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RESUMO
ABSTRACT
Considering the environmental and economic impacts that materials and components used in construction
can cause during their life cycle, increasing their useful life by inserting them into the concept of sustainable
development becomes imperative. Durability is not an intrinsic quality of a material, changes in process
details that provide greater protection to the component against degradation factors can increase its useful
life without significantly changing the overall environmental load. We can consider these aspects as a much
more knowledge-based issue than in resource as it is possible to increase the useful life without increasing
the environmental impact during the production phase. Currently the construction industry does not present a
level of sustainability consistent with its importance of consumption in the economy of the country. In this
context, this work aims to analyze the durability during the life cycle of "ecoefficient" and / or "ecological"
materials, aiming to obtain minimum guidelines that guarantee the increase of the useful life at a competitive
cost. In order to do so, an exploratory research was carried out through bibliographical research of qualitative
data in order to provide greater coupling with the problem under study. This work therefore helps decision
making for the construction sector based on both the environmental (durability of the material) and economic
(life cycle cost) aspects.
Keywords: Construction. Life cycle. Durability. Sustainable Materials
Atualmente a Sustentabilidade é um termo utilizado para designar o bom uso dos recursos naturais no
planeta e está relacionado constantemente com aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da
sociedade humana. Alcançar a sustentabilidade implica em caminhar rumo ao desenvolvimento sustentável,
porém a abordagem do combate às causas da insustentabilidade parece não avançar no mesmo ritmo. A
Sustentabilidade propõe-se a ser um meio de esculpir a sociedade, de tal forma que os seus membros e as
suas economias preencham necessidades no presente, e ao mesmo tempo preservando a biodiversidade e
os ecossistemas naturais.
Dessa forma, com o intuito de atender a proposta de sustentabilidade as empresas e a sociedade precisam
cuidar da extração dos recursos naturais não-renováveis, através de uma adequada administração, que
considere também os ecossistemas envolvidos e inclua sua capacidade de reabilitação, conciliando uma
relação benéfica junto ao meio-ambiente. Portanto, a questão chave para as empresas, é: Como definir e
aplicar estratégias para garantir seu desenvolvimento sustentável? Nesta concepção, devido ao fato dos
problemas ambientais estarem associados à produção industrial, torna-se necessário laborar e aplicar
conceitos de ecoeficiência.
Assim, a gestão ambiental assume novas caracteristicas tornando-se pro ativa e não mais reativa,
localizando conveniências, a interação e a interdisciplinidade e não mais resaltando temas isolados.
Contudo,faz-se necessario a utilização de o máximo de instrumentos tecnicos de controle e monitoramento
ambiental, além do desenvolvimento e estabelecimento de uma larga base de conhecimento sobre meio
ambiente e recursos naturais .
A análise do ciclo de vida (ACV), apesar de ser ampla e até mesmo complexa, pode ser considerada uma
das mais apropriadas, pois através desta ferramentas podemos coletar dados e interpretar resultados
buscando soluções para problemas ambientais globais, uma vez que inclui todas as etapas do ciclo de vida
HINZ,2008).
A aplicação da ACV foi regulamentada internacionalmente em 1996 sob ISO14040, detalhes adicionais
relativos aos métodos são fornecidos nas normas complementares: ISO 14041, ISO 14042 e ISO 14043, em
relação às várias fases da ACV (NBR 14040, 2001). Algumas das maiores desvantagens da ACV é a
Para que se dê início a avaliação de ciclo de vida (ACV) faz-se necessarios caracterizar as etapas descritas
no fluxograma ilustrado pela Figura 1, especificando todos os fluxos de material e energia que entram e
saem do sistema. O diagrama simplificado exemplifica os principais fases do ciclo de vida do produto. O
primeiro passo é a aquisição de matéria prima (extração de recursos naturais) (1). No segunda fase a
matéria prima é processada para obtenção dos materiais ou peças de, por exemplo, plástico ou cimento e
estes materiais já processados são então transformados em produtos, no estágio de manufatura do produto
(2). Depois destas etapas, ocorre a embalagem e o transporte, que podem ou não ser de responsabilidade
do fabricante (3), o uso (4) e o descarte ou a reciclagem (5) (RIBEIRO ,2003).
Fonte: Ribeiro,2003
A analise do cicclo de vida, portanto propõe uma análise bastante complexa, com muitas variáveis. Por tal
motivo, há uma estrutura formal, dividida em etapas. Segundo Ribeiro (2003), para a realização de uma
avaliação do ciclo de vida de um produto precisamos definir os objetivos,limites de estudo e unidade
funcional;realizar um inventario de entradas e saidas de energia e materiais relevantes para o sistema e
finalmente avaliar os impactos devidos às emissões identificadas e ao consumo de recursos naturais e
interpreta os resultados da avaliação de impacto com a finalidade de implantar melhorias no produto ou no
processo.
O ultimo estagio da ACV, vide Figura 1 ,usualmente não considerado pelo fabricante, mas será no futuro
abordado devido à expansão das atividades envolvendo leasing e devolução ao mesmo .O segundo e o
terceiro estágios são vistos como aqueles onde haverá a maior responsabilidade ambiental da indústria,
mas a visão crescente dentro e fora das corporações consiste num produto ambientalmente responsável
minimizando seus impactos ambientais em todos os seus cinco estágios.(RIBEIRO ,2003).
O ciclo de vida ajuda na tomada de decisão muitas vezes produto aparentemente barato a médio prazo
pode ter altos custos de gerenciamento e manutenção. Ao contrário, pode ser que, quando considerarmos
todo o ciclo de vida, materiais com emissões significativas de CO2, como concreto, podem ver suas
emissões reduzidas dando-lhes uma segunda vida como um material de preenchimento em infraestrutura,
com um duplo efeito. Portanto, é fundamental aplicar a visão do ciclo de vida e levar em conta os custos
econômicos e ambientais ao identificar a tecnologia mais ecoeficiente (BRIBIÁN et al, 2011)
Os produtos ditos ecoeficentes passaram a receber rótulos ambientais evidenciando que o produto possui
padrões ambientais certificados por entidades regulamentadoras (TORGAL, 2011). Os programas de
rotulagem cresceram rapidamente entre os países da OCDE (Organização de Cooperação e
Desenvolvimento Econômico) que os utilizam como instrumento para políticas ambientais e para incentivo
de mudanças nos padrões de consumo e produção. A rotulagem pode ser vista como um meio de
comunicação do mercado com o consumidor (vide tabela1).
Salienta-se que as rotulagem do tipo III também conhecidas como EPD (Environmental Product Declaration)
são um relatório que contém informações quantitativas de impactos ambientais associados a um
determinado produto ou processo, baseado na metodologia de avaliação de ciclo de vida. Pode-se obter as
Anais do Congresso Brasileiro de Patologia das Construções – CBPAT 2018
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Anais do Congresso Brasileiro de
Patologia das Construções - CBPAT
2018
Abril de 2018
ISSN 000-0000
seguintes informações a cerca das categorias de impactos ambientais: os recursos não renovavéis e
renovavéis, aquecimento global, distruição da camada de ozonio, acidificação, formação de oxidantes
fotoquimicos, eutrofização. Logo, os EPD possuim a vantagem de fornecer informações sobre o
desempenho ambiental dos produtos,estimular a oferta e procura dos produtos com menor impacto
ambiental ao longo do ciclo de vida,induzir melhoria no perfil ambiental do produto. (BRAGANÇA,2011).
No que se refere a industria de cimento, trata-se de um modelo, responsável por 5% das emissões de CO2
no mundo, a produção global de cimento pode se tornar mais sustentável graças à pesquisa científica e a
inovações tecnológicas baseadas nos estudos do ciclo de vida. No Brasil, a participação da indústria
cimenteira nas emissões de CO2 é metade da média mundial, cerca de 2,6%. Para cada tonelada de
cimento produzida no Brasil são emitidos 600 kg de CO2, o que está abaixo da média mundial, de cerca de
900 kg por tonelada, mas ainda representa um desafio se considerarmos que a produção precisa ser
incrementada diante das diversas demandas pelo produto. Apesar das variações ao longo do tempo, há um
decréscimo de 1% das emissões ao ano (ALMEIDA,2012).
