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DAKOTA DO NORTE

História

Até 1889

Quando os primeiros exploradores europeus chegaram à região que constitui


atualmente o estado do Dakota do Norte, seis tribos nativos norte-americanas lá viviam.
Estas tribos eram os mandan, hidatsa e os arikara, que viviam ao longo do rio Missouri,
tribos sedentárias que viviam primariamente da agricultura e da caça; os plain ojibwa,
nômades que viviam da caça no noroeste do estado, e faziam parte da família nativo
norte-americana dos chippewa; os yankton (tribo parte do grupo nativo norte-americano
dos sioux), ao longo dos rios Yankton e Sheyenne, primariamente da caça; e os lakota,
também parte do grupo nativo norte-americano dos sioux, que viviam primariamente da
caça no sudeoeste.
O primeiro explorador europeu na região que atualmente constitui o estado do
Dakota do Norte foi Pierre Gaultier de Varennes, um franco-canadense, em 1738. Porém,
a região já fora anteriormente reivindicada pelos franceses em 1682, por Rene-Robert
Cavelier, que reivindicara toda a bacia hidrográfica do Mississipi-Missouri, bacia que inclui
o sudoeste do atual Dakota do Norte. Posteriormente, os franceses também reivindicaram
uma vasta região ao sul da baía de Hudson, região que incluía muito do norte do atual
Dakota do Norte. Em 1713, o território reivindicado pelos franceses foi cedido aos
ingleses. Porém, o sudoeste do estado continuou sob controle francês, e parte da colônia
francesa de Nova França. Após o franco-canadense Varennes ter explorado a região em
1738, poucos colonos de ascendência européia retornariam à região, primariamente
apenas comerciantes interessados na caça e no comércio de peles.
Em 1763, como parte do Tratado de Paris, a França cedeu todos os seus territórios
a oeste do rio Mississípi para a Espanha, a metade ocidental do território conhecido como
Luisiana. Assim sendo, muito da atual Dakota do Norte passou a controle espanhol. Em
1800, os espanhóis cederam estes territórios para a França. Esta vendeu toda a Luisiana
para os Estados Unidos da América em 1803. O presidente norte-americano Thomas
Jefferson deu a Meriwether Lewis e William Clark a missão de explorar a região da
Luisiana. Lewis e Clark explorariam a atual Dakota do Norte em outubro de 1804. Na
região central eles construiriam Fort Mandan, às margens do rio Missouri, não longe da
atual cidade de Stanton. Lewis e Clark ficaram em Fort Mandan até abril de 1805, quando
continuaram sua viagem rumo à costa oeste norte-americana. Eles retornariam mais uma
vez em 1806, na viagem de volta.
Porém, muito da atual Dakota do Norte ainda continuava sob controle britânico,
parte de uma região controlada pela Companhia da Baía de Hudson. Tensões entre os
norte-americanos e os britânicos surgiram, com ambos reivindicando territórios
controlados pelo outro. Em 1812, algumas famílias de ascendência escocesa e irlandesa
instalaram-se no norte da atual Dakota do Norte, onde atualmente localiza-se Pembina.
Em 1818, os norte-americanos e os britânicos realizaram um tratado onde todos os
territórios ao sul do paralelo 49, dos Grandes Lagos até as Montanhas Rochosas,
passariam a ser controladas pelos Estados Unidos. Assim sendo, o restante da atual
Dakota do Norte passou a controle norte-americano. No mesmo ano, parte dos colonos
escoceses e irlandeses de Pembina abandonaram o assentamento. Em 1823, o restante
também abandonaria Pembina, quando um estudo comprovou que ela estava de fato em
território norte-americano. Dakota do Norte não seria povoada por norte-americanos
ascendentes de europeus por cerca de quatro décadas, até meados da década de 1860.
Em 1861, o governo norte-americano criou o Território do Dakota. Este território
incorporava o que atualmente forma os atuais estados do Dakota do Norte o Dakota do
Sul, bem como partes de Montana e de Wyoming. Em 1862, os lakota mataram centenas
de norte-americanos brancos no atual Minnesota. Parte dos lakota fugiram em direção ao
atual Dakota do Norte, sendo perseguidos por tropas norte-americanas. Diversas batalhas
foram realizados no estado, e que continuariam até o início da década de 1870, quando,
derrotados, foram confinados em reservas indígenas, através de tratados de paz
