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de Schrödinger

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Minhas 100 Dicas para Escrever

crédito: Stompy
Eu não me considero um grande escritor, no sentido de dominar a gramática, criar estruturas
belas e fascinantes de texto. Minha força, acredito, está na imaginação, humor, sentimentalismo
e capacidade de citar referências como uma metralhadora giratória. Por isso, na hora de colocar
minhas criações no papel eu realmente tenho um trabalho duro. Sou o pior no que faço de
melhor, mas após dois livros já posso compartilhar algumas dicas de como eu fui tentando
escrever melhor.

Dica Um
O escritor e editor por muitos anos do New Yorker, E.B. White, disse quando recebeu a Medalha
Nacional de Literatura: “…a coragem de um escritor pode facilmente derrubá-lo…Eu admiro
qualquer um que tenha culhões para escrever qualquer coisa”.
Ao começar a escrever, faça um compromisso consigo mesmo: que você irá realmente fazer isso.
Isso é crítico. Sem seu comprometimento, você poderia economizar em lápis e papel. Não irá
acontecer. Lembre-se: escreva tanto quanto puder. É o que escritores fazem – eles escrevem.

Dica Dois
Tenha um tempo específico para escrever. Stendhal recomendava pelo menos duas horas por
dia. Isso é importante, pois no decorrer do processo de escrever sua história, você ficará
desencorajado, entediado, com raiva e insatisfeito. E quando se sentir assim, e você irá se sentir
assim, é sempre aconselhável manter a rotina de escrever e continuar trabalhando.

Dica Três
Na primeira semana, decida sobre a história que irá escrever. Você não precisa trabalhar cada
detalhes, pois isso emergirá do próprio processo. Mas procure não procrastinar – Procrastinação é
seu inimigo. Matisse dizia a seus alunos: “Se você quer ser um pintor, corte sua língua fora”.
Planeje. Mas tenha em mente que o tempo de meramente falar sobre sua história deve acabar.

Dica Quatro
Simples e verdadeiro: escreva sobre o que está ao redor, sobre o que você conhece e sobre o que
se importa.

Dica Cinco
Não importa qual o tipo de livro que você decida escrever, não há regras a não ser que a história
deve ser muito, muito interessante. Ela pode ser excitante, assustadora, divertida, engraçada ou
triste – mas isso não deve aborrecer o leitor.

Dica Seis
Analise e aprenda.

Dica Sete
Embora não existam regras sobre ideias para histórias, eu prefiro ter uma preocupação: pensar
pequeno. Um dos piores erros que muitos escritores fazem é pensar grande, tentando ficar com
uma história do tipo fim-do-mundo, acreditando que é melhor. Não é verdade. Mantenha sua
ideia pequena e focada.
Olhe para a sua criatividade e busque por uma pequena história que tenha um sentido real para
você. Todos somos parte da família humana. Se você cria uma história que tenha um sentido
profundo para você, as chances são grandes que isso tenha um sentido profundo para o resto de
nós.

Dica Oito
Escreva suas próprias experiências. Elas são únicas.

Dica Nove
Não tenha medo de escrever cenas ou seções que não levem a nada.

Dica Dez
Escreva sobre algo que você sabe? Escreva algo sobre o que você ama.

crédito: Paul Watson

Dica 11
Saiba algo sobre o lugar ou as pessoas na história.

Dica 12
Escolha seus personagens antes de começar. Será muito mais fácil para você saber como eles
reagirão aos acontecimentos programados por você.

Dica 13
Anote tudo. Não confie apenas em sua memória. E seja organizado.

Dica 14
Dicas de Hemingway para se escrever ficção:
- Use sentenças curtas.
- Use parágrafos inciais pequenos.
- Use linguagem vigorosa.
- Seja positivo, nunca negativo.

Dica 15
Desenvolva seus personagens e seu plot ao mesmo tempo. Acontecimentos moldam as pessoas
e as afetam das mais diversas maneiras. A morte de um parente próximo não apenas lança uma
pessoa no luto, como pode mudar sua vida financeira (para o bem ou para o mal), social e
subjetiva.

Dica 16
Faça seus leitores acreditarem que seus personagens existem. Ao invés de colocar centenas
deles, esforce-se para criar dois ou três memoráveis.

