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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL – SENAC

CENTRO UNIVERSITÁRIO PÓS GRADUAÇÃO


CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL

Clovis Rasteli Júnior


Evaldo Rocha
Fábio Rodrigo de Azevedo
Flávia Ludimila Farias Molina
Luiz Fernando Amorim

LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA SUPRESSÃO VEGETAL


NATIVA NA ÁREA URBANA DA BAIXADA SANTISTA
Santos-SP
Santos/Novembro 2010
Clovis Rasteli Júnior
Evaldo Rocha
Fábio Azevedo
Flávia Ludimila Farias Molina
Luiz Fernando Amorim

LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA SUPRESSÃO VEGETAL


NATIVA NA ÁREA URBANA DA BAIXADA SANTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Centro Universitário
SENAC – SANTOS, como exigência
parcial para obtenção do título de
Especialização Latu Sensu em
Gestão Ambiental.

Orientador: Guevara Biella Miguel

Santos/Novembro 2010
Clovis Rasteli Júnior
Evaldo Rocha
Fábio Rodrigo de Azevedo
Flávia Ludimila Farias Molina
Luiz Fernando Amorim

LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA


SUPRESSÃO VEGETAL NATIVA NA
ÁREA URBANA DA BAIXADA
SANTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Centro Universitário
SENAC – SANTOS, como exigência parcial
para obtenção do título de Especialização
Latu Sensu em Gestão Ambiental.

Orientador: Prof.º Guevara Biella

A Banca Examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada


em __/__/____, considerou o(a) candidato(a):

_________________________________________________________________
Examinador (a)

_________________________________________________________________
Examinador (a)

_________________________________________________________________
Presidente
1

RESUMO

A região da Baixada Santista é considerada uma área sensível por ser


localizada no litoral, porém vem sofrendo um impacto com o passar dos anos,
devido à degradação do ecossistema Mata Atlântica, resultado da expansão
urbana e industrial nos últimos 50 anos. O licenciamento ambiental é a ferramenta
que tem como finalidade, ordenar este desenvolvimento e evitar o crescimento
desordenado, com o propósito de melhorar a qualidade de todo o meio. O
licenciamento ambiental permeia por praticamente todas as atividades que
possam ser exercidas pelo homem, mas as normas, critérios, condições e
medidas para obter o licenciamento vão variar conforme a localização mesmo
dentro da mesma região. Devido à existência de inúmeros instrumentos
pertinentes ao licenciamento ambiental, conhecer a sua história, assim como as
leis que estão vigentes, torna possível atingir com eficiência o êxito para qualquer
empreendimento. É importante obter consciência da ferramenta que é o
licenciamento e seus procedimentos, como também a sua necessidade para
organizar o crescimento urbano com a máxima qualidade ambiental, pois o
descumprimento dessas regras não é só desrespeitar a Lei, mas sim desrespeitar
o meio onde você vive. Advento dessa realidade surge à necessidade de criarmos
instrumentos que facilitem o entendimento do licenciamento para a supressão de
vegetação nativa, para que possa ser compreendido por pessoas de diferentes
níveis de instrução. A partir de estudos de revisão do arcabouço legal e
interpretação compreendida neste trabalho, e diante da importância do
licenciamento, o conteúdo a seguir tem por finalidade tornar claro o entendimento
e expor as premissas que devem ser consideradas durante o processo de
licenciamento ambiental para a supressão de uma área urbana vegetada, para
que ela possa ser objeto de construção ou uso, independente da natureza da
atividade. Espera-se também que o leitor tenha a possibilidade de observar uma
área urbana com vegetação e consiga entender se esse espaço permite que o
seu empreendimento possa ser ou não instalado naquele local.

Palavras Chaves: Licenciamento Ambiental, Supressão Vegetal,


supressão vegetal em área urbana, autorização para supressão, estágios de
sucessão ecológica, Políticas Ambientais, Baixada Santista . .
2

ABSTRACT

The region of Santos is considered a sensitive area to be located on the


coast, but has suffered an impact over the years, which is the Atlantic Forest
ecosystem degradation due to urban and industrial expansion in the last 50 years.
Environmental licensing is a tool that aims to order this development and prevent
sprawl, with the aim of improving the quality of the entire medium. The
environmental licensing for permeates nearly all activities that may be exercised
by man, but the standards, criteria, conditions and steps for licensing will vary by
location and region. Because of the numerous instruments relevant to
environmental licensing, knowing the history of licensing, as well as the laws that
are currently in force, makes it possible to achieve success in any endeavor. It is
important to gain awareness of the tool that is the licensing and procedures, as
well as their need to organize the urban growth with the highest environmental
quality, because the breach of these rules is not only breaking the law, but
disregarding the environment where you live. Advent of this reality comes the need
to create tools that facilitate the understanding of how to conduct a licensing
process, so it can be understood by people from all social levels. From studies to
review the legal framework and interpretation understood in this work, and
considering the importance of licensing, the following content is intended to clarify
the understanding of the way that this should be an environmental license for the
abolition of a vegetated urban area, so she can be the object of construction or
use, regardless of the nature of the activity. It is also hoped that the reader has the
possibility to observe an urban area with vegetation and can understand if the
space allows your project can be installed there.

Keywords: Environmental Permit, Removal Plant, vegetation removal in


urban areas, permission for deletion, successional stages of regeneration,
Environmental Policies, Santos.
3

SUMÁRIO

Histórico...........................................................................................................................6

1.1.1 Histórico Mundial................................................................................................6

1.1.2 Histórico no Brasil...............................................................................................9

1.2 Principais Órgãos Ambientais...................................................................................15

1.2.1 CONAMA .........................................................................................................15

1.2.2 IBAMA .............................................................................................................17

1.2.3 CETESB ..........................................................................................................18

1.3 Tipos de Vegetação.................................................................................................19

1.3.1 Mata Atlântica...................................................................................................20

1.4 A Baixada Santista...................................................................................................21

1.4.1 Aspectos Físicos...............................................................................................23

1.4.2 Relevo e Solo ..................................................................................................23

1.4.3 Ecossistemas....................................................................................................24

1.4.4 Unidades de Conservação................................................................................25

OBJETIVO........................................................................................................................27

LICENCIAMENTO AMBIENTAL.......................................................................................28

3.1 Licenciamento Ambiental pra Supressão Vegetal em Área Urbana.........................30

3.2 Supressão da Vegetação.........................................................................................34

3.2.1 Supressão em Área de Preservação Permanente (APP)..................................35

3.2.2 Supressão da Vegetação Primária ..................................................................39

3.2.3 Vegetação Secundária ou em Regeneração....................................................41

3.2.4 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Inicial..................................42

3.2.5 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Médio.................................44

3.2.6 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Avançado...........................48

3.2.7 Autorização para supressão de árvore isolada.................................................50

4. CONCLUSÕES............................................................................................................51

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................52
4

INTRODUÇÃO

A expansão humana sobre o meio natural se torna cada dia maior e a


preocupação em ordenar esse crescimento se torna mais eminente na sociedade
moderna, sendo observada essa premissa de planejamento da atividade humana
ao longo do tempo.

Com tudo, apenas a partir da década de 50 as primeiras orientações


legais de caráter ambiental de âmbito mundial foram promulgadas. Tendo como
destaque os relatórios da ONU, Clube de Roma e Rio 92.

Na América Latina as questões ambientais começam a ganhar maior


sensibilidade por parte dos governos a partir dos anos setenta. Isso devido a
pressões externas por parte de financiadores estrangeiros que começaram a
exigir um planejamento ambiental em suas parcerias, como também em projetos
com os governos locais.

No Brasil, temos dois grandes marcos importantes: a Lei nº 6.938/81 que


dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e também institui o Sistema
Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), que cria a Resolução CONAMA 237/97,
onde competências para licenciar foram atribuídas a cada ente federativo, de
acordo com a localização do empreendimento e seus impactos. E a promulgação
da Constituição de 1988, que é reconhecida como inovadora em perpetuar o
direito ao meio ambiente no artigo 225 da mesma.

Esse arcabouço legal se faz extremamente necessário no Brasil devido às


características singulares do meio ambiente, se tornando um pré-requisito
indispensável para o desenvolvimento sustentável, contudo, qualquer que seja a
natureza da atividade humana, precisa hoje, com a vigência da nova lei
ambiental, de um estudo para avaliar a sua operação.

Atualmente o desmatamento é uma das principais ações degradantes no


Brasil, resultante da expansão humana sobre o meio, seja ela industrial,
agropecuária e ou mineradora.
5

Como a exemplo mundial de que a civilização tende a ocupar a faixa


litorânea de seus continentes, a Mata Atlântica é um dos ecossistemas brasileiro
que mais sofreu com a expansão humana, devido à qualidade de vida e serviços
gerados pelos grandes portos, por isso essa faixa do continente vêm sofrendo um
processo contínuo de supressão ao longo do tempo. Localizada ao longo da
costa, chegou ao seu ápice de degradação no último século, tendo sua cobertura
reduzida a menos de 10% de sua área original, de acordo com o portal digital do
SOS Mata Atlântica.

Entre as regiões que possuem cobertura vegetal de Mata Atlântica,


consideramos a Baixada Santista como uma área de grande sensibilidade e
atualmente bastante degradada. Isso devido a uma grande expansão urbana e
industrial nos últimos 50 anos, onde grande parte da vegetação nativa foi
derrubada pela ação do homem.

A legislação ambiental brasileira é considerada por muitos como umas


das mais completas do mundo, tendo um conteúdo legal complexo e abrangente,
contudo muitas vezes seu entendimento não se passa a todas as camadas da
população. Advento dessa realidade surge à necessidade de criarmos
instrumentos que facilitem o entendimento do licenciamento para a supressão de
vegetação nativa, para que possa ser compreendido por pessoas de diferentes
níveis de instrução. Somado a contínua expansão urbana na Baixada Santista e
pelo cenário mesclado a margem da vegetação nativa, o conhecimento e
compreensão da legislação vigente para a supressão de vegetação é de suma
importância.

