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(TRADIÇÃO)- OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR E DE

RESTITUIR
Tradição – é a obrigação de dar coisa certa
mediante entrega (como na compra e venda)
ou restituição (como no comodato). O contrato
por si só, não transfere o domínio, mas
apenas gera a obrigação de entregar a coisa
alienada, enquanto não ocorrer a tradição a
coisa continuará pertencendo ao devedor. Ex:
(art. 237, C.C).
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TRADIÇÃO)- OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR
E DE RESTITUIR
Deterioração – perda parcial da coisa.
Perecimento – perda total da coisa.

A coisa perece para o dono (Res Perit Domino)


– expressão do direito romano.

Até o momento da tradição, os riscos da


coisa correm por conta do vendedor, e os do
preço por conta do comprador. 2
Se o perecimento ocorrer pendente Condição
Suspensiva, não se terá adquirido o direito que
o ato visa (art. 125 C.C), e o devedor suportará
o risco da coisa.

Ex: A entrega de uma determinada coisa


vinculada a uma aprovação em concurso, por
ocasião do vencimento de uma disputa (torneio)
ou em virtude de um casamento.

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Dação em Pagamento (Datio in Solutum) -
dação derivado do latim datio, de dare, é
geralmente tido no sentido de ação de dar ou
direito de dispor dos bens próprios.
É chamada de dação em pagamento, porque
aí a ação de dar tem a função de extinguir a
obrigação, que deveria ser cumprida por
outra prestação, que não é a que se constitui
pela dação.

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Segundo Carvalho de Mendonça é o “acordo
liberatório convencionado entre o credor e o
devedor, em virtude do qual aquele aquiesce
em receber deste, para exonerá-lo de uma
dívida, um objeto diferente do que constituía a
obrigação.
Mas, para que o pagamento realmente surta o
efeito jurídico desejado, é necessário que o
credor consinta na substituição da coisa,
objeto da prestação devida, e assim o
devedor possa validamente fazer semelhante
dação. (art. 356). 5
Consignação em Pagamento – é depósito ou
consignação judicial da coisa devida, para que se
livre o devedor de seu encargo, quando o credor
não quer recebê-la, ou não se sabe quem seja o
credor.
Não confundir dação em pagamento com
consignação em pagamento, que também é
meio de extinguir a obrigação.
Na dação, o credor consente em receber a
coisa dada em pagamento. Esta é a principal
distinção entre as duas formas jurídicas. (art.
334 e seguintes). 6
Novação - derivado do latim Novatio, de
Novare (fazer novo, inovar), literalmente quer
significar o que é feito novo ou feito outra vez,
em substituição ao que existia antes.
Nova obrigação constituída em substituição à
velha obrigação, que se extingue.
Desta forma, no sentido técnico, novação
implica, necessariamente, na extinção da
dívida ou obrigação anterior, pela criação de
um direito novo, que se coloca em
substituição ao que foi extinto. 7
Ex: quando o pai, para ajudar o filho, procura o
credor deste e lhe propõe substituir o devedor,
emitindo novo título de crédito. Se o credor
concordar, emitido o novo título e inutilizado o
assinado pelo filho, ficará extinta a primitiva
dívida, substituída pela do pai.
A novação não produz, como o pagamento, a
satisfação imediata do crédito, sendo, pois,
modo extintivo não satisfatório. Tem natureza
contratual, operando-se em conseqüência de
ato de vontade dos interessados, jamais por
força de lei.
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São requisitos da novação: a existência de
obrigação anterior, a constituição de nova
obrigação e a intenção de novar (animus
novandi).
O primeiro requisito consiste na existência de
obrigação jurídica anterior, visto que a
novação visa exatamente à sua substituição.
(Conf. art. 367 do C.C.).
A obrigação simplesmente anulável,
entretanto, pode ser confirmada pela
novação, pois tem existência, enquanto não
rescindida judicialmente. 9
A nova obrigação há de ser válida. Se for nula,
ineficaz será a novação, substituindo a antiga. Se
anulável, e vier a ser anulada, restabelecida ficará
a primitiva, porque a extinção é conseqüência da
criação da nova. Desfeita esta, a anterior não
desaparece. *(Ato Nulo e Ato Anulável).
O terceiro requisito diz respeito ao animus
novandi. É imprescindível que o credor tenha a
intenção de novar, pois importa renúncia ao
crédito e aos direitos acessórios que o
acompanham. Na dúvida, entende-se que não
houve novação, pois esta não se presume.
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* Ato Nulo – diz-se que o ato é nulo quando lhe
faltam requisitos substanciais ou princípios de
direito, que por esse motivo, se mostra
juridicamente ineficaz. Gera-se com vício de
morte e não sobrevive. (Conf. art. 166 C.C).