Dica 17
Lembre-se do mestre Kurt Vonnegut e suas oito dicas:
1. Escolha um assunto sobre o qual você se importe.
O seu interesse genuíno, e não qualquer jogo de palavras que possa fazer, é que terá o poder de
seduzir o leitor.
2. Não se estenda.
3. Seja simples.
Lembre-se de que tanto Shakespeare quanto a Bíblia usaram palavras perfeitamente
compreensíveis para as pessoas da época.
4. Tenha a coragem de cortar.
A eloquência deve curvar-se ante as ideias. Caso algumas lindas frases não acrescentem nada de
novo ao que você está tentando dizer, corte-as sem perdão.
5. Soe como você mesmo.
Escreva da maneira como usa a língua, do lugar de onde você é. Não tente se passar por uma
pessoa de outro lugar e outra cultura ou isto irá se refletir no seu poder de persuasão.
6. Diga o que tem a dizer de modo claro.
Leitores querem páginas que se pareçam com páginas, parágrafos e pontuação reconhecíveis.
Não escolha criar jazz ou cubismo quando seu objetivo é se fazer entender.
7. Tenha pena dos leitores.
Nossas opções como escritores são limitadas, uma vez que os leitores são artistas imperfeitos na
arte de ler. Nossa audiência requer um esforço de nossa parte de clarificar e simplificar, mesmo
quando preferiríamos pairar acima de coisas tão chãs quanto a simplicidade.
8. Consulte livros de referência quanto a gramática e pontuação.

Dica 18
Como já disse Ivana Trump (mulher de Donald Trump) ao escrever um livro: “Escrever ficção é
demais. Você pode inventar quase qualquer coisa”, algumas vezes os escritores ficam ou
fascinados ou paralisados pelas possibilidades. Explore-as.

Dica 19
Woody Allen escreve seus roteiros e livros desta foram: Sempre que ele tem uma idéia, um
diálogo, uma piada, ele a escreve em um pedaço de papel e joga em sua gaveta. Depois de um
tempo ele a obra e junta as partes, criando uma nova obra. Muitos outros escritores utilizam o
mesmo método.

Dica 20
Não tente imitar alguém no modo de escrever ou colocar palavras que não domina
perfeitamente. Sua “voz” é a sua voz. Seu “estilo” é seu estilo. Requer paciência e tempo para
aceitá-lo, mas isso vêm com o tempo. Seja natural.

crédito: ionushi

Dica 21
Monte uma linha do tempo. Se você não sabe como terminar uma história, nem deve começá-la.
Escreva aquilo que você imagina ser o último parágrafo do livro. Mas não pense duas vezes em
descartá-lo se tiver uma ideia melhor.

Dica 22
Nunca faça nada sem ter um objetivo em mente. Você simplesmente acabará chegando em lugar
nenhum.

Dica 23
Dê uma caminhada. Nietzsche dizia que tinha suas melhores idéias durante caminhadas. Grant
Morrisson vai além, falando do potencial criador das mesmas:

Quando se é garoto ou adolescente, você dá essas longas caminhadas nas


quais você vai andando pela cidade fazendo conexões mitológicas e
misteriosas entre fatos e situações em sua cabeça. Eu, assim como todas
as pessoas, já fiz isso, mas havia um grupo de intelectuais e artistas na
década de 60, chamados deSituacionistas, que identificava esse tipo de
atitude como um ato revolucionário e isto leva diretamente à ideia de que
você pode criar uma “zona autônoma temporária” usando sua imaginação
no mundo de tal forma que você o cria de novo.

Dica 24
Tenha um começo e fim claros.

Dica 25
Recapitulando os itens necessários:
1. Um compromisso.
2. Um cronograma.
3. Ideia para a história.
4. Os personagens.
5. O que eles farão.
6. Como tudo irá acabar.

Dica 26
Comece a escrever. E mantenha uma certa média. 300-325 palavras, com espaço duplo
correspondem a mais ou menos 4 páginas. Escrever isso por dia é relativamente simples. Um
livro de 400 páginas neste ritmo levaria 100 dias de trabalho. Você pode escrever muito mais ou
mesmo adotar uma cota menor. O importante é manter-se escrevendo.
Dica 27
Sua obra é de ficção. Mas não significa que os fatos a que você se refere não tenham que ser
corretos. Eles acrescentam verossimilhança às histórias e contribuem para o leitor se envolver
mais com elas. Todas as bibliotecas no mundo estão esperando por você. E sempre há o Google e
a Wikipédia.

