sejam observados, priorizando aqueles para usuários com deficiência visual e auditiva,
sendo eles: que as páginas sejam produzidas segundo o padrão HTML5; que sejam fornecidas
informações de navegação confiáveis, para que todos os capítulos e seções importantes
possam ser pesquisados na estrutura do documento; que o conteúdo esteja em uma ordem de
leitura lógica; que sejam fornecidos arquivos de definição de estilos; que sejam inseridos textos
substitutos ou descrições e legendas para imagens ou conteúdos multimídia; e, por fim, que o
idioma a ser usado seja especificado.
Além do apoio à formação docente, o órgão também produz estudos e pesquisas de campo
sobre o assunto. Segundo os resultados da pesquisa realizada em 2020 sobre o status atual
e o futuro do livro didático digital no país (KERIS, 2020), este tipo de material contribuiu para
melhoria da capacidade de aprendizagem dos estudantes e das competências dos professores
no uso das TICs. A pesquisa constatou que esse índice está gradualmente aumentando e que
a satisfação com os livros digitais melhorou significativamente, principalmente com a inclusão
de conteúdos imersivos, como de realidade virtual, nos livros produzidos para o currículo
revisado de 2015. Como aspectos negativos, o estudo verificou que a estrutura digital para o
uso massivo desses materiais ainda não está completamente estabelecida, tanto no que se
11
É possível acessar exemplos dos livros didáticos digitais no endereço: https://webdt.edunet.net/login (usuário: sample, senha: sample).
12
ambém é possível consultar outros exemplos de uso de livros didáticos digitais no documento Nossa escola com livros didáticos digitais
T
(2019 디지털교과서와 함께하는 우리 학교) (KERIS, 2019).
Sobre os desafios futuros para a política de promoção do livro didático digital, a pesquisa
aponta a necessidade de aprimorar as leis e os sistemas relacionados a esses materiais,
definindo claramente se o papel deles é ser um suplemento ou um substituto para os livros
didáticos impressos. Por fim, em relação à forma e ao conteúdo, o estudo afirma que os livros
didáticos digitais poderiam aproveitar melhor as características da mídia digital, fornecer uma
ferramenta de autoria simples, para que os professores possam reconstruir os conteúdos de
aprendizagem, e talvez serem divididos em módulos de conteúdos básicos e avançados, para
diminuir o tempo de carregamento dos conteúdos essenciais.
DESTAQUES
• Duas ações ainda foram realizadas a nível federal: a plataforma Agrega, repositório de
recursos educacionais digitais para professores, e a Escola 2.0, estrutura base para
o projeto para a implementação de TDICs e formação de professores, que apoiou
também o fornecimento de dispositivos digitais e conectividade nas escolas.
• A educação digital está presente também nas bases curriculares da educação básica
a partir do uso seguro, criativo e comunicativo de tecnologias, visando trabalho,
aprendizagem e inclusão na sociedade.
• A Espanha criou o Marco Comum de Competência Digital Docente, com cinco áreas de
abrangência: 1) informação e literacia da informação; 2) comunicação e colaboração;
3) criação de conteúdos digitais; 4) segurança digital e 5) resolução de problemas por
meio digitais.
A educação básica da Espanha é composta por quatro etapas (EURYDICE, 2021). A educação
infantil abrange estudantes de 0 a 6 anos e é facultativa. A educação primária é obrigatória e
consiste em seis anos de estudo. Já a educação secundária abarca quatro anos de ensino
obrigatório e outros dois de caráter facultativo. A Educação Secundária Obrigatória (ESO) é
cursada ao longo de quatro anos, dos quais três com currículo comum e um último ano de
preparação para as etapas seguintes. Ao concluírem a ESO, os estudantes devem escolher
entre: ingressar nos cursos de Bacharelado (Bachillerato), que possuem duração de dois anos
e preparam para as universidades; ingressar nos cursos de Formação Profissional Média (FP
Médio), com foco no ensino técnico-profissionalizante; e, por fim, podem também seguir direto
para o mercado de trabalho.
Todas as etapas educativas são cursadas majoritariamente em escolas públicas, que podem ser
parcial ou totalmente gratuitas. Isso porque o sistema educacional espanhol é descentralizado,
o que significa que cada Comunidade Autônoma13 possui liberdade para formular e gerir suas
próprias políticas públicas para o setor.
13
s comunidades autônomas correspondem às administrações regionais da Espanha. O sistema de governança do país é descentralizado,
A
o que justifica a adoção deste termo. São 17 Comunidades Autônomas e 2 cidades autônomas.
Em 2009, foi lançado o programa Escola 2.0 (Escuela 2.0), que é a política de educação
digital de maior impacto no país. A iniciativa tinha como objetivos centrais: 1) fornecer
recursos de TDICs para estudantes e professores; 2) promover a formação de professores
tanto em relação ao manejo dos recursos tecnológicos quanto do uso pedagógico em
sala de aula; 3) incentivar a criação de conteúdos digitais, bem como facilitar o acesso a
novos materiais digitais educacionais para divulgação e uso em sala de aula; 4) educar
os estudantes da educação primária e secundária quanto ao uso das tecnologias digitais
na escola (LA MONCLOA, 2009). Para isso, foram investidos cerca de 200 milhões de
euros (aproximadamente 225 milhões de dólares), com co-participação entre o Ministério
da Educação e as administrações das Comunidades Autônomas. No ano de implementação
foram priorizadas as turmas de 5º e 6º da Educação Primária, estendendo ao 1º e 2º ano da
Educação Secundária no segundo ano e às demais séries posteriormente (LA MONCLOA,
2009). A partir da estrutura criada pelo Ministério da Educação, as Comunidades Autônomas
desenvolveram suas próprias versões do projeto, adaptando-o ao contexto regional.
Como parte do escopo do Escola 2.0, algumas Comunidades introduziram o uso de livros
didáticos digitais nas escolas. A medida foi combinada com políticas de fornecimento de
dispositivos digitais para estudantes e professores e de conectividade nas escolas, especialmente
no âmbito da Agenda Digital para España (GOBIERNO DE ESPAÑA, 2013).
A educação digital está presente também nas bases curriculares da educação básica
(GOBIERNO DE ESPAÑA, 2014b) e da educação secundária obrigatória (GOBIERNO DE
ESPAÑA, 2014b). Em ambos os casos ela corresponde à competência 3 da normativa, o que
inclui: “o uso criativo, crítico e seguro das tecnologias de informação e comunicação para atingir
objetivos relacionados ao trabalho, empregabilidade, aprendizagem, uso do tempo livre, inclusão
e participação na sociedade” (GOBIERNO DE ESPAÑA, 2014b, tradução livre).
Tendo em vista que o sistema educacional espanhol é descentralizado, não existe uma lei
federal que regule a implementação dos livros digitais. Por outro lado, é notória a influência
do Escola 2.0 como precursor dos projetos dessa natureza na Espanha, já que ao menos dez
Comunidades Autônomas apresentaram as primeiras propostas de livros digitais no período de
vigência do Escola 2.0: Andaluzia, Extremadura, Aragón, Galícia, Comunidad Valenciana, La
Rioja, Navarra, País Basco, Catalunha e Madrid.
Na Espanha, os livros didáticos são escolhidos pelas próprias escolas e, em geral, são
utilizados por um período de quatro anos, conforme indicado pelo Real Decreto 1744/1998
(GOBIERNO DE ESPAÑA, 1998). No entanto, existe uma divergência entre as Comunidades
Autônomas quanto a cobrar ou não pelos livros produzidos no país. Em geral, os livros são
subsidiados pelo Estado, mas parte do valor é pago pelas famílias dos estudantes, como no
caso da Astúrias, Catalunha e das Ilhas Canárias. Já em Madrid, Valência, Castilla y León, La
Rioja, Navarra e Andaluzia, os livros didáticos são disponibilizados de forma gratuita desde antes
da pandemia da Covid-19. Em outros locais, como Extremadura, a gratuidade foi confirmada em
meio à crise epidemiológica de 2020 (GOBIERNO DE ESPAÑA, 2020a).
Assim como os livros digitais, a maioria das regiões consultadas realiza o empréstimo dos
dispositivos digitais fornecidos aos estudantes, enquanto uma minoria ainda segue cobrando
O acesso aos livros digitais também varia de acordo com as províncias. Na Catalunha,
por exemplo, as produções são hospedadas em uma plataforma virtual que garante o uso
individual para cada colégio. Na Andaluzia, os livros são acessados por meio da nuvem do
colégio. Em Valência, a plataforma que hospeda os livros digitais apresenta uma opção para
acessar as produções de editoras privadas e outra para consultar os materiais produzidos
pelos professores da escola. Por fim, em Madrid, a implementação dos livros digitais nas
escolas foi realizada por meio de uma parceria público-privada. Isto é, o Estado como ente
financiador, as editoras como responsáveis pela produção e uma empresa privada que
desenvolveu a plataforma para hospedar os conteúdos (MOREIRA et al, 2014).