Ato Anulável – é o ato jurídico, que tendo sido


praticado ou executado com ofensa ou
preterição de formalidades legais, podem ser
anulado por quem tenha interesse na sua
ineficácia.
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Os atos anuláveis são ratificáveis, isto é,
podem ser reafirmados por quem os autorizou
ou pela pessoa, em cujo interesse foram
executados, de modo que se tornem
legalmente perfeitos e que possam surtir os
desejados efeitos.

E nesta hipótese, se revela a outorga posterior


do poder que se tornava necessário para a
validade do ato.

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Retroagindo ao dia em que o ato originário e
incompleto foi praticado, para que possa
cumprir os efeitos jurídicos desejados, desde
que não ofendam direitos de terceiros e
princípios legais.
Ex: a ausência da outorga uxória num contrato
de compra e venda.
Ex: um contrato em que não constam a
presença de duas testemunhas, a ausência
poderá acarretar a anulação do contrato, se for
esse o interesse de uma das partes. 13
Obrigações Pecuniárias

Obrigação Pecuniária – é a que tem como


objeto certa quantia em dinheiro. (Conf. art.
315 e seguintes).
Em 27-11-1933, pelo decreto n° 23.501,
proibiu-se qualquer estipulação em ouro, ou
qualquer outra moeda que não a nacional,
cominando a pena de nulidade. (Conf. art.
318).
14
Obrigações Pecuniárias

O art. 316 estabelece ser lícito convencionar


o aumento progressivo de prestações
sucessivas. Nunca houve dúvidas de que as
partes pudessem fixar aumentos nos valores
que acordassem. As prestações sucessivas
majoradas podem, contudo, embutir juros e
outros acréscimos, cuja validade deve ser
estudada no caso concreto.

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Obrigações de Juros

Juros – são a remuneração que o credor


pode exigir do devedor por se privar de uma
quantia de dinheiro.

Os juros são, pois, obrigação acessória da


dívida principal.

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Espécies de Juros:
• Convencionais – são pactuados.
• Legais – provêm da lei.
• Moratórios – é a pena imposta ao devedor
pelo atraso no cumprimento da obrigação.
• Compensatórios – são os juros que se
pagam como compensação pelo fato de o
credor estar privado da disponibilidade de um
capital.
Os juros compensatórios surgem afastados
de qualquer noção de culpa ou
descumprimento da obrigação. Já os juros de
mora surgem pelo atraso no cumprimento. 17
Anatocismo
Constituí-se na contagem de juros sobre juros
(ana = repetição, tokos = juros).
Súmula do STJ. – A capitalização mensal dos
juros somente é admitida quando
expressamente prevista em lei, o que não se
verifica na hipótese de arrendamento mercantil.
– Nos termos do Enunciado n° 30 da Súmula
desta Corte, ‘ a comissão de permanência e a
correção monetária são inacumuláveis’.

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Anatocismo

É reiterada a orientação desta Corte no


sentido de que é vedada a capitalização
mensal dos juros em contratos bancários,
pois, na hipótese, não existe legislação
específica que autorize o anatocismo.