Dica 28
Conversas não são diálogos. Diálogos possuem um propósito. Eles levam a história um passo
além ou revelam mais sobre os personagens. Isso mantém o leitor preso na história e o faz sentir-
se no coração da ação. E sempre deixe claro ao leitor quem é que está falando.

Dica 29
Olhe-se no espelho. Descreva o que vê. Faça isso com menos de 300 palavras.

crédito: striatic

Dica 30
Kurt Vonnegut: “Talento é extremamente comum. O que é raro é força de vontade para suportar
a vida de escritor. É como fazer o papel de parede da Capela Sistina com as mãos”.

Dica 31
Use um único ponto de vista de cada vez. Ao mudar ou decidir acomodar muitos outros ao longo
da história, o faça de forma clara para não confundir o leitor.

Dica 32
Carregue um bloco de notas com você. Uma vez que você escreveu algo, você o possui.

Dica 33
Suspense é um ingrediente básico da ficção. Por que, se os leitores se perguntarem: “O que irá
acontecer em seguida?”, eles continuarão lendo para descobrir.

Dica 34
Não se esqueça da linguagem corporal. Sinais não-verbais podem comunicar muito mais
eficientemente do que com palavras.

Dica 35
Tente escrever e escrever. Deixe a edição para depois.

Dica 36
Invoque uma imagem a cada página.

Dica 37
Não tente fazer algo enorme apenas por fazer. O computador e a internet deixaram escrever e
revisar ainda mais fácil. Continue pensando pequeno. O contexto determina a extensão, não o
contrário. Um jogo de futebol pode parecer interminável para aquele não gosta de esportes ou
ser muito rápido para outra pessoa.

Dica 38
Sem descrições os leitores não terão um senso de espeço e tempo – crítico para sua história. Mas
com muito disso, eles ficarão rapidamente entediados.

Dica 39
Idéias, novas e únicas – são o que surpreendem, satisfazem e dão prazer ao leitor. Fique longe do
fácil e da verdade. Escreva com imaginação.

Dica 40
Não subestime qualquer experiência sua. Qualquer exercício é válido. Não existem erros, só
resultados. Não existem fracassos, apenas experiências de aprendizado.
crédito: Peter Van Lancker

Dica 41
Pense nisso durante todo o dia. Conte com seu subconsciente.

Dica 42
Bons personagens crescem e evoluem de basicamente duas coisas: suas ações e suas crenças.
Nós desenvolvemos um senso e compreensão das pessoas por aquilo que elas falam e pensam
nos eventos dramáticos da história.

Dica 43
Pegue seu leitor pelo pescoço desde o inicio. Um começo…

Dica 44
Continue escrevendo.

Dica 45
Anton Chekhvov deu um simples conselho: “Se uma arma está na parede no primeiro ato, ela
deverá ser descarregada até o final”. Isso é conhecido como “arma de Chekhov“, se algo está na
história é para ser usado. Veja sua obra como um todo, onde cada parte deve ter um sentido.
Corte tudo o que não faz sentido.

Dica 46
Há um custo emocional para se escrever bem. Dançarinos sabem que terão bolhas nos pés.
Pianistas ensaiam com os dedos doloridos. Escrever não é algo em vão. Pelo menos não deveria.
É mentalmente exaustivo, afinal, além de já ter que lidar com a sua vida, você ainda viverá
outras.

Dica 47
Pode parecer narcisista, mas há muito de você nas histórias. Aceite isso e não desvalorize suas
experiências.

Dica 48
Persistência é o que é requerido. Se qualquer um poder impedi-lo de ser escritor, então não
seja.Nos templos budistas há séculos os candidatos têm sido testados da mesma forma. Você o
manda embora, e se a vontade dele for tão forte que o faça esperar na porta sem comer sem
dormir e sem convite por três dias, então ele pode entrar e começar o treinamento. O mesmo
acontece com a escrita e qualquer atividade que requeira criatividade e concentração. Se você
conseguir desistir facilmente, significa que você não deveria sê-lo em primeiro lugar.

Dica 49
Tenha um hobbie não relacionado a escrever. Jogue games, corra.

Hamed Saber

Dica 50
Defina as coisas. Alguns leitores simplesmente são ignorantes de certas coisas e termos.
Ninguém sabe tudo, nem você.

Dica 51
Quer relaxar e ficar inspirado? Que tal visitar este blog interessante com belos designers
de capas de livros? Vale a visita.