A legislação ambiental está cada vez mais introduzida no nosso dia a dia,
e a necessidade de melhorar a qualidade do meio ambiente está
proporcionalmente interligada com a qualidade da saúde. Porém deixar de
desenvolver a economia de uma região, ou até mesmo de um país, não faz parte
da nossa realidade, por isso a ferramenta que é o licenciamento ambiental age
como uma balança, onde todos os efeitos colaterais de um novo empreendimento
são devidamente aferidos, e então através desse sistema podemos redimir
nossas ações e se necessário até compensá-las.
6

Em âmbito geral todo licenciamento ambiental é obrigação legal


necessária para a operação de qualquer atividade humana potencialmente
impactante ao meio, sendo uma ferramenta do poder público, visa controlar o
aumento da degradação ambiental.

É importante que o leitor obtenha consciência do que é o licenciamento


dentro do planejamento ambiental, para organizar o crescimento urbano com o
máximo de qualidade. Conhecer a história do licenciamento, com as regras que
hoje é ordenado, mostra que é possível atingir êxito em quaisquer
empreendimentos, devendo apenas entender o que se pode fazer e como, pois o
descumprimento dessas regras não é só desrespeitar a lei, mas sim desrespeitar
o meio ambiente e as gerações futuras.

Diante da importância do licenciamento, o conteúdo a seguir tem por


finalidade tornar claro o entendimento e expor as premissas que devem ser
consideradas durante o processo de licenciamento ambiental para a supressão de
uma área urbana vegetada, para que ela possa ser objeto de construção ou uso,
independente da natureza da atividade.

Histórico

1.1.1 Histórico Mundial

A história Ambiental Mundial pode ser contada com diferentes enfoques


devido ao fato de ser subdividida em pequenas histórias na linha do tempo, onde
cada ramificação ou seguimento de estudo tem a sua contribuição e fatos
marcantes para a construção da história ambiental mundial.

Diante de uma trajetória composta por um conjunto de ramificações,


optamos por um olhar mais apurado em assuntos e acontecimentos que
envolvem de certa forma o cenário político mundial, pois contribuíram para a
tomada de decisões das metas de conservação do planeta, impulsionaram a
criação de políticas ambientais internas e externas (conjunto de metas e
7

instrumentos com o objetivo de reduzir os impactos sobre o ambiente), e


influenciaram posteriormente no surgimento do “licenciamento ambiental”.

A série histórica de fatos e acontecimentos importantes relacionados ao


meio ambiente teve seu início em 1949, onde foi realizada a Conferência
Científica das Nações Unidas sobre a Conservação e Utilização de Recursos
(UNSCCUR), que pela primeira vez, reuniram cientistas de todo o mundo para
analisar a gestão dos recursos naturais.

Em 1962, a bióloga e pesquisadora Rachel Carson publicou o livro


“Primavera Silenciosa” trazendo a tona os efeitos dos DDT (Dicloro-Difenil-
Tricloroetano), forçando assim sua proibição e impulsionando os primeiros sinais
de preocupação e discussões internacionais sobre as questões ambientais. Neste
período, “pós-guerra” os principais problemas ambientais eram: o crescimento
populacional, o desenvolvimento industrial e os testes nucleares.

Em 1968 foi realizada a Conferência Intergovernamental de Especialistas


sobre as Bases Científicas para Uso e Conservação dos Recursos da Biosfera
(Conferência da Biosfera), onde surgiu a noção de ecossistema mundial e as
primeiras preocupações a respeito dos impactos do homem sobre a biosfera.
Ainda em 1968 foi fundado o Clube de Roma, uma organização não
governamental composta por cientistas, economistas, chefes de estado, indústrias
e líderes políticos de vários países para discutir e analisar a situação mundial e os
limites do crescimento econômico levando em conta o uso dos recursos naturais.

O fato mais enaltecido dessa década é o National Environmental Policy


Act (NEPA) que em 1969 foi editado e aprovado. Esse documento era a lei da
Política Ambiental Americana, sendo a primeira lei no mundo que previa a
avaliação do impacto ambiental (AIA) para projetos com intervenção no meio
ambiente, obrigando a apresentação de uma declaração ambiental
(Environmental Impact Statement).

Art. 2º
Enunciar uma política nacional que incentive uma produtiva e agradável
harmonia entre o homem e o meio ambiente; promova esforços que
evitem ou eliminem danos ao meio e à biosfera; bem como estimule a
saúde e o bem-estar do homem; ampliar a compreensão dos sistemas
8

ecológicos e das riquezas naturais importantes para a Nação; e


estabelecer uma Assembléia sobre Qualidade Ambiental.

Já no começo da década de 70, precisamente em 1972, o Clube de Roma


pública a obra “Os Limites do Crescimento”, no qual tratava essencialmente de
problemas cruciais para o futuro da humanidade. Esse relatório tomou grande
impulso em Estocolmo, à Primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre
o Meio Ambiente Humano com representantes de dezenas de países e
organizações não governamentais.

O que foi produzido durante a Conferência foi considerado o primeiro


grande documento internacional de caráter ambiental chamado “Declaração sobre
o Meio Ambiente Humano”, este que era uma declaração contendo princípios de
comportamento e de responsabilidades para que todos cooperassem com as
questões ambientais, e buscassem soluções para os problemas já existentes na
época.

A conferência Mundial de fato, foi o primeiro grande marco ambiental


internacional, pois tinha um apelo aos governos e aos povos para que reunissem
seus esforços a fim de preservar e melhorar o meio humano em benefício de
todos, portanto os estados tinham que tomar medidas possíveis para mitigar e
reduzir todos os tipos de impacto. A partir deste primeiro documento internacional,
começaram a surgir pressões em todo o mundo, tanto para a formulação de
novas políticas, quanto para a reformulação das políticas ambientais vigentes
pelos governos.

Diante dos paradigmas levantados pela Conferência de 1972, a década


de 70 e 80 foi marcada por inúmeras ações mundiais, como: realização de
convenções Mundiais para tratar de assuntos pertinentes a qualidade ambiental;
surgimento de novos estudos; os conceitos ambientais foram ampliados e
difundidos; tratados Internacionais; criação da Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento (1983); protocolos; como o protocolo de Montreal
(1987); relatórios Mundiais; e estratégias de política fazendo com que vários
países se mobilizassem para criar as Agências Ambientais e instrumentos legais.
9

Em 1992 ocorreu a Conferência das Nações Unidas para o Meio


Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD/UNCED), conhecida como ECO-92 ou
Rio-92, reunindo representantes de quase todos os países do mundo.

Durante a Coferência de 1992 foram decididas metas para diminuir a


degradação ambiental e assegurar a existência das futuras gerações. Os
resultados apresentados por esta Conferência foram: a criação de um novo
conceito de desenvolvimento; redição de documentos; novas declarações; e
também o comprometimento em realizar novas convenções e encontros sobre:
Biodiversidade, Desertificação e Mudanças Climáticas.

No final do século XX e início do século XXI houve um aumento


significativo no número de enventos ambientais, assim como o surgimento de
mecanismos políticos para gerenciar o meio ambiente. Fica evidente que a
questões ambientais passaram a ganhar maior relevância pelos governos que
começaram a buscar e apresentar soluções para uma série de problemas
ambientais associados com a criação de políticas ambientais internas e externas.

1.1.2 Histórico no Brasil

Para entender melhor o licenciamento ambiental no país, é importante


compreender como se deu a evolução da política ambiental brasileira e a série de
acontecimentos marcantes na linha do tempo até a estruturação atual das
secretarias, órgãos competentes, criação das leis, decretos e resoluções.

No Brasil tudo começou em 1934 com a elaboração do primeiro Código


Florestal Brasileiro, instituído pelo Decreto nº 23.793/34, alterado em 1965 e
chamado de “novo” Código Florestal Brasileiro, instituído pela Lei n° 4.771/65.

Art. 1º
As florestas existentes no território nacional e as demais formas de
vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens
de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os
direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e
especialmente esta Lei estabelecem.
10

O Código Florestal contribuiu para a criação em 1937 do primeiro Parque


Nacional Brasileiro (Parque Nacional de Itatiaia).

Em 1967 foi criado o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal


(IBDF), instituído pelo Decreto-Lei nº 289/67, com o propósito de formular a
política florestal do país e assuntos pertinentes.

Logo após a primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o


Meio Ambiente Humano, foi criada em 1973 no âmbito do Ministério do Interior, a
Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) – Instituída pelo Decreto nº
73.030/73, que orientava para a conservação do meio ambiente e abordava uma
estratégia de desenvolvimento nacional e do progresso tecnológico. O SEMA
passa então a dividir funções com o IBDF.

Já em 1989 o IBDF foi extinto pela Lei nº 7.732/89 e seus patrimônios e


funções transferido para a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, que
posteriormente foram transferidos para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), de acordo com a Lei nº 7.735, de 22
de fevereiro de 1989.

Em 1981 foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente - Instituída pela


Lei n° 6.938/81, regulamentada pelo Decreto nº 99.274/90 com o propósito de
estabelecer: padrões de qualidade do meio ambiente e de normas relativas ao
uso e manejo dos recursos; relatórios de qualidade ambiental; penalidades para o
poluidor e para o predador, obrigando o mesmo a recuperar e/ou indenizar pelos
danos causados pela degradação; avaliação de impactos ambientais (AIA);
zoneamento ambiental; e licenciamento e fiscalização ambiental.

Art. 1º
Na execução da Política Nacional do Meio Ambiente cumpre ao Poder
Público, nos seus diferentes níveis de governo:
I - manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais, visando à
compatibilização do desenvolvimento econômico com a proteção do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - proteger as áreas representativas de ecossistemas mediante a
implantação de unidades de conservação e preservação ecológica;
III - manter, através de órgãos especializados da Administração Pública,
o controle permanente das atividades potencial ou efetivamente
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poluidoras, de modo a compatibilizá-las com os critérios vigentes de


proteção ambiental;
IV - incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso racional
e a proteção dos recursos ambientais, utilizando nesse sentido os planos
e programas regionais ou setoriais de desenvolvimento industrial e
agrícola;
V - implantar, nas áreas críticas de poluição, um sistema permanente de
acompanhamento dos índices locais de qualidade ambiental;
VI - identificar e informar, aos órgãos e entidades do Sistema Nacional
do Meio Ambiente, a existência de áreas degradadas ou ameaçadas de
degradação, propondo medidas para sua recuperação; e
VII - orientar a educação, em todos os níveis, para a participação ativa
do cidadão e da comunidade na defesa do meio ambiente, cuidando
para que os currículos escolares das diversas matérias obrigatórias
contemplem o estudo da ecologia.

