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Mais relevante ainda é atestar que não se pode restringir esse fenômeno a uma origem
específica, como, por exemplo, os efeitos do desconhecido da Nova Economia. Os
casos vêm de múltiplas fontes: prejuízos gigantescos da Fiat, situação falimentar da
Napster, o não menos grave quadro da World.com, a vulnerável posição da aviação
civil brasileira, as crises em gigantes do setor da distribuição de alimentos e as sérias
dificuldades do setor de telecomunicações.
Em seguida, é preciso ter consciência de que tanto nestes casos como nos programas
de diversificação, é necessário dominar com excelência as competências críticas dos
novos segmentos. Não basta achar que tudo vai dar certo e que é fácil ter
conhecimento sobre fatores críticos de sucesso de onde não atuamos. Pergunte à
Promon como conseguiu sucesso no setor de telecomunicações, ou ao grupo Accor o
que este fez para dominar o setor de hotelaria. Na direção contrária, questione
gigantes como Odebrecht, Souza Cruz, Xerox e até a GE, respeitados ganhadores nos
seus setores tradicionais, como é difícil diversificar. Aliás, difícil e caro.
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Indo além, é preciso, no caso dos negócios mais tradicionais, evitar o que se chama
fantasia auto-imposta. Modelos de negócios se esgotam e é preciso antecipar, muitas
vezes no longo prazo, que mudanças deverão ser feitas para que se continue vivo. O
McDonald's é um belo exemplo de consciência desse esgotamento, o que é
comprovado por suas corajosas decisões de segmentações complementares.
Recorrendo a Fritjof Capra, no mundo da complexidade, para ficar igual, temos que
mudar. Lembrando o próprio slogan, há quanto tempo a Varig tem consciência de sua
delicada situação financeira?
Fonte
VIANNA, Marco Aurélio Ferreira. Erros que as empresas não podem cometer.
Conjuntura econômica, Rio de Janeiro, v. 56, n. 6, jun. 2002.