Atualmente algumas empresa produtoras de cimento realizam a analise do ciclo de vida dos seus produtos,
através da certificadora EPD (Environmental Product Declaration), que através da ACV estimativas dos
impactos ambientais por fases e em totalidade. Por exemplo, para o cimento Portkand: CP II E 40, CP III-40
RS, CP V-ARI, na análise do ACV adotou-se uma PCR (Regras de Categoria de Produto) estas regras
estabelecem os pré-requisitos metodológicos e específicos para estimar e relatar os impactos ambientais de
ciclo de vida de um produto na forma de declarações ambientais de produto.O PCR utilizado utilizou um
ciclo dividido em três categorias (fornecimento de materia prima, transporte e processos) as categorias
também foram subdividas em estagios como mostra figura 2.
Desse modo podemos verificar que o ACV preocupa-se com a preservação ambiental aliada ao
desenvolvimento tecnológico e tem como função transformar os fluxos de materiais de forma cíclica e
ecológica, de modo a englobar desde a captação dos recursos naturais até o descarte final (HINZ, 2007).
Salienta-se que a análise do ciclo de vida tornou-se uma ferramenta de apoio à decisão usada pelos
fabricantes, fornecedores, clientes, decisões políticos e outros interessados (JESWANI et al., 2010). A
montagem de uma fábrica de cimentos no estado de Rondônia localizada a 20 quilômetros do centro da
capital Porto Velho exemplifica bem ações tomadas observando-se o ciclo de vida do produto,a fábrica que
geraria grande problemas, seja escassez local de matéria prima para produção do cimento seja pelo custo
de transporte do cimento das fábricas já estabelecidas e em operação até a unidade de consumo. Para
otimizar os efeitos produz-se sinteticamente argila calcinada que reduz as emissões de CO2.
Outro material construtivo amplamente dessiminado é o concreto usinado; estima-se que anualmente são
consumidas 11 bilhões de toneladas de concreto, segundo a Federación Iberoamericana de Hormigón
Premesclado (FIHP), aproximadamente, um consumo médio de 1,9 tonelada de concreto/ habitante/ ano,
valor inferior apenas ao consumo de água. No Brasil, o concreto que sai de centrais dosadoras gira em
torno de 30 milhões de metros cúbicos (PEDROSO,2009). A EPD fornece também fornece informações
sobre a certificações de produção de concreto usinado, vide tabela 2 (a unidade avaliada é 1m3 de
concreto).
Dentro deste sistema existem fatores que precisam ser considerados para avaliar completamente os
potenciais benefícios da durabilidade prolongada do produto, incluindo limites práticos a partir dos atuais
métodos de fabricação, implicações de custos das mudanças nos materiais, componentes e fabricação para
ampliar a vida, taxas de inovação que poderiam prolongar a vida de produtos obsoletos e ineficientes e
mudanças no hábito de compra dos consumidores, bem como suas expectativas sobre o desempenho para
diferentes tipos de produto. (IRALDO,2017)
Devido à crescente preocupação com a durabilidade têm surgido inúmeros documentos que exploram a
utilização de métodos para a previsão da vida útil. Apesar dos muitos esforços feitos nesta área e dos vários
temas abordados serem cada vez mais específicos, o seu conteúdo parece ser bastante geral, sem bases
suficientes de aplicação. Em diversos estudos constata-se que a previsão de durabilidade e vida útil está
sujeita a muitas variáveis e, por isso, não pode ser uma ciência exata. Os resultados devem ser tratados
como uma indicação do que será a vida útil, quando se tem em consideração os fatores e circunstâncias
reais que influenciam a durabilidade e vida útil.
Segundo Hovde (2004) os principais métodos utilizados para a estimativa da vida útil podem possuir três
abordagens diferentes,a saber: a primeira, baseada no método determinísticos (estudo dos fatores de
degradação que afetam os elementos estudados, na compreensão dos seus mecanismos de atuação e na
sua quantificação traduzida em funções de degradação); a segunda (define a probabilidade de ocorrência
de uma mudança de estado do elemento, procurando descrever a evolução da degradação e as respectivas
incertezas decorrentes dos períodos de tempo considerados; e por fim, os métodos de engenharia surgem
de forma a conciliar as vantagens dos métodos anteriores. (SANTOS,2010)
Estes métodos são de fácil compreensão, mas são alvo de várias críticas quanto à simplicidade com que
abordam fenômenos complexos, como é o caso de degradação. Apesar de promissores, estes métodos
ainda não têm uma grande aplicabilidade, pois seus dados são bastante complexos, necessitarem de
grande quantidade de informação para serem confiáveis e ainda possui grande dependência do trabalho de
campo.
Dentro deste contexto, observa-se que a vida útil não tem sido analisada dentro do ciclo de vida, por
exemplo, no estudo da influência da vida útil para postes de madeira e de concreto. Os resultados da ACV
analisados juntamente com a aplicação do método determinístico, auxilia na tomada de decisão na
especificação dos materiais, por exemplo, postes de madeira possuem uma vida útil estimada em 15 anos
enquanto que os postes postes de concreto em 25 anos, se considerar a variabilidade dos valores de vida
útil estimados na ACV, observa-se que os impactos ambientais variam proporcionalmente. Por exemplo,
caso os postes durarem mais tempo, será necessária uma taxa menor de substituição, portanto menos
recursos serão consumidos e consequentemente os impactos ambientais serão reduzidos (SOUSA, 2014).
Muitas são as formas de se buscar o desenvolvimento sustentável. Atingi-lo implica promover ações
sinérgicas. Trabalhar a sustentabilidade dos materiais constitui desenvolver produtos adequados aos usos a
que serão submetidos; que proporcionem ao ser humano um ambiente saudável, confortável, seguro,
confiável e durável e que, portanto, atendam às necessidades e anseios da sociedade com relação à
qualidade de vida. Durante sua utilização, os produtos devem proporcionar facilidade de manutenção e
economia de gastos, a vida de um produto deve ser prolongada e, no término de sua utilidade, a
possibilidade de reuso dos materiais e componentes e sua correta destinação devem estar previstos.
A busca por um modelo sustentável levou a uma percepção mundial da importância de destinar maior
empenho em prol de questões voltadas à sustentabilidade de uma maneira geral. Aliando a consciência à
tecnologia, ao planejamento de técnicas e aos estudos científicos. Nesse sentido,o desenvolvimento
sustentável deve encontrar uma medida adequada entre o crescimento econômico e a conservação dos
recursos naturais, mediante o uso equilibrado dos recursos no presente e futuro, ou seja, para que o
desenvolvimento seja sustentável,deve ser não apenas economicamente eficiente,mas também
ecologicamente prudente e socialmente desejável (ROMEIRO, 2012). A sustentabilidade não é estática,
mas dinâmica. A partir disto, o conceito de sustentabilidade é apresentado a partir de oito dimensões social,
cultural, ecológica, ambiental, territorial, econômica, política (nacional e internacional), vide Tabela 3.
Nesse contexto, a especificação correta dos materiais é cercada de critérios técnicos e de extrema
importância, uma vez que desde sua produção até seu descarte causam vários impactos que envolvem
tanto a sociedade quando o meio ambiente. A afirmação que tais materiais são melhores, ou que provocam
menos impacto, é prematura e parcial, sendo necessária não só a avaliação às características físicas e
químicas do material como também uma análise integrada do projeto, da região no qual será implementada,
da mão de obra disponível e tantos outros fatores.
