Você está na página 1de 12

O direito do consumidor é um ramo do direito que lida com conflitos de consumo e com a

defesa dos direitos dos consumidores, e que se encontra desenvolvido na maior parte dos
países com sociedades de consumo e sistemas legais funcionais.

Histórico
O Direito do consumidor é um ramo relativamente novo do direito, principalmente no
Direito Brasileiro. Entretanto somente a partir dos anos cinquenta, após a segunda
guerra mundial, quando surge a sociedade de massa com contratos e produtos
padronizados, é que se iniciou uma construção mais sólida no sentido de harmonizar as
relações de consumo.

Os consumidores passaram a ganhar proteção contra os abusos sofridos, tornando-se


uma preocupação social, principalmente nos países da América e da Europa Ocidental
que se destacaram por serem pioneiros na criação de Órgãos de defesa do consumidor.

Existem, no entanto evidências implícitas da existência de regras entre consumidores e


fornecedores de serviços e produtos em diversos códigos, constituições e tratados, bem
antes da criação do Direito do consumidor. Já no antigo código de Hammurabi certas
regras que, ainda que indiretamente, visavam proteger o consumidor. Assim, por
exemplo, a Lei No 233 rezava que o arquiteto que viesse a construir uma casa cujas
paredes se revelassem deficientes teria a obrigação de reconstruí-las ou consolida-las as
suas próprias expensas. As consequências para desabamentos com vitimas fatais eram
ainda mais severas; o empreiteiro , além de ser obrigado a reparar totalmente os danos
causados ao dono da moradia, poderia ser condenado a morte se o acidente vitimasse o
chefe de família. No caso de falecimento do filho do empreendedor da obra a pena de
morte se aplicaria a algum parente do responsável técnico pela obra, e assim por diante.

Na Índia, no século XIII a.C., o sagrado código de Manu previa multa e punição, além
de ressarcimento dos danos àqueles que adulterassem gêneros (Lei No 702) ou
entregassem coisa de espécie inferior àquela acertada, ou vendessem bens de igual
natureza por preços diferentes (Lei No 703).

Na Grécia a proteção ao consumidor preocupava Aristóteles, que advertia para a


existência de fiscais afim de que não houvesse vícios nos produtos comercializados, em
Roma a Cícero[carece  de fontes?]. Contemporaneamente existe o Direito do Consumidor, cujo
objetivo é adaptar e melhorar o direito das obrigações entre as pessoas, de forma a
buscar e restabelecer o equilíbrio das partes abaladas pelo poder do mercado fornecedor,
muitas vezes fruto da constituição de monopólios e oligopólios, ou até mesmo pela
displicência no tratamento dado as pessoas, constituindo um verdadeiro rolo compressor
sobre as queixas e os direitos dos consumidores.

Como direito novo, o Direito do Consumidor busca inspiração no Direito Civil,


Comercial, Penal, Processual, Financeiro e Administrativo, para de uma forma coerente
atingir seus objetivos sem ofender os demais princípios e regras existentes. Dessa união
de sistemas e legislações surgiu em 1990 o Código de Defesa do Consumidor, Lei No
8078/90, que foi criado para regulamentar as relações de consumo, entendidas essas
como sendo o vinculo estabelecido entre fornecedor e consumidor, ligados por um
objeto que será necessariamente, um serviço ou um produto. Esses três requisitos devem
vir obrigatoriamente, coexistirem, sob pena de não se aplicar o Código de Defesa do
Consumidor e, sim, o direito comum.

No Brasil
No Brasil, o Código de Defesa do Consumidor, estabelece normas de proteção e
defesa do consumidor.

São direitos básicos do consumidor estabelecidos pelo artigo 6º da lei nº 8.078, de 11 de


Setembro de 1990:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por


práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou
nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e
preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou
impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção
ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus
da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

Segundo o Art. 7° da mesma lei, os direitos previstos neste código não excluem outros
decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da
legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades
administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do
direito, analogia, costumes e eqüidade. Estabelece ainda esse artigo que tendo mais de
um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos
nas normas de consumo.

Garantia, Vícios e Fatos dos Produtos e Serviços


O consumidor é protegido contra vícios e fatos de consumo (arts. 12, 14, 18 e 20), ou
seja, contra produtos e ou serviços que, ou não funcionam como deveriam, ou provocam
dano ao consumidor ou a outrem quando de sua utilização.