realizados. Porém, diversas revoltas indígenas ocorreriam em Dakota do Norte, por causa
da violação dos tratados de paz por parte dos norte-americanos brancos, causaram
diversas revoltas, até 1881, quando a última destas revoltas ocorreu, liderada por Sitting
Bull, que rendeu-se no mesmo ano.
Em 1863, o Ato Homestead passou a valer no território do Dakota. Ainda em 1863,
partes do Território do Dakota foram cedidas para Montana e Wyoming, restando o
território formado atualmente por Dakota do Norte e por Dakota do Sul. O Ato Homestead
fornecia lotes de terra a nenhum custo para famílias que estivessem dispostas a assentar
a região, em um esforço para povoar a região, ainda não povoada por norte-americanos
de ascendência européia - Dakota do Norte seria a última região em todo os Estados
Unidos continental a ser povoada pelos descendentes de europeus. O assentamento da
região por parte destes norte-americanos foi lenta. Diversas tribos nativos norte-
americanas, tais como os lakota e os métis, que haviam instalado-se na região por volta
da década de 1820, opuseram-se ao povoamento branco da região que, isolada do resto
do país por causa da falta de meio de transportes, e o medo de ataques indígenas,
fizeram com que poucas pessoas decidissem instalar-se na região por duas décadas.
Foi somente em 1875 que a região do Dakota do Norte passaria a ser assentada
por norte-americanos em grande escala, graças à instalação de gigantescos latifúndios e
da inauguração da primeira ferrovia na região, conectando Dakota do Norte com o resto
do país. Os latifúndios cultivavam primariamente trigo, e eram controlados por apenas
algumas ricas famílias. Estes latifúndios precisavam de mão-de-obra, assim, estimulando
o povoamento da região. Estes latifúndios estavam em sua maior parte ao longo do rio
Red, e possuíam entre mil a 27 mil hectares de área. Estes latifúndios, através do uso de
mão-de-obra barata, do uso de métodos modernos de cultivo e das ferrovias, eram
altamente lucrativas. Porém, estes latifúndios gradualmente fragmentariam-se em
fazendas menores, após uma recessão na indústria agropecuária norte-americana, que
causou uma queda súbita dos preços do trigo.
Graças à mineração do ouro e da agropecuária, a população de todo o Território do
Dakota - incluindo a região da atual Dakota do Sul - passou a crescer rapidamente.
Porém, as ferrovias que haviam propiciado a ascensão das indústrias do trigo e da
mineração, bem como o povoamento da região, passaram a causar tensões de cunho
divisório entre a região norte e sul do Território do Dakota. Estas ferrovias - que eram
transcontinentais, conectando a costa leste norte-americana com a costa oeste -
cruzavam o Território do Dakota em um sentido leste-oeste. Não existiam ferrovias
conectando o norte do território com o sul, e o transporte entre ambas as regiões era
difícil. O rápido crescimento populacional do Território do Dakota passou a fazer com que
o governo do território e seus habitantes passassem a pressionar o governo a fazer com
que o território fosse elevado à categoria de estado. Porém, por causa das tensões
divisórias, rapidamente os habitantes do norte e do sul do Território do Dakota passassem
a exigir que cada região tivesse seu próprio governo.
Em fevereiro de 1889, o congresso norte-americano dividiu o Território do Dakota
em dois. Ambos os territórios adquiriram então suas atuais fronteiras políticas. A
rivalidade entre ambas as Dakotas era tanta que, após a aprovação do congresso em
permitir que ambos os territórios fossem elevados à categoria de estado, elas passaram a
exigir que fossem elevados à categoria de estado primeiramente. A rivalidade fez com
que o presidente Benjamin Harrison - após a ratificação da constituição norte-americana
por ambas as Dakotas - ordenasse ao secretário de Estado James Blaine que misturasse
os documentos e o impedisse de ver qual o documento que elevava oficialmente um dos
territórios à categoria de estado. Isto foi feito para que ninguém soubesse quem fora
elevado primeiramente à categoria de estado. Assim sendo, em 2 de novembro de 1889,
Dakota do Norte tornou-se o 39° estado norte-americano, juntamente com o Dakota do
Sul.

