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Extrajudicial no
Novo CPC
Prof.a Larisse Campelo Messias
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Larisse Campelo Messias
a
M585i
ISBN 978-65-5663-624-5
ISBN Digital 978-65-5663-623-8
CDD 340
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, seja bem-vindo à nova disciplina do curso, na qual
estudaremos o Inventário Extrajudicial à luz do atual Código de Processo Civil.
Bons estudos!
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo à Unidade 1! Nesta unidade
concentraremos nossos esforços em entender conceitos fundamentais do Direito
das Sucessões antes de nos voltarmos especificamente ao inventário e à partilha
extrajudicial nas unidades subsequentes.
3
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
E
IMPORTANT
4
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DAS SUCESSÕES
5
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
• Usufruto, o uso e a habitação: são direitos reais da coisa alheia, portanto, têm
natureza patrimonial, são três relações jurídicas vitalícias que se extinguem
com a morte do titular.
• Enfiteuse (art. 692, III, do Código Civil Brasileiro de 1916): se o enfiteuta
falecer sem deixar sucessores, extingue-se a relação jurídica impedindo que o
Estado adquira a enfiteuse.
• Direito autoral (Lei n° 9610/98, art. 41): o direito autoral é um direito híbrido,
possuindo parte personalíssima, como invento e criação; e parte patrimonial,
como exploração e exercício. Os herdeiros do falecido terão direito à parte
patrimonial, mas a parte personalíssima não se transmitirá, portanto, a música
que o falecido compôs será sempre dele. O dispositivo estabelece que falecendo
o autor, o seu direito autoral se transmite aos herdeiros pelo prazo de setenta
anos, contados de 1° de janeiro do ano seguinte ao da morte do autor e não
do dia da morte. Findo esse prazo, a obra cairá em domínio público, podendo
qualquer pessoa explorá-la. No caso de coautoria, o prazo de setenta anos
somente começará a fluir de 1° de janeiro do ano subsequente ao da morte do
último autor.
• Alvará judicial (Lei n° 6858/80, Decreto n° 85.845/81 e art. 1.037, Código de
Processo Civil): o alvará é procedimento de jurisdição voluntária, reconhecido
como procedimento não litigioso, pelo qual se regulamenta a transmissão de
pequenos valores pecuniários. Para que o juiz conceda o alvará, a legislação
exige dois requisitos:
◦ inexistência de outros bens a partilhar (não podem existir outros bens para
partilha, e existindo qualquer outro bem a partilhar, é descabido o alvará e
necessário o inventário);
6
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DAS SUCESSÕES
E
IMPORTANT
7
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
NOTA
8
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DAS SUCESSÕES
ATENCAO
9
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
10
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DAS SUCESSÕES
NOTA
Autor da Herança
__________I__________
João José Jorge (filhos – 1° grau) renunciantes
I ____I____ I
Augusto Iris Maria Denise (netos – 2° grau)
11
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
E
IMPORTANT
12
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DAS SUCESSÕES
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UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
NOTA
14
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DAS SUCESSÕES
15
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
3 DA PETIÇÃO DE HERANÇA
A petição da herança é o ato do herdeiro pleitear o seu reconhecimento
em direito sucessório, a fim de obter a restituição de sua herança ou parte que lhe
cabe, preceito legal contido nos artigos n° 1.824 a 1.828 do Código Civil.
17
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
Por outro lado, no caso de crime contra a honra, uma vez que a lei fala em
crime, exige-se sentença criminal condenatória transitada em julgado para que se
reconheça a indignidade, tendo em vista que só o juiz criminal pode reconhecer
a prática de crime.
18
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DAS SUCESSÕES
4.2 DA DESERDAÇÃO
A deserdação está prevista no artigo n° 1.961 e seguintes do Código Civil.
“Art. 1.961. Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legitima, ou
deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão”.
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UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
20
TÓPICO 1 — CONCEITOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO DAS SUCESSÕES
21
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
22
AUTOATIVIDADE
23
24
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, seja bem-vindo ao Tópico 2! A partir de agora,
estudaremos a sucessão legítima e a sucessão testamentária e suas peculiaridades.
Bons estudos!
2 DA SUCESSÃO LEGÍTIMA
A sucessão legitima respeitará uma ordem legal que acontece da seguinte
maneira:
25
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
26
TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
27
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
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TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
29
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
30
TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
• Na comunhão universal.
• Na comunhão parcial, quando não houver bens particulares.
• Na separação obrigatória de bens.
• Apenas quanto aos bens particulares, sendo os demais, quanto aos quais o
cônjuge sobrevivente tem meação, partilhados apenas entre os descendentes.
• Quanto a toda a herança, incluindo bens comuns e particulares.
• Apenas quanto aos bens comuns, sendo os bens particulares partilhados
apenas entre os descendentes. Citamos aqui o precedente do Supremo Tribunal
de Justiça, Resp n° 992749:
31
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
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TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
33
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
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TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
ATENCAO
35
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
• Alguns autores dizem que basta ter um filho comum para ter a garantia de ¼.
• Outros exigem que todos sejam comuns para ter a garantia de ¼, sendo esta a
posição predominante.
• E ainda uma terceira corrente entende que se deve considerar sua fração com
relação apenas com os filhos comuns.
36
TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
37
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
O artigo n° 1.841 diz que aos irmãos germanos, bilaterais, caberá o dobro
da herança concedida aos irmãos unilaterais quando não houver concorrência
entre eles. O artigo n° 1.842 explica que quando NÃO houver concorrência entre
os irmãos bilaterais e os irmãos unilaterais, os irmãos unilaterais herdarão em
partes iguais.
38
TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
39
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
3 DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
A sucessão legitima ocorre quando o falecido, autor da herança, deixa
seus bens para serem partilhados entre os membros de sua família, esta partilha
respeitará as leis que regulam as sucessões. A sucessão testamentária é tratada nos
artigos nos 1.857 a 1.990, do Código Civil. O tema também está presente na ordem
da vocação hereditária contida nos artigos nos 1.798 a 1.803 desse mesmo código.