Com a criação da Política Nacional do Meio Ambiente em 1981, esse fato


tornou-se um marco para as políticas públicas de meio ambiente em toda escada
do poder público, no qual possibilitou a criação de mecanismos, instrumentos e
órgãos de aplicação e gerenciamento.

A política Nacional do Meio Ambiente instituiu o Sistema Nacional do Meio


Ambiente (SISNAMA).

Art. 3º
O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído pelos
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e pelas fundações instituídas pelo Poder Público,
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, tem a
seguinte estrutura:
I - Órgão Superior: o Conselho de Governo;
II - Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA);
III - Órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da
República (SEMAM/PR);
V - Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes (Redação dada
pelo Decreto nº 6.792, de 10 de Março de 2009);
12

V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades da Administração Pública


Federal direta e indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público
cujas atividades estejam associadas às de proteção da qualidade
ambiental ou àquelas de disciplinamento do uso de recursos ambientais,
bem assim os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução
de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades
capazes de provocar a degradação ambiental; e
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis
pelo controle e fiscalização das atividades referidas no inciso anterior,
nas suas respectivas jurisdições.

Em 5 de outubro de 1988 as questões ambientais tomaram ainda mais


força com a promulgação da nossa lei suprema, a Constituição Federal, que pela
primeira vez teve um capítulo (capítulo VI) sobre o meio ambiente.

Art. 225°
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do
País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração
e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de
vida e o meio ambiente;
13

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a


conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de
espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar,
o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional,
e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que
assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso
dos recursos naturais.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos
Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos
ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua
localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser
instaladas.

Já em 2006, é criada a Lei n° 11.428 em 22 de dezembro que dispõe


sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e
também dá outras providências. Devido ao fato do bioma Mata Atlântica estar
presente em boa parte do território brasileiro principalmente no litoral, está lei é
muito importante como arcabouço legal para o licenciamento da supressão
vegetal.

Segundo o Capítulo II da Lei n° 11.428 de 22 de dezembro de 2006, os


principais objetivos e princípios desta lei são:

Art. 6º
A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica têm por objetivo geral
o desenvolvimento sustentável e, por objetivos específicos, a
salvaguarda da biodiversidade, da saúde humana, dos valores
paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico e da estabilidade
social.
14

Parágrafo único.
Na proteção e na utilização do Bioma Mata Atlântica, serão observados
os princípios da função socioambiental da propriedade, da eqüidade
intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da
transparência das informações e atos, da gestão democrática, da
celeridade procedimental, da gratuidade dos serviços administrativos
prestados ao pequeno produtor rural e às populações tradicionais e do
respeito ao direito de propriedade.

Art. 7º
A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica far-se-ão dentro de
condições que assegurem:
I - a manutenção e a recuperação da biodiversidade, vegetação, fauna e
regime hídrico do Bioma Mata Atlântica para as presentes e futuras
gerações;
II - o estímulo à pesquisa, à difusão de tecnologias de manejo
sustentável da vegetação e à formação de uma consciência pública
sobre a necessidade de recuperação e manutenção dos ecossistemas;
III - o fomento de atividades públicas e privadas compatíveis com a
manutenção do equilíbrio ecológico;
IV - o disciplinamento da ocupação rural e urbana, de forma a
harmonizar o crescimento econômico com a manutenção do equilíbrio
ecológico.

Portando, a atual estrutura ambiental brasileira se deu principalmente pela


criação da Política Nacional do Meio Ambiente, onde foi instituído o Sistema
Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que foi recepcionado posteriormente
pela Constituição Federal de 1988 onde pela primeira vez apresentou um capítulo
sobre o meio ambiente.

A peça (estrutura) mais importante para operar e tornar efetiva a Política


Nacional Ambiental foi à criação do Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA), que é o órgão brasileiro responsável pela deliberação e consulta da
Política Nacional do Meio Ambiente, assim como a criação de resoluções
normativas.
15

1.2 Principais Órgãos Ambientais

O licenciamento ambiental pode variar a critério do órgão licenciador,


determinando assim critérios e condições, conforme a localização do
empreendimento, atividades e região, podendo se dar no âmbito estadual pelos
órgãos estaduais de meio ambiente ou conselhos, no âmbito municipal para
atividades de impacto reduzido ou local, e no âmbito federal.

Com a evolução das Políticas Ambientais e com a criação do Sistema


Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), foram criados órgãos competentes e
entidades responsáveis pelo licenciamento ambiental no Brasil, portanto é
importante saber das atribuições e funções de cada órgão, assim como os
instrumentos pertinentes ao licenciamento no Estado de São Paulo.

1.2.1 CONAMA

O Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA foi criado pela Lei n°


6.938/81 e regulamentado pelo Decreto n° 99.274/90, e é o único conselho com
poder de editar resoluções regulamentadoras. O CONAMA tem como finalidade
assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas
governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais, deliberar no âmbito
de sua competência sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente
ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida (CONAMA,
2006).

Segundo o Decreto n° 99.274, de 6 de junho de 1990 e redação dada


pelo Decreto n° 3.942, de setembro de 2001, compete ao CONAMA:

I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o


licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser
concedido pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios e
supervisionada pelo referido Instituto;
II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das
alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos
16

públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e


municipais, bem assim a entidades privadas, as informações
indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e
respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa
degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas
patrimônio nacional;
III - decidir, por meio da Câmara Especial Recursal, como última
instância administrativa, os recursos contra as multas e outras
penalidades impostas pelo IBAMA; (Redação dada pelo Decreto nº
6.792, de 2009)
IV - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição
de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou
condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de
financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
V - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle
da poluição causada por veículos automotores, aeronaves e
embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
VI - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à
manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional
dos recursos ambientais, principalmente os hídricos;
VII - assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de
políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais;
VIII - deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões
compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e
essencial à sadia qualidade de vida;
IX - estabelecer os critérios técnicos para declaração de áreas críticas,
saturadas ou em vias de saturação;
X - acompanhar a implementação do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza – SNUC, conforme disposto no inciso I do art.
6o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000;
XI - propor sistemática de monitoramento, avaliação e cumprimento das
normas ambientais;
XII - incentivar a instituição e o fortalecimento institucional dos
Conselhos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, de gestão de
recursos ambientais e dos Comitês de Bacia Hidrográfica;
XIII - avaliar a implementação e a execução da política ambiental do
País;
XIV - recomendar ao órgão ambiental competente a elaboração do
Relatório de Qualidade Ambiental, previsto no art. 9o inciso X da Lei no
6.938, de 31 de agosto de 1981;
17

XV - estabelecer sistema de divulgação de seus trabalhos;


XVI - promover a integração dos órgãos colegiados de meio ambiente;
XVII - elaborar, aprovar e acompanhar a implementação da Agenda
Nacional de Meio Ambiente, a ser proposta aos órgãos e às entidades
do SISNAMA, sob a forma de recomendação;
XVIII - deliberar, sob a forma de resoluções, proposições,
recomendações e moções, visando o cumprimento dos objetivos da
Política Nacional de Meio Ambiente; e
XIX - elaborar o seu regimento interno.

Dentre inúmeras competências do CONAMA, a mais importante está em


estabelecer resoluções, critérios, condições, normas e procedimentos gerais para
o licenciamento ambiental (por atividade e por região ou local de atuação). As
principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão expressas
na Lei nº 6.938/81 e nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97.

1.2.2 IBAMA

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis (IBAMA) foi criado pela Lei nº 7.735/89, e está vinculada ao Ministério
do Meio Ambiente (MMA). O IBAMA foi o resultado da fusão de entidades e
órgãos brasileiros que atuavam na área ambiental: a Superintendência da Pesca
(SUDEPE), Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal (IBDF) e Superintendência da Borracha (SUDHEVEA).

Art. 2º
É criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA, autarquia federal dotada de personalidade jurídica
de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao
Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de:
I - exercer o poder de polícia ambiental;
II - executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes
às atribuições federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle
da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à
fiscalização, monitoramento e controle ambiental, observadas as
diretrizes emanadas do Ministério do Meio Ambiente; e
18

III - executar as ações supletivas de competência da União, de


conformidade com a legislação ambiental vigente.

Dentre inúmeras competências do IBAMA, está o licenciamento ambiental


de grandes projetos de infra-estrutura que envolve necessariamente impactos
ambientais em mais de um estado.

Segundo a Resolução CONAMA nº 237/97, art. 4°, compete ao Instituto


Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), órgão
executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental de empreendimentos e
atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional.

I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país


limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica
exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do
domínio da União.
II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;
III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais
do País ou de um ou mais Estados;
IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar,
armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que
utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações,
mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN;
V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a
legislação específica.

1.2.3 CETESB

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) foi criada


pelo Decreto n° 50.079/68, onde a CETESB é responsável pelo controle,
fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição.

Já em 2009, entra em vigor a Lei n° 13.542 tornando a CETESB na


Agência Ambiental Paulista, ganhando assim novas atribuições, principalmente no
processe de licenciamento ambiental no Estado de São Paulo. Antigamente os
pedidos de licenciamento eram expedidos por departamentos do sistema estadual
de meio ambiente como: o Departamento Estadual de Proteção de Recursos
Naturais (DEPRN), Departamento do Uso do Solo Metropolitano (DUSM),
19

Departamento Avaliação de Impacto Ambiental (DAIA) e a própria CETESB, a


partir de 2009 com a centralização e unificação da estrutura da CETESB os
pedidos para o licenciamento estão centralizados.

Segundo a Lei n° 13.542, de 8 de maio de 2009, compete a CETESB.

Art. 2º
A CETESB, na qualidade de órgão delegado do Governo do Estado de
São Paulo no campo do controle da poluição, de órgão executor do
Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção,
Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos
Recursos Naturais - SEAQUA, e de órgão do Sistema Integrado de
Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH, tem as seguintes
atribuições:
I - proceder ao licenciamento ambiental de estabelecimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e
potencialmente poluidores, bem como capazes, sob qualquer forma, de
causar degradação ambiental;
II - autorizar a supressão de vegetação e intervenções em áreas
consideradas de Preservação Permanente e demais áreas
ambientalmente protegidas;
III - emitir alvarás e licenças relativas ao uso e ocupação do solo em
áreas de proteção de mananciais.

