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RESUMO
Este artigo tem como objetivo discutir a formação histórica e as diferentes visões
teológicas concernentes a doutrina da Trindade. Para este trabalho foi necessário
fazer um aprofundamento teórico e nesse aprofundamento abordaram-se alguns
conceitos que foram de extrema importância para o desenvolvimento do mesmo.
Após toda a análise, constatou-se que a formação da doutrina da Trindade se
desenvolveu ao longo de vários períodos da história da igreja cristã. O artigo
também buscou destacar as diferentes concepções teológicas sobre a Trindade.
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Graduando do Curso Bacharel em Teologia da FACETE. (marcospeter1@hotmail.com.br)
2
PALAVRAS-CHAVE:
Trindade, Bíblia, Concepções Teológicas, Doutrina. História, Cristianismo
ABSTRACT
This article has as objective discusses the historical formation and the different
theological currents on the doctrine of Trinity. For this work was necessary to do a
deep search theoretical and in that search some concepts were approached that
went of extreme importance for the development of the same.
After the whole analysis, it was verified that the formation of this doctrine grew along
several periods of the history of the christian church. The article also looked for to
detach the different theological conceptions on Trinity.
KEY- WORDS
1 INTRODUÇÃO
Sob o nome de Deus (a maior parte dos que professam) a fé cristã vê o Pai, o
Filho e os Espírito Santo em eterna correlação, interpenetração e amor. De sorte
que são um só Deus uno.3 A unidade significa a comunhão das Pessoas divinas. No
princípio não está na solidão do Uno, mas a comunhão das três divinas pessoas.
homens por seu intermédio, e que Ele havia derramado Seu Santo Espírito sobre a
igreja.7
Leonardo Boff, também não crê que Gn 1:26, indique a Trindade. A fórmula
plural de Gn 1:26, não possui caráter trinitário; trata-se, segundo ele, de um plural
majestático, como alguns querem, ou de um plural deliberativo, como outros
interpretam: Deus estaria deliberando consigo mesmo; o plural é apenas estilístico.
Para Boff, o tríplice santo de Is 6 não possui também característica trinitária; tríplice
repetição do "santo" é um recurso estilístico para enfatizar a transcendência e
soberania de Deus. Boff, não segue o pensamento dos Pais da Igreja, que sempre
se referiam à estas passagens como base para a elaboração dos conceitos
trinitários .
Isto mostra que Deus, o Senhor, na Sua maneira de ser e nos pactos
firmados por Ele com os homens, é mais do que um, ainda que "um só Iavé", quanto
à essência do Seu ser.
Por exemplo, aquilo que é dito sobre Deus Pai é dito também a respeito do Espírito
de Deus. As expressões "Deus disse" e "o Espírito disse" são repetidamente
intercaladas. E as obras do Espírito Santo aparecem como obras de Deus.
Em Isaías 6:9, Deus diz: "Vai e diz a este povo". No N.T. é citado da seguinte
maneira, At 28:25, começando com estas palavras, "Bem falou o Espírito Santo a
vossos pais, por intermédio do profeta Isaías..." Nesse caso o apóstolo atribuiu o
falar de Deus ao Espírito Santo.
O Novo Testamento traz consigo uma revelação mais clara das distinções da
Divindade. Esta revelação foi feita na encarnação de Cristo, e no derramamento do
Espírito Santo. Segundo Warfield, foi na vinda do Filho de Deus, na semelhança da
carne do pecado, para se oferecer a Si mesmo com um sacrifício pelo pecado; e na
vinda do Espírito Santo, para convencer o mundo do pecado, da justiça e do juízo,
que a Trindade de Pessoas na Unidade da Divindade foi revelada, de uma vez para
sempre, aos homens.11
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
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Ele estava no princípio com Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre
nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de
verdade.
Ário e o arianismo.
Oposição ao arianismo.
Ário foi contestado, primeiramente pelo seu próprio bispo, Alexandre, que
contendia pela verdadeira e devida deidade do Filho, ao mesmo tempo que mantinha o
ensino da filiação eterna por geração. No decorrer do tempo, entretanto, seu real
oponente mostrou-se ser o arquidiácono de Alexandria, o grande Atanásio, que figura
nas páginas da história como um poderoso, inflexível e resoluto campeão da verdade.
Atanásio salientava bem a unidade de Deus e insistia em verbalizar a doutrina da
Trindade de um modo que não pudesse em perigo essa unidade. Se o Pai e o Filho são
da mesma essência divina, por outro lado não há divisão ou separação no Ser essencial
de Deus, e assim é errôneo falar de um Theos Deuteros.
O Concílio de Nicéia foi convocado em 325 d.c para solucionar a disputa.