40
TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
Nascendo com vida, receberão a herança, caso isso não ocorra e não
haja disposição diversa, os bens inventariados retornarão ao monte para serem
novamente partilhados entre os herdeiros legítimos.
O artigo n° 1.799 traz aqueles que podem ser chamados a suceder, vejamos:
Através de disposição testamentária, poderá se beneficiar pessoas
físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Entretanto, somente pessoas
poderão ser contempladas pela sucessão, podendo, no entanto, por disposição
testamentária, ser estipulado de forma indireta ao herdeiro, o encargo de cuidar
de determinado animal, mas estão excluídos objetos inanimados e entidades
místicas, como santos (FARIA, 2017 p. 25).
O testador definirá em vida a forma como deseja partilhar seus bens após
a sua morte, liberalidade realizada através de testamento. O testador ao realizar
sua vontade de dispor da forma que lhe convém, poderá fazê-la, mas desde
que respeitando a legitima. Diz o artigo n° 1.975: “Art. 1.975. Não se rompe o
testamento, se o testador dispuser da sua metade, não contemplando os herdeiros
necessários de cuja existência saiba, ou quando os exclua dessa parte”.
41
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
ATENCAO
42
TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
43
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
Mas nada impede que o testador nomeie a mesma pessoa para exercer a
função de testamenteira e inventariante, entretanto, o inventariante deverá estar
elencado na ordem estabelecida no artigo acima.
44
TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
NOTA
A aplicação do Princípio Locus Regit Actum (ato regido pela lei do local onde
foi celebrado) estava presente no artigo 11 da lei anterior de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro, não sendo repetida pela lei atual. Este princípio, ainda em uso, é aplicado
para os atos celebrados no exterior, devendo ser observadas as formalidades externas de
validade local. Assim o testamento realizado em outro país, regido pelas leis locais, também
terá validade para os bens existentes em solo brasileiro quando a forma for admitida pela
legislação pátria e não ferir a soberania, os bons costumes ou a ordem interna nacional
(FARIA, 2017, p. 172).
• Testamento público
Por ser público, qualquer pessoa terá acesso ao seu conteúdo, o testamento
público não necessitará de sua confirmação em juízo. Ele está previsto no artigo
n° 1.864 do Código Civil, vejamos os seus requisitos formais:
45
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
A pessoa muda (que não fala) não poderá fazer testamento público, tendo
em vista que ele é realizado de viva voz, entretanto, o indivíduo inteiramente
surdo, quando souber ler, lerá seu testamento, caso não saiba ler, designará
alguém para tal fim e deverá ser acompanhado de duas testemunhas (art. n° 1.866
do Código Civil).
Quando se tratar de pessoa analfabeta (art. n° 1.865), ou cega (art.
n° 1.867) a forma obrigatória de validade será a do testamento público,
igualmente será necessária a presença de duas testemunhas e uma delas
assinará o testamento a rogo.
• Testamento cerrado
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TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
47
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
Estas formas de testamento devem ser utilizadas apenas quando não seja
possível efetuar as modalidades convencionais, ou seja, deverão ser utilizados
apenas em casos emergências, como viagens em geral, missões de guerra ou
qualquer outra atividade que seja exercida nestes meios e o testador esteja sob
risco de morte.
48
TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
49
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
3.4 DO CODICILO
O codicilo está presente no artigo n° 1.881 do Código Civil, assim:
Observe que o codicilo não é um testamento, mas tem como função dispor
sobre bens de pequeno valor, é o instrumento em que o testador define os detalhes
de seu funeral, sobre pequenos valores destinados aos pobres.
ATENCAO
O art. 1.885 do CC/02 determina que caso o codicilo esteja fechado, ele será
aberto do mesmo modo que o testamento fechado, ou seja, perante o juiz (art. n° 1.875).
Ademais, acadêmico, saiba que o codicilo poderá ser revogado por outro,
poderá também ser revogado caso sobrevenha testamento posterior que não o
confirme nem o modifique, conforme disposição expressa do artigo n° 1.884 do
Código Civil.
50
TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
E
IMPORTANT
Por fim, é importante saber que, de acordo com o art. n° 1848 do Código
Civil, excepcionalmente, o testador pode impor uma cláusula restritiva à legítima,
desde que indique justa causa e que esta seja provada.
51
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
Será ineficaz o legado de coisa certa que não pertença mais ao testador no
momento da abertura da sucessão (artigo n° 1.912 CC).
52
TÓPICO 2 — DA SUCESSÃO LEGÍTIMA E DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA
53
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A sucessão legitima que ocorre quando o falecido, autor da herança, deixa seus
bens para serem partilhados entre os membros de sua família, respeitando as
leis que regulam a sucessões e sucessão testamentária, é tratada nos artigos nos
1.857 a 1.990, do Código Civil.
• O testamento, ato pelo qual o testador manifesta sua própria vontade sobre
a disposição de seus bens após a sua morte, deve respeitar a parte legitima
destinada aos herdeiros necessários, que importa em metade da totalidade de
seus bens.
54
AUTOATIVIDADE
2 O que é o codicilo?
55
56
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
1 INTRODUÇÃO
Enfim chegamos ao último tópico da Unidade 1! Nele estudaremos a
forma prática do Direito das Sucessões, trataremos do processo de inventário e da
conclusão deste procedimento com a efetiva partilha dos bens do falecido entre
seus herdeiros e legatários.
O inventário e a partilha são tratados pelo Código Civil nos dispositivos nos
1.991 a 1.996. Após o falecimento do autor da herança, com a abertura automática
da sucessão e a transmissão automática dos bens aos herdeiros legítimos e
testamentários, deverá dar-se início ao inventário.
2 DO INVENTÁRIO
A palavra inventário vem da expressão latina invenire, que significa
“encontrar”, “localizar”. É importante localizar os bens do autor da herança, pois
ela é transmitida automaticamente pelo princípio da saisine, previsto no art. n°
1.784 do Código Civil.
