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SUMÁRIO

ECONOMIA CIRCULAR: PRINCÍPIOS E CONCEITOS ............................................................................ 5

ECONOMIA LINEAR VERSUS ECONOMIA CIRCULAR ..................................................................................5


PRINCÍPIOS DA ECONOMIA CIRCULAR ........................................................................................................7
INFLUÊNCIAS TEÓRICAS E MÚLTIPLAS ABORDAGENS ......................................................................... 11
ECONOMIA CIRCULAR E AGENDA MUNDIAL .......................................................................................... 14
DESENVOLVIMENTO E AVANÇOS EM UMA PERSPECTIVA LEGAL: CHINA E UNIÃO EUROPEIA ... 19
China .......................................................................................................................................... 19
União Europeia ......................................................................................................................... 20

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 24

BIBLIOGRAFIA COMENTADA .............................................................................................................. 35

PROFESSORES-AUTORES ..................................................................................................................... 37
ECONOMIA CIRCULAR: PRINCÍPIOS
E CONCEITOS

Este curso apresenta os principais elementos que demandam mudanças no sistema corrente
de relações socioeconômicas e introduz as origens conceituais e teóricas que contribuíram para a
formação das bases da Economia Circular. Destaca as escolas e os pensamentos que compõem e
caracterizam esse sistema. Faz um resgate histórico dos principais temas e das suas evoluções no
cenário mundial no tocante aos temas socioambientais. Faz também o alinhamento da agenda
global nas últimas décadas com a temática da circularidade. Descreve como alguns países, com
destaque para a China e a União Europeia, iniciaram mudanças nos processos vigentes rumo a
alternativas que tentem responder sobretudo às demandas socioambientais pela visão normativa.
Dessa forma, o curso se inicia pelo contexto do sistema linear de produção e de consumo e
as respectivas consequências dele derivadas. Introduz a lógica do sistema circular com as influências
de pensamentos e as abordagens conceituais que formam a sua base estruturante. Faz o resgate
histórico dos temas socioambientais na esfera dos negócios com alocação na pauta mundial e finaliza
apresentando o que tem sido feito em relação à Economia Circular pela vertente normativa em
algumas regiões.

Economia Linear versus Economia Circular


As bases de produção da economia que ainda se apresentam em larga escala em nível mundial,
com origens na Revolução Industrial, estão distribuídas em um fluxo linear no qual as matérias-
primas são extraídas da natureza, processadas e transformadas em produtos/bens que são
disponibilizados para consumo e, na sequência, são descartados.
Esse fluxo tem sido denominado como take-make-use-dispose, que significa extrair-processar-
usar-descartar. Nesse formato, foram considerados pressupostos incompatíveis com a realidade, em
que a natureza seria uma constante e eterna fonte de recursos, assim como conseguiria absorver toda
a carga de poluição e rejeitos gerados. Adicionalmente, o aumento da população e o aumento do
consumo – fruto de um maior poder aquisitivo da classe média, sobretudo nos chamados mercados
emergentes, e da cultura do consumo descartável, em que até bens tidos como duráveis são
substituídos cada vez em menor prazo de tempo – são fatores que estão elevando a pressão,
promovendo um acelerado esgotamento de diversas fontes de recursos e causando um gigantesco
acúmulo de materiais rejeitados em todo o planeta (ADAMS et al., 2017; LIEDER; RASHID,
2016; PRESTON, 2012). Os impactos gerados são de toda ordem.
O relatório The Circularity Gap (WIT et al., 2019) traz números impressionantes quanto às
demandas de recursos naturais. Em sete décadas, entre 1900 e 1970, foram extraídos 26,7 Gt de
recursos do planeta. A demanda por esses recursos nas cinco décadas seguintes foi quase três vezes
e meia maior. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a população, que era de
5,7 bilhões de habitantes em 1995, deve passar dos atuais 7,2 bilhões de pessoas para 9,6 bilhões
em 2050 (ONU, 2019), significando mais 1 bilhão de habitantes só nos próximos doze anos – uma
considerável pressão por mais consumo de recursos. Com o aumento da população e a consequente
necessidade de fazer frente ao aumento do consumo, as previsões apontam para quantidades acima
de 170 Gt para os próximos trinta anos, o que, em relação à década de 1970, representará um
aumento seis vezes acima da quantidade de recursos extraídos. Entretanto, os recursos naturais,
ainda que renováveis, não conseguem se recompor na mesma velocidade.
Diversos estudos e relatórios das mais diferentes organizações mundiais indicam que, a cada
ano que passa, “[...] vivemos em um mundo mais perigoso, com mais gente, mais consumo, mais
desperdício e mais pobreza, mas também com menos biodiversidade, menos água potável e menos
recursos” (HÉRIZ, 2018, p. 19, tradução livre).
É possível concluir que os desafios para fazer frente a todas as necessidades de consumo dessa
massa populacional, se mantidas as premissas do modelo linear de extração-processamento-uso-
descarte, serão incompatíveis e insuficientes com a capacidade de fornecimento e de reabsorção do
meio ambiente. Outro ponto de extrema relevância é a geração de resíduos provocada pelo modelo
vigente. Não só o alto consumo como também os seus padrões fomentam o rápido descarte e a
compra de novos produtos a todo instante, mesmo que por questões não funcionais, como estéticas,
por exemplo, trazem problemas sensíveis quanto ao descarte de materiais – o elevado desperdício
de recursos que representa não só altos custos econômicos como acarreta forte pressão social e
altíssimos impactos ambientais.
Há que se buscar alternativas que sejam exequíveis, que permitam ao mesmo tempo o
desenvolvimento dos mercados, com crescimento econômico e melhorias qualitativas na esfera
social, sem causar danos e degradações ao meio ambiente. É nesse âmbito que a Economia Circular
tem sido apontada como um sistema passível de promover o desenvolvimento dos negócios e de
tentar responder às demandas não completa ou suficientemente endereçadas pelas práticas de
sustentabilidade, mas em uma dinâmica baseada em restauração e regeneração dos ecossistemas
(BONCIU, 2014; GHISELLINI; CIALANI; ULGIATI, 2016).

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As medidas fomentadas nas muitas ações de sustentabilidade foram muito importantes para
despertar, no mundo empresarial e no mercado como um todo, a consciência e a necessidade de
mudanças para além da visão puramente econômica. Contudo, as práticas de sustentabilidade
implementadas nas diferentes vertentes operacionais não conseguiram resolver ou eliminar os
problemas justamente porque a essência do sistema está centrada no fluxo linear. Dessa forma, as
medidas de redução, de minimização dos impactos ou mesmo as suas compensações não
representaram o ponto de inflexão necessário ao tamanho do ajuste.
Operar em sistema circular em que a lógica empregada passa a ser consideravelmente
diferente daquela então utilizada pela economia linear configura um desafio ao mercado, aos
gestores e aos consumidores.
Antes de pensar nos fluxos de materiais, a Economia Circular provoca uma revisão de todas
as etapas, necessidades, funcionalidades e relações. Isto porque é necessário todo um repensar de
uso do bem e dos processos produtivos, não de forma isolada, mas sim em cadeia. Não basta
trabalhar apenas nos elementos de pós-consumo como muito se apregoa pelas ações de
sustentabilidade. Propor soluções somente ao final do processo de consumo não é suficiente uma
vez que resta uma grande exigência de recursos para fazer frente a toda demanda de processamentos
que provocam a escassez e a volatilidade de custos dos recursos finitos.