Em relação à organização dos livros didáticos, físicos ou digitais, utilizados na Espanha, via de
regra são divididos por componentes curriculares. De acordo com a Ley 10/2007, as produções
só podem ser consideradas materiais didáticos quando alinhadas às normativas curriculares
nacionais. Entretanto, algumas Comunidades, e em especial as de caráter separatistas como a
Catalunha, possuem diretrizes curriculares próprias, as quais são acrescidas ao currículo oficial
(CATALUNHA, 2009). Isto implica que as editoras produzam livros que reflitam de forma mais
direta os objetivos de aprendizagem específicos de cada região.
Quanto à acessibilidade, a Lei 10/2007 indica que os programas de leitura e apoio à indústria
do livro, na qual as editoras de livro didático se inserem, devem levar em conta as necessidades
particulares das pessoas com deficiência, especialmente na promoção, divulgação e
padronização de formatos e métodos acessíveis. Mais recentemente, em 2016, a ANELE e
o Comitê Espanhol de Representantes das Pessoas com Deficiência (CERMI) promoveram
um estudo para analisar e avaliar os conteúdos educacionais digitais das editoras-membros
da associação. Como resultado, a pesquisa atestou a necessidade de que os novos recursos
fossem adaptados para as pessoas com deficiência (ASOCIACIÓN, 2016).
DESTAQUES
• As políticas educacionais são descentralizadas nos estados, por isso, os planos atuam
como indutores, mas os estados têm autonomia para algumas decisões.
• O NETP de 2010 sugere a transição dos livros didáticos impressos para recursos
digitais mais dinâmicos, apoiando a ideia de recursos educacionais abertos (REAs),
assim como o fornecimento gratuito pelos distritos e estados de conteúdos digitais.
• Em 2017, o uso de REAs foi reforçado pelo movimento #GoOpen, lançado pelo
Departamento de Tecnologia Educacional, visando o aumento de oportunidades
educacionais e o redirecionamento do orçamento dos distritos e estados da compra
de materiais impressos para o investimento em infraestrutura.
• O Common Core State Standards Initiative indica que estados, distritos, escolas,
editoras e professores devem trabalhar juntos para que os parâmetros de aprendizagem
do documento normativo curricular sejam favorecidos nas obras.
Sistema educacional
O sistema escolar dos Estados Unidos é organizado principalmente pelos governos estaduais,
que são responsáveis pela definição e supervisão dos padrões e políticas educacionais locais.
Devido a esse sistema descentralizado de administração, não existe uma única forma de
organização nacional, sendo que a escolaridade obrigatória varia em cada estado, podendo
começar entre 5 e 8 anos e terminar entre 16 e 18 anos. Ainda que com variações regionais, a
educação básica está, em geral, dividida entre a educação infantil não obrigatória (preschool),
Como a política educacional dos Estados Unidos é descentralizada, não existe uma
regulamentação federal sobre educação digital. Contudo, desde a década de 1990, o governo
publica os Planos Nacionais de Tecnologia na Educação (National Education Technology
Plan - NETP), que sugerem definições, objetivos e abordagens sobre o uso de tecnologia na
educação para orientar a ação de estados e distritos.
O NETP publicado no ano 2000 já trazia, em seu quinto objetivo, a ideia de que os conteúdos
digitais e os aplicativos on-line transformariam o ensino e a aprendizagem e que, para tanto,
eles deveriam ser avaliados como sendo de alta qualidade, bem documentados, abrangentes,
disponíveis para todas as séries e áreas, fáceis de encontrar e usar e também acessíveis
para pessoas com deficiências. O texto apresenta, então, uma série de estratégias sobre
o assunto, como expandir esforços para digitalizar bons conteúdos educacionais, remover
barreiras para a compra de conteúdos digitais e aplicativos, reconhecer desenvolvedores de
materiais digitais de alta qualidade e bons exemplos de adoção de tecnologia educacional,
apoiar a integração de conteúdos digitais e aplicativos on-line nas estruturas curriculares de
estados e distritos, entre outras.
No plano de 2004, a mudança em direção a conteúdos digitais também está entre as sete
principais recomendações. O documento coloca como um problema constante para as escolas o
O plano de 2010 segue na linha da adoção de conteúdos digitais como forma de reduzir o
custo que os livros didáticos representam no orçamento educacional de estados e distritos,
que devem fornecê-los gratuitamente aos estudantes da educação básica, apresentando a
ideia de que os Recursos Educacionais Abertos (REA) poderiam ser aproveitados de forma
mais completa nos sistemas de ensino. Neste sentido, o documento propõe a transição dos
livros didáticos impressos para uma rede de recursos digitais mais dinâmica, que poderiam ser
estabelecida em um novo tipo de livro didático aberto, como, por exemplo, um livro de álgebra
de alta qualidade financiado por um consórcio e, em seguida, disponibilizado gratuitamente
para uso, reuso e melhoria contínua.
Por fim, tanto o NEPT de 2016 quanto a versão atualizada em 2017 também promovem o uso
de recursos educacionais abertos digitais na educação, em acordo com o movimento #GoOpen,
lançado em 2015 pelo OET para encorajar os entes locais a usarem materiais educacionais de
licença aberta para transformar o ensino e a aprendizagem. O plano defende que o uso desse
tipo de material tem um grande potencial para aumentar o acesso a oportunidades educacionais
de alta qualidade e permite que estados e distritos redirecionem parte dos fundos normalmente
gastos em livros didáticos para outras necessidades, como capacitação de professores e
investimentos em infraestrutura para a transição para o aprendizado digital. Como parte do
movimento #GoOpen, o OET desafiou as escolas a substituírem apenas um livro didático por
recursos educacionais abertos, como um primeiro passo para avaliar a economia de custos e
compreender o que seria necessário para que essa mudança fosse implementada de forma
mais ampla. Além disso, em 2016, o OET produziu o #GoOpen District Launch Packet ,
um guia para orientar os distritos que quiserem adotar o uso de recursos educacionais abertos
como parte integrante de seus planos curriculares. Segundo o último NEPT, em janeiro de 2017,
mais de 100 distritos escolares e 19 estados tinham se comprometido a apoiar a transição para
o uso de REAs de alta qualidade em suas escolas.
No final de 2012, em um esforço semelhante para incentivar a transição para o uso de livros
didáticos digitais, a SETDA publicou um documento intitulado Out of Print (FLETCHER et al,
2012), que aprofunda os tópicos do documento da FCC e debate as principais questões que os
gestores devem enfrentar para implementar a mudança para materiais digitais, como estabelecer
um fundo de financiamento para a compra de dispositivos, instalar uma infraestrutura robusta
de conexão à internet, atualizar as políticas estaduais sobre materiais didáticos, preparar os
professores, resolver questões de propriedade intelectual e direitos de reutilização, estabelecer
formas de controle de qualidade e de usabilidade dos materiais e fornecer a visão e o suporte
necessários para o planejamento da implementação.
O texto termina com três recomendações: que estados e distritos se comprometam a iniciar a
mudança no próximo ciclo de adoção de livros didáticos e completem a transição em até cinco
anos; que estabeleçam uma visão e um roteiro para a implementação de conteúdos digitais e
os comuniquem com clareza para professores, líderes escolares, editores, edtechs e público
Desde então, com base nessas recomendações, diversos estados e distritos começaram
a desenvolver projetos para promover o uso de livros didáticos digitais e outros recursos
educacionais digitais nas escolas. No Tennessee, a lei atualmente permite que livros didáticos
digitais sejam recomendados, adotados e comprados da mesma forma que os livros impressos,
inclusive com o uso de recursos estaduais, e existe uma comissão responsável por avaliar os
livros didáticos, tanto impressos quanto digitais, que são submetidos pelas editoras para serem
incluídos na lista de livros didáticos oficial do estado. Os recursos educacionais abertos digitais
que são enviados pelas editoras para serem incluídos na lista de adoção estadual também
passam pelo processo de avaliação. Diversos distritos usam esses recursos para complementar
os livros didáticos existentes, para criar livros digitais inteiramente novos para cursos específicos
ou para substituir a compra de livros impressos.