57
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
58
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
59
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
Não importará o valor total dos bens da herança para escolher o rito de
arrolamento sumário, neste rito não serão realizadas avaliações, mas sim que
todos os herdeiros e interessados sejam maiores e capazes e que não haja conflito
entre eles. O critério, aqui, é subjetivo, diversamente do critério adotado para o
arrolamento comum.
60
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
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UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
ATENCAO
62
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
E
IMPORTANT
63
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
Caso o falecido não tenha deixado bens de qualquer espécie, poderá ser
realizado através de escritura pública, o chamado inventário negativo. Esse
instrumento poderá ser usado quando o cônjuge viúvo deseja casar-se novamente
pelo regime de comunhão de bens, devendo cumpri a exigência legal de informar
o óbito e a ausência de bens do de cujus. Poderá também ser realizado para cumprir
obrigação deixada pelo falecido, como outorga em escritura pública. E para
resguardar o patrimônio dos herdeiros, para que não respondam pelas dívidas
deixadas pelo falecido que não deixou bens a inventariar (FARIA, 2017, p. 461).
64
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
Já no Código de Processo Civil em seu artigo n° 621 está escrito: “Art. 621.
Só se pode arguir sonegação ao inventariante depois de encerrada a descrição dos
bens, com a declaração, por ele feita, de não existirem outros por inventariar”.
65
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
Como dita o artigo n° 1.992, essa pena só se aplica aos herdeiros, também
não será aplicada ao inventariante dativo ou judicial. Quem praticar a sonegação
de bens da herança estará sujeito à pena civil e à pena criminal pelo delito de
apropriação indébita (FARIA, 2017).
66
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
E
IMPORTANT
NOTA
67
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
2.5 DA COLAÇÃO
Dentro desta temática traremos a lume dois subtópico, que são a Colação,
propriamente dita; e também a redução das doações inoficiosas, separadas
didaticamente para sua melhor compreensão.
• Colação
Esse tema é abordado nos artigos nos 2.002 e 2.003, do Código Civil.
O herdeiro tem o direito de exigir dos demais a colação dos bens que estes
receberam por doação a título de adiantamento da legítima, ainda que sequer
tenha sido concebido ao tempo da liberalidade. Para efeito de cumprimento do
dever de colação, é irrelevante se o herdeiro nasceu antes ou após a doação.
68
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
Art. 2.004 (Código Civil). O valor de colação dos bens doados será
aquele, certo ou estimativo, que lhes atribuir o ato de liberalidade.
§ 1° Se do ato de doação não constar valor certo, nem houver estimação
feita naquela época, os bens serão conferidos na partilha pelo que
então se calcular valessem ao tempo da liberalidade. [...].
69
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
E
IMPORTANT
É preciso termos uma atenção maior a este instituto para não confundir a
colação dos bens doados com a redução da doação inoficiosa.
Uma doação que exceda à parte que poderia ser disposta, afetando a metade
indisponível do patrimônio líquido do doador, chamada aqui de inoficiosa, ficará
sujeita a redução prevista no artigo n° 2.007, transcrito anteriormente.
Tal definição está relacionada ao art. n° 549 do Código Civil, “que considera
nula a doação inoficiosa na parte que exceder o que o doador, no momento da
liberalidade, poderia dispor em testamento”, caracterizando a nulidade absoluta
parcial, por atingir somente aquilo que exceder a proteção da legítima (TARTUCE,
2019, p. 869).
70
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
E
IMPORTANT
3 DA PARTILHA
Chegamos ao tópico final desta unidade. Agora, iniciaremos os estudos
da partilha dos bens que integram o patrimônio do falecido entre seus herdeiros
e, por final, abordaremos brevemente os mecanismos jurídicos existentes que
visam evitar que a partilha seja feita de forma desproporcional e incorreta,
beneficiando determinados herdeiros. Vamos lá?
71
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
partilha será feita através da adjudicação dos bens, ou seja, será formalizado que
apenas aquele herdeiro é o detentor dos bens do falecido, assim, será expedindo
o documento competente, denominado de formal de partilha, também chamado
de adjudicação.
72
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
A partilha amigável será feita por meio de escritura pública e anexada aos
autos de inventário, mas ela não será homologada pelo juiz. Este determinará
que as partes tomem conhecimento e efetivem o seu cumprimento para, após
sua ordem, expedir o documento chamado de título de formal de partilha
(FARIA, 2017).
Passaremos, a seguir, a estudar a partilha judicial.
73
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
74
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
75
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
76
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
LEITURA COMPLEMENTAR
Flávio Tartuce
Por ser uma ação real e também universal, a petição de herança não se
confunde com a ação reivindicatória, que visa a um bem específico. Aplicando
tal forma de pensar, consta de aresto do Superior Tribunal de Justiça que “ocorre
turbação à posse de bem imóvel quando coerdeiros reconhecidos em ação de
petição de herança molestam a posse anterior de outros herdeiros que exerciam
tal direito com base em formal de partilha. Isso porque a ação de petição de
herança tem natureza universal, pela qual o autor pretende o reconhecimento
de seu direito sucessório, o recebimento da fração correspondente da herança
e não a restituição de bens específicos. Isso é o que a diferencia de uma ação
reivindicatória, de natureza singular, que tem por objeto bens particularmente
considerados. Desse modo, é equivocado concluir que, por força da ação de
petição de herança, foram transmitidos o domínio e a posse dos bens herdados,
77
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
78
TÓPICO 3 — DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA
Em 2018, essa mesma posição foi confirmada pela mesma Terceira Turma
do Tribunal, no aresto há pouco mencionado e que cita a teoria da actio nata
subjetiva, segundo a qual o prazo prescricional deve ter início do conhecimento
da lesão ao direito subjetivo. Como consta do trecho final da sua ementa, "nas
hipóteses de reconhecimento ‘post mortem’ da paternidade, o prazo para o
herdeiro preterido buscar a nulidade da partilha e reivindicar a sua parte na
herança só se inicia a partir do trânsito em julgado da ação de investigação de
paternidade, quando resta confirmada a sua condição de herdeiro. Precedentes
específicos desta Terceira do STJ. Superação do entendimento do Supremo
Tribunal Federal, firmado quando ainda detinha competência para o julgamento
de matérias infraconstitucionais, no sentido de que o prazo prescricional da
ação de petição de herança corria da abertura da sucessão do pretendido
pai, seguindo a exegese do art. n° 1.572 do Código Civil de 1916. Aplicação
da teoria da ‘actio nata’" (STJ, REsp 1.368.677/MG, Terceira Turma, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, j. 05.12.2017, DJe 15.02.2018). Essa forma de julgar
consubstancia uma visão que pode ser chamada de contemporânea.
