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COFINS NÃO CUMULATIVA

INTRODUÇÃO

Com a Lei 10.833/2003, para as empresas optantes pelo lucro real, a partir de 01.02.2004, com
exceções específicas, acaba a cumulatividade da COFINS sobre a receita bruta. As disposições
da Lei foram normatizadas pela IN SRF 404/2004.

ALÍQUOTAS

A alíquota geral é de 7,6%. Para determinadas operações de vendas de produtores ou


importadores de combustíveis, produtos farmacêuticos, perfumaria, toucador, higiene pessoal,
máquinas e veículos, autopeças, pneus novos de borracha, câmaras-de-ar de borracha,
querosene de aviação, embalagens para bebidas, água, refrigerante, cerveja e preparações
compostas e papel imune a impostos, por força do art. 21 da Lei 10.865/2004 (que alterou
vários parágrafos do art. 2 da Lei 10.833/2003), a alíquota é específica. Acesse o módulo 2 do
arquivo (1) PIS e COFINS, desta obra, para obter as alíquotas especificadas.

CRÉDITOS ADMISSÍVEIS

1. Bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos


adquiridos com substituição tributária ou submetidos á incidência monofásica da COFINS.

2. Bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou


na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, com as vedações previstas.

3. Energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica.

4. Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas


atividades da empresa.

5. Despesas financeiras (*) decorrentes de empréstimos e financiamentos e o valor das


contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de
optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES.

(*) Por força do art. 21 da Lei 10.865/2004, que alterou a redação do inciso V do art. 3 da Lei
10833/2003, as despesas financeiras não gerarão mais créditos, a partir de 01.05.2004.

6. Máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado adquiridos


para utilização na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços.

7. Edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades


da empresa.

8. Bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do


mês ou de mês anterior, e tributada pela COFINS não cumulativa.

9. Armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos 1 e 2 acima,


quando o ônus for suportado pelo vendedor.
Custos de Fabricação do Imobilizado

A partir de 01.12.2005, são admissíveis créditos calculados em relação a máquinas,


equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para
locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na
prestação de serviços.

Não integram o valor das máquinas, equipamentos e outros bens fabricados para incorporação
ao ativo imobilizado:

I - de mão-de-obra paga a pessoa física; e

II - da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no


caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou
serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição.

Base: artigo 43 da Lei 11.196/2005, que altera a redação do inciso VI do art. 3 da Lei 10.833.

CÁLCULO DO CRÉDITO

O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota de 7,6% sobre o valor da soma:

· dos itens mencionados em 1 e 2 acima, adquiridos no mês;

· dos itens mencionados em 3 a 5 e 9, incorridos no mês;

· dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados em 6 e 7, incorridos


no mês;

· dos bens mencionados em 8, devolvidos no mês.

Exemplo de Cálculo de Crédito:

Descrição

Valor R$

Bens adquiridos para revenda

500.000,00

Bens e serviços utilizados

325.000,00

Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos

59.000,00

Encargos de depreciação - máquinas e equipamentos


37.950,00

Amortizações de benfeitorias

9.400,00

Devoluções

125.620,00

SOMA

1.056.970,00

Crédito do COFINS 7,6% x soma

80.329,72

DEVOLUÇÃO DE PRODUTOS COM TRIBUTAÇÃO DIFERENCIADA

O crédito na hipótese de devolução dos produtos com tributação diferenciada será


determinado mediante a aplicação das alíquotas incidentes na venda sobre o valor ou unidade
de medida, conforme o caso, dos produtos recebidos em devolução no mês. Esta regra vigora
a partir de 1º de agosto de 2004 ou de 1º de maio de 2004, para as pessoas jurídicas dos
setores abrangidos que optaram pela adoção antecipada da não-cumulatividade.

Base: artigos 21 e 22 da Lei 11.051/2004.

CÁLCULO DA DEPRECIAÇÃO

Os encargos de depreciação devem ser determinados mediante a aplicação da taxa de


depreciação fixada pela SRF em função do prazo de vida útil do bem, nos termos das
Instruções Normativas SRF nº 162/1998, e nº 130/1999, conforme art. 1º, da IN SRF 457/2004.

As pessoas jurídicas devem manter, durante o prazo de 10 (dez) anos, em boa guarda, à
disposição da SRF, os registros contábeis ou planilhas que permitam a comprovação da
utilização dos créditos de depreciação.

Na hipótese de o contribuinte não adotar o mesmo critério de apuração de créditos das


contribuições para todos os bens do seu ativo imobilizado, deverá manter registros contábeis
ou planilhas em separado para cada critério.
Base: Lei 10.833/2003 e IN SRF 457/2004.

CRITÉRIOS OPCIONAIS

MÁQUINAS, APARELHOS, INSTRUMENTOS E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS

Opcionalmente, é permitido o desconto no prazo de 2 (dois) anos, dos créditos do PIS e


COFINS não cumulativos, na hipótese de aquisição de máquinas, aparelhos, instrumentos e
equipamentos, novos, relacionados em ato do Poder Executivo, adquiridos após 1o de outubro
de 2004, destinados ao ativo imobilizado e empregados em processo industrial do adquirente.

Os bens alvo do referido incentivo são aqueles relacionados nos Decretos 4.955/2004, e
5.173/2004, conforme Decreto 5.222/2004.

Os créditos serão apurados mediante a aplicação, a cada mês, da alíquota de 7,6% para a
COFINS e 1,65% para o PIS sobre o valor correspondente a 1/24 (um vinte e quatro avos) do
custo de aquisição do bem.
Exemplo:

Custo de aquisição do bem incentivado, adquirido em 04.10.2004: R$ 100.000,00.