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Das Obrigações Alternativas
Obrigações Alternativas ou Disjuntivas –
compostas pela multiplicidade de objetos.
Têm, assim, por conteúdo duas ou mais
prestações, das quais uma somente será
escolhida para pagamento ao credor e
liberação do devedor.
Ex: pagaremos um automóvel ou uma
lancha. O devedor está obrigado a entregar
apenas uma das coisas da obrigação. (Conf.
art. 252). 20
Obrigações Cumulativas ou Conjuntivas -
há também uma pluralidade de prestações,
mas todas devem ser solvidas, sem exclusão
de qualquer delas, sob pena de se haver por
não cumprida.

Ex: devemos um carro e uma lancha. Tendo


o credor o direito de exigir todas do devedor.

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As obrigações alternativas possuem as
seguintes características:
a) seu objeto é plural ou composto;
b) as prestações são independentes entre si;
c) concedem um direito de opção que pode
estar a cargo do devedor, do credor ou de um
terceiro e enquanto este direito não for
exercido pesa sobre a obrigação uma
incerteza acerca de seu objeto; e
d) feita a escolha, a obrigação concentra-se
na prestação escolhida. 22
Obs: obrigações de dar coisa incerta, tem um
ponto comum, obrigações alternativas, que é a
escolha, necessária. Nas alternativas, há
vários objetos, devendo a escolha recair em
apenas um deles; nas de dar coisa incerta, o
objeto é um só, apenas indeterminado quanto
à qualidade.
Nas alternativas, a escolha recai sobre um
dos objetos da obrigação, enquanto na coisa
incerta, sobre a qualidade do único objeto
existente. 23
Obrigações Facultativas
É aquela que, tendo por objeto apenas
uma obrigação principal, confere ao
devedor a possibilidade de liberar-se
mediante o pagamento de outra prestação
prevista na avença, com caráter
subsidiário.
Ex: o vendedor compromete-se a entregar
100 sacas de açúcar, mas o contrato
admite a possibilidade de liberar-se dessa
obrigação entregando em álcool.
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Ex: o contrato estipula o pagamento de um
preço, entretanto o comprador reserva-se o
direito de liberar-se da obrigação dando coisa
determinada.

Nessas obrigações, há uma prestação


principal, que constitui o verdadeiro objeto da
obrigação, e uma acessória ou subsidiária.
Essa segunda prestação constitui um meio de
liberação que o contrato reconhece ao
devedor.
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Não confundir, nos exemplos dados, a
obrigação facultativa com a dação em
pagamento. Nesta é imprescindível a
concordância do credor (Conf. art. 356 do
C.C.), enquanto na facultativa a faculdade é
do próprio devedor e só dele. Ademais, na
dação em pagamento, a substituição do objeto
do pagamento ocorre posteriormente ao
nascimento da obrigação, enquanto na
facultativa a possibilidade de substituição
participa da raiz do contrato.
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Obrigações Facultativas e as Obrigações
Alternativas
Obrigações Facultativas Obrigações Alternativas

