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Tema: Santidade

INTRODUÇÃ O (7min)

Ainda me lembro com muita nitidez sobre um dos períodos mais


turbulentos na vida de qualquer pessoa que deseja seguir um caminho
proporcionado pelo ensino. É o nacionalmente conhecido e temido VESTIBULAR.
Muitas e muitas coisas passam pela cabeça do vestibulando. Coisas como
quantidade de vagas, o nú mero de candidatos para cada vaga, qual o curso a ser
escolhido, enfim muitas sã o as dificuldades a serem vencidas nesta fase. Mas
aqui vai um conselho para quem vai escolher fazer odontologia. Na verdade, um
conselho para qualquer pessoa e que nem pensa em fazer vestibular: Existe um
espaço de tempo indefinido e ascendente entre a teoria e a prática.

PRÁ TICA
tempo indefinido e ascendente
TEORIA

Como cheguei a essa conclusã o? Foi exatamente num contexto de um


vestibular. Foi na UNICAMP. Nessa época havia uma prova prá tica para os alunos
interessados no curso de odontologia. A prova consistia em esculpir num ú nico
bloco de parafina três estruturas geométricas: um quadrado, um círculo e uma
pirâ mide. Eu tinha me preparado durante um ano inteiro para as provas, mas
esculpir uma coisa daquelas era demais. Ainda mais quando olhava para o lado e
via um monte de japoneses fazendo as esculturas com a maior facilidade. Ainda
hoje eu nã o sei se ao invés do quadrado eu consegui fazer um retâ ngulo, se ao
invés do círculo eu fiz um aro de bicicleta empenado e na pirâ mide... nem eu sei o
que era aquilo que eu tinha esculpido. Mas graças a Deus havia uma outra
universidade que nã o tinha essa prova e depois de prestar vestibular na UNESP
consegui entrar. Para o meu desespero uma das primeiras matérias era a de
escultura e anatomia dentá ria. Só ficava pensando nos dentes que eu conseguiria
fazer nos meus pacientes. Ao invés de um dente eu faria um aro de bicicleta
empenado. Mas foi exatamente nesse contexto que eu concluí: Existe um espaço
de tempo indefinido e ascendente entre a teoria e a prática. As esculturas iniciais
pareciam dentes de qualquer outra coisa que nã o fosse gente, mas a medida que
o tempo foi passando, as informaçõ es teó ricas foram cada vez mais fazendo
sentido e gradativamente as esculturas foram melhorando. Para alguns alunos
que já possuíam uma habilidade manual natural, o tempo entre a teoria e a
prá tica foi muito rá pido. Contudo, para a maioria de nó s, esse tempo foi um
pouco maior. Mas no final, todos nó s aprendemos a esculpir belos dentes.
ALTERNÂ NCIA DE ATIVIDADE – 3 min

A igreja acabou de concluir uma campanha denominada “Faça a


Diferença”. Qual era o tema central dessa campanha? SANTIDADE. Muito bem. Se
você pudesse resumir em uma só palavra o que é santidade, qual seria essa
palavra? (Anotar as palavras no flip-chart). Objetivos: Separado e Processo.

DESENVOLVIMENTO 1 – 7min (Estabelecendo a base conceitual de Santidade)

Biblicamente, ser santo significa estar separado para o uso e posse de


Deus. (Ê xodo 19.3-6; 1Pedro 2:9). Assim, todas as pessoas que se convertem a
Jesus Cristo, sã o por Ele santificados (separados) para Deus e, portanto
chamados de santos. (1 Coríntios 1:2; Atos 26:10; Romanos 1:7).
Porque devemos nos santificar?
1. Porque o nosso Deus é santo (Lev.11:44; 1 Pe. 1:16; Ap. 4:8);
2. Porque sem santidade ninguém verá ao Senhor (Heb. 12:14);
3. Esta é a vontade de Deus para a vida do cristã o (1 Tess. 4:3-7);
4. Para ser um vaso de honra, ú til para Deus (II Tim. 2:21).

É praticamente certo que todos entendem sobre o que é ser santo.


Contudo, na caminhada cristã , observa-se que o velho eu sempre quer tornar
esse tempo entre a teoria e a prá tica cada vez mais longo, mais distante.

ALTERNÂ NCIA DE ATIVIDADE – 3 min – Técnica: Tempestade de ideias.

Você já parou para de perguntar porque mesmo sabendo o que é certo fazer,
ainda assim insistimos em fazer o que nã o é certo? O que move uma pessoa cristã
a nã o fazer, na prá tica, o que a teoria diz? Porque em muitas situaçõ es, o nosso
espaço de tempo entre a teoria e a prá tica tende a ser muito mais longo? Porque
nã o conseguimos, em algumas situaçõ es, nos manter separados para Deus?

DESENVOLVIMENTO 2 – 7 min – (Tipos de separaçã o)

Pode ser que muitos de nó s vivem um espaço de tempo bem maior e sem
ascendência do que outras pessoas por nã o entender o real sentido da palavra
separaçã o no contexto da santidade.
O termo separaçã o foi aplicado no passado por algumas pessoas e as
consequências disto foram desastrosas.