A reclamação do consumidor pode se basear na garantia legal concedida explicitamente


pela lei - noventa dias. Essa garantia existe independente da garantia dada pelo
fabricante. Assim, se o fabricante dá garantia de nove meses, devemos acrescentar mais
noventa dias.

Para exercer o direito de reclamar por vícios de produtos e serviços o consumidor


deverá fazê-lo: 1 - Em até trinta dias se o vício for aparente; 2 - Em até noventa dias se
o vício for oculto;

Para exercer o direito contra danos, ou seja, pelo fato do produto ou serviço, o
consumidor tem cinco anos de prazo

O Consumidor também pode fazer reclamações com base na garantia dada pelo
fornecedor do produto ou serviço.

Recomenda-se que toda insatisfação na relação de consumo seja resolvida diretamente


entre as partes (no caso, fornecedor e consumidor); caso não seja possível se chegar a
um acordo, existem órgãos administrativos (PROCON's estaduais e federais,
associações de defesa) para o registro da reclamação.

Há ainda o Poder Judiciário, última saída para a resolução de qualquer conflito, cuja
decisão será definitiva e irreversível (salvo o ajuizamento de ação rescisória - verificar o
Código de Processo Civil para o cabimento desse "remédio")

Defesa do Consumidor
A defesa do consumidor é a atividade de proteção do consumidor através da
divulgação de informação sobre a qualidade dos bens e serviços e através do exercício
de pressão sobre as entidades públicas com o objetivo de defender os direitos dos
consumidores.

A defesa do consumidor não se baseia apenas na punição dos que praticam ilícitos e
violam os direitos do consumidor, como também na conscientização dos consumidores
de seus direitos e deveres e conscientizar os fabricantes, fornecedores e prestadores de
serviços sobre suas obrigações demonstrando que agindo corretamente eles respeitam o
consumidor e ampliam seu mercado de consumo contribuindo para o desenvolvimento
do país.

Os princípios que regem a defesa do consumidor norteiam-se pela boa-fé do adquirente


e do comerciante, uma vez que a publicidade pode estabelecer os liames de seu
exercício. Caso a publicidade seja enganosa o consumidor tem direito à justa reparação,
da mesma forma que terá direito à venda conforme o anunciado. A respeito do tema
publicidade enganosa, esta se trata de assunto de interesse público, pertencendo ao ramo
dos direitos difusos de caráter meta-individual.
Cuidados mínimos ao apresentar uma reclamação
Ao adquirirmos um produto ou serviço estabelecemos uma relação com o fornecedor do
mesmo, seja ele uma entidade privada ou pública. Esta relação implica o cumprimento
de determinados direitos e deveres por ambas as partes.

Nas situações em que o fornecedor não cumpre suas obrigações temos o direito de
reclamar e solicitar a resolução do problema.

Uma reclamação deve ser apresentada formalmente, por escrito e com recibo de
protocolo com a data, assinatura e Carimbo da empresa com CNPJ. Desta forma existe
um documento suporte da queixa que obriga legalmente a empresa ou entidade a quem
se dirige, a dar seguimento e resposta à reclamação.

Em Portugal, a apresentação de reclamações pode ser efectuada através do Livro de


reclamações (a efectuar no local da ocorrência), através dos meios online
disponibilizados (formulários online) pelas empresas ou através de uma carta formal de
reclamação.

Caso a sua reclamação não mereça a atenção do fornecedor e a sua queixa persista, pode
recorrer a várias entidades públicas ou privadas para dar seguimento à mesma e
defender os seus direitos enquanto consumidor. Estas entidades tentarão resolver o
problema primeiramente de forma amigável, tentando chegar a um acordo. Em última
instância haverá recurso aos tribunais para uma resolução final do conflito.

Gráfico simplificado do processo de resolução de um problema de consumo, com


referências às diversas entidades compete
ntes →

Direito do consumidor.

Bibliografia
 Nery Junior, Nelson. Os Princípios Gerais do Código Brasileiro de Defesa do
Consumidor. Revista de Direito do Consumidor nº 03. São Paulo: Ed. Revista
dos tribunais, 1992.