Dica 52
Fitzgerald: “Personagem é ação”. E suas ações geralmente envolvem outras personagens, e
essas interações são o que fazem as cenas.
Dica 53
Crie tensão.

Dica 54
Use o máximo de sentidos que puder e como isto afeta o personagem, o que ele sente.

Dica 55
Chuck Palahniuk, diz que para competir com a televisão, filmes e jogos, ele prefere verbos ao
invés de adjetivos. Verbos em cima de verbos. Como Mae Brown notou: “Verbos te jogam direto
na rodovia”.
Mark Twain também chamava atenção para o fato de as escolhas das palavras serem
importantes na confecção de uma história: “Use a palavra certa, não seu primo de segundo
grau”.

Dica 56
Seja específico, definitivo e concreto.

Dica 57
Tire uma folga. Tome um dia ou uma semana. Após esse tempo, você irá ver seu trabalho com
novos olhos.

Dica 58
Sua história pode ser leve nos assuntos tratados ou curtas no estilo, mas personagens de carne-
e-osso com motivações e tratos verossímeis podem salvar qualquer livro ao ganhar a simpatia do
leitor.

Dica 59
Não conte, mostre. Não diga ao leitor o que sentir. Mostre ao leitor o personagem e a situação.

Dica 60
Se você escrever cinco páginas por dia por sessenta dias, terá 90.000 palavras. Um livro de bom
tamanho. É hora de começar a re-escrever e editar.

crédito: practicalowl

Dica 61
Se você tiver 300 páginas, elas fazem uma novela? Bem, a resposta somente será sim se ela
tiver começo, meio e fim – e não necessariamente nessa ordem.
Seu final deve responder afirmativamente a uma pergunta: Você resolveu o problema
apresentado?

Dica 62
Básico: Cheque a ortografia de seu texto.

Dica 63
Imprima seu livro.

Dica 64
Coloque seu livro em algum lugar e o deixe sozinho por umas duas semanas. Esqueça dele por
um tempo. Vá aproveitar o sol.

Dica 65
Agora que ficou distante de seu livro, o leia do começo ao fim. Mas nada de pular partes. Anote
linhas e frases que estão estranhas, mas continue lendo. Não se preocupe em reescrever. Não
ainda.

Dica 66
Faça edição. Corte até a raiz do texto. Vá capítulo por capítulo se livrando de prosa excessiva.
Dica 67
Re-leia suas páginas, uma a uma. Esteja atento às estruturas ruins de sentenças.

Dica 68
Corte metáforas excessivas. Mas nunca corte algo de que irá se arrepender.

Dica 69
Livre-se de adjetivos desnecessários.

Dica 70
As dicas de George Orwell:
Nunca use chavões, metáforas ou outras figuras de linguagem que você esteja acostumado a ver
na imprensa.
Nunca use uma palavra longa onde uma curta é suficiente.
Se for possível cortar uma palavra, sempre a corte.
Nunca use a voz passiva se puder usar a ativa.
Nunca use uma frase estrangeira, um termo científico ou um jargão se você consegue pensar em
um equivalente comum.
Quebre qualquer destas regras antes de escrever alguma barbaridade.

crédito: margolove

Dica 71
Sexo, sangue e violência não estão proibidos. Mas lembre-se de não exagerar.

Dica 72
Livre-se das exclamações, interrogações e parênteses desnecessários.

Dica 73
Elimine o uso desnecessário de palavras e frases estrangeiras e o uso inadequado de certas
palavras.

Dica 74
Escolha dez pessoas que você conhece e escreva uma descrição delas em apenas uma frase.

Dica 75
Escreva uma biografia sua de 500 palavras.

Dica 76
Deixe sua novela tão forte quanto puder. As primeiras páginas são aquelas que mostrarão ao
leitores o quão talentoso você é. Ao final do processo, volte à elas e as re-escreva. Notará que
agora você já escreve melhor do que quando começou.

Dica 77
Mantenha um diário de um personagem ficcional. Escreva sem compromisso, uma ou duas vezes
por semana. Pode ser que ele seja matéria prima para alguma história sua, ou será um grande
exercício prático.

Dica 78
Pegue um trecho de algo que você escreveu em primeira pessoa e verta-o para terceira pessoa
ou vice-versa. Você também pode tentar este exercício alterando a tensão, os narradores ou
outro elemento estilístico. Não faça isto com um livro inteiro. Prefira obras curtas. Uma vez que
você começou com um estilo, nunca releia o que você já escreveu até ter terminado por
completo a fase de criação ou você gastará seu tempo re-escrevendo em vez de escrever.