Princípios da Economia Circular


Várias são as formas de apresentar a Economia Circular. Na literatura já é possível encontrar
uma gama de definições (GHISELLINI; CIALANI; ULGIATI, 2016; KIRCHHERR; REIKE;
HEKKERT, 2017; KORHONEN et al., 2018; KORHONEN; HONKASALO; SEPPÄLÄ, 2018),
entretanto, todas elas convergem para uma conceituação em que os princípios são norteados por:
i. conceber produtos, serviços e modelos de negócio que excluam a produção de resíduos e
de poluição (por exemplo, materiais tóxicos);
ii. manter produtos e materiais em utilização, preferencialmente no seu valor econômico e
utilitário mais elevado, pelo máximo tempo possível e
iii. garantir a regeneração dos recursos materiais utilizados e dos sistemas naturais subjacentes
(COMISSÃO EUROPEIA, 2015).

Em consonância, também contemplam as necessidades de:


1) preservar e aumentar o capital natural, sendo fundamental controlar os estoques finitos e
equilibrar o uso de recursos renováveis;
2) otimizar a produção com recursos, em que a ênfase se dá em circular produtos e materiais
com o máximo de utilização (ciclo técnico e ciclo biológico) e
3) fomentar a eficácia do sistema, pela eliminação de externalidades negativas dos processos
(EMF, 2013).

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Figura 1 – Representação da Economia Circular.

Fonte: CE, 2014a.

A figura 1 ilustra os princípios da Economia Circular cuja ideia claramente apresentada está
centrada no maior uso dos recursos. O desenho de processos e de produtos é a fase inicial em que
a funcionalidade é a parte chave do sistema. Na sequência, a produção deve prever e permitir que
o bem possa ser processado e reprocessado com o menor uso de recursos (sendo materiais, energia
e tempo). A logística auxilia na otimização tanto do fluxo direto como dos fluxos reversos. A fase
do consumo deve ser a mais alongada possível, em que o produto/bem permenece pelo maior tempo
possível em funcionamento, para que seja utilizada toda a sua capacidade ao longo da vida útil,
permanecendo assim no valor máximo. A reciclagem é uma etapa importante, mas deve ser a última
medida, após todas as anteriores já terem sido esgotadas (essa condição é melhor explorada na figura
a seguir, sobre os fluxos de materiais). A seta representa o material efetivamente inapto para
reaproveitamento, que é então a parcela a ser rejeitada. Deve ser a menor parte, a fim de reintegrar
a maior quantidade de recursos em novos ciclos. Para isso, o Design é muito importante, pois é na
fase de Concepção que deverão ser previstos todos os materiais a serem introduzidos no produto
bem como as suas durabilidades, as suas capacidades de reúso e de reparação e, por fim, de
reciclagem, sem a geração de resíduos em todas as fases do processo.

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Figura 2 – Fluxo de materiais na Economia Circular.

Fonte: EMF, 2015a.

Os princípios da circularidade devem ser aplicados tanto na produção que envolva o chamado
ciclo biológico (no caso de produtos com origem agrícola e animal com viés mais de consumo)
quanto o denominado ciclo técnico (de produtos mais destinados ao uso). Na figura 2, é possível
verificar o emprego dos três princípios apresentados na definição, segundo a Ellen Macarthur
Foundation (2015a), em que o ciclo biológico (lado esquerdo da figura) tem, na sua vertente
central, o início do fluxo que deve repensar o tipo de recurso a ser introduzido (de origens
renováveis, com tipo de exploração de baixo impacto ambiental, que preveja a regeneração do
ecossistema em que está inserido, com vistas a não causar danos ao estoque desses recursos). Após
percorrer os diferentes agentes da cadeia até o pós-consumo, deve ser possível reabsorver os
elementos restantes, como previsto no aproveitamento em cascata. Um exemplo seria um simples
cafezinho, tendo o grão de café passado por todas as fases no modelo linear, em que após utilizado
na produção da bebida gera um resíduo que, na maioria das vezes, é descartado. No modelo circular,
a borra de café pode ser utilizada na produção de novas culturas, como a de cogumelos, em que a
resultante desse processo, que também poderia ser um resíduo após a retirada do produto, é um
material rico em proteínas que pode ser empregado na fabricação de ração para alimentação animal.
Tem-se o início de um novo ciclo em outra cadeia. O importante é destacar que, o que antes era

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considerado como resíduo na Cadeia Linear, sem conferir nenhum valor, agora na Cadeia Circular
passa a representar um recurso que possibilita a geração de receitas. Quando os resíduos não forem
mais passíveis de utilização, devem seguir para processos que permitam ainda a sua transformação
em compostos orgânicos ou para utilização na indústria bioquímica ou para geração de energia. Em
última instância, retornam para o ecossistema em forma de nutrientes orgânicos.
Para o Ciclo Técnico (lado direito da figura) são os mesmos princípios, em que o conceito
deve ser empregado para que o produto seja utilizado pela sua capacidade plena (um automóvel não
é utilizado em 100% da sua capacidade porque fica muito tempo estacionado, por exemplo, ao
passo que foi projetado para fazer muitos quilômetros a mais do que efetivamente realiza). No
modelo circular, o produto não precisa ser usado somente por um usuário, para que a sua
capacidade plena de utilização seja atingida, pois pode haver compartilhamento no uso do bem. Se,
para manter o produto em funcionamento for necessária a manutenção, o próprio consumidor
poderá fazê-lo. Se isso não for possível, ele terá de acionar um prestador de serviço para proceder à
reparação. Já haverá a necessidade de adicionar novos recursos, como transporte, energia, tempo, o
que confere também um custo adicional. Entretanto, se o produto não interessar mais ao
consumidor, ainda que esteja em boas condições de funcionalidade, pode ser usado como produto
de segunda mão. Depois de esgotadas as etapas de utilização máxima, o produto pós-consumo
deverá voltar ao fabricante, mediante logística reversa, que procederá à remanufatura e à posterior
reintrodução do produto no mercado, possibilitando a ele mais um ciclo de uso. Nesse fluxo são
empregados mais recursos e mais tempo, com mais mão de obra e mais serviços para viabilizar a
reintrodução do produto no mercado. Os custos envolvidos são mais elevados e o valor do bem é
inferior ao valor original. Por fim, só depois de atendidas todas as possibilidades dos fluxos
anteriores, quando não há mais alternativas para a reutilização total ou parcial do produto, este deve
então seguir para a reciclagem.
Cada vez que um produto precisar percorrer qualquer um dos fluxos, ainda que seja para
reparo, há a necessidade de introduzir energia e custos associados, ou seja, o bem passa a perder
valor. No caso da reciclagem, isto é mais evidente, uma vez que o bem será desmanchado, as suas
partes serão distribuídas e reaplicadas, quando possível na mesma linha ou então em outras linhas
de produção, com perdas associadas de valor, com forte demanda em logística e novos esforços de
trabalho e energia. É possível notar que o ponto central do modelo da Economia Circular recai
num formato bastante diferente daquele até então praticado pela Economia Linear, porque o uso
dos recursos é determinado para o seu máximo possível, não só na parte de reciclagem pós-consumo.
A Economia Circular, mais que promover ciclos sucessivos, parte da base de uma regeneração (ciclo
biológico) e de uma restauração (ciclo técnico) dos recursos. Ela opera pela não geração de resíduos
e pela minimização dos impactos socioambientais, muito orientada pela forma como a natureza
atua, ou seja, sem excessos, sem desperdícios e sem resíduos.

