Você está na página 1de 10

Trabalhos a Quente

Tipo do Documento: PREVENÇÃO DE PERDAS

SubTipo: Procedimento Corporativo

Nº: LPT-001-0

Áreas/Setores de Aplicação : TODAS

Status: Homologado

Data do Status: 22/11/2002

1. OBJETIVO E RESPONSABILIDADE

1.1. Esta norma fornece orientação e procedimentos relativos a operações de Trabalho


a Quente para ajudar a prevenir incêndios e reagir rapidamente na eventualidade da
ocorrência de algum.

1.2. A gerência de cada unidade, responsável pelas operações de manutenção,


construção e montagens e outros que exijam trabalhos a quente, tem que assegurar que
este procedimento seja seguido.

2. DEFINIÇÕES

2.1. Trabalho a Quente: Qualquer operação temporária que envolva chama exposta
ou que produza calor ou faísca, podendo causar a ignição de combustíveis sólidos, líquidos
ou gasosos, incluindo corte com maçarico, solda oxi-acetilênica, solda por arco, aplicação de
revestimento em teto com chama aberta, lixamento, aquecimento ou cura com chama
exposta ou outro tipo de serviço que possa gerar fagulhas ou chamas.

2.2. Vigilante contra Incêndio: Pessoa devidamente treinada que tem a


responsabilidade de observar o local onde o Trabalho a Quente está sendo realizado com o
objetivo de evitar a ocorrência de algum princípio de incêndio e se o mesmo ocorrer estar
preparada para o combate inicial e a comunicação do mesmo.

2.3. Funcionário autorizado para emissão de Autorização de Trabalho a Quente:


Pessoa devidamente treinada e qualificada (Bombeiro, Técnico de Segurança ou outro) para
avaliar o local e as condições onde o trabalho a quente será realizado, definir sobre a
necessidade de Vigilância Contra Incêndio e emitir uma autorização por escrito ao
executante.
3. GERAL

3.1. O sistema de autorização para Trabalho a Quente terá que ser utilizado em todas
as unidades.

3.1.1. A gerência designará área(s) de trabalho a quente para operações dessa natureza
e quando for prático todo trabalho a quente será conduzido nessa(s) área(s). Essa(s) área(s)
será(ão) localizada(s) longe de depósitos de combustíveis e de materiais inflamáveis e terão
necessariamente proteção contra incêndio manual ou automática adequada no local, a área
deverá ser sinalizada.

3.1.2. As áreas designadas deverão ser homologadas pelo Depto. de Saúde e


Segurança do Trabalho através de inspeção inicial, podendo ser suspensas, caso
irregularidades sejam observadas durante inspeções de rotina.

3.1.3. A gerência de Saúde e Segurança do Trabalho de cada unidade é responsável por


treinar e qualificar os funcionários que serão responsáveis por inspeção e emissão de
autorização de Trabalho a Quente (Bombeiro, Técnico de Segurança ou outro) em áreas
fora da(s) área(s) designada(s) para trabalho a quente.
O pessoal autorizado terá necessariamente que receber treinamento e responsabilidade
pela inspeção de todas as áreas antes do início do trabalho a quente.

3.1.4. A gerência da área envolvida com Trabalho a Quente assegurará


necessariamente que todas as pessoas envolvidas em operações de Trabalho a Quente
estejam adequadamente treinadas em relação ao nível de seu envolvimento no trabalho a
quente.

3.1.5. A gerência de compras terá que informar as empreiteiras sobre os procedimentos


e sistema de autorização de Trabalhos a Quente e exigirá seu cumprimento como parte do
contrato firmado para o serviço.

3.2. O estabelecimento de uma Vigilância contra Incêndio em uma operação de


Trabalho a Quente não é substituto para a tomada de outras precauções na prevenção de
incêndios relacionados a esse tipo de trabalho.

4. PROCEDIMENTOS DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO EM TRABALHO A


QUENTE

4.1. O critério de determinação das áreas onde é necessário a vigilância contra


incêndio fica a cargo do funcionário autorizado para emissão de Autorização de Trabalho a
Quente, no momento da emissão desta, desde que o mesmo não contrarie os preceitos
desta norma.

4.2. A indicação de pessoal para fazer a vigilância contra incêndio deverá seguir a
ordem descrita abaixo, sendo que não havendo acordo entre o funcionário autorizado para
emissão de Autorização de Trabalho a Quente e a Manutenção / Operação, o Trabalho a
quente não será realizado até uma melhor oportunidade:
4.2.1. A vigilância contra incêndio poderá ser feita por funcionário treinado de empresas
contratadas somente quando funcionários destas mesmas empresas estiverem executando
o Trabalho a Quente.