A CETESB tem como função: fiscalizar empreendimentos e/ou atividades,


licenciar empreendimentos de atividades potencialmente poluidoras, e atividades
que impliquem na supressão da vegetação.

1.3 Tipos de Vegetação

No Brasil existem diferentes tipos de formações vegetais que vão variar


de acordo com a região em que se encontram, cada região e local possui sua
característica e peculiaridade específica devido a diversos fatores que influenciam
diretamente no desenvolvimento da vegetação como: iluminação, temperatura,
clima e massas de ar, atitude e latitude, e substrato de fixação. O conjunto de
determinados fatores irão formar um “macroclima”, proporcionando ambientes
20

favoráveis para o desenvolvimento de espécies de vegetais e de determinados


ecossistemas, que em conjunto formam os biomas.

Por todo território brasileiro existem seis biomas: Amazônia, Cerrado,


Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa, e no caso a região da Baixada
Santista está localizada no Bioma Mata Atlântica.

1.3.1 Mata Atlântica

A Mata Atlântica acompanha principalmente o litoral brasileiro ocupando


uma faixa do Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, mas também engloba
alguns outros estados. A sua característica apresenta variações em relação à
fauna, vegetação, solo, relevo e características climáticas, mas não variando as
principais características de ser um ecossistema que apresenta árvores que
podem atingir grandes alturas, folhas largas e perenes, vegetação exuberante,
alta diversidade biológica, vegetação estratificada (dossel, submata, herbácea), e
ambiente úmido e sombreado.

Imagem 01 – Mata Atlântica – Serra do Mar


Fonte: Acervo João Renato Stehmann, 2010.

Segundo Decreto n° 750, de 10 de fevereiro de 1993, considera-se Mata


Atlântica as formações florestais e ecossistemas associados inseridos no domínio
Mata Atlântica, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de
21

Vegetação do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)


1988: Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, Floresta
Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual,
rnanguezais, restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves
Florestais do Nordeste.

Imagem 02 - Mapa de Vegetação do Brasil


Fonte: IBGE, 1988.

1.4 A Baixada Santista

A região foi criada mediante a Lei Complementar Estadual nº 815, de


1996. Situa-se geograficamente no centro do litoral do estado de São Paulo, e
representa uma área isolada na forma de baixada, com morros isolados entre a
serra e o oceano, abrangendo áreas insulares e continentais.

Possui uma área de 2.373 km2 (o que corresponde a menos de 1% da


superfície do estado), e é composta por nove municípios (Bertioga, Cubatão,
Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente).
22

Imagem 03 - Indicadores da Baixada Santista


Fonte: IMBS, abr. 2005.

Localizando-se a 70 km da cidade de São Paulo, é considerada a terceira


maior região do estado em termos demográficos (cerca de 1,6 milhões de
moradores fixos, segundo dados de 2007), com 82 praias em 162,5 km de
extensão, atraindo um grande número de população flutuante: aproximadamente
1.350.000 habitantes. Possui uma frota própria registrada de veículos superior a
500 mil e mais de 2.500 indústrias cadastradas nos nove municípios – a maior
parte de pequenas e médias indústrias. A região também conta com grandes
infra-estruturas e pólos de indústria de base, tais como o maior pólo portuário,
petroquímico e siderúrgico da América Latina.

Apesar da sua função portuária, importante para um crescente


intercâmbio em face do processo de globalização, e de constituir sede do
expressivo pólo siderúrgico e da indústria de turismo, a Região Metropolitana da
Baixada Santista (RMBS), apresenta problemas comuns aos grandes
aglomerados urbanos, como os relacionados com a questão ambiental, carência
de infra-estrutura, saneamento ambiental, transporte e habitação.
23

1.4.1 Aspectos Físicos

Por ser uma região estreita, entre o litoral e a Serra do Mar, com amplos
espaços cobertos por vegetação de mangue, restinga e vegetação de morros,
trata-se de uma região com uma complexa relação ambiental, populacional e de
atividades econômicas, o que apresenta por outro lado, os complexos portuário e
industrial de grande porte e a vocação turística, que se mesclam a reservas
ambientais e áreas de proteção legal.

1.4.2 Relevo e Solo

• Planícies Litorâneas: formada por areia silte e argila, sedimentos


depositados pelo mar e pelos rios. É cortada por diversos canais sinuosos de
água salobra, que são influenciados pela maré, colaborando no
desenvolvimento dos mangues;

• Maciço de São Vicente: é constituído por morros de formas


arredondadas e afastado da Serra do Mar, e possuem solos argilosos.
Localizam-se na região central da Ilha de São Vicente;

• Serra do Mar: escarpa abrupta do Planalto Atlântico que desce de


800m de altitude em direção à planície, sendo constituída de granitos e
gnaisses.

As características dos solos não apresentam fertilidades adequadas para


o desenvolvimento da atividade agrícola. Os recursos minerais compreendem
basicamente matérias primas voltadas para a construção civil como areia,
cascalho, brita e pedras.
24

1.4.3 Ecossistemas

• Matas de encosta: representam as matas da Serra do Mar, fazendo


parte da Mata Atlântica. Possui uma vegetação exuberante, com uma grande
diversidade de plantas, com condições favoráveis de umidade e iluminação,
propiciando o desenvolvimento de árvores copadas e de vegetação baixa.
Destacam-se as canelas, os cedros, as figueiras, as quaresmeiras e os ipês; as
palmeiras possuem um grande número de espécies e os palmiteiros são
abundantes;

• Restingas: constitui-se da faixa de areia depositada paralelamente


ao litoral, e também conhecida como jundu. A vegetação padrão apresenta
espécies de porte arbustivo-arbóreo, sendo algumas comestíveis. O solo é
arenoso, pobre em argila e matéria orgânica. Encontra-se praticamente
ocupada pelo avanço da expansão urbana;

Imagem 04 – Exemplo de vegetação de Restinga da região.


Fonte: Acervo Clovis Rasteli Júnior, 2010.

• Estuário: é a desembocadura larga e funda de um rio no litoral,


ficando sujeita aos efeitos da maré, e correspondendo a um vale submerso.
São geralmente utilizados para instalações portuárias;
25

• Manguezais: estende-se por todo o complexo estuarino e ao longo


dos cursos d’água, até onde se faz sentir o fluxo do mar, sob influência das
marés. Constituem um ecossistema complexo e dinâmico, com tendências para
o aterramento e o assoreamento ao longo do tempo. A vegetação é densa,
com espécies que suportam a umidade e a salinidade do solo. A fauna
associada é composta de caranguejos, siris e camarões, além de algumas
espécies de peixes, moluscos e larvares;

Imagem 05 – Exemplo do ecossistema de manguezal da região.


Fonte: Acervo Clovis Rasteli Júnior, 2009.

• Cordões de Areia: são as praias arenosas expostas, desprovidas de


vegetação e sem organismos visíveis na superfície;

• Costões Rochosos: são os trechos de praias sem areia, mas com


rochas.

1.4.4 Unidades de Conservação

A Baixada Santista possui uma vasta área de vegetação natural, sendo


grande parte da Mata Atlântica, declarada pela Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Reserva da Biosfera,
Patrimônio da Humanidade.
26

Na tabela a seguir, os Parques Estaduais, Áreas de Proteção Ambiental,


Parques Ecológicos, e Áreas de Relevante Interesse Ecológico que são
encontrados na Baixada Santista, sendo o Município de Bertioga é o que
compreende a maior parcela de Mata Atlântica em seu território.

TABELA 1
Unidades de Conservação na RMBS

Instrumento legal de Área Total


Categorias de Unidade de Conservação
criação (em ha)

D.E. 10.251
(30/08/1977)
Parque Estadual da Serra do Mar 315.390,00
D.E. 13.313
(06/03/1979)

D.E. 37.536
Parque Estadual Xixová - Japui 901
(27/09/1993)

D.E. 37.537
Parque Estadual Marinho da Laje de Santos 5.000,00
(27/09/1993)

D.E. 24.646
Estação Ecológica Juréia – Itatins 79.270,00
(21/01/1986)

D.F. 92.964
Estação Ecológica Tupiniquins 1.780,00
(21/07/1986)

D.F. 90.347
(23/10/1984)
APA Cananéia - Iguape – Peruíbe 217.060,00
D.F. 91.892
(06/11/1985)

D.F. 91.889
ARIE da Ilha (fluvial) do Ameixal 400
(05/11/1985)

ARIE das Ilhas Queimada Pequena e Queimada D.F. 91.887


33
Grande (05/11/1985)

Fontes: Secretaria de Estado do Meio-Ambiente, 2000. Elaboração: EMPLASA, 2002.


27

OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo condensar a legislação vigente


pertinente a supressão vegetal nativa na área urbana da Baixada Santista,
criando assim um instrumento facilitador para compreensão por pessoas de
diferentes níveis de instrução, tornando claro o entendimento e as premissas que
devem ser consideradas durante o processo, permitindo que o leitor tenha a
possibilidade de observar uma área urbana com vegetação e consiga entender se
esse espaço permite que o seu empreendimento possa ser ou não instalado
naquele local.
28

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O licenciamento ambiental é uma ferramenta que tem como finalidade,


ordenar o desenvolvimento obtendo maior qualidade ambiental para todo o meio.
O crescimento desordenado mundial mostrou de forma consistente que se não
houver preservação do meio ambiente estaremos, todo o planeta, fadados à
extinção, pois a deterioração da qualidade do ar, da água, do solo, tende a
diminuição dos recursos naturais, como também a qualidade de vida.

O licenciamento ambiental permeia por praticamente todas as atividades


que possam ser exercidas pelo homem, desde a implantação de um poço de
petróleo a 7 quilômetros de profundidade, passando pela atividade de um aterro
sanitário até a pizzaria que está no nosso bairro. Mesmo hoje em áreas urbanas
consolidadas, onde a escassez da vegetação nativa que outrora fora moradora
sem vizinhos, hoje tem por obrigação manter a vegetação nativa no local, até
mesmo a arborização urbana deve ser implementada com a vegetação
característica da região.

Na Resolução normativa CONAMA nº 237 de 19 de dezembro de 1997, o


licenciamento ambiental é definido como: o procedimento administrativo pelo qual
o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais
e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. As principais diretrizes
para o licenciamento ambiental estão expressas na Lei nº 6.938/81 e nas
resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97.