A eficiência dos materiais está ligada à sua perda técnica e na buscar uma forma de reduzi-la passa a ser
uma tarefa árdua de alguns pesquisadores. Aumentar a eficiência significa aumentar a sua vida útil técnica
e reduzir seu custo de operação. O aumento da vida útil técnica dos materiais com aumento da sua
eficiência nem sempre resulta no aumento da sua vida útil econômica, pois o aumento da eficiência é
sempre acompanhado de utilização de materiais de melhor qualidade e na introdução de nova tecnologia na
fabricação desse equipamento, aumentando o custo de capital inicial, ou seja, o custo com aquisição do
equipamento.
Atualmente precisamos nos preoculpar mais com a durabilidade dos materiais do que com a resistência, e
premente alterar esta situação, pois com pequenos investimentos nas fases de conceção pode-se aumentar
o ciclo de vida. A durabilidade dos materiais consiste numa caractristica que abrange diversas dimensoes
da sustentabilidade, atingimos socialmente quando o produto duravél gera acesso aos recursos e consumo
consciente na comunidade e, posteriormente, sua extensão de vida gera preservação e divulgação da
história trabalhando a dimensão cultural. Pode considerar que a dimensão ecológica e abordada pela
durabilidade como uma opção para desvincular o consumo do desenvolvimento e abreviar as cargas
ambientais, outro dimensão importante que a durabilidade trabalha e a econômica onde a sustentabilidade
seria alcançada pela racionalização econômica com aplicação eficiente de recursos natura.
4. CONCLUSÕES
A escolha correta dos materiais é cercada de critérios técnicos e de extrema importância, uma vez que
desde sua produção até seu descarte causam vários impactos que envolvem tanto a sociedade quando o
meio ambiente. A afirmação que tais materiais são melhores, ou que provocam menos impacto, é prematura
e parcial, sendo necessária não só a avaliação às características físicas e químicas do material como
também uma análise integrada do processo, da região no qual a será implementada, da mão de obra
disponível e tantas outras.
Atualmente podemos encontrar no mercado alguns produtos que se alto intitulam mais sustentavéis do que
os convencionais,contudo alguns deles podem não ter vantagens em relação aos produtos convencionais e
os rotulos estarem sendo usado apenas com objetivo de potencializar a venda.Portanto é fundamental
proceder a avalição da sustentabilidade de modo a indentificar aquelas que realmente iram potencializar o
futuro.
Os indicadores utilizados para monitorar o sistema ao longo do tempo devem ser avaliados quanto a sua
eficiência.Deve-se definir níveis máximos e mínimos para os indicadores individuais, de acordo com a
capacidade de suporte do sistema, bem como atribuir-lhes pesos na formulação de indicadores compostos,
de acordo com o seu grau de importância para cada indicador. Isto se deve, comumente, à existência de
vários indicadores por atributo, característica ou dimensão de sustentabilidade.
A interação da vida útil no ciclo de vida seria uma ferramenta util se fosse possível definir com bastante
precisão parâmetros de incerteza adequados e ajustados a cada material, tendo em consideração o
contexto em que se insere e usando bases de dados confiáveis. Como tal, mais estudos devem ser feitos,
de modo a obter parâmetros de incerteza associados e ajustados a cada elemento de modo a analisar a
viabilidade da sua aplicação para obter uma boa estimativa de vida útil de materiais, sistemas ou
componentes.
A aplicação deste princípio, se melhor estudada e bem implementada, poderá contribuir para diminuir o
risco de incerteza associado à atribuição do valor de vida útil para qualquer material, definindo uma margem
de erro ajustada a cada caso, permitindo, assim, aos agentes intervenientes no processo construtivo e
proprietários tomar opções mais conscientes durante as fases de produção, com uma maior segurança nas
suas escolhas.
Na ACV, muitos dos dados utilizados não são integralmente representativos da realidade brasileira, pois
foram adaptados de base de dados estrangeiras, sem que houvesse uma análise minuciosa de sua origem,
qualidade e representatividade. Para a compatibilidade do inventário nacional referente aos materiais,
necessita-se de um banco de dados que satisfaça as condições locais. No momento, são utilizados
processos provenientes principalmente da Europa, Ásia e América do Norte. Com isso, diferenças na
tecnologia e nos próprios materiais podem surgir.
Durante a pesquisa observei que existem diversos websites que realizam alguns tipos de cálculos de ACV
gratuitamente , como o OpenLCA e o LCA Calculator. Essa é uma ferramenta interessante para todos que
estão interessados em descobrir o quanto impactam o meio ambiente, e identificar maneiras de diminuir
esse impacto com algumas mudanças de hábitos, o que chama atenção é que por existirem ferramentas
gratuitas mostra que o estudo segue avançando.
AGRADECIMENTOS
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RESUMO
ABSTRACT
The increasing search for the development of technologies and constructive cultures for the construction of
social housing, with optimization of production and consequent reduction of cost, motivated the
accomplishment of this work. The study proposes to present the constructive systems used in civil
construction in Brazil and identify the factors that can be correctively maintained in each constructive system
evaluated, focusing on the pathological manifestations presented by them. For its development, the research
relies on a bibliographical review about three construction systems used in the country: conventional
(composed of reinforced concrete structure and masonry of fence), light steel frame and structural masonry.
For each construction system, it will be approached the technique used for its execution and the advantages
and disadvantages of each of them, in relation to technical, economic, social and environmental aspects.
Finally, through a bibliographical research, it is sought to report which pathological manifestations most
recurrent in these systems, caused by errors of design and / or execution, are subject to corrective
maintenance during the useful life of the building and to compile a comparison between pathological
manifestations incidents in each of these systems. It is hoped to present parameters that help in the choice
of the construction system to be used in new constructions and to facilitate the elaboration of a maintenance
program for new enterprises, avoiding, therefore, high costs in the phase of use and operation and the
appearance of pathologies, that are, eventually, charges transferred to the end user.
Keywords: Social housing; Constructive Systems; Maintenance.
A habitação social, de acordo com Abiko (1995), tem a principal função de abrigo, com o objetivo de
proteger o ser humano das intempéries. Desse modo, a habitação é vista como um ativo valioso para a
sociedade. Promover os serviços de manutenção preventiva nas edificações a fim de prolongar sua vida útil
a um custo acessível se torna tarefa imprescindível para manter o valor e a qualidade dos
empreendimentos. (GOMIDE, 2011).
Atualmente, é crescente a preocupação com a conservação dos edifícios, que exerce importante papel no
ciclo de vida do empreendimento. Pesquisas têm sido realizadas com enfoque no desempenho, que é um
elemento central da gestão de manutenção, segundo Zhu et al. (2002). O conceito de desempenho muito se
relaciona como a forma com que a edificação se comporta em uso mediante a algumas condições, sendo
assim, a NBR 15.575 (ABNT, 2013) objetiva assegurar o atendimento das expectativas dos usuários das
edificações durante uma vida útil, bem como o cumprimento de funções técnicas e socioeconômicas do
empreendimento; ressaltando a importância de atividades de manutenção de edifício.
Cumpre esclarecer que a norma de desempenho fortalece o fato de que “é necessário a realização integral
das ações de manutenção pelo usuário”, destacando que se este não realizar a manutenção indicada corre-
se o risco de a vida útil de projeto não ser atingida (POSSAN E DEMOLINER, 2017). No Brasil, a
manutenção é, na maioria das vezes, feita de forma corretiva, retificando defeitos e manifestações
patológicas encontradas nas edificações, enquanto deveria ser elaborado um programa de manutenção
para os empreendimentos, de modo que sejam feitas manutenções periódicas nas diferentes partes das
edificações.
Sendo assim, a escolha do melhor sistema construtivo para a materialização de cada empreendimento
depende de inúmeros fatores. Mateus (2004) aponta os principais fatores a serem considerados na escolha
do sistema construtivo empregado e destaca que a durabilidade dessas soluções é um fator que influencia
fortemente nessa escolha, além da análise de custos globais, ou seja, custo inicial, de operação, de
manutenção, de demolição, considerando toda a vida útil do empreendimento.