4.2.2. Trabalhos a Quente executados por funcionários da unidade da International Paper


somente poderão ter vigilância contra incêndio com funcionários próprios, obedecendo a
seguinte ordem de prioridade e disponibilidade:

Funcionário do Depto. de Saúde e Segurança do Trabalho em casos de alto risco de


incêndio;
Funcionário da Área de Manutenção ou de Construção e Montagem;
Funcionário da Área de Operação;

4.2.3. A vigilância contra incêndio com funcionários próprios tem preferência, se houver
disponibilidade, na vigilância de Trabalhos a Quente realizados por empresas contratadas.

4.3. Os procedimentos relacionados com a operação de trabalho a quente são


divididos em três fases:

Pré-Operações de Trabalho a Quente;


Durante as Operações de Trabalho a Quente;
Inspeção e Acompanhamento Pós Operação de Trabalho a Quente.

4.4. Pré-Operações de Trabalho a Quente

4.4.1. Ao receber uma solicitação para autorização de trabalho a quente, a pessoa


responsável pela emissão da autorização entrará em contato com a supervisão do
departamento ou outras pessoas autorizadas pela área onde o trabalho será executado. Em
conjunto eles tem que efetuar uma inspeção na área de trabalho e, conforme for apropriado,
nas áreas vizinhas. Eles tem que verificar as precauções a serem tomadas antes de emitir a
autorização por escrito.

4.4.2. As precauções a serem tomadas incluem, mas não se limitam aos seguintes itens:

4.4.2.1. As operações de trabalho a quente serão proibidas necessariamente onde


sprinklers automáticos ou outro sistema de proteção contra incêndio esteja fora de operação
e sistema alternativo seja ineficaz. Detectores de fumaça para sistemas de supressão
gasosos poderão ser colocados fora de serviço enquanto se executa trabalho a quente para
eliminar a ativação falsa desses sistemas.

4.4.2.2. Todos os combustíveis terão que ser relocados para uma distância mínima de 11
metros do local do trabalho. Se a relocação não for possível, os materiais combustíveis
terão que ser protegidos cobrindo-os com material resistente ao fogo.
4.4.2.3. Se o trabalho tiver que ser executado em um equipamento, este terá que ser limpo
de todo excesso de óleo, poeira acumulada, lixo e combustíveis de processo. As aberturas
dentro do equipamento e/ou edificações conduzindo a outros níveis do prédio ou áreas
adjacentes tem que ser adequadamente seladas ou cobertas e/ou manter vigilância contra
incêndio nos níveis aplicáveis.

4.4.2.4. Se o trabalho tiver que ser feito em um tanque, vaso, tubulação ou outro
equipamento utilizado para manuseio de líquidos, gases, poeiras ou outro material
combustível, todas as precauções necessárias terão que ser tomadas para assegurar que
todos os traços de vapores e poeiras inflamáveis/combustíveis foram purgadas do ambiente
e limpos antes do início do trabalho a quente. Leituras de concentração de gases
combustíveis tem que ser tiradas para assegurar as condições de segurança. (Para
complementação da segurança, consultar a Norma sobre Trabalho em Espaços Confinados
de cada unidade).

4.4.2.5. Os pisos terão que ser limpos. Pisos de material combustível deverão ser
molhados ou protegidos com chapas metálicas ou outra cobertura adequada.

4.4.2.6. Sistemas de dutos e transporte que possam carregar fagulhas tem que ser
adequadamente protegidos e/ou fechados. Os dutos terão que ser limpos. Sacos
combustíveis em coletores de pó também terão que ser removidos.

4.4.2.7. Isolamentos térmicos combustíveis sobre ou dentro de dutos ou outros


equipamentos terão que ser removidos ou protegidos.

4.4.2.8. Calhas de cabeamentos e instalações de chaves seccionadoras terão que ser


adequadamente protegidas por coberturas resistentes ao fogo.

4.4.2.9. Onde trabalho a quente for executado próximo de paredes, divisórias, forros ou
telhados de construção combustível, proteções resistentes ao fogo terão que ser
providenciadas para prevenir ignição.

4.4.2.10. O responsável pela autorização do Serviço a Quente deverá certificar se os itens


abaixo estão adequados, conforme treinamento de qualificação recebido:

 Conjunto de solda elétrica


 Conjunto Oxi- Acetilênico
 Conjunto de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)
 Conjunto Argônio
 Sistema de Transporte de cilindros
 Sistema de Armazenagem de cilindros
 Equipamento de Proteção Individual
 Isolamento de área
 Sistema de ventilação e exaustão
 Proteção de isolamentos, paredes, divisórias, forros e telhados combustíveis

4.4.3 Depois que as inspeções estiverem concluídas e todas as precauções tomadas, a


autorização para trabalho a quente terá que ser emitida pelo funcionário autorizado.
4.4.4 Uma autorização para trabalho a quente semelhante ao modelo no anexo 1 terá
que ser usada e ser emitida em 2 vias, ficando uma de posse do executante, no local do
serviço, e outra de posse do emitente. O modelo apresentado no anexo 1 é uma sugestão e
o próprio cartão da seguradora ou outro que contenha no mínimo estas informações também
pode ser usado pela unidade.