79
UNIDADE 1 — DIREITO DAS SUCESSÕES
Entre uma e outra corrente, fico com a segunda, tida como contemporânea,
justamente pelo argumento da necessidade de se efetivar o direito à herança. A
propósito, apesar de não ter sido essa a opção expressa do nosso legislador − ao
contrário do que ocorreu com o Código Civil Italiano, nos termos do seu art.
n° 533, e com o Código Civil Peruano, art. n° 664 −, entendo que não há prazo
para se demandar a petição de herança, especialmente no caso de estar cumulada
com a investigação de paternidade. Na doutrina, a propósito, essa é a posição de
Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, para quem “a petição de herança não
prescreve. A ação é imprescritível, podendo, por isso, ser intentada a qualquer
tempo. Isso assim se passa porque a qualidade de herdeiro não se perde (semel
heres semper heres), assim como o não exercício do direito de propriedade não lhe
causa a extinção. A herança é transferida ao sucessor no momento mesmo da morte
de seu autor, e, como se viu, isso assim se dá pela transmissão da propriedade do
todo hereditário. Toda essa construção, coordenada, implica o reconhecimento
da imprescritibilidade da ação, que pode ser intentada a todo tempo, como já
se afirmou” (Comentários ao Código Civil. Volume 20. São Paulo: Saraiva, 2007, p.
202). A propósito, na mesma esteira, pondera Luiz Paulo Vieira de Carvalho que,
“em nosso sentir, as ações de petição de herança são imprescritíveis, podendo o réu
alegar em sede de defesa apenas a exceção de usucapião (Súmula 237 do STF),
que atualmente tem como prazo máximo 15 anos (na usucapião extraordinária
sem posse social, art. 1.238, caput, do CC)” (Direito das Sucessões. São Paulo: Atlas,
2014, p. 282-283).
Como palavras finais, não se pode negar que o tema é de difícil análise
e que gera intensos debates, sendo fortes os argumentos das duas correntes.
Portanto, o Superior Tribunal de Justiça encontra-se defronte a mais um desafio,
que é pacificar a questão no âmbito da sua Segunda Seção. Aguardemos qual será
a posição seguida pela Corte.
80
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
81
AUTOATIVIDADE
82
REFERÊNCIAS
AMORIM, Sebastião; OLIVEIRA, Euclides de. Inventário e partilha: teoria e
prática. 26. ed. São Paulo: Saraiva Educação. 2020.
BRASIL. Código Civil. Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 2002.
FARIA, Mario Roberto Carvalho. Direito das sucessões. 8. ed. Rio de Janeiro:
Gen-Forense, 2017.
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. v. único. 10. ed. São Paulo: Gen, 2020.
83
84
UNIDADE 2 —
DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O
FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO
DO DIREITO SUCESSÓRIO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
85
CHAMADA
86
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo à Unidade 2. Neste primeiro tópico,
estudaremos o inventário extrajudicial a partir da perspectiva da desjudicialização
do direito sucessório.
Mãos à obra!
87
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
88
TÓPICO 1 — DIGRESSÕES HISTÓRICAS SOBRE O INVENTÁRIO E A PARTILHA
NOTA
ATENCAO
89
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
NOTA
Tendo em vista se tratar de uma lei pequena e ser o foco central neste
momento, veja a seguir, na íntegra, a Lei n° 11.441/2007.
90
TÓPICO 1 — DIGRESSÕES HISTÓRICAS SOBRE O INVENTÁRIO E A PARTILHA
.........................................................................” (NR)
Art. 3o A Lei no 5.869, de 1973 – Código de Processo Civil, passa a
vigorar acrescida do seguinte art. 1.124-A:
91
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
NOTA
Ainda que a pessoa tenha falecido antes da Lei n° 11.441/07, é possível fazer o
inventário por escritura pública, desde que preenchidos os requisitos legais.
NOTA
92
TÓPICO 1 — DIGRESSÕES HISTÓRICAS SOBRE O INVENTÁRIO E A PARTILHA
ATENCAO
93
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
94
TÓPICO 1 — DIGRESSÕES HISTÓRICAS SOBRE O INVENTÁRIO E A PARTILHA
através do processo estatal. Este direito fundamental, para além do seu aspecto
procedimental, deve ser entendido como uma ordem de valores e direitos
fundamentais para todas as pessoas.
NOTA
95
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
E
IMPORTANT
96
TÓPICO 1 — DIGRESSÕES HISTÓRICAS SOBRE O INVENTÁRIO E A PARTILHA
E
IMPORTANT
97
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
98
TÓPICO 1 — DIGRESSÕES HISTÓRICAS SOBRE O INVENTÁRIO E A PARTILHA
99
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
100
TÓPICO 1 — DIGRESSÕES HISTÓRICAS SOBRE O INVENTÁRIO E A PARTILHA
UNI
O que é a ANOREG?
Fundada no dia 4 do mês de maio de 1984, com sede na cidade de Brasília-DF, então
ainda sob a denominação de Associação dos Titulares das Serventias Extrajudiciais do Brasil
(ATEB), com intuito não econômico, passou a denominar-se Associação dos Notários e
Registradores do Brasil (ANOREG-BR) em 22 de novembro do ano de 1994, após a
promulgação da Lei n° 8935 de 18 de novembro de 1994, que regulamentou o artigo 236 da
Constituição Federal. É regida pelo Código Civil brasileiro, pelas demais disposições legais
aplicáveis e pelo Estatuto.
