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GEOTURÍSTICOS
V. Lamberto
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Dep. Geociências - Universidade de Évora, vsilva@uevora.pt, vlamberto@mail.telepac.pt
1. Motivações
2. Enquadramento geológico-mineiro
A rede de percursos está centrada no denominado anticlinal de Estremoz (fig. 1), estrutura
geológica responsável pelas características únicas que a região apresenta, nomeadamente:
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Borba
Vila Viçosa
Estremoz
Desta forma, a presença da maior e mais importante jazida de rochas ornamentais do país (os
«mármores de Estremoz») constitui o principal factor estruturante da região, espaço humanizado
de forma mais ou menos intensa e permanente, mas onde se mantêm em pleno funcionamento os
processos naturais.
3. A Rede
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- ocupação humana do território com alguns aspectos distintivos, influenciados pela
existência de condições favoráveis à fixação das populações (e.g. bons solos e
importantes recursos hídricos);
- excelente localização, infra-estruturação e interessante património natural, construído e
cultural (e.g. enogastronomia);
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A rede de percursos, baseada no mármore e na actividade mineira aí instalada, pretende assumir
uma grande importância na conservação, preservação e divulgação do património e no contacto
directo com as suas gentes, potenciando o desenvolvimento sustentável da região, nomeadamente:
- divulgação da Geologia, com base no anticlinal de Estremoz, essencialmente carbonatado
e envolvido por formações «xistosas», onde são observáveis diversas litologias (Pré-
Câmbrico-Cenozóico) e inúmeras estruturas geológicas, graças à excelente exposição
proporcionada pela intensa actividade mineira presente;
- necessidade de intervenção na valorização dos produtos e subprodutos locais,
dinamizando sectores económicos locais de uma forma integrada e sustentável,
nomeadamente mediante promoção do mármore, como recurso geológico ímpar;
- contribuição para a educação ambiental ao ar livre, promovendo a descoberta da
Natureza, de cada um dos participantes e de valores cada vez mais secundarizados;
- expansão do potencial do turismo de natureza, cultural e industrial de forma
sustentada, mediante condução dos geoturistas por trilhos, evitando a degradação de
zonas circundantes sensíveis;
- implementação de estruturas e acções de apoio ao desenvolvimento da animação
turística, dada a necessidade de infra-estruturas para dinamização de iniciativas privadas
geradoras de emprego local.
O projecto visa igualmente estreitar as relações da população residente com o meio envolvente,
nomeadamente através dos seguintes propósitos:
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- recuperação da tradição de percorrer o campo por antigas veredas, retomando antigas
ligações entre povoações e redescobrindo velhas rotas de peregrinação;
- sensibilização para antigos e novos hábitos, nomeadamente na população mais jovem,
mediante promoção de saudáveis actividades de ar livre que possibilite m uma ligação mais
forte ao território, através de uma visão abrangente do mesmo, do ponto de vista
temático e espacial.
4. Os percursos/trilhos
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- Concelho de Estremoz: 8 circuitos;
- Concelho de Borba: 4 circuitos;
- Concelho de Vila Viçosa: 8 circuitos.
Borba
Vila Viçosa
Estremoz
São disponibilizados mais de 400 km de trilhos, distribuídos por circuitos urbanos, rurais e
mistos (os maiores centros urbanos da região funcionam como pontos de partida e chegada da
maioria dos itinerários) que possibilitam dar a conhecer, de uma forma integrada, a Zona dos
Mármores:
a) percursos urbanos:
- articulação entre o património geológico e o património construído e cultural,
contribuindo para a divulgação da região e de toda a sua riqueza (e.g. geologia,
arquitectura, sociedade);
- observação da utilização de rochas ornamentais, nomeadamente mármore, em
Estremoz, Borba e Vila Viçosa (e.g. calçadas, igrejas, palácios, castelos, tabernas);
- possibilidade de saborear a enogastronomia alentejana em tabernas e
restaurantes tradicionais e de conhecer o artesanato da região, entre outros
aspectos;
b) percursos rurais:
- centrados na geologia e na actividade mineira, proporcionam o contacto directo
com o património natural da região e contribuem para a divulgação do mármore e
da indústria de rochas ornamentais (e.g. pedreiras e serrações, propriedades da
matéria-prima, importância económica, ambiente);
- fruição sustentada de interessantes paisagens alentejanas, onde convivem olivais,
montados, vinhas, zonas fortemente industrializadas e habitats de muitas
espécies da fauna portuguesa;
- nível de dificuldade variável, face à topografia, piso e distância;
c) percursos mistos:
- percorrem espaços urbanos, como sedes de Concelho e núcleos urbanos menos
importantes (e.g. Veiros, Arcos, Bencatel), e a sua envolvente rural, mais ou menos
humanizada.
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A rede de circuitos trilha e visita inúmeros espaços característicos da região (e.g. pedreiras,
serrações, escombreiras, fornos de cal, olivais, montados, vinhas, searas, oradas, núcleos
urbanos, tabernas), abordando diversas temáticas características da região (e.g. à descoberta de
Vila Viçosa, Borba e Estremoz; entre olivais, montados e pedreiras; à descoberta da cal; a rota
das tabernas; pela Serra d´Ossa; através dos mármores; entre vinhedos e petiscos).
A sua implementação permitirá captar turistas para a região e aumentar o seu tempo de
permanência, através de usufruto, de uma forma sustentada, do património único da Zona dos
Mármores, região que oferece condições ideais para a prática de actividades ao ar livre.
5. Observações finais
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O desenvolvimento deste projecto conduzirá à produção de diversos outputs (e.g. brochuras,
guias, CD-ROM, SIG, website), à criação e implementação de sinalização uniforme normalizada, a
acções de divulgação, promoção e formação, e à infra-estruturação de espaços.
A terminar, refira-se a futura ligação a outras redes e percursos em fase de definição bastante
avançada, visando a criação de uma rede regional de atravessamento do Alentejo, centrada no
património geológico regional.