• Têm apenas 01 objeto • Têm multiplicidade de objetos

Poderá ser entregue outro objeto • Tem por conteúdo duas ou mais
(obrigação acessória ou prestações.
subsidiária) ao devedor, mediante
o pagamento de outra prestação • Apenas uma coisa será escolhida
prevista na avença, com caráter pelo devedor (que está obrigado a
subsidiário. entregar apenas uma coisa da
obrigação) para pagamento ao
• Essa 2ª prestação (acessória ou credor e liberação imediata do
subsidiária), permite a liberação do devedor.
devedor, que é prevista em
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contrato.
Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis
Quando na obrigação concorrem um só
credor e um só devedor ela é única ou
simples. As obrigações divisíveis e
indivisíveis são compostas pela
multiplicidade de sujeitos.
Há um desdobramento de pessoas no pólo
ativo ou passivo, ou mesmo em ambos,
passando a existir tantas obrigações distintas
quantas as pessoas dos devedores ou dos
credores. 28
Nesse caso, cada credor só pode exigir a sua
quota e cada devedor só responde pela parte
respectiva. (Conf. art. 257).
Todavia, sofre esta duas importantes exceções:
a da indivisibilidade e da solidariedade, nas
quais, embora concorram várias pessoas, cada
credor tem direito de reclamar a prestação por
inteiro e cada devedor responde também pelo
todo.
O novo diploma, assim como o C.C de 1916,
embora tenha igualmente se omitido em
relação à obrigação divisível, conceituou a
indivisível no art. 258 do C.C. 29
Da Solidariedade Ativa
Solidariedade ativa – é a relação jurídica entre
credores de uma só obrigação e o devedor
comum, em virtude da qual cada um tem o
direito de exigir deste o cumprimento da
prestação por inteiro. Pagando o débito a
qualquer um dos co-credores, o devedor se
exonera da obrigação.
É raro encontrar-se hoje um caso de
solidariedade ativa no mundo dos negócios, por
oferecer alguns inconvenientes: o credor que
recebe pode tornar-se insolvente; pode, ainda,
não pagar aos consortes as quotas de cada um.30
“Nessa espécie de solidariedade, os credores
ficam à mercê uns dos outros, confiantes
exclusivamente na sua probidade e honradez.
Aquele a quem seja pago o débito entregará
certamente aos consortes, com a maior
pontualidade, as quotas de cada um. Se os
credores, todavia, não tem escrúpulo nem
prima pela honestidade, desamparados
estarão os concredores, que nada mais
poderão reclamar do primitivo devedor”.
31
Obs: muito mais vantajosa do que a
solidariedade ativa será a outorga de mandato
entre os credores conjuntos, porque poderá a
todo tempo ser revogado.

A solidariedade ativa, apesar das


desvantagens que traz aos credores, oferece
ao devedor a comodidade de poder pagar a
qualquer dos credores, à sua escolha, sem
necessidade de procurar os demais.

32
Por outro lado, qualquer dos credores
solidários pode reclamar cumprimento integral
da prestação, sem que o devedor possa argüir
o caráter parcial do direito pleiteado pelo
requerente. (Conf. art. 267).
Na conta bancária conjunta encontra-se
exemplo dessa espécie, por permitir que cada
correntista saque todo o dinheiro depositado.
Todos podem movimentar livremente a
referida conta, conjunta ou separadamente.
33
Cada correntista credor pode, individualmente,
sacar todo o numerário depositado, sem que o
banco, devedor na condição de depositário,
possa recusar-se a permitir o levantamento,
exigindo a participação de todos.
O Supremo Tribunal Federal já decidiu,
contudo, que, falecendo um dos titulares de
conta bancária conjunta, pode o outro
“levantar o depósito a título de credor
exclusivo e direto e não a título de sucessor e
comproprietário. 34
Por sua vez, proclamou o Superior Tribunal de
Justiça: “A solidariedade decorrente da abertura
de conta bancária conjunta é solidariedade
ativa, pois cada um dos titulares está autorizado
a movimentar livremente a conta; são, pois,
credores solidários perante o banco.
Obs: não se deve confundir a conta bancária
conjunta com a mobilidade de depósito bancário
denominada conta solidária, que só admite
movimentação conjunta dos valores
depositados. 35
Das Obrigações de Meio, de Resultado e de
Garantia
Quanto ao fim a que se destina, a obrigação
pode ser de meio, de resultado e de
garantia.
• Obrigação de meio – ocorre quando o
devedor promete empregar seus
conhecimentos, meios e técnicas para a
obtenção de determinado resultado, sem no
entanto responsabilizar-se por ele.
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Ex: os advogados não se obrigam a vencer a
causa, mas a bem defender os interesses dos
clientes.

Ex: os médicos, que não se obrigam a curar,


mas a tratar bem os enfermos, fazendo uso
de seus conhecimentos científicos.