Cálculo da parcela mensal:

Para o PIS: R$ 100.000,00 x 1/24 x 1,65% = R$ 68,75

Para a COFINS: R$ 100.000,00 x 1/24 x 7,6% = R$ 316,67.

Base: artigo 2º da Lei 11.051/2004, com alteração do artigo 46 da Lei 11.196/2005.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

Opcionalmente, a partir de 01.05.2004, o contribuinte poderá calcular o crédito de


depreciação relativo à aquisição de máquinas e equipamentos destinados ao ativo imobilizado,
no prazo de 4 (quatro) anos, mediante a aplicação, a cada mês, da alíquota de 7,6% sobre o
valor correspondente a 1/48 (um quarenta e oito avos) do valor de aquisição do bem, de
acordo com o artigo art. 4º da IN SRF 457/2004, sendo irretratável a opção quando efetuada.

Na data da opção facultativa, sobre os bens que estiverem parcialmente depreciados, devem
ser aplicadas as alíquotas sobre a parcela correspondente a 1/48 do seu valor residual.
O critério adotado para a recuperação dos créditos decorrentes da aquisição de bens do ativo
imobilizado deve ser o mesmo para o PIS e a Cofins.

Base: art. 21 da Lei 10.865/2004, que introduziu o parágrafo 14 ao artigo 3 da Lei 10.833/2003
e art. 3º, 4º e 7º da IN SRF 457/2004.

VASILHAMES

Opcionalmente, a partir de 26.07.2004, o contribuinte poderá calcular o crédito de


depreciação, relativo à aquisição de embalagens de vidro retornáveis, classificadas no código
7010.90.21 da TIPI, destinados ao ativo imobilizado, no prazo de 12 meses, à razão de 1/12
(um doze avos), ou, na hipótese de opção pelo regime de tributação previsto no art. 52 da Lei
10.833/2003, poderá creditar-se de 1/12 (um doze avos) do valor da contribuição incidente,
mediante alíquota de 7,6%, na aquisição dos vasilhames, conforme art. 4º, da IN SRF
457/2004, sendo irretratável a opção quando efetuada.

Na data da opção facultativa, sobre os bens que estiverem parcialmente depreciados, a


alíquota deve ser aplicada sobre a parcela correspondente a 1/12 do seu valor residual.
É vedada a utilização de créditos de encargos de depreciação relativos à aquisição de
vasilhames usados e de valores decorrentes de eventual reavaliação.

Base: art. 5 da Lei 10.925/2004, que introduziu o parágrafo 16 ao art. 3 da Lei 10.833/2003 e
art. 3º e 4º da IN SRF 457/2004.

DESCONTO DE CRÉDITOS DE EDIFICAÇÕES NOVAS

A partir de 22.01.2007, as pessoas jurídicas poderão optar pelo desconto, no prazo de vinte e
quatro meses, dos créditos do PIS e da COFINS na hipótese de edificações incorporadas ao
ativo imobilizado, adquiridas ou construídas para utilização na produção de bens destinados à
venda ou na prestação de serviços.

O disposto aplica-se somente aos créditos decorrentes de gastos incorridos a partir de 1º de


janeiro de 2007, efetuados na aquisição de edificações novas ou na construção de edificações.

O direito ao desconto de crédito aplicar-se-á a partir da data da conclusão da obra.


Os créditos serão apurados mediante a aplicação, a cada mês, das alíquotas sobre o valor
correspondente a um vinte e quatro avos do custo de aquisição ou de construção da
edificação.

Para efeito do crédito, no custo de aquisição ou construção da edificação não se inclui o valor:

I - de terrenos;

II - de mão-de-obra paga a pessoa física; e

III - da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento do PIS e da COFINS, em


decorrência de imunidade, não incidência, suspensão ou alíquota zero.

Destaque Contábil

Os valores dos custos com mão-de-obra e com aquisições de bens ou serviços não sujeitos ao
pagamento do PIS e COFINS, deverão ser contabilizados em subcontas distintas.
O valor das edificações deve estar destacado do valor do custo de aquisição do terreno,
admitindo-se o destaque baseado em laudo pericial.

Base Legal: art. 6º da MP 351/2007 e art. 6º da Lei 11.488/2007.

BENS DE CAPITAL DESTINADOS À PRODUÇÃO

A partir de 23.10.2007, os créditos do PIS e da Cofins poderão ser descontados, em seu


montante integral, a partir do mês de aquisição no mercado interno ou de importação, na
hipótese de referirem-se a bens de capital destinados à produção ou à fabricação dos
produtos:

I - classificados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI,


aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006:

a) nos códigos 0801.3, 42.02, 50.04 a 50.07, 51.05 a 51.13, 52.03 a 52.12, 53.06 a 53.11;

b) nos Capítulos 54 a 64;

c) nos códigos 84.29, 84.32, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03,
87.04, 87.05 e 87.06; e

d) nos códigos 94.01 e 94.03; e

II - relacionados nos Anexos I e II da Lei 10.485/2002.

Os créditos serão determinados:


1 - mediante a aplicação dos percentuais de 1,65% para o PIS e 7,6% para a COFINS, sobre o
valor de aquisição do bem, no caso de aquisição no mercado interno; ou

II - mediante a aplicação dos percentuais de 1,65% para o PIS e 7,6% para a COFINS, sobre o
valor que serviu de base de cálculo das contribuições, acrescido do valor do IPI vinculado à
importação, quando integrante do custo de aquisição, no caso de importação.

A utilização dos créditos do PIS e COFINS na forma exposta impede a utilização subseqüente
dos créditos relativos à depreciação dos referidos bens.

Base: art. 1º da Lei 11.529/2007.

(...)

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