John Rawls Conhecido Filósofo Político norte- americano Falecido em 2002 aos 81 anos Principal Obra “Uma Teoria da Justiça” de 1971 Introdução
Filosofia Política x Ciência Política
Teoria normativa x Teoria empírica Filosofia Política
Filosofia: reflexão como as coisas
deveriam ser - pensamento de quais são os melhores sistemas políticos, Estados, Governos, Leis etc Pensamento filosófico – juízo de valor sobre qual ou quais são as instituições ideais Ex:Platão e a concepção do Rei-filósofo Ciência Política
Investigação voltada para compreender
a realidade dos fenômenos políticos Ex: Metodologias quantitativas – apontam tendências, preferências etc Se constitui como um campus já no século XX se tornando independente da filosofia. Nasce “colada” à economia Teoria normativa ou prescritiva
Mais localizada no campo da Filosofia
Política Normatiza ou prescreve como a realidade deveria ser. Possui juízo de valor – É preferível este ou aquele sistema político, esta ou aquela instituição, maior ou menos Estado etc Teoria empírica
Voltada para a “tradução” da realidade
Tendência à neutralidade Empírico: voltado para a realidade sensível; o que pode ser observável, medido, visto, palpável. Teoria empírica se relaciona com ciência política contemporânea O que é contratualismo? Teoria de John Rawls
Localizada mais no campo da filosofia
política e na teoria política normativa ou prescritiva Não abandona totalmente uma análise empírica Abordagem da política a partir de uma concepção de moral baseada na ideia de justiça Sobre a teoria de Rawls
Se constitui como uma solução
intermediária entre a filosofia da moral baseada no imperativo categórico kantiano e o utilitarismo Concepção de sociedade baseada em princípios de justiça como equidade. A Filosofia moral de Kant
Imperativo categórico: conceitos morais
universalizáveis Estabelecedidos a priori (antes) da ação O indivíduo é um fim em si mesmo Ética da convicção: Conceitos universais. Não mentir, não roubar, não fazer o mal. Utilitarismo Doutrina moral ou política que avalia a relação custo benefício das ações Ênfase nos resultados. Os meios para se chegar aos resultados não são tão relevantes Baseado e princípios economicistas como o da Teoria da Escolha Racional Rawls
Procura elaborar uma teoria que
solucione “intermediária” entre essas duas concepções morais. Principais conceitos de sua teoria: Princípios de Justiça, Neocontratualismo e véu da ignorância Justiça como equidade
A construção de uma sociedade a partir dos princípios de
justiça:
“Digamos agora que uma sociedade é bem-ordenada não
apenas quando está planejada para promover o bem de seus membros mas quando é também efetivamente regulada por uma concepção pública de justiça. Isto é, trata-se de uma socie- dade na qual (1) todos aceitam e sabem que os outros aceitam os mesmos princípios de justiça, e (2) as instituições sociais básicas geralmente satisfazem, e geralmente se sabe que satis- fazem, esses princípios” Rawls “Desse modo, os que defendem outras concepções de justiça podem ainda assim concordar que as instituições são justas quando não se fazem distinções arbitrárias entre as pessoas na atribuição de direitos e deveres básicos e quando as regras determinam um equilíbrio adequado entre reivindicações concorrentes das vantagens da vida social” “ Tomadas em conjunto como um único esquema, as instituições sociais mais importantes definem os direitos e deveres dos homens e influenciam seus projetos de vida, o que eles podem esperar vir a ser e o bem-estar econômico que podem almejar. A estrutura básica é o objeto primário da justiça porque seus efeitos são profundos e estão presentes desde o começo. Nossa noção intuitiva é que essa estrutura contém várias posições sociais e que homens nascidos em condições diferentes têm expectativas de vida diferentes, determinadas, em parte, pelo sistema político bem como pelas circunstâncias econômicas e sociais. Assim as instituições da sociedade favorecem certos pontos de partida mais que outros. Essas são desigualdades especialmente profundas. Não apenas são difusas, mas afetam desde o início as possibilidades de vida dos seres humanos; contudo, não podem ser justificadas mediante um apelo às noções de mérito ou valor. É a essas desigualdades, supostamente inevitáveis na estrutura básica de qualquer sociedade, que os princípios da justiça social devem ser aplicados em primeiro lugar. Esses princípios, então, regulam a escolha de uma constituição política e os elementos principais do sistema econômico e social. A justiça de um esquema social depende essencialmente de como se atribuem direitos e deveres fundamentais e das oportunidades econômicas e condições sociais que existem nos vários setores da sociedade .” Justiça como equidade e contratualismo
“a idéia norteadora é que os princípios da justiça para a estrutura
básica da sociedade são o objeto do consenso original. São esses princípios que pessoas livres e racionais, preocupadas em promover seus próprios interesses, aceitariam numa posição inicial de igualdade como definidores dos ter- mos fundamentais de sua associação. Esses princípios devem regular todos os acordos subseqüentes; especificam os tipos de cooperação social que se podem assumir e as formas de governo que se podem estabelecer. A essa maneira de considerar os princípios da justiça eu chamarei de justiça como equidade.” Contrato social e véu da ignorância “Na justiça como equidade a posição original de igualdade corresponde ao estado de natureza na teoria tradicional do contrato social. Essa posição original não é, obviamente, concebida como uma situação histórica real, muito menos como uma condição primitiva da cultura. É entendida como uma situação puramente hipotética caracterizada de modo a conduzir a uma certa concepção da justiça. Entre as características essenciais dessa situação está o fato de que ninguém conhece seu lugar na sociedade, a posição de sua classe ou o status social e ninguém conhece sua sorte na distribuição de dotes e habilidades naturais, sua inteligência, força, e coisas semelhantes. Eu até presumirei que as partes não conhecem suas concepções do bem ou suas propensões psicológicas particulares. Os princípios da justiça são escolhidos sob um véu de ignorância. Isso garante que ninguém é favorecido ou desfavorecido na escolha dos princípios pelo resultado do acaso natural ou pela contingência de circunstâncias sociais. Uma vez que todos estão numa situação semelhante e ninguém pode designar princípios para favorecer sua condição particular, os princípios da justiça são o resultado de um consenso ou ajuste eqüitativo. Pois dadas as circunstâncias da posição original, a simetria das relações mútuas, essa situação original é eqüitativa entre os indivíduos tomados como pessoas éticas, isto é, como seres racionais com objetivos próprios e capazes, na minha hipótese, de um senso de justiça. “ 2 princípios da justiça
Primeiro: cada pessoa deve ter um direito igual ao
mais abrangente sistema de liberdades básicas iguais que seja compatível com um sistema semelhante de liberdades para as outras. Segundo: as desigualdades sociais e econômicas devem ser ordenadas de tal modo que sejam ao mesmo tempo (a) consideradas como vantajosas para todos dentro dos limites do razoável, e (b) vinculadas a posições e cargos acessíveis a todos. Esses princípios se desdobram em:
“Todos os valores sociais - liberdade e
oportunidade, renda e riqueza, e as bases sociais da auto-estima - devem ser distribuídos igualitariamente a não ser que uma distribuição desigual de um ou de todos esses valores traga vantagens para todos.” “A injustiça, portanto, se constitui simplesmente de desigualdades que não beneficiam a todos.” Rawls