Dica 79
Tente identificar sua memória de infância mais remota. Escreva tudo o que você consegue
lembrar sobre ela. Re-escreva como se fosse uma cena. Você pode escolher fazer isto com a sua
perspectiva atual ou com a sua perspectiva na época.
crédito: Thomas Hawk

Dica 80
A Jornada do Herói:
1.Mundo Comum
2.Chamado à Aventura
3.Recusa do Chamado
4.Encontro com o Mentor
5.Travessia do Primeiro Limiar
6.Testes, Aliados, Inimigos
7.Aproximação da Caverna Oculta
8.Provação
9.Recompensa
10.Caminho de Volta
11.Ressurreição
12.Retorno com o Elixir

Dica 81
1. Mundo Comum
O herói é apresentado em seu dia-a-dia.
Exemplo: A história de “O Hobbit” começa com a apresentação do Condado e de Bilbo em sua
toca-casa.

Dica 82
2. Chamado à Aventura
A rotina do herói é quebrada por algo inesperado, insólito ou incomum.

Exemplo: Gandalf, o mago, aparece na porta de Bilbo e o convida para participar de uma
aventura.

Dica 83
3. Recusa do Chamado
Como já diz o próprio título da etapa, nosso herói não quer se envolver e prefere continuar sua
vidinha.
Exemplo: Bilbo recusa o convite de Gandalf pois “não era respeitável para um hobbit sair em
busca de aventuras”.

Dica 84
4. Encontro com o Mentor
O encontro com o mentor pode ser tanto com alguém mais experiente ou com uma situação que
o force a tomar uma decisão.
Exemplo: Por influência de Gandalf e de instintos herdados de sua família, Bilbo decide participar
da aventura.

Dica 85
5. Travessia do Primeiro Limiar
Nessa fase, nosso herói decide ingressar num novo mundo. Sua decisão pode ser motivada por
vários fatores, entre eles algo que o obrigue, mesmo que não seja essa a sua opção.
Exemplo: Bilbo e seus companheiros de aventura se deparam com três trolls numa floresta. Bilbo,
como ladrão “designado” pelo grupo, arrisca-se em descobrir mais sobre os trolls e até tenta
rouba-los.

Dica 86
6. Testes, Aliados, Inimigos
A maior parte da história se desenvolve nesse ponto. No mundo especial – fora do ambiente
normal do herói – é que ele irá passará por testes, receberá ajuda (esperada ou inesperada) de
aliados e terá que enfrentar os inimigos.
Exemplo: A aventura de Bilbo continua. Ele passa por Valfenda, a terra dos elfos, atravessa as
Montanhas Sombrias, a Floresta das Trevas e a Cidade do Vale.

Dica 87
7. Aproximação da Caverna Oculta
O herói se aproxima do objetivo de sua missão, mas o nível de tensão aumenta e tudo fica
indefinido.
Exemplo: Bilbo chega, finalmente, à Montanha Solitária, o covil de Smaug, o dragão.
Dica 88
8. Provação
É o auge da crise – precisa dizer mais?
Exemplo: Bilbo, sozinho, enfrenta o dragão, num diálogo no qual ele tenta descobrir as fraquezas
do monstro.

Dica 89
9. Recompensa
Passada a provação máxima, o herói conquista a recompensa.
Exemplo: Bilbo consegue retirar o dragão da Montanha Solitária e os homens da Cidade do Lago
matam o monstro.

Dica 90
10. Caminho de Volta
É a parte mais curta da história – em algumas, nem sequer existem. Após ter conseguido seu
objetivo, ele retorna ao mundo anterior.
Exemplo: Bilbo se prepara para voltar para casa.

Dica 91
11. Ressurreição
Aqui o herói pode ter que enfrentar uma trama secundária não totalmente resolvida
anteriormente.
Exemplo: Um exército de Orcs e Lobos Selvagens ataca os anões da Montanha, elfos da Floresta
e os homens da Cidade. Acontece a Batalha dos Cinco Exércitos.