101
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
NOTA
102
TÓPICO 1 — DIGRESSÕES HISTÓRICAS SOBRE O INVENTÁRIO E A PARTILHA
103
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
104
AUTOATIVIDADE
105
5 Após a vigência da Lei n° 11.441/07, pode-se afirmar acerca do inventário e
partilha extrajudicial:
106
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos inicialmente as principais diferenças entre o
inventário judicial e o inventário extrajudicial, realizado por meio de escritura
pública, trazidas pela Lei n° 11.441, de 4 de janeiro de 2007, que deu nova redação
aos artigos 982 e 983 do antigo Código de Processo Civil de 1973. A correspondência
atual está contida nos artigos nos 610 e 611 do Código de Processo Civil vigente,
de 2015.
107
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
NOTA
108
TÓPICO 2 — DUALIDADE DE PROCEDIMENTOS: INVENTÁRIO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
NOTA
Nascituro é aquele que vai nascer, terá direito a sucessão desde que comprovada
a sua concepção antes do óbito do autor da herança e se vier a nascer com vida.
109
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
Para Flávio Tartuce (2020, p. 831-832), houve uma confusão feita pela
norma administrativa com as situações jurídicas existentes, assim para este jurista:
110
TÓPICO 2 — DUALIDADE DE PROCEDIMENTOS: INVENTÁRIO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
ATENCAO
111
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
112
TÓPICO 2 — DUALIDADE DE PROCEDIMENTOS: INVENTÁRIO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Devemos lembrar que a gratuidade está apenas aos atos notariais e não
atinge a isenção de pagamento de impostos existentes neste procedimento, como
o imposto de transmissão causa mortis, de competência estadual e o imposto de
transmissão de bens imóveis, de competência municipal (AMORIM; OLIVEIRA,
2020, p. 459).
FONTE: <https://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/
dai-declaracao-anual-de-isento>. Acesso em: 25 abr. 2021.
113
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
FONTE: <https://static.significados.com.br/foto/exemplo-declaracao-de-pobreza-significados.jpg>.
Acesso em: 22 abr. 2021.
115
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
FONTE: <https://www.cnbsp.org.br/__Documentos/Upload_Conteudo/arquivos/Tabela_
Custas/tabela_2021__versao_visualizacao_iss_capital_pdf.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2021.
NOTA
116
TÓPICO 2 — DUALIDADE DE PROCEDIMENTOS: INVENTÁRIO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
117
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto_de_transmissão_causa_mortis_e_doação>.
Acesso em: 25 abr. 2021.
118
TÓPICO 2 — DUALIDADE DE PROCEDIMENTOS: INVENTÁRIO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
119
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
NOTA
Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas
requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação
no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 1° Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as
razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos
comprobatórios dessa necessidade, se existirem.
§ 2° Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar,
prosseguindo-se o processo na forma do Capítulo X do Título I deste Livro.
§ 3° A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser
fundamentada e específica, com referência expressa ao lançamento
questionado.
§ 4° Se o réu não contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 355.
§ 5° A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a
prestar as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser
lícito impugnar as que o autor apresentar.
120
TÓPICO 2 — DUALIDADE DE PROCEDIMENTOS: INVENTÁRIO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
Acadêmico, lembramos mais uma vez que esse procedimento não deverá
ocorrer no inventário extrajudicial, pois sua realização está condicionada ao
acordo entre os herdeiros e partes envolvidas no processo de inventário e partilha
dos bens do de cujus.
121
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
122
TÓPICO 2 — DUALIDADE DE PROCEDIMENTOS: INVENTÁRIO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL
123
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
124
AUTOATIVIDADE
125
c) ( ) O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes
interessadas estiverem de comum acordo, sendo facultativa a assistência
por advogado.
d) ( ) O divórcio consensual pode ser realizado por escritura pública, na
qual constarão as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens
comuns e à pensão alimentícia dos filhos menores.
126
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, após termos aprendido questões relacionadas aos
aspectos gerais do inventário extrajudicial, neste terceiro tópico, trataremos de
algumas questões controvertidas sobre o inventário e a partilha com o fim de
complementarmos nossos estudos.
Bons estudos!
127
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
128
TÓPICO 3 — QUESTÕES CONTROVERTIDAS SOBRE INVENTÁRIO E PARTILHA
Esses valores poderão ser levantados por meio de alvará judicial, que
corresponde a uma autorização judicial para se fazer ou praticar algum ato.
Em inventário poderá ser requerido alvará em seus próprios autos, em apenso
ou em procedimento autônomo. Tem como finalidade facilitar o levantamento
de pequenas quantias deixadas pelo autor da herança, como exemplo temos os
valores deixados em contas bancárias, saldos de créditos trabalhistas, previdência
privada, entre outros.
129
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
NOTA
130
TÓPICO 3 — QUESTÕES CONTROVERTIDAS SOBRE INVENTÁRIO E PARTILHA
NOTA
Apesar do instituto de enfiteuse não estar mais previsto no atual Código Civil e
a constituição de novas enfiteuses ser proibida pela referida legislação, ainda há enfiteuses
privadas e públicas espalhadas por todo território brasileiro, grande parte está concentrada
no Estado do Rio de Janeiro, nos terrenos da Marinha Brasileira; nas antigas propriedades
da antiga Família Real e das famílias colonizadoras fixadas durante a criação das capitanias
hereditárias; também há enfiteuses nos terrenos da Igreja Católica por todo Brasil.
O direito autoral também não será abrangido pelo direito sucessório, por
ser um direito híbrido, possuindo parte personalíssima, como invento e criação e
parte patrimonial, como exploração e exercício.
Os herdeiros do falecido terão direito à parte patrimonial, mas a parte
personalíssima não se transmitirá. Como exemplo, citamos a música que o
compositor falecido compôs, ela será sempre dele. Assim, o direito autoral se
transmite aos herdeiros pelo prazo de setenta anos, contados de 1° de janeiro do
ano seguinte ao da morte do autor e não do dia da morte.
