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1 Homeostasia Comportamento
1 Homeostasia Comportamento
APOSTILA
NEUROFISIOLOGIA
HOMEOSTASIA
INTRODUÇÃO
A fisiologia animal tem como finalidade estudar como os animais vivem. Para isso
busca-se compreender os mecanismos de funcionamento dos tecidos, dos órgãos e dos
sistemas de órgãos dos animais multicelulares, assim como, os processos de adaptação e a
diversidade de soluções para a sobrevivência nos mais diferentes ambientes da biosfera
terrestre. Acima de tudo é uma disciplina integrativa, pois se preocupa em compreender o
funcionando do organismo na sua totalidade, do nível molecular ao do individuo lembrando
que os seres vivos são feitos de matéria e que obedecem às leis da química e da física.
2. manter estavelmente regulada o meio ambiente interno mesmo diante das oscilações
do meio ambiente externo (homeostasia);
5. de se reproduzir;
Se pensarmos na primeira célula “que deu certo”, isto é, que foi compatível com a
vida podemos imaginá-la possuindo minimamente a membrana citoplasmática separando
os meios intracelular e extracelular imerso na água, nos mares pouco profundos. A água é
uma substancia muito reativa e essencial à vida. Os animais terrestres possuem em sua
composição, 75% de água no corpo e fazem um grande esforço para conservar a água e
garantir que a composição química dos fluidos corporais não varie. Esse meio aquoso
requer uma regulação precisa de pH, temperatura, pO2, combustível. etc. para que as
inúmeras reações bioquímicas essenciais ao processo vital ocorram apropriadamente. O
termo homeostasia refere-se à tendência permanente do organismo em manter a constância
do meio interno diante das oscilações do ambiente externo. De fato, os animais possuem
inúmeros mecanismos de regulação ou de ajustes que serão estudados ao longo da
disciplina.
Sistemas de controle
Controlador aquarista
Mas será que não haveria um mecanismo alternativo e mais prático onde a própria
redução ou aumento da energia térmica servisse de informação para que o aquecedor
pudesse ser ligado ou desligado, formando uma alça de retroalimentação? Sim, a inclusão
de um termostato, ou seja, um interruptor que pode ser controlado pela própria variação de
energia térmica (temperatura) no sistema. O termostato possui um fio condutor termo lábil
que liga/desliga o aquecedor: todas as vezes que a temperatura do aquário estiver abaixo de
25ºC, o fio condutor sofre contração física e liga o aquecedor. Quando a água atingir
temperaturas mais altas, o fio condutor dilata e desliga o aquecedor. Note que o termostato
é sensível à saída do sistema (quantidade de calor produzida) e usa essa informação para
controlar a própria entrada (quantidade de calor necessária). Dizemos que esse mecanismo
de controle funciona através de uma alça fechada de retro-alimentação (feedback).
termostato
Controlador
temperatura
Componente
controlado
aquecedor
Repare que o sistema funciona sempre agindo contra a variação e, por isso, é
chamado de mecanismo de retro-alimentação negativa. A precisão com que o efeito é
controlado depende da potência e da velocidade de como o controlador atua, da
sensibilidade e da inércia do sistema.
Será que nos sistemas biológicos podemos encontrar forma semelhante de controle?
por seleção natural. O termo ajuste é empregado para referir-se à capacidade dos animais
manterem regulados os valores de um determinado parâmetro mesmo frente às variações do
meio. Esses são os animais chamados reguladores. Mas ter essa capacidade não é a única
maneira de estar adaptado ao meio. Há espécies cuja adaptação significa ser bastante
tolerante às variações do meio. Esses animais são chamados de conformadores,
possuindo, no entanto, faixa limitada de tolerância.
Veja a figura abaixo: o peixe em questão é uma espécie que vive em águas mais
frias e tolera uma ampla faixa de variação da temperatura ambiental (é, portanto um
termoconformador). Denominamos de temperatura crítica inferior (Tci) e superior (Tcs)
os respectivos limites em que a sobrevivência destes animais é de 100%. Quando a
temperatura diminui ou aumenta, aquém ou além das temperaturas críticas, a taxa de
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sobrevivência vai diminuindo até que nenhum animal suporte mais as variações. A zona de
resistência corresponde à faixa de variações térmicas em que a sobrevivência dos animais
fica comprometida. Cada espécie possui um perfil típico de tolerância e de resistência às
variações da temperatura ambiental.