Para a implantação de qualquer projeto potencialmente poluidor, tem por


obrigação a solicitação da licença ambiental, podendo ser dividida em três etapas.

I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do


empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando
29

a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a


serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento


ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas
e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais
condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou


empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das
licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes
determinados para a operação.

Já o licenciamento para supressão de vegetação, deve ter como premissa


como citado já anteriormente, um projeto para o local, seja ele para instalação
residencial, comercial, industrial, pública e outras quaisquer, desde que o plano
diretor do município autorize tal o qual evento na área pretendida.

§ 1º
No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar,
obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o
local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade
com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o
caso, a autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso
da água, emitidas pelos órgãos competentes (CONAMA nº 237/97).

Considera-se toda e qualquer área, seja lote, gleba, vegetada ou não,


passível do licenciamento ambiental, cada caso deve ser estudado de forma
única, respeitando todas as legislações vigentes. O licenciamento da área estará
sujeito a apreciação dos técnicos dos órgãos ambientais competentes, tendo
esses o direito e o dever de solicitar estudos complementares para instruir o
parecer quanto ao licenciamento, levando em consideração as especificidades, os
riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou
atividade.

Art. 12º
30

O órgão ambiental competente definirá, se necessário, procedimentos


específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza,
características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e,
ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas
de planejamento, implantação e operação (CONAMA nº 237/97).

Vale ressaltar que todos os estudos necessários ao processo de


licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados
onde serão responsáveis por todas as informações apresentadas, sujeitando-se
às sanções administrativas, civis e penais.

Algumas áreas são passíveis de licenciamento específicos, assim como


existe especificidades para a realização da supressão vegetal, ou seja, apenas
obterão licenciamento para algumas atividades específicas. A seguir serão
mostradas conforme a caracterização da vegetação e legislações vigentes
aplicáveis na Baixada Santista (área urbana) o que é pertinente ao corte e
supressão da vegetação.

3.1 Licenciamento Ambiental pra Supressão Vegetal em Área Urbana

De acordo com a Resolução SMA nº 31/09, a supressão vegetal nativa no


Estado de São Paulo deve obedecer ao que determina a legislação vigente,
principalmente a Lei Federal nº 4.771/65, e nº 11.428/06 e o Decreto Federal nº
6.660/08. Além de considerar os diferentes estágios de sucessão ecológica das
fisionomias do Bioma Mata Atlântica definidos pelas Resoluções Conjunta
IBAMA/SMA n°01/94 e n°02/94 e Resoluções CONAMA nº 01/94 e nº 10/93.

O artigo 3º da Resolução SMA nº 31/09 determina que:

A autorização para supressão de vegetação nativa para parcelamento


do solo ou qualquer edificação na área urbana poderá ser fornecida
mediante o atendimento das seguintes condicionantes:
I. somente poderá ser concedida autorização para supressão de
vegetação quando garantida a preservação da vegetação nativa em área
correspondente a, no mínimo, 20% da área da propriedade.
31

II. respeitado o disposto no inciso I, deverá ser garantida a preservação


de no mínimo 30% da área do fragmento de vegetação nativa existente
na propriedade no caso de estágio inicial de regeneração.
III. respeitado o disposto no inciso I, deverá ser garantida a preservação
de no mínimo 50% da área do fragmento de vegetação nativa existente
na propriedade no caso de estágio médio de regeneração.
IV. respeitado o disposto no inciso I, em se tratando de propriedade
localizada em perímetro urbano definido antes da edição da Lei Federal
11.428/06, deverá ser garantida a preservação de no mínimo 70% da
área do fragmento de vegetação nativa existente na propriedade no caso
de estágio avançado de regeneração.
V. a vegetação remanescente na propriedade deverá ser averbada à
margem da matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis
competente como Área Verde, sendo dispensada a averbação no caso
de lotes com área inferior a 1.000 m2.
§ 1° - Poderão ser averbadas como Áreas Verdes as áreas de
preservação permanente, obedecendo-se as disposições da Resolução
CONAMA nº 369-2006.
§ 2° - Existindo dois ou mais estágios de regeneração dentro da
propriedade objeto de análise, onde se constate a impossibilidade de
individualização, será aplicado o critério correspondente ao estágio de
regeneração mais avançado.
§ 3º - em se tratando de propriedade localizada em perímetro urbano
definido após a edição da Lei Federal nº 11.428- 2006 a supressão de
vegetação nativa em estágio avançado de regeneração não poderá ser
autorizada.
§ 4º - Nos pedidos de solicitação de supressão de vegetação para lotes
localizados em loteamentos já implantados, deverão ser verificadas as
Áreas Verdes existentes no loteamento, que se cobertas por vegetação
nativa poderão ser consideradas para fim de atendimento ao percentual
de vegetação a ser preservada, levando-se em conta, nestes casos, a
área total do fragmento de vegetação existente dentro do loteamento,
bem como a área total do mesmo.

O artigo 10º da Lei Federal 4.771/65 determina que:

Art. 10º
Não é permitida a derrubada de florestas, situadas em áreas de
inclinação entre 25 a 45 graus, só sendo nelas tolerada a extração de
toros, quando em regime de utilização racional, que vise a rendimentos
permanentes.
32

As áreas de preservação permanente conforme Resolução CONAMA nº


369/06 podem ser averbadas como áreas verdes de acordo com a Resolução
acima descrita; quando existir dois ou mais estágios na propriedade e forem
impossíveis as suas determinações, será considerado o estágio de regeneração
mais avançado. Se a propriedade estiver localizada em perímetro urbano, que o
mesmo tenha sido definido após a Lei Federal nº 11.428/06 a supressão de
vegetação nativa em estágio avançado de regeneração não poderá ser
autorizada. Existindo loteamentos já implantados, deverão verificar as Áreas
Verdes existentes, e sendo vegetação nativa, deve-se considerar o percentual a
ser preservado, levando em conta a área total do fragmento assim como a área
total do loteamento.

Há ainda importantes artigos que devem ser transcritos em sua


literalidade, pois são auto explicativos e de fácil compreensão. Transcrevo:

Art. 4º
A autorização para supressão de vegetação nativa para o parcelamento
do solo ou para qualquer edificação na área urbana, somente será
concedida quando em conformidade com o Plano Diretor ou mediante
autorização do Município.

Art. 5º
Na análise técnica dos pedidos de supressão de vegetação deverá ser
avaliada a localização da vegetação a ser suprimida verificando se esta
se encontra em áreas indicadas para preservação e criação de unidades
de conservação de proteção integral ou em áreas prioritárias para
implantação de áreas verdes urbanas, reservas legais ou de reservas
particulares do patrimônio natural e para restauração de corredores
ecológicos interligando fragmentos de vegetação nativa, conforme o
“Projeto Diretrizes para Conservação e Restauração da Biodiversidade
no Estado de São Paulo”, coordenado pelo Programa Biota-FAPESP.
Parágrafo 1º - No caso de pedidos de supressão de vegetação nas
áreas indicadas no caput poderão ser exigidas medidas compensatórias
suplementares em função da importância ecológica do fragmento.
Parágrafo 2º - Os pedidos para supressão de vegetação nativa em
propriedades inseridas integral ou parcialmente em áreas indicadas para
criação de Unidades de conservação pelo Projeto Biota FAPESP
deverão ser previamente submetidos à análise e manifestação do órgão
competente do SIEFLOR.
33

Art. 6º
Nos processos de licenciamento de novos parcelamentos de solo e
empreendimentos habitacionais, sem prejuízo das demais medidas
mitigadoras pertinentes, deverá ser exigida a manutenção das
características naturais de permeabilidade do solo em, no mínimo, 20%
(vinte por cento) da área total do imóvel, preferencialmente em bloco
único, visando assegurar, entre outros aspectos, a infiltração das águas
pluviais, a conservação da biodiversidade, a mitigação da formação de
ilhas de calor e da poluição sonora e atmosférica.
§ 1º - A medida mitigadora prevista no caput deverá ser exigida
independente da existência de vegetação nativa na gleba.
§ 2º - As Áreas Verdes e Sistemas de Lazer definidos em lei municipal e
as Áreas de Preservação Permanente poderão ser considerados para o
atendimento da exigência prevista no caput.
§ 3º - As áreas de que trata o caput deverão ser revegetadas com o
plantio de espécies nativas ou plantio consorciado de espécies nativas e
exóticas, excetuando-se espécies exóticas consideradas invasoras,
podendo ser destinado até o limite de 30% destas áreas para
ajardinamento, instalação de equipamentos esportivos e de lazer.
§ 4º - A Resolução CONAMA 369/06 deve ser observada no caso de
áreas de preservação permanente.

Art. 7º
No caso do licenciamento de novos empreendimentos destinados à
construção de habitações de interesse social, de que trata a Resolução
CONAMA nº 412, de 13 de Maio de 2009, poderá ser dispensada a
exigência prevista no artigo 6º se houver a comprovação da existência,
na proximidade, de áreas naturais que assegurem a manutenção das
funções ambientais.
§ 1º - Para fins de aplicação do disposto no caput, poderão ser
consideradas áreas verdes públicas ou privadas, parques municipais ou
outras áreas não impermeabilizadas existentes em área urbana na
região em que se pretende implantar o empreendimento.
§ 2º - A comprovação da existência de áreas naturais de que trata o
caput deverá ser feita pela Prefeitura Municipal com base em estudo
técnico.
34

3.2 Supressão da Vegetação

Para a realização da supressão da vegetação total ou parcial é


necessário fazer uma caracterização do local, e identificar o estágio de sucessão
da Mata Atlântica levando em consideração os parâmetros básicos para a análise,
como: (Resolução CONAMA n° 10, de 1 de outubro de 1993, também citada no
parágrafo 2, da Lei Federal nº 11.428/06).

I - fisionomia;
II - estratos predominantes;
III - distribuição diamétrica e altura
IV - existência, diversidade e quantidade de epífitas;
V - existência, diversidade e quantidade de trepadeiras;
VI - presença, ausência e características da serapilheira;
VII - subosque;
VIII - diversidade de dominância de espécies;
IX – espécies vegetais indicadoras.