Ao finalizar esse prazo, a obra cairá em domínio público, podendo
qualquer pessoa explorá-la. No caso de coautoria, o prazo de setenta anos somente
começará a fluir de 1° de janeiro do ano subsequente ao da morte do último autor.
Passaremos a tratar dos casos em que o falecido deixou testamento e as
partes desejam realizar o inventário extrajudicial, por estarem em acordo com
as disposições testamentárias e desejarem dar celeridade ao procedimento legal.
Vamos estudar uma nova possibilidade em nosso ordenamento jurídico!
131
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
Não tem razão de ser. Pelo contrário, cria no Brasil um cenário insólito
em que o testador que realiza testamento, pretendendo justamente
evitar conflitos futuros entre seus herdeiros, acaba por lhes impor a
via judicial, mesmo que não haja herdeiro incapaz e todos estejam de
acordo quanto à divisão dos bens. Trata-se de verdadeiro contrassenso.
132
TÓPICO 3 — QUESTÕES CONTROVERTIDAS SOBRE INVENTÁRIO E PARTILHA
NOTA
133
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
134
TÓPICO 3 — QUESTÕES CONTROVERTIDAS SOBRE INVENTÁRIO E PARTILHA
Defendeu que a mens legis, termo em latim que significa “espírito da lei”, ou
seja, o verdadeiro significado atribuído a lei, autorizou o inventário extrajudicial
a justamente desafogar o Judiciário, afastando a via judicial de processos nos
quais não se necessita da chancela judicial, assegurando solução mais célere e
efetiva em relação ao interesse das partes.
ATENCAO
135
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
136
TÓPICO 3 — QUESTÕES CONTROVERTIDAS SOBRE INVENTÁRIO E PARTILHA
NOTA
Porém, tal decisão, por si só, não têm caráter vinculante. De qualquer
forma, é inegável que se trata do reconhecimento, por parte da jurisprudência
daquilo que já era de muito tempo exigido: “a desburocratização/desjudicialização
do procedimento inventário” (TARTUCE, 2020, p. 03), o que, em última análise,
dá azo à concretização do princípio do acesso à justiça.
137
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
Esee projeto também tem por objetivo facilitar e ampliar a utilização da via
extrajudicial para a realização de inventários e partilhas, propondo a revogação do
art. n° 2.016 do Código Civil; dando nova redação ao art. n° 610 e a criação do art.
n° 737-A, ambos do Código de Processo Civil, a seguir transcreveremos a proposta:
[...]
138
TÓPICO 3 — QUESTÕES CONTROVERTIDAS SOBRE INVENTÁRIO E PARTILHA
139
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
LEITURA COMPLEMENTAR
140
TÓPICO 3 — QUESTÕES CONTROVERTIDAS SOBRE INVENTÁRIO E PARTILHA
141
UNIDADE 2 — DO INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL E O FENÔMENO DA DESJUDICIALIZAÇÃO DO DIREITO SUCESSÓRIO
Posicionamento do STJ
142
TÓPICO 3 — QUESTÕES CONTROVERTIDAS SOBRE INVENTÁRIO E PARTILHA
FONTE: <https://migalhas.uol.com.br/coluna/registralhas/315898/o-inventario-extrajudicial-
ante-a-existencia-de-testamento>. Acesso em: 27 jan. 2020.
143
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Os bens e direitos deixados pelo falecido não precisam passar pelo processo de
inventariança e partilha.
CHAMADA
144
AUTOATIVIDADE
145
5 Com relação ao direito sucessório e suas implicações, julgue os itens a seguir.
146
REFERÊNCIAS
AMORIM, Sebastião; OLIVEIRA, Euclides de. Inventário e partilha: teoria e
prática. 26. ed. São Paulo: Saraiva Educação. 2020.
FARIA, Mario Roberto Carvalho. Direito das sucessões. 8. ed. Rio de Janeiro:
Gen-Forense, 2017.
147
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: direito das sucessões. 3.
ed. v. 7. São Paulo: Saraiva, 2009.
PINTO, Carlos Alberto de Mota. Teoria geral do direito civil. 4. ed. Coimbra:
Porto. 2012.
SCHREIBER, Anderson. Direito Civil contemporâneo. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2020.
148
TARTUCE, Flávio. Inventário extrajudicial com testamento.
2019. Disponível em: https://www.ibdfam.org.br/artigos/1368/
Invent%C3%A1rio+extrajudicial+com+
testamento. Acesso em: 28 jan. 2021.
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. v. único. 10. ed. São Paulo: Gen, 2020.
VENOSA, Silvio de Salvo. 8. ed. Direito civil: direito das sucessões. São Paulo:
Atlas. 2008.
149
150
UNIDADE 3 —
DAS FORMALIDADES
PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E
PARTILHA EXTRAJUDICIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
151
152
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
DO TABELIÃO DE NOTAS
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, o tabelião de notas terá um papel primordial dentro do
procedimento de inventário extrajudicial. Será ele o responsável por conduzir esse
procedimento do início ao fim. Neste tópico, abordaremos, de forma breve, qual o
papel deste profissional, as principais legislações que tratam da instituição de sua
função, atos competentes, direitos e deveres atinentes ao exercício de sua função.