Para os animais conformadores, o ideal é se manter dentro da zona de tolerância e,
se submetido às variações críticas (zona de resistência), esquivar-se dela. Tanto para os
animais homeotérmicos (aves e mamíferos que são termorreguladores estritos) como para
os ectotérmicos (peixes, anfíbios e lagartos), a presença de órgãos sensoriais que
monitoram constantemente as variações térmicas do corpo são essenciais. As aves e
mamíferos que regulam a temperatura corporal dentro limites estreitos, os termorreceptores
que ficam espalhados pelo corpo enviam a informação para um “termostato” situado no
sistema nervoso. A temperatura é comparada com o ponto de ajuste ideal e, se for
necessário, o sistema nervoso elabora comandos para que os mecanismos produtores e
trocadores de calor restabeleçam a condição desejada.
A aclimatização refere-se à capacidade dos seres vivos de se ajustarem às variações
naturais do meio. É o caso, por exemplo, de ajustes que os animais experimentam durante
as variações sazonais de fotoperíodo, temperatura, pluviosidade, etc. Suponha um animal
que migrou do vale para regiões mais altas de uma montanha onde o ar é mais rarefeito. No
começo haverá um aumento na taxa de ventilação para se obter a mesma quantidade de
oxigênio. Passados alguns dias, a freqüência de ventilação volta aos níveis anteriores, mas
também aparecem mecanismos fisiológicos que facilitam a troca gasosa. Por isso, quando
os jogadores de futebol vão do Brasil para o Chile precisarão ir com antecedência para uma
aclimatização.
Já a aclimatação é a mesma coisa só que em condições artificiais ou induzidos
experimentalmente. As codornas são submetidas a condições não-naturais, por exemplo,
com o fotoperíodo constante de 16 horas de luz artificial (dia) e 8 horas de escuro (noite) e
a temperatura sendo regulada em torno de 25oC para se garantir postura diária de ovos. Na
Natureza a produção de ovos estaria restrita à estação de procriação, ou seja, primavera
verão.
Poder regular uma quantidade (de pH, de pressão parcial de oxigênio, dos níveis de
glicose, etc) significa garantir a integridade funcional do sistema vivo e assim, poder
exercer outras funções vitais. A glicose é o principal combustível das células e ao contrário
de outros tecidos, as células nervosas só utilizam esse substrato como fonte de energia e o
seu suprimento precisa ser constante (assim como o de oxigênio). A hipoglicemia (redução
nos níveis de glicose sanguínea) causa perda de consciência e a falta prolongada pode ser
fatal. A hiperglicemia (quantidade aumentada) também causa várias disfunções que
comprometem bastante a qualidade de vida. Assim, um organismo saudável deve possuir
mecanismos precisos para regular os níveis de glicose do sangue. Após as refeições, ocorre
um aumento nos níveis de açúcar no sangue e, se não há necessidade de utilizá-la
imediatamente, o excesso é retirado da circulação e é armazenado pelos músculos
esqueléticos ou pelo fígado na forma de glicogênio, ou então, é convertida em gordura a
principal forma de armazenamento de energia dos animais. Quando o suprimento de glicose
está baixo como no jejum (ou outras situações de emergência que requer energia), o
glicogênio é degradado e moléculas de glicose são disponibilizadas para pronto uso pelos
tecidos. Se o jejum ou um exercício físico se prolongar, o tecido gorduroso será mobilizado
para disponibilizar fontes alternativas de energia para as células (exceto para o tecido
nervoso) e o fígado converterá os aminoácidos (elementos constituintes das proteínas) em
glicose. Em outras palavras, os sistemas vivos lançam mão de mecanismos de
retroalimentação negativa e procuram ajustar a concentração ideal de glicose sanguínea.
Esse conceito vale para qualquer outro parâmetro onde uma determinada quantidade é
constantemente ajustada em torno de valores ideais (pontos de ajuste).
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O que é comportamento?
Ambiente externo
Luz de órgão
Glândula exócrina
Glândula endócrina