Os parâmetros definidos para tipificar os diferentes estágios de


regeneração da vegetação podem variar, de uma região para outra, dependendo
das condições de relevo, de clima e de solo locais; do histórico do uso da terra; da
vegetação circunjacente; da localização geográfica; e da área e da configuração
da formação analisada. A variação de tipologia será analisada e considerada pela
autoridade competente, segundo a Resolução SMA nº 31/09:

Art. 1º
“a análise dos pedidos de supressão de vegetação nativa no Estado de
São Paulo deverá obedecer ao que determina a legislação vigente, em
especial a Lei Federal nº 4.771-1965, a Lei Federal nº 11.428-2006 e o
Decreto Federal nº 6.660-2008”.

§ 1º
“Deverão ser considerados os diferentes estágios sucessionais de
regeneração das fisionomias do Bioma Mata Atlântica definidos pelas
Resoluções CONAMA nº 10-1993, CONAMA nº 7- 1996 e a Resolução
Conjunta SMA - IBAMA-SP nº 01-1994”.
35

Portando o primeiro passo no licenciamento para supressão da vegetação


é a caracterização da área com o tipo de vegetação presente (primária ou
secundária), sendo vegetação secundária, deve ser identificado os seus
diferentes estágios sucessionais (inicial, médio ou avançado).

No caso da Baixada Santista também é necessário observar os


ecossistemas associados às formações vegetais do domínio da Mata Atlântica,
tais como manguezal, restinga e campos de altitude. As legislações vigentes,
normas legais e pertinentes que vão determinar os procedimentos e diretrizes no
licenciamento conforme a área e suas peculiaridades.

3.2.1 Supressão em Área de Preservação Permanente (APP)

As áreas de preservação permanente são definidas através da resolução


CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002, conforme seu artigo 3º que diz:

Art. 3º
Constitui Área de Preservação Permanente a área situada:
I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção
horizontal, com largura mínima, de:
a) trinta metros, para o curso d’água com menos de dez metros de
largura;
b) cinqüenta metros, para o curso d’água com dez a cinqüenta metros de
largura;
c) cem metros, para o curso d’água com cinqüenta a duzentos metros de
largura;
d) duzentos metros, para o curso d’água com duzentos a seiscentos
metros de largura;
e) quinhentos metros, para o curso d’água com mais de seiscentos
metros de largura;
II - ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente, com
raio mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso,
a bacia hidrográfica contribuinte;...
36

Imagem 06 – Exemplo de Mata Ciliar


Fonte: CETESB.

...III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem


mínima de:
a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas
consolidadas;
b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos
d`água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de
cinqüenta metros;
IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura
mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e
encharcado;
V - no topo de morros e montanhas, em áreas delimitadas a partir da
curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da
elevação em relação a base;
VI - nas linhas de cumeada, em área delimitada a partir da curva de nível
correspondente a dois terços da altura, em relação à base, do pico mais
baixo da cumeada, fixando-se a curva de nível para cada segmento da
linha de cumeada equivalente a mil metros;
VII - em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por
cento ou quarenta e cinco graus na linha de maior declive;
VIII - nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da
linha de ruptura em faixa nunca inferior a cem metros em projeção
horizontal no sentido do reverso da escarpa;
IX - nas restingas:
a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos a partir da linha de
preamar máxima;
37

b) em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por


vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues;
X - em manguezal, em toda a sua extensão;
XI - em duna;
XII - em altitude superior a mil e oitocentos metros, ou, em Estados que
não tenham tais elevações, à critério do órgão ambiental competente;
XIII - nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias;
XIV - nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna
ameaçadas de extinção que constem de lista elaborada pelo Poder
Público Federal, Estadual ou Municipal;
XV - nas praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna
silvestre.

Parágrafo único. Na ocorrência de dois ou mais morros ou montanhas


cujos cumes estejam separados entre si por distâncias inferiores a
quinhentos metros, a Área de Preservação Permanente abrangerá o
conjunto de morros ou montanhas, delimitada a partir da curva de nível
correspondente a dois terços da altura em relação à base do morro ou
montanha de menor altura do conjunto, aplicando-se o que segue:
I - agrupam-se os morros ou montanhas cuja proximidade seja de até
quinhentos metros entre seus topos;
II - identifica-se o menor morro ou montanha;
III - traça-se uma linha na curva de nível correspondente a dois terços
deste; e
IV - considera-se de preservação permanente toda a área acima deste
nível.

Esses locais são passíveis de autorização para supressão total ou parcial


com prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à
execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou
interesse social, conforme o parágrafo 1º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de
1965, ou seja, os lotes que estiverem inseridos nas condições conforme o artigo
3º da Resolução 303, acima descrita, apenas será objeto de licenciamento se o
projeto para o local possuir como prioridade função social a qual não possa ser
realizada em outro local, ou mesmo para a realização de ações consideradas
eventuais e de baixo impacto ambiental, conforme resolução CONAMA 369 de
2006.
38

Através desses termos entenda-se que a intervenção nas referidas áreas


de preservação permanente, necessitam de projetos específicos que atendam as
conformidades da lei, importante ressaltar alguns itens das exposições acima
supracitadas, para melhor entendimento do texto entenda-se:

Conforme artigo 2º da resolução CONAMA 369 de 2006.


I - utilidade pública:
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
b) as obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços
públicos de transporte, saneamento e energia;
c) as atividades de pesquisa e extração de substâncias minerais,
outorgadas pela autoridade competente, exceto areia, argila, saibro e
cascalho;
d) a implantação de área verde pública em área urbana;
e) pesquisa arqueológica;
f) obras públicas para implantação de instalações necessárias à
captação e condução de água e de efluentes tratados; e
g) implantação de instalações necessárias à captação e condução de
água e de efluentes tratados para projetos privados de aqüicultura,
obedecidos aos critérios e requisitos previstos nos §§ 1o e 2o do art. 11,
desta Resolução.
II - interesse social:
a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação
nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da
erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies
nativas, de acordo com o estabelecido pelo órgão ambiental competente;
b) o manejo agroflorestal, ambientalmente sustentável, praticado na
pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterize a
cobertura vegetal nativa, ou impeça sua recuperação, e não prejudique a
função ecológica da área;
c) a regularização fundiária sustentável de área urbana;
d) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e
cascalho, outorgadas pela autoridade competente.
39

Imagem 07 - Perfil das áreas de preservação permanente.


Fonte: Jornal “O Estado de São Paulo”, 14/02/2010

3.2.2 Supressão da Vegetação Primária

Segundo a Resolução CONAMA nº 1, de 31 de janeiro de 1994,


vegetação primaria é definida como:

Art. 1°
Considera-se vegetação primaria aquela vegetação de máxima
expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos das
ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas
características originais de estrutura e de espécie.
40

Imagem 08 - Exemplo de Vegetação Primária da região.


Fonte: Site Baixaki, 2005.

O corte e a supressão da vegetação primária do Bioma Mata Atlântica


somente serão autorizados em caráter excepcional, quando necessários à
realização de obras, projetos ou atividades de utilidade pública, pesquisas
científicas e práticas preservacionistas.

O corte e a supressão da vegetação primária do referido bioma deverá


ser autorizado pelo órgão ambiental estadual competente, com a anuência prévia,
quando couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente, sendo ainda
essa autorização condicionada a compensação ambiental, além da realização de
Estudo Prévio de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA
(Lei nº 11.428/06).

Conforme a Lei nº 11.428/06, a supressão da vegetação primária do


Bioma Mata Atlântica, fica condicionada à compensação ambiental, na forma da
destinação de área equivalente à extensão da área desmatada, com as mesmas
características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica, sempre que possível na
mesma microbacia hidrográfica.
41

3.2.3 Vegetação Secundária ou em Regeneração

A vegetação Secundária ou em Regeneração é considerada a vegetação


resultante de processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da
vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais podendo ocorrer
árvores remanescentes da vegetação primária (CONAMA n° 10,de 1 de outubro
de 1993).
A sucessão é o processo que as comunidades (novas espécies)
assumem o lugar das outras por algum motivo, e ela se da conforme o esquema
hipotético a seguir:

Imagem 09 - Sucessão vegetal hipotética - A = rochas são


colonizadas por organismos pioneiros (ex: liquens, fungos,
pequenos vegetais, microorganismos, etc.), erodindo a rocha e
formando solo; B = depois que o solo é formado o ambiente propicia
a colonização de outros organismos (ex: vegetação rasteira); C e D
= se não ocorrer nenhuma perturbação no local, nesta comunidade
ocorrerá uma sucessiva troca de organismos, que tenderá a ser
tornar uma comunidade clímax (E).
Fonte: www.ib.usp.br.
42

3.2.4 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Inicial

O estágio inicial é caracterizado pelas fisionomias apresentadas na


vegetação e composição dos vegetais na área e entorno. A resolução CONAMA
nº 1, de 31 de janeiro de 1994 da às diretrizes para esta caracterização,
identificação e procedimentos de licenciamento da vegetação nativa secundária
em estagio inicial no Estado de São Paulo, que são elas:

a) fisionomia que varia de savânica a florestal baixa, podendo ocorrer


estrato herbáceo e pequenas arvores;
b) estratos lenhosos variando de abertos a fechados, apresentando
plantas com alturas variáveis;
c) alturas das plantas lenhosas estão situadas geralmente entre 1,5 m e
8,0 m e o diâmetro médio dos troncos a altura do peito (DAP = 1,30 m do
solo) e de ate 10 cm, apresentando pequeno produto lenhoso, sendo
que a distribuição diamétrica das formas lenhosas apresenta pequena
amplitude:
d) epífitas, quando presentes, são pouco abundantes, representadas por
musgos, liquens, polipodiáceas, e tilândsias pequenas;
e) trepadeiras, se presentes, podem ser herbáceas ou lenhosas;
f) a serapilheira, quando presente, pode ser continua ou não, formando
uma camada fina pouco decomposta;
g) no sub-bosque podem ocorrer plantas jovens de espécies arbóreas
dos estágios mais maduros;
h) a diversidade biológica e baixa, podendo ocorrer ao redor de dez
espécies arbóreas ou arbustivas dominantes;
i) as espécies vegetais mais abundantes e características, além das
citadas no estagio pioneiro, são: cambara ou candeia (Gochnatia
polimorpha), leiteiro (Peschieria fuchsiaefolia), maria-mole (Guapira
spp.), mamona (Ricinus communis), arranha-gato (Acacia spp.), falso ipe
(Stenolobium stans), crindiuva (Trema micrantha), fumo-bravo (Solanum
granuloso-lebrosum), goiabeira (Psidium guaiava), sangra d’agua
(Croton urucurana), lixinha (Aloysia virgata), amendoim-bravo
(Pterogyne nitens), embaubas (Cecropia spp.), pimenta-de macaco
(Xylopia aromatica), murici (Byrsonima spp.), mutambo (Guazuma
ulmifolia), manaca ou jacatirao (Tibouchina spp. e Miconia spp.),
capororoca (Rapanea spp.), tapias (Alchornea spp.), pimenteira brava
(Schinus terebinthifolius), guacatonga (Casearia sylvestris), sapuva
(Machaerium stipitatum), caquera (cassia sp.);
43

Imagem 10 - Exemplo de vegetação secundária em estágio inicial da região.