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Influências teóricas e múltiplas abordagens
A Economia Circular se tornou um termo em evidência nos últimos anos, embora não seja
um conceito novo. A estratégia de operação em sistemas por fluxos ou por ciclos vem sendo
apresentada por séculos, não só pelos modelos econômicos, mas também nas áreas de Química e
Biologia, por exemplo. Contudo, trata-se de um conceito em construção por estar inserido em um
contexto específico, com demandas não pertinentes aos tempos remotos (KORHONEN et al.,
2018). O modelo agora proposto não está atrelado exclusivamente a uma única autoria e tem
inspiração em diferentes abordagens conceituais, o que lhe confere um caráter de ampla dispersão
pelas inter, multi e transdisciplinaridade.
A ideia de pensar uma organização tal qual um organismo vivo (como na biologia) está
presente nas teorias da Administração desde a Teoria Geral de Sistemas em que as
unidades/empresas/organizações são entendidas como partes de um todo, comportando-se de forma
dinâmica, inter-relacionada e interdependente. A Ecologia Industrial propõe que os ecossistemas
industriais funcionem analogamente aos ecossistemas biológicos e que o sistema de produção e de
consumo opere em uma evolução compatível com a biosfera (LIFSET; GRAEDEL, 2002). São
elementos estruturantes dessa teoria a maneira como cada material (ou conjunto de materiais) flui
pelo ecossistema; a busca por alternativas que otimizem o fluxo de materiais diante da relação meio
ambiente-indústria e, por fim, o avanço da coordenação entre empresas com a finalidade de
melhorar o aproveitamento de recursos entre elas.
Percebe-se assim que a Ecologia Industrial é um pilar fortemente presente na base da
estrutura da Economia Circular quando relaciona a necessidade de preservação de recursos com
a redução dos impactos ambientais derivados dos processos de produção a partir do estudo dos
fluxos de materiais e de energia em atividades industriais e de consumo, dos seus efeitos no meio
ambiente e das influências econômicas, políticas, regulatórias e sociais diante do uso e da
transformação desses recursos.
A importância do tratamento de materiais, tanto derivados de processos biológicos como de
componentes técnicos, com as respectivas extensões de períodos de utilização, vem da referência
estabelecida na abordagem do re-design que consta no conceito cradle to cradle (do berço ao berço)
(MCDONOUGH; BRAUNGART, 2013) em que os nutrientes ou componentes derivados de um
processo devem servir de insumos para o mesmo processo, quando possível, ou seguir para novas
linhas de processamento. Trata-se de um conceito que não está baseado na eficiência, mas na
eficácia ou na efetividade, isso quer dizer, operar não de forma a realizar mais produção com menos
recursos, mas operar de forma ótima, sem desperdício de qualquer um dos recursos necessários ao
processo. Adicionalmente, as organizações devem realizar as atividades tendo em conta a
regeneração (biosfera) ou a restauração (tecnosfera) constante e progressiva de todos os materiais.
Essa filosofia assume ser necessário mudar o sistema de produção por meio do design, desde a origem
e o planejamento dos processos para que o produto e todos os seus componentes possam voltar a

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ser reutilizados com a manutenção de uso e a reutilização em processos posteriores, mantendo o
máximo valor pelo máximo de tempo possível.
Outra vertente muito destacada na Economia Circular vem das definições contidas na
Perfomance Economy (Economia de Desempenho) (STAHEL, 2016). Trata-se de um conjunto de
objetivos que visam a expandir as fronteiras negociais em que o foco principal não está na venda
propriamente do produto/bem, mas na prestação da função que o produto exerce, sendo que tal
prestação funcional deve ser medida pela melhor e mais alta performance possível. Com isso, é
necessária a estruturação de novos sistemas com destaque para o design, a inovação tanto comercial
quanto tecnológica e o desenvolvimento de novos modelos de negócio. Tem como base a extensão
de vida dos produtos com bens voltados à longa duração além da previsibilidade de
recondicionamento do bem. Parte fundamental na elaboração do projeto é a prevenção de resíduos.
Na concepção dessa abordagem, o fabricante mantém a propriedade do produto/bem e dos seus
recursos incorporados ficando com a responsabilidade pelos custos de riscos e de desperdícios.
Trabalha na perspectiva cíclica, ilustrada como um laço, cujo objetivo seria trazer de volta bens ou,
em última análise, moléculas, para um novo uso no chamado ciclo fechado em que os bens
retornariam sempre ao processo. Dá-se pela venda do serviço que pode variar entre aluguel,
arrendamento e compartilhamento. Além do design e da reutilização, a Economia de Desempenho
se concentra em soluções em vez de produtos. Ela determina que a riqueza da sociedade (em igual
proporção de quantidade e qualidade) pode ser aumentada mediante a gestão inteligente dos
recursos: capital natural, capital humano, capital cultural, capital de produção e capital financeiro
(STAHEL, 2019).
Adicionalmente, nota-se a inspiração nos princípios do Capitalismo Natural que prega o
equilíbrio entre o ambiente e a sociedade pela sustentação econômica justa. Nesse sentido, a
abordagem sistêmica é o fio condutor para possibilitar o aumento da produtividade dos recursos
naturais; utiliza o olhar atento aos modelos da natureza para a réplica nos modelos de produção;
também adota modelos de negócios baseados nos fluxos de serviço e, por fim, preconiza o
reinvestimento em capital natural para a restauração, a sustentação e a expansão dos ecossistemas, caso
contrário, pela escassez e pela limitação de recursos naturais, não haverá prosperidade socioeconômica
no futuro. Importa destacar que essa linha não fica reduzida ao cuidado dos recursos naturais, mas
sustenta a demanda em incorporar os preços dos serviços prestados pela natureza nas contas, o que
causaria um forte impacto socioeconômico (HAWKEN; LOVINS; LOVINS, 2002).
A proposta de soluções sustentáveis inovadoras aos problemas da humanidade tendo a
natureza como modelo perfeito e ótimo vem da Biomimética, em que os modelos existentes na
natureza podem contribuir, por analogia funcional, padrões geométricos e modelagens
matemáticas, para o desenvolvimento sustentável (BENYUS, 1997). A tentativa de buscar
inspiração e, mais do que isso, aplicar soluções baseadas ou mesmo copiadas da natureza não é algo
novo. Desde os primórdios da humanidade que muitos pesquisadores, cientistas e até amadores
observam e imitam os modelos naturais. Foi no final dos anos 1990 que houve um maior