Nery Jr., Nelson; Denari, Zelmo e. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor:


Comentado Pelos Autores do Anteprojeto. 7ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2001.

 Rizzatto Nunes, Luiz Antonio. Comentários ao Código de Defesa do


Consumidor. São Paulo: Ed. Saraiva, 2000.
 Sodré, Marcelo Gomes. Críticas ao Decreto Federal 861, que Regulamentou o
CDC e Apresentação de Propostas Para sua Alteração. Revista de Direito do
Consumidor nº 10. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1994.

Ligações externas
 IBRADEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
 IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
 PRO TESTE - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor

Legislação Portuguesa - Instituto do Consumidor

A constituição de 1988 inaugurou novos ramos do direito a fim de se concretizar


as aspirações da sociedade brasileira em uma época pós-regime militar. É assim que
surge o Direito do Consumidor sistematizado no Brasil. Apesar de ser conhecido como
um ramo novíssimo do Direito, somente a idéia de codificação e sistematização do
direito do consumidor pode ser considerado como moderno, tendo em vista que, em
tempos antigos desde o código de hamurabi (2.800 a.c), já existia a preocupação de dar
garantias de proteção no que dizia respeito à segurança e à saúde e a qualidade dos
produtos prestados.
Na trajetória de nosso ordenamento jurídico destacam-se o Decreto-Lei nº
22.626 de 07/04/1933 conhecido como a Lei da Usura (ainda em vigor) que
praticamente inaugura o direito consumerista no Brasil, logo depois temos o Decreto-
Lei n.869 de 18/11/1938 que versava sobre Crimes Contra a Economia popular.
Quase trinta anos mais tarde surge a lei Delegada n.4 de 26/09/1962 que foi de
fundamental importância no histórico do direito do consumidor Brasileiro, pois
positivava a intervenção no domínio econômico por parte do Estado afim de que se
pudesse assegurar a livre distribuição de produtos necessários ao consumo da população.
No mesmo ano de 1962, foi criada a Lei de Repressão ao Abuso do Poder Econômico,
n. 4137, que trouxe inúmeros benefícios ao consumidor, criando o CADE – Conselho
Administrativo de Defesa Econômica, órgão que existe até hoje e faz parte do ministério
da justiça, atuando conjuntamente com a Secretaria Nacional de Direito Econômico.
Apesar da entrada em vigor da lei delegada nº 4 de 62, as associações de
consumidores de áreas diversas de produtos foram constantemente pressionando o
governo, para que o direito do consumidor fosse concretamente incorporado em nosso
ordenamento jurídico.
Em 1988 foi finalmente inserida na Constituição Federal a proteção aos direitos
do consumidor, ocupando o status de clausula pétrea (que não pode ser modificada, por
ser direito fundamental) prevista no rol de direitos do art.5º inciso XXXII. O artigo 170,
V, da lei maior, assume o direito do consumidor como princípio base para a atividade
econômica. Também o artigo 150, parágrafo 5º trata das limitações do poder público
para tributação e esclarece que os consumidores deverão ser esclarecidos acerca dos
impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. O artigo 48 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias dispôs que fosse elaborado dentro 180 dias pelo Congresso,
o Código de Defesa do Consumidor.
O Código Brasileiro de Defesa e Proteção ao Consumidor, foi elaborado e
tornou-se a Lei n. 8.078/90, que possui em seu texto final 199 artigos, que deu uma
nova ótica às relações de consumo, normalizando e impondo novos princípios para a
defesa do consumidor.
O código de Direito do consumidor nasceu com o propósito de compilar as
disposições já existentes acerca dos direitos dos consumidores, assim também de
enraizar princípios para o efetivo exercício da cidadania, definindo, sistematizando e
regulamentando outros pontos do direito público e privado, uma vez que aborda temas
muito variados e aproveita conceitos de várias áreas do direito, modernizando alguns
institutos já antigos em face das novas diretrizes constitucionais.
Com a codificação e organização jurídica do Direito do Consumidor, os
brasileiros conseguiram conquistas de maiores garantias e respeito frente aos
fornecedores de produtos. O Direito do Consumidor se tornou um ramo muito estudado
pelos juristas e pelos interessados por ter demonstrado cada vez mais sua função social
dignamente constitucional.