Fonte: Acervo Washington Lemos, 2010.

O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em estágio


inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica serão autorizados pelo órgão
estadual competente a não ser que no estado em questão o remanescente do
bioma for inferior a 5% da área original, nesse caso o regime jurídico aplicável
será de vegetação secundária de estágio médio, ressalvadas as áreas urbanas e
regiões metropolitanas.

O artigo 3º da Resolução SMA nº 31/09 determina que:

A autorização para supressão de vegetação nativa para parcelamento


do solo ou qualquer edificação na área urbana poderá ser fornecida
mediante o atendimento das seguintes condicionantes:
I. somente poderá ser concedida autorização para supressão de
vegetação quando garantida a preservação da vegetação nativa em área
correspondente a, no mínimo, 20% da área da propriedade.
44

II. respeitado o disposto no inciso I, deverá ser garantida a preservação


de no mínimo 30% da área do fragmento de vegetação nativa existente
na propriedade no caso de estágio inicial de regeneração.
...
V. a vegetação remanescente na propriedade deverá ser averbada à
margem da matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis
competente como Área Verde, sendo dispensada a averbação no caso
de lotes com área inferior a 1.000 m2.

Ou seja, conforme item dois, deve-se manter 30% do fragmento da


vegetação nativa existente no lote.

3.2.5 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Médio

O estágio médio é caracterizado pelas fisionomias apresentadas na


vegetação e composição dos vegetais na área e entorno. A resolução CONAMA
nº 1, de 31 de janeiro de 1994 da às diretrizes para esta caracterização,
identificação e procedimentos de licenciamento da vegetação nativa secundária
em estagio médio no Estado de São Paulo, que são elas:

a) fisionomia florestal, apresentando árvores de vários tamanhos;


b) presença de camadas de diferentes alturas, sendo que cada camada
apresenta-se com cobertura variando de aberta a fechada, podendo a
superfície da camada superior ser uniforme e aparecer arvores
emergentes;
c) dependendo da localização da vegetação a altura das arvores pode
variar de 4 a 12 m e o DAP médio pode atingir ate 20 cm. A distribuição
diamêtrica das arvores apresenta amplitude moderada, com predomínio
de pequenos diâmetros podendo gerar razoável produto lenhoso;
d) epífitas aparecem em maior numero de indivíduos e espécies
(liquens, musgos, hepáticas, orquídeas, bromélias, cactáceas,
piperáceas, etc.), sendo mais abundantes e apresentando maior numero
de espécies no domínio da Floresta Ombrófila;
e) trepadeiras, quando presentes, são geralmente lenhosas;
f) a serapilheira pode apresentar variações de espessura de acordo com
a estação do ano e de um lugar a outro;
45

g) no sub-bosque (sinusias arbustivas) e comum a ocorrência de


arbustos umbrófilos principalmente de espécies de rubiáceas, mirtáceas,
melastomatáceas e meliáceas;
h) a diversidade biológica e significativa, podendo haver em alguns
casos a dominância de poucas espécies, geralmente de rápido
crescimento. Alem destas, podem estar surgindo o palmito (Euterpe
edulis), outras palmáceas e samambaiaçus;
i) as espécies mais abundantes e características, além das citadas para
os estágios anteriores, são: jacarandas (Machaerium spp.), jacaranda-do
campo (Platypodium elegans), louro-pardo (Cordia trichotoma), farinha-
seca (Pithecellobium edwallii), aroeira (Myracroduon urundeuva),
guapuruvu (Schizolobium parahiba), burana (Amburana cearensis), pau-
de-espeto (Casearia gossypiosperma), cedro (Cedrela spp.), canjarana
(Cabralea canjerana), acoita-cavalo (Luehea spp.), oleo-de-copaiba
(Copaifera langsdorfii), canafistula (Peltophorum dubium), embiras-de-
sapo (Lonchocarpus spp.), faveiro (Pterodon pubescens), canelas
(Ocotea spp., Nectandra spp., Crytocaria spp.), vinhatico (Plathymenia
spp.), arariba (Centrolobium tomentosum), ipes (Tabebuia spp.), angelim
(Andira spp.), marinheiro (Guarea spp.) monjoleiro (Acacia polyphylla),
mamica-de-porca (Zanthoxyllum spp.), tamboril (Enterolobium
contorsiliquum), mandiocao (Didimopanax spp.), araucaria (Araucaria
angustifolia), pinheiro-bravo (Podocarpus spp.), amarelinho (Terminalia
spp.), peito-de-pomba (Tapirira guianensis), cuvata (Matayba spp.),
caixeta (Tabebuia cassinoides), cambui (Myrcia spp.), taiuva (Machlura
tinctoria), pau-jacare (Piptadenia gonoacantha), guaiuvira (Patagonula
americana), angicos (Anadenanthera spp.) entre outras;
46

Imagem 11 - Exemplo de Vegetação Secundária em Estágio Médio da região


Fonte: Acervo Washington Lemos, 2009.

O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em estágio


médio de regeneração será autorizada em caráter excepcional, quando
necessários à execução de obras, atividades ou projetos de utilidade pública ou
de interesse social, pesquisa científica e práticas preservacionistas, e quando
necessário ao pequeno produtor rural e populações tradicionais para o exercício
de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais imprescindíveis à sua
subsistência e de sua família, ressalvadas as áreas de preservação permanente
e, quando for o caso, após averbação da reserva legal, nos perímetros urbanos
aprovados até 22/12/2006.

A supressão de vegetação secundária em estágio médio de regeneração


somente será admitida, para fins de loteamento ou edificação, no caso de
empreendimentos que garantam a preservação de vegetação nativa em estágio
médio de regeneração em no mínimo 30% (trinta por cento) da área total coberta
por esta vegetação, de acordo com a Resolução SMA 31 de 2009 em seu artigo
3º inciso II. Nos perímetros urbanos delimitados após 22/12/2006 a supressão de
vegetação secundária em estágio médio de regeneração fica condicionada à
47

manutenção de vegetação em estágio médio de regeneração em no mínimo 50%


(cinqüenta por cento) da área total coberta por esta vegetação.

O corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e


médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica, conforme a Lei nº 11.428/06 em
seu artigo 11, ficam vedados quando:

I - a vegetação:
a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de
extinção, em território nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas
pela União ou pelos Estados, e a intervenção ou o parcelamento
puserem em risco a sobrevivência dessas espécies;
b) exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e
controle de erosão;
c) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou
secundária em estágio avançado de regeneração;
d) proteger o entorno das unidades de conservação; ou
e) possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos órgãos
executivos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
SISNAMA;
II - o proprietário ou posseiro não cumprir os dispositivos da legislação
ambiental, em especial as exigências da Lei nº 4.771, de 15 de setembro
de 1965, no que respeita às Áreas de Preservação Permanente e à
Reserva Legal.

Os novos empreendimentos que impliquem o corte ou a supressão de


vegetação do Bioma Mata Atlântica deverão ser implantados preferencialmente
em áreas já substancialmente alteradas ou degradadas.

Conforme a Lei nº 11.428/06, a supressão da vegetação secundária em


estágio médio do Bioma Mata Atlântica, fica condicionada à compensação
ambiental, na forma da destinação de área equivalente à extensão da área
desmatada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia
hidrográfica, sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica.
48

3.2.6 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Avançado

É considerada vegetação secundária em estágio avançado pela


Resolução CONAMA n° 1, de 31 de janeiro de 1994, em seu artigo 2º parágrafo
1º, a composição vegetal que apresentar:

a) fisionomia florestal fechada, tendendo a ocorrer distribuição contígua


de copas, podendo o dossel apresentar ou não árvores emergentes;
b) grande numero de estratos, com arvores, arbustos, ervas terrícolas,
trepadeiras, epífitas, etc., cuja abundancia e numero de espécies variam
em função do clima e local. As copas superiores geralmente são
horizontalmente amplas;
c) as alturas máximas ultrapassam 10 m, sendo que o DAP médio dos
troncos e sempre superior a 20 cm. A distribuição diamêtrica tem grande
amplitude, fornecendo bom produto lenhoso;
d) epífitas estão presentes em grande numero de espécies e com
grande abundancia principalmente na Floresta Ombrófila;
e) trepadeiras são geralmente lenhosas (leguminosas, bignoniaceas,
compostas, malpiguiaceas). e sapocindaceas, principalmente), sendo
mais abundantes e mais ricas em espécies na Floresta Estacional;
f) a serapilheira esta presente, variando em função do tempo e da
localização, apresentando intensa decomposição;
g) no sub-bosque os estratos arbustivos e herbáceos aparecem com
maior ou menor frequência, sendo os arbustivos predominantemente
aqueles já citados para o estagio anterior (arbustos umbrófilos) e o
herbáceo formado predominantemente por bromeliáceas, aráceas,
marantáceas e heliconiaceas, notadamente nas áreas mais úmidas;
h) a diversidade biológica e muito grande devido a complexidade
estrutural e ao numero de espécies;
i) alem das espécies já citadas para os estágios anteriores e de espécies
da mata madura, e comum a ocorrência de: jequitibás (Cariniana spp.),
jatobás (Hymenaea spp.), paumarfim (Balfourodendron riedelianum),
caviuna (Machaerium spp.), paineira (Chorisia speciosa), guaranta
(Esenbeckia leiocarpa), imbuia (Ocotea porosa), figueira (Ficus spp.),
macaranduba (Manilkara spp. e Persea spp.), suina ou mulungu
(Erythryna spp.), guanandi (Calophyllum brasiliensis), pixiricas (Miconia
49

spp.), pau-d’alho (Gallesia integrifolia), perobas e guatambus


(Aspidosperma spp.), jacarandas (Dalbergia spp.), entre outras;

Imagem 12 - Exemplo de Vegetação Secundária em Estágio Avançado da região.