2 ASPECTOS GERAIS
É interessante saber que a atividade notarial está presente desde os
primórdios da humanidade. Veja nas palavras dos professores Paulo Roberto
Gaiguer Ferrieira e Felipe Leonardo Rodrigues (2018, p. 12):
153
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
154
TÓPICO 1 — DO TABELIÃO DE NOTAS
NOTA
NOTA
155
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
156
TÓPICO 1 — DO TABELIÃO DE NOTAS
E
IMPORTANT
157
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
Constituição do Brasil, na redação que lhe foi conferida pela EC 20/98, está
restrito aos cargos efetivos da União, dos Estados-membros, do Distrito
Federal e dos Municípios — incluídas as autarquias e fundações. 2. Os
serviços de registros públicos, cartorários e notariais são exercidos
em caráter privado por delegação do Poder Público — serviço público
não-privativo. 3. Os notários e os registradores exercem atividade
estatal, entretanto não são titulares de cargo público efetivo,
tampouco ocupam cargo público. Não são servidores públicos, não lhes
alcançando a compulsoriedade imposta pelo mencionado artigo 40 da CB/88
— aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade. 4. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada procedente. (grifo nosso)
E
IMPORTANT
158
TÓPICO 1 — DO TABELIÃO DE NOTAS
FONTE: A autora
NOTA
159
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
160
TÓPICO 1 — DO TABELIÃO DE NOTAS
DICAS
161
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
NOTA
162
TÓPICO 1 — DO TABELIÃO DE NOTAS
163
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
NOTA
O professor Luiz Guilherme Loureiro (2020, p. 30) observa que “tal como ocorre
com os demais países filiados à família jurídica do direito continental (civil law), o Brasil
adota o modelo do notariado do tipo latino: o notário, além de profissional especializado
do direito, é um agente ao qual o Estado delega a fé pública.
NOTA
164
TÓPICO 1 — DO TABELIÃO DE NOTAS
165
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
NOTA
166
TÓPICO 1 — DO TABELIÃO DE NOTAS
E
IMPORTANT
167
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
E
IMPORTANT
É relevante saber ainda que o Estado terá ação regressiva contra o notário
ou registrador que ocasionou o dano ao terceiro, porém, apenas se comprovar
dolo ou culpa destes profissionais. Isso porque frisa-se, à luz da Lei n° 8.935/94,
que a responsabilidade dos notários e registradores é de natureza subjetiva,
dependendo da comprovação de dolo ou culpa.
168
TÓPICO 1 — DO TABELIÃO DE NOTAS
FONTE: A autora
169
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
170
TÓPICO 1 — DO TABELIÃO DE NOTAS
Por sua vez, historicamente a common law tem sua origem ligada ao poder
real, centrando-se, pois, no direito público e, ao contrário dos direitos romanos-
germânicos, suas regras não têm por finalidade precípua disciplinar as relações
jurídicas particulares com o objetivo de prevenir conflitos, mas sim de dirimir
controvérsias: o direito civil construído sobre conceitos abstratos da ciência jurídica
tem uma relevância menor do que as regras concretas aplicadas para a solução das
diferenças [3]. O notário anglo-saxão não é um profissional especializado do direito
e não tem por função a segurança das relações jurídicas e a prevenção de litígios:
o “notary public” americano, por exemplo, é um mero legitimador de firmas, sem
formação jurídica especializada e que não tem por função o controle da legalidade
dos atos e negócios jurídicos celebrados pelos particulares.
171
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
Vale dizer, em nosso direito o notário exerce uma função pública, delegada
pelo Estado, após aprovação em concurso público de provas e títulos. Ora a
delegação é um instituto através do qual um agente público confia o exercício
de sua competência a outro agente [4]. Como não se pode conceber a figura de
autodelegação, é necessária a existência de dois agentes públicos (o delegante e o
delegado), que haja um conjunto de atribuições relacionados à autoridade delegante
e que o agente delegado tenha competência para receber a delegação [5].
Ora, como a competência somente pode ser atribuída por lei e somente
pode ser delegada de um agente público para outro, também por lei, a conclusão
lógica é que o notário exerce pessoalmente os atos de seu mister, ao contrário
do entendimento jurisprudencial acima citado. Como vimos, o art. n° 236 da CF
dispõe que a função notarial é delegada pelo Estado à pessoa privada nos termos
da lei federal. O art. 6 da Lei n° 8.935/94 confere a competência para a prática dos
atos lá relacionados ao notário e não aos seus funcionários ou prepostos. Estes
podem ser contratados ou não pelo notário e não são considerados funcionários
públicos (art. n° 20 da Lei n° 8.935/94). Portanto, o notário não pode delegar a
competência recebida do Estado, ou parte dela, ao seu funcionário.
172
TÓPICO 1 — DO TABELIÃO DE NOTAS
173
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
cofres públicos. Os emolumentos têm natureza de taxa, isso é, o seu valor deve
corresponder ao efetivo custo e à adequada e suficiente remuneração dos serviços
prestados (art. 1°, pár. único, Lei n° 10.169/2000).
–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
[1] V. dentre outros: AgRg no AREsp 580.889/MG, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, Segunda Turma, DJe 05/11/2014 e AgRg no AREsp 296.022/RS, Rel.
Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 30/09/2014.
[2]Conceito apresentado no primeiro Congresso Internacional do Notariado
Latino, conforme destaca Fernando Gomá Lanzón, “El desarrollo de la función
notarial e nel âmbito del comercio eletrónico: explicaciones, reflexiones y
comentários”, em Notariado y contratación electrónica, Colegios Notariales de
España, Consejo General del Notariado, Madrid, 2000, p. 221.
[3] Cf. René David, Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo, São Paulo,
Martins Fontes, 1998, pp. 16/17.
[4] Cf. Duez e Debeyre, Traité de Droit Administratif, p. 120/121.
[5] Massami Uyeda, Da competência em matéria administrativa, p. 141.
[6] Ob. cit., p. 60.
[7] Francesco Carnelutti, A prova civil, Campinas, Bookseller.
FONTE: <http://genjuridico.com.br/2015/01/21/natureza-da-atividade-notarial-breve-reflexoes-
em-face-da-jurisprudencia-do-superior-tribunal-de-justica/>. Acesso em: 1 abr. 2021.
174
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
175
AUTOATIVIDADE
176
4 Conforme a Lei n° 8.935/1994, é ato de competência exclusiva do tabelião de
notas:
177
178
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, para a confecção da escritura pública de inventário e partilha
extrajudicial, algumas formalidades serão necessárias e deverão ser cumpridas à
risca. Passaremos a explicá-las um pouco neste tópico que se inicia.