Na Califórnia, desde 2014, os editores que enviam materiais didáticos impressos para
serem adotados pelo estado ou pelos distritos escolares devem garantir que, durante todo o
prazo de adoção, os materiais também estejam disponíveis em um formato digital equivalente
e em conformidade com as leis de acessibilidade. Após o material didático ter sido enviado
para o processo de revisão e aprovado pelo estado, os editores não podem alterar ou corrigir
o seu conteúdo, inclusive no formato digital. Na Louisiana, uma lei promulgada em 2010
também exige que os editores forneçam uma versão digital para todos os títulos aprovados
para compor a lista estadual de materiais didáticos, seja em adição ou no lugar da versão
impressa. Por fim, na Flórida, em 2011, foi assinada uma lei que determinava que todas as
escolas públicas do estado adotassem exclusivamente livros didáticos digitais e avaliações
digitais até 2015. No entanto, em julho de 2017, o estado retirou essa exigência, determinando
apenas que todos os materiais didáticos adotados no estado sejam oferecidos em formato
eletrônico (versão digital do livro didático impresso) ou digital (recursos educacionais digitais
com funções interativas).
14
Documento normativo estadunidense de parâmetros de aprendizagem que guia a escrita dos currículos estaduais lançados em 2009.
DESTAQUES
• O programa Tiger Leap permitiu equipar todas as escolas do país com computadores
e internet entre 1997 e 2000.
• A Estonian Lifelong Learning Strategy 2020 prevê a criação de modelos para avaliar
as competências digitais dos estudantes e também indicadores de desempenho para
acompanhar a implementação e avanço dos objetivos de aprendizagem digital.
• Até o final de 2018, dentre 589 escolas do país, 350 utilizavam livros digitais; 46% dos
estudantes utilizavam um dispositivo pessoal em sua educação; 64% dos professores do
ciclo básico empregavam recursos digitais.
• Na pandemia, o país abriu os recursos de sua plataforma para uso de outros países
(como ferramentas de matemática, de gestão escolar e ensino de inglês) a fim de reduzir
os efeitos causados pelo fechamento das escolas.
O sistema educacional da Estônia é composto por quatro etapas. A pré-escola atende estudantes
de 0 a 6 anos. A partir dos 7 anos, os estudantes ingressam na educação básica, a única etapa
obrigatória, que é cursada ao longo de 9 anos. A educação secundária, por sua vez, não é
obrigatória, dura 3 anos e apresenta dois percursos: os gerais, que prepararão os estudantes
para o ingresso nas universidades, e os profissionalizantes. Ao final desse ciclo, os interessados
podem se candidatar a uma vaga em universidades públicas ou privadas do país.
As primeiras políticas públicas voltadas para educação digital na Estônia foram desenvolvidas
em 1996, por intermédio do programa Salto do Tigre (Tiger Leap ). A iniciativa contou com
investimentos estatais de aproximadamente 10 milhões de euros (em torno de 9 milhões de
dólares na época), entre 1997 e 2000, que foram utilizados para equipar todas as escolas do país
com computadores e acesso à Internet. De acordo com relatório da OCDE (2020), ao final do
ano 2000, o projeto havia concretizado sua meta inicial, garantindo a média de um computador
para cada vinte e cinco estudantes. Desde então, foram implementados outras duas etapas do
programa, o Salto do Tigre Mais (Tiger Leap Plus) e Tigre Aprendiz (Learning Tiger).
Desde 2014, faz parte do currículo básico da Estônia, como disciplina eletiva, a informática
(ESTÔNIA, 2014), cujo objetivo é capacitar estudantes de todos os níveis do ciclo básico e
secundário em habilidades de TDICs, levando em consideração segurança cibernética, cotidiano
dos jovens e uso dos ambientes de aprendizagens virtuais. Além disso, o letramento digital15
é uma das competências gerais desenvolvidas pelos estudantes previstas nos currículos da
educação básica e secundária (ESTÔNIA, 2021b; 2021c).
15
Currículo Nacional define a letramento digital como: “a capacidade de utilizar tecnologias digitais renováveis em uma sociedade em
O
rápida mudança, através da aprendizagem, da cidadania e da interação com a comunidade; encontrar e armazenar informações por meio
digital e avaliar sua relevância e confiabilidade; Participar na criação de conteúdo digital, incluindo a criação e utilização de texto, imagens,
multimídias; usar ferramentas e técnicas digitais adequadas para resolver problemas, comunicar e colaborar em diferentes ambientes digitais;
estar ciente dos perigos do ambiente digital e ser capaz de proteger sua privacidade, dados pessoais e identidade digital; seguir os mesmos
princípios morais e de valores no ambiente digital e na vida cotidiana” (ESTÔNIA, 2021c, tradução livre).
O foco em educação digital aparece como um eixo fundamental - a quarta, dentre as cinco
estratégias previstas (a digital focus in lifelong learning). O objetivo central desta estratégia
envolve aplicar tecnologias modernas nos processos de ensino e aprendizagem, de forma a
gerar resultados mais eficientes e garantir o acesso à nova geração de recursos tecnológicos.
Para atingi-lo, foram definidas cinco medidas principais: 1. incorporação da cultura digital
no processo de aprendizagem; 2. apoio ao uso de recursos digitais de aprendizagem nas
escolas; 3. acesso à infraestrutura digital moderna para aprendizagem; 4. implementação de
modelos de avaliação de competência digital; 5. criação de oportunidades de aprendizagem
para adultos adquirirem competências digitais. Em 2018, o governo gastou 16.682.000 euros
(aproximadamente 15 milhões de dólares) na aplicação da estratégia digital focus in lifelong
learning, 185% a mais do que o valor orçado (ESTÔNIA, 2019c). Já em 2019, foi previsto um
total de 13.615.000 euros (cerca de 12 milhões de dólares) para essa finalidade, do qual 94%
foram despendidos (ESTÔNIA, 2020b).
Para a Estônia, os livros digitais são mobilizados para complementar outros recursos
educacionais, para desenvolver uma atividade específica de aprendizagem ou para promover
uma experiência de aprendizagem completa, da explicação à avaliação. Nesse sentido, de
acordo com documento do Ministério da Educação, um bom livro digital é aquele que presta
apoio ao progresso educacional, atendendo às necessidades dos estudantes; gera motivação
e inclusão; é adaptável, servindo para situações de aprendizagem distintas e com estudantes
de realidades diferentes; interativo, possibilitando que o estudante gerencie seu uso e receba
feedback sobre a aprendizagem adquirida; customizável, intuitivo e com linguagem e layout
atraente para os estudantes.
Os conteúdos dos livros digitais devem estar alinhados à normativa do governo, atualizada
em 2016, que prevê aspectos pedagógicos, técnicos e de revisão dos materiais físicos e virtuais
(ESTÔNIA, 2016). O documento aponta preferência para literatura digital ser otimizada para
diferentes sistemas operacionais, adaptada de forma razoável para os deficientes visuais
e auditivos, além de ser obrigatória a adição de metadados à literatura de acordo com as
exigências dos portais de aprendizagem. Em relação ao conteúdo, é exigido que professores
ou especialistas com experiência em pesquisa16 façam parte da revisão dos livros. Além disso,
para garantir a qualidade dos materiais didáticos, as plataformas permitem que o usuário -
sejam estudantes, pais ou professores - dê feedbacks instantâneos.
Os livros didáticos digitais são disponibilizados por meio de duas plataformas - o e-Koolikott
e o Opiq -, que reúnem produções desde 2015. Os livros digitais são compostos por um livro
de conteúdos, um livro de exercícios e um livro que contém a trilha de autodesenvolvimento.
São acessados por meio dos dispositivos tecnológicos fornecidos aos estudantes em sala de
aula, mas também podem ser consultados em casa. O Ministério da Educação pontua que os
livros digitais são interativos e com linguagem e abordagem própria, e não apenas uma cópia
em PDF das versões físicas.
16
normativa prevê como revisores: “1) professor que trabalhe em uma escola de educação geral com pelo menos cinco anos de experiência
A
de trabalho, dos quais pelo menos três anos no nível da escola para o qual a literatura de estudo revisada por pares se destina e que
pertence a uma associação de disciplinas em um campo, e 2) um docente em uma especialidade ou área adequada, um pesquisador ou um
especialista com diploma em pesquisa” (ESTÔNIA, 2016, tradução livre).
Para viabilizar a iniciativa, o Estado investiu cerca de 1,4 milhão de euros (em torno
de 1,2 milhão de dólares) para subsidiar a produção de livros didáticos digitais junto às
editoras privadas (ESTÔNIA, 2018b). Ainda de acordo com dados divulgados no site do
MER (ESTÔNIA, 2018b), foram mobilizados outros 12 milhões de euros (aproximadamente
10 milhões de dólares) para renovar a rede de computadores das escolas e fornecer
ferramentas inteligentes para desenvolver as competências digitais dos estudantes. Por
fim, estão previstos investimentos futuros para melhorar a infraestrutura de TI em todas as
escolas do país, com orçamento de 8,27 milhões de euros (7,3 milhões de dólares) até 2022
(ESTÔNIA, 2019b).
