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Acção Educativa
Apresentação
. Quem sou?
. De onde venho?
. O que faço?
. Como e onde vivo?
. O que gosto?
. O que sonho?
. O que penso?
1. Acompanhamento de Crianças
(baby-sitting)
. Desenvolvimento intra-uterino
. Desenvolvimento pós-natal
“Desenvolvimento:
1. A progressiva e contínua mudança no
organismo desde o nascimento até à morte.
2. Crescimento.
3. Modificações na forma e integração de
partes do corpo em órgãos funcionais.
4. Maturação ou aparecimento de padrões
fundamentais, não aprendidos, do
comportamento.”
Existem várias concepções de
desenvolvimento que decorrem de diferentes
teorias e correntes: maturacionista,
behavioristas, construtivista, psicossocial…
entre outras.
Ao longo deste módulo vamos perceber as
diferenças entre as várias propostas, mais
concretamente analisar as concepções
contínuas e descontinuas de
desenvolvimento.
Nesta introdução, vamos contrapor
uma visão maturacionista a uma visão
que dá grande importância aos factores
do meio e da aprendizagem, para
podermos concluir como é importante
a interacção entre factores internos e
externos, entre biológico e o social.
A abordagem maturacionista é
desenvolvida por Gesell (1880-1961) e a
sua equipa da Universidade de Yale,
nos EUA, a partir da década de 20. Para
estes investigadores, os
comportamentos sucedem-se numa
ordem sequencial, inalterável, que
reflecte um programação interna
idêntica ao crescimento.
O desenvolvimento e a maturação são
predeterminados geneticamente pois
são hereditários. As diferenças entre
os indivíduos relacionam-se com as
diferenças inatas. O meio e as
experiências vivenciadas têm pouca
importância.
A esta concepção podemos opor a
corrente behaviorista, segundo a qual
os factores do meio e da aprendizagem
são os que determinam o
comportamento.
A corrente construtivista e
interaccionista de Piaget e a corrente
psicossocial de Erikson valorizam
factores maturativos e socioculturais.
Quanto à psicanálise, embora privilegie
o potencial inato e maturativo,
considera relevante a forma como o
sujeito vivência os aspectos
relacionais, sobretudo os
desenvolvidos na infância.
Outro interaccionista, Henri Wallon
(1879-1962), considera que o ser
humano é “um ser total e
primitivamente orientado para a
sociedade”, é um ser biologicamente
social. Da sua inata prematuridade ao
nascer decorre a absoluta necessidade
do “outro” e de um meio propício para
sobreviver.
Hoje considera-se infrutífera a defesa
da oposição estanque entre o biológico
e o social, entre o inato e o adquirido. A
dinâmica entre o organismo e o meio é
uma realidade – o indivíduo é uma
unidade biopsicossocial.
As capacidades internas necessitam de
um meio externo estruturante que lhes
permita a sua realização. Além disso, é
difícil ou impossível adquirir
aprendizagens precocemente sem que
haja uma capacidade interna para essa
aquisição. Assim, serão inúteis os
esforços para ensinar um bebe de seis
meses a andar ou a falar.
Outra questão que se pode levantar é o
problema da existência ou não de
períodos críticos, isto é, etapas
limitadas de tempo durante as quais o
organismo é sensível à estimulação do
meio.
Se, como já foi dito, algumas aprendizagens
não são possíveis antes de certos estados
de maturação, certas aprendizagens também
não são possíveis (ou são-no
deficientemente) se se ultrapassarem esses
períodos. É comum dar-se o exemplo das
crianças selvagens que, não tendo sido
familiarizadas com a linguagem, já não
conseguiram adquirir essa capacidade por
terem ultrapassado determinada idade.
O desenvolvimento tem sido perspectivado
pelos diferentes autores sublinhado um
aspecto privilegiado de evolução. Assim,
Piaget estudou o desenvolvimento da
criança e do adolescente a partir dos
aspectos cognitivos (memória, linguagem,
pensamento lógico); Freud privilegiou o
desenvolvimento da psicossexualidade;
Erikson deu ênfase aos aspectos
psicossociais, estudando a construção da
identidade.
Uma visão desenvolvimentalista dinâmica e
abrangente permite representar o ser
humano como sistema aberto em que
interagem os seus diferentes aspectos –
biológico, fisiológico, cognitivo, motor,
emocional, linguístico e sociomoral. O ser
humano interage com o seu meio
envolvente: o meio natural a família, os
amigos, o grupo, de vizinhança, a escola, a
comunidade. Esta abordagem integrada
opõe-se a uma concepção estática e
simplificada do comportamento.
A própria noção de desenvolvimento traz em
si a noção de mudança, de transformação, de
globalidade.
De notar que só recentemente se estuda o
desenvolvimento ao longo da idade adulta e
da velhice. Esta nova concepção implicou
rejeitar a ideia de que o estado adulto era um
patamar estável de maturação.
Na década de 70, surge também a corrente
americana de ciclo vital que relaciona o
biológico e o social reconhecendo o
desenvolvimento como um processo que se
desenrola até á morte. Abordam os
processos psicológicos de adaptação e de
realização que ocorrem em toda a nossa
existência: o ser humano muda de forma
global e estrutural.
Existem contextos, situações,
acontecimentos, acaso que influenciam
activamente os percursos da nossa
vida: a mudança de terra e de casa, a
doença, a morte de uma pessoa, o
nascimento de um filho, o divórcio,
entre outros. Estas transições –
acontecimentos e mudanças –
implicam a pessoa globalmente nas
respostas que irá dar, nas mudanças
internas vivenciadas, quer seja criança,
adolescente, adulto ou velho.
Leitura atenta do texto e
comentários pertinentes
Abordagem Interdisciplinar
A investigação em psicologia do
desenvolvimento enriqueceu-se com
os conhecimentos, quer de outros
ramos da psicologia, quer de outras
áreas científicas.
Assim, a biologia genética, ao estudar
como se transmite o património
hereditário de pais para filhos, traz
conhecimentos de elevado valor para a
psicologia do desenvolvimento.
Os estudos etológicos sobre os
comportamentos animais contribuíram
para a compreensão da infância
humana.
Os estudos históricos permitiram
conhecer e compreender, por exemplo,
que o conceito de infância, que nos
parece ter sempre existido, tem apenas
trezentos anos.
A antropologia permitiu confrontar
características de desenvolvimento
entre diferentes culturas, como por
exemplo, as da adolescência.
Proposta de trabalho