Dica 92
12. Retorno com o Elixir
É a finalização da história. O herói volta ao seu mundo, mas transformado – já não é mais o
mesmo.
Exemplo: Finalmente, Bilbo retorna ao lar. Escreve um livro sobre suas aventuras, e se torna o
estranho hobbit que gosta de aventuras.

crédito: Dunechaser

Dica 93
Georges Polti dizia que para se ter uma história de sucesso devia-se tratar de temas que o leitor
já tenha vivido e com os quais possa se identificar. Em 1870 ele reuniu em um livro as 36
situações dramáticas que expressam todas as emoções capazes de sensibilizar o gênero
humano. Escolha uma delas e mãos à obra:
(1) Implorar; (2) o Salvador; (3) a Vingança que persegue o crime; (4) Vingar parente por
parente; (5) Acuado; (6) Desastre;(7) Vítima de; (8) Revolta; (9) Tentativa audaciosa; (10) Rapto;
(11) o Enigma; (12) Conseguir; (13) ódio de parentes; (14)Rivalidade com
parentes; (15) Adultério mortal; (16) Loucura;(17) Imprudência fatal; (18) Crime de amor
involuntário; (19)Matar um parente ignorado; (20) Sacrificar-se pelo ideal; (21)Sacrificar-se pelos
parentes; (22) Sacrificar tudo pela paixão;(23) Ter que sacrificar a família; (24) Rivalidade entre
desiguais;(25) Adultério; (26) Crimes de amor; (27) Ser informado da desonra de um ser
amado; (28) Amores proibidos; (29) Amar um inimigo; (30) a Ambição; (31) Luta contra
Deus; (32) Ciúme equivocado; (33) Erro judiciário; (34) Remorso; (35) Reencontrar;(36) Perder a
família.
Note que muitas histórias consagradas não apenas se baseiam em uma das situações
dramáticas, mas unem duas ou mais.

Dica 94
Relembre uma antiga discussão com outra pessoa. Escreva sobre a discussão sob o ponto de
vista da outra pessoa. Lembre que a ideia é escrever sob a perspectiva dela, e não da sua. Este é
um exercício para falar através de outro, não para provar se você está certo ou errado.

Dica 95
Escolha um autor, um que você gosta mas não necessariamente seu favorito, e faça uma lista
das características que você gosta no estilo dele. Faça isso puxando pela memória, sem reler as
obras. Após, releia alguns dos trabalhos e veja se você perdeu algo ou se suas respostas mudam.
Analise que elementos do estilo de escrita dele você pode acrescentar ao seu próprio e quais
você não deve ou não pode. Lembre-se que seu estilo é seu e que você só deve pensar em
maneiras de acrescentar ao seu estilo. Nunca tente imitar alguém em mais do que em um ou
dois exercícios.

Dica 96
Tente identificar sua memória de infância mais remota. Escreva tudo o que você consegue
lembrar sobre ela. Re-escreva como se fosse uma cena. Você pode escolher fazer isto com a sua
perspectiva atual ou com a sua perspectiva na época.

Dica 97
Sente em um restaurante ou local movimentado e escreva fragmentos dos diálogos que você
ouve. Escute as pessoas à sua volta – como falam e quais palavras usam. Uma vez que isto
esteja feito, você pode praticar terminando seus diálogos. Escreva a sua versão do que vem a
seguir no diálogo. Combine o estilo de sua escrita com o estilo das pessoas.

Dica 98
COMO SER UM ESCRITOR
Simples. Declare-se um escritor, aja como um escritor, escreva diariamente.
Seja honesto sobre seu progresso, seus sucessos e falhas. O escritor mergulha no Imenso Outro
na busca de pistas, truques e tesouros que possa trazer para casa a fim de enriquecer a vida no
mundo sólido. E se necessário, fingir ter feito isso.

Dica 99
COMO SER UM ESCRITOR 2
Leia muitos livros que você goste para entrar no clima. Conversar sobre literatura com não-
leitores é como conversar com virgens sobre transar. Ler sobre escrever é como ler sobre sexo;
Isso o deixaria excitado para a coisa real ,mas não o deixaria perto de se divertir muito.
Ler dará um sentimento do que é merda e o que pode ser utilmente adaptado para seu estilo
próprio. Desenvolva discernimento. Use estilos, autores & personagens como inspiração, mas
busque ser você mesmo.

Dica 100
COMO SER UM ESCRITOR 3
Uma palavra, quatro letras: AÇÃO. Feche os livros, pare de dar desculpas e COMECE.

crédito: selva
Tags: 100 dicas, como escrever, dicas, escrever

Esse post foi publicado de quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009 às 11UTCWed, 11


Feb 2009 12:31:42 +0000, e arquivado em Ficcionáutica. Você pode acompanhar
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