4.4.5 A autorização para trabalho a quente terá que ser preenchida totalmente e
assinada pelas pessoas responsáveis depois que as precauções adequadas tiverem sido
tomadas. A autorização será necessariamente dada ao executante do serviço, que terá que
assiná-la também. O executante ficará com essa autorização em sua posse, ou no local do
serviço, durante o tempo que durar sua execução e terá que apresentá-la se for solicitada. A
duração máxima de uma autorização de Trabalho a Quente deverá estar especificada
no campo (Horário em que expira) da autorização. Uma autorização terá que ser emitida
para cada serviço de trabalho a quente exceto se muitos deles com características
semalhantes forem ser executados no mesmo local e pelo mesmo executante. Cada
executante terá que receber autorizações individuais.

4.5 Durante as Operações de Trabalho a Quente

Uma vigilância contra incêndio adequadamente treinada terá que ser estabelecida durante
todas as operações de trabalho a quente fora das áreas designadas para Trabalho a
Quente. A vigilância contra incêndio terá que ser provida de extintores portáteis apropriados
para o tipo de incêndio que possa provavelmente ocorrer. Mangueiras de incêndio são
requeridas para áreas de alto risco, conforme definido pelo funcionário autorizado para
emissão de Autorização de Trabalho a Quente.

A vigilância contra incêndio terá que ser treinada sobre o que vigiar durante as operações de
trabalho a quente, bem como ser treinada no uso correto de equipamentos de extinção de
incêndio. Terá também que conhecer o método usado para solicitar assistência na
eventualidade de um incêndio (telefone mais próximo, rádios de comunicação, etc.). Todo o
treinamento terá que ser documentado.

A área do Trabalho a quente não poderá ficar sem a presença de um Vigilante Contra
Incêndio antes do encerramento da autorização emitida. Isso se aplica a final de
expediente, horário de refeição ou qualquer interrupção do trabalho, exceto em caso
de fuga de emergência.

Se um trabalho a quente tiver que ser executado em áreas de alto risco, incluindo a
armazenagem, construções combustíveis, etc., linhas de mangueiras de incêndio
pressurizadas terão que estar posicionadas para uso imediato. Se não houver postos de
mangueiras internos disponíveis, linhas de outras áreas ou hidrantes externos terão que ser
providenciadas.

4.5.3 Todas as precauções tomadas terão que ser deixadas no local durante toda a
execução das operações de trabalho a quente.
4.5.4 Se as condições mudarem e precauções adicionais se tornarem necessárias, as
operações de trabalho a quente terão que ser interrompidas, a área inspecionada e uma
nova autorização emitida.

4.6 Inspeção e Acompanhamento Pós-Trabalho

Depois que o trabalho a quente estiver terminado, o executante e a vigilância contra incêndio
devem verificar a área quanto a possíveis fagulhas ocultas que possam causar um incêndio
mais tarde. Em seguida a essa verificação, o executante assinará o encerramento da
autorização para trabalho a quente e devolverá a quem emitiu ou outro funcionário
autorizado para emissão de Autorização de Trabalho a Quente.

A vigilância contra incêndio terá que permanecer no local por um mínimo de 30 minutos
após o término do trabalho para detectar quaisquer focos de combustão lenta. Quando
apropriado, a área acima e abaixo do local do serviço ou em salas adjacentes também terá
que ser verificada durante esse período.
Em áreas de alto risco de incêndio, durante 2 horas após o término do trabalho, a área
deverá ser fiscalizada por funcionário autorizado a emitir autorização ou por quem vier a
substituí-lo.

5 AUDITORIAS DE PROGRAMA

5.1 Uma auditoria no processo e na documentação do Programa de Trabalho a


Quente tem que ser executada pelo menos uma vez a cada seis meses pela Gerência de
Saúde e Segurança do Trabalho.

6 TREINAMENTO

6.1 As pessoas envolvidas com operações de Trabalho a Quente terão que receber
treinamento específico, conforme conteúdo programático descrito no item 6.4. Deverão ser
treinados no mínimo as pessoas autorizadas a emitir autorizações de Trabalho a Quente, os
executantes e seus ajudantes, os Brigatistas e os Vigilântes Contra Incêndio.