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reconhecimento da natureza como mestre absoluta por possuir organismos que vivem no planeta
há milhares de anos, que seguem se desenvolvendo e se adaptando para sobreviver, constituindo
um exemplo real, verdadeiro e único que tem funcionado a longo prazo.
As ideias contidas na chamada Blue Economy (Economia Azul – porque a Terra vista do
espaço é dessa cor) são baseadas na dinâmica dos ecossistemas, com longos ciclos de vida em que os
recursos naturais são usados de forma racional e não permitem a geração de resíduos. Ela parte de
soluções físicas usando sistemas naturais com nutrientes em cascata e racionalidade energética.
Propaga que, se essas considerações forem aplicadas de forma inteligente nas estruturas da
economia, com uso racional e consciente no aproveitamento dos recursos, tal como o
funcionamento dos ecossistemas, a solução para os problemas das organizações e da sociedade seria
mais simples. Ela tem um caráter mais amplo que a chamada Economia Verde (detalhada no
próximo tópico), pois trabalha pela resposta às necessidades básicas com aquilo que está disponível,
introduzindo inovações inspiradas na natureza com vistas a gerar múltiplos benefícios, incluindo
trabalho e capital social e atesta que a riqueza está na biodiversidade (PAULI, 2010).
A Economia Ecológica tem como pressuposto que a fonte geradora de valor é a terra, ou seja,
busca estabelecer um valor monetário para os bens e os serviços da natureza, com destaque para os
fluxos e os contrafluxos de energia uma vez que há uma perda contínua e gradual no processo de
produção segundo a aplicação da termodinâmica, tanto pela lei de conservação da matéria (quanto
mais matéria for extraída, mais resíduos serão gerados) como pela lei da entropia (que impõe limites
para as possibilidades de reciclagem dentro do sistema uma vez que os resíduos não recuperáveis
tendem a aumentar) (GEORGESCU-ROEGEN, 1986). Nesse sentido, a relação entrópica do
processo econômico é representada pela degradação dos recursos naturais e pela poluição que
impacta diretamente o meio ambiente. Um grande expoente dessa teoria foi Nicholas Georgescu-
Roegen que via a humanidade como principal responsável pelo aumento da entropia (pela extração
de recursos e a deposição de resíduos) em que a solução para os problemas ambientais não residia
na formulação de preços, mas em novos estilos de vida, com menos consumismo, produção e uso
de bens mais duráveis e intensificação de reciclagem.
Existem também algumas interpretações que reconhecem as correntes econômicas do
Degrowth (Decrescimento) e do Steady State (Estado Estacionário) nos princípios da Economia
Circular porque não seria possível suportar eternamente um crescimento, chegando a um ponto em
que a acumulação de estoques passa a ser nula e os fluxos de entrada e saída do sistema são iguais.
Tem-se assim um estoque constante de riquezas denominado estado estacionário (DALY; FARLEY,
2011). A Teoria do Decrescimento reconhece que o comportamento da sociedade pela busca do
crescimento é totalmente incompatível com os limites do meio ambiente, o que provoca crises
ambientais. Ou seja, é necessário haver um processo de decrescimento material e uma mudança que
passe a contemplar a riqueza a partir de outros indicadores voltados à preservação e à viabilidade
ecológica e de justiça social (LATOUCHE, 2009). Dentre os pontos de similaridade com a
Economia Circular estão a delimitação em se operar nas fronteiras ecológicas do meio ambiente, a

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necessidade em desacelerar os fluxos de materiais e a substituição de indústrias altamente
dependentes em recursos fósseis por recursos renováveis.
Todas essas abordagens proporcionaram ricos elementos, que congregados são a base
formativa do conceito da Economia Circular que tem como essência a restauração e a regeneração
dos sistemas, com uso ótimo dos recursos, sem a geração de resíduos ou de desperdícios, em todas
as fases do processo e da cadeia, tendo como principal modelo a natureza, em que tudo é
transformado e reprocessado, sem ineficiência.
É curioso notar que, mesmo com tantas influências, com aspectos tão diversos e com
características de olhares pertinentes a áreas tão distintas como a Arquitetura, a Biologia, a
Engenharia, a Economia e as Ciências Ambientais, entre outras, há uma confluência de ideias que
convergem e perseguem o mesmo fim. Ou seja, a Economia Circular deriva de um conjunto de
teorias, sistemas e elementos que buscam atuar em múltiplas frentes que visam a um resultado bem
mais benéfico sistemicamente do que aquele até então conseguido pela aplicação do sistema de
produção linear.

Economia Circular e Agenda Mundial


Para que se posicione a Economia Circular frente ao contexto mundial, é preciso visitar os
conceitos e os movimentos trabalhados em esfera mundial nas últimas décadas.
Os ideais de sustentabilidade foram inseridos em diversos âmbitos, que evoluíram ao longo
dos anos, somados a outros valores ao longo das três últimas décadas do século XX. Inicialmente
havia uma total separação entre ações das organizações (sobretudo das empresas com forte ênfase
em lucro) entre as suas atividades-fim e ações menores de filantropia, muito visíveis na Teoria dos
Acionistas (FRIEDMAN, 2002) em que era apresentada a Responsabilidade Social de uma
empresa, a maximização do seu lucro. Nesse formato, estava sendo trabalhada a percepção de que
quanto mais lucro fosse promovido, mais a sociedade estaria sendo beneficiada com o pagamento
dos impostos e com a geração de empregos, entre outros. Porém, não eram consideradas questões
relevantes, como a geração de externalidades negativas. Na sequência, a Teoria dos Stakeholders veio
contrapor a teoria anterior. Foi estabelecido que era preciso contemplar um conjunto mais amplo
de agentes, não só os diretamente afeitos a uma organização. Quer dizer, a responsabilidade social
de uma organização deve trabalhar com todos aqueles que são afetados ou afetam, direta ou
indiretamente, um negócio ou uma organização (FREEMAN, 1984). Seguiu-se toda uma discussão
com relação ao meio ambiente ser ou não um stakeholder (uma parte interessada) dado que afeta e é
fortemente afetado pelas atividades das organizações. Foi atribuída a possibilidade de sub-rogação
de direitos (instrumento jurídico que permitiu que entidades, organizações não governamentais
(ONGs) ou mesmo pessoas físicas passassem a representar questões objetivas, uma vez que o meio
ambiente não estava constituído por personalidade jurídica).

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Havia uma profusão de estudos e trabalhos que buscavam introduzir questões de cunho
social e outros na vertente ambiental nas esferas e nas responsabilizações organizacionais pela
vertente econômica. O conceito de desenvolvimento sustentável foi cunhado em 1987. Antes disso,
havia um entendimento intercambiado entre crescimento e desenvolvimento. Após essa data,
passou-se a atribuir crescimento às questões quantitativas e desenvolvimento às questões
qualitativas. Tal conceito apontou ser necessário que o mercado atuasse de forma a “[...] suprir as
necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas”
(WCED, 1987, p. 9), permitindo assim entendimento amplo e abstrato, tendo sido alvo de
muitas críticas e diferentes interpretações. Em essência, a ideia está em apresentar tal conceito
pelas premissas das condições ecológicas, como necessidade ao suporte da vida humana (LÉLÉ,
1991). Um ponto sensível reside na incorporação de critérios morais de responsabilização, em
que é necessário fazer uso racional dos recursos, a fim de preservá-los para que as gerações
vindouras também o possam fazer (BARBIERI, 2009). Ou seja, a ideia de que se a sociedade e as
organizações não respeitarem essa máxima, não haverá recursos para serem explorados e usados
no futuro. Tal conceito também passou a ser largamente atrelado às dinâmicas do mercado, sendo
até os dias atuais utilizado como missão a ser perseguida.
Foi na conferência conhecida como Eco 92, sediada no Rio de Janeiro, no ano de 1992, tendo
como principal resultante o documento intitulado Agenda 21, que ficou estabelecida uma
convergência entre todas as diferentes abordagens e passou-se a adotar que não há dissociação entre
promoção de atividade econômica com fatores afeitos à sociedade e ao meio ambiente, sendo
imperativo frear o processo de degradação ambiental. Um entendimento que foi largamente
apregoado nesse período foi o chamado Triple Botton Line (correntemente conhecido como tripé da
sustentabilidade) em que só seria viável pensar em um avanço quando houvesse equilíbrio entre os três
pilares estruturantes: social, econômico e ambiental (ELKINGTON, 2011). Contudo, é preciso
salientar que sustentabilidade e desenvolvimento sustentável não possuem o mesmo significado, embora
na maioria das aplicações os dois temas sejam colocados em patamares de igualdade. Desenvolvimento
sustentável é o objetivo a ser almejado em uma visão de muito longo prazo.
Outro conceito necessário à base de posicionamento para a Economia Circular é o de
ecodesenvolvimento, que foi originado nas discussões da primeira Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente, em 1972. O conceito aqui pretendido, inicialmente apresentado por
Maurice Strong, e posteriormente ampliado por Ignacy Sachs, enfatizava a preservação de recursos
e do meio ambiente pela incorporação conjunta de variáveis sociais, culturais e éticas, além das
econômicas. Desse termo houve a derivação para a chamada economia verde, conceito apresentado
pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em 2008 2. A economia verde
trata de um conjunto de ações que visam à promoção de uma economia com crescimento pleno,
que propicie o bem-estar social, e com vistas à redução dos riscos ambientais e à conservação do