179
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
NOTA
180
TÓPICO 2 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
NOTA
181
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
Portanto, os credores do falecido poderão exigir através de habilitação no
processo de inventário o pagamento das dívidas do espólio. Os credores poderão
optar pela ação ordinária de cobrança ou ação de execução contra devedor
solvente. Os herdeiros também poderão separar os bens para pagamento de
dívidas e também autorizar a penhora no processo em que o espólio for executado
(art. 646 Código de Processo Civil).
182
TÓPICO 2 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
Mas devemos ter cautela quanto à cessão, eis que, se for um bem certo
e singular, ela só poderá ser realizada mediante autorização judicial para ser
válida. Acompanhem esta explicação:
183
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
184
TÓPICO 2 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
185
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
186
TÓPICO 2 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
3 NOMEAÇÃO DE INVENTARIANTE
Em ambos os inventários, judiciais e extrajudiciais, haverá a necessidade
de nomeação de um inventariante, ele poderá ser um herdeiro ou um
representante legal, para representar o autor da herança através de seu espólio,
em juízo ou fora dele.
187
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
188
TÓPICO 2 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
[...]
§ 2° Em caso de sucessão causa mortis nenhuma partilha, amigável
ou judicial, poderá ser homologada pela autoridade competente, sem
a apresentação do Certificado de Cadastro, a partir da data referida
neste artigo.
§ 3o A apresentação do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural –
CCIR, exigida no caput deste artigo e nos §§ 1o e 2o, far-se-á, sempre,
acompanhada da prova de quitação do Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural – ITR, correspondente aos últimos cinco exercícios,
ressalvados os casos de inexigibilidade e dispensa previstos no art. 20
da Lei n° 9.393, de 19 de dezembro de 1996 (Redação dada pela Lei n°
10.267, de 28.8.2001).
NOTA
189
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
190
TÓPICO 2 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
191
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
192
TÓPICO 2 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
Em imóveis rurais:
Em bens móveis:
• Documento de veículos.
• Extratos bancários.
• Certidão da junta comercial ou do cartório de registro civil de pessoas jurídicas.
• Notas fiscais de bens e joias etc.
194
TÓPICO 2 — FORMALIDADES DA ESCRITURA DE INVENTÁRIO E PARTILHA
FONTE: FARIA, Mario Roberto Carvalho. Direito das sucessões. 8. ed. Rio de Janeiro: Gen-
Forense, 2017.
195
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
196
AUTOATIVIDADE
2 O imposto de transmissão causa mortis, ITCMD, tem sua alíquota fixada pelos
estados e deverá ser obrigatoriamente recolhido na conclusão do processo
de inventário e partilha. Sobre os inventários e partilhas extrajudiciais, é
correto afirmar que:
197
198
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste último tópico centraremos esforços especificamente no instituto
da partilha extrajudicial e suas formalidades elencadas, principalmente, na
Resolução n° 35 do CNJ.
2 SOBREPARTILHA EXTRAJUDICIAL
A sobrepartilha é a realização de uma nova partilha pelos interessados
na hipótese de descobrirem a existência de um bem pertencente ao falecido que,
indevidamente, ficou de fora da partilha realizada perante o Poder Judiciário ou
no Tabelionato de Notas.
199
UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
O Código Civil de 2002 cuida da matéria em seus artigos nos 2.021 e 2.002:
200
TÓPICO 3 — SOBREPARTILHA EXTRAJUDICIAL E CARTA DE SENTENÇA OU FORMAL DE PARTILHA EXTRAJUDICIAL
E
IMPORTANT
NOTA
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UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
NOTA
O erro material pode ser entendido como aquele possível de ser percebido “em
um primeiro olhar”, não sendo fruto de qualquer tipo de tentativa de natureza fraudulenta,
mas, sim, de simples equivoco. Como exemplo, podemos citar o caso de constar na
escritura pública a grafia errada do nome de uma das partes. Já o erro formal, como a
própria denominação indica, trata-se de erro relativo a não observância às formalidades
legais previstas ao procedimento. Este último apenas poderá ser retificado caso haja
concordância de todos os interessados.
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E
IMPORTANT
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UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
NOTA
E
IMPORTANT
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NOTA
A Taxa é espécie tributária prevista no art. n° 145, II, CF/88, podendo ser
instituída pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios “em razão do exercício do
poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”. Previsão semelhante é feita
pelo art. n° 77 do CTN.
Como norma de caráter geral, a Lei n° 10.169/00 traz balizas para que as
leis estaduais e distrital fixem os valores dos emolumentos.
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UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
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TÓPICO 3 — SOBREPARTILHA EXTRAJUDICIAL E CARTA DE SENTENÇA OU FORMAL DE PARTILHA EXTRAJUDICIAL
DICAS
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UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
4.1 GRATUIDADE
No que toca aos emolumentos da escritura pública realizado em
cartório de notas de inventário e partilha, já temos condições de concluir: é de
responsabilidade dos Estados legislar a fixação do valor a ser aplicado.
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UNIDADE 3 — DAS FORMALIDADES PROCEDIMENTAIS DO INVENTÁRIO E PARTILHA EXTRAJUDICIAL
NOTA
• Coação.
• Dolo.
• Erro essencial.
• Intervenção de incapaz.
O professor Flávio Tartuce (2020, p. 2817), alertando para o fato que ainda
não tem posicionamento no âmbito jurisprudencial, posiciona-se sobre a polêmica
doutrinária em questão:
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NOTA
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NOTA
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IMPORTANT
NOTA
E
IMPORTANT
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E
IMPORTANT
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
217
AUTOATIVIDADE
BRASIL. Código Civil. Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 2002.
FARIA, Mario Roberto Carvalho. Direito das sucessões. 8. ed. Rio de Janeiro:
Gen-Forense, 2017.
219
FERREIRA, Paulo Roberto Gaiger; RODRIGUES, Felipe Leonardo;
CASSETTATI, Cristiano. Teoria geral do direito notarial e minutas. 2. ed. São
Paulo: Saraiva Educação, 2018.
NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Novo CPC, Lei
n° 13.105/2015. São Paulo: RT, 2015.
TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. v. único. 10. ed. São Paulo: Gen, 2020.
220