Fonte: CECNA – Centro de Estudos e Conservação da Natureza.

O corte e a supressão da Vegetação secundária em estágio avançado de


regeneração só será autorizado em caráter excepcional, quando necessários à
execução obras, atividades ou projetos de utilidade pública, pesquisa científica e
práticas preservacionistas e/ou nos perímetros urbanos aprovados até 22/12/2006
dependendo de prévia autorização do órgão estadual competente e somente será
admitida, para fins de loteamento ou edificação, no caso de empreendimentos
que garantam a preservação de vegetação nativa em estágio avançado de
regeneração em no mínimo 50% (cinqüenta por cento) da área total coberta por
esta vegetação, atendido o disposto no Plano Diretor do Município e demais
normas urbanísticas e ambientais aplicáveis.

Conforme a Lei nº 11.428/06, a supressão da vegetação secundária no


estágio avançado do Bioma Mata Atlântica, fica condicionada à compensação
ambiental, na forma da destinação de área equivalente à extensão da área
desmatada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia
hidrográfica, sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica.
50

3.2.7 Autorização para supressão de árvore isolada

Segundo SMA nº 18/07, o entendimento de árvores isoladas, é aquele


exemplar que não possui contato de sua copa com outro exemplar arbóreo,
“destacando-se da paisagem como indivíduos isolados” (item 1 artigo 2 da mesma
resolução).

Os pedidos de supressão por exemplares arbóreos nativos isolados, vivos


ou mortos, devem estar situados fora de áreas de preservação permanente e
reserva legal. A autorização, nesse caso deve ser emitida pelo poder público
Municipal, de acordo com o artigo 7 da mesma resolução.

Imagem 13 – Exemplo de exemplares arbóreos isolados da região


Fonte: Acervo Washington Lemos, 2010.
51

4. CONCLUSÕES

Toda e qualquer lote em área urbana tem por direito cumprir sua função
social de moradia, estende-se esse direito à construção de escolas, hospitais,
próprios públicos, comércios e indústrias. Associado a esse direito o dever legal
de aprovação de projetos que cabe ao poder público, a autorização da supressão
de vegetação do local em concordância com o plano diretor municipal.

Apesar do desmatamento em área urbana ser um fator degradante local,


dependendo da formação vegetativa do lote ou onde ele está inserido, o poder
público municipal deve solicitar, por obrigação legal, que o empreendedor retire a
licença necessária junto ao órgão competente.

O empreendedor que compreender o processo de licenciamento para


supressão vegetal, terá maiores chances de obter sucesso ao implantar o seu
projeto, diminuindo os riscos de intervenções legais na instalação do
empreendimento, que estará formalmente legalizada e serão mínimas as chances
de ocorrer em um crime ambiental. Já o investidor entenderá que a aquisição de
uma determinada área, implicará a ele condições específicas quanto a
possibilidade da instalação de um empreendimento.

O órgão licenciador definirá as contrapartidas e os estudos


complementares baseados na natureza da atividade a ser instalada no local, pois
a supressão de vegetação já possui regras definidas, sendo a atividade também
um fator de estudo para emissão da licença.

Vale ressaltar que todos os estudos necessários ao processo de


licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados
onde serão responsáveis por todas as informações apresentadas, sujeitando-se
às sanções administrativas, civis e penais.

O presente trabalho conseguiu condensar o arcabouço legal sobre o


assunto em um único texto, de forma compreensível com a finalidade de
disseminar o conhecimento, tornando-se um instrumento sintetizador para
compreender o licenciamento para supressão de vegetação nativa em área
urbana.
52

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BREDARIOL, Celso; VIEIRA, L.iszt. Cidadania e Política Ambiental. Rio


de Janeiro, Editora: Record, 2006.

CARSON, Rachel. Primavera Silenciosa. Editora: Gaia,2010.

CAVALCANTI, Clóvis. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma


sociedade sustentável. Recife. Editora: Fundação Joaquim Nabuco/Cortez
Editora, 2003.

Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resoluções do Conama:


resoluções vigentes publicadas entre julho de 1984 e novembro de 2008,
Brasília, 2008.

Constituição da República Federativa do Brasil 1988.

Declaração Sobre o Ambiente Humano. Estocolmo, 1972.

Decreto Federal nº 6.660/08 - Regulamenta dispositivos da Lei nº


11.428, de 22 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da
vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica.

Decreto n° 50.079/68 - Criação do Centro Tecnológico de Saneamento


Básico, CETESB, integrado ao FESB.

Decreto n° 73.030/73 - Cria, no âmbito do Ministério do Interior, a


Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA, e da outras providências.

Decreto n° 750/93 – Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de


vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata
Atlântica, e dá outras providências.

Decreto n° 99.274/90 - Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de


1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente
sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a
Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências.

Decreto nº 23.793/34 – Código Florestal.


53

Decreto nº 3.942/01 - Dá nova redação aos arts. 4o, 5o, 6o, 7o, 10 e 11 do
Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990.

Decreto-Lei nº 289/67 - Cria o Instituto Brasileiro do Desenvolvimento


Florestal e dá outras providências.

DRUMMOND, José. Augusto. A História Ambiental: temas, fontes e


linhas de pesquisa. Revista Estudos Históricos, vol. 4, n° 8, Rio de Janeiro,
1991.

FARIAS, Talden, Queiroz. Aspectos gerais da política nacional do


meio ambiente – comentários sobre a Lei nº 6.938/81. Revista Âmbito Jurídico,
Edição 35, Rio Grande, Edição 35, 12, 2006.

Governo do Estado de São Paulo – Agencia Metropolitana da Baixada


Santista. Disponível em:<www.desenvolvinebto.sp.gov.br/noticias/files/agem.pdf>.
Acesso em: 19, setembro 2010.

Governo do Estado de São Paulo – Secretaria de Economia e


Planejamento. Região Metropolitana da Baixada Santista: 2007, São Paulo.

http://java.cimm.com.br/cimm/construtordepaginas/htm/3_24_5206.htm.
Acesso em: 17, setembro, 2010.

http://www.baixaki.com.br/papel-de-parede/11853-cachoeira-serra-mogi-
bertioga.htm. Acesso em: 23, setembro, 2010.

http://www.cetesb.sp.gov.br/. 3, setembro, 2010.

http://www.ib.usp.br/~delitti/projeto/ricardo/sucessao_primaria.htm. 3,
setembro, 2010.

http://www.ibama.gov.br/. 3, setembro, 2010.

http://www.ibama.gov.br/licenciamento/. 3, setembro, 2010.

http://www.licenciamentoambiental.eng.br. Acesso em: 17, setembro,


2010.

http://www.mma.gov.br/conama/. 4, setembro, 2010.


54

http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?
ido=conteudo.monta&idEstrutura=88. 4, setembro, 2010.

Lei Complementar nº 815/96

Lei Estadual de São Paulo nº 13.542/09 - Altera a denominação da


CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental e dá nova
redação aos artigos 2º e 10 da Lei nº 118, de 29 de junho de 1973.

Lei n° 11.428/06 – Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação


nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.

Lei n° 4.771/65 – Novo Código Florestal.

Lei n° 6.938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente,


seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

Lei n° 7.735/89 – Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade


autárquica, cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis e dá outras providências.

LISZT, Vieira; CADER, Renato. A política ambiental do Brasil ontem e


hoje. Revista Eco º21, Ano XVII, Edição 129, 8, 2007.

Ministério do Meio Ambiente e Organização das Nações Unidas para


a Educação, a Ciência e a Cultura (Brasil). Legislação Ambiental Básica.
UNESCO, 2008.

MMA. Caderno de Licenciamento Ambiental: 2009. Brasília, 91.p.

Resolução CONAMA nº 001/86 – Dispõe sobre as definições, as


responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e
implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da
Política Nacional do Meio Ambiente.

Resolução CONAMA nº 01/94 – Considerando o disposto no artigo 23,


incisos VI e VII da Constituição Federal e a necessidade de se definir vegetação
primária e secundária nos estágios pioneiro inicial, médio e avançado de
regeneração de Mata Atlântica em cumprimento ao disposto no artigo 6º, do
55

Decreto 750, de 10 de fevereiro de 1993, na Resolução CONAMA nº 10, de 10 de


outubro de 1993, e a fim de orientar os procedimentos de licenciamento de
exploração da vegetação nativa no Estado de São Paulo.

Resolução CONAMA nº 10/93 – Estabelece os parâmetros básicos para


análise dos estágios de sucessão da Mata Atlântica.

Resolução CONAMA nº 237/97 – Dispõe sobre as licenças ambientais,


os órgãos licenciadores, suas competências e prazos de validade das licenças.

Resolução Conjunta SMA IBAMA/SP nº 1/94 – Orienta os


procedimentos de licenciamento de exploração da vegetação nativa no Estado de
São Paulo.

Resolução Conjunta SMA IBAMA/SP nº 2/94 – Dispõe sobre o corte, a


exploração e a supressão de vegetação secundária no estágio inicial de
regeneração da Mata Atlântica, no Estado de São Paulo.

Resolução SMA nº 18/07 - Disciplina procedimentos para a autorização


de supressão de exemplares arbóreos nativos isolados.

Resolução SMA nº 31/09 - Dispõe sobre os procedimentos para análise


dos pedidos de supressão de vegetação nativa para parcelamento do solo ou
qualquer edificação em área urbana.

SANTOS, Rozely, Ferreira, dos. Planejamento Ambiental: Teoria e Prática. São


Paulo. Editora: Oficina de Texto, 2004.

VIII CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 08, 2003, Brasil. O


“Novo” Código Florestal Brasileiro: Conceitos Jurídicos Fundamentais.
AHRENS, SÉRGIO, 2003.

XXVIII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIA SANITÁRIA


Y AMBIENTAL, 10, 2002, Cancun, México. Certificação de Sistemas de Gestão
Ambiental Abordagem Histórica e Tendências. SILVA, ELMO, RODRIGUES.

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