Mais recentemente, o MER divulgou o plano de educação 2021-2024, tendo como uma das
metas investir 5,4 milhões de euros (4,8 milhões de dólares) em apoio a projetos de educação
digital nas escolas. Até 2023, espera-se desenvolver e implementar sistemas de educação digital
que atendam, por meio das ferramentas digitais, ao processo de aprendizagem dos estudantes
de todas as escolas do país (ESTÔNIA, 2021b).
DESTAQUES
• A implementação dos livros didáticos digitais teve início no ano letivo 2009/2010 para
cerca de 8.000 estudantes e 890 professores. Seu uso era mesclado com REAs.
O documento sugeria que não houvesse substituição de livros físicos e que sua
estrutura fosse organizada pelas habilidades do currículo francês.
III. Assegurar a instrução, por meio de suporte digital, das crianças que não podem
ser educadas em escola ou estabelecimento de ensino, em particular as que têm
necessidades educativas especiais;
Entre 2015 e 2017, o Ministério da Educação solicitou dois relatórios específicos à Inspeção
Escolar - setor vinculado ao órgão federal. O primeiro deles analisou a situação da educação
digital nas etapas École Élémentaire e Collège, enquanto o segundo focou no Lycée. Os
relatórios influenciaram a criação de um observatório on-line permanente do uso e o
desenvolvimento da educação digital nas escolas francesas. Além disso, serviram como base
para desenvolver a estratégia: “O digital a serviço da escola de confiança” (Le numérique au
service de l’École de la confiance), que visa ampliar e diversificar o uso de serviços digitais na
educação, especialmente em sala de aula (FRANÇA, 2018b).
Desde o ano letivo 2009/2010, livros didáticos digitais estão disponíveis na educação básica
francesa. A aprovação desses materiais se deu por meio do boletim nº 32/2010 , que
especifica também a forma de implementação nas escolas (FRANÇA, 2010). O documento
defende que os livros digitais podem substituir os livros físicos, mas com uso somente durante o
horário das aulas e sob orientação de um professor responsável. O livro deve ser organizado por
componentes curriculares, contendo os conteúdos e habilidades previstos no currículo francês,
além de ferramentas interativas que enriqueçam o processo de aprendizagem. As atividades,
assim como as avaliações, têm de constar em texto ou anexo para que possam ser acessadas
e, quando necessário, baixadas. O boletim sugere ainda que os livros digitais sejam utilizados
individualmente e que possam ser consultados de forma off-line.
As primeiras experiências com livros digitais foram mescladas com o uso de REAs. Em
2010, o Ministério da Educação introduziu os livros digitais em 65 escolas públicas da École
Élémentaire, abarcando cerca de 8.000 estudantes e 890 professores (BRUILLARD, 2015). Os
livros foram produzidos por editoras privadas e a escolha da produção de preferência ficou a
cargo das próprias escolas.
Em Île de France, que abarca a capital do país, a mudança para o livro digital foi pautada
por quatro pilares: autonomia administrativa, já que as escolas têm a opção de manter os livros
físicos ou mudar para a versão digital; financiamento total dos livros digitais, entregando-os de
forma gratuita às escolas; fornecimento de dispositivos digitais - doação de tablets e empréstimo
de laptops - para os estudantes dos Lycée; capacitação de professores e estudantes por meio
de treinamentos (ÎLE DE FRANCE, 2019). Até 2021, o plano prevê alcançar 100% dos Lycée
profissionais e pelo menos metade dos Lycée gerais e tecnológicos.
Os livros didáticos digitais são hospedados nos dispositivos por meio de plataformas e podem
ser manuseados de forma on-line ou off-line. Atualmente, o governo local disponibiliza às escolas
quatro plataformas que reúnem os livros produzidos pelas editoras privadas - 17 no total.
As plataformas variam entre si pelo layout apresentado e o número de editoras participantes.
Esses livros possuem versões para cada componente curricular e contêm recursos multimídia -
áudio, vídeo, ferramentas de leitura e escrita, mapas, jogos, atividades interativas, entre outros.
Os materiais são utilizados durante as aulas e também para estudos em casa, servindo como
principal referência para os professores.
Em 2019, a região de Grand Est lançou o Programme du Lycée 4.0, com o objetivo de
equipar os estudantes dos Lycée com dispositivos digitais individuais - tablets e laptops - e
livros didáticos digitais para cada componente curricular (GRAND EST, 2019). No total, foram
investidos 42 milhões de euros (47,6 milhões de dólares) para comprar os dispositivos e financiar
a implementação do programa. Os livros digitais são acessados por meio da plataforma Espace
Numérique de Travail (ENT) , criada pelo Ministério da Educação, e manuseados somente no
formato on-line. A digitalização do ensino em Gran Est inclui ainda investimentos para melhorar
a conectividade das escolas, por meio de redes wi-fi. Por fim, o programa sugere que a adoção
do digital não implica a total eliminação dos recursos impressos das salas de aula, cabendo ao
professor encontrar a melhor forma de aproveitá-los.
Em Grand Est e Occitanie, as versões dos livros digitais são as mesmas apresentadas em Ile
de France, e a forma de acesso também é por meio das plataformas. Em ambas as regiões os
livros produzidos pelas editoras são cedidos de forma gratuita aos estudantes.
O documento reconhece que a acessibilidade é uma carência que deve ser enfrentada nos
próximos anos para que os livros e outros recursos educacionais digitais possam ser utilizados
por uma quantidade maior de estudantes. Para isso, foi estipulada a meta de reforçar as
parcerias com as editoras privadas que desejem produzir materiais didáticos mais acessíveis.
DESTAQUES
• Três ações foram realizadas nos primeiros anos do século 21: fornecimento de
dispositivos e internet nas escolas, desenvolvimento de plataformas de REAs e criação
de um centro de projetos de tecnologia para a aprendizagem.
• A plataforma Wikiwijs reúne os REAs usados pelos professores do país, assim como
promove espaço para troca entre professores de diferentes escolas.
• Os livros didáticos digitais são feitos pela editora. Pelo fato de as escolas terem
autonomia administrativa e curricular, não há uma regulamentação federal sobre a
produção deles. As escolas adotam os livros que melhor se adéquem a sua realidade.
No entanto, o Ministério da Educação lançou documentos que orientam para o uso e
a produção desses materiais, assim como indica que os livros devem estar de acordo
com as competências e objetivos de aprendizagem.
• O acesso aos materiais deve ser gratuito, mas as escolas podem pedir contribuições
voluntárias das famílias para a aquisição.
• Dados de 2018 indicam que 98% das salas de aula da educação primária holandesa
dispunham de lousas eletrônicas e, em média, 3,5 computadores por estudante. Noventa
e nove por cento dos professores utilizam materiais didáticos digitais em suas aulas.
A educação básica da Holanda é composta por quatro etapas. A pré-escola não é obrigatória
e atende crianças de até quatro anos. A obrigatoriedade passa a valer a partir dos cinco anos,
quando os estudantes ingressam na educação primária. Esta pode ser cursada em quatro tipos
de escolas: públicas regulares (Openbare scholen); as escolas especiais (Bijzondere scholen),
que ensinam com base em uma religião ou proposta pedagógica específica; as escolas privadas
regulares; e, por fim, as escolas privadas com orientação internacional, voltadas especialmente
para os estrangeiros (RIJKSOVERHEID, 2021b). A educação primária é concluída após oito
anos de estudos, quando os estudantes realizam uma prova que determina em qual escola
secundária estudarão. A educação holandesa é gratuita para as escolas públicas regulares e as
escolas especiais.
A Holanda não possui uma estrutura curricular fixa como em outros países, o que significa
que existem diretrizes curriculares para cada etapa de aprendizagem, mas as escolas dispõem
de autonomia para decidir como implementá-las. Essas diretrizes são formuladas pelo próprio
Ministério da Educação, Cultura e Ciência, e se baseiam nos objetivos de aprendizagem e as
competências gerais que os estudantes devem alcançar em cada etapa. Ainda assim, uma escola
pode optar por dar mais ênfase em determinada habilidade, enquanto as demais instituições de
ensino privilegiarão outras. A abordagem proposta pelas escolas implica diretamente a escolha
das famílias em onde matricular os seus filhos.
As primeiras políticas voltadas para educação digital foram desenvolvidas nos primeiros anos
do século 21, por meio de iniciativas que equiparam as escolas com computadores e redes
de internet. Após consolidar essa infraestrutura básica, o Ministério da Educação, Cultura e
18
versão em inglês encontra-se disponível em: https://www.rijksoverheid.nl/documenten/publicaties/2019/03/22/digitaliseringsagenda-
A
primair-en-voortgezet-onderwijs. Acesso em: 7 fev. 2022.