1. SEPARAÇÃ O É TNICA – Em 1923 a crise econô mica mundial atingiu


com tal força a Alemanha que já havia nessa época mais de 6 milhõ es
de desempregados. Em 1934 Hitler Passou a ser o presidente da
Alemanha com o título de Fü rher (Guia, condutor) com permissã o
para governar sem dar nenhum tipo de satisfaçã o. Com uma
interpretaçã o da separaçã o voltada para um contexto de preconceito,
milhõ es de pessoas foram exterminadas na Segunda Guerra Mundial
(1930-1945).
2. SEPARAÇÃ O RACIAL – Entre os anos 1948 a 1994 um regime de
segregaçã o racial foi adotado pelos sucessivos governos do Partido
Nacional na Á frica do Sul, no qual a grande maioria os habitantes
foram cerceados pelo governo pela minoria branca. A partir de 1958,
os negros foram privados de sua cidadania, saú de e educaçã o,
fornecendo aos negros serviços inferiores aos dos brancos.

3. SEPARAÇÃ O RELIGIOSA – Entre 1232 e 1859, portanto 6 séculos,


vigorava no mundo ocidental, mais especificamente na Europa, um
tribunal que se encarregava de julgar, em nome de Deus, qualquer
pessoas que desafiasse as normas religiosas da igreja cató lica. Era a
chamada “santa” inquisiçã o. Muitas pessoas foram torturadas,
condenadas a morte por fogueira por ousarem a escolher caminhos
diferentes.

ALTERNÂ NCIA DE ATIVIDADE – 3 min – Técnica: Reflexã o

Em 1844 surgiu uma frase de Karl Marx que traz revolta até os dias de
hoje no mundo religioso. Dizia Marx: “A religiã o é o ó pio do povo”. Observando o
passado de muitas religiõ es e comparando com o momento atual de muitas
delas, você concordaria ou nã o com essa afirmativa?

DESENVOLVIMENTO 3 – 7 min – (Separaçã o do cará ter, nã o das pessoas)

Foi exatamente no contexto a Segunda Guerra Mundial que um


importante teó logo cristã o, mergulhado no contexto do Nazismo, resolveu
romper com esse regime e imigrou para os Estados Unidos. Paul Tilich é
mundialmente conhecido pelo desenvolvimento da Teologia da Cultura. De modo
paradoxal, oposto a Marx, Tilich apresenta a ideia da expressã o do cristianismo
nas diferentes culturas, tendo assim nã o a alienaçã o religiosa, mas em ú ltima
aná lise a expressã o de um estilo de vida cristã o. Mas como pode haver a inserçã o
do estilo de vida cristã o em diferentes culturas sem utilizar da separaçã o como
uma ferramenta segregacional? Pode ser que a resposta a essa pergunta esteja
no entendimento da separaçã o do cará ter e nã o das pessoas.
A separaçã o do cará ter aqui é algo inteiramente voltado para açõ es
individuais. Cada um deve compreender sobre aquilo que de fato agrada a Deus e
assim assumir o estilo de vida cristã o. Contudo, os valores cristã os que forma
cada pessoa individualmente (porque em ú ltima aná lise as escolhas sã o
individuais) resulta no coletivo, uma vez que os princípios cristã os sã o os
mesmos. Talvez seja essa a razã o pela qual Paulo se refere a igreja como um
corpo. A separaçã o sob o olhar da santidade nã o pode ser das pessoas, mas do
pecado. Caso contrá rio, nã o somos cristã os, mas de fato religiosos.

ALTERNÂ NCIA DE ATIVIDADE – 3 min – Técnica: Flip Chart

Como Jesus se relacionou com: Prostituta – Cobrador de Imposto – Ladrã o


DESENVOLVIMENTO 4 – 7min – (Separaçã o do cará ter cristã o)

No evangelho de Mateus, a partir no capítulo 5, temos o sermã o do monte.


Lá Jesus fala acerca de elementos que definem o cará ter de quem quer assumir o
seu estilo de vida. Quais sã o alguns dos parâ metros definidos? (Anotar no flip
chart).

CONCLUSÃ O

Na época da Segunda Guerra Mundial milhares de pessoas estavam


confinadas a campos de concentraçã o. Essas pessoas estavam lá porque outras
tinham entendido que deveriam se separar delas. Um regime de exclusã o racial
também foi idealizado pelo conceito da segregaçã o racial e muitos sofreram por
isto. De forma semelhante, muitos foram mortos e torturados em nome de Deus,
porque a separaçã o foi entendida sob um olhar em que Deus nã o estava.
Observando os caminhos de separaçã o de pessoas em verdadeiros guetos de
intolerâ ncia religiosa, da falta de amor para identificar o pecado e nã o o pecador
fica fá cil compreender o que Deus disse através do profeta Isaías (Is.29:13).

PESQUISA BARNA GROUP.

Talvez eu possa me atrever a dizer que em algum momento da nossa


histó ria, deixamos de focar o cará ter em detrimento das pessoas. Isso pode ser a
razã o pela qual estamos cada vez mais separados sob o olhar religioso, interno e
interrompemos a nossa influência cristã para o mundo a nossa volta. A separaçã o
sob o olhar da santidade significa, ao meu ver e em ú ltima aná lise, uma atitude
individual que deve refletir em escolhas que agradam a Deus e que naturalmente
influencia outras pessoas para o bem. Sejamos separados.

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