1889 - Tempos atuais

A população do Dakota do Norte continuou a crescer rapidamente até a década de


1920. Em 1890, o estado tinha 190 983 habitantes, número que aumentou para 577 056
em 1910. Este crescimento foi motivado pela prosperidade da indústria agropecuária da
região, bem como pela indústria ferroviária. A população do Dakota do Norte - em sua
maior parte rural - dependia, por sua vez, de estabelecimentos bancários, para o
financiamento de equipamentos e instalações agropecuárias, bem como da indústria
ferroviária para o transporte para outras regiões do país dos produtos cultivados no
estado. As relações entre fazendeiros e bancários e ferroviários nunca foram boas. Em
1915, a Nonpartisan League foi fundada. Esta organização política suportava a causa dos
fazendeiros, apoiando o controle estatal de estabelecimentos indispensáveis à indústria
agropecuária - tais como elevadores de grãos e silos, todos cobrados por comerciantes
privados - e estabelecimentos bancários que fornecessem empréstimos com baixas ou
nenhuma taxa de juro.
Em 1916, o republicano Lynn J. Frazier foi eleito governador do Dakota do Norte,
tendo o apoio da Nonpartisan League. Frazier governaria até 1921, tendo aumentado
verbas à distritos escolares situados em áreas rurais, diminuiu impostos e criou a
Industrial Comission of North Dakota, que passou a administrar um número de empresas
estatais, que passaram a fornecer certos serviços voltados à população rural, tais como
silos e elevadores de grãos (controlados pela North Dakota Mill and Elevator) e
empréstimos a baixos juros (fornecidos pelo Banco do Dakota do Norte). Tanto as
comissões como ambas as companhias mencionadas ainda operam em tempos atuais.
Dakota do Norte entrou em uma grande recessão econômica na década de 1920,
graças à gradual queda dos preços do trigo norte-americano no mercado internacional. O
crescimento populacional do Dakota do Norte diminuiu drasticamente. Muitos fazendeiros
endividaram-se, e vários foram forçados a abandonar suas fazendas. Uma recessão
muito maior abateu-se sobre o Dakota do Norte em 1929: a Grande Depressão. A queda
drástica dos preços do trigo, o endividamento dos fazendeiros, pragas e estiagens
aferatam Dakota do Norte ao longo da década de 1930. Grande parte da população do
Dakota do Norte passou a deixar o estado, em busca de emprego em outras regiões do
país. A população atingiu um máximo de 680 845 habitantes em 1930. Desde então, e até
a década de 1950, a população entrou em declínio e nunca superaria novamente os 680
mil habitantes.
Diversos programas federais de irrigação foram implementados em 1937 em
Dakota do Norte. As agências que administravam tais programas também desestimularam
o uso excessivo de água potável, escassa por causa dos períodos prolongados de
estiagem. Foi somente a partir de 1939 que este período de estiagem acabou em Dakota
do Norte. A entrada dos Estados Unidos na segunda guerra mundial, em 1941, fez com
que a economia do estado se recuperasse no início da década de 1940, quando Dakota
do Norte produziu grandes safras de trigo, vendido no mercado doméstico mas
primariamente às Forças Armadas dos Estados Unidos da América.
Após o fim da guerra, a economia do Dakota do Norte novamente entrou em
recessão graças à queda drástica dos preços do trigo, o que deixou muitos fazendeiros
desempregados ou endividados. Vários destes fazendeiros mudaram-se para as cidades,
enquanto outros deixaram o estado. O declínio da população do Dakota do Norte
continuaria até meados da década de 1950. A construção de usinas termoelétricas a
carvão e hidrelétricas, e de diversos programas federais de irrigação, ajudaram a
estimular a economia, e a produção e venda de excedente de eletricidade para outros
estados vizinhos ajudou a diminuir a dependência do Dakota do Norte em relação à
indústria do trigo.
Em 1951, grandes reservas de petróleo foi encontrado em Dakota do Norte. Outras
reservas seriam encontradas nas décadas seguintes. O petróleo superaria o trigo como a
fonte de renda mais importante do estado na década de 1970. Em 1957, o governo do
Dakota do Norte, buscando diversificar a economia e diminuir ainda mais sua
dependência em relação à indústria do trigo, criou a Comissão de Desenvolvimento
Econômico, com o objetivo de atrair empresas de manufatura para a região. Esta
comissão ajudou a fazer com quo Dakota do Norte tivesse uma das maiores taxas de
industrialização do país na década de 1960. Atualmente, mais de 80 cidades e vilas
possuem suas próprias comissões de desenvolvimento econômico.
Em 1968, o governo do Dakota do Norte e o congresso norte-americano aprovaram
um projeto conjunto que criaria um sistema de canais, o Garrison Diversion Project, que
desviaria água do rio Missouri para áreas mais secas do estado. Porém, estes canais
desviariam água do rio Missouri para cidades e centros industriais, que seriam
despejadas em rios que correm em direção ao norte, rumo à baía de Hudson, passando
por território canadense. Isto causou tensão entre canadenses - que não queriam receber
poluentes despejados pelos norte-americanos - e norte-americanos. A velocidade da
instalação do Garrison Diversion Project foi diminuído no início da década de 1970, e
passou por grandes mudanças em 1986, por ordem do congresso norte-americano,
removendo a cláusula que estipulava o desvio de água do Missouri em direção a rios
passando por território canadense.
A economia do Dakota do Norte, que prosperara até o final da década de 1980,
entrou novamente em recessão no início da década de 1990, primariamente por causa do
diminuição dos postos de empregos na indústria agropecuária, maior do que o aumento
dos postos de emprego em outros setores da economia do estado. O governo do Dakota
do Norte tem continuado a buscar formas de atrair novas indústrias à região e diversificar
a economia, embora isto tenha mostrado ser uma tarefa difícil. Por causa da estagnação
econômica, a população tem caído desde meados da década de 1990, e apesar de um
crescimento populacional em geral de 0,5% entre 1990 e 2000, desde então a população
do estado tem caído à uma taxa de cerca de 3% o ano, tendo atualmente cerca de 640
mil habitantes.
Em 2000, o congresso norte-americano anunciou que substituiria o Garrison
Diversion Project por um Ato, o Dakota Water Resources Act, que deu ao governo do
Dakota do Norte cerca de 600 milhões de dólares, a serem gastos em programas de
irrigação, abastecimento sanitário e recreação.