Esse trabalho busca apresentar alguns sistemas construtivos aplicados na construção civil no Brasil, com
enfoque nos sistemas construtivos mais empregados em edificações habitacionais de interesse social. A
partir daí, busca-se identificar os fatores passíveis de manutenção corretiva em cada sistema construtivo
avaliado, com destaque para as diferentes manifestações patológicas em cada um deles. Por fim, é
apresentado um comparativo entre manifestações patológicas desenvolvidas em cada um desses sistemas.
Neste contexto esse trabalho se divide em três partes: primeiramente, foi efetuada uma revisão bibliográfica
buscando-se uma recapitulação dos conceitos fundamentais que asseguram a durabilidade das edificações;
a seguir, apresentou-se os sistemas construtivos avaliados (convencional, o light steel frame e alvenaria
estrutural) quanto à técnica empregada, suas vantagens e desvantagens. E posteriormenete foi realizada
uma análise comparativa entre os sistemas estudados e as manifestações patológicas mais recorrentes em
cada um deles, originadas por erros de projeto e/ou execução. Espera-se, por meio desta pesquisa, obter
parâmetros que auxiliem na escolha do sistema construtivo a ser utilizado em novas construções e facilitar a
elaboração de um programa de manutenção para novos empreendimentos, bem como promover um
direcionamento para pesquisas futuras.
2. MANUTENÇÃO DE EDIFÍCIOS
A manutenção de empreendimentos deve ter suas rotinas consideradas desde a fase de concepção dos
empreendimentos. De acordo com Junior (2015), devem ser considerados o projeto para manutenção (que
se desenvolve na fase de projeto, desde sua concepção, desenvolvimento e detalhamento, considerando o
conjunto de posturas a serem tomadas que contribuam para o aumento do grau de manutenibilidade) e o
projeto da manutenção (que, contempla a fase de construção e de operação e uso, prevendo definições de
programas, procedimentos e periodicidade de serviços de manutenção, vistorias, reparos e substituições).
Segundo Pinto e Nascif (2012), a manutenção pode ser classificada como (vide figura 1):
i) Manutenção preventiva que obedece a um plano de manutenção, com intervalos bem definidos,
reduzindo ou evitando falhas e quedas de desempenho;
ii) Manutenção preditiva está baseada no estado do sistema construtivo e é a atuação realizada com
base em uma modificação de parâmetro de condição ou desempenho, com acompanhamento
permanente dos sistemas. Ela permite uma análise mais confiável das instalações em
funcionamento. Seu objetivo é de prevenir falhas no sistema, por meio de acompanhamento
permanente e rotineiro de diversos parâmetros. Nesse tipo de manutenção, procura-se não
fazer intervenções, somente quando necessário;
iii) Manutenção detectiva, que é a atividade ligada à capacidade de detectar e pode ser considerada
como a atuação em sistemas construtivos com o objetivo de identificar falhas ocultas ou não
perceptíveis à operação ou à equipe de manutenção;
iv) Manutenção corretiva, por sua vez, foco desta pesquisa, é aquela responsável pela correção de
alguma falha ou redução de performance esperada para um sistema. Ela atua em um sistema
construtivo com defeito ou desempenho diferente do esperado. Portanto, para que exista a
manutenção corretiva, é necessária a ocorrência de uma das seguintes condições: a ocorrência
de falha de um sistema construtivo ou deficiência de desempenho de um sistema construtivo,
em que não haja colapso de seu funcionamento, apenas redução de eficiência.
A manutenção corretiva, como visto na figura 1, pode, ainda, entre planejada e não planejada, ou seja,
quando a correção de falhas do sistema construtivo é feita de modo aleatório com características de
atuação de manutenção em fatos conhecidos e esperados, porém, sem haver tempo para preparação do
serviço, logo resulta em custos maiores ou quando a atividade de correção de desempenho de um sistema
construtivo por decisão do próprio usuário, por acompanhamento preditivo ou por operação antes que o
sistema construtivo sofra colapso.
Como visto em Pizzo e Vasques (2017), o sistema convencional, de concreto armado, é formado por vigas,
pilares, lajes de concreto, com vãos preenchidos por alvenaria cerâmica de vedação. Nesses sistemas, as
paredes são conhecidas como não portantes, uma vez que o peso da estrutura se distribui entre pilares,
vigas, lajes e se transmite às fundações. Para a construção de vigas, pilares e lajes, são utilizadas formas
de madeiras e aço estrutural. Nas paredes de blocos cerâmicos são embutidas as instalações hidráulicas e
elétricas. A seguir, efetua-se a etapa de revestimento, com aplicação de chapisco, massa grossa (emboço)
e massa fina (reboco). A partir daí, é feita a pintura das vedações verticais. A tabela 1, apresenta um
levantamento das principais vantagens e desvantagens desse sistema construtivo, segundo Alves (2015) e
Gomes e Lacerda (2014).
Os sistemas construtivos leves chamados Light Steel Frame são, segundo Meirelles et al. (2012), uma
adaptação dos sistemas em madeira wood frame para o aço. A estrutura do steel frame é composta por
paredes portantes, uma plataforma de piso, travamentos e contraventamentos e da estrutura de telhado. O
sistema é composto por diversos elementos individuais ligados entre si, passando a funcionar como um
conjunto (entre eles: fundação, isolamento termo-acústico, fechamento interno e externo, instalações
elétricas e hidráulicas) resistindo às cargas solicitadas na edificação que dão forma final à edificação, não
apresentando restrições arquitetônicas (GOMES E LACERDA, 2014).
No sistema steel frame, a estrutura de aço, junto às placas, sejam de OSB, placas cimentícias ou placas de
gesso, utilizadas para fechamento, constituem os painéis que podem ser estruturais ou não estruturais.
Esse sistema aplica técnicas dos sistemas industrializados. A estrutura se remete ao sistema plataforma e é
realizada com perfis formados a frio ou dobrados a frio, produzidos a partir de chapas finas. O perfil pode
ser cortado ou furado, sem perder sua proteção contra a corrosão, por serem perfis galvanizados. Em geral
os montantes são perfis em U enrijecido e as guias de base, superior e travamento em U com alturas mais
usuais de 90; 140; 200; 250; 300 mm e largura 40 mm; 38 mm (MEIRELLES et al. 2012). Alves (2015),
Mateus (2004), Gomes e Lacerda (2014) e Silva et al. (2014) definem as principais vantagens e
desvantagens do sistema light steel frame, como mostrado na tabela 2.
As alvenarias estruturais são, também, denominadas portantes ou autoportantes. Elas funcionam como
elemento estrutural, transmitindo as cargas da edificação para as fundações. A normalização brasileira
(NBR 10837:1989) estabelece que as paredes com função estrutural deverão ser executadas com blocos
vazados de concreto com furos na vertical, espessura mínima de 14 cm e esbeltez máxima igual a 20.
(NBR-10837. Cálculo de alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto). Figueiró (2009) aponta as
principais vantagens e desvantagens desse sistema construtivo, conforme ilustrado na tabela 3.
Tauil e Nese (2010) estabelecem que as alvenarias podem ser não armadas (são constituídas pela união de
blocos e argamassa, sem aplicação de graute), parcialmente armadas (são constituídas pela união de
blocos e argamassa, sendo utilizada armadura para absorver os esforços em algumas partes das paredes,
sendo as outras partes calculadas como alvenaria não armada) ou armadas (compostas pela união de
blocos, argamassa, graute e armadura).
São inúmeros os fatores que interferem na escolha do melhor sistema construtivo a ser utilizado em cada
edificação, como durabilidade, custos envolvidos e manutenção esperada. Entretanto, independente da
escolha do sistema construtivo a ser empregado, todos eles estão passíveis a erros e falhas de projeto e
execução. É fundamental a busca por equipes de projeto mais integradas, a fim de evitar possíveis falhas
futuras nas construções. Apesar disso, sabe-se que essas ocorrências são frequentes na construção civil,
resultando em manifestações patológicas que geram intervenções e manutenção corretiva, como forma de
tratamento.
