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Associação para o Desenvolvimento Social de Joanópolis – Pró-Joá

Projeto “Bacia do Rio Jacareí”

VISTORIAS NAS ÁREAS DE RISCO

A Prefeitura Municipal de Joanópolis, através da Secretaria de Construções e Projetos e da


Defesa Civil, juntamente com a ONG Pró-Joá, estiveram realizando vistorias nas áreas com risco
mais elevado do município de Joanópolis, no último sábado, dia 22 de Janeiro de 2011.
O trabalho preventivo tem por objetivo avaliar as condições dos terrenos e das habitações,
a necessidade de interdição das áreas com alto risco de escorregamentos de massas naturais
(deslizamentos), bem como a retirada das famílias que habitam os locais.
A equipe composta pela Arquiteta Lilian Staningher, da Prefeitura Municipal de
Joanópolis, do Presidente e do Técnico Ambiental da ONG Pro-Joá, Dr. Wladimir D’Avila e
Diego de Toledo Lima da Silva, vistoriaram um total de 4 áreas identificadas como risco elevado
para deslizamentos. As áreas estão localizadas nos bairros urbanos Nogueiras, Vila Sanches e
Bela Vista (Rua do Escadão), e no bairro rural da Moenda.
No Bairro dos Nogueiras, a área já foi interditada pela Defesa Civil e pela Prefeitura
Municipal de Joanópolis, inclusive com a colocação de placa de aviso na área, sendo que a
população não deve realizar a passagem pela ponte precária e irregular existente no local.

Figura 1 – Área interditada no Bairro dos Nogueiras


Foto: Diego de Toledo Lima da Silva (2011).
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Na Vila Sanches, a vistoria não identificou a necessidade de interdição da área, pois a


encosta apresenta estabilidade. A área será acompanhada constantemente pela equipe técnica do
ONG Pró-Joá e pela Prefeitura Municipal.
No Bairro Bela Vista, na parte superior da Rua do Escadão, existem um total de 4
residências com risco elevado para deslizamentos. Numa delas, a habitação apresenta trincas e
infiltrações, com condições insalubres à família. A mesma foi orientada a abandonar a residência
alugada e seguir para um abrigo municipal, até encontrar outra residência para alugar, fora de área
de risco. A família se comprometeu a entrar em contato com a Prefeitura Municipal com
urgência, mas inicialmente se dispuseram a sair da área de risco e buscar auxílio municipal.
A resistência no local ficou por conta do proprietário do imóvel, que alegou não existir
risco, entre outros falsos motivos, além de atrapalhar o trabalho da equipe.
No Bairro da Moenda existe um total de 4 residências com risco elevado de deslizamentos
e erosões, além de toda a infraestrutura existente no local, como estrada, ponte e muros. Pelas
identificações de campo, parece haver uma falha geológica na área, que por algum motivo vem
ocasionando todo o processo de erosão e movimentação do terreno.

Figura 2 – Fenda erosiva e escorregamento do terreno


Foto: Diego de Toledo Lima da Silva (2011).

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A área influenciada pelo processo se inicia no reservatório Jacareí, na parte baixa do


morro, sobe até o topo do morro dando uma volta em forma de ferradura, e desce até a parte baixa
novamente. Segundo a Arquiteta Lilian, que vem acompanhando a área desde o início da semana,
o processo se iniciou em 2009, mas nesta semana as massas de terra e rocha estão se
movimentando cerca de 3 metros ao dia. A imagem de satélite demonstra o tamanho da área
influenciada pelo processo de movimento de massa natural:

Figura 3 – Área influenciada pelo processo (Imagem: Google Earth, 2007).


Legenda: MN5 – Área de Risco susceptível a deslizamento no Bairro Rural da Moenda /
Traçado em Vermelho: Delimitação da área de influência do processo de movimentação de
massa natural.

A imagem de satélite também demonstra as feições erosivas na área desde 2007, mas
provavelmente o processo se acentuou a partir dos altos volumes de chuva no verão do ano

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passado. A equipe da ONG Pró-Joá orientou a interdição imediata da área, bem como se
manifestou favorável à retirada dos moradores da área.

Figura 4 – Parte superior da área influenciada pelo processo


Foto: Diego de Toledo Lima da Silva (2011).

Figura 5 – Fenda erosiva no terreno, com movimentação diária e piora acentuada


Foto: Diego de Toledo Lima da Silva (2011).
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Mesmo com toda orientação e insistência da equipe, os moradores resistem a abandonar o


local, bem como retirar móveis, equipamentos e os animais. O proprietário já assinou o termo de
responsabilidade e a área foi interditada nesta segunda-feira, dia 24 de Janeiro de 2011, inclusive
com a colocação da placa de aviso no local.

Figura 6 – Movimento de massa natural do terreno, alterando bruscamente a paisagem do local


Foto: Diego de Toledo Lima da Silva (2011).

Ressaltamos a necessidade da população joanopolense acatar as orientações das equipes


da Defesa Civil e da Prefeitura Municipal de Joanópolis, pela preservação de sua própria vida e
de seus bens materiais. Ainda se enfrenta forte resistência da população em abandonar as áreas de

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alto risco, bem como ocorre certo “acomodamento” com a situação, como se não existisse a
probabilidade de ocorrer desastres naturais no município, o que é uma afirmativa totalmente falsa.
O município de Joanópolis possui todas as características para a ocorrência de desastres:
áreas de risco, como margens de corpos hídricos, encostas e morros ocupados; geologia e relevo
favoráveis à ocorrência de grandes movimentos de massas naturais; bem como o “gatilho” para a
ocorrência de desastres, o alto volume de chuvas típicos do verão no município, que podem
ocorrer em um curto período de tempo ou em vários dias consecutivos.

Figura 7 – Deslizamento de grande volume de rochas, vegetação e solo


Foto: Diego de Toledo Lima da Silva, 2011.

É preciso consciência e reconhecer o risco, bem como pensar e agir preventivamente, para
evitar acidentes e desastres, que podem ocasionar a perda de vidas.

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Campanha ONG Pró-Joá (www.ongprojoa.com), Site da Estância Turística de


Joanópolis (www.joanopolis.com.br), TV Joanópolis (www.tvjoanopolis.com) e Rádio Nova
Jo@ online (www.radionovajoaonline.com) por uma “Cidade Mais Segura: conhecer para
prevenir”.

Joanópolis, 24 de Janeiro de 2011.

_________________________________________
DIEGO DE TOLEDO LIMA DA SILVA
TÉCNICO AMBIENTAL DA ONG PRÓ-JOÁ E
RESPONSÁVEL PELO PROJETO

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