Nas últimas décadas, o investimento em Recursos Educacionais Abertos tem sido a principal
proposta de inovação da Holanda para o setor educacional. Sendo assim, em 2003, o Instituto
Nacional de Desenvolvimento Curricular, ligado ao OWC, lançou a plataforma Centro de
Recursos Educacionais (Leermiddelenplein), com recursos e conteúdos educacionais digitais
para professores. Em 2008, esta plataforma foi substituída por outra, intitulada Wikiwijs , que,
além dos recursos educacionais digitais, oferece espaços para que os professores compartilhem
a sua própria produção de conteúdos. A Wikiwijs é aberta a todas as escolas do país e os
conteúdos são divididos de acordo com as séries de ensino e componentes curriculares. Além
disso, disponibiliza espaços de interação entre professores de diferentes escolas e de avaliação
dos recursos educacionais disponíveis.
Os livros didáticos digitais, por sua vez, são produzidos de forma autônoma pelas editoras
e, portanto, não há uma lei federal que regule os procedimentos de produção desses
materiais. Isso porque são as próprias escolas que solicitam e escolhem os livros digitais
que são mais adequados à sua realidade. As escolas holandesas possuem autonomia
administrativa e curricular, inclusive para decidirem se querem ou não utilizar as ferramentas
digitais disponíveis, conforme indica a Agenda de Digitalização da Educação Primária e
Secundária (HOLANDA, 2018). Nesse sentido, a função do Ministério da Educação nos
últimos anos tem sido primordialmente de mediar o diálogo entre as instituições de ensino
e as editoras privadas.
De modo geral, o acesso aos livros e demais materiais didáticos físicos é gratuito na Holanda,
em decorrência da Lei dos Livros Escolares Livres (Wet Gratis Schoolboeken ) de 2008. Se
optarem pelos livros digitais, as escolas devem realizar a compra desses materiais e fornecer
os dispositivos necessários para acessá-los (RIJKSOVERHEID, 2021a). As famílias não são
obrigadas a pagar por nenhum dos dois recursos, mas as escolas possuem autorização para
solicitar uma contribuição voluntária dos responsáveis, se precisarem. Os principais dispositivos
utilizados pelas escolas do país são os chromebooks e tablets (KENNISNET, 2019).
Ao comprar os livros digitais das editoras, as escolas adquirem licenças individuais por
estudante, que expiram com a conclusão do curso. Os livros são comprados por meio de
licitações públicas ou da compra direta com as editoras, que em geral ocorre via modelo
License-Folio (LiFo). O LiFo consiste na compra de uma licença digital individual por estudante
que permite que eles tenham acesso aos livros digitais disponibilizados nas plataformas das
próprias editoras (HOLANDA, 2021a). No entanto, o uso varia de acordo com os interesses
pedagógicos manifestados e a capacidade financeira de arcar por eles. Para isso, o Estado
subsidia parte do valor, mas o restante fica por conta das próprias escolas.
Os livros didáticos digitais utilizados na Holanda variam bastante de editora para editora e
tendem a apresentar múltiplos formatos. As principais publicações, no entanto, apresentam
ferramentas interativas e multimodais, criando um ambiente de aprendizagem virtual para os
estudantes. Isso inclui também o uso de recursos multimídia - como áudios, vídeos, jogos
De acordo com dados de 2018 da Comissão Europeia, 98% das salas de aula da educação
primária holandesa dispunham de lousas eletrônicas e, em média, 3,5 computadores por
estudante (EURYDICE, 2019). Pesquisa realizada pela KBA Nijmege nesse mesmo período
indicou que 99% dos professores utilizavam materiais didáticos digitais em suas aulas. Em
relação à educação secundária, foi publicado um relatório em 2021, referente à Lei dos Livros
Escolares Livres (Wet Gratis Schoolboeken ), que indica que 40% das escolas têm optado
por um modelo híbrido que combina o uso de livros e materiais didáticos impressos com os
digitais (HOLANDA, 2021a). Ainda de acordo com essa publicação, as escolas percebem que
gastam mais na compra de materiais didáticos atualmente do que antes da introdução dos
livros digitais (HOLANDA, 2021a). O fato fez com que o Ministério da Educação criasse uma
comissão para apresentar possibilidades de reduzir os custos dessas produções já para o ano
letivo de 2021/2022.
DESTAQUES
• Entre 2008 e 2012, o Plano Nacional Escola Digital (PNSD) investiu na compra de
lousas digitais, formação de professores e em protótipos de recursos educacionais
digitais para serem testados nas escolas.
• Segundo o PNSD de 2008, a partir de 2014, a adoção de livros didáticos pelas escolas
deve ser em formato digital ou híbrido (impresso e digital). Um decreto de 2013 incluiu
a possibilidade das escolas criarem seus próprios materiais.
• Os livros podem ser acessados pela própria plataforma de cada editora e também
pela Zaino Digitale, plataforma da Associação dos Editores Italianos, que permite um
acesso único para todos os livros.
• Dados trazidos pelo PNSD indicam que, no ano escolar 2015/2016, 35% das escolas
declararam usar materiais predominantemente impressos e 65% afirmaram que
utilizavam versões digitais dos conteúdos editoriais de forma complementar.
Sistema educacional
Uma das primeiras políticas públicas italianas para o uso de tecnologia digital na educação
foi o Plano Nacional de Informática (Piano Nazionale Informatica) de 1985, direcionado à
introdução da informática no ensino de matemática e física em cursos superiores, com foco
no ensino de programação. Na segunda metade da década de 1990, o Ministério da Educação
lançou os Programas de desenvolvimento das tecnologias educacionais (Programmi di
sviluppo delle technologie didattiche) (1995 e 1997), que introduziram os conceitos de rede
e multimidialidade em todos os níveis escolares, a partir da escola da infância. Em 2002,
foi realizado o Plano nacional de formação de professores em tecnologias de informação
e comunicação (ForTic) (Piano nazionale di formazione degli insegnanti sulle tecnologie
dell’informazione e della comunicazione), que favoreceu a aquisição de conhecimentos
técnicos e sobre o uso eficiente da tecnologia em sala de aula para cerca de 180.000
professores (cerca de 25% dos professores do país).
Em 2013 e 2014, o foco das ações de financiamento do plano foram a promoção da conectividade
por wi-fi nas escolas e a criação de polos formativos em algumas instituições escolares para
o oferecimento de cursos de formação digital aos professores. Por fim, em 2015, foi lançada a
nova versão do plano (ITÁLIA, 2015), em vigência até hoje, e é organizado em quatro áreas:
instrumentos, competências e conteúdos, formação e acompanhamento. Para cada área citada,
o plano identifica quais são os assuntos prioritários, explicita os objetivos críticos de cada um
deles e apresenta as ações específicas para atingi-los, totalizando 35 estratégias.
Ainda que o primeiro objetivo se refira ao incentivo do uso do livro didático digital, o texto
afirma que o plano pretende apenas garantir a plena realização do que já está expresso nas leis
nacionais sobre o assunto, priorizando uma referência mais ampla aos recursos de aprendizagem
em geral, com atenção específica para a promoção dos recursos educacionais abertos (REA).
Em 2013, um novo decreto (ITÁLIA, 2013b) incluiu na lei que as escolas poderiam desenvolver
seus próprios materiais didáticos digitais para serem usados como livros didáticos e ferramentas
de ensino em disciplinas específicas. Nesse mesmo ano, foi publicado um documento de
referência (ITÁLIA, 2013a) com as características tecnológicas dos livros didáticos digitais
para garantir a integração efetiva entre a versão digital e os recursos educacionais digitais
complementares e com critérios para otimizar a integração entre os livros nas versões digital,
híbrida e impressa.
Quanto às plataformas de uso, o documento salienta que não é desejável que professores
e estudantes sejam obrigados a usar uma pluralidade de plataformas, mas reconhece a
dificuldade de implementar uma plataforma única no curto prazo e, por isso, recomenda
um esforço conjunto entre editores, fornecedores de conteúdo, escolas, universidades
e associações de professores para o desenvolvimento de um software comum, aberto,
interoperável e expansível. Sobre os dispositivos de uso, o texto enfatiza os dispositivos
de uso pessoal, como os tablets, e os dispositivos de uso coletivo, como as lousas digitais
interativas. Considerando o caráter ainda experimental tanto das plataformas de uso quanto
dos procedimentos de aquisição e gestão pelas redes de ensino de dispositivos de uso
pessoal para os estudantes, o documento admite que a modalidade híbrida é a mais funcional
para conciliar a exigência de transição do livro impresso para o livro digital, mas ressalta que
a disponibilização do livro didático nos dois formatos não deve fazer com que a versão digital
seja uma simples transposição do livro impresso.
A legislação italiana possui alguns mecanismos para favorecer o acesso dos estudantes aos
livros didáticos. Para os estudantes da escola primária, há uma lei nacional (ITÁLIA, 1994) que
estabelece que o fornecimento de livros didáticos deve ser gratuito e financiado pelos municípios,
segundo as leis regionais. Os estudantes recebem uma espécie de cupom (cedole librarie)
para adquirir os livros nas livrarias conveniadas ao governo local. Além disso, anualmente o
Ministério da Educação estabelece o preço de capa máximo para os livros da escola primária
(ITÁLIA, 2021b).