Pretende-se, destacar, para cada sistema construtivo estudado, as manifestações patológicas mais
recorrentes e suas causas, com foco nos erros de projeto e/ou execução que possam originar essas
ocorrências. É importante conhecermos, também, as ações corretivas indicadas para tratamento de cada
tipo de manifestação patológica.
O desenvolvimento de trincas e fissuras, também, muito comum nesse tipo de sistema construtivo, possui
diferentes causas possíveis, como movimentação térmica, sobrecarga, retração, alterações químicas de
materiais, além da ausência de elementos construtivos, como vergas, contravergas, cobrimento deficiente
de concreto e movimentações higroscópicas. Gonçalves (2015) aponta que a posição das fissuras nos
elementos estruturais, sua abertura, trajetória e espaçamento podem indicar suas possíveis causas.
Anais do Congresso Brasileiro de Patologia das Construções – CBPAT 2018
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Anais do Congresso Brasileiro de
Patologia das Construções - CBPAT
2018
Abril de 2018
ISSN 000-0000
Um levantamento das principais manifestações patológicas nas estruturas de concreto armado e no sistema
construtivo, de modo geral, foi feito na tabela 4, a partir de Castro e Martins (2014), Gonçalves (2015) e
Queiroz et al. (2017).
Em relação ao processo de fissuração, Campos (2010) aponta que pequenas dilatações e movimentações
térmicas da estrutura são comuns no sistema Light Steel Frame e podem ser minimizadas por meio de um
projeto de contraventamento adequado. Podem ser utilizados, por exemplo, contraventamento em X ou com
uso de treliças na junção dos paineis metálicos. Um sistema de contraventamento adequado pode minimizar
a propagação de trincas nas edificações.
A tabela 5 indica as ocorrências de manifestações patológicas nesse sistema construtivo, baseado em
Castro (1999) e Campos (2010).
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Patologia das Construções - CBPAT
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De acordo com Queiroz et al. (2017), as principais manifestações patológicas que ocorrem em alvenaria
estrutural estão vinculadas ao processo de fissuração, eflorescência e infiltração. A formação de fissuras
pode, também nesse sistema, ter origem em falhas de projeto e execução de obras. Sua formação interfere
na estética, durabilidade e até mesmo nas características estruturais da construção. Elas podem ter
diferentes configurações, sendo verticais, horizontais e inclinadas. Essa configuração varia com a causa da
ocorrência, sendo fundamental, portanto, seu correto diagnóstico para realização de intervenção adequada
em cada caso.
Queiroz et al. (2017) faz uma abordagem das principais ocorrências de manifestações patológicas em
alvenaria estrutural, com destaque para as três ocorrências citadas acima, como pode ser visto na tabela 6.
Busca-se, nessa fase, realizar um comparativo entre as principais manifestações patológicas incidentes em
cada sistema construtivo, como forma de mapear sua ocorrência, conforme tabela 7.
Legenda
Incidência significativa
Incidência pouco significativa
Com base nos dados apresentados, de acordo com os autores referenciados, há um indício de maior
incidência de manifestações patológicas no sistema construtivo convencional, seguido dos demais (light
steel frame e alvenaria estrutural). Observa-se, desse modo, que, independentemente do sistema
construtivo escolhido para determinada construção, cada um deles apresenta vantagens e desvantagens
em relação à ocorrência de manifestações patológicas nas edificações.
Dentre as manifestações patológicas desenvolvidas em cada sistema construtivo estudado pelos autores
referenciados, o processo de formação de fissuras e trincas é comum em todos eles, com causas variadas,
de acordo com a técnica construtiva desenvolvida. Algumas manifestações patológicas são muito
particulares de um sistema construtivo específico, como a ocorrência das marcas dos perfis metálicos do
light steel frame nas paredes.
Observa-se, no método tradicional, um elevado ínidce de manifestações patológicas, onde constata-se que,
apesar de todo o empenho na melhoria da qualificação da indústria da construção civil, há muito por se
fazer.
Logo, essa pesquisa oferece um parâmetro para escolha de um sistema construtivo a ser empregado em
novas construções, com base na incidência de manifestações patológicas. Apesar disso, a escolha do
melhor sistema construtivo a ser empregado depende de uma série de fatores e deve ser feita analisando-
se cada empreendimento. Espera-se que, por meio desses resultados, seja possível a obtenção de
parâmetros para a elaboração de um programa de manutenção para novos empreendimentos.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem a FAPEMIG pelo apoio financeiro que possibilitou a participação no evento.
6. REFERÊNCIAS
Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 10837:1989 – Cálculo de alvenaria estrutural de
blocos vazados de concreto.
PINTO; NASCIF, A.K. e Júlio. Manutenção: Função Estratégica. 4ª Edição. Rio de Janeiro. Qualitymark.
2012
TAUIL, C. A.; NESE, F. J. M. Alvenaria Estrutural. São Paulo: Editora Pini, 2010. 183 p.
VITÓRIO, A. Fundamentos da patologia das estruturas nas perícias de engenharia. Recife. Instituto
Pernambucano de Avaliação e Perícias de Engenharia. 2003.
RESUMO
O transporte rodoviário no Brasil é o principal sistema logístico do país, contando com uma rede
aproximada de 1.610.076 km de estradas e rodovias por onde 56% das cargas movimentadas no território
brasileiro se deslocam. Após o advento da Rio +20, tornou-se necessária a implementação e o
fortalecimento de soluções e tecnologias verdes que visem assegurar a durabilidade nesse tipo de sistema
de transporte. A tendência para o futuro são rodovias “inteligentes” que contribuem de maneira mais incisiva
para o desenvolvimento sustentável. Dessa forma o objetivo desse trabalho é avaliar a durabilidade e a vida
útil das tecnologias inovadoras incorporadas no Sistemas Inteligentes de Transporte. O estudo baseia-se
numa revisão bibliográfica acerca dos materiais empregados nos sistemas inteligentes para posterior
análise da vida útil dos mesmos. Espera-se que este trabalho possa contribuir na definição do sistema mais
viável e com maior durabilidade nas diferentes regiões brasileiras.
ABSTRACT
The road transport in Brazil is the main logistics system in the country, with an approximate network of 751
km of highways where 56% of the cargo moved in the Brazilian territory. After the advent of Rio + 20, it
became necessary to implement green solutions and technologies to ensure durability in this type of
transportation system. The trend for the future is "smart" roads that contribute most strong to sustainable
development. Thus the objective of this work is to evaluate the durability and useful life of the innovative
technologies incorporated in the Intelligent Transport Systems (ITS). The study is based on a bibliographical
review about the materials used in the ITS for later analysis of their life cycle. It is hoped that this work may
contribute to the definition of the most viable and durable system in the different Brazilian regions.
1. INTRODUÇÃO:
Há décadas vem se debatendo sobre o futuro dos veículos automotores e, atualmente, busca-se adequar o
seu desenvolvimento nas “soluções verdes”. Entretanto verifica-se que pouco se discuti em prol de resultam
em vários pontos negativos para o meio ambiente, como por exemplo, poluição, ruídos, alto índice de
acidentes, alto custo de manutenção e uma infra estrutura por vezes, ineficaz. Considerando essas
questões, torna-se cada vez mais necessário a implementação e fortalecimento de soluções e tecnologias
que visem assegurar um sistema de transporte mais eficaz. Além disso, as rodovias devem acompanhar no
mesmo ritmo, as mudanças tecnológicas dos veículos do futuro. Assim, no setor rodoviário vislumbra-se
nesse século, as rodovias “inteligentes” que contribuirão de maneira mais incisiva para o desenvolvimento
sustentável.