Após considerável debate, finalmente o Imperador lançou o peso de sua
autoridade na balança, dando a vitória ao partido de Atanásio. O concílio adotou a
seguinte declaração a respeito da questão em pauta:
“Cremos em um Deus, o Pai Todo-Poderoso, Criador das coisas visível e invisível .
E em um Senhor Jesus Cristo, gerado, não criado, sendo da mesma substância
(homoousios) com o Pai”, etc.
A disputa em torno do Espírito Santo. Até esse tempo não se tinham feito intensas
considerações sobre o Espírito Santo. Embora houvessem sido expressadas opiniões
discordantes sobre o assunto. Ário afirmara que o Espírito Santo fora o primeiro ser
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criado pelo Filho, opinião que se harmonizava bem como a de Orígenes. Atanásio dizia
que o Espírito Santo é da mesma essência que o Pai, mas o Credo Niceno contém
apenas uma declaração indefinida: “E (eu creio) no Espírito Santo”.
A concepção ocidental da Trindade chegou à sua declaração final na grande obra
de Agostinho, De Trinitate. Ele também res-saltou a unidade de essência e a trindade de
Pessoas. (A História das Doutrinas Cristãs, pág. 77-84 – cap. 12)
O Concílio de Nicéia realizado no ano 325, no período da Igreja de Pérgamo.
Este concílio foi o mais famoso da história da Igreja, por ter sido convocado pelo
Imperador Constantino, que nele pronunciou um discurso assentado sobre o seu trono
de ouro, por ser encontrarem presentes 318 bispo...
Tais foram às influências que se concentraram ao redor do bispo de Roma, e
assim tendeu tudo a rapidamente elevá-lo ao domínio espiritual da cristandade . Mas o
quarto século estava destinado a presenciar um obstáculo colocado no caminho desse
sonho ambicioso. Ário, pároco da antiga e influente igreja de Alexandria, pregou sua
doutrina ao mundo e ocasionou tão violenta controvérsia na igreja cristã, que o
imperador Constantino convocou o concílio de geral de Nicéia em 325 para considerar e
decidir acerca da doutrina ariana. Ário sustentava “que o Filho era total e essencialmente
distinto do Pai; que era o primeiro e mais nobre dos seres que o Pai criou do nada, o
instrumento por cuja operação subordinada o Pai Todo-Poderoso formou o universo, e
portanto era inferior ao Pai tanto em sua natureza como em Sua dignidade.” Esta opinião
foi condenada pelo concílio, o qual decretou que Cristo era de uma mesma substância
com o Pai. Com isso Ário foi desterrado para a Ilíria, e seus seguidores foram
compelidos a dar seu assentimento ao credo composto naquela ocasião. (História da
Igreja Oriental, pág. 239)
O Neoplatonismo era uma interpretação panteísta e mística do pensamento
Platônico. A influência do Neoplatonismo sobre a teologia cristã viria a ser muito
pronunciada, especialmente em Agostinho.
Em Agostinho, portanto, o primeiro pensamento a respeito de Deus era sempre o
ser uma relação pessoal com um ser, somente em quem o homem pode encontrar real
satisfação e bem. Quando, no entanto, refletia em Deus filosoficamente, fazia-o em
termos tomados do Neoplatonismo. Agostinho não estava satisfeito com a distinção em
termos de pessoas... É evidente que, embora Agostinho se mantivesse fiel à tradição
eclesiástica, suas próprias tendência e sua filosofia neoplatônica levavam-no em direção
do monarquianismo Modalista. (História da Igreja Cristã, 4ª ed., pág. 146,235 Vol. 1e2)
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CREDO ATANASIANO:
Então, ele disse: O quarto animal será um quarto reino na terra, o qual será
diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em
pedaços. Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele mesmo
reino; e, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e
abaterá a três reis. Daniel 7:23,24 ver 7:8
* Porque esses três (chifres) reinos foram destruídos? Essas três nações não
eram trinitárias e nem simpatizavam com o papado (chifre pequeno); razão porque
foram destruídos.
Contudo, a própria controvérsia não seria suprimida desta maneira sumária,
mas continuaria por século a agitar o mun-do cristão; e os arianos se fizeram, por
toda parte, acerbos inimigos do papa e da igreja Católica Romana. Estes fatos
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CAMINHOS EQUIVOCADOS
O modalismo.
O termo foi cunhado por Adolf Von Harnack, no século XIX. Diz a doutrina:
Deus é um e único. Ele funda uma monarquia cósmica, pois somente Ele é
senhor sobre todas as coisas. É por Ele que os reis e governadores governam.
Entretanto, em sua comunicação com a história, este Deus único se mostrou sob
três modos. A mesma e única divindade aparece sob três rostos e mora em nosso
meio de três maneiras diferentes como Pai, Filho e Espírito Santo.