CAPITAL

Bismarck

PRINCIPAIS CIDADES

Fargo , Grand Forks , Minot, Mandan, Dickinson, Jamestown, West Fargo, Williston,
Wahpeton, Devils Lake e Valley City - 6 826
ECONOMIA

O produto interno bruto do Dakota do Norte foi de 21 bilhões de dólares em 2003. A


renda per capita, por sua vez, foi de 28 922 dólares, 32º do país. A taxa de desemprego
em Dakota do Norte é de 3,4%, a segunda menor de todo os Estados Unidos, atrás
apenas do Havaí.
O setor primário responde por 5% do PIB do Dakota do Norte. Juntas, a agricultura
e a pecuária respondem por 5% do PIB, e empregam aproximadamente 44 mil pessoas.
Os efeitos da indústria madeireira e da pesca são negligíveis na economia do estado. Os
efeitos da pesca e da silvicultura são negligíveis na economia do estado.
Dakota do Norte possui 30 mil fazendas, que cobrem aproximadamente 90% da
área doestado. O principal produto produzido pela indústria agropecuária é o trigo. Dakota
do Norte é o segundo maior produtor nacional de trigo do país, atrás apenas do Kansas.
O trigo é plantado especialmente no norte. Dakota do Norte é a maior produtora de
sementes de girassol, produzido primariamente no leste do estado. Outros produtos
importantes são carne e leite bovino, palha, sementes de canola, mel e soja. O estado é
um dos líderes nacionais na produção de todos estes produtos. A palha é em sua maior
parte utilizada internamente, para a alimentação de seus grandes rebanhos de gado
bovino.
O setor secundário responde por 18% do PIB. A indústria de manufatura responde
por 9% do PIB e emprega aproximadamente 26,5 mil pessoas. O valor total dos produtos
fabricados é de 2,5 bilhões de dólares. Os principais produtos industrializados fabricados
são alimentos industrialmente processados, maquinário, equipamentos eletrônicos,
equipamentos de transportes e derivados de petróleo. A indústria de construção responde
por 5% do PIB, empregando aproximadamente 23 mil pessoas. A mineração responde
por 4% do PIB, empregando cerca de 4,5 mil pessoas. O principal recurso natural extraído
é o petróleo. Dakota do Norte possui grandes reservas de petróleo, localizadas
primariamente no oeste do estado. Outros recursos naturais importantes são o carvão,
gás natural e arenito.
O setor terciário responde por 77% do PIB do Dakota do Norte. Cerca de 19% do
PIB são gerados através de serviços comunitários e pessoais. Este setor emprega cerca
de 130 mil pessoas. O comércio por atacado e varejo responde por 18% do PIB, e
emprega aproximadamente 97 mil pessoas. Serviços financeiros e imobiliários respondem
por cerca de 16% do PIB, empregando aproximadamente 28 mil pessoas. Serviços
governamentais respondem por 14% do PIB, empregando aproximadamente 72 mil
pessoas. Transportes, telecomunicações e utilidades públicas empregam 24 mil pessoas,
e respondem por 10% do PIB do Dakota do Norte.
90% da eletricidade gerada no estado é produzida em usinas terelétricas a carvão,
sendo o restante gerado primariamente em usinas hidrelétricas. Dakota do Norte produz
muito mais eletricidade do que consome. O excesso é vendido para outros estados
vizinhos, especialmente Minnesota.

PONTOS TURÍSTICOS

A maioria das atrações turísticas está ligada a esportes radicais: regata no lago
Sakakawea, andar de bicicleta na trilha Maah Daah Hey Trail , 17 parques nacionais para
camping, caminhadas ao ar livre no Cross Ranch State, várias atividades "outdoor" no
Fort Ransom State Park...
Há também alguns museus: North Dakota Heritage Center, Dakota Dinosaur
Museum, Children's Museum at Yunker Farm.

FONTE: Wikipédia

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