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Para mais informações, acesse: https://nacoesunidas.org/agencia/onumeioambiente/

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meio natural. Assim, a economia verde busca conciliar a noção de produção de baixo carbono, o
uso eficiente e sustentável dos recursos naturais e a inclusão social. Naquela época, era corrente o
uso da nomenclatura economia marrom (em uma abordagem de produção baseada em alto emprego
de combustíveis fósseis com muita emissão de poluentes, com ações e práticas não responsáveis
ambientalmente, as quais não estavam alinhadas com o bem-estar social e a conservação de
recursos). Desde então, foram muitos os organismos que promoveram uma maior abordagem na
direção de se desenvolver essa linha, tais como a ONU, a Agência Europeia do Ambiente e o Banco
Mundial, entre outros.
A ONU tem um papel de extrema relevância no cenário mundial, porque coloca em discussão
temas de impacto e proporções gerais, amplos e com causas e consequências que perpassam por
muitos países, em todas as regiões do planeta. Ao longo da década de 1990, muitas foram as
conferências que debateram temas específicos e, no ano 2000, 192 países assinaram a chamada
Declaração do Milênio, que apresentou um conjunto de oito objetivos, identificados como
Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (KI-MOON, 2013), também conhecidos como 8 jeitos de
mudar o mundo. Esse pacto tinha como interesse principal fomentar que os países signatários, por
meio das suas estratégias, políticas e ações locais, trabalhassem rumo a um desenvolvimento que
contemplasse o alcance dos oito objetivos até o ano de 2015. Esses objetivos visavam a promover
melhorias na qualidade de vida e respeito ao meio ambiente combatendo a fome, a miséria, a falta
de educação e de ensino básico e reduzindo a mortalidade infantil.
Progressos significativos foram alcançados e, com o intuito de dar sequência a esse projeto
grandioso, em 2015, a ONU ampliou e aprofundou temas em uma nova agenda para mais quinze
anos, tendo definido um total de 17 objetivos com 169 metas interligadas, classificados como
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) (NU, 2017), naquilo que ficou convencionado
como Agenda 2030. Nesse contexto, a agenda foi definida com o propósito de engajar
voluntariamente todas as parcelas sociais, desde governos, ministérios, autarquias e as respectivas
secretarias e departamentos de Estado no setor público, como também atores não estatais, sendo
eles: empresas, ONGs, representantes da sociedade civil, universidades, associações de classe, entre
tantos outros. Além de abordar as três dimensões do Desenvolvimento Sustentável (econômico,
social e ambiental), assumiu a forte necessidade em combater os problemas de desigualdades e a
promover os Direitos Humanos em uma vertente transversal em todos os 17 objetivos.
Entre os muitos fatores que provocam impactos ambientais globais, há uma temática
centralizadora de diversas discussões desde os anos 1980, tratando-se das questões climáticas. Na
busca por frear a quantidade de emissões de poluentes gerada foram estabelecidos acordos e tratados
internacionais com vistas à redução do chamado efeito estufa, que provoca aumentos de
temperatura e reflete um desequilíbrio ambiental com graves consequências socioeconômicas.
Atualmente o documento que rege medidas de redução de emissões de gases de efeito estufa é o
Acordo de Paris (UNFCCC, 2015), aprovado em dezembro de 2015, que visa à contenção do
aquecimento global.

16
Os princípios da Economia Circular, como já apresentado na unidade 1.2, têm como foco o
uso ótimo dos recursos, a preservação e a regeneração dos sistemas naturais e a não geração de
desperdícios e resíduos, a fim de não causar externalidades negativas. É certo que todas as estratégias
e políticas elaboradas e estabelecidas a partir da inclusão dos princípios de circularidade devem
contemplar e respeitar as agendas mundiais. Isso parece simples, entretanto, há diferentes
enquadramentos que acabam por resultar em condicionantes distintas. Tem sido comum o
posicionamento entre alguns autores e estudiosos, ou mesmo entidades, que a Economia Circular
é um nível menor e está contida na Economia Verde. Isso porque, nessa abordagem, a Economia
Circular estaria centrada em operacionalizar os fluxos de recursos e materiais, com entendimentos
restritos à lógica de impacto ambiental. Já a Economia Verde estaria em uma posição de maior
abrangência, não só no quesito de recursos e meio ambiente, mas tendo em conta, além dos critérios
ambientais, os aspectos de cunho social e econômico. Essa é a leitura expressada pela Agência
Europeia do Ambiente (AEA, 2015), que apresenta nos seus relatórios a Economia Circular como
um subnível da Economia Verde, conforme a figura 3.

Figura 3 – A economia verde como quadro da integração


das políticas relativas à utilização de materiais.

Fonte: AEA, 2015.

Na lógica ilustrada na figura 3, a gestão de resíduos (ainda mais voltada para a reciclagem), a
prevenção e a não geração de resíduos mais trabalhadas pelo design e pela modelagem de processos
que potencializam o uso ótimo dos recursos, dentre os princípios de circularidade, seriam
direcionadas para a vertente de redução de impactos ambientais, não contemplando as vertentes
sociais, sendo estas últimas pertencentes à esfera da Economia Verde.

17
Em contrapartida, entende-se que a Economia Circular tanto possui como também reforça
as mesmas ambições contidas nos ODS em nível global. Ou seja, entende-se que, além de trabalhar
na vertente ambiental com ênfase na redução dos impactos nessa área pelas estratégias voltadas para
processos, produtos e serviços, há claramente a redução dos riscos aos seres humanos, com
resultados sobre a saúde e o bem-estar, além de incidir diretamente na eficiência do sistema
econômico (KIRCHHERR; REIKE; HEKKERT, 2017). Assim, a questão ambiental está
intrinsecamente relacionada aos impactos e aos benefícios causados nas vertentes socioeconômicas,
não havendo dissociação entre elas. Essa compreensão está bastante presente, por exemplo, em
relatórios da Organização de Desenvolvimento Industrial das Nações Unidas (United Nations
Industrial Development Organizations – UNIDO): Circular Economy, 2017 (UNIDO, 2017a);
Driving towards circularity, 2017 (UNIDO, 2017b); Addressing the challenge of Marine Plastic Litter
using Circular Economy Methods, 2019 (UNIDO, 2019a); Development of recycling industries within
the UNIDO circular economy approach, 2019 (UNIDO, 2019b). Fica claro o interesse em apoiar a
adoção dos princípios da Economia Circular por parte dessa agência da ONU, sendo um caminho
possível para que se viabilize o atingimento das metas dos ODS.