O mesmo Deus enquanto cria e nos entrega a Lei se chama Pai; o mesmo
Deus enquanto nos redime se chama Filho; e o mesmo Deus enquanto nos santifica
e nos dá sempre a vida se chama Espírito Santo. O mesmo Deus teria três
pseudônimos. Deus é indivisível, não existe comunhão de três pessoas nele; o que
existe é a unicidade divina projetando para nós mediante três modos diferentes.
Trindade - o Pai falando do céu, o Filho saindo das águas, e o Espírito repousando
sobre Ele (Mc 1:11). Nos evangelhos, encontramos Jesus, freqüentemente, fazendo
menção do Pai como outra Pessoa. Muitas vezes Ele se dirigia ao Pai em oração
(João 17).
Subordinacionismo
Ário é o teólogo mais influente que defendeu esta tese. Ele e seus discípulos
enfatizavam o fato de que Jesus foi um ser humano perfeitíssimo, porque ele estava
cheio do Espírito. Nota-se uma influência muito grande do pensamento filosófico
grego em Ário. Para ele o Logos de João não é Deus. Pois Deus não pode se
comunicar com o mundo, Ele é um mistério indecifrável e transcendente. Sua
natureza é incomunicável, portanto, para ser conhecido Ele tem que se servir de um
mediador, o Logos. Este Logos não é Deus, mas pertence a esfera divina.
Mas ao afirmar-se a divindade de Cristo, temos que lembrar que Ele optou
esvaziar-se e tornar-se submisso ao Pai. Mantendo na Trindade uma subordinação,
mas não como afirmou Ário.
O Triteísmo
Existem então três absolutos e não um, três seres eternos e não um, e três
criadores e não um.
A TRINDADE E A JUSTIFICAÇÃO
Como é que o Absoluto Moral do universo pode perdoar e Ter comunhão com
um pecador? Na Bíblia, Deus é justo mas também o Justificador de nossos pecados
(Rm 3:23-26), precisamente porque ele é mais do que uma pessoa. Por causa da
pluralidade de pessoas, o Deus Triúno pode ser o Santo Juiz sem se comprometer,
o Cordeiro sacrificial que morreu em meu lugar e o Espírito santificador que atua em
mim.
REFERÊNCIAS
1J. Scott Horrell. Uma Cosmovisão Trinitária, in Vox Scripturae. 4 (março de 1994).
2Vale destacar várias obras que discutem os atributos de Deus, entre elas, Louis
Berkof, Teologia Sistemática. James I. Packer. O Conhecimento de Deus. João
Calvino. As Institutas da Religião Cristã.
3 Leonardo Boff. A Trindade, a Sociedade e Libertação. Editora Vozes. 1986.
4Louis Berhof. Teologia Sistemática. Luz para o caminho. 1990.
5O Gnosticismo foi uma heresia refutada pela igreja primitiva. Ele afirmava entre
outras coisas, que o corpo de Jesus Cristo não era real, era apenas uma emanação
(ilusória) da divindade.
6Márcion (85-160 d.C.) Defendia que a matéria era má, enquanto valorizavam o
espírito, a salvação proposta por Cristo, era só para o espírito, não incluia o corpo.
Ele rejeitava o Deus do Antigo Testamento, porque achava que este era um Deus
cruel.
7J.N.D. Kelly. Doutrinas Centrais da Fé Cristã. São Paulo. Edições Vida Nova.1994.
8Louis Berkohf. Teologia Sistemática. Luz para o Caminho. 1990.
9Conquanto que Boff e Berkhof não creiam que os textos citados acima não
conduzem ao conceito trinitário, eles alistam outras passagens do V.T. que revelam
a Trindade. Mas outros teólogos seguem o pensamento tradicional dos Pais da
Igreja e baseiam sua formulação trinitária nos textos acima citados. Gleason Archer.
Enciclópedia de Dificuldades Bíblicas. São Paulo. Editora Vida. Loraine Boettner e
Benjamin Warfield. A Doutrina da Trindade. Portugal. Edições Vida Nova.
10Para maiores esclarecimentos veja. Gehard Von Radd. Teologia do Antigo
Testamento. São Paulo. ASTE. 1965, para a defesa da posição liberal, e Gleason
Archer. Merece Confiança o Antigo Testamento? São Paulo. Edições Vida Nova.
1990, para a refutação conservadora.
11Benjamin B. Warfield. A Doutrina da Trindade. Portugal. Edições Vida Nova. pp
135
12Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai,
e do Filho, e do Espírito Santo; Mateus 28:19
13 David Reed. A Liberdade Religiosa versus o Domínio da Torre de Vigia das
Testemunhas de Jeová. In Defesa da Fé, n. 5 julho/setembro 1997.
14Gordon D. Fee é um erudito pentecostal, especializado em estudos do Novo
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BIBLIOGRAFIA