Texto públicado na Revista Liberdade, Ano 1,nº 2, AGOSTO/2007, Montes Claros-


MG
CNPJ: 08.742.858/0001-33
Impressão: Rona Editora Ltda.

Artigos mais valorados

48 Capítulo III Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços


41 Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
27 Capítulo III Dos Direitos Básicos do Consumidor
21 Capítulo V Das Práticas Comerciais
15 Capítulo VI Da Proteção Contratual

Artigos mais criticados

26 Capítulo III Dos Direitos Básicos do Consumidor


24 Capítulo III Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e Serviços
17 Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
13 Capítulo V Das Práticas Comerciais
8 Das Infrações Penais

A Fundação PROCON São Paulo  responde pelo planejamento,


divulgação, coordenação e execução da Política Estadual de Proteção e Defesa do
Consumidor, bem como pela execução deste papel na sociedade de consumo.
 
Além de trabalhos rotineros, desenvolve também Projetos e Atividades voltados aos
interesses dos diversos outros segmentos que integram essa sociedade de consum

Projeto Educação para o Consumo


 
A Fundação Procon-SP, pioneira no Brasil na defesa do consumidor,  desde sua criação em
1976, vem desempenhando um papel preponderante na construção de uma sociedade mais
justa e equilibrada, com relação às questões de consumo.
 
A Diretoria de Estudos e Pesquisas deste órgão tem como uma das principais atribuições a
atuação no âmbito da prevenção atendendo, assim, a recomendações do próprio Código de
Defesa do Consumidor que garante, dentre outros, o direito à Educação para o Consumo.
 
O Programa de Educação para o Consumo é uma da metas prioritárias da Fundação Procon-SP.
Visa formar um consumidor consciente, crítico e participativo.
 
É um tema social que permite o exercício do cotidiano, objetivando uma mudança de atitude
no comportamento do consumidor cidadão.
 
O Programa de Educação para o Consumo realizado por esta Fundação junto às escolas é um
instrumento de cidadania e de melhoria da qualidade de vida. Ele permeia os conteúdos das
atividades educativas como tema transversal, visando a reflexão e a mudança de atitudes no
comportamento do consumidor/cidadão.   
   
Os temas sobre consumo onde a experimentação, o exercício, a reflexão e o entendimento
sejam trabalhados de forma lúdica por meio de jogos e de atividades variadas, constituem-se
em importante ferramenta para os educadores.
 

Quem Somos

A PRO TESTE - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor conta hoje com mais de 200 mil
associados, constituindo-se na maior associação de consumidores de toda a América Latina.

A PRO TESTE é uma entidade civil  


sem fins lucrativos, apartidária,
independente de governos e de
empresas, e tem como objetivo A
DEFESA DO CONSUMIDOR NO
BRASIL.
Para atingir essa meta, a PRO TESTE
atua em várias frentes. Ajuda o
consumidor a fortalecer seu poder
de compra e a conhecer seus
direitos com os testes comparativos
e outros artigos publicados em suas
revistas; orienta o associado sobre
os direitos do consumidor em seu
serviço de orientação; intermedeia,
se preciso, as pendências que o
associado tem com fornecedores
que se recusam a atendê-lo; e
encaminha a empresas e governos
as reivindicações e propostas
pertinentes.

   

Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do


 
Consumidor

O Idec, Instituto Brasileiro de Defesa do


Consumidor, é uma associação de
consumidores fundada em 1987. Não possui
fins lucrativos. Não tem qualquer vínculo com
empresas, governos ou partidos políticos. Os
recursos financeiros para o desenvolvimento
de suas atividades têm sua origem nas
anuidades pagas pelos seus associados, na
vendas de assinaturas da Revista do Idec e
outras publicações, além da realização de
cursos. Outra parte dos recursos origina-se do
  apoio de agências de financiamento
internacionais destinadas a prestar ajuda a
entidades da sociedade civil. As contas do Idec
são auditadas por auditorias independentes.

O Idec é membro pleno da Consumers


International, uma federação que congrega
mais de 250 associações de consumidores que
operam no mundo todo. O Instituto faz parte do
Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa
do Consumidor - criado para fortalecer o
movimento dos consumidores em todo o País -
e da Associação Brasileira de Organizações
Não-Governamentais (Abong).