6.2 Vigilantes contra Incêndio de prestadores de serviço deverão ser treinados por
empresas homologadas pelo Depto. de Saúde e Segurança do Trabalho de cada unidade.

6.3 Todo treinamento terá que ser documentado e reciclagem de conhecimento


deverá ser realizada a cada ano.

6.4 Conteúdo programático para o curso com carga horária aproximada de 4 horas:
• Definições e reconhecimento de Trabalhos a Quente;
• Dados estatísticos de perdas por tipo de incêndios;
• O Triângulo do Fogo;
• Sistemas de combate a incêndios;
• Monitoramento e inspeção de área de trabalho a quente;
• A regra dos 11 metros;
• Sistema de Autorização para Trabalho a Quente;
• Responsabilidades da Vigilância Contra Incêndio;
• Treinamento prático de uso de extintores.

7 RETENÇÃO DE REGISTROS

7. 1 Todas as Autorizações e documentos de autorização para trabalho a quente têm


que ser retidos no Depto. de Saúde e Segurança do Trabalho por pelo menos um ano ou até
que um engenheiro da companhia de seguros tenha a oportunidade de rever tais registros.
O tempo máximo de retenção não pode ser maior que dois anos.
Anexo 1
MODELO DE AUTORIZAÇÃO DE TRABALHO A QUENTE

Frente lado esquerdo


Autorização para Trabalho a Quente
Antes de iniciar qualquer Trabalho a Quente, verifique se esse
trabalho pode ser evitado e se há maneira mais segura de faze-lo.
Verifique as precauções indicadas à direita.
Data: ____/___/_____ Horário que Horário de Horário de
expira Início Encerramento
Local:_____________________ ____:____ ____:____ ____:___

Natureza do Solda Maçarico Lixamento Aquecimento


Trabalho    
Outro: _____________________________________

Execução por Funcionário Contratado


 
Necessita de Sim Não
Vigilância Contra  
Incêndio
Responsável pela Emissão da Autorização Chapa
Nome:________________________________________ _______

Executante Chapa
Nome:________________________________________ _______

Vigilante contra incêndio Chapa


Nome:________________________________________ _______
Deverá permanecer por no mínimo 30 minutos no local
após encerrado o Trabalho a Quente

Supervisão da Área ou Manutenção Chapa


Nome:________________________________________ _______

Responsável pelo encerramento desta Autorização Chapa


Nome:________________________________________ _______
Após o encerramento a área deverá ser fiscalizada
Frente lado direito
Relação de Precauções Necessárias 
Os sprinklers, hidrantes e extintores de incêndio disponíveis estão
funcionando.
Os equipamentos de Trabalho a Quente estão em boas condições e fora do
alcance de centelhas.
Precauções a serem tomadas num raio de 11m da área onde será
efetuado o trabalho a quente
Líquidos inflamáveis, pós combustíveis e depósitos oleosos foram removidos.
Atmosfera explosiva na área foi eliminada.
Pisos foram varridos.
Pisos combustíveis foram molhados, cobertos com areia úmida ou lonas
resistentes a fogo.
Outros combustíveis foram removidos, se possível. Caso contrário, foram
protegidos com lonas resistentes a fogo ou protetores de metal.
Todas as aberturas de parede e piso foram cobertas.
Lonas resistentes a fogo foram estendidas abaixo do trabalho.
Calhas de cabos e fiações foram protegidos
Trabalho em paredes ou tetos
Construção não é combustível e não possui revestimento ou
impermeabilização combustível.
Combustíveis do outro lado de parede foram removidos.
Trabalho em equipamentos enclausurados
Equipamentos enclausurados estão livres de todos os combustíveis.
Recipientes estão purgados de líquidos ou vapores inflamáveis.
Vigilância contra Incêndio e fiscalização na área de Trabalho a Quente
Vigilância de Incêndio presente durante e por mais 30 minutos após o
término do trabalho, incluindo qualquer intervalo para lanche ou almoço
Vigilância de incêndio está provida de extintores e, quando prático,
mangueira de incêndio
Vigilância de incêndio está treinada para utilizar esses equipamentos e para
comunicar emergências
Vigilância de incêndio pode ser acionada para atuar nas áreas adjacentes,
acima e abaixo
Fiscalização do Trabalho a Quente após a conclusão do trabalho
Outras Precauções tomadas
Isolamento da área
Bloqueio de equipamentos de acordo com a norma de cartão vermelho
Uso de acendedor adequado para maçarico (“saci”)
Verso Centralizado

ATENÇÃO
TRABALHO A QUENTE
SENDO EXECUTADO
CUIDADO COM FOGO!
Em caso de Emergência comunique imediatamente
pelo telefone _______

Você também pode gostar