Os livros didáticos digitais ficam disponíveis nas plataformas das editoras e podem ser utilizados
on-line ou baixados para acesso off-line por meio de aplicativo. De acordo com as regras das
editoras, o acesso on-line ao livro didático digital é garantido pela duração do ciclo de estudos
ao qual o material se refere, acrescido de um ano, e o acesso ao livro baixado é permitido por
Esse cenário, no entanto, parece ter sido modificado com a pandemia de COVID-19. De
acordo com uma pesquisa feita pelo observatório da AIE e o Ministério da Educação (AIE,
2020), antes da pandemia, apenas 5,3% dos livros adotados tinham a sua versão digital ativada,
totalizando cerca de 2,6 milhões de usuários, com um acesso médio de 5,7 vezes ao longo do
ano escolar, enquanto, somente no primeiro mês de pandemia, foram ativados 2 milhões de
livros didáticos digitais. Além disso, segundo dados da AIE, entre 2015 e 2019, a adoção de
livros didáticos na modalidade híbrida passou de 72% para 92,5%, enquanto a adoção de livros
didáticos exclusivamente digitais se manteve constante em torno de 1%.
DESTAQUES
• Em 2021, as “Diretrizes para o uso eficaz de livros digitais para estudantes” foram
revisadas, adicionando mais recursos multimídia e também recomendações de que
os livros atendam ao design universal, visando acessibilidade a estudantes com
deficiência e estrangeiros.
• Porém, a adoção pelas escolas gira em torno de 7,9% apenas, o que pode ser um
reflexo do fato de que os livros impressos são fornecidos gratuitamente pelo governo
e os livros digitais não, seus custos de aquisição ficam a cargo dos conselhos
municipais de educação.
• Em 2020, o país realizou uma pesquisa que apontou que não existem muitas ações
formativas direcionadas aos docentes quanto ao uso das TICs e dos livros didáticos
digitais no país, propondo estratégias para ampliar as formações.
Existem políticas públicas de educação digital no Japão desde meados de 1990, com
ações voltadas para diversas áreas, como fornecimento de computadores para as escolas,
implementação e melhoria da conexão à internet, desenvolvimento de softwares educacionais
e formação docente19.
19
m quadro-resumo das principais políticas públicas japonesas sobre educação digital até 2019 pode ser acessado em:
U
https://adobeindd.com/view/publications/735b505c-8176-4045-bcc3-731ae510f448/cwhh/publication-web-resources/
pdf/%E6%95%99%E8%82%B2%E6%83%85%E5%A0%B1%E5%8C%96%E5%B9%B4%E8%A1%A82019.pdf. Acesso em: 7 fev. 2022.
Ainda em 2018, de acordo com esta meta, o governo promulgou a “Lei Relativa à Promoção
da Informatização da Educação Escolar” (学校教育の情報化の推進に関する法律) (JAPÃO,
2018a), que estipula que o Ministério da Educação deve formular um plano de promoção da
informatização da educação escolar, estabelecendo políticas básicas, prazos e metas, e que os
entes locais devem planejar os seus próprios planos com base no documento ministerial. Em
dezembro desse mesmo ano, o Ministério da Educação elaborou o “Guia para a Informatização
da Educação” (教育の情報化に関する手引), que foi atualizado em 2019 (JAPÃO, 2019a) e traz
referências para apoiar os esforços das escolas e dos conselhos de educação em relação ao
avanço da informatização escolar. Finalmente, em 2019, o Ministério da Educação implementou
o programa “Escola GIGA ”, um plano de financiamento para fortalecer o ambiente educacional
digital, por meio do estabelecimento de uma rede de internet de alta velocidade nas escolas e
do fornecimento de um dispositivo para cada estudante do país21.
20
ara a escola primária, o novo curso propõe a realização sistemática de atividades em que os estudantes compreendam as operações
P
básicas de uso do computador e adquiram a habilidade de raciocínio lógico necessária para fazer um computador executar o processamento
pretendido, enquanto experimentam a programação. Para o primeiro ciclo da escola secundária, a proposta é que os estudantes aprendam
programação e ética da informação, de acordo com o seu estágio de desenvolvimento. Já no segundo ciclo da escola secundária, foi
introduzida uma disciplina obrigatória de “Informação I”, na qual os estudantes aprendem a programar e também conceitos básicos de redes,
bancos de dados e segurança da informação, e uma disciplina eletiva de “Informação II”, que aprofunda esses conhecimentos.
21
e acordo com o Ministério da Educação, entre os anos de 2019 e 2020, foram investidos cerca de 460 bilhões de ienes (4 bilhões de dólares)
D
no programa para ações como a compra dos dispositivos (2,6 bilhões de dólares), estabelecimento da rede de internet nas escolas (1,2
bilhão de dólares) e desenvolvimento de ambientes on-line de aprendizagem para a emergência do Covid-19 (132 milhões de dólares). Para
a compra dos dispositivos, o projeto prevê o subsídio de 45 mil ienes (400 dólares) por dispositivo, que podem ser de vários tipos (notebooks,
chromebooks e tablets).
Ao propor um caminho para a digitalização das escolas até 2020, o plano “Visão da
informatização educacional” (JAPÃO, 2011) sugere a introdução de livros didáticos digitais
no sistema escolar japonês e explica que existem dois tipos desse material. O primeiro é o
livro digital para professores que é usado para projetar o conteúdo do livro impresso na lousa
eletrônica e tem funções que contribuem para aprofundar as aulas e facilitar a compreensão,
como a visualização ampliada de partes do livro e a narração de algumas frases. Segundo
o documento, até 2011, esse era o único tipo de livro didático digital existente no Japão,
desenvolvido por diversas editoras.
O segundo tipo, que ainda deverá ser implementado no país, é o livro digital para estudantes,
voltado para a aprendizagem das crianças, individualmente ou em grupos, e em seus próprios
dispositivos. De acordo com a proposta, os livros digitais para estudantes não deveriam ser
apenas a versão digital do conteúdo dos livros impressos, mas trazer também as funções
já presentes nos livros digitais para professores. No entanto, esse primeiro movimento
de implementação de livros digitais para estudantes encontrou barreiras como a falta de
dispositivos nas escolas e de regulamentação jurídica para esse tipo de material.
A partir de 2015, o governo começou a promover pesquisas para estudar a legislação dos livros
didáticos digitais, que foram institucionalizados em 2019, por meio da “Lei de revisão parcial da
Lei de Educação Escolar” (学校教育法等の一部を改正する法律) (JAPÃO, 2019b), e passaram
a ser juridicamente equivalentes aos livros impressos. Desta maneira, como o uso de livros
didáticos é obrigatório no Japão, a lei passou a permitir que os livros digitais para estudantes
fossem usados como substitutos dos livros em papel. Neste sentido, portanto, foi estabelecido
que os livros digitais para estudantes devem ter o mesmo conteúdo do livro impresso e não
podem apresentar objetos como áudios ou vídeos, que são considerados materiais didáticos
complementares e seguem uma regulamentação específica. No entanto, o governo propõe que
os livros digitais sejam usados em conjunto com outros tipos de recursos educacionais digitais.
Em 2021, o Ministério da Educação revisou as “Diretrizes para o uso eficaz de livros digitais
para estudantes” (学習者用デジタル教科書の効果的な活用の在り方等に関するガイドライン)
(JAPÃO, 2021a), publicadas inicialmente em 2018. Neste documento, são sugeridos recursos
que os livros digitais para estudantes podem incluir, como a função de ampliação e redução
da visualização, pop-ups de figuras, gráficos e ilustrações, escrita à mão livre, marcadores,
notas adesivas, leitura automática de texto, layout responsivo, alteração das cores do fundo
Para serem adotados nas escolas, os livros didáticos impressos precisam ser certificados
pelo governo e o processo de avaliação das obras de cada etapa de ensino é feito em geral
a cada quatro anos. Como os livros digitais para estudantes contêm o mesmo conteúdo dos
livros impressos, e as funções que são acrescentadas neles são apenas recursos ligados ao
navegador/visualizador, eles não precisam ser avaliados de novo. Ainda que a certificação do
livro impresso não esteja vinculada à presença do livro digital para estudantes, houve um grande
aumento na produção desses materiais para a escola primária e para o primeiro ciclo da escola
secundária em 2020, ano limite para que as novas diretrizes curriculares – que estimulam o uso
da tecnologia na educação e a melhoria das aulas por meio da aprendizagem independente,
interativa e profunda – estivessem totalmente implementadas nesses dois segmentos. Enquanto
apenas 20% dos livros presentes no catálogo de livros certificados pelo governo em 2019
possuíam livros digitais para estudantes, esse número subiu para 94% no ano seguinte.