O que
o Idec
faz
 
Orientação - Orienta e informa seus associados sobre seus direitos
como consumidores e para que se previnam de problemas utilizando o
Código de Defesa do Consumidor. Os associados podem se dirigir ao
Idec pessoalmente, por carta, telefone, fax ou e-mail. O Idec orienta
associados em todo o Brasil. 

Temas de interesse coletivo - O Idec atua em temas de grande


relevância para o interesse coletivo dos consumidores e da sociedade
como um todo. As atividades são norteadas pela busca do fortalecimento
da cidadania e por uma sociedade mais justa. 

Testes e avaliações - Testa comparativamente e avalia produtos e


serviços. Os produtos testados são comprados em estabelecimentos
comerciais, sem prévio aviso. O Idec não aceita presentes ou doações
de empresas. Os testes são feitos em laboratórios reconhecidos por sua
alta qualidade. Os técnicos do Instituto elaboram o plano de teste e
acompanham os ensaios. Os resultados dos testes de produtos ou
serviços divulgados pelo Idec não podem servir de base para a
publicidade ou promoção de empresas ou suas marcas. 

Ações judiciais - Move ações judiciais contra empresas e governos. Os


beneficiários são seus associados, como um todo, ou grupo de
associados. São movidas, também, ações civis públicas que beneficiam
toda a coletividade. O Idec não promove processos que tenham
interesse apenas individual. 

Missã
o do
Idec

A missão do Idec é promover a educação, a conscientização, a defesa dos direitos do


consumidor e a ética nas relações de consumo, com total independência política e
econômica. Para isso, o Idec tem como objetivos contribuir para:

• que seja atingido o equilíbrio ético nas relações de consumo;

• a implementação e o aprimoramento da legislação de defesa do consumidor e de


matérias correlatas;
   
• a repressão ao abuso do poder econômico nas relações de consumo e nas demais
relações jurídicas correlatas;

• a melhoria da qualidade de vida, especialmente no que diz respeito à melhoria da


qualidade dos produtos e serviços.

Para o Idec, o conceito de consumidor não se restringe àqueles que participam do


mercado, exercendo seu poder de compra, mas abrange também os que não
conseguem acesso a bens e serviços essenciais, por falta de poder aquisitivo.
    

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – IBRADEC foi criado


no intuito de auxiliar, informar, buscar soluções, realizar estudos e
promover o respeito aos direitos dos consumidores em geral, seja de
maneira extrajudicial, por meio de conciliações, encaminhamentos,
orientações ou por meio das vias judiciais cabíveis no ordenamento jurídico
brasileiro e internacional.
Em um mundo cada vez mais consumista e necessitado de prestações de
serviços das mais diversas naturezas, torna-se cada vez mais frequente a
ocorrência de abusos, desigualdades negociais, descumprimentos
contratuais, crimes, dentre outras irregularidades presentes na sociedade
contemporânea, as quais, por muitas vezes, ocasionam danos materiais
e/ou morais relevantes aos consumidores.

Em meio a essa celeuma, o IBRADEC apresenta-se como um valioso


instrumento, por meio do qual os consumidores podem obter auxílio na
busca, coletiva ou individual, de seus direitos.

Histórico

Histórico da Defesa do Consumidor no Brasil

A história da defesa do consumidor no Brasil tem no Código de Defesa do Consumidor seu grande
marco. Embora o Código seja recente, tendo 16 anos desde a sua publicação, sabemos que o
movimento de defesa do consumidor teve início há quase 30 anos.

Reconstituir a história é uma etapa fundamental para institucionalizarmos nossa memória,


avaliarmos os avanços e sedimentarmos as conquistas.

É com este conceito que inauguramos este espaço virtual, que permite o acesso de todo cidadão e
consumidor a parte da história legislativa da defesa do consumidor em nosso país.

Foram selecionadas as sugestões envidas para a Assembléia Nacional Constituinte de 1988 sobre
a temática da proteção e defesa do consumidor e os documentos de criação do Conselho Nacional
de Defesa do Consumidor, além de seus relatório de atividades e atas de reuniões.

Também foram inseridos os pareceres elaborados pelos professores José Geraldo Brito Filomeno,
Ada Pellegrini Grinover; Jorge Eluf, Fábio Konder Comparato, que ilustram o momento histórico
que viveu o país durante a elaboração do CDC. Os pareceres foram elaborados com a finalidade de
rechaçar, endossar ou sugerir dispositivos legais que protegessem de forma mais adequada o
consumidor brasileiro.