O termo “cidades inteligentes” tem sido cada vez mais, relacionado ao emprego eficiente de Tecnologias de
Informação e Comunicação (TICs), como uma ferramenta para melhorar a infraestrutura e serviços da
cidade e consequentemente trazendo melhor qualidade de vida (GAMA et al., 2012). A Holanda, foi o
primeiro pais europeu a projetar rodovias inteligentes, e desde abril de 2014, na cidade de Oss, foi
implantado um sistema ao longo da rodovia, as chamadas “Glowing Lines”, que emite luz proveniente da
energia solar absorvida durante o dia, denominada de “N329 – A Estrada do Futuro”. Em 2016, a França
inaugurou a primeira estrada solar do mundo. Em Tourouvre, uma cidade de 5 mil habitantes, já conta com
rodovia pavimentada com 30.000 metros quadrados de painéis solares que fornecem energia para
iluminação pública.
Outros exemplos de rodovias com materiais inovadores, como o pavimento permeável estão presentes em
paises como EUA Japão, Suécia, França entre outros. No Brasil, apesar de pouco utilizados, desde 2010
pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) desenvolveram um novo tipo
de pavimento poroso para a absorção e retenção das águas da chuva, reduzindo os riscos de enchentes.
Testes foram realizados com sucesso em estacionamentos da universidade e shopping Centers. Em
Curitiba, também é possível encontra-los aplicados no Parque Barigui, um dos principais pontos turísticos
da cidade. Também estão começando a surgir no Brasil pavimentos com ação fotocatalítica, uma
tecnologia promissora para o combate à poluição do ar em grandes cidades. Testes foram feitos em 2 vias
de Florianópolis além de São Paulo, onde foi realizada a primeira obra pública com material fotocatalítico,
na rua 7 de abril. Nesse contexto, as Smart Higway terão também papeis fundamentais na melhoria e
modernização dos sistemas urbanos, e poderão possibilitar para a população uma mobilidade mais
adequada.
Nesse cenário, toda inovação tecnológica presente nas rodovias do futuro, vem acompanhados por
materiais inteligentes, como pisos drenantes, concretos fotocatalíticos, placas fotovoltaicas, dentro outros. O
estudo da estrutura é realizado em função do material, assim como a capacidade de adaptação nas mais
diversas aplicações onde estarão inseridas as smart Higway, fator primordial para avaliar a durabilidade e a
vida útil dos materiais empregados nos pavimentos rodoviários. Assim sendo, um material pode se
considerar inteligente, se ele atender e se adaptar para a finalidade na qual foi inserido, o que
consequentemente permitirá maior conforto, segurança, estabilidade aos usuários nas estradas.
O maior desafio em questão é saber se esses novos materiais que estão surgindo, se ajustam dentro do
conceito atual de desenvolvimento sustentável, se os materiais são ecoeficientes e contribuem de maneira
significativa para o seu ciclo de vida (do berço ao túmulo). Desse modo, o objetivo essencial deste trabalho
consiste na avaliação dos materiais utilizados quanto sua durabilidade e a vida útil incorporadas nos
sistemas de transporte, considerando as variáveis relacionadas aos intempéries que possam intervir ao
desgaste e deterioração ao longo do tempo. Para o efeito, pretende-se através de pesquisa bibliográfica,
fazer uma análise comparativa da durabilidade e vida útil entre as novas tecnologias que estão sendo
difundidas dentro desse conceito de rodovias inteligentes e a tecnologia atual usada considerando o
desenvolvimento sustentável.
Em resumo, a questão de pesquisa do trabalho é analisar os materiais usados nas novas rodovias, as então
ditas como rodovias inteligentes, que utilizam destes materiais no intuito de atender padrões sustentáveis
para as obras e comparar tais materiais com os utilizados (convencionais) no intuito de avaliar a
durabilidade e a vida útil das tecnologias inovadoras incorporadas no Sistemas Inteligentes.
Após a categorização dos sistemas inteligentes de rodovias que consistirá de uma introdução aos principais
grupos de tecnologias e seus envolvimentos em relação às vias e aos usuários, lista-se seus benefícios e
suas aplicações de uma maneira geral. Em seguida procurou-se analisar os itens durabilidade e vida útil
considerando analise do ciclo de vida (ACV). Posteriormente, contrapõe-se as tecnologias utilizadas de
cada grupo implantados por diversos países e seus benefícios em relação aos atuais sistemas de rodovias.
2. SMART HIGWAY
Ao se fazer uma escolha por um determinado material, deve-se considerar sua degradação em condições
de uso e manutenção de acordo com o meio que estará exposto. A durabilidade de um material é expressa
em termos de vida útil esperada, sendo, portanto, a capacidade de um material em suportar deteriorizações
causadas por todos os fatores externos no ambiente, que influencia no desempenho do material, enquanto
que a vida útil é o período de tempo após a instalação do material em que ele continuará mantendo suas
propriedades a valores mínimos aceitáveis (CARLSSON, 2004)
Com o paradigma do desenvolvimento sustentável a durabilidade ganhou uma nova dimensão, pois a
ampliação da vida útil é uma forma efetiva de redução do impacto ambiental; ou seja; a durabilidade e a
previsão de vida útil assumem dimensões ambientais relevantes (JOHN et al., 2001). Portanto, ao se
aumentar a durabilidade dos materiais, estamos consequentemente reduzindo as cargas ambientais, que
por sua vez influencia diretamente no ciclo de vida e garante o aumento da vida útil.
A ligação entre a vida útil e a durabilidade dos materiais, incluindo o seu ciclo de vida, se torna importante
para estimar o tempo que o produto vai durar, se ele é viável, contabilizando os possíveis reparos em sua
manutenção, e não apenas lançar novos materiais no mercado, sem se preocupar com o que fazer depois
que sua vida útil terminar. Muitos são os benefícios divulgados por empresas que querem implantar
materiais ecoeficientes, mas pouco se é abordado os fatores externos que podem comprometer sua
durabilidade, como por exemplo estar exposto a uma área de elevada agressividade ambiental.
Segundo Hodve (2004), existem três abordagens diferentes para estimar a vida útil de um material, a saber:
o método determinístico (baseado no estudo dos fatores de degradação que afetam os elementos
estudados, na compreensão dos seus mecanismos de atuação e na sua quantificação traduzida em funções
de degradação), o probabilístico (define qual é a probabilidade de ocorrer uma mudança de estado do
elemento, descrevendo a evolução da degradação, junto das incertezas decorrentes do tempo considerado
e método da engenharia (que é uma conciliação das vantagens dos dois métodos anteriores, tornando-o um
método mais simples) (SANTOS, 2010).
Os painés solares, também conhecidos como células fotovoltaicas, foram desenvolvidos no intuito de gerar
energia através da captação da luz do sol. Para isso o sistema é formado por um conjunto de painéis
individuais de células fotovoltaicas que usam semicondutores para absorver a luz e criar um fluxo de
elétrons que ao se movimentar gerando corrente elétrica. Altamente difundido, suas aplicações vem
crescendo, e por gerar energia renovável limpa chega como solução sustentável em rodovias, ou seja,
conta com uma infraestrutura moderna aliada a energia inteligente. As rodovias solares são compostas por
painés com três camadas, a superior constituída de vidro texturizado de alta resistência, a intermediária
usada para coletar energia e, por último, a placa que distribui toda captação de luz solar armazenada.
(CRAVO, 2014).