Ao contrário dos livros didáticos impressos, que são fornecidos gratuitamente pelo governo
aos estudantes da educação obrigatória, os livros digitais para estudantes não são gratuitos.
22
possível acessar as amostras de alguns livros digitais para estudantes de uma editora privada no endereço: https://www.dainippon-tosho.
É
co.jp/pdATCi2a1kTBk/index.html. Acesso em: 7 fev. 2022.
23
Para uma explicação sobre o conceito e os princípios do design universal, ver: https://diversa.org.br/artigos/o-que-e-desenho-universal-
para-aprendizagem/. Acesso em: 7 fev. 2022.
Em 2020, como medida para auxiliar o ensino remoto durante a pandemia de COVID-19, o
governo japonês acelerou a implantação da Lei de Revisão Parcial da Lei de Direitos Autorais,
que permite o uso de livros didáticos e outros trabalhos protegidos por direitos autorais no
ensino a distância sem a necessidade de solicitar permissão aos detentores dos direitos, apenas
mediante um valor de compensação pago anualmente pelas escolas. Além disso, apenas para
o ano de 2020, devido às demandas do período pandêmico, foi estabelecida a gratuidade
deste valor. Em abril de 2021, diante da necessidade de incentivar o uso de livros digitais para
estudantes, acentuada pela pandemia de COVID-19, o governo japonês retirou da legislação a
restrição do uso desse tipo de material para menos da metade do número de horas em sala de
aula, ampliando a possibilidade de uso.
Para orientar o processo de implementação dos livros digitais para estudantes, o governo
japonês realizou duas pesquisas empíricas sobre o uso desses materiais (JAPÃO, 2019c e
JAPÃO, 2020a). Em relação à pesquisa de 2020, as sugestões de resultados apontaram, entre
outros fatores, para a necessidade de aprimorar a formação de professores. Nesse sentido,
Por fim, em junho de 2021, o Ministério da Educação promoveu uma reunião de estudos sobre
o futuro dos livros digitais (JAPÃO, 2021f), na qual foram debatidos pontos como: introdução
de vídeo e áudio no conteúdo dos livros digitais; maneiras de vincular os livros digitais dos
estudantes a materiais didáticos digitais de diferentes produtores; aspectos técnicos como a
padronização de funções mínimas de operabilidade, a possibilidade de acesso off-line para livros
distribuídos pela nuvem e o uso de livros digitais de anos anteriores; sistema de certificação
para livros didáticos digitais; modelos de convivência entre livros didáticos impressos e digitais;
considerações sobre a saúde das crianças, entre vários outros.
DESTAQUES
• A SLS é usada por todas as escolas de educação primária até o nível pré-universitário
e cria um ambiente de aprendizagem virtual, com personalização da aprendizagem
e recursos para professores. Na plataforma, é possível acessar livros para cada
componente curricular e materiais multimídia e interativos.
Sistema educacional
O sistema educacional de Singapura é composto por três etapas nas quais a educação
infantil atende estudantes de até 6 anos; a educação primária, por sua vez, é subdividida
em duas fases, a básica e a de orientação. O primário básico vai do 1º ao 4º ano, período
em que todos os estudantes cursam o mesmo currículo. Já no primário de orientação,
que perpassa o 5º e 6º ano, os estudantes escolhem itinerários formativos de acordo com
interesses e aptidões.
O primeiro deles foi composto pelas escolas mais preparadas, que integram o FutureSchools@
Singapore (INFOCOMM MEDIA DEVELOPMENT AUTHORITY, 2007). O programa funciona
desde 2007 e fomenta a criação de escolas-modelo, que passaram então a funcionar como
laboratórios de experimentações pedagógicas digitais, onde serão desenvolvidas plataformas,
metodologias, livros, entre outros recursos educacionais digitais.
De acordo com a divisão exposta pelo segundo Plano-mestre, o próximo nível é composto
pelas escolas intituladas ICT leaders, que também recebem investimentos extras para projetos
de inovação. Já as demais instituições foram apoiadas pelo Ministério da Educação por meio de
consultorias e suporte pedagógico para impulsionarem o uso das TDCIs.
O terceiro Plano-mestre de TDIC na Educação, vigente entre 2009 e 2014, teve como meta
avaliar, por meio de exames nacionais, o nível de competência dos estudantes em relação
às habilidades digitais (SINGAPURA, 2021c). Paralelamente, focou-se no desenvolvimento de
aprendizagens autodirigidas e colaborativas, bem como no uso responsável das TDICs. Esses
são também os componentes centrais do quarto Plano-mestre de TDIC na Educação, que,
entre outras práticas, promoveu o programa de bem-estar cibernético, inserindo-o no currículo
de todas as escolas do país (SINGAPURA, 2021f). A iniciativa visa ensinar aos estudantes
como navegar de forma segura, crítica e responsável nos ciberespaços.
O mais recente plano foi lançado em 2019 e tem como objetivo orientar o desenvolvimento
de um ecossistema educacional tecnológico e de plataformas digitais de aprendizagem
As primeiras experiências com livros didáticos digitais foram realizadas por intermédio das
escolas vinculadas ao programa FutureSchools24. Os projetos foram desenvolvidos entre 2010
e 2014 e financiados com recursos públicos e privados. Como resultado, serviram de base
para que o Ministério da Educação implementasse programas de larga escala no campo da
educação digital.
Sendo assim, em 2018 foi lançado o Singapore Student Learning Space (SLS) ,
contemplando os objetivos previstos no atual plano de Edtech. A SLS não se configura somente
como um livro digital, pois cria um ambiente de aprendizagem virtual. Na plataforma, é possível
acessar livros para cada componente curricular, mas também um vasto repositório de materiais
multimídia e interativos, que inclui avaliações, animações, aulas gravadas, banco de imagens e
vídeos, entre outros recursos (GOVTECH, 2021).
A plataforma pode ser utilizada tanto durante as aulas como de forma individual pelos
estudantes. Como consequência, a SLS permite que os estudantes aprendam de forma flexível,
personalizada e com base em seus interesses e aptidões. Aos professores, permite que o
desempenho dos estudantes seja monitorado em tempo real, a revisão de conteúdos e também
a distribuição de tarefas individuais para cada estudante. Todas as ferramentas pedagógicas
disponíveis podem ser mobilizadas de forma síncrona e assíncrona.
24
as iniciativas desenvolvidas pelas escolas do Programa FutureSchool, duas se destacam: o I-CONNECT Learning Space (i-CLS),
D
desenvolvido em 2010 pela Crescent Girl School, e o Personal Interactive Enrichment Book (PIE), desenvolvido em 2011 pela Beacon
Primary School.
Além da produção interna, o MoE incentiva parcerias com empresas privadas e edtechs
que queiram contribuir para a melhoria da experiência de aprendizagem no SLS, seja
desenvolvendo novas ferramentas ou reforçando as já existentes (SINGAPURA, 2021e). Os
principais desafios enfrentados na plataforma são listados periodicamente pelo órgão federal
em seu site, onde também constam os processos de contratação de terceiros.
O SLS é utilizado por todas as 360 escolas e centros de línguas do país desde o ano de 2020.
A plataforma pode ser acessada por diferentes dispositivos, a exemplo de tablets, chromebooks,
computadores e celulares. No entanto, para navegá-la, é preciso estar conectado à internet e ter
login e senha, fornecidos pelas escolas. Por conta disso, desde 2017, o Ministério da Educação
implementa um programa de conectividade, intitulado Ambiente Operacional Padrão de ICT das
Escolas (Schools Standard ICT Operating Environment - SSOE), que visa renovar e ampliar o
acesso à rede de internet das escolas (GOVTECH, 2017).
Também em razão da pandemia, o governo de Singapura antecipou o plano previsto para 2024
de fornecer um dispositivo digital por estudante para 2021. A iniciativa faz parte do Programa
Nacional de Letramento Digital (National Digital Literacy Programme ) e contempla, nessa
primeira etapa, somente o ensino secundário. Para os estudantes desse nível, foi oferecido um
subsídio financeiro individual de 200 dólares para a compra dos dispositivos - haja vista que a
distribuição de recursos e materiais didáticos não é gratuita no país (SINGAPURA, 2020a).
Para 2021, o MoE previu um estudo em pequena escala com estudantes de cinco escolas
primárias para avaliar o uso de dispositivos digitais no ensino e aprendizagem nesta
modalidade. A pesquisa visa embasar a construção de políticas para os próximos anos. Os
resultados desses estudos não foram divulgados até a finalização da presente pesquisa.