Existem ainda cópias dos projetos de lei apresentados até a versão final do texto que culminou no
atual Código de Proteção e Defesa do Consumidor, a exposição de motivos, os vetos presidenciais
e seus fundamentos, além de diversos outros materiais sobre o tema.

Há também documentos que registram o histórico legislativo da Lei nº 7.347, de 24 de julho de


1985, que trata da Ação Civil Pública. O ano de 1985 nos aponta para uma nova etapa de
proteção jurídica dos interesses difusos, sobretudo no que diz respeito aos direitos dos
consumidores. Some-se à Lei nº 7.347/85 o Decreto nº 91.469, também de 24 de julho de 1985,
que criou o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor.

Longe de se tornar um material acabado, a presente catalogação de dados legislativos históricos


da defesa do consumidor é um material em contínua construção. Ao mesmo tempo em que
compartilhamos as informações disponíveis, convidamos os integrantes do Sistema Nacional de
Defesa do Consumidor, cidadãos, fornecedores e demais atores sociais a participar deste processo,
contribuindo com a reconstituição de uma parte inédita e extraordinária da nossa cidadania.

Ricardo Morishita Wada


Diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor.
Centro de Apoio Operacional às Promotorias
de Justiça do Consumidor - CEACON

Criadas a partir de 1991, por determinação da Lei 8.078/90, conhecida como o Código de Defesa
do Consumidor, as Promotorias de Defesa do Consumidor têm um relevante papel a cumprir na
tutela dos direitos coletivos, e no aperfeiçoamento das relações de consumo. Embora o
consumidor seja o destinatário final de todos os bens e serviços produzidos na sociedade,
frequentemente ocorrem  violações a seus direitos, justificando-se,  em razão da sua
vulnerabilidade - jurídica, técnica e econômica - a existência de uma instituição pública, com perfil
voltado à satisfação dos interesses sociais e ao resgate da cidadania, para promover a defesa
coletiva desses direitos.

Assim, o Ministério Público, através das citadas Promotorias de Justiça, vem desenvolvendo
relevantes ações, nos mais diversos segmentos do mercado de consumo, a exemplo de questões
relativas a planos privados de assistência à saúde, educação, transportes, dentre outras.

Neste ano de 2008, o Ministério Público, na área de defesa do consumidor, prossegue com a
mesma meta do seu planejamento estratégico, estabelecida desde 2003, relativa ao combate ao
abate clandestino de bovinos, bem como à comercialização dos produtos cárneos em feiras livres,
ou à temperatura ambiente, sem as adequadas condições de conservação e higiene.

Objetiva-se extinguir todos os matadouros de animais que funcionam, no Estado, sem a


imprescindível fiscalização dos serviços de inspeção  federal (SIF), estadual (SIE) ou municipal
(SIM). Paralelamente, pretende-se que todos os demais produtos de origem animal, como lácteos
e aves, somente sejam oferecidos no mercado de consumo se possuirem a certificação de
qualidade fornecida por um dos serviços de inspeção acima referidos, conforme exigência do
Código de Defesa do Consumidor, dentre outros diplomas legais.

Ademais, faz-se necessário que os gestores públicos municipais estruturem os seus respectivos
serviços de vigilância sanitária para que este venha, de fato, a exercer a função que lhe concerne,
de zelar pela saúde pública, com foco na prevenção de doenças decorrentes do consumo de
produtos de origem animal nocivos à população, além de outras atribuições que lhe são inerentes.

Dentro dessa perspectiva, e sempre no propósito de conscientizar as populações locais, quanto


aos riscos a que se submetem quando consomem produtos clandestinos, diversas ações têm sido
implementadas, resultando na interdição de dezenas de matadouros públicos municipais, bem
como na adequação das feiras livres e mercados municipais às exigências legais.

Há, ainda, muito o que ser feito, sendo necessário a soma de esforços de todas as instituições e
pessoas que defendem a vida, a saúde, e a dignidade da população, podendo-se, entretanto,
reconhecer que largos passos já foram dados, tanto na problemática do consumo de produtos
impróprios, quanto nas demais questões de direito consumerista que possam ser tratadas
coletivamente.

Você também pode gostar