Você está na página 1de 6

Uma 

projeção cartográfica é qualquer método destinado a representar em um plano


uma superfície esférica, em especial a da Terra. As projeções cartográficas são
necessárias na elaboração de mapas. É possível construir uma infinidade de projeções
diferentes, havendo dezenas que são empregadas na prática cartográfica.

Projeção cilíndrica

Esta representação é obtida com a projeção da superfície terrestre, com os paralelos e os


meridianos, sobre um cilindro em que o mapa será desenhado.

Ao ser desenrolado, apresentará sobre uma superfície plana todas as informações que
para ele foram transferidas.

Nem todas as projeções cilíndricas são iguais. A projeção cilíndrica conforme conserva
a forma dos continentes, direções e ângulos, mas altera a proporção das superfícies,
como é o caso da primeira projeção elaborada por Mercator.

Gerard Mercator
(1512-1594)
desenvolveu seu
trabalho, durante as
grandes navegações
do século 14. Do
continente europeu
partiram navios para
a África, América e 
Ásia. A projeção é a
mais apropriada à
navegação marítima e
mostra uma visão
eurocêntrica do
mundo.
Com o objetivo de aperfeiçoar as características da projeção de Mercator nas superfícies
das regiões de alta latitude, Arthur H. Robinson criou a sua projeção, em 1963.

Com Robinson, os meridianos são colocados em linhas curvas, em forma de elipses que
se aproximam quanto mais se afastam da linha do Equador. É a projeção mais usada nos
atlas atuais.

A projeção equivalente preserva o tamanho real da superfície representada, mas não


mantém as formas, direções e ângulos, como é o caso da projeção de Peters.

O mapa-múndi de
Peters valoriza os
países
subdesenvolvidos,
colocando-os em
destaque ao
representá-los com os
seus tamanhos
proporcionais. Ele
projeta em linguagem
cartográfica a idéia
de igualdade entre as
nações.
O cartógrafo alemão Arno Peters (1916-2002) considerava que os mapas eram uma das
manifestações simbólicas da submissão dos países do Terceiro Mundo.

Peters combateu a imagem de superioridade dos países do Norte representada nos


planisférios derivados da projeção de Mercator. Seu pressuposto de que todos os países
deveriam ser retratados no mapa-múndi de forma fiel a sua área, dá destaque os países
subdesenvolvidos.

Para reforçar ainda


mais os princípios
norteadores da
projeção de Peters,
alguns cartógrafos
inverteram a posição
convencional dos
mapas.

Projeção cônica
Um cone imaginário em contato com a esfera é a base para a elaboração do mapa. Os
meridianos formam uma rede de linhas retas convergentes nos pólos e os paralelos
formam círculos concêntricos.

Essa projeção é utilizada para representar partes da superfície terrestre, como o trecho
de um continente.
Na projeção cônica,
as distorções
próximas ao paralelo
de contato com o
cone são pequenas e
aumentam à medida
que as superfícies
representadas se
distanciam desse
paralelo.

Projeção plana ou azimutal


O mapa numa projeção azimutal é construído sobre um plano tangente a um ponto
qualquer da esfera terrestre. Este ponto ocupa sempre o centro do mapa.

A projeção azimutal é usada, em geral, para representar as regiões polares e suas


proximidades e para localizar um país na posição central, tornando possível o cálculo de
sua distância em relação a qualquer ponto da superfície terrestre. O emblema da ONU é
uma projeção azimutal.

As deformações são
pequenas nas
proximidades do
ponto de tangência,
mas aumentam com o
distanciamento deste
ponto.

*Cláudio Mendonça é professor do Colégio Stockler e autor, para o ensino médio, de


"Geografia geral e do Brasil" e "Território e sociedade no mundo globalizado".
Classificação dos mapas ou cartas
 Cartas cadastrais ou plantas. Quando se destinam à representação de pequenas
áreas, cidades, bairros, fazendas, conjuntos residenciais etc., porém com
elevado grau de detalhamento e de precisão. É o caso de plantas urbanas, de
grande utilidade para as autoridades governamentais na administração
(cadastramento) e planejamentos urbanos. São cartas de grande escala,
normalmente de 1:500 até 1:10.000.
 Mapas ou cartas topográficas. Quando mostram a características ou os
elementos naturais e artificiais da paisagem com um certo grau de precisão ou
de detalhamento parte de uma região ou estado . Podem mostrar uma
determinada região, que são de média relevo, acidentes naturais, obras
realizadas pelo homem escala, normalmente de 1:25.000 a 1:250.000.
 Mapas ou cartas geográficas. Quando mostram as características ou elementos
geográficos gerais de uma ou mais regiões, país ou continente ou mesmo do
mundo, o que exige o emprego de escalas pequenas (de 1:500.000 a 1:1.000.000
ou menos).

Carta topográfica
Sobre as quais figuram essencialmente os resultados das observações diretas
concernentes a posição planimétrica e altimétrica, a forma, a dimensão e a identificação
dos fenômenos concretos fixos e duráveis existentes à superfície do solo (aspecto
descritivo da fisionomia do terreno). Nas escalas de 5.000 a 10.000 segundo o grau de
desenvolvimento cartográfico do país. (definição do IGN-França)

"a mais elaborada, a mais exata, a mais cutosa a construir [...]: aquela que, para se
deslocar, e antes de tudo para fins militares (chamava-se carta do Estado-Maior na
França), representou com minúcia tudo que se destaca e faz obstáculo, ou abrigo"
(Roger Brunet)

Carta temática
Que representa, sobre um fundo de referência, fenômenos qualitativos ou quantitativos
concretos ou abstratos circunscritos e limitados pela escolha de um ou mais temas
particulares. (IGN-França), "aquela que representa um ou mais elementos das atividades
humanas, características sociais e culturais das populações, de seu ambiente, enfim, de
tudo aquilo que faz a riqueza e a abundância das sociedades humanas e de seu 'habita'
no sentido amplo" (Roger Brunet).

Carta virtual
A carta é uma imagem, ou seja uma representação do Mundo. Enquanto representação é
um modelo onde alguns elementos do mundo são considerados e outros não; ou seja, a
carta é também uma redução da realidade, segundo um determinado fim, utilidade ou
aplicação. 
A carta virtual é, portanto, a representação da representação, realizada segundo os
princípios que regem a informatização. Todos os elementos que compõem uma carta
recebem uma representação digital, seu fantasma informacional, segundo o discurso do
método computacional. Esta representação digital, organizada na forma de dados
simbólicos de uma base de coordenadas de objetos espaciais retirados da carta, é
passível de ser operada por um engenho de representação e de análise espacial, o sig.

Você também pode gostar