Figura 4 – Ciclo da Economia Circular versus Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

18
A figura 4 mostra graficamente a relação direta dos 17 ODS com os elementos coloridos
dispostos em círculo frente ao processo de produção também disposto de forma circular com
destaque para as respectivas contribuições nas diferentes etapas operacionais.
Essa mesma abordagem tem sido constatada na literatura acadêmica, que postula que será
por meio da Economia Circular, das suas premissas aplicadas em novos modelos circulares a
possibilidade de concretização do desenvolvimento sustentável em médio e longo prazos
(KORHONEN et al., 2018; KORHONEN; HONKASALO; SEPPÄLÄ, 2018; SAUVÉ;
BERNARD; SLOAN, 2016).

Desenvolvimento e avanços em uma perspectiva legal:


China e União Europeia
Historicamente, desde o início da Revolução Industrial, no final do século XVIII, o mundo
ocidental investiu maciçamente no aumento da produção e, mais adiante, no século XX, no
período pós-guerra, no fomento do superconsumo, sempre pautado na lógica de economia de
extração, processamento, uso e descarte, denominada Economia Linear. Nem todas as regiões, ou
mesmo nem todos os países de uma mesma região, conseguiram alcançar níveis superiores de
evolução socioeconômica.

China
No final do século XX, muitos países que tiveram algum impulso nas suas situações econômico-
financeiras mais favoráveis (chamados de emergentes) passaram a intensificar a busca por um maior
crescimento econômico. Foi o que aconteceu com a China que, em 25 anos, tornou-se um gigante
industrial, conseguiu alavancar a sua posição como sendo a nação com maior crescimento econômico,
estando apenas atrás dos Estados Unidos no ranking mundial de geração de riqueza 3. Todo esse
sistema estruturado em produção e consumo acelerado, com aumento constante da escala,
impulsionado por fenômenos, como a globalização somada com altas pressões em redução de custos,
acabou resultando em fortes degradações ambientais a altíssimos custos sociais. Exatamente quando
o mundo clamava por mudanças urgentes nos mercados para a mitigação e a minimização dos
impactos socioambientais, a China se viu no centro desse debate e ficou taxada como vilã do planeta
com a sua estratégia de hipercrescimento à custa de promoções danosas. Ainda no final da década de
1990, o governo chinês investiu fortemente em pesquisa nos centros universitários e acadêmicos, para
que os estudiosos buscassem alternativas que pudessem proporcionar crescimento econômico sem
causar efeitos colaterais danosos e nocivos à sociedade e ao meio ambiente.

3
Disponível em: https://paises.ibge.gov.br. Acesso em: 18 fev 2020.

19
Foi então que os especialistas chineses identificaram, a partir de leis de reciclagens japonesas e
alemãs (Lei Básica para Estabelecer a Sociedade Baseada na Reciclagem em 2000, no Japão, e Lei de
Gestão de Resíduos de Ciclos Fechados da Alemanha, em 2004), e propuseram o modelo de
Economia Circular com vistas a um melhor uso dos recursos e da energia, sem impedir o crescimento
econômico. Na sequência, o governo chinês converteu as premissas desse modelo em uma estratégia
econômica nacional, introduzindo-a nos últimos três planos quinquenais, tendo adotado, em 2008,
a Lei de Promoção da Economia Circular (CHINA, 2008). Entre os objetivos pretendidos estavam a
transformação dos parques industriais pela promoção de relações simbióticas; a adoção cada vez mais
focada em produção circular com integração de processos, reutilização e reciclagem de materiais e
produtos; a implementação de sistemas circulares para a agricultura, para a indústria e para os serviços
com a otimização dos processos; o foco no crescimento da indústria de reciclagem (múltiplos ciclos)
que visava a reutilizar fluxos de resíduos urbanos e recondicionamento de produtos por meio de uso
de energias renováveis; e, por fim, fomentar os valores circulares para que os cidadãos adotassem
padrões de consumo mais circulares, saudáveis e seguros.
Todo o processo esteve centrado em uma longa atividade de formulação de políticas
direcionadas às tecnologias de produção mais limpas (fortemente enfatizadas no período entre 2000
e 2004), à reutilização de materiais e ao aumento da circulação dos fluxos de recursos. É possível
verificar que a busca por otimização e eficiência dos sistemas produtivos ainda são os pontos de
maior interesse da estratégia chinesa. Uma crítica frequentemente feita por estudiosos é que a
estrutura defendida pelo governo chinês focaliza demasiadamente os meios, sem atentar de forma
suficiente para os fins e as perspectivas da Economia Circular, frequentemente ignorando questões
de escala e consumo sustentáveis (ZHU et al., 2018).

União Europeia
Com relação aos países europeus, a política ambiental pertinente à União Europeia parece ser
uma das mais ambiciosas (HÉRIZ, 2018). Contudo, nem sempre foi assim. Em uma revisão
temporal, nota-se que até o período que se seguiu ao pós-guerra, as questões relativas ao meio
ambiente não estavam contempladas nas referências da legislação. Foi a partir de 1987 que se
estabeleceu o marco jurídico com a definição do Ato Único Europeu (CEE, 1987), que passou a
orientar e a reger toda a política ambiental para os estados-membros. Com essa aprovação houve
maior ênfase na institucionalização da política ambiental comum a todos os países participantes
cujo objetivo era preservar a qualidade do meio ambiente, proteger a saúde humana e garantir o
uso racional dos recursos naturais (UE, 1992).
Daí em diante, o meio ambiente foi objeto de centenas de textos legislativos comuns à União
Europeia com vistas à proteção ambiental, por meio de avanços setoriais para promover o
desenvolvimento sustentável. Já na década de 1990, foi possível verificar uma evolução substancial
nas estratégias políticas ambientais, principalmente depois da criação da Agência Europeia do