Além da função de gerar energia, as rodovias contam também com luzes de LED, que funcionam como
sinais de segurança emitidos para alertar aos condutores sobre possíveis acidentes nas rodovias,
congestionamentos, neblina, sinalização, dentre outros. As células fotovoltaicas, também, podem
transportar cabos de fibra óptica para televisão, comunicação e internet de alta velocidade, permitindo que
áreas rurais estejam conectadas contribuindo, inclusive, para uma despoluição visual envolvendo um
emaranhado de fios ao longo da rodovia (AZONANO, 2007). Ademais, com o advento do carro elétrico, as
Apesar de muitos serem os pontos positivos dos painéis solares, alguns questionamentos sobre sua
durabilidade são questionáveis como, por exemplo, a agressividade ambiental o qual o painel está inserido;
a segurança para o usuário (decorrente, por exemplo, do derramamento de óleo na pista ou acidente de
trânsito que ocasione algum dano a estrutura danificando painel (is) solar(es)). Outra desvantagem se refere
ao fato que os painéis solares sobre as estradas, não podem coletar energia da mesma forma se
estivessem posicionados formando ângulo, como ocorre em outras ocasiões, no telhado de uma casa por
exemplo.
As empresas fabricantes do painel solar destacam a necessidade de instalação de um tipo de vidro auto-
limpante para manter a superfície livre de sujeira e óleo. Há também a questão quando os dias estiverem
nublados, ou instalados em regiões onde não há grande incidência de luz solar. Mesmo em dias
ensolarados, a tecnologia atual de energia solar é muito ineficiente, a maioria dos painéis solares converte
cerca de 14% da energia disponível em eletricidade (GEORGE, 2009). Em 2015, pesquisadores da PUC do
Rio grande do Sul desenvolveram placas de captação de energia solar mais eficientes que a média mundial,
a custos menores, de 14% para 15,4% , quase se igualando as melhores placas solares comercializadas no
mundo, que convertem cerca de 16%. A tabela 1 apresenta resumidamente as características dessa tipo de
tecnologia passível ser empregada em rodovias.
A preocupação com o ruído tem vindo a crescer lado a lado com a mudança da mentalidade acerca da
valorização da saúde e do bem estar, a poluição sonora é considerada hoje um dos agentes mais
agressivos à qualidade de vida dos seres humanos, e uma prova disso é que o ruído é o impacto ambiental
do qual resultam mais queixas por parte da população. Caso o mesmo não for tomado em conta e,
devidamente controlada, será responsável por graves consequências na saúde e nas relações sociais das
populações afetadas (RIBEIRO, 2009).
Neste contexto, outra tendência inovadora que tem vindo a ser cada vez mais discutida e estudada, é a
aplicação de painéis fotovoltaicos ao longo das vias de comunicação, que funcionam como barreiras de
proteção contra o ruído. A utilização de painéis fotovoltaicos traduz-se normalmente em barreiras sonoras
Os painéis fotovoltaicos são direcionados de forma a ser potencializada a exposição solar a que serão
sujeitos, no entanto, quando aplicados a barreiras sonoras, terão que percorrer as curvaturas seguidas pela
via em questão; este fato poderá implicar o não correto aproveitamento dos painéis, deixando de ser
interessante a sua aplicação. Assim, dever-se-á proceder à instalação de barreiras que utilizem estes
painéis, apenas nos trechos da via perpendiculares à linha da direção de exposição solar máxima, ou com
pequenos desvios dos mesmos.
E, finalmente, salienta-se que os painéis fotovoltaicos são naturalmente mais caros que qualquer outro tipo
de painel utilizado em barreiras sonoras. Assim, apesar dos ganhos inerentes à produção de energia
elétrica, poderão também significar elevados custos de manutenção (RIBEIRO, 2009).
Seguindo a linha das tecnologias limpas, aquelas que não queimam combustível fóssil para gerar energia, a
energia eólica insere-se na Smart Higway. O sistema consiste em gerar energia aproveitando o
deslocamento do ar provocado pela passagem dos veículos na estrada (DE JONG, 2015). Diversas
categorias de geração de energia eólica nas rodovias podem ser aplicadas, uma delas é um projeto de um
estudante americano que propôs o seguinte modelo: a instalação é feita colocando duas turbinas eólicas
horizontalmente nas armações de aço onde geralmente estão instalados a sinalização ao longo da rodovia,
vide figura 2. Os geradores eólicos seriam movidos pelo vento produzido pela turbulência dos carros
passando, gerando assim energia, que poderá ser utilizada na própria estrada, ou auxiliar comunidades em
seu entorno (CHAPA, 2007).
No mesmo segmento, outra inovação é o poste de iluminação híbrido, 100% alimentado por energias eólica
e solar. Os modelos são feitos em aço, de 12 a 18 metros de altura e há presença de uma hélice no topo do
poste (vide figura 3). São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, 2 placas acopladas com
células solares, que recebem raios ultravioletas e infravermelhos, gerando energia elétrica, que será
armazenada em uma bateria afixada a peça. Com o mesmo intuito, as hélices no topo funcionam como
geradores de energia eólica através do deslocamento do vento. Cada poste pode abastecer outros três ao
mesmo o tempo, e com os dois sistemas funcionando paralelamente, sua autonomia chega até 70 horas, o
que significa que uma vez abastecido, mesmo na ausência de vento e sol, ele é capaz de manter as
lampadas acesas.
Figura 3 – Poste de iluminação híbrido.
Os pavimentos permeáveis ou drenantes (vide figura 4), favorecem a disposição e a preservação da água
da chuva pois, numa mistura de concreto com um elevado índice de vazios, que o torna permeável à ação
das águas de chuva e, consequentemente, reduz a espessura da lâmina d’água sobre a superfície.
Originalmente desenvolvidos para resolver aspectos relativos à segurança, os revestimentos asfálticos
drenantes apresentaram uma boa capacidade de redução dos ruídos provenientes do tráfego de veículos,
reduzindo o impacto ambiental sofrido pela vizinhança das rodovias e vias urbanas (OLIVEIRA, 2003).
Esses pavimentos podem ser de asfalto ou de concreto, em ambos não existem o agregado fino, o asfalto
tem agregados com vazios de 40% e o concreto com 17%. Os pavimentos podem, também, de pedras
britadas ou de grama adensada em estruturas de concreto ou de PVC, vide figura 5.
O sistema de pavimento permeável é útil por diferentes razões, a saber: o piso drenante é composto de
grandes materiais de concreto, pedra ou materiais altamente resistentes, equipados com um sistema de
filtração que permite a formação de uma espécie de grade, favorecendo a filtração da água da chuva. O
Como uma estratégia pra minimizar o efeito dessa poluição oriunda dos veículos automotores, estudos vem
utilizando a nanotecnologia na produção de materiais, com a incorporação de novas propriedades que
aumentam o seu desempenho, a sua funcionalidade e a sua durabilidade (CORTEZ, 2008). Em rodovias, a
tecnologia propicia um aumento no desempenho do revestimento, propiciando materiais mais resistentes à
deformação permanente, ao desgaste, menos sujeito à variação térmica e apresenta também menos dano
por umidade envelhecimento. Seu sistema é constituído por processos oxidativos avançados, pela
fotocatalise heterogênea que utiliza semicondutores como o dióxido de titânio (TiO2), sua incorporação em
combinação com o cimento Portland gera materiais com propriedades fotocatalíticas, ou seja, uma matriz de
cimento capaz de capturar e degradar poluentes atmosféricos como os óxidos de nitrogênio (NOx ) (MELO
et al., 2011).
O sistema funciona basicamente pelo processo de fotodegradação de poluentes atmosféricos, baseado nas
propriedades do semicondutor TiO2. Com a da incidência da radiação solar UV sobre a camada superior do
pavimento fotocatalítico, radicais hidroxila são produzidos, que por sua vez degradam os óxidos de
nitrogênio (NOx) por reações químicas de oxirredução, conforme ilustrado na figura 6. O resultado da
reação são íons de nitrato (NO3) que são fixados na superfície do pavimento em forma de sal, que
posteriormente serão removidos pela água de chuva e reaproveitados pelas plantas como nutrientes em sua
absorção (MELO et al., 2011)
Os resultados obtidos com os revestimentos fotocatalíticos, segundo Carneiro 2013, mostraram que se pode
ter uma taxa de conversão do poluente (NOx) de até 95 %, dependendo do tipo e porcentagem de dióxido
de titânio incorporado. Neste contexto abordado, o pavimento rígido de dupla camada fotocatalítico, pode
ser considerado uma relevante tecnologia para contribuir com a minimização dos poluentes atmosféricos
emitidos pelas fontes móveis de poluição
Atualmente é um dos métodos mais estudados para o combate da poluição do ar em grandes cidades
(Omia, Bruxelas, Paris, Bergamo, Hong Kong). Também faz parte do plano de revitalização da Ponte
Sarajevo, que passa por cima da Avenida Meridiana próximo a Barcelona, Espanha. No Brasil, foi feita a
primeira obra pública com material fotocatalítico, na Rua Sete de Abril, em São Paulo. Entretanto, a malha
rodoviária brasileira, de forma geral, é formada em sua maioria por pavimentos com revestimento asfáltico.