37
• Obrigação de resultado – o devedor dela se
exonera somente quando o fim prometido é
alcançado. Não o sendo, é considerado
inadimplente, devendo responder pelos
prejuízos decorrentes do insucesso.
Ex: transportador, que promete tacitamente,
ao vender o bilhete, levar o passageiro são e
salvo ao seu destino.
Ex: obrigações assumidas pelo empreiteiro e
pelo cirurgião plástico, quando este realiza
trabalho de natureza estética ou
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cosmetológica.
Obs: O traço distintivo entre essas duas
modalidades de obrigação encontra-se nos
efeitos do inadimplemento. Na obrigação de
meio, em que o devedor se propõe a desenvolver
a sua atividade e as sua habilidades para atingir
o objetivo almejado pelo credor, e na a obter o
resultado, o inadimplemento somente acarreta a
responsabilidade do profissional se restar
cumpridamente demonstrada a sua negligência
ou imperícia no emprego desses meios. Na de
resultado, somente por força maior, ou de culpa
exclusiva da vítima, pode o devedor exonerar-se
caso não tenha atingido o fim a que se propôs. 39
Obrigação de Garantia – é a que visa eliminar
um risco que pesa sobre o credor, ou as suas
conseqüências. Embora este não se verifique,
o simples fato do devedor assumi-lo
representará o adimplemento da prestação.
Tal ocorre porque o afastamento do risco que
recai sobre o credor representa um bem
suscetível de aferição econômica, como os
prêmios de seguro, ou as garantias bancárias
que se obtêm mediante desconto antecipado
de juros.
Ex: segurador, fiador.
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O devedor não se libera da prestação mesmo
em caso de força maior, uma vez que o
conteúdo da obrigação é a eliminação de um
risco, que, por sua vez, é um acontecimento
casual, alheio à vontade do obrigado.

Ex: a responsabilidade de estabelecimento


bancário por roubo de valores guardados em
cofres-fortes, pois o banco vende segurança.
Caso contrário, ninguém se valeria de seus
serviços.
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Obrigação de garantia, portanto, é aquela que
se destina a propiciar maior segurança ao
credor, ou eliminar risco existente em sua
posição, mesmo em hipóteses de fortuito ou
força maior, dada a sua natureza.

42
Obrigações modais ou com encargos
Obrigação modal – é a que se encontra
onerosa por cláusula acessória, que se impõe
um ônus ao beneficiário de determinada
relação jurídica.
Trata-se de pacto acessório às liberalidades
(doações, testamentos), pelo qual se impõe
um ônus ou obrigação ao beneficiário. É
admissível, também, em declarações
unilaterais da vontade, como na promessa de
recompensa. 43
É comum nas doações feitas ao município, em
geral com a obrigação de construir um hospital,
escola, creche ou algum outro melhoramento
público; e nos testamentos, em que se deixa a
herança a alguém, com a obrigação de cuidar
de determinada pessoa ou de animais de
estimação. Em regar, é identificada pelas
expressões “para que”, “a fim de que”, “com a
obrigação de”.

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Modo é, assim, o encargo imposto àquele em
cujo proveito se constitui um direito por ato
de mera liberalidade. Nele, a pessoa que
promete a outrem alguma coisa limita sua
promessa, determinando a forma por que
deve ser usada. (Conf. arts. 136, primeira
parte, do C.C., 533, 562, 1938).

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Arras ou Sinal
Serve de garantia para o cumprimento de um
contrato. Por meio da cláusula penal insere-
se uma multa na obrigação para a parte que
deixar de dar cumprimento a um contrato, ou
retardá-lo.

Deve ocorrer a entrega efetiva de algo para


firmar o contrato. (arts. 417, 418, 419 e
420).
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Cláusula Penal – é uma obrigação de
natureza acessória. Por meio desse instituto
insere-se uma multa na obrigação, para a
parte que deixar de dar cumprimento ou
apenas retardá-lo. Aí estão as duas faces da
cláusula penal: de um lado, possui a
finalidade de indenização prévia de perdas e
danos, de outro, a de penalizar, punir o
devedor moroso.