20
Ambiente (CEE, 1990). Com o fomento dos incrementos e das mudanças nas questões do meio
ambiente, novos instrumentos passaram a ser adotados, além dos instrumentos puramente legais,
tais como instrumentos econômicos, levando o mercado a enxergar as variáveis ambientais em outro
patamar, sobretudo conferindo valor aos recursos.
É preciso indicar que a dinâmica estrutural da União Europeia é baseada em soft-law, ou
seja, em um formato que estabelece um sistema normativo comum que deve ser alcançado,
inclusive perante as metas estabelecidas. Mas como os países-membros possuem independência e
soberania interna, cada um define em nível interno nacional como deverá proceder para atender
às demandas normativas firmadas pelo Parlamento Europeu. Outro fator a destacar é que existem
múltiplos instrumentos que incentivam a materialização das políticas e das estratégias ambientais,
entre eles os chamados Programas de Ação, que são programas objetivos de propostas legislativas
com medidas plurianuais.
Com relação aos elementos-chave de ações de circularidade, já foi possível identificá-los no
documento apresentado em 2011 pela Comissão Europeia, intitulado O roteiro para uma Europa
eficiente na utilização de recursos (CE, 2011). O teor desse documento esteve muito direcionado ao
uso ótimo de recursos, à eliminação da geração de resíduos, ao reúso e à reciclagem como práticas
elevadas, com ressalva para a necessidade de criação de atratividade financeira com o
desenvolvimento de mercados funcionais de matérias-primas secundárias. Nele há indicação de que
a valorização energética deveria limitar-se tão somente a materiais não recicláveis, para assegurar
assim uma reciclagem de alta qualidade e tendo em conta a erradicação da deposição em aterro de
materiais passíveis de reciclagem. É clara aqui a presença dos elementos que compõem as premissas
da Economia Circular no tocante aos resíduos como recursos, e já há uma escala de priorização de
ações ainda que ela não esteja declarada de forma explícita. Foi então que a Comissão Europeia
apresentou, em 2014, o comunicado Para uma economia circular: programa para acabar com os
resíduos na Europa (CE, 2014a), tendo finalmente a temática sido colocada em definitivo como
pauta central na União Europeia.
O passo seguinte foi a elaboração, pela Comissão Europeia, do pacote de Economia Circular,
apresentado ao final de 2015, nomeado Fechar o ciclo – plano de ação da União Europeia para a
economia circular – PAEC (CE, 2015). Todas as determinações contidas no documento apontaram
para a otimização do uso dos recursos, dos materiais e dos produtos nos seus valores máximos, pelo
maior tempo possível e pela máxima redução da geração de resíduos com foco no desenvolvimento
de uma economia de baixo carbono, eficiente, competitiva e sustentável (CE, 2015).
Como a União Europeia opera segundo visões de longo-prazo e planejamentos necessários para
o atingimento das metas futuras, para poder chegar em 2050 com as metas concluídas, foram
estabelecidos prazos intermediários com demandas específicas já para 2023, 2030 e 2040. Também
foram destacadas áreas prioritárias de ação, sendo quatro: produção, consumo, gestão de resíduos e
destes aos recursos, além da seleção de cinco setores: plásticos, desperdício alimentar, matérias-primas
críticas, construção e demolição e biomassa/bioprodutos, posteriormente ampliados para: resíduos

21
eletrônicos, baterias e veículos, embalagens, plásticos, têxteis, construção e edificações, água, alimentos
e nutrientes, quando da publicação do Novo Plano de Ação para a Economia Circular Para uma Europa
mais limpa e competitiva, apresentado em 2020 (CE, 2020). Conforme estabelecido no PAEC, são
considerados três níveis de ações: as de nível macro estão atreladas às estratégias gerais do próprio
plano sendo que necessariamente foram elaboradas para atender e reforçar as agendas globais, tais
como o Protocolo de Paris e os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, sendo as ações macro
de responsabilidade de governantes e de organismos em esfera internacional (como o Banco Europeu
de Investimento, por exemplo); as de nível meso, também chamadas de ações setoriais, foram
atribuídas para que vários setores operem em conjunto para fazer frente ao mesmo objetivo, sendo
aqui necessária a adequação para o contexto e para a realidade de cada estado-membro; e, por fim, o
nível micro, com ações locais em que cada estado-membro determina a sua política nacional para
aplicar e responder às determinações gerais estabelecidas no PAEC. São de responsabilidade regional
e local, cabendo a execução a todos os tipos de organizações, tais como: associações, autarquias,
universidades e centros técnicos, entre tantos outros.
Desde a apresentação do PAEC, em 2015, foi possível constatar avanços em diferentes frentes
entre os 28 países que compõem a União Europeia (ainda sem considerar a saída do Reino Unido).
Como a Economia Circular é vasta nos temas que abarca, é possível verificar uma diversidade de
ações, caminhos e estágios de evolução dentre os países da comunidade europeia (HÉRIZ, 2018).
Alguns exemplos são aqui descritos a fim de ilustrar, em nível micro, a implementação da Economia
Circular na União Europeia.
Os Países Baixos têm despendido esforços para promover e implementar a Economia
Circular. Talvez pela sua pequena dimensão e alta dependência de recursos naturais, conseguiram
um forte envolvimento por parte do governo e das empresas com destaque à inovação para uso
inteligente de matérias-primas, água e energia. Em 2016 foi apresentado o programa Uma Holanda
Circular em 2050 que visa a transformar toda a economia holandesa em sistema circular até essa
data (GONZALEZ, 2018).
Em 2017, Portugal publicou a sua estratégia nacional voltada à circularidade tendo
desenhado um documento que colocou as ações e as práticas internas que devem ser adotadas entre
2017-2020. Tais colocações estão presentes no documento Liderar a transição: plano de ação para a
economia circular em Portugal: 2017-2020 (DR, 2017). É latente nesse documento que os esforços
devem ser trabalhados em linha com o plano europeu de 2015, com destaque para quatro ações
concretas. Na vertente de Produção e Consumo houve enfoque na responsabilidade do produtor
em desenhar produtos e processos que permitam reparar e reutilizar bens e recursos;
adicionalmente, incentivar comportamentos voltados ao consumo mais sustentável; colocar a
educação aos cidadãos e a difusão de conhecimento geral e técnico para uma construção robusta de
uma educação ambiental; e, por fim, a urgência em se operar com o reaproveitamento de recursos
pela reintrodução nos processos produtivos de resíduos, subprodutos e matérias-primas secundárias
(DR, 2017).

22
A França tem aplicado medidas importantes, tendo divulgado o documento Roteiro da
Economia Circular da França: 50 medidas para uma economia 100% circular (RÉPUBLIQUE
FRANÇAISE, 2018), no ano de 2018. Também em linha com o plano europeu, traçou como
principais objetivos a redução do uso de recursos (com referência ao ano de 2010); a redução das
emissões de gases de efeito estufa; a necessidade quanto o desenvolvimento de inovação em produção
e consumo; e declarou que todas as ações devem permitir a criação de novos postos de trabalho.
Em suma, todos os países da União Europeia estão enveredando esforços para avançar com a
adoção de um modelo mais circular para poder compatibilizar as demandas estabelecidas pelo
Parlamento Europeu.
Para fazer uma leitura atualizada do processo, em março de 2019, a Comissão Europeia
divulgou relatório exaustivo com os principais resultados obtidos até aquela data entre os 28 países-
membros (pelo recorte dos níveis macro e meso) e enunciou os desafios mais evidentes que precisam
ser atacados. Foram destacadas 54 ações, dentre as quais o primeiro quadro político com a estratégia
para os plásticos em uma economia circular; a liberação de fundos de investimento com apoio
financeiro em programas de pesquisa e desenvolvimento com foco em inovação; o novo quadro
legislativo dos resíduos; a criação de plataformas para interface e trocas de experiências de casos
práticos em uma transição à Economia Circular (CE, 2019).
A título ilustrativo, o Brasil não tem nenhuma política que faça referência aos princípios da
Economia Circular. Todas as leis em vigor, mesmo as mais recentes ou as que tratam diretamente
de questões de impactos ambientais e sociais, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos que,
entre outras demandas, colocou a logística reversa para setores específicos, não pode ser enquadrada
como uma visão circular porque foi pensada ainda segundo o sistema linear, sem contemplar as
premissas de regeneração, por exemplo, ou o design de produtos e processos como ponto de partida
para a não geração de desperdício e resíduos.