Os pavimentos rígidos, com placas de concreto de cimento Portland, possuem uma representatividade
muito inferior (SANTOS, 2011).
A tabela 3 apresenta uma análise comparativa do pavimento rígido tradicional e o fotocatalítico
A tabela 4 apresenta uma análise comparativa entre os principais indicadores de qualidade dos sistemas de
rodovias apresentadas. Adotou-se uma escala comparativa de 1 a 3, sendo 1 o sistema menos favorável em
relação aos demais na propriedade analisada e 3 o mais favorável, entre os diversos sistemas e
considerando a propriedade analisada.
Custo Implantação 3 2 1 2 1 2
Vida Útil 2 3 2 3 1 3
Durabilidade (com
serviços de 2 3 2 3 1 3
manutenção)
Sustentabilidade
Ambientais 2 3 3 2 1 2
Indicadores de
Econômicos 1 3 3 1 3 2
Sociais 1 2 3 1 2 2
Cabe mencionar que quando os pavimentos drenantes, inadequadamente instalados ou quando ocorrer
deficiência nos serviços de manutenção, terá sua vida útil comprometida. Além disso, um fato importante
chama atenção, por ser poroso, ele carreia não somente água; há um risco de contaminação dos aquíferos
se houver algum derramamento químico na pista causado por algum acidente, devendo ser instalado longe
de barragens de abastecimento de água.
Com o intuito de prolongar a vida útil do pavimento, ações preventivas devem ser tomadas como a
conservação periódica e a restauração, destacando-se manutenção preditiva e avaliação das propriedades
requeridas quando a durabilidade, vide tabela 5, que apresenta um resumo de ensaios não destrutivos mais
divulgados na construção civil.
Tabela 5 – Ensaios não destrutivos passíveis a serem aplicados nas rodovias inteligentes
ENSAIO PRINCÍPIO VANTAGENS LIMITAÇÕES
Exame visual Realizado com ou sem ajuda de Custos baixos; É necessário
aparelhos óticos, ferramentas de Avaliação rápida das experiência;
medida, registros fotográficos. condições. Avaliação primária
limitada às
superfícies das
Pulso A amplitude e a frequência das Fácil execução; edificações.
É necessária
Ultrassônico ondas introduzidas são Baixo custo. treinamento para uso
modificadas pela presença de do equipamento e alto
NBR NM 58/ fissuras, objeto e seções que nível de especialização
1996 tenham diferentes impedâncias para a interpretação
acústicas. dos resultados.
Gamagrafia Os raios gama são emitidos de Os equipamentos são Fontes de raios gama
uma fonte, penetram na facilmente são perigosos para a
British superfície e saem no lado transportáveis; segurança e saúde;
Standard oposto sendo gravados. Custo elevado. Necessita de acesso
Institution aos dois lados.
(1986)
Fibra ótica Consiste no uso de fibras óticas Conexão de câmera Equipamento de alto custo.
flexíveis, lentes e sistemas de fotográfica e permite
British iluminação. visões
Standard multidirecionais.
Institution
(1986)
(Fonte: Elaborada pelo autor)
A conservação tem por objetivo corrigir certas deficiências do pavimento, à medida que elas vão
aparecendo, na maioria dos casos de modo pontual. A restauração compreende um conjunto de ações a
executar em certos períodos da vida do pavimento, com objetivo de recuperar certas características
(estruturais e/ou funcionais), ou apenas para reduzir a taxa de degradação do pavimento.
As estimativas da vida útil do pavimento podem fornecer importantes subsídios para a seleção de uma das
alternativas, mesmo que não haja um consenso sobre qual estrutura de pavimento é mais adequada, pois
cada sistema possui suas variáveis, junto com a análise dos pontos positivos e negativos, é possível efetuar
uma análise comparativa entre as alternativas o que muito auxiliará na especificação do mesmo.
Apesar das placas solares serem grandes indicadores de pavimentos sustentáveis, não existem pesquisas
que demonstram a destinação dos painéis quando sua vida útil terminar, visto que esse material não tem
como ser reaproveitado, e portanto, não está inserido dentro do ciclo de vida do conceito desenvolvimento
sustentável.
Os resultados obtidos com os revestimentos fotocatalíticos produzidos, segundo Carneiro 2013, mostraram
que se pode ter uma taxa de conversão do poluente (NOx) de até 95 %, dependendo do tipo e porcentagem
de dióxido de titânio incorporado. Neste contexto abordado, o pavimento rígido de dupla camada
fotocatalítico, pode ser considerado uma relevante tecnologia para contribuir com a minimização dos
poluentes atmosféricos emitidos pelas fontes móveis de poluição. (CARNEIRO et al., 2013)
As rodovias eólicas também tiveram alto índice de sustentbilidade ambiental, social e econômico, mas tem
a desvantagem de necessitar da ação do vento, tornando difícil a integração da sua produção em rodovias
como pouco tráfego, ou muito congestionadas, além disso, onde o vento é produzido pelo deslocamento
dos veículos, o impacto sonoro é alto, e pode afastar animais da região, incomodar comunidades próximas,
além de impacto visual elevado.
4. CONCLUSÃO
Diariamente milhares de veículos se deslocam com objetivos múltiplos, seja para transporte de pessoas, ou
de cargas, atualmente o principal desafio que o setor rodoviário enfrenta passa por encontrar o equilibrio
entre conciliar os veículos cada vez mais modernos que surgem dia a dia, com as rodovias nem tão
tecnológicas assim. As novas tecnologias que estão surgindo são altamente importantes e se faz
extremamente necessária, principalmente num ambiente totalmente precário como o sistema de transporte
rodoviário. Portanto, a busca de novos materiais revela a importancia e a necessidade de interligacao da
industria de pavimentação em termos de efeitos reais e potenciais, com o desenvolvimento sustentavel.
Além disso, a utilização de materiais mais duraveis significa uma vida util maior e um menor consumo de
recursos. Torna-se por isso indispensavel perceber quais medidas devem obrigatoriamente ser tomadas
para que seja elevada sua durabilidade.
Em termos gerais, é necessario que o pais consolide uma mudanca nas trajetorias ambiental, social e
econômica no sentido da sustentabilidade, incentivando as empresas e pesquisadores a pensar em
desenvolver produtos que sejam mais sustentaveis não só durante sua vida útil, mas também após o seu
término, reciclando e renovando os materiais desenvolvidos.
Para que realmente as rodovias seja uma realidade sustentavel é necessario que diversos intervenientes
atuem nesse sentido. Cabe a comunidade cientifica esse importante papel na disseminacao dos novos
materiais que possam contribuir para as SMART HIGWAY, de forma que políticas de incentivo possam ser
criadas no intuito de orientar os fabricantes a considerar a analise do ciclo de vida como base dos seus
desenvolvimentos, no sentido de solucoes que não comprometam a geração futura. É preciso sim investir
em novos materiais, mas considerando as qualidades ambientais incorporadas no produto de modo que
condicione o desemprenho ambiental, social e econômico na totalidade do seu ciclo de vida.
Os autores agradecem a FAPEMIG pelo apoio financeiro que possibilitou a participação no evento.
5. REFERENCIAS:
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