47
Obs: nas arras existe um cunho real. Deve
ocorrer a entrega efetiva de algo para firmar o
contrato, enquanto para que a cláusula penal
opere não existe necessidade de entrega,
depósito, ou alguma outra prestação. A
cláusula penal decorre de uma violação ou de
um retardamento no cumprimento do contrato,
ao passo que, nas arras, se estipulado o
arrependimento, este é um direito da parte.
Nas arras, já existe uma prestação cumprida,
com a entrega da coisa, que é essencial. 48
Direito de Regresso: ocorre na sub-rogação,
de pleno direito, em favor do 3° interessado,
que paga a dívida pela qual era ou podia ser
obrigado, no todo ou em parte.
Pro Soluto - expressão latina, composta da
preposição pro (a título de) e soluto
(pagamento), que se traduz a título de
pagamento, para exprimir a entrega do que se
faz a respeito da obrigação, seja da prestação
ou de coisa que lhe seja equivalente, a título
de pagamento ou para valer como
pagamento. 49
Título Executivo – é a qualificação dada a
todo título, em que se inscreve um crédito, ou
onde há uma soma pecuniária exigível, a que
se atribui força executória, em virtude do que,
por ação própria (execução), poder-se-á
proceder, inicialmente, à penhora de bens, se
o devedor não paga, ou não cumpre a
obrigação, dentro do prazo regulamentar.

50
Ex: títulos da dívida líquida e certa, que se
encontrem vencidos, e, portanto, exigíveis.
 

Ex: As notas promissórias, duplicatas,


devidamente aceitas, possibilitam a
propositura de ação executiva contra os
devedores diretos e seus coobrigados.

51
Título Gratuito – refere-se a todo ato, ou
contrato, em que somente uma das partes tem
obrigação de fornecer, ou cumprir a prestação,
enquanto a outra é livre de dar, ou fazer
qualquer compensação, em retribuição ao
benefício da outra parte.

Ex: doação, mandato, o depósito, quando por


sua natureza devem ser irremuderados.

52
Ou seja é título gratuito toda transmissão de
direito, ou de bens que não há para o
adquirente beneficiário qualquer encargo de
compensar, ou dar o equivalente ao
transferente. É o caso da doação ou da
sucessão.

53
Fiador – derivado do latim Fidere (confiar), de
que se formaram as expressões fidedictor (o
que responde por outro) e fidejussor (o que
responde pela fiança). Juridicamente designa
precisamente a pessoa que se obriga pelo
pagamento da obrigação de outrem,
prometendo cumpri-la ou pagá-la no caso em
que o devedor não a cumpra.
O fiador pode garantir qualquer espécie de
obrigações ou dívidas civis, comerciais,
presentes ou futuras. 54
A obrigação do fiador apresenta-se de natureza
acessória e subsidiária.
Acessória, porque, não sendo ele o principal
obrigado, faz pressupor a existência de um
obrigado principal, que é o devedor por ele
garantido.
Subsidiária, porque, além de somente ser
obrigado a cumprir o pagamento, quando o
devedor principal não paga a dívida, lhe assiste o
direito de exigir, antes que executem os seus
bens, sejam executados os bens do devedor, isto
é, lhe cabe o benefício de ordem ou o benefício
55
de execução.
Por princípio ou regra universal, não pode o
fiador possuir obrigações maiores do que as do
devedor principal.

A função da fiança, o seu objeto, é a garantia


por um terceiro de parte ou/do total da
obrigação, tal como foi contraída pelo devedor,
nada além do que lhe possa ser exigido.

56
Avalista – a pessoa que dá aval ou garante o
título de crédito por aval.
O avalista fica sempre equiparado, no título, à
pessoa que ele garante. Somente pode ser
avalista quem tenha capacidade para assumir
obrigações.

O aval forma no título de crédito avalizado


uma obrigação autônoma, ficando a pessoa
que o dá (avalista) equiparada àquela que
recebe sua garantia.
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E assim se diz que o aval foi dado à pessoa em
cujo favor a garantia ocorreu, devendo a
assinatura se apor a assinatura do avalista.
Embora o aval tenha profunda semelhança e
afinidade com a fiança, que também se indica e
representa garantias oferecidas por terceiros a
contratos, onde existem obrigações de pagar, o
aval com ela não se confunde porque vale por si
mesmo, como garantia solidária, a obrigação, a
que adere.
Obs: os credores solidários são (correus
credendi) de uma obrigação e os devedores
solidários são (correus debendi). 58

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