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BIBLIOGRAFIA COMENTADA
ABRAMOVAY, R. Muito além da economia verde. São Paulo: Abril, 2012.
A partir de muitos questionamentos provocativos, o autor instiga o leitor a uma reflexão entre
as relações econômicas e sociais com consequências diretas ao meio ambiente e o que foi
conquistado até agora. Para viabilizar o futuro, mudanças urgentes são apresentadas,
sobretudo no tocante ao uso de recursos. Apoiado em processos de inovação, muitas bases de
dados, resgate de teorias econômicas e de conteúdo denso, o texto chama para uma
reformulação do sistema produtivo e da sociedade. As inquietações desse trabalho também
servem de motivação para a economia circular.

EMF. Ellen Macarthur Foundation. Rumo à economia circular: o racional de negócio para acelerar
a transição. EMF, 2015. E-book.
Material objetivo e claro na apresentação dos princípios e das demandas da economia circular.
De forma resumida, trabalha todos os elementos descritos nos módulos da disciplina,
reforçando conceitos, destacando ações e estruturas de modelos circulares para a sua adoção.

LUZ, B. (org). Economia circular Holanda-Brasil: da teoria à prática. Rio de Janeiro: Exchange 4
Change Brasil, 2017. E-book.
A partir de uma abordagem prática, o conteúdo do livro enfatiza diferentes ações e práticas
circulares adotadas em organizações brasileiras e holandesas, desde órgãos do governo, entidades
de classe, centros de pesquisa, programas de saneamento e contratações públicas, entre outros
casos. Configura um ótimo exemplo de como a visão e a implementação das premissas da
circularidade podem acarretar oportunidades e benefícios aos envolvidos e ao entorno.

OHDE, C. (org). Economia circular: um modelo que dá impulso à economia, gera empregos e
protege o meio ambiente. Netpress, 2018. E-book.
Material que traz um conteúdo interessante por centrar a economia circular no cenário
brasileiro. Começa apresentando os conceitos da migração do linear para o circular, passando
pelas barreiras que precisam ser superadas, e, por fim, destacando a Política Nacional de
Resíduos Sólidos com as suas oportunidades e os seus desafios. Contém cinco artigos escritos
por nomes relevantes do mercado brasileiro, cada um com uma perspectiva diferente
(consumidor, indústria, varejo, gestão de resíduos e padronização).

35
VALLE, R.; SOUZA, R. G. Logística reversa: processo a processo. São Paulo: Atlas, 2014.
De caráter técnico-aplicado, é uma obra que apresenta e revisa estruturas e processos
operacionais pertinentes aos fluxos logísticos das organizações. Descreve a visão da cadeia de
valor da logística reversa como instrumento de planejamento estratégico necessário aos modelos
de gestão, sobretudo para gestores e líderes que passam a adotar práticas de circularidade.

WEETMAN, C. Economia circular: conceitos e estratégias para fazer negócios de forma mais
inteligente, sustentável e lucrativa. São Paulo: Autêntica Business, 2019.
Trata-se de um livro bastante objetivo para gestores, com apresentação de definições e origens
da economia circular, destacando os direcionadores e aceleradores necessários à
implementação dos modelos de negócio de base circular. Contém exemplos de organizações
de áreas variadas que adotam as premissas da circularidade.

ZANATTA, R. A. F.; PAULA, P. C. B.; KIRA, B. Economias do compartilhamento e o direito. 22.


ed. Curitiba: Juruá, 2017.
Obra muito interessante que aborda a discussão da economia do compartilhamento no
contexto brasileiro por meio de um diálogo interdisciplinar entre Economia, Sociologia e
Direito. Traz contribuições conceituais, coloca em discussão os impactos dessa economia
pelas relações de mercado e pelo campo regulatório. Bastante pertinente no âmbito das
atuais relações contemporâneas. Feita essa leitura, é possível verificar as diferenças e
semelhanças entre a economia do compartilhamento e a economia circular.

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PROFESSORES-AUTORES
Prof.ª Dr.ª Patricia Calicchio Berardi é pesquisadora internacional na
Universidade do Porto na Faculdade de Engenharia (FEUP) e professora
convidada da disciplina Economia Circular do programa de Mestrado e
Doutorado. É coordenadora e professora convidada dos cursos de extensão da
Fundação Getulio Vargas e membro do GVCelog. Possui pós-doutorado em
Engenharia do Ambiente, pelo Departamento de Engenharia Metalúrgica e de
Materiais da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto – FEUP (2016-2019), com ênfase
em Gestão de Resíduos e Economia Circular; doutorado em Administração na linha de pesquisa
Gestão Socioambiental e Saúde (GESS), pela Escola de Administração de Empresas de São Paulo
– EAESP / Fundação Getulio Vargas – FGV (2012), com ênfase em Gestão Ambiental; mestrado
em Administração na linha de investigação Gestão Ética Socioambiental e Saúde (GESS), pela
Escola de Administração de Empresas de São Paulo – EAESP / Fundação Getulio Vargas – FGV
(2008), sendo bolsista pelo CNPq e com ênfase em Ética Empresarial e Governança Corporativa;
e bacharelado em Administração, pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (1996).
Desde 2006 atua na área acadêmica tanto como aluna, como pesquisadora e professora em
instituições de destaque em Administração. Tem mais de 12 anos de experiência no mercado
financeiro, com atuação em Auditoria Externa; quatro empresas multinacionais de grande porte; 8
anos de experiência em Surety bonds (Seguros), com ótimos conhecimentos em análise de empresas,
crédito e risco bem como experiência corporativa, técnica, comercial e legal; atuação em Comitês
de Crédito e Risco e Comitê de Diversidades dos Funcionários. Participação em projeto social,
como fundadora de ONG, com finalidade de assistência a menores.
Palestrante em diversos eventos internacionais e cursos de capacitação sobre Economia
Circular, Gestão de Resíduos, Desperdício Alimentar, Responsabilidade Socioambiental, Ética
Empresarial e Sustentabilidade em organizações públicas e privadas.

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Prof. Wilson Danilo de Carvalho Eccard é pesquisador desde 2017,
trabalhando com o Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Direito
Constitucional Latino-Americano (Leicla) e com o Laboratório Empresa e
Direitos Humanos (LEDH) pela Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo
desenvolvido interesse nas áreas de Direito, Economia e Administração com maior
ênfase em Economia Circular aplicada ao setor produtivo. É mestre em Economia e Gestão do
Ambiente, pela Faculdade de Economia (FEP – Universidade do Porto), desde 2019, especialista em
Sustentabilidade e Gestão Ambiental, pela COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro, desde
2017, e bacharel em Relações Internacionais, pela Universidade Estácio de Sá, desde 2014.
Integra e participa ativamente da difusão do conhecimento de Economia Circular, com forte
atuação em palestras e eventos internacionais pela plataforma do Núcleo de Economia Circular do
Brasil – NEC, como gestor e produtor de conteúdo, também participando do conjunto acadêmico
do grupo e como coordenador de Comunicação.
Atua como pesquisador e consultor voluntário na empresa Exchange 4 Change Brasil,
empresa cuja missão é aprofundar a discussão sobre a Economia Circular no Brasil.

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