DESTAQUES
• Em 2007, foi lançado o Plano Ceibal, que abarcou três fases: a primeira, visando
infraestrutura tecnológica, conectividade e distribuição de dispositivos a partir do piloto
na cidade de Cardal; a segunda estabeleceu o desenvolvimento de plataformas e
recursos educacionais digitais e campanhas de capacitação docente; e a terceira deu
enfoque ao desenvolvimento de projetos de educação digital.
Sistema educacional
A educação básica do Uruguai é composta por três etapas. A educação inicial atende
crianças de 3 a 5 anos e parte dela é obrigatória. A educação primária também é obrigatória e
tem duração de seis anos (ADMINISTRACIÓN NACIONAL DE EDUCACIÓN PÚBLICA, 2008).
Ao concluírem essa fase, os estudantes avançam para a educação secundária, subdividida
em dois ciclos, cada qual com três anos de duração. O primeiro ciclo corresponde a uma
formação básica e todos os estudantes cursam os mesmos componentes curriculares. A partir
do segundo ciclo, eles escolhem entre o ensino acadêmico, de preparação para o ingresso
Por fim, uma terceira etapa do programa foi lançada em 2014, tendo como meta desenvolver
projetos de educação digital nas escolas (CEIBAL, 2020). As iniciativas abrangeram todas
as instituições de ensino e todos os estudantes da educação primária e secundária. Nesse
sentido, merecem destaque o programa de Pensamento Computacional , que trabalha
a resolução de problemas transversais por meio do uso de dispositivos digitais; o programa
de Cidadania Digital, que visa conferir procedimentos de uso seguro e responsável das
tecnologias digitais pelos estudantes; e, por fim, a Rede Global de Aprendizagens (Red
Global de Aprendizajes ), de caráter internacional, que explora novas formas de ensinar
a aprender por meio de tecnologias e com base nas competências do século 21. Ademais, a
Rede Global de Aprendizagens se propõe a capacitar professores por meio de treinamentos
virtuais e avaliações de competências.
Por meio do Plano Ceibal, as escolas uruguaias contam com um conjunto de recursos
educacionais digitais que pode ser acessado através da página do Ceibal. O portal disponibiliza
REAs, uma coleção de aplicativos pedagógicos, jogos interativos e de produções audiovisuais
Para acessar os livros didáticos digitais, os estudantes devem procurar a Biblioteca País, que
reúne as principais produções das editoras privadas, assim como milhares de títulos literários
de ficção e não ficção. Os livros didáticos são adquiridos pelos estudantes por meio de um
sistema de empréstimos digitais conduzido pelas escolas (CEIBAL, 2021b).
Para padronizar o acesso aos livros e demais recursos educacionais digitais disponíveis, o
Ministério da Educação e Cultura criou em 2018 um novo workspace para os estudantes,
que só pode ser acessado mediante o cadastro pelas escolas. A plataforma apresenta todos os
recursos de forma organizada e compartimentada, mas possibilita também que esses sejam
articulados pelos professores. Há também uma sessão específica para os livros didáticos
digitais, com instruções para a realização dos empréstimos e opção de visualização prévia.
Conforme mencionado acima, para os estudantes, não é preciso pagar pelos livros digitais
e tampouco pelos dispositivos cedidos pelo Ministério da Educação e Cultura. Por outro lado,
para que os livros cheguem à plataforma Ceibal é necessário aprovação prévia pelas direções
responsáveis pela Educação Inicial e Primária e pela Educação Secundária. A seleção leva
em consideração critérios técnicos estabelecidos para o ano letivo vigente e o alinhamento
aos parâmetros curriculares de cada etapa (ADMINISTRACIÓN NACIONAL DE EDUCACIÓN
PÚBLICA, 2016). Como resultado, os títulos que forem indicados e aprovados por essas
instituições são disponibilizados em formato digital na Biblioteca País (ADMINISTRACIÓN
NACIONAL DE EDUCACIÓN PÚBLICA, 2020).
25
NVDA: sigla em Inglês para “Acesso Não Visual ao Ambiente de Trabalho”.
Reforma curricular para incluir elementos Chile, Espanha, Estônia, França, Holanda
de tecnologia no currículo e Singapura
As duas temáticas nas quais só aparecem Singapura são a criação de escolas-modelo para
a implementação experimental de tecnologias educacionais e a criação de estratégias para
estimular a aprendizagem autodirigida. Pode-se inferir o caráter inovador e ineditismo com que
o país vem tratando de suas inovações tecnológicas.
Essas temáticas podem ser inspiração e revelar boas práticas a serem adequadas para
o cenário brasileiro. Já é possível identificar algumas iniciativas parecidas, por exemplo, ao
estabelecer o uso de recursos digitais gradualmente, como a inclusão de objetos digitais no
PNLD. Entretanto, também observa-se diferenças importantes quanto à falta de evolução dos
materiais digitais dentro de uma visão estrutural como uma política que garanta conectividade
e infraestrutura adequada para apoiar o uso de TICs26. A capacidade de aproveitamento dos
recursos poderá ser impulsionada ou reprimida a depender da capacidade de acesso e utilização
dos usuários, cenário esse que sugere a importância da articulação entre as áreas da educação
e da comunicação e tecnologia, para garantir conectividade a professores e estudantes. De
maneira similar, as decisões sobre os avanços da política de materiais digitais podem ser mais
bem estruturadas se estiverem baseadas em dados de monitoramento planejado e frequente de
uso desses recursos e uma visão de futuro do que se quer alcançar mais a longo prazo.
26
m 27 de janeiro de 2022, o Decreto Nº 10.952 aprovou o repasse de R$ 3,5 bilhões para implementar o acesso à internet nas unidades
E
públicas de educação de todo o país em razão da pandemia de COVID-19.
Tabela 2: Temáticas comuns dos livros didáticos digitais e recursos educacionais digitais
Indicação de alinhamento aos documentos Chile, Coreia, Espanha, Estados Unidos, Itália
normativos curriculares e Singapura
Uso das plataformas digitais para a Chile, Coreia do Sul, Estônia, França, Itália e Uruguai
continuidade das aulas remotas durante
a pandemia
Presença de plataformas que garantam Coreia do Sul, Estônia, França, Holanda e Uruguai
interação entre estudantes e professores
Assim como os editais mais recentes do PNLD no Brasil, grande parte dos países da amostra
desta pesquisa aponta a importância de alinhamento dos livros digitais aos documentos
normativos curriculares. No entanto, não foi possível, neste estudo, aprofundar de que forma
os critérios para esse alinhamento se dão. Vale lembrar que a maioria dos países apresenta
competências digitais, tal como a Cultura Digital da BNCC, previstas em seus currículos ou
legislação base para os currículos. Assim, ações voltadas para a educação digital, como o uso
de livros didáticos digitais, não se caracterizam como ações pontuais de natureza complementar
aos currículos mas, sim, parte constitutiva das estruturas curriculares.
O uso das plataformas digitais para a continuidade das aulas remotas durante a pandemia foi
identificado em ao menos seis dos países pesquisados, sugerindo serem importantes aliadas
para garantir a continuidade da educação e como estratégia para minimizar os impactos causados
pelo fechamento das escolas. Também em relação ao enfrentamento da pandemia, em número
menor de países, verifica-se o investimento em infraestrutura feito de forma a garantir melhorias
nas salas de aula.
Também de forma similar ao PNLD, encontra-se a experiência de início da adoção dos livros
digitais no formato PDF para que, posteriormente, acontecesse a transição deles para uma
versão aprimorada, ou seja, com recursos multimídia e interativos. Somente em dois países,
como se vê na última temática da tabela 2, vê-se o direcionamento de que a produção dos livros
seja feita diretamente do digital, ou seja, a concepção do livro nasce diretamente do digital e
suas possibilidades, não podendo ser apenas versões dos impressos.
Mesmo com as políticas voltadas para os livros digitais, um achado que a pesquisa revelou
é o uso combinado dos livros impressos com os livros digitais, como vê-se em ao menos
quatro dos países. Seria necessário um novo aprofundamento para encontrar as justificativas
desse uso híbrido, mas algumas hipóteses podem ser traçadas, como, por exemplo, ser uma
estratégia para uma transição gradual, ter concepções do papel dos livros físicos nos processos
de aprendizagem ou mesmo o apoio para superar as deficiências da infraestrutura necessária
para o funcionamento 100% digital.
Embora não tenha sido parte das perguntas iniciais de pesquisa, é importante ressaltar que
os documentos analisados evidenciaram algumas das dificuldades e desafios encontrados
durante o processo de implementação dos livros didáticos digitais e que podem ser destacados.
Esses achados podem contribuir para a melhoria das políticas públicas de materiais didáticos
do Brasil, a fim de garantir mais qualidade e equidade na educação das crianças e jovens.
E-learning
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Gerenciamento do projeto
Claudia Freeland Gracia
Dija Maria Alves dos Santos
Comunicação
e Relações Institucionais
Juliana Alencar